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Q U E S T I O N Á R I O D E D I R E I T O

1. Direito é o ramo da ciência que estuda as regras gerais, abstractas e imperativas do


relacionamento social, criadas pelo Estado e por este impostas, se necessário, de forma
coerciva.
2. As duas ordens maravilhosas do Direito são: ordem social e ordem natural.
3. Ordem é a norma que demarca e harmoniza as condutas dos vários sujeitos, tornando
possível atingirem em conjunto a finalidade pretendida.
4. Ordem social é uma ordem de liberdade, que apesar de suas normas exprimirem um dever
ser e se implorarem ao homem, este pode violá-las, pode rebelar-se contra elas ou mesmo
pode alterá-las, sendo certo que a violação destas normas só as atinge na sua eficácia e não
na sua validade. Ex. A regra do não matar.
5. Ordem Natural é uma ordem de necessidade, as suas leis não são substituíveis, aplicam-se de
forma invariável e constante, independentemente da vontade do Homem ou mesmo contra
sua vontade. Ex. a chuva.
6. As diversas ordens sociais normativas são: ordem moral, religiosa, de trato social e jurídica.
7. Ordem moral – é uma ordem de conduta que tem como objectivo o aperfeiçoamento
individual do ser humano em função daquilo que considera o bem e o mal.
8. Ordem religiosa – é uma ordem de fé que visa regular as condutas humanas em relação a
Deus, reflectindo na sua vida social, dado que o comportamento dos crentes é condicionado
pelos seus valores religiosos.
9. Ordem de trato social – as regras de trato social destinam-se a permitir uma convivência
mais ordeira entre as pessoas. O seu incumprimento não coloca em causa a sociedade,
contudo pode conduzir a uma reprovação social, afastando o indivíduo do convívio social.
10. Ordem jurídica – é a ordem social regulada pelo Direito, ou seja, o conjunto de normas
jurídicas que regulam a vida do homem em sociedade, com o fim de alcançar os valores da
justiça e da segurança.
11. A ordem jurídica como forma de ordenação da vida social tem duas funções que são: regular
a conduta do ser humano em sociedade e estabelecer as regras de organização da sociedade e
das instituições sociais.
12. A ordem jurídica está composta com os seguintes elementos: as instituições, os órgãos, as
fontes do direito, o sistema de regras e as situações jurídicas.
13. O termo instituição foi lançado por Hauriou e defendido pelas escolas sociológicas,
principalmente francesas e italianas.
14. Defende que instituição é como uma ideia ou empreendimento que se realiza e dura
juridicamente num meio social.
15. Na linguagem corrente, instituição designa ao mesmo tempo a acção ou efeito de instruir,
sentido que significa introduzir, fundar, ordenar, constituir e estabelecer qualquer coisa
estável e durável.
16. Na linguagem jurídica, instituição designa complexos normativos que se reúnem a volta de
princípios comuns e regulamentam um determinado tipo de relações sociais (ou um
determinado fenómeno social).
17. Os tipos de instituições são: familiar, educativa, económica, política, religiosa e cultural.
18. As instituições classificam-se em Tradicionais e Jurídicas.
19. Direito como produto cultural: o direito como criação do espírito humano, é um fenómeno
cultural, não é um fim em si mesmo, só pode ser gerado, tendo como receptor o ser humano,
sendo sensível aos valores da justiça e segurança.
20. Direito subjectivo é o conjunto de normas jurídicas que proíbem ou ordenam determinados
comportamentos e são garantidas pela ameaça de uma sanção a quem as infringir.
21. Direito objectivo são conjunto de normas jurídicas que autorizam práticas, concedem
faculdades ou poderes e põem à disposição dos cidadãos meios legais para que possam
realizar os seus interesses.
22. Os valores fundamentais do direito são: a justiça, a segurança e a equidade.
23. A Justiça: é o valor fundamental do direito. É o valor ideal que o direito pretende alcançar
em cada momento e que constitui a sua razão de ser.
24. Justiça pode ser definida como um ideal para o qual o ordenamento jurídico deve ser
orientado, com vista a sua realização, de acordo com as circunstâncias e a constante
evolução social.
25. Segurança: é um valor que apesar de se encontrar num grau inferior ao da justiça, é
indispensável na medida em que está ligado às necessidades práticas da vida em sociedade.
26. A segurança jurídica transmite aos cidadãos confiança, permitindo-lhes planear a defesa dos
seus interesses de acordo com as normas em vigor.
27. A equidade: destina-se a suavizar a aplicação cega da lei e visa a humanização do Direito. É
um critério de decisão que o julgador pode opinar e determinar segundo a sua consciência.
28. As fontes do direito são: a lei, o costume, a jurisprudência e a doutrina.
29. A lei constitui o processo mais vulgar de criação do direito, sendo por isso a fonte de Direito
por excelência no sentido em que é uma norma jurídica que provém de órgãos estaduais
competentes e se impõem a todos os cidadãos com força vinculativa.
30. Costume é a própria comunidade que desemprenha o papel de criar o Direito correspondente
a uma prática reiterada e habitual, que pode ser acompanhada com a consciência da sua
obrigatoriedade.
31. Jurisprudência – consiste no conjunto de decisões dos tribunais sobre os casos concretos que
lhes são submetidos, revelando a orientação que seguem ao julgar, ou seja, a interpretação da
lei feita pelos tribunais na aplicação dela.
32. Doutrina é constituída por um conjunto de estudos e opiniões provenientes de professores e
técnicos de direito sobre a forma adequada para aplicar e entender as normas jurídicas.
33. Norma jurídica é uma regra de conduta social imperativa, geral e abstrata, imposta de forma
coerciva pelo estado.
34. As características das normas jurídicas são: imperatividade, generalidade, abstração e
coercibilidade.
35. Sanção é toda a pena estabelecida por lei para reprimir um acto fazendo-o respeitar.
36. Tribunais – são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do
povo e exercem a função jurisdicional.
37. Os tribunais superiores de Angola são: constitucional, supremo, de constas e supremo
tribunal militar.
38. O direito está dividido em duas partes que são: Direito Público e Privado.
39. Direito Público – disciplina as relações entre o estado e os particulares, intervindo o estado
numa posição de supremacia como entidade dotada de poder soberano.
40. Direito privado – regulam as relações sociais entre particulares ou em que intervenham o
estado desprovido do seu poder soberano.
41. Os ramos do direito público são: constitucional, administrativo, fiscal, penal e processual.
42. Direito constitucional – é o conjunto de normas jurídicas que representam a lei fundamental
de um país, estabelecendo e limitando os poderes dos órgãos do estado, bem como os
direitos fundamentais do estado.
43. Direito administrativo – é o conjunto de normas que têm por objectivo disciplinar a
actividade desenvolvida quer dos órgãos da administração central e local com vista a
satisfação das necessidades e interesses colectivos.
44. Direito fiscal – é o conjunto de normas jurídicas que tem por objecto a regulamentação do
imposto nas suas diversas fases: incidência, lançamento, liquidação e cobrança.
45. Direito penal - é o conjunto de normas jurídicas que procuram qualificar determinados factos
como crimes e fixam os pressupostos das sanções criminais correspondentes.
46. Direito processual – é o sistema de normas jurídicas que regem o conjunto de formalidades
que devem ser desenvolvidas em tribunal para resolução de litígios.
47. Os ramos do direito privado são: civil, comercial e de trabalho.
48. Direito civil é considerado como o núcleo do direito privado e um direito subsidiário, na
medida em que se deve recorrer às suas normas sempre que a situação não se encontre
prevista noutros ramos do Direito Privado.
49. Direito comercial – surge para facilitar e agilizar os actos de comércio, definindo esses actos,
a qualidade de comerciante, a regulamentação das sociedades comerciais, os processos de
falência, os contratos comerciais, os títulos de crédito e operações bancárias, etc.
50. Direito do trabalho - é o conjunto de normas jurídicas que regula as relações de trabalho por
conta de outrem e aplica-se aos trabalhadores das empresas privadas, se bem que se
manifeste hoje tendência para alargar ao sector público da economia.
51. Direito interno – é o direito que tem vigência num determinado estado, o estado adopta um
direito próprio ao seu país.
52. Direito internacional - é o conjunto de normas jurídicas criadas pelos processos de produção
jurídica próprios da comunidade internacional e que transcendem o âmbito estadual.
53. Os direitos estão englobados da seguinte forma:
 1º geração: civis e políticos;
 2º geração: económicos, sociais e culturais;
 3º geração: direitos de solidariedade.
54. Os órgãos de soberania são: presidente da república, a assembleia nacional e os tribunais.
55. Presidente da república tem as seguintes competências: chefe de estado, titular do poder
executivo e comandante-chefe das forças armadas do país.
56. Compete a assembleia nacional: aprovar as leis sobre matérias, dadas pelo presidente da
república, aprovar o O.G.E, aprovar desvinculação de tratados, convenções, acordos e outros
instrumentos internacionais, etc.
57. Os tribunais garantem e asseguram a observância da constituição, das leis e demais
disposições normativas vigentes, a protecção dos direitos e interesses legítimos dos cidadãos
e das instituições e decidem sobre a legalidade dos actos administrativos.
58.

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