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1 RESUMO
2 ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate crop coefficient (kc), dry matter yield (PMS) and
water use efficiency of mombaça grass (Panicum maximum Jacq. cv Mombasa) managed at
different seasons of the year. Four management phases (I, II, III and IV) characterized by
plant heights based on mombaça grass phenology corresponding to the first phase (45 to 56
cm - start of regrowth) based on light interception of 95% were evaluated, following a
completely randomized design with five repetitions. The grass was managed under cuts in
drainage lysimeters. The cuts were made when the grass reached 90 cm height leaving a
residue of 45 cm. The PMS in summer, autumn and winter / spring was 9,994, 8,261 and
10,705 kg.ha-1, respectively. Water consumption in summer, autumn and winter / spring was
697, 396 and 1,711 mm, respectively, resulting in an efficiency of 14.28, 20.88 and 6.26
kg.ha-1.mm-1, respectively. The crop coefficient of mombaça grass ranged from 0.79 to 1.25
in summer and autumn and from 0.62 to 1.06 in winter/spring.
J F MAMJ J A S ON D J FM AM J J A S OND
Meses
Deste modo, verifica-se na Tabela 2 (EUA) foi superior no outono (20,88 kg ha-
1
que, durante as estações de verão e outono, mm-1), seguida do verão (14,28 (kg ha-
1
quando as médias das mínimas estiveram mm-1) e finalmente do inverno/primavera
acima dos 15ºC, houveram intervalos (6,26 (kg ha-1mm-1)), ficando evidente que
médios de cortes (IMC) de 23 e 22 dias, quando as temperaturas médias das
respectivamente, inferiores ao do mínimas estiveram acima dos 15ºC, o
inverno/primavera, de 69 dias. Verifica-se capim-mombaça foi mais eficiente na
também que a eficiência do uso da água utilização da água.
Tabela 2. Valores médios de cada intervalo de corte (IMC), número de cortes por período,
produção de matéria seca (PMS), evapotranspiração acumulada da cultura (ETc) e
a eficiência de uso da água (EUA) do capim-mombaça, durante as estações
climáticas do ano.
IMC Cortes PMS ETc EUA
Estação do ano
(Dias) (nº) (kg ha-1) (mm) (kg ha-1mm-)
Verão 23 4 9.954b 697b 14,28b
Outono 22 3 8.261c 396c 20,88a
Inv/prim 69 3 10.705a 1.711a 6,26c
10 28.920 2.804
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey (p<0,05).
No outono, o número de cortes foi cortes superior. Todos esses valores foram
menor que no verão e igual ao superiores aos obtidos por Ribeiro et al.
inverno/primavera, porém com um (2009), em Campos dos Goytacazes, nos
intervalo médio de cortes (IMC) menor, períodos das chuvas e da seca, irrigados e
acarretando com isto uma ETc menor e não irrigados.
uma EUA bem superior. O grande intervalo de cortes
A PMS durante os 365 dias do ciclo observado no período do
observado foi de 28920 kg.ha-1, sendo inverno/primavera caracteriza uma
9954 kg.ha-1 no verão, semelhante à estacionalidade de produção, influenciada
produção de 9930 kg.ha-1 obtida por pelas temperaturas mínimas, nos meses de
Carnevalli (2003). Já a PMS no outono, de maio a setembro. Nesse período, as
8261 kg.ha-1 e inverno/primavera, de temperaturas mínimas estão próximas às de
10705 kg.ha-1, foram superiores aos 5900 base inferior para as gramíneas tropicais,
kg.ha-1 no outono/inverno e 6670 kg.ha-1 estando de acordo com o trabalho de
obtidos nesse trabalho por essa mesma Rassini (2004) com seis gramíneas
autora. forrageiras em São Carlos (SP), que
Os valores da PMS observados no concluiu que a estacionalidade de produção
verão e inverno/primavera foram era de 65 a 70 dias. Essa estacionalidade de
superiores aos obtidos por Castagnara et al. produção também foi verificada por Mota
(2011), no oeste do estado do Paraná, para et al. (2010) que, trabalhando com capim-
o capim-mombaça. Durante o outono, pioneiro (Pennisetum purpureum, Schum.),
apesar da PMS ter sido um pouco inferior no norte de Minas Gerais, concluíram que
às obtidas pelos autores acima a irrigação associada à adubação
mencionados, mostra que nesse período nitrogenada diminui a estacionalidade de
essa forrageira foi mais eficiente, pois com produção, porém não a elimina totalmente.
apenas 396 mm de água produziu 8261 Considerando que o ciclo no
kg.ha-1 de MS. capim-mombaça foi de 365 dias, a ETc
Fica evidente neste estudo que, por média diária foi de 7,68 mm, estando de
ocasião em que as temperaturas são mais acordo com trabalho de Rodrigues et al
elevadas (acima dos 15ºC), o IMC para a (2011), que obtiveram uma ETc de 7,75
PMS é menor, ou seja, se for considerar o mm.dia-1 trabalhando com capim-tanzânia
intervalo médio de um dia, no verão a com intervalos de corte de 35 dias.
produção seria de 433 kg.ha-1 de matéria A ETc de 1711 mm, observada no
seca, no outono de 376 kg.ha-1 e no período de inverno/primavera, foi superior
inverno/primavera de apenas 155 kg.ha-1. aos 697 mm no verão e os 396 mm no
Isto está de acordo com trabalho de Cunha outono, em virtude do intervalo entre um
et al. (2008), quando concluíram que a corte e outro, ficando longo tempo sem
PMS é maior em virtude dos maiores produção (durante todo o inverno),
valores das unidades fototérmicas. acarretando com isso um consumo de água
O maior número de cortes para manter as funções vitais da planta
verificado durante o verão (quatro) foi sem, contudo, haver uma produção. Essa
maior do que os verificados no outono produção foi acontecer nas primaveras de
(três), acarretando PMS de 9954 kg.ha-1 e 2014 e 2015, daí o grande consumo de
8261 kg.ha-1, respectivamente. Já no água (ETc), de 1711 mm para uma PMS de
inverno/primavera, a PMS foi de 10705 10705 kg.ha-1. Essa característica de baixa
kg.ha-1, superior aos valores obtidos no PMS nos períodos, quando a temperatura
verão e outono, porém com intervalo de mínima fica próximo dos 15ºC é verificada
1.20
1.00
Kc
0.80 Verão
Outono
0.60
Inverno
0.40
I 7 14
II 21
III 28
IV
Fases
III e IV nas estações de verão e outono. obtiveram valores variando de 0,97 a 1,20,
No inverno/primavera, a variação marginal logo após o corte e 30 dias após este,
para o Kc foi de 0,62 a 1,06, com aumento respectivamente, estando bem próximo dos
diário de 0,006 unidades. No entanto, essa valores aqui obtidos.
variação, que aparentemente é De acordo com Mendonça (2008),
insignificante, é extremamente importante em situação de longos períodos de pastejo,
quando analisada por fases pois, entre a há redução na área foliar da forragem,
fase I e a II, houve uma variação de 0,12 alterando a atividade metabólica da planta.
unidades; da II para III, de 0,10 unidade; Consequentemente, ocorre diminuição do
da III para IV, de 0,20 unidades. Kc após o pastejo e incremento deste logo
Para a estação de verão e outono, os após a recomposição do dossel, o que já
dados do Kc variaram linearmente de 0,79, era esperado também neste trabalho.
na fase I, logo após o corte até 1,25 na fase Rodrigues et al. (2011) também
IV, logo antes ao corte, ou seja, quando o obtiveram valores aproximados a estes, no
capim-mombaça estava com altura segundo ano de condução do capim-
próxima de 90 cm. Como não houve corte tanzânia, variando de 0,60 a 1,40, no
no inverno, os dados foram agrupados em segundo ano de condução do experimento,
uma única figura, denominada de de acordo com as fases de crescimento.
inverno/primavera, que também teve Outros autores recomendam um Kc único
comportamento linear ascendente. O Kc para as forrageiras de 0,80 (ALENCAR et
variou de 0,62 na fase I, logo após o corte, al., 2009).
a 1,06 na fase IV, logo antes do corte. Analisando os valores de 0,62 a
Sanches et al. (2017) obtiveram 1,06 para o Kc (TABELA 3), obtidos no
valores do Kc para o capim-mombaça de período inverno/primavera, evidencia que a
0.94 nos 20 primeiros dias após o início do recomendação de 0,80 para todas
experimento e um Kc médio de 1,09, pastagens seria 22,5% maior que o valor da
diferindo dos obtidos aqui neste trabalho. fase I e 32,5% inferior ao da fase IV, para
Porém, considerando que estes autores o capim-mombaça. Para o período de verão
partiram com kc de 0,58, logo após a e outono, praticamente não haveria
emergência do capim-mombaça e atingiu diferença logo após o corte (fase I), porém
1,4 aos 32 dias, estes valores se com uma diferença acentuada de 56%
aproximam-se dos verificados neste imediatamente antes do corte (fase IV).
trabalho. Essas diferenças influem na quantidade de
Barbosa, Oliveira e Figueiredo água a ser aplicada e seriam menores nas
(2015), trabalhando também com capim- fases iniciais do capim, ou seja, no início
tanzânia, gramínea da espécie do capim- da rebrota e superiores por ocasião do
mombaça, no norte de Minas Gerais, corte.
8 REFERÊNCIAS
ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. Guidelines for computing crop
water requeriments. Rome: FAO, 1998. 308 P. (FAO Irrigation and Drainage, 56).
CASTAGNARA, D. D.; ZOZ, T.; KRUTZMANN, A.; UHLEIN, A.; MESQUITA, E. E.;
NERES, M. A.; OLIVEIRA, P. S. R. de. Produção de forragem, características estruturais e
eficiência de utilização do nitrogênio em forrageiras tropicais sob adubação nitrogenada.
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 32, n. 4, p. 1637-1648, 2011.