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UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET


Campus Sorocaba

Curso: Engenharia – Ciclo Básico Disciplina: Noções de Direito

ProfªMªGlauci Móra
Homem/ ser social

UBI SOCIETAS, IBIS JUS.


ONDE ESTÁ A SOCIEDADEM ESTÁ O DIREITO.
ONDE ESTÁ O DIREITO ESTÁ A SOCEIDADE.

ESTADO (função do estado proporcionar o bem


estar à sociedade) – Sociedade organizada
BEM ESTAR/ ORDEM SOCIAL: ESTABELECER
RESTRIÇÕES/ determinar limites: organização por
meio de NORMAS DE TODA ESPÉCIE

Direito natural e direito positivo

Direito Natural pode ser entendido como o direito


que adquirimos ao nascer, e ninguém pode
modificar “não é escrito, não é criado pela sociedade,
nem é formulado pelo Estado” como afirma Paulo
Nader. Não depende de lei alguma, é válido
universalmente, é imutável e não é afetado pelo
tempo. É abstrato, não podemos tocá-lo, apesar de
saber que ele existe. O Direito Natural ensina aos
homens através da experiência e da razão.
Direito Positivo, que tem sua origem e
fundamento no Direito Natural, é o conjunto
concreto de normas jurídicas que apresentam
formulação, estrutura e natureza culturalmente
construídas, isto é, as leis que temos que nos
submeter. É criado por meio de decisões voluntárias
e depende da manifestação de vontade, por exemplo,
de uma autoridade ou da sociedade.

Ainda segundo Nader, “o Direito Positivo quando se


afasta do Direito Natural, cria leis injustas”. Este
primeiro é imposto pelo Estado, válido por tempo e
território determinados e tem como fundamento a
ordem da sociedade. Já o Direito Natural é superior
ao Estado, ligado a princípios e nasce da própria
natureza humana, como por exemplo, o direito à
vida, à liberdade, à reprodução e corresponde à ideia
de justiça.

Referências
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 34. Ed. Editora Forense, 2012.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27. Ed. Editora Saraiva, 2009.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 40. Ed. Rio de
Janeiro: Editora Forense, 2008.

A FINALIDADE DO DIREITO É A REALIZAÇÃO DA JUSTIÇA

Direito e Justiça são conceitos que se entrelaçam, a


tal ponto de serem considerados uma só coisa pela
consciência social. Fala-se no Direito com o sentido
de Justiça e vice-versa. Sabemos todos, entretanto,
que nem sempre eles andam juntos. Nem tudo que
é direito é justo e nem tudo que é justo é direito.
Por que isso acontece? Isso acontece porque a idéia
de Justiça engloba valores inerentes ao ser humano.

Quando a sociedade é heterogênea não é possível falar de


igualdade/equidade. | Foto: Reprodução.

É possível falar em justiça?


ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO –
DEFININDO NOSSOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS

O Artigo 5º da Constituição Federal (CF)


de 1988 conta com 78 incisos que
determinam quais são nossos direitos
fundamentais, como a Igualdade de
Gênero, a Liberdade de Manifestação do
Pensamento e a Liberdade de
Locomoção, que têm como
objetivo assegurar uma vida digna,
livre e igualitária a todos os cidadãos de
nosso País.
Entretanto, poucos lembram que todo
artigo têm um texto próprio, chamado
de Caput, que traz a ideia principal que
seus
incisos, parágrafos e/ou alíneas devem
respeitar, defender e regular .
CAPUT
“Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à segurança e à
propriedade […]”

Na opinião da estudante Raíssa Sousa, as oportunidades e vagas


de emprego são restritas a uma classe predominante, a de
pessoas brancas e ricas. Dessa forma, as universidades públicas,
que deveriam ser a porta de entrada dos menos favorecidos ao
mercado de trabalho, concentram apenas os que tiveram uma
educação de qualidade e, em grande maioria, a pele branca.

Isso é provado ao analisarmos os últimos dados do IBGE, os quais


indicam que a taxa de analfabetismo dos negros é o dobro da
dos brancos, apenas 18,3% dos estudantes de ensino superior
são pardos e negros e 75% da população mais pobre é formada
por pessoas negras.

Assim, confirma-se que para este grupo social, existem duas


barreiras: a renda e a cor da pele, o que demonstra a não
aplicação do conceito igualdade, pois as condições sociais não
são as mesmas.

Dessa maneira, é possível concluir que a igualdade


não basta em nossa sociedade. É injusto aplicar
condições iguais a pessoas de realidades tão
diferentes. É desejável que haja a diversidade, a
equiparação de direitos, a equidade.

Disponível em https://falauniversidades.com.br/igualdade-x-
equidade-os-reflexos-na-sociedade-brasileira/.
Direito objetivo e direito subjetivo

Vale lembrar que o conceito de norma abrange


tanto as regras (comandos concretos) quanto
os princípios (diretrizes abstratas). Já a
expressão direito subjetivo (right), por sua vez,
refere-se a uma faculdade incorporada à
chamada esfera jurídica do sujeito em
decorrência de previsão do direito objetivo.
Cuida-se da faculdade de um sujeito realizar
uma conduta comissiva (ação) ou omissiva
(omissão) ou exigi-la de outro sujeito. Do
direito subjetivo dizem os romanistas: ius est
facultas agendi (direito é a faculdade de agir).
Por se tratar de faculdade, o exercício efetivo
de um direito subjetivo depende da vontade
do próprio sujeito; ninguém pode forçar
outrem a exercer direito subjetivo. Tomemos a
primeira parte do art. 1.517 do Código Civil.
Trata-se de uma norma, e, por conseguinte, de
direito objetivo. Segundo esse dispositivo, “o
homem e a mulher com dezesseis anos podem
casar”. Logo, Clóvis, com vinte e dois anos, e
sua noiva, Berenice, com vinte e um, têm
incorporado a suas esferas jurídicas o direito
subjetivo de se casar, o qual pode ser exercido
ou não, dependendo da vontade do casal,
porquanto se trata de faculdade.
Outro exemplo: o art. 5º da Constituição
Federal de 1988 prevê o direito objetivo de
propriedade: “todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade”. Caio, então, que compra um
carro e o recebe, adquire o direito subjetivo de
propriedade do veículo, o qual se incorpora à
sua esfera jurídica.
O direito subjetivo de propriedade lhe confere
as faculdades de usar, fruir e dispor do carro,
bem como de exigir que todas as demais
pessoas omitam-se de usar, fruir e dispor do
mencionado bem. Ou seja, o direito de
propriedade concede faculdades referentes a
ações e omissões. Mas, se for a vontade de
Caio abandonar o veículo, então estará
deixando de exercer o direito subjetivo de
propriedade, e outra pessoa poderá se
apropriar do bem. Essa conduta de Caio é lícita,
pois o direito subjetivo se reveste em uma
faculdade: pode ser exercido ou não.
Aos direitos subjetivos correspondem os
chamados deveres. Destarte, se Helena e Caio
têm o direito subjetivo de se casar, então
alguém (no caso, um juiz de casamentos) tem o
dever de casá-los; se Orlando tem o direito
subjetivo de propriedade da vaca Mimosa,
então todas as demais pessoas têm o dever de
não perturbar a propriedade de Orlando.
Considerando a relação entre o sujeito do
direito e o sujeito do dever, a esfera de
operação do dever e o objeto da relação, os
direitos subjetivos dividem-se ainda em
direitos absolutos e direitos relativos. Em razão
de essa classificação ser de fundamental
importância para o estudo dos Direitos das
Obrigações e das Coisas, o leitor a encontrará
detalhadamente expendida no primeiro
capítulo da Parte II – Direito das Obrigações –
desta obra. Por ora, adiantamos que direitos
absolutos consistem em direitos que travam
uma relação jurídica entre o sujeito do direito e
toda a coletividade, e incidem diretamente
sobre um bem, enquanto direitos relativos
consistem em direitos que operam em uma
relação entre o sujeito do direito e o titular do
dever correspondente, e incidem diretamente
sobre um fato de um dos sujeitos.
Disponível em
http://genjuridico.com.br/2020/04/30/direito-
objetivo-e-direito-subjetivo/
por Elpídio Donizetti e Felipe Quintella
30.abr.2020

DIREITO E MORAL

A palavra moral decorre sociologicamente


de mores, que sob esse sentido pode ser
compreendida como o conjunto de práticas,
de costumes, de usos, de padrões de conduta
em determinado seguimento social. Nesse
sentido, cada povo, cada época, cada setor da
sociedade possui seu próprio padrão, sua
própria moral.
Levou algum tempo no curso da história da
humanidade para que fossem criados padrões
de cultura, de ação, de ética, de moral. Por
meio dessas práticas, a sociedade procura
atingir seus objetivos.

A moral não só orienta a conduta dos


indivíduos em sociedade, como também a
sociedade utiliza-se das regras morais para
julgar os indivíduos, aprovando ou reprovando
suas ações segundo seus imperativos morais
(Dimoulis, 2003:97)

Norma Moral: determina ao homem qual a


conduta a seguir para o seu aperfeiçoamento
como homem, entre as possíveis condutas
dele próprio.

Características das Normas Morais e Éticas:


 Fundada na esfera íntima

 Visa o bem individual

 Espera aperfeiçoar o ser humano em sua individualidade

 Dotadas de unilateralidade e apenas prescrevem um


comportamento sem prescrever coação.

Fundamentos:
 Interior: o foro íntimo, a chamada “consciência moral independente
 Exterior: a consciência social – idéias impostas pelo sentimento de
moralidade do grupo, para o seu próprio bem-estar.
 Sanção: remorso ou desprezo social.
Normas morais sociais
"Etiquetas sociais”, Deveres do indivíduo para com seu grupo social.
Buscam aperfeiçoar o ambiente social. Cortesia, cavalheirismo,
pontualidade, galanteria... · Fundam-se em usos, hábitos, costumes

Finalidade das normas morais


As regras morais objetivam o aperfeiçoamento do indivíduo; as regras
jurídicas apenas facilitam o convívio social, procurando prevenir e
solucionar conflitos.
Por tal razão, as normas morais regulam principalmente a conduta"
interna "da pessoa, e o direito interessa-se pelo comportamento"
externo "e não pelos motivos da ação humana ou pelo pensamento.

O direito não proíbe pensamentos “pecaminosos” ou imorais nem se


interessa por que o indivíduo decide respeitar a regra jurídica. Quem não
mata uma pessoa por amor ao próximo é uma pessoa que respeita a
legalidade tal como aquele que se abstém do homicídio por puro medo
da pena, já que o direito quer preservar a vida e os demais bens dos
membros da sociedade e não deseja moralizar o comportamento
humano

Normas jurídicas

1. Buscam o “bem” social.

2. Esperam orientar a conduta para concretizar valores sociais,


sendo o maior deles a Justiça.

3. Dotadas de bilateralidade, atributividade e coercibilidade.

Moral
Moral é individual, interna, pertence à conduta individual da pessoa, ao
seu consciente ou inconsciente, ao seu íntimo, enquanto o Direito
representa sempre uma alteridade, uma relação jurídica, uma norma de
agir dotada de sanção e coerção, projetando-se, portanto,
externamente.

Tanto a Moral como o Direito possuem conteúdos éticos, isto é, o


sentido de agir. A ação, ou mais amplamente a conduta, pode ser ética
ou jurídica. Com muita frequência, ação amolda-se ou contraria tanto a
Moral como o Direito. Moral e Direito possuem, por conseguinte, um
fundamento ético comum, tanto que no antigo direito romano os dois
confundiam-se.
Um dos temas mais interessantes abordados pela Filosofia Jurídica
abrange a questão da relação entre o direito e a moral, permitindo uma
infinita discussão doutrinária acerca do assunto.

De fato, na vida cotidiana estamos constantemente cumprindo normas


que visam regular nossa conduta perante a sociedade e até mesmo
frente a nós mesmos.

Há normas que somos obrigados a cumprir, ou seja, possuem um caráter


imperativo, pois versam sobre condutas consideradas essenciais para o
funcionamento normal da vida social. São regras que visam a satisfação
do bem coletivo, o equilíbrio das relações humanas e a manutenção da
ordem na esfera comunitária, portanto, não estando sujeitas ao livre
arbítrio da vontade individual. Dessa maneira, podemos nos situar no
campo do Direito, que impõe regras de conduta que devem ser
observadas, valendo-se até mesmo da força coercitiva para assegurar o
seu cumprimento.

Entretanto, há preceitos que seguimos livre e conscientemente,


tomando-os como valores subjetivos para a satisfação de um bem
individual ou para a realização de uma vontade de espírito. Assim,
estamos situados na esfera da Moral.

Não são regras imperativas, muito menos coercitivas, sendo o seu


cumprimento ou não dependente do caráter de cada pessoa. Os valores
morais encontram-se dentro da consciência de cada indivíduo, cabendo a
este julgar o que considera certo ou errado, tolerável ou intolerável.
Porém, ninguém nasce com a consciência repleta de normas ou valores,
sendo estes transmitidos da sociedade para o indivíduo. Um dos
principais “canais transmissores” destes preceitos é a família que nos
ensina desde pequenos quais os limites entre o moral e o imoral.

Contudo, como já foi citado anteriormente, depende da consciência de


cada indivíduo aceitar ou não estes limites, caso contrário, seríamos
como cópias dos nossos pais. É por isso que os valores morais variam de
sociedade para sociedade e de época para época.

A imperatividade, com efeito, é uma das balizas que nos permitem


visualizar uma diferença entre as regras morais e as normas jurídicas. No
caso da moral, a aceitação destas normas fica a cargo da consciência de
cada indivíduo, enquanto que, na seara jurídica, há uma força externa
que nos compele a obedecê-las.
Por ex., nenhuma empresa é obrigada a realizar doações para uma
instituição de caridade (cumprimento de um preceito moral), porém,
todas têm que pagar tributos ao Estado (observação de uma norma
jurídica), sob pena de sofrer as consequências impostas por este.

Direito x Moral

Porém, o problema da diferença entre a Moral e o Direito não é tão


simples quanto parece. Para Maria Helena Diniz, é na questão do
autorizamento que reside a principal resposta para essa discussão. A
norma jurídica é a única que concede ao lesado pela sua violação a
permissão para exigir a devida reparação pelo mal sofrido. Autoriza o
indivíduo prejudicado a acionar o poder público para que este valha-se
até mesmo da força que possui para assegurar a sua observação. Já as
regras morais não possuem tal característica. De fato, ninguém pode
mover o Poder Judiciário para exigir que determinada pessoa conceda
uma esmola a um mendigo, por exemplo.

É impossível falar da relação entre o Direito e a Moral sem mencionar a


“Teoria do Mínimo Ético”, defendida por vários filósofos e doutrinadores
do Direito. Tal teoria classifica o Direito como uma parte da Moral, ou
seja, os valores jurídicos seriam, antes de tudo, valores morais. O Direito
não seria nada mais que um conjunto de normas morais consideradas
essenciais para a sobrevivência da sociedade. Desta maneira, apenas
alguns valores morais, devido a sua importância, necessitariam de uma
forma especial, transformando-se em normas jurídicas.

Cabe agora indagar se realmente o Direito limita-se a abranger regras


puramente morais. É óbvio que não. De fato existem normas jurídicas
que nascem de preceitos morais estabelecidos pelos costumes de um
determinado povo. Mas não seria correto afirmar que todas as leis de
uma região possuem conteúdo moral. Basta citar que existem normas
amorais (alheias ao campo da moral) que são jurídicas (por ex., as
normas de tráfego aéreo), bem como normas que tutelam fatos
considerados imorais pela maioria da sociedade e que são, à luz do
Direito, perfeitamente legais.

Temos a convicção que apenas há uma diferença


principal entre o direito e a moral é o poder de
coercibilidade. Isso no aspecto social e material, mas,
dentre muitas vezes a dor psicológica é a pena do
infrator. Neste campo a moral é imbatível. Nesta ótica
temos as lições de Tércio Sampaio Ferraz Júnior (6)

“... A justiça é o princípio e o problema moral do direito. Ë preciso, porém,


esclarecer uma última questão: como se distingue o direito da moral e
como se comporta a validade das normas jurídicas perante as exigências
dos preceitos morais de justiça.” O mesmo autor conclui “O direito, em
suma, privado de moralidade, perde sentido, embora necessariamente
não perca o império, validade e eficácia. Como, no entanto, é possível às
vezes, ao homem e à sociedade, cujo sentido de justiça se perdeu, ainda
assim sobreviver com o seu direito, este é um enigma, o enigma da vida
humana, que nos desafia permanentemente e que leva a muitos a um
angustiante ceticismo e até a um despudorado cinismo.”

Distinção
Distinção entre Direito e Moral Direito e a Moral são dois parâmetros,
duas determinantes de condutas socialmente corretas, cada um com
suas características e formas de imposição diferentes, mas que estão
sempre juntos, de alguma forma. A ideia de que tudo que é direito é
moral nem sempre é verdadeira.

O Direito pode tutelar o que é amoral (o que não é moral nem imoral),
como a legislação de trânsito, cuja alteração não afetaria a moralidade, e
até mesmo o que é imoral (o que vai contra a moral), como por exemplo
a divisão do lucro em valores idênticos entre os sócios, por mais diligente
que seja um e ocioso o outro.

Por maior que seja o desejo e o esforço para que o direito tutele só
aquilo que é" lícito moral ", sempre haverá resíduos imorais no Direito. A
teoria do" mínimo ético "consiste em dizer que o Direito representa o
mínimo de moral imposto para que a sociedade possa sobreviver. Como
nem todas as pessoas levam em consideração a moralidade de um ato ao
praticá-lo, ou seja, sempre existe um violador da moral, surge então a
figura do direito, como instrumento de imposição das normas de forma
mais rigorosa.

Há regras que são seguidas naturalmente, ou seja, moralmente.


Entretanto, há aquelas que só são cumpridas porque existe uma coação.
É possível dizer que a moral é o mundo da conduta espontânea, a adesão
do indivíduo ao que é determinado pela regra. Não existe moral forçada.
Devolver o objeto perdido ao dono sob pressão de outrem não é um ato
de verdadeira moralidade, pois não houve uma vontade espontânea da
parte de quem o encontrou.

Regras Jurídicas
Em relação ao Direito, pode-se dizer que suas regras só são seguidas, na
maioria das vezes, porque por trás delas existe uma pena pelo seu não
cumprimento, ou seja, só são cumpridas porque são cogentes. Esta é a
principal distinção entre o direito e a moral: a sua coercibilidade.

É possível ou não obedecer a uma norma de direito bem como à uma


norma moral, mas o não cumprimento da segunda resultará em uma
condenação moral, conseqüência abstrata, e não uma conseqüência
objetiva, concreta. Isto significa que a moral é incoercível e o direito é
coercível, tendo a pessoa a faculdade de obedecê-los segundo as
consequências que sofrerá. Daí dizer que o direito e a moral são
diferentes, mas de alguma forma estão juntos.

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e


do Direito. Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm
grandes vínculos e até mesmo sobreposições. Tanto a Moral como o
Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma
forma de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras
geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se
conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.
“O Tribunal do Direito é regulado pelo Estado, diferente do tribunal da
consciência, reduto da Moral que cada um de nós carregamos.”

O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada


pelas fronteiras do Estado. As leis tem uma base territorial, elas valem
apenas para aquela área geográfica onde uma determinada população
ou seus delegados vivem. O Direito Civil, que é referencial utilizado no
Brasil, baseia-se na lei escrita. A Common Law, dos países anglo-saxões,
baseia-se na jurisprudência. As sentenças dadas para cada caso em
particular podem servir de base para a argumentação de novos casos. O
Direito Civil é mais estático e a Common Law mais dinâmica.
Alguns autores afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. Esta
perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente
aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre
a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando argumentos
morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um
exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma
mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

Ensina-nos com muita propriedade o ilustre jurista Miguel Reale: “Ao


homem afoito e de pouca cultura basta perceber uma diferença entre
dois seres para, imediatamente, extremá-los um do outro, mas os mais
experientes sabem a arte de distinguir sem separar, a não ser que haja
razões essenciais que justifiquem a contraposição
Ética

A palavra ética provém de éthos, que no grego tem o


sentido de costume. Significa na verdade, um modo de
ser, de se comportar. Desse modo, a ética liga-se ao
conceito de bons costumes, bom comportamento.

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos


objetivos da Ética é a busca de justificativas para as
regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é
diferente de ambos - Moral e Direito - pois não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é
que a caracteriza. Nesse sentido a ética é a parte da
filosofia que estuda o comportamento humano.
Disponível em
https://adeilsonfilosofo.jusbrasil.com.br/artigos/236659
547/direito-e-moral

“nunca foi tão urgente, como hoje se evidencia, reabilitar


a ÉTICA em toda a sua compreensão. A crise da
Humanidade é uma crise de ordem moral. Os
descaminhos da criatura humana, refletidos na violência,
na exclusão, no egoísmo e na indiferença pela sorte do
semelhante, assentam-se na perda de valores morais”.

Assim, faz-se necessário - de forma urgente, em nossa


sociedade - uma reabilitação e conscientização, não só
em relação aos estudos do conceito de ética, mas
também da construção do seu sentido na prática, em
busca de tornar os indivíduos mais humanos, menos
individualistas e crentes na construção de uma sociedade
mais justa a partir de ações éticas coletivas.

1.2 Ética e Moral.

Bittar e Almeida (2010, p. 542) elencam que a Moral


se “constitui por um processo acumulativo de
experiências individuais, que vão ganhando
assentimento geral, até se tornarem regras e
normas abstratas”. Acrescenta, ainda, o primeiro
autor citado, que “a moral é o conteúdo da
especulação ética, pois se trata do conjunto de
hábitos e prescrições de uma sociedade; é a partir
de experiências conjunturais e contextuais que
surgem os preceitos e máximas morais” (BITTAR,
2002, p.10). Neste sentido, por mais que a ética e a
moral se apresentem como institutos filosóficos
diferenciados, aquela especula sobre esta e desta
não pode se desvincular, considerando-a objeto de
avaliação, discussão e crítica.

Ou seja, o objeto da ética é a moral.


Ressalve-se que, considerando a
internalidade da moral na ética, há
quem não se preocupe em distinguir os
dois termos, preferindo enfatizar a
interdependência existente entre eles.
Por outro lado, outros preferem, seja
por questão metodológica ou por
entender que se tratam de termos
distintos, defini-los separadamente.

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