Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
METEOROLOGIA AGRÍCOLA
Caratinga / MG
2020/2
Antes de adentrarmos neste tópico faremos algumas indagações: Por que se cultiva uma
cultura numa região e em outra não? Por que as safras ou épocas de semeadura são denominadas
de safra das águas, safra da seca ou safrinha e safra de inverno? Por que a época de semeadura
das culturas anuais varia entre regiões para uma mesma safra? Por que as culturas anuais e
perenes têm seus rendimentos variáveis entre regiões e anos de produção? Por que não se cultiva
maçãs na BA e nem café no RS? Por que a irrigação é necessária em algumas regiões e em
outras não? Por que as doenças de plantas ocorrem mais em alguns anos do que em outros?
Essas indagações serão discutidas no tópico Meteorologia Agrícola ou Agrometeorolo-
gia que é o ramo da meteorologia que estuda as relações de causa e efeito das condições mete-
orológicas nas atividades agropecuárias.
A Meteorologia Agrícola interage com as mais diversas áreas de conhecimento das Ci-
ências Agrárias e isso faz dela uma disciplina extremamente importante na formação do Enge-
nheiro Agrônomo, sendo de fundamental importância no planejamento agrícola e nas tomadas
de decisões.
Neste contexto o Engenheiro Agrônomo ao fazer o planejamento agrícola deve, dentre
outras coisas, atentar para o clima local e o balanço hídrico que define as estações seca e úmida,
decidindo a época mais adequada de realizar o preparo do solo, semeadura, adubação, irrigação,
controle fitossanitário, colheita.
Portanto, o planejamento agrícola deve estar alicerçado no conhecimento das informa-
ções meteorológicas, para permitir a adequada tomada de decisão sobre a necessidade de reali-
zação de uma prática agrícola, em função das condições meteorológicas ou hídricas atuais do
solo e da previsão do tempo para os próximos dias. A isso chamamos de Agrometeorologia
Operacional.
Para contextualizar a Agrometeorologia Operacional podemos citar como exemplo o
Estado do Paraná que dispõe de áreas aptas ao cultivo do feijão, entretanto a época de plantio
varia de acordo com a época do ano, devido às restrições térmicas. Na safra das águas, todo o
estado tem condições de aptidão para o cultivo do feijão. Na safra da seca, a cultura passa a ser
apta somente no centro-sul do estado. No norte e oeste, as temperaturas são muito elevadas para
a cultura nessa época, limitando seu desenvolvimento e os níveis de rendimento. Por outro lado,
na safra de inverno a cultura do feijão passa a ser apta somente no norte e oeste do estado,
2. Por que as safras ou épocas de semeadura são denominadas de safra das águas, safra da
seca ou safrinha e safra de inverno?
3. Por que a época de semeadura das culturas anuais varia entre regiões para uma mesma sa-
fra?
4. Por que as culturas anuais e perenes têm seus rendimentos variáveis entre regiões e anos de
produção? Por que não se cultiva maçãs na BA e nem café no RS?
6. Por que as doenças de plantas ocorrem mais em alguns anos do que em outros?
AHRENS, D.C.; HENSON, R. Meteorology Today 12 ed. [S.l.]: Cengage Learning. 587p.
2018.
BECK, H.E.; ZIMMERMANN, N.E.; Mc VICAR, T.R.; VERGOPOLAN, N.; BERG, A.;
WOOD, E.F. Present and future Köppen-Geiger climate classification maps at 1-km resolution.
Scientific Data. 5. 180214. 2018.
BONAN, G.B. Earth's Climate. In: Ecological Climatology: Concepts and Applications. [S.l.]:
Cambridge University Press. 2008.
CAMARGO, A.P.; PINTO, H.S.; PEDRO Jr., M.J. Aptidão climática de culturas agrícolas. In:
São Paulo, Secretaria da Agricultura. Zoneamento Agrícola do Estado de São Paulo. São
Paulo, v.1, p.109-149. 1974.
CERECEDA, P.; LARRAIN, H.; OSSES, P.; FARIAS, M.; EGAÑA, I. The climate of the coast
and fog zone in the Tarapacá Region, Atacama Desert, Chile. Atmospheric Research. v.87,
n.3-4, p.301-311. 2008.
CPTEC. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. INPE - Instituto Nacional de Pes-
quisas Espaciais. Ministério da Ciência e Tecnologia. Glossário Meteorológico. Brasília, 2020.
Disponível em: <https://www.cptec.inpe.br/glossario.shtml#39> Acesso em: 12. Jun. 2020.
IDE, B.Y.; ALTHOFF, D.A.; THOMÉ, V.M.R.; VIZZOTTO, V.J. Zoneamento agroclimá-
tico do Estado de Santa Catarina; 2ª Etapa. Florianópolis: EMPASC, 1980. 106p.
KOTTEK, M.; GRIESER, J.; BECK, C.; RUDOLF, B.; RUBE, F. World Map of the Köppen-
Geiger climate classification updated. Meteorologische Zeitschrift. v.15, n.3, p.259-263.
2006.
LAITY, J.J. Deserts and Desert Environments. [S.l.]: John Wiley & Sons. 7p., 2009.
Mc KNIGHT, T.M L; DARREL, H. Climate Zones and Types: The Köppen System. Physical
Geography. A Landscape Appreciation. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall. p.226-235.
2000.
Mc KNIGHT, T.L; HESS, D. Climate Zones and Types. Physical Geography: A Landscape
Appreciation. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall. 2000.
NATIONAL WEATHER SERVICE. NWS JetStream MAX - Addition Köppen Climate Sub-
divisions. 2018. Disponível em: <www.weather.gov>. Acesso em: 22 jan. 2018.
PEEL, M.C.; FINLAYSON, B.L.; Mc MAHON, T.A. Updated world map of the Köppen-Gei-
ger climate classification. Hydrol. Earth Syst. Sci. v.11, n.5, p.1633-1644. 2007.
SILVA, F.M.; CHAVES, M.S.; LIMA, Z.M. Atmosfera terrestre. Disciplina Geografia Física
II. Natal, RN: EDUFRN, 240p., 2009. ISBN 978-85-7273-564-3.
VIANELLO, R.L. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: UFV, Impr. Univ., 1991.
Bibliografia Complementar
TAUK-TORNISIELO, S.M. et al. (org.). Análise ambiental: estratégias e ações. São Paulo:
T.A. Queiroz, 1995.
TUBELIS, A.; NASCIMENTO, F.J. Meteorologia Descritiva. São Paulo: Nobel, 1984.