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A gestão escolar vem encarando novos desafios e mudanças vindas das exigências da sociedade

por uma educação básica de qualidade, do avanço do conhecimento sobre a aprendizagem, das
novas políticas educacionais e do avanço do entendimento da gestão escolar que deve ser
democrática. Neste sentido, a gestão na educação surge precisamente para despertar que uma
escola não é formada exclusivamente de um gestor. Todos os membros diretos ou indiretos são
autores e colaboradores da gestão na educação.
Na atualidade para ser gestor precisa saber lidar com a teoria, o cientifico e fortemente o racional.
Assim, a gestão está relacionada à democratização da escola, no aspecto pedagógico, obtendo a
participação de todos nas decisões das ações a serem desenvolvidas, cujo objetivo é estabelecer
a unidade e integração de todas as ações do estabelecimento de ensino, de modo que se
concentrem na formação e aprendizagem dos alunos. Por isso, podemos afirmar que gestão é a
organização e o funcionamento da escola, ela conduz a realização de um plano ou projeto. Assim,
a gestão se organiza no formato da administração, junto com a política, planejamento e avaliação
da instituição.
No entanto, a gestão tem enfrentado alguns desafios nos dias atuais, pois fazer com que toda
comunidade escolar caminhe na mesma agilidade, torna-se difícil em muitas situações. Em
virtude de alguns problemas escolares, muitas vezes o planejamento realizado acaba não sendo
executado efetivamente, prejudicando assim o andamento das demais situações, já que todos
estão diretamente ou indiretamente ligados. Pensando assim, é primordial que o gestor escolar
seja um educador reflexivo, participando ativamente com a comunidade escolar de um projeto de
construção e de evolução do saber, baseado no estreito eixo de relacionamento entre professor,
aluno e conhecimento.
Ainda neste contexto, é importante considerarmos que a gestão tem por finalidade conquistar
desafios da administração escolar, buscando estratégias de maior alcance à gestão pedagógica,
a gestão de recursos humanos e administrativos no meio educacional. No correr do ano letivo de
2022 desenvolvemos a gestão de pessoas numa instuição de ensino municipal - Escola Municipal
Professora Enedina Costa de Macêdo, que fica localizada na Avenida Tiradentes, nº 2235, da
cidade de Guanambi-Bahia. A mesma funciona nos três turnos: matutino, vespertino e noturno.
Ela possui um total de 757 alunos, 45 professores e 36 demais funcionários. Temos os segmentos
do Ensino Fundamenta (I e II), EJA (Seg. I e Seg. II).
A gestão democrática/participativa exige daqueles que assumirão a função de Gestor Escolar
uma formação condizente com as novas exigências. Assim, parte-se do principio que o Gestor
Escolar é antes de tudo um educador, um pedagogo, e sua formação não ocorre simplesmente
nos cursos de graduação, mas de forma contínua e permanente. Assim, a gestão participativa
exige um trabalho coletivo de pensares, decisões, planejamentos, fazeres, monitoramentos, em
busca de respostas para a qualidade desejada e o crescimento de todos os envolvidos nos
processos.
Em nossa gestão buscamos melhoria na convivência entre as pessoas, que se constroem da
cultura de cada um, respeitando a limitação do outro, sempre mantendo a busca do exercício
coletivo e participativo da comunidade junto ao poder público para o fortalecimento da
democracia, ou seja, nossa comunidade escolar é autora das ações que beneficiam o andamento
do ensino-aprendizagem de nossos alunos e assim realça a evolução intelectual da sociedade na
qual fazem parte.
De acordo com Ferreira:
A gestão democrática da educação é hoje, um valor já consagrado
no Brasil e no mundo, embora ainda não totalmente compreendido
e incorporado à prática social global e à prática educacional
brasileira e mundial. É indubitável sua importância como um
recurso de participação humana e de formação para cidadania. É
indubitável sua necessidade para a construção de uma sociedade
mais justa, humana e igualitária. É indubitável sua importância com
fim de humanização. (Ferreira, 1998, p.72).
Por isso, intensificamos o fortalecimento dos procedimentos de participação das comunidades
escolares no governo da escola e buscamos a descentralização do poder na tomada de decisão
dentro dela. Nesse contexto, temos como objetivo nos envolver na construção dos projetos, das
propostas pedagógicas, projeto político pedagógico (PPP), entre outros. Com este olhar,
vivenciamos um processo democrático e que vai além da gestão administrativa.
Os desafios enfrentados pela escola exigem maior preparo da gestão, uma vez que nosso
trabalho como gestores vai muito além do que é pensado, podemos ser coordenadores,
facilitadores e mediadores de todos os processos da escola, pois líderes fazem-se, não nascem
feitos. E isto vale para nosso trabalho, desenvolvemos a arte de nos tornar capazes de gerir a
escola como um verdadeiro líder, que aprende continuamente e se comunica. É amar o outro e
liderar com empatia. Enfim, nos reportamos sempre à função de líderes e gestores quando
exercemos a atribuição de doar-se, amar e servir ao outro. Pois sempre que vemos o problema do
outro como parte de nós mesmos, firmamos no propósito de cuidar e tentar resolver, faz de nossa
gestão algo verdadeiro e contínuo.
A equipe da gestão da Escola Enedina Costa de Macêdo desempenha as funções de forma
articulada, com o compromisso de oferecer um serviço de qualidade, com habilidade para lidar
tanto com o administrativo quanto com o pedagógico. Nesse ponto, fazemos com muita cautela e
dedicação, pois é imprescindível a participação da escola na formação total do aluno como
cidadão, já que somos conscientes dos direitos e deveres e também de nossa importância na
transformação político-social do país ao introduzir na sociedade cidadãos capazes de melhorar o
que está em sua volta.
Quando assumimos o papel de gestor congregamos objetivos e ações plurais de um grupo,
conscientes dos conflitos e consensos existentes nas relações entre estudantes, educadores,
pessoal de apoio, pais e comunidade do seu entorno. Com isso, tivemos que nos organizar há
uma relação dialógica a ser cultivada, construída e vivida de forma distinta entre os agentes da
educação e gestores, com estratégias a serem empreendidas pela escola com trajeto estruturado
no Projeto Político Pedagógico escolar.
Além das ações que tivemos que adotar diante das necessidades dos funcionários e
colaboradores, também estimulamos a equipe para que ocorresse o processo de construção do
conhecimento em todos os cantos da instituição. Para isso nos concentramos nas pessoas, e não
no sistema, encontramos tempo de aprender mais sobre o ambiente e todos os envolvidos no
processo, motivamos as pessoas para acreditarem na possibilidade de mudar o ambiente de
trabalho, procurando diversificar as atividades, incorporar uma visão geral dos problemas que
sempre aparecem, mas que juntos fazemos desaparecer. Praticamos uma comunicação aberta e
franca, pois acreditamos no trabalho em equipe e principalmente o de nossa equipe. Tentamos
ser os líderes que faziam parte do todo, acessível e capaz de compreender as necessidades do
outro, equilibrar o interesse de todos os envolvidos, sem ter colaborador predileto e sempre
participar das ações e assim promover coletividade e bem estar no desenvolvimento das tarefas.
Por isso, nossa escola é constituída por um colegiado escolar e um conselho escolar reforçados
quanto à credibilidade em tomadas de decisão incisivas para um excelente funcionamento.
No planejamento buscamos envolver todos na execução e voltar-se á avaliação para percepção
do desempenho e objetivo alcançado. Além disso, tentamos proporcionar um ambiente favorável
para a realização do pessoal, designando-os para funções que permitam a utilização do seu
potencial. Por exemplo: O professor de Arte decora a escola nas programações festivas,
professor de Educação Física desenvolve as atividades que envolvem esportes, competições e
assim por diante. Apresentamos esclarecimentos teóricos a toda comunidade sobre a intenção do
planejar coletivamente, incentivamos as potencialidades para se tornarem ações criativas e
inovadoras que garantirão o desenrolar do processo, a fim de que todas as decisões sejam de
acordo com a realidade da escola. Deste modo, conseguimos garantir uma educação mais
humana e democrática.
Nesta Instituição, promovemos a liberdade, o respeito, a fraternidade e o companheirismo no
processo planejado, pois sabemos que são fatores preponderantes para a(para o bom
desempenho escolar) e de uma efetivação de uma escola conjunta e coerente. Assim,
conseguimos atingir a conscientização do público, e a mudança de atitudes, com relação a
ideologias colocadas pelo sistema dominante, pois se não fizéssemos assim, a comunidade se
manteria com a visão alienada do meio em que vive.
Oferecer um ambiente favorável e preservar o interesse da comunidade escolar não são tarefas
fáceis. Mas, somos desafiados a desenvolver situações que permitam o encontro e o diálogo.
Sabemos que muitas vezes existem pessoas que participam da realização do trabalho apenas por
obrigação, desejam somente a garantia da permanência no emprego ou visam somente o
dinheiro, ao invés de compartilharem objetivos, valores, crenças, expectativas comuns. Além
disso há aqueles que, só por estarem presentes em determinados momentos, já acham que estão
participando. Quanto a estes indivíduos buscamos alternativas que não os tornem indesejáveis e
consolidamos uma realização concreta no fazer educação de qualidade.
Dalmás (1994, p. 45) destaca a questão do clima escolar:
Em uma escola não pode haver hostilidade, individualismo,
irresponsabilidade e omissões, pois este clima compromete o andamento
do planejamento participativo. Em contrapartida, um ambiente de acolhida,
aceitação mútua e interesse um pelo outro, proporcionam um clima
favorável ao trabalho coletivo, compartilhado e democrático.

Em nossa escola a participação dos pais é pequena e são sempre os mesmos que assistem as
reuniões ou acompanham o desempenho de seus filhos. Na maioria das vezes a participação é
daqueles que menos possuem “dificuldades” em casa. Acreditamos que um fato que talvez
justifique a ausência dos pais seja o trabalho inflexível, a distância ou até mesmo falta de
compromisso com a educação de seus filhos. Diante deste problema, não desistimos de
sensibilizar os pais para participarem ativamente da vida escolar dos seus filhos, pois a escola faz
parte do cotidiano do aluno e os pais devem estar envolvidos em todo o processo de
aprendizagem. Sabemos que a participação das famílias melhora o envolvimento da comunidade
e este enlace Escola-Família contribuirá significativamente para uma educação de sucesso. Neste
sentido, estamos constantemente promovendo a gestão participativa, com responsabilidades
compartilhadas pelas comunidades internas e externas da escola, pois a qualidade da educação é
interesse tanto da equipe escolar quanto dos alunos e de suas famílias, enfim de toda
comunidade inserida neste meio educativo.
Em virtude da importância dessa parceria entre escola e família que lutamos desde o primeiro dia
de gestão pela permanência da família na escola, porque acreditamos que uma escola de
qualidade tem toda sua comunidade unida, pensando e caminhando juntas, isto é, democrática, é
o padrão de nossa gestão neste ano de 2022.
REFERÊNCIA:

FERREIRA, N. S. C. A gestão da Educação e as políticas de formação de profissionais da educação:


desafios e compromissos. In: FERREIRA, N. S. C. (Org.). Gestão democrática da Educação:
atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998.

DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola. São Paulo: Record, 1994.

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