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FP078 - INTERCULTURALIDADE E EDUCAÇÃO

TRABALHO CONV. ORDINARIA

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Trabalho

Izabela Góes Lima - BRFPMME5128574

Jacicleide Maria da Silva - BRFPMME5223501

Karina Laís Barbosa Dornelas - BRFPMME5209794

Rafaella Estevam da Silva Miranda - BRFPMME5223365

Grupo:

Data: 28/10/2023

TÍTULO

EDUCAÇÃO INTERCULTURAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

ESTUDO DE CASO NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR ADERBAL GALVÃO –


RECIFE/PE

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Introdução

O seguinte estudo de caso tem como principal objetivo, compreender a presença da

multiiculturalidade em uma escola municipal de Recife-PE, e algumas situações de

conflitos relacionadas à convivência, dialógo, cooperatividade, preconceito e respeito

às culturas dos estudantes indígenas.

Nesse contexto o trabalho estruturou-se na seguinte pergunta norteadora: como a

Escola Municipal Professor Aderbal Galvão tem desenvolvido o trabalho pedagógico

com a turma do 5º ano do Ensino Fundamental para minimizar situações de

preconceito dos estudantes em relaçãos aos estudantes indígenas inseridos no

convívio urbano, na perspectiva de promover a educação intercultural e inclusiva? A

metodologia do trabalho estruturou-se em uma abordagem qualitativa e bibliográfica,

fundamentada principalmente nos seguintes teóricos: MARCHESI, (2001), SILVA

(2012), GUEDES (2011), Moreira e Candau (2003) e Cerqueira (2012).

A Escola Municipal Professor Aderbal Galvão, foi escolhida como campo de pesquisa

por localizar-se em um bairro da Zona Norte do municipio do Recife, que devido à sua

localização recebe um grande número de alunos indígenas, sendo assim, trazem uma

diversidade cultural da cultura indígena para o meio urbano. Nesse contexto, cabe à

escola establecer condições de respeito, legitimidade, simetría, equidade e igualdade.

A realização deste trabalho justifica-se pelas leituras e estudos sobre a

interculturalidade e educação, como aponta Schmelkes (2003), ao se reconhecer ao

outro como diferente, compreendê-lo e respeitá-lo significa que as pessoas carregam

realidades culturais diversas. A partir dessas realidades, tanto os sujeitos individuais

como os sociais podem se relacionar com os que são reconhecidos diferentes.

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Sendo assim, o presente estudo de caso encontra-se estruturado da seguinte forma:

abrangerá os critérios para o desenvolvimento da interculturalidade, como espaço

plural para se valorizar a diversidade, mas sobretudo interrogar a especificidade do

diferente face às crianças indígenas, como estas são incluídas no sistema de ensino e

na sociedade em geral. O enfoque metodológico, do modelo intercultural crítico, que

além de admitir a complexidade sociocultural das relações interculturais, orienta que

as práticas pedagógicas devam quebrar as maneiras históricas de exclusões, de

marginalizações e de discriminações. E o principio da diversificação que implica

desvendar a diversidade como oportunidade de reconhecer a complexidade dos

processos culturais, a multiplicidade de mundos vivenciais, de estilos e trajetórias de

vida, de identidades e pertenças, entendendo que a educação deve reconhecer os

históricos processos de acumulação de desigualdades, os processos culturais de

construção das assimetrias e a necessidade de transformá-los.

Descrição do problema:

Compreender e gerenciar comportamentos difundidos pelas crianças indígenas

reveladas à total incompreensão dos professores, colegas da escolas e demais

pessoas da equipe escolar, para além do preconceito, da diversidade cultural no

referente a raça, às questões étnicos-linguísticos, às crenças e práticas religiosas dos

estudantes indígenas. O que a escola precisa propor para essa turma do 5º ano do

Ensino Fundamental para minimizar situações de preconceito dos estudantes e

promover a formação docente afim de potenciar o desenvolvimento de habilidades

como o diálogo, a escuta, o trabalho colaborativo, a mediação, o intercâmbio para com

os aos estudantes indígenas inseridos no convívio urbano, na perspectiva de

promover a educação intercultural e inclusiva?

Desenho de intervenção

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A escola, por sua especificidade, tem o papel de desenvolver práticas que conduzam

reflexão, sensibilização e inclusão. Isso pode ser alcançado a partir de ocasiões e

estilos legítimos do dia a dia, que levem os professores, as crianças, adolescentes e a

comunidade em geral a observar os prejuízos que o preconceito gera, e de auxílio na

promoção do respeito à diversidade enquanto valor em todas as dimensões da vida

humana.

Segundo Silva (2012),

o entendimento de uma cultura se dá pela compreensão de suas raízes culturais.


Quando se fala em raízes culturais, refere-se à origem, princípio, ou seja, como foi
constituída a cultura de uma comunidade, ou povo, o que determina que alguns
elementos ou algumas manifestações culturais sejam consideradas características
desse povo. O enfoque das raízes culturais está direcionado à questão da
memória cultural de um povo e da manutenção de seus costumes.

Segundo Oliveira (2009), cada pessoa, enquanto cidadão, deve ser vista como um

sujeito único, com personalidade, modo de ver, sentir e com potencialidades que nem

sempre são compreendidas, aceitas e bem vistas pela sociedade da qual faz parte.

Essa aceitação e compreensão do outro, que é diferente, ocorre no decorrer de um

processo educacional. Assim, é preciso discutir o respeito à diversidade cultural no

ambiente escolar desde a educação infantil.

Para Moreira e Candau (2003, p.159), a escola é, sem dúvida, uma instituição cultural.

Portanto, as relações entre escola e cultura não podem ser divididas entre dois polos

independentes, e sim como universos entrelaçados, como uma teia tecida no cotidiano

e com fios e nós profundamente articulados.

Nessa perspectiva, aplicar no cotidiano, na escola, na sala de aula, na comunidade, na

realização de projetos que permitam aos alunos uma oportunidade de desenvolver

práticas educativas prazerosas, em que serão priorizadas competências essenciais

como: participar de atividades em grupo, intercâmbios, ouvir e expressar ideias e

sentimentos, reconhecer e respeitar formas de expressão e valores dos outros, utilizar

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diferentes fontes de informação e procedimentos para busca e organização da

informação e muitos outros.

A “fonte de enriquecimento mútuo, de intercâmbio de experiências, que lhes permite

conhecer outras maneiras de ser e de viver e que desenvolve nos alunos atitudes de

respeito e de tolerância conjuntamente com um sentido amplo sobre a relatividade dos

seus próprios valores e costumes.” (MARCHESI, 2001:103).

É necessária que a escola promova uma formação docente mais integral, renovada e

inovadora não só nos conteúdos, mas nas suas estratégias, condições, espaços, que

os forme para uma atenção mais adequada à diversidade cultural, étnica, sexual, etc.

A formação deve promover práticas pedagógicas emancipatórias que permitam a

localização, recuperação e revalorização de experiências, sujeitos e saberes

orientados à transformação da realidade social.

GUEDES, (2011) afirma que:

Os indígenas já contam com um certo aparato do estado para


assegurar seus direitos, mas que pode ser melhorado, permitindo
uma participação maior dos indígenas na sociedade brasileira. Um
efetivo reconhecimento dos povos indígenas e a valorização e
preservação do modo como vivem é a base para que eles continuem
exercendo o papel deles na sociedade brasileira.

Nesse sentido, nota-se que escola e cultura devem andar juntas, que toda a

comunidade escolar (alunos, pais, docentes e todos os membros envolvidos) deve se

unir, com o objetivo de construir uma comunidade sem preconceito.

Sendo assim, para Cerqueira (2012) o professor deve promover no aluno o sentimento

de valorização cultural do país, além do reconhecimento e respeito das diferentes

culturas, mostrando que não existe uma melhor cultura ou uma cultura mais

desenvolvida que a outra. Nessa perspectiva, a escola é um espaço privilegiado, para

mostrar que as atitudes preconceituosas não têm embasamento científico e são

julgamentos feitos pela aparência, comportamento ou valores de um indivíduo ou de

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um grupo e que os professores podem colaborar, procurando mostrar para os alunos o

quanto o preconceito pode ser dissimulado e sem sentido.

Apesar da diversidade ser natural, ela não é aceita tão facilmente, e assim surgem a

discriminação e o preconceito, e para lidar com isso, o currículo e o Projeto Politico

Pedagógico da escola deveriam proporcionar atividades, projetos, exercícios e

processos de conscientização que permitissem que os estudantes mudassem suas

atitudes.

Mesmo sabendo da dificuldade de combater o preconceito e estimular o respeito à

diversidade cultural, não se pode desistir de contribuir para tal tarefa. É preciso educar

para a diversidade e a escola pode contribuir nessa formação. Assim, uma das

questões fundamentais a serem trabalhadas no cotidiano escolar é a promoção de

uma educação atenta à diversidade cultural e à diferença, combatendo a

discriminação e o preconceito. Diante da diversidade cultural existente nas escolas é

de competência do professor ter claro os objetivos e resultados que pretende alcançar,

onde as atividades ofereçam as mesmas oportunidades a todos os alunos,

independentemente de suas diferenças culturais.

Avaliação geral

Referências bibliográficas

GUEDES, Marta Cardoso. Inclusão em Educação na Rocinha: Vivências Lúdico-


Criadoras do Fazer Artístico nas Culturas, Políticas e Práticas de uma escola de
Ensino Fundamental. Rio de Janeiro, 2011. Dissertação (Mestrado em Educação).

7
Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2011.

MARCHESI, Álvaro, (2001), A prática das escolas inclusivas in

Moreira, A. F. B.; Candau, V. M. F. Educação escolar e cultura(s): construindo


caminhos. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 156-168, 2003.

OLIVEIRA, Dalila Andrade. Política educacional, crise da escola e a promoção de


justiça social. In: FERREIRA, Elisa Bartolozzi; OLIVEIRA, Dalila Andrade (orgs). Crise
da escola e políticas educativas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

RODRIGUES, David (org.) (2001), Educação e diferença. Valores e práticas para uma
educação inclusiva. Porto, Porto Editora

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