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Universidade Federal de Sergipe

Disciplina de Direito Civil I

PRINCÍPIO DA IGUALDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS


José Rodrigo dos Santos1
Valéria Costa Santos2
Valeria Moraes Silva3

1. INTRODUÇÃO
Sobre os direitos individuais e coletivos, a Constituição Federal de 1988 dispõe em seu
artigo 5º, caput, sobre o princípio constitucional da igualdade, perante a lei. Tendo como
foco da discussão o princípio da igualdade, sabe-se que as pessoas ainda não têm acesso às
mesmas condições e aos mesmos direitos, a doutrina desenvolveu a ideia de igualdade
material e formal. Isto significa que o Estado necessita criar meios concretos, razões
afirmativas, para reduzir as desigualdades sociais.
A igualdade de gênero, igualdade na implementação dos direitos fundamentais,
igualdade nas relações de trabalho, igualdade federativa e a igualdade de acesso a cargos,
empregos e funções públicas são algumas espécies constitucionais de materialização.
Assim, o Estado deve buscar a igualdade de oportunidades a todas as pessoas por meio
de políticas públicas e de leis que, atentas às características dos grupos menos favorecidos,
compensem as desigualdades decorrentes do processo histórico da formação social.

2. PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Na área do direito, a palavra princípio é proferida para dois sentidos, o primeiro refere-
se a acepção moral de condutas e virtudes e, o outro, a definição de base lógica para um
rede de conhecimento filosófico e científico. A forma equânime da igualdade e da sua
finalidade alcançou seu espaço como princípio diante de toda sua importância, e esta, além
de fazer parte do sistema jurídico, também está incluída no legítimo direito subjetivo.
Quando falamos do direito à igualdade (ou princípio da isonomia), na verdade, estamos
tratando de um gênero, que pode assumir duas espécies diferentes: a igualdade formal e a
igualdade material. A igualdade formal é aquela prescrita no início do caput do art. 5º e seu
inciso I, em que se identifica uma identidade de direitos e deveres concedidos a todos os
membros de uma dada sociedade, sem distinções.

1
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
2
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
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Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
A igualdade formal abrange:
a) a igualdade na lei - dirigida ao legislador, significa que as normas jurídicas não podem
prever distinções que não sejam autorizadas pela Constituição Federal. Não pode uma
lei recém criada trazer privilégios para apenas uma parcela da sociedade;
b) a igualdade perante a lei - dirigida ao aplicador da lei, exige que as normas jurídicas
sejam aplicadas de maneira igual a todos, impedindo tratamento seletivo ou
discriminatório. Não pode, por exemplo, o juiz deixar de aplicar a pena a um criminoso
por questões de afinidade pessoal.
A chamada igualdade material tem a finalidade de buscar a equiparação dos cidadãos sob
todos os aspectos, inclusive o jurídico. Nesta, identificam-se diferenças nas pessoas que
compõem o grupo social, e busca-se tratar os diferentes de forma diferente para garantir, ao fim
e ao cabo, as mesmas oportunidades a todos. É a consagração do ideal de Aristóteles, para quem
a igualdade consiste em “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida
em que eles se desigualam”.

3. CONSEQUÊNCIAS DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE


No ano de 1954, após o caso “Brown v. Board of Education”, onde havia separação entre
negros e brancos em várias escolas dos Estados Unidos foi deferida a inconstitucionalidade da
tese da Suprema Corte Americana que tinha como referência a frase “Separado, mas Igual”.
Porém, em diversos Países ocorreram diferentes situações que feriam veementemente a
igualdade social, ainda no exemplo do mesmo País, no Estado da Louisiana, havia uma lei que
determinava a separação entre brancos e negros em vagões de estrada de ferro, Homer Plessy,
um negro que ali residia, comprou o bilhete e entrou no vagão destinado aos brancos , foi preso
imediatamente e ainda perdeu o processo visto que a doutrina dos " Iguais, mas separados", foi
dada como resposta final no processo reforçando ainda mais a segregação.
A principal consequência é que ninguém seja tratado de forma diferente, sem uma
justificativa ou fundamento razoável. A dimensão defensiva do princípio da igualdade

1
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
2
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
3
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
encontra-se no princípio da proibição da discriminação e na determinação das consequências
jurídicas na ocasião da violação deste princípio.
É notório o grande vão que ainda existe até os dias de hoje entre o que é previsto na lei e o
que realmente acontece, e as medidas tomadas acerca do tema, majoritariamente, permanecem
na prática sem grandes mudanças e aplicabilidade da lei, seja nas desigualdades econômicas,
sociais, raciais e na isonomia social em geral.

4. CONCLUSÃO
Dessa forma, o Estado deve praticar alguns atos em favor de algumas minorias que
foram historicamente e culturalmente discriminadas, a fim de corrigir tais desigualdades.
Exemplos disso são as cotas étnico-raciais e o tratamento diferenciado para pessoas com
deficiência.
– Igualdade formal e igualdade material
– Igualdade na lei e igualdade perante a lei
A igualdade na lei é destinada ao legislador. A igualdade perante a lei é destinada ao
intérprete, aquele que executará a lei.
Assim, a superioridade pública precisa buscar a igualdade de oportunidades a todas as
pessoas por meio de políticas e de leis que, atentas às características dos grupos menos
favorecidos, compensem as desigualdades decorrentes do processo histórico da formação
social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPÍTULO V - O PRINCÍPIO DA IGUALDADE E O PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA


DISCRIMINAÇÃO [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://igc.fd.uc.pt/timor/pdfs/cap_V.pdf>.
Acesso em: 4 jul. 2023.

Artigo: Princípio da isonomia como base para decisão judicial com fulcro no código de processo
civil. Disponível em: <https://caarn.org.br/artigo-principio-da-isonomia-como-base-para-
decisao-judicial-com-fulcro-no-codigo-de-processo civil>. Acesso em: 4 jul. 2023.

Princípio da isonomia/igualdade. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/99685/principio-


da-isonomia-igualdade>.

1
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
2
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
3
Estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Sergipe-UFS.

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