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RESUMO
O conhecimento da evapotranspiração de referência (ET o) é essencial no manejo de irrigação de culturas agrícolas em
todo o mundo. Neste trabalho se utilizaram dados meteorológicos diários de evaporação do tanque “Classe A”, tempe-
raturas máximas e mínimas, insolação, velocidade do vento a 2 m de altura e umidade relativa do ar, referentes ao
período de 1989 a 1993, coletados em quatro perímetros irrigados do Estado de Sergipe, para estimativa da ETo com
base nos métodos do Tanque Classe “A”, Radiação Solar, Hargreaves & Samani, Linacre e Penman-Monteith (FAO/56).
Comparam-se os valores diários da ETo para a região estudada, através dos quais, quando comparados com o modelo de
Penman-Monteith (FAO/56) se obtiveram os melhores desempenhos com os métodos que utilizam a radiação solar como
dado de entrada no modelo. O método do Tanque Classe “A” não apresentou desempenho satisfatório em nenhum perí-
metro irrigado estudado.
ABSTRACT
The knowledge of reference evapotranspiration (ET o) is essential for the irrigation scheduling of crops throughout the
world. This work used daily meteorological data of Class A pan evaporation, maximum and minimum air temperatures,
insolation, wind speed at 2 m above surface and relative humidity from 1989 to 1993 for four irrigated perimeters of
Sergipe. These data were used for estimating ETo based on the following methods: Class A pan evaporation, Solar Radiation,
Hargreaves & Samani, Linacre and Penman-Monteith (FAO/56). The daily values of ET o were compared to those obtained
by FAO Penman-Monteith method in order to choose the best method of estimating ET o for the region. The best
performance was obtained for those models which used the solar radiation as the data input. The Class A pan evaporation
method did not show favorable performance in any irrigated perimeter.
1 DEA/UFS, Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos, CEP 49100-000, São Cristóvão, SE. Fone: (79) 2105-6929. E-mail: ifsousa@ufs.br; antenor@ufs.br;
sabino@hotmail.com.br
2 UACA/UFCG, Av. Aprígio Veloso, 882, Bodocongó, CEP 58109-970, Campina Grande, PB. Fone: (83) 3310-1202. E-mail: vicente@dca.ufcg.edu.br;
pvieira@dca.ufcg.edu.br; brucekellys@yahoo.com.br
634 Inajá Francisco de Sousa et al.
coeficiente do tanque classe “A” para os principais períme- 22,1 °C, e o mês de janeiro é o mais quente, com média de
tros irrigados do Estado de Sergipe. 25,7 °C; as temperaturas médias mínimas mensais estão
compreendidas entre 18 e 22 °C e as temperaturas médias
máximas mensais estão entre 26 e 32 °C.
MATERIAL E MÉTODOS O perímetro irrigado Jacarecica se situa no município de
Itabaiana, na parte central do Estado de Sergipe, na Micror-
Os perímetros irrigados analisados foram: Califórnia, Ja- região homogênea do Agreste de Itabaiana; ele envolve ter-
biberi, Jacarecica e Piauí, localizados em diferentes micror- ras que margeiam o rio Jacarecica, a oeste da serra de Ita-
regiões do Estado de Sergipe (Tabela 1). Nessas áreas irri- baiana e a leste da sede municipal. Este perímetro se encontra
gadas são desenvolvidas atividades agrícolas por pequenos a 65 km de Aracaju, 6 km da cidade de Itabaiana e 90 km
produtores, que contam com a assistência técnica agronômica para o litoral; sua área total é de 298 ha, sendo 252 ha de
e serviços de operação e manutenção prestados pela COHI- área irrigável. As principias culturas exploradas neste perí-
DRO (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídri- metro são: amendoim, batata-doce, milho verde, maxixe,
cos e Irrigação do Sergipe). As características de cada perí- pimentão, pepino, quiabo e tomate. A classificação climáti-
metro irrigado são mostradas a seguir. ca de Köppen indica que o clima da área do subprojeto é do
tipo As (clima quente, o mês mais frio apresenta temperatu-
ra do ar superior a 18 °C e o mês mais seco tem precipita-
Tabela 1. Relação das estações meteorológicas localizadas nos ção pluvial inferior a 60 mm e o verão é seco e quente). A
perímetros irrigados utilizadas no estudo precipitação pluvial média na área do Jacarecica é de
Perímetros Latitude (graus) Longitude (graus) Altitude (m) 886,0 mm ano-1; enquanto a temperatura média do ar no mês
Califórnia 9,7 37,8 207 mais frio do ano (julho) é de 22,5 °C e do mês mais quente
Jabiberi 11,1 37,1 177 (janeiro) é de 26,2 °C. As temperaturas médias mínimas
Jacarecica 10,7 37,3 161 mensais estão compreendidas entre 27 e 32 °C. De acordo
Piauí 10,9 37,7 160 com os estudos efetuados anteriormente, os solos da região
são classificados como Planossolos.
O perímetro irrigado Piauí está localizado no município
O perímetro Califórnia localiza-se no município de Ca- de Lagarto, na região Centro-Sul do Estado de Sergipe, na
nindé de São Francisco, no extremo noroeste do Estado de Microrregião Agreste de Lagarto, a 69 km de Aracaju, 6 km
Sergipe, na Microrregião homogênea Sertão Sergipano do da sede municipal e 93 km para o litoral. A área do períme-
São Francisco, a 213 km de Aracaju. A área total desse perí- tro está totalmente inserida na bacia do rio Piauí, abrangen-
metro é de 3.980 ha, dos quais 1.360 ha de áreas irrigadas do uma superfície de 1.450 ha, sendo a área irrigável de
com diferentes frutíferas e 1.830 ha de áreas com agricultu- 703 ha. As principais culturas exploradas são: amendoim,
ra de sequeiro. Os solos do perímetro são dos tipos Luvisso- batata-doce, fumo, mandioca, pimentão, repolho, tomate e
los, Neossolos, Vertissolos, Cambissolos e Argissolos. A clas- viveiros de citros. Segundo a classificação climática de
sificação climática, segundo Köppen, é do tipo Bssh (clima Köppen, o clima da área do projeto é do tipo As, com preci-
muito quente, semiárido, tipo estepe), com estação chuvosa pitação média de 1.020,6 mm ano-1 e as temperaturas médi-
centrada nos meses de abril, maio e junho. A precipitação as do ar dos meses mais frios ocorrem em julho e agosto,
pluviométrica média anual da região é de 483,9 mm e a tem- com valores em torno de 22,5 °C, e o mês mais quente é ja-
peratura média do ar está compreendida entre as isotermas neiro, com média de 26,2 °C. As temperaturas médias míni-
25 e 26 °C, as temperaturas mínimas mensais entre 18 e mas mensais estão compreendidas entre 18 e 22 °C e as tem-
22 °C e as máximas mensais compreendidas entre 28 e 34 °C peraturas médias máximas mensais estão entre 26 e 32 °C.
(Silva et al., 2003; Cavalcanti et al., 2006). Os solos prevalecentes nessa região são classificados como
O perímetro irrigado Jabiberi localiza-se na região Sul Podzólicos Vermelho Amarelo, Plintossolos e Planossolos
do Estado de Sergipe, na Microrregião homogênea Sertão Solódicos.
do Rio Real, no município de Tobias Barreto, a 123 km de Utilizaram-se dados climáticos do período de 1989 a 1993,
Aracaju, 23 km da sede municipal e 149 km do litoral. A referentes aos valores diários de temperatura do ar (máxi-
área total do perímetro é de 362 ha, sendo 220 ha de áreas ma, mínima e média), umidade relativa do ar (máxima, mí-
irrigadas, com uma área média de 2,5 ha por lote, onde a nima e média), número de horas de brilho solar, velocidade
exploração agrícola é baseada no cultivo de hortaliças (to- do vento a 2 m acima da superfície e evaporação do Tanque
mate e quiabo) e de grãos (principalmente milho e arroz). Classe “A”. Nas subseções a seguir são apresentadas as des-
Neste perímetro predominam os solos Aluviais Eutróficos crições de cada método utilizado no estudo.
(97,7%) e, em menor escala, os Plintossolos (12,3%). Se-
gundo a classificação climática de Köppen, o clima da área Método de Penman-Monteith – (PM)
do projeto é do tipo As (clima quente, com temperatura do Obteve-se a evapotranspiração de referência (ET o) pelo
ar superior a 18 °C no mês mais frio e, no mês mais seco a método da FAO Penman-Monteith (PM) através da equação
precipitação pluvial é inferior a 60 mm e o verão é seco). (Allen et al., 1998), considerando-se a resistência estomáti-
A precipitação pluvial média anual em Jabiberi é de ca de 70 s m-1, a altura da cultura hipotética de 0,12 m e
756,9 mm; o mês de julho é o mais frio do ano, com albedo de 23%:
900U2
0,408 (Rn G) (es ea) ETo Rs 0,12 (5)
T 273
ETo (1)
(1 0,34U2)
em que:
em que ETo é expresso mm d-1, enquanto Rn (saldo de radi- Rs – é a radiação solar convertida em unidades de
ação) e G (densidade do fluxo de calor no solo) são expres- água evaporada
sos em MJ m-2 d-1, é a declinação da curva de saturação – a declinação da curva de saturação da pressão
do vapor da água (kPa °C-1) e U2 é a velocidade do vento de vapor de água, kPa °C-1
(média diária) a 2 m acima da superfície do solo (m s-1), T é – o fator psicromértico, kPa °C-1
a temperatura do ar (°C), es é a pressão de saturação do va-
por (kPa), ea é a pressão real do vapor (kPa) e é o fator Método de Priestley & Taylor – (PT)
psicométrico (MJ kg-1). Pelo método de Priestley & Taylor, a evapotranspiração
de referência, em MJ m-2 d-1, foi obtida pela equação:
Método de Hargreaves – (HA)
Por este método a evapotranspiração, em mm d-1, foi es- ETo
W(Rn G)
(6)
timada através da equação (Hargreaves, 1974):
(d) (Willmott, 1982) e no coeficiente de confiança ou desem- chuvosa da região (Figura 1). No período de alta demanda
penho (c), o qual é o produto entre r e d. atmosférica da região que ocorre nesses decêndios, corres-
pondentes aos meses de novembro, dezembro, janeiro e fe-
N
(Pi Oi) vereiro, os valores de ETo oscilam entre 4,5 e 5,5 mm d-1,
d1
i=1
, 0d1 (11) enquanto durante o período de menor demanda atmosférica
N
os valores de ETo oscilaram entre 2,5 e 3,5 mm d-1.
[(P O ) (O O )]
i med i med
2
2,0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37
Tabela 3. Classificação das correlações de acordo com o coeficiente de
correlação (r) Decêndios
Figura 1. Valores médios decendiais da evapotranspiração de referência
Coeficiente de correlação (r) Classificação
(período: 1989 – 1993) pelo método de Penman-Monteith nos perímetros
0,0 – 0,1 Muito baixa irrigados do Estado de Sergipe
0,1 – 0,3 Baixa
0,3 – 0,5 Moderada
0,5 – 0,7 Alta
De acordo com os resultados aqui apresentados, o perí-
0,7 – 0,9 Muito alta
metro que apresentou o maior erro relativo foi o de Jabiberi
0,9 – 1,0 Quase perfeita
(28,8%) e aquele com menor erro foi o de Piauí (15,6%). A
ETo média acumulada em ano, utilizando-se o coeficiente do
RESULTADOS E DISCUSSÃO tanque ajustado, superestima aqueles valores, quando utili-
zado o coeficiente do tanque convencional. A diferença en-
Em todos os perímetros irrigados do Estado de Sergipe tre os valores anuais de ETo acumulados, utilizando-se os dois
os maiores valores da ETo estão nos sete primeiros e sete coeficientes do tanque, pode superar os 500 mm, como no
últimos decêndios do ano e os menores entre os decêndios caso do perímetro de Jabiberi.
13 e 22°, correspondentes aos períodos das estações seca e O relacionamento entre os valores médios decendiais da
Tabela 4. Valores do coeficiente do tanque “Classe A” ajustados (Kpa) e Tabela 5. Valores médios da evapotranspiração de referência estimados
ETo média estimada pelo método do Tanque “Classe A”, utilizando-se pelos métodos de Hargreaves (HA), Jensen-Haise (JH), Linacre (LI),
os coeficientes do tanque ajustado (TCA – Kpa) e o convencional (TCA Makkink (MA), Prestley & Taylor (PT), Penman-Monteith (PM)
– Kpc), com os seus respectivos erros relativos, e a ETo média acumulada Perímetro (HA) (JH) (LI) (MA) (PT) (PM)
com base no coeficiente ajustado (ETo – Kpa) e convencional (ETo – Kpc) Califórnia 4,8 6,0 4,8 6,3 4,7 4,4
TCA-Kpa TCA-Kpc ETo-Kpa ETo-Kpc Jabiberi 4,2 5,1 5,4 5,4 4,2 4,2
Perímetro Kpa ER (%)
(mm d-1) (mm d-1) (mm ano-1) (mm ano-1) Jacarecica 4,1 5,8 4,0 6,3 4,7 4,2
Califórnia 0,92 5,6 4,5 19,6 2024,3 1656,2 Piauí 4,1 5,7 4,1 6,2 4,6 4,0
Jabiberi 1,06 5,9 4,2 28,8 2079,2 1533,3
Jacarecica 0,92 5,0 4,1 18,0 1818,6 1484,4
Piauí 0,90 4,5 3,8 15,6 1650,4 1379,4 Os métodos que apresentaram melhor correlação com o
PM no perímetro de Califórnia foram os de JH e PT, com
coeficiente de correlação (r) de 0,95 e 0,92 respectivamente,
evapotranspiração de referência do tanque “Classe A”, ba- enquanto o de pior relacionamento foi com o método de TCA,
seado no coeficiente do tanque ajustado (ET o – Kpa) e o com valor de 0,60, que também apresentou o pior índice de
coeficiente no tanque convencional (ET o – Kpc) é apresen- desempenho (c), com 0,58 (Tabela 6). O método TCA foi o
tado na Figura 2. Observa-se que os valores de ETo com o único classificado como mediano, enquanto os demais foram
coeficiente do tanque ajustado superestimam aqueles com o avaliados como muito bom. Os métodos que utilizaram a
coeficiente do tanque convencional para o perímetro Cali- radiação solar incidente como variável de entrada no mode-
fórnia; entretanto, para os demais perímetros (Jabiberi, Ja- lo apresentaram os maiores valores de “r”, “d” e “c” nesse
carecica e Piauí) a comparação é inversa. perímetro; além disso, todos os métodos superestimam os
valores da evapotranspiração determinada por PM, exceto o
método do TCA, cujo valor do coeficiente de correlação é o
8,0
menor dentre todos os métodos analisados. Por outro lado, o
método HA apresentou o menor erro quadrático médio
7,0 (0,71 mm d-1) enquanto o maior valor desse erro foi para o
método de MA (2,04 mm d-1).
De acordo com a Figura 4 e exceto para o método do TCA,
ETo – Kpa (mm d-1)
6,0
os valores de ETo pelo método de PM são superiores àqueles
obtidos pelos demais métodos. O menor relacionamento entre
5,0
os métodos no perímetro de Jabiberi foi com o do TCA (0,41)
e o maior com o de HA (0,88). Borges & Mendiondo (2007),
4,0 Califórnia comparando o método FAO Penman-Monteith com a equação
Jabireri de Hargreaves, encontraram índices de confiança superiores
3,0 Jacarecica a 0,995 para a bacia do rio Jacupiranga, SP, Brasil.
Piauí O perímetro irrigado Jacarecica foi o que apresentou os
maiores índices de concordância, com todos os coeficientes
2,0 de correlação dentro da faixa de alta correlação (Figura 5).
2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0
-1 Observa-se, ainda, que os métodos TCA, HA e LI subesti-
ETo – Kpc (mm d )
mam os valores de ETo pelo método PM, enquanto os méto-
Figura 2. Relacionamento entre os valores médios decendiais da dos PT, MA e JH superestimam os valores da ET o por esse
evapotranspiração de referência do tanque “Classe A” (período: 1989-1993) método padrão da FAO. O índice de desempenho desse pe-
baseado no coeficiente do tanque ajustado (ETo – Kpa) e no coeficiente
no tanque convencional (ETo – Kpc) rímetro apresentou a melhor classificação, sendo os méto-
dos JH, PT classificados como Ótimos e o método HA como
Muito Bom; já os métodos de LI, MA e TCA foram classifi-
Esses resultados sugerem que o uso do coeficiente do tan- cados como Bom (Tabela 6).
que convencional (Kpc = 0,75) pode produzir erros no pla- A ETo média estimada que mais se aproximou da média
nejamento da irrigação na região estudada e, consequente- observada foi obtida pelo método HA, com o valor de
mente, provocar redução da produtividade das culturas. 4,09 mm d-1. Em relação ao erro quadrático médio, o méto-
Os resultados da Tabela 5 evidenciam que os valores mé- do que obteve o maior valor foi o de MA (2,32 mm d-1) e o
dios de ETo são menores pelo método de PM, exceto no pe- que apresentou o menor valor foi o método PT (0,61 mm d-1).
rímetro de Califórnia; o método de MA superestimou todos O perímetro irrigado Piauí também apresentou altos coefici-
os métodos chegando a atingir o valor 6,3 mm nos períme- entes de determinação entre os métodos analisados, exceto
tros de Califórnia e Jacarecica. Os valores de ETo pelos mé- para o TCA (Figura 6).
todos de MA e de JH superestimam praticamente todos os Observa-se na, Tabela 6, que o índice de correlação va-
valores dessa variável pelo método de PM, porém no caso riou de “Muito Alto” a “Moderado” no perímetro de Jabibe-
do método do TCA os valores de ETo tendem a subestimar ri. Os métodos de PM e de PT obtiveram o mesmo valor de
aqueles com PM (Figura 3). ETo (4,18 mm d-1). O método que obteve maior erro foi o
A. B.
10,0
y = 0,38x + 2,54 y = 0,94x + 0,54
2 2
R = 0,36 R = 0,85
8,0
6,0
Classe A
P&T
4,0
2,0
0,0
C. D.
10,0
y = 0,90x + 0,84 y = 1,11x + 1,36
R2 = 0,78 R2 = 0,72
8,0
ETo (mm d )
Hargreaves
-1
6,0
Makkink
4,0
2,0
0,0
E. F.
10,0
y = 0,53x + 2,41 y = 1,35x + 0,04
2 2
R = 0,65 R = 0,90
8,0
Jansen-Haise
6,0
Linacre
4,0
2,0
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
-1
ETo (mm d ) – Penman-Monteith
Figura 3. Comparação da evapotranspiração de referência diária entre o método Penman-Monteith e os métodos: (A) tanque “Classe A”, (B) Priestley &
Taylor, (C) Hargreaves, (D) Makkink, (E) Linacre e (F) Jensen-Haise, no perímetro irrigado Califórnia
A. B.
10,0
y = 0,33x + 2,99 y = 0,83x + 0,72
2 2
R = 0,17 R = 0,61
8,0
6,0
Classe A
P&T
4,0
2,0
0,0
C. D.
10,0
y = 0,77x + 1,00 y = 0,66x + 2,66
R2 = 0,77 R2 = 0,31
8,0
ETo (mm d )
Hargreaves
-1
6,0
Makkink
4,0
2,0
0,0
E. F.
10,0
y = 0,42x + 2,49 y = 1,13x + 0,38
2 2
R = 0,50 R = 0,60
8,0
Jansen-Haise
6,0
Linacre
4,0
2,0
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
-1
ETo (mm d ) – Penman-Monteith
Figura 4. Comparação da evapotranspiração de referência diária entre o método Penman-Monteith e os métodos: (A) tanque “Classe A”, (B) Priestley &
Taylor, (C) Hargreaves, (D) Makkink, (E) Linacre e (F) Jensen-Haise, no perímetro irrigado Jabiberi
A. B.
10,0
y = 0,56x + 1,52 y = 1,05x + 0,28
2 2
R = 0,59 R = 0,93
8,0
6,0
Classe A
P&T
4,0
2,0
0,0
C. D.
10,0
y = 0,72x + 1,06 y = 0,85x + 2,77
R2 = 0,73 R2 = 0,56
8,0
ETo (mm d )
Hargreaves
-1
6,0
Makkink
4,0
2,0
0,0
E. F.
10,0
y = 0,42x + 2,26 y = 1,43x + 0,18
2 2
R = 0,63 R = 0,94
8,0
Jansen-Haise
6,0
Linacre
4,0
2,0
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
-1
ETo (mm d ) – Penman-Monteith
Figura 5. Comparação da evapotranspiração de referência diária entre o método Penman-Monteith e os métodos: (A) tanque “Classe A”, (B) Priestley &
Taylor, (C) Hargreaves, (D) Makkink, (E) Linacre e (F) Jensen-Haise, no perímetro irrigado Jacarecica
A. B.
10,0
y = 0,49x + 1,83 y = 1,11x + 0,14
2 2
R = 0,54 R = 0,95
8,0
6,0
Classe A
P&T
4,0
2,0
0,0
C. D.
10,0
y = 0,81x + 0,83 y = 0,93x + 2,46
R2 = 0,74 R2 = 0,59
8,0
ETo (mm d )
Hargreaves
-1
6,0
Makkink
4,0
2,0
0,0
E. F.
10,0
y = 0,42x + 2,45 y = 1,49x + 0,31
2 2
R = 0,60 R = 0,95
8,0
Jansen-Haise
6,0
Linacre
4,0
2,0
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
-1
ETo (mm d ) – Penman-Monteith
Figura 6. Comparação da evapotranspiração de referência diária entre o método Penman-Monteith e os métodos: (A) tanque “Classe A”, (B) Priestley &
Taylor, (C) Hargreaves, (D) Makkink, (E) Linacre e (F) Jensen-Haise, no perímetro irrigado Piauí
Tabela 6. Valores do erro quadrático médio (EQM), índice de concordância vencional (0,75) pôde produzir erros no manejo da irriga-
(d), coeficiente de correlação (r) e do índice de desempenho (c) obtidos ção, nos perímetros irrigados do Estado de Sergipe, e ultra-
pelos métodos de Hargreaves, Jensen-Haise, Linacre, Makkink, Prestley passar o valor acumulado no ano, em mais de 500 mm, quan-
& Taylor a Tanque “Classe A” quando comparados com o método de do comparado com a ETo baseada no coeficiente do tanque
Penman-Monteith para os perímetros irrigados de Califórnia, Jacarecica, ajustado.
Jebiberi e Piauí; Pi representa o valor médio da ETo estimada por cada 2. Para os perímetros irrigados do Estado de Sergipe, os
método e Oi é o valor médio da ETo (Penman-Monteith) valores da ETo pelos métodos do Tanque “Classe A”, Har-
Método Pi Oi EQM d r c Critério greaves, Prestley & Taylor, Jensen & Haise e do Linacre se
Perímetro irrigado de Califórnia distanciam, nessa ordem, daqueles obtidos com o método
Hargreaves 4,84 4,40 0,71 0,99 0,88 0,88 Muito Bom padrão de Penman-Monteith;
Jensen-Haise 6,03 4,40 1,73 0,97 0,95 0,92 Ótimo 3. Os métodos de obtenção da evapotranspiração que
Linacre 4,77 4,40 0,80 0,99 0,81 0,80 Muito Bom incorporam o saldo de radiação solar são os que apresen-
Makkink 6,30 4,40 2,04 0,97 0,85 0,82 Muito Bom tam os valores mais próximos daqueles obtidos pelo mé-
Prestley & Taylor 4,72 4,40 0,55 1,00 0,92 0,92 Ótimo todo de PM.
Classe A 5,09 4,40 1,75 0,97 0,60 0,58 Mediano
Perímetro irrigado de Jacarecica
Hargreaves 4,09 4,21 0,64 0,99 0,85 0,85 Muito Bom
Jensen-Haise 5,84 4,21 1,76 0,97 0,97 0,94 Ótimo
Linacre 4,04 4,21 0,82 0,99 0,79 0,79 Bom
LITERATURA CITADA
Makkink 6,34 4,21 2,32 0,95 0,75 0,71 Bom
Prestley & Taylor 4,71 4,21 0,61 1,00 0,96 0,96 Ótimo
Classe A 4,94 4,21 1,39 0,98 0,77 0,75 Bom
Allen, R. G.; Pereira; L. S.; Raes, D. Crop evapotranspiration.
Perímetro irrigado de Jabiberi Guidelines for computing crop water requirements. Rome:
Hargreaves 4,21 4,18 0,58 1,00 0,88 0,87 Muito Bom FAO, 1998. 300p. Irrigation and Drainage Paper 56.
Jensen-Haise 5,09 4,18 1,45 0,98 0,77 0,76 Bom Berlato, M. A.; Molion, L. C. B. Evaporação e evapotranspiração.
Linacre 4,23 4,18 0,87 0,99 0,71 0,70 Bom Porto Alegre: IPAGRO/Secretaria de Agricultura, 1981. 95p.
Makkink 5,42 4,18 1,76 0,97 0,56 0,54 Mediano Boletim Técnico 7
Prestley & Taylor 4,18 4,18 0,83 0,99 0,78 0,77 Bom Borges, A. C.; Mendiondo, E. M. Comparação entre equações
Classe A 3,55 4,18 1,95 0,94 0,41 0,39 Mau empíricas para estimativa da evapotranspiração de referência
Perímetro irrigado de Piauí na Bacia do Rio Jacupiranga. Revista Brasileira de Engenha-
Hargreaves 4,07 4,01 0,58 1,00 0,86 0,86 Muito Bom ria Agrícola e Ambiental, v.11, n.3, p.293-300, 2007.
Jensen-Haise 5,67 4,01 1,77 0,97 0,97 0,94 Ótimo Camargo, A. P.; Sentelhas, P. C. Avaliação do desempenho de di-
Linacre 4,13 4,01 0,73 0,99 0,77 0,77 Bom ferentes métodos de estimativa da evapotranspiração potenci-
Makkink 6,20 4,01 2,33 0,95 0,77 0,73 Bom
al no estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Agro-
Prestley & Taylor 4,59 4,01 0,64 0,99 0,97 0,97 Ótimo
meteorologia, v.5, n.1, p.89-97, 1997.
Classe A 4,62 4,01 1,35 0,98 0,73 0,72 Bom
Campos, J. H. B. C.; Silva, V. de P. R.; Azevedo, P. V. de; Bor-
ges, C. J. R.; Soares, J. M.; Moura, M. S. B.; Silva, B. B da.
Evapotranspiração e produtividade da mangueira sob diferen-
TCA, com o valor de 1,95 mm d-1. Com referência ao índi- tes tratamentos de irrigação. Revista Brasileira de Engenharia
ce de desempenho (c), o método de HA foi classificado como Agrícola e Ambiental, v.12, n.2, p.150-156, 2008.
“Muito Bom”, enquanto os de JH e PT, como “Ótimo” e os Cavalcanti, E. P.; Silva, V. de P. R.; Sousa, F. de A. S. Programa
de LI, MA e do TCA, como “Bom”. computacional para a estimativa da temperatura do ar para a
Obteve-se, para o perímetro irrigado Piauí, resultado muito Região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Engenharia
semelhante ao do perímetro Jacarecica. Os melhores índices Agrícola e Ambiental, v.10, n.1, p.140-147, 2006.
de concordância ficaram dentro da faixa de Muito alto (Ta- Doorenbos, J.; Pruitt, W. O. Guidelines for predicting crop water
bela 6); este perímetro apresentou excelente índice de desem- requirements. 2.ed. Rome: FAO, 1977. 156p. FAO Irrigation
penho, sendo os métodos JH e PT classificados “Ótimos”; já and Drainage Paper, 24.
o método HA foi avaliado Muito Bom e os métodos LI, MA Hargreaves, G. H. Estimation of potential and crop evapotranspi-
e TCA, “Bom”. ration. Transactions of the ASAE, v.17, n.174, p.701-704, 1974.
Os métodos que obtiveram os menores erros foram o HA Hopkins, W. G. Correlation coefficient. http://www. sportsci. org/
e PT, cujos valores foram 0,58 e 0,64 mm d-1, respectivamen- resource /stats /correl. html. 12 Mar. 2007.
te. O método que obteve maior erro foi o de MA, com o va- Jensen, M. E.; Haise, H. R. Estimating evapotranspiration from solar
lor de 2,33 mm d-1. O método de HA apresentou valores de radiation. Journal of Irrigation and Drain Engineering. Bulletin
ETo muito próximos daqueles do método de PM. of the American Meteorological Society, v.89, p.15-41, 1963.
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