MESTRADO EM GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Disciplina: História de Vida

Professor: Felipe Maia
Mestrando: Helbert Eder Carneiro de Souza

Os "Mundos da Vida" e do Conhecimento Escolar: Em Busca de Transformações

Ao refletir sobre minha história de vida e experiência profissional, percebo a

importância da forma como as escolas lidam com as diferenças e as tensões entre os
"mundos da vida" de suas comunidades, que englobam os servidores da educação,
estudantes e famílias, tudo isso associado ao conhecimento formal. Essa abordagem
influencia diretamente a qualidade da educação e o impacto que ela tem na formação
dos indivíduos pensantes.
As escolas desempenham um papel fundamental na construção de uma
sociedade mais justa e igualitária. No entanto, muitas vezes, elas enfrentam desafios ao
lidar com as várias diferenças culturais, sociais e expressões linguísticas presentes em
suas comunidades.
A abordagem pedagógica tradicional, focada somente na transmissão de
conteúdos, muitas vezes não considera as experiências e realidades dos estudantes, o
que pode resultar em desinteresse e falta de engajamento numa aprendizagem
significativa.
As escolas, como um ambiente plural, deveriam buscar construir um ambiente
de aprendizagem que seja inclusivo e que valorize as diferentes linguagens e culturas.
Em minha experiência profissional, testemunhei casos em que governos que
buscavam ignorar as diferenças culturais e sociais, adotando uma abordagem
padronizada e uniforme para todos os estudantes. Isso leva à uma invisibilização de suas
identidades e dificultava o processo de aprendizagem. Além disso, a ênfase excessiva
em avaliações padronizadas e em larga escala acabava por reforçar uma hierarquização
de conhecimentos, colocando em segundo plano saberes e habilidades adquiridos fora
do contexto escolar.
Outro desafio é a falta de compreensão cultural. Os professores e os estudantes
podem ter diferentes valores e crenças, o que pode dificultar a comunicação e o
entendimento mútuo. Isso geralmente leva a conflitos e mal-entendidos.
Entretanto, também presenciei experiências muito positivas, em que escolas e
educadores buscavam valorizar a diversidade presente entre seus alunos. Por meio de
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práticas pedagógicas mais participativas, inclusivas e diversificadas, incentivando os

estudantes a compartilharem suas vivências e conhecimentos, enriquecendo o ambiente
de aprendizagem. Nessas experiências percebi que a escola pode compreender que a
relação entre os vários "mundos da vida" e o conhecimento escolar não deveria ser
conflituosa, mas sim um caminho para a construção de um conhecimento mais
significativo.
Quando digo sobre transformações que a escola pode buscar construir, acredito
que a primeira delas é a promoção de uma abordagem pedagógica mais inclusiva e
sempre contextualizada. Isso implica em reconhecer e valorizar as múltiplas formas de
conhecimento, culturas, costumes presentes nas comunidades, integrando-as ao
currículo e às práticas educacionais. Os trabalhadores da educação devem estar abertos
ao diálogo com os estudantes e suas famílias, buscando compreender suas realidades e
necessidades específicas. Mesmo essa, muitas vezes, não sendo uma diretriz das
políticas públicas da educação, ainda mais aquelas com viés neoliberal.
Outro ponto crucial é investir na formação continuada dos educadores,
capacitando-os para trabalhar com a diversidade cultural e linguística. Isso envolve a
sensibilização para as diferentes formas de expressão dos estudantes, respeitando suas
identidades e reconhecendo a importância dessas narrativas no processo de
aprendizagem.
Acredito que essas transformações são fundamentais para a construção de uma
sociedade mais justa, inclusiva, equitativa, democrática e com aprendizado
significativo.