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Grupo: 2023-02
Data: 29/02/2024
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Introdução
Características gerais
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A referida instituição é uma Escola em Tempo Integral, onde os estudantes do
Ensino Fundamental tem uma jornada de estudos ampliada. Além da carga horária, a
escola em Tempo Integral tem uma proposta diferenciada. No turno da manhã, são
ministradas as disciplinas regulares com professores polivalentes, já o turno da tarde
contempla a parte diversificada do currículo com os componentes de Libras, Língua
Inglesa, Cultura Corporal, Multiletramento, Educação para a Cidadania,
Acompanhamento Pedagógico e Ciências, Tecnologia, Sociedade e Ambiente.
A Escola em Tempo Integral também traz em sua proposta o trabalho com
projetos integradores. Estes projetos integram, de uma forma desafiadora e
inspiradora, diversos componentes curriculares no processo de ensino e
aprendizagem e um dos seus principais objetivos é permitir que os alunos apliquem os
conceitos teóricos aprendidos em sala de aula na resolução de problemas do
cotidiano. Isso envolve a colaboração entre os alunos nas diferentes áreas do
conhecimento, o que promove o desenvolvimento de habilidades interpessoais,
trabalho em equipe, liderança, além de incentivar o protagonismo destes estudantes.
Segundo Silva (2018), os projetos integradores "promovem uma aprendizagem
significativa ao possibilitarem a integração de conhecimentos, habilidades e atitudes,
estimulando a autonomia, a criatividade e o pensamento crítico dos alunos" (p. 25).
Em relação a perspectiva teórica que embasa a prática desta instituição, esta
procura seguir a proposta de uma pedagogia sóciointeracionista. A perspectiva
sóciointeracionista é uma abordagem que tem como principal teórico Lev Vygotsky,
um psicólogo russo do século XX. Esta se destaca nas ciências sociais, especialmente
na psicologia e na educação. Baseia-se na ideia central de que o desenvolvimento
humano é profundamente influenciado pelas interações sociais e pela cultura em que
estamos imersos. Esta abordagem valoriza o papel ativo do sujeito na construção de
seu conhecimento e identidade, enfatizando a importância das relações interpessoais
e do contexto social na formação do indivíduo.
Segundo Saviane (1980), “A educação é uma atividade mediadora no seio da
prática social global, pois tem potencial para instrumentalizar os sujeitos para ação
sobre a realidade” (p.120.).
Com base nisso, a Escola São Jorge busca, não apenas transmitir
conhecimento, mas criar um ambiente dinâmico, onde a interação social é o epicentro
do aprendizado. Em vez de conceber o aprendizado como um processo passivo de
absorção de informações, a escola encoraja ativamente a participação dos estudantes
em atividades colaborativas, discussões em grupo e projetos que promovem a troca
de ideias e experiências.
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Ao adotar essa abordagem, a Escola São Jorge abre portas para uma série de
benefícios educacionais. Primeiramente, ela promove o desenvolvimento de
habilidades sociais essenciais, como a capacidade de trabalhar em equipe, resolver
conflitos de forma construtiva e comunicar ideias de maneira eficaz. Além disso, ao
interagir com os docentes e colegas de diferentes origens e pontos de vista, os
estudantes expandem seus horizontes, cultivam a empatia e aprendem a valorizar a
diversidade.
Silva (2018), afirma que "Na perspectiva sociointeracionista, as interações
sociais entre alunos e professores desempenham um papel fundamental na
construção do conhecimento e no desenvolvimento cognitivo dos estudantes" (p. 45).
Por fim, a Escola São Jorge se destaca como um ambiente que valoriza a
construção de relações significativas entre alunos e professores. Ao fomentar um
clima de confiança e colaboração, a instituição cria vínculos que vão além do espaço
físico da sala de aula, nutrindo um senso de comunidade que perdura ao longo da vida
escolar e além.
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desafios e conquistas. Contribuindo para a construção de um ambiente de trabalho
mais ético e justo.
Além disso, a adoção deste modelo de gestão na Escola São Jorge contribui
para o fortalecimento dos laços de confiança e colaboração entre todos os envolvidos
no processo educativo. Ao estimular o diálogo aberto e o respeito mútuo, a escola cria
um ambiente acolhedor e inclusivo, onde cada indivíduo se sente valorizado e
pertencente a uma comunidade comprometida com o bem-estar e o sucesso de todos.
Bruniera (2016) e Amaral (2006) afirmam que o sentimento de pertença é uma
crença subjetiva que une distintos indivíduos, a partir do que pensam sobre si mesmos
como membros de uma coletividade na qual símbolos expressam valores, medos e
aspirações. O sentimento de pertencimento diz respeito à ligação de cunho emocional
que os membros da comunidade escolar tem com a instituição. Nesse cenário, os
sujeitos se sentem parte daquele espaço, o que faz com que a escola tenha uma
representatividade diferente. Entendemos que, para que esta participação dos
membros da comunidade escolar aconteça, seja na escola ou em qualquer outro
espaço social, é necessário que haja comunicação.
Como afirma Souza, “a comunicação é um elemento fundamental para o
relacionamento social e que, com o passar do tempo, vem se tornando cada vez mais
importante dentro das organizações que buscam, nos relacionamentos com seus
públicos internos e externos, as portas para alcançar seus objetivos” (SOUZA, 2018, p.
15).
A comunicação em uma Gestão Democrática não se limita apenas à
transmissão de informações, mas também envolve o diálogo aberto e o respeito às
diferentes perspectivas e opiniões. Por este motivo a instituição relatada se dispõe a
criar um ambiente onde as vozes de todos sejam ouvidas e valorizadas, e onde as
decisões sejam tomadas de forma colaborativa e consensual.
Nesse contexto, a gestão democrática na Escola São Jorge não é apenas um
conjunto de práticas institucionais, mas sim um compromisso com a construção de
uma escola mais justa, inclusiva e democrática. É um processo contínuo de reflexão e
ação, pautado pelos princípios da igualdade, da participação e do respeito à
diversidade, que visa promover o desenvolvimento integral de todos os seus membros
e contribuir para a formação de cidadãos críticos, autônomos e comprometidos com a
transformação social.
REFERÊNCIAS
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Arroyo, M. G. (2010). Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. In:
M. G. Arroyo, G. A. F. CALDART & M. MOLINA (Orgs.). Por uma educação do campo:
traços de uma identidade em construção. Brasília, DF: INCRA, MDA.