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Denize Ferreira*
Leidiane Anaqueri*
Michela Monteiro*
Resumo
Introdução
Depois que a introdução do ensino formal no País foi aceita, aconteceu em 1759
às Reformas Pombalinas, essas reformas ficaram responsáveis por expulsar os jesuítas
das terras da colônia tirando das mãos dos religiosos o controle da educação e
colocando nas mãos do Estado.
Após anos depois desses acontecimentos, o ano de 1889 representou um novo
começo no processo educacional e na história do País. Foi nesse período que ocorreu a
queda do império e foi instaurada a República onde o governo saia das mãos do
Imperador e passava para as mãos de Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente a
governar a nação. O processo educativo nessa nova fase que passava o país não se deu
de forma fácil e também não foi simples pelo fato da educação, assim como o processo
político, ter que passar de uma fase para outra.
Dessa forma, conforme aborda Silva (2017), a escola construída na Primeira
República começou a trazer várias novidades educativas dentre elas, a implantação das
escolas seriadas, agrupando alunos de acordo com a idade e níveis de aprendizagem,
assim como também os grupos escolares eram chamados de escolas graduadas, uma vez
que o agrupamento de alunos se dava de acordo com o grau em que se situavam,
passando gradativamente até concluir o ensino primário.
Consequentemente as formas de expressão cultural até hoje são vistas com certo
desrespeito, isso atinge diretamente a representação dos indígenas e suas respectivas
identidades. A consciência da sobreposição de valores e imposições vivenciadas pelos
povos anteriormente, faz parte do discurso do povo indígena da comunidade Betel,
principalmente quanto à maneira como a instituição escolar atuou com uma educação
voltada a homogeneizar ou assimilar os elementos culturais próprios da cultura
indígena. Nesse sentido, e melhor se posicionando sobre isso, o gestor escolar AL, firma
dizendo que:
O papel da escola é preparar o indivíduo para ter uma vida em sociedade que
possibilite uma boa convivência na com os indivíduos, ter uma boa profissão e
contribuir para uma sociedade susta e igualitária. E com base nas pesquisas sobre a
escola da comunidade Betel, o desenvolvimento do ensino está fundamentado junto a
leis do país, as quais garantem aos povos indígenas o direito à educação escolar
indígena.
Por conseguinte a perspectiva da Escola Municipal Rural Indígena Padre
Augusto Cabrolié esta de acordo com as linhas que regem a Constituição Federal de
1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL-LDBEN, 1996),
onde ficou garantido aos indígenas processos próprios de ensino e aprendizagem.
Segundo as informações a respeito da comunidade escolar, ficou esclarecido também
que a equipe pedagógica da escola adota medidas regulares determinadas
especificamente pelas normas para a construção da escola indígena.
Com base nas analises de Almeida e Silva (2003), os mesmos verificam que no
período atual, a legislação voltada à educação escolar indígena brasileira não é mais
apresentada na distinção que, anteriormente, buscava integrar e assimilar os povos
indígenas aos ideais hegemônicos de origem ocidental, mas sim na incumbência de “[...]
proteger, respeitar valorizar os saberes, as línguas, crenças, tradições e as formas de
organização dos povos indígenas”, ou seja, é assegurado não só a comunidade Betel,
como todos os indígenas brasileiros o direito de pertencimento de suas línguas, culturas
e tradições.
Dessa forma, desde um longo tempo na história do país até o contexto atual, é
bem perceptível que a educação passou e vem passando por sucessivas mudanças,
sempre buscando a melhoria no âmbito de ensino e aprendizagem. E essas
transformações ocorreram devido o processo de industrialização onde o mundo
começou a usufruir de novos meios tecnológicos e inovações sociais. Do mesmo modo,
a educação escolar precisa disponibilizar meios de ensino que possam assegurar um
ensino de qualidade para os indivíduos, a fim que estes possam exercer um papel
participativo e transformador no meio social em que se insere.
A Escola Municipal Rural Indígena Padre Augusto Cabrolié ela tem a função
de trabalhar o desenvolvimento da identidade e tem feito esse papel, porque
os professores que trabalham aqui são indígenas e aprenderam na base; pode
até levar um dos nossos professores para zona urbana que eles são capazes de
desenvolver o trabalho melhor do que um professor vindo de lá pra trabalhar
aqui. Eu me orgulho dos meus irmãos, primos e colegas que são professores,
que estão desenvolvendo um trabalho de qualidade e querem passar o
conhecimento para as crianças; são esforçados e têm compromisso mesmo
com nossos filhos, eles tem se voltado para ensinar uma educação de
qualidade mesmo (informação oral).
Desta forma, ficaram expostos vários processos que estão em evidência. Como o
da luta pela terra e cultura indígena, tendo em vista que ao trabalhar com esses povos é
preciso estar conectado a eles, caso isso não aconteça, acaba entrando em alguns
aspectos mais tradicionais de uma educação formal.
Seguindo a perspectiva sobre a educação do ensino de História na cultura
indígena. Analisamos o ensino com base no dialogo com a professora Vanoíria, onde a
mesma relatou promover debates e reflexões em sua aula. Com isso, professora
consegue levantar algumas questões a respeito da luta pela terra e a importância de eles
ficarem atentos a essas discussões que vêm sendo realizadas para uma possível
resolução de conflitos.
Outro aspecto importante para destacar, na analise da fala da professora
Vanoíria, é a respeito dos objetivos de se ensinar a História na escola indígena, que é
também a preocupação dos demais professores. O que se pode observar é que o ensino
de História na escola indígena está totalmente ligado à realidade em que estudantes e
professores estão inseridos, assim como as lutas e os obstáculos enfrentados por estes
grupos para que consigam manter sua identidade.
Portanto, a partir de aspectos fundamentais da questão da luta pelo território e
pela cultura indígena, é importante que os professores e a comunidade em geral se
envolva na educação, buscando formar seus estudantes conscientes e reflexivos, de
forma que estes estejam dispostos a lutar por causas dignas. A formação do aluno não se
faz somente através do conhecimento escolarizado, mas aliando esse conhecimento à
formação do indivíduo, enquanto pessoa pertencente a uma etnia, com seus costumes e
suas lutas.
Conclusão
Referências
ALMEIDA, Eliene Amorine; SILVA, Rosa Helena Dias. A política de educação escolar
indígena na década de 90. Amazônida: Revista do Programa de Pós-Graduação em
Educação da Ufam, ano 8, n. 1,jan./jun.2003.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 de
outubro de 1988. Disponível em:www.planalto.gov.br/legislação. Acesso em: 15 jun.
2021.
FERREIRA, Marília de Nazaré de Oliveira, QUARESMA, Francinete de Jesus Pantoja.
Os Povos Indígenas e a Educação, 2013.
LUCIANO, Gersem dos Santos Baniwa. O índio brasileiro: o que você precisa saber
sobre os povos indígenas no Brasil de Hoje. Brasília, LACED/Museu Nacional, 2006.
SILVA, Maria da Penha da. Lei nº 11. 645/200 e o Lugar dos Povos Indígenas no
Currículo do Curso de História (UFPE) – 2017.