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#2 Bound by Hatred
Série Born in Blood Mafia Chronicles
GIANNA
Este casamento é uma farsa. Aria se afastou de Luca e
apertou minha mão no momento em que se sentou. Era óbvio
que ela estava infeliz. Ela estava tentando esconder, mas para
mim, estava claro como o dia. É claro que ninguém deu à
mínima. Isso era praticamente padrão, a noiva que era
obrigada a se casar, por isso a infelicidade era certa. Ninguém
nunca perguntou o que queríamos. Ninguém nunca se
preocupou. Nem mesmo as outras mulheres.
Foi então que eu fiz uma promessa que eu estava
determinada a manter. Eu não acabaria em um casamento sem
amor. Eu não me importava se era meu dever ou honra, nada
neste mundo esquecido por Deus poderia me fazer casar por
nada além de amor.
Matteo não parava de olhar na minha direção através da
mesa, aquele sorriso arrogantemente chato no seu rosto. Ele
praticamente me comeu com os olhos durante todo o
casamento até agora. Eu tinha que admitir que ele não parecia
muito mal com seu colete cinza, camisa branca e calças. De
alguma forma o seu porte musculoso se destacava ainda mais
vestido assim. É claro que eu teria mordido minha língua antes
de admitir a alguém que eu achei Matteo tolerável,
especialmente quando sua personalidade não estava nem perto
de ser suportável.
Aria apertou minha mão debaixo da mesa com mais
força por causa de algo que Luca tinha dito a ela. Ela estava
alheia ao flerte de Matteo comigo. Alheia a tudo menos sua
angústia.
Eu apertei a mão dela, mas, em seguida, a pista de dança
foi aberta e logo nos separamos quando Luca levou-a para sua
primeira dança como um casal. Eu rapidamente fiquei em pé,
desesperada para me esgueirar em direção ao deck onde eu
poderia estar sozinha, mas Matteo me encurralou na borda da
pista de dança, com o mesmo sorriso arrogante no rosto. Por
que o filho da puta tem que parecer tão bom?
Seu cabelo escuro está intencionalmente bagunçado e
seus olhos são tão escuros, eles são quase pretos. Era
impossível não notá-lo. É claro que ele estava perfeitamente
ciente do efeito que tinha sobre a maioria das mulheres e,
obviamente, esperava que eu babasse nele também. O inferno
ia congelar antes que isso acontecesse.
Ele curvou-se sem tirar os olhos de mim. — Posso ter
esta dança?
Meu estômago deu uma cambalhota estúpida com a
visão de seu sorriso. Ele estava mais descontraído do que a
maioria dos homens estavam, mas eu tinha a sensação de que
era apenas um disfarce. Talvez ele tivesse aperfeiçoado a
rotina de garoto normal, mas sob a pele de um predador em
emboscada, pronto para atacar. Eu não seria ser sua presa.
Papai me observava do seu lugar na mesa, então eu não
tinha escolha, em acenar em resposta à pergunta de Matteo, ou
arriscar uma enorme cena. Não que eu teria me importado,
mas eu não queria criar mais estresse para Aria. Ela já estava
no limite.
Matteo pegou minha mão e descansou sua mão nas
minhas costas, o calor de sua pele ecoou através do fino tecido
do meu vestido. Meu estômago embrulhou, mas eu forcei em
meu rosto uma máscara de tédio. Eu odiava como meu corpo
parecia reagir a Matteo. Se eu tivesse permissão para interagir
com outros caras, eu provavelmente não estaria impressionada
com Matteo. — Tudo bem?
Olhei para ele. Assim de perto eu podia ver que seus
olhos eram marrom escuro com um anel externo quase preto.
Ele tinha espessos cílios negros e sombra da barba por fazer
em suas bochechas e queixo. Seu sorriso se alargou e eu virei
minha cabeça, focalizando os convidados dançando em torno
de nós. Todo mundo estava rindo, sorrindo e se divertindo. Do
lado de fora parecia uma festa maravilhosa. A festa foi no
jardim da mansão que foi decorado com perfeição. Era tão
fácil deixar a brisa flutuando até nós a partir do oceano levar
embora a realidade. A atmosfera única, que apenas um lugar
nos Hamptons poderia oferecer e convencer de que a vida era
um sonho.
Eu sabia mais.
Matteo me puxou ainda mais perto, pressionando nossos
corpos juntos para que eu pudesse sentir cada polegada de
músculo, bem como as armas escondidas debaixo de seu
colete. Eu me contorci, embora parte de mim queria se
inclinar, chegar mais perto e reivindicar sua boca para um
beijo. Isso teria sido o escândalo do casamento, sem dúvida.
Papapai explodiria. Isso foi quase o suficiente para me
fazer querer fazê-lo. Por que as meninas são forçadas a esperar
seu primeiro beijo até que elas se casem? Era ridículo. Eu
tinha pena de Aria por ter que experimentar seu primeiro beijo
na frente de um casamento inteiro. Isso não aconteceria
comigo. Eu não me importava quem eu tivesse que subornar
para me beijar.
Matteo se inclinou para baixo, um sorriso provocante
curvando sua boca. — Você está linda, Gianna. O olhar
chateado fica muito bem com seu vestido.
Antes que eu pudesse me parar, uma risada explodiu de
mim. Eu tentei encobri-la com uma tosse, mas Matteo não se
enganou, a julgar pelo olhar em seu rosto. Droga. Apertei os
olhos em vão. Decidi ignorar Matteo pelo resto da nossa
dança, esperando que meu corpo fosse fazer o mesmo, mas,
em seguida, o filho da puta começou a mover seu polegar para
trás e para frente nas minhas costas, e cada terminação nervosa
parecia ignorar meus comandos.
Eu queria beijá-lo, e não apenas na frente do meu papai e
de todos os outros do sexo masculino em nosso mundo que
pensavam que estava tudo bem manter as mulheres em uma
redoma. Eu queria beijá-lo, porque ele cheirava
deliciosamente, a qual era exatamente a razão pela qual eu
precisava ficar longe dele rapidamente.
Infelizmente, Matteo parecia ter a intenção de me deixar
louca, porque depois de nossa primeira dança, ele conseguiu
roubar mais duas danças de mim, e minha indignação absoluta,
pois meu corpo não parava de reagir à sua proximidade. Eu
tinha a sensação de que ele sabia, e era por isso que ele
continuava acariciando minhas costas sempre tão levemente,
mas eu não poderia pedir para ele parar sem admitir que ele
estava me incomodando, e de alguma forma, parte de mim não
queria que ele parasse.
Era quase meia-noite quando as pessoas começaram a
gritar para que Luca e Aria fossem para cama. Ela não
conseguiu esconder seu pânico. Quando ela se levantou e
pegou a mão oferecida por Luca, seus olhos encontraram os
meus, mas, em seguida, Luca já estava levando-a para longe,
seguido por uma multidão de homens gritando. A raiva passou
por mim. Eu me forcei em meus pés, determinada a segui-la e
ajudá-la. Mamãe agarrou meu pulso, me segurando até parar.
— Este problema não é seu, Gianna. Sente-se.
Eu olhei para ela. Não era ela que deveria nos proteger?
Em vez disso, ela assistiu sem uma centelha de compaixão. Eu
torci para longe dela, desgostosa por ela e por todos ao nosso
redor.
Papai estava ao lado de Salvatore Vitiello que gritou
algo que soou como — Queremos ver sangue nos lençóis,
Luca!
Eu quase o ataquei. Que bastardo. Nova York e suas
tradições doentes. Apesar do brilhante aviso do Papai, eu me
virei e os segui depois dos homens. Luca e Aria estavam quase
em seu quarto, e eu tinha dificuldade de fazer meu caminho
através dos convidados do sexo masculino para chegar até
eles. Eu não tinha certeza que eu ia conseguir chegar até eles.
Eu não podia puxar Aria para nosso quarto e trancar a porta.
Não pararia ninguém, muito menos Luca. Aquele cara era uma
besta.
Alguns dos homens fizeram comentários obscenos na
minha direção, mas eu os ignorei, meus olhos firmemente
focados na cabeça loira de Aria. Eu quase atingi a frente da
multidão quando Aria desapareceu no quarto principal e Luca
fechou a porta. Minha respiração ficou presa, preocupação e
raiva tomaram o centro do meu corpo.
Eu estava oscilando entre ir tempestivamente para o
quarto para chutar o traseiro de Luca e correr o mais longe
possível, então eu não teria que ouvir o que estava
acontecendo atrás daquela porta. A maioria das pessoas do
sexo masculino estavam em seu caminho de volta para
recomeçar a beber, só Matteo, que estava gritando sugestões
repugnantes através da porta, e alguns homens mais jovens de
Nova York ainda estavam ao redor. Eu recuei, sabendo que
não havia nada que eu pudesse fazer por Aria, e odiando-o
mais do que qualquer outra coisa. Então, muitas vezes, no
passado, Aria tinha me protegido do meu pai, e agora, quando
ela precisava de proteção, eu era incapaz de ajudá-la.
Eu decidi ir para o meu quarto em vez de voltar para a
festa. Eu não estava com vontade de enfrentar os meus pais
novamente. Eu só entraria em uma briga enorme com o papai,
e eu realmente não precisa de mais drama hoje. Antes que eu
pudesse ir até o corredor em direção ao meu quarto, dois
rapazes entraram no meu caminho. Eu não sabia os seus
nomes. Eles não eram muito mais velhos do que eu, talvez
dezoito anos. Um deles ainda ostentava uma pele oleosa de
adolescente e acne. O outro era mais alto e parecia mais uma
ameaça.
Tentei me esquivar, mas o cara mais alto bloqueou meu
caminho. — Saiam. — eu disse, olhando para os dois idiotas.
— Não seja uma desmancha prazer, vermelha. Eu me
pergunto se você é vermelha lá embaixo também? — ele
apontou entre as minhas pernas.
Meus lábios se curvaram em desgosto. Como se eu não
tivesse ouvido essas palavras antes.
O cara da acne bufou com risadas. — Poderíamos tentar
descobrir.
De repente Matteo estava lá. Ele agarrou o cara alto e
passou uma longa faca afiada pela virilha do rapaz. — Ou. —
ele disse em uma voz estranhamente calma. — Poderíamos
tentar descobrir quanto tempo que você leva para sangrar
como um porco depois de eu cortar seu pau fora. O que acha
disso?
Eu usei o momento para bater meu joelho nas bolas do
cara com acne. Ele gritou e caiu de joelhos. Eu provavelmente
não deveria ter gostado tanto quanto eu gostei.
Matteo ergueu as sobrancelhas escuras para mim. —
Quero ter o prazer de fazer o mesmo com esse também?
Eu não precisava ser convidada duas vezes. Em vez
disso eu dei um bom pontapé que levou o segundo cara de
joelhos também. Ambos os rapazes olharam para Matteo com
olhos arregalados de medo, me ignorando completamente.
— Desapareçam antes de eu decidir cortar suas
gargantas. — disse Matteo.
Eles saíram como cães com o rabo entre as pernas.
— Você os conhece? — perguntei.
Matteo embainhou a faca. Ele não parecia tão bêbado
quanto ele parecia na festa. Talvez tudo tivesse sido um show.
Uma rápida olhada ao redor me fez perceber que estávamos
sozinhos nessa parte da casa, e da forma como o meu
batimento cardíaco estava acelerado e meu estômago
vibrando, eu sabia que isso realmente não era uma boa ideia.
— Eles são as crianças de dois dos nossos soldados. Eles
não são sequer homens ainda.
Criar eles na máfia provavelmente não iria transformá-
los em seres humanos melhores. — Eu poderia ter me
defendido. — eu disse.
Matteo digitalizou meu corpo novamente. — Eu sei.
Essa não era a resposta que eu esperava, e eu não tinha
certeza se ele estava puxando a minha perna ou não. — É
engraçado como você pode agir como um cavaleiro de
armadura brilhante em um segundo e no próximo você está
incentivando o seu irmão a agredir sexualmente a minha irmã.
— Luca não precisa de incentivo, acredite em mim.
— Você me dá nojo. Tudo isso me dá nojo. — eu me
virei e me afastei, mas Matteo me alcançou e barrou meu
caminho com um braço contra a parede.
— Sua irmã vai ficar bem. Luca não é cruel com as
mulheres.
— Isso é para me tranquilizar?
Matteo deu de ombros. — Eu conheço o meu irmão.
Aria não vai se machucar.
Eu examinei seu rosto. Ele parecia sério. Eu queria
acreditar nele, mas pelo que eu tinha testemunhado, Luca era
tudo menos um homem bondoso. Ele era brutal, cruel e frio.
— Eu quero te beijar porra. — Matteo disse em uma voz
áspera, me assustando.
Meus olhos se arregalaram. Ele não se moveu. Apenas
ficou na minha frente com o braço apoiado contra a parede e
seus olhos escuros perfurando os meus. Nós não estávamos
noivos, graças a Deus, por isso, falar assim comigo foi mais do
que inadequado. Papai teria ficado louco se tivesse ouvido. Eu
deveria ter ficado ansiosa, envergonhada pelo menos, por suas
palavras, mas em vez disso fiquei imaginando como seria
beijar alguém. As meninas da minha turma tinham beijado e
feito muito mais. Apenas Aria, eu e as outras meninas de
famílias da máfia éramos vigiadas por guarda-costas. Como
seria beijar alguém proibido? Como seria fazer algo que uma
boa menina não faz?
— Então por que você não me beija? — eu me ouvi
dizer. Campainhas de alarme soaram em minha mente, mas eu
ignorei.
Esta foi a minha escolha. Se não fossemos quem éramos,
se não tivéssemos nascido neste mundo imbecil, se Matteo não
fosse um homem feito e um assassino, talvez então eu pudesse
ter me apaixonado por ele. Se nos conhecêssemos como duas
pessoas normais, então talvez nós pudéssemos ter nos tornado
algo mais.
Matteo se aproximou de mim. Por alguma razão eu me
afastei até esbarrar na parede, mas Matteo seguiu e logo eu
estava presa entre a pedra fria e seu corpo. — Porque há regras
em nosso mundo e quebrá-las têm consequências.
— Você não parece como um defensor das regras. — eu
não tinha certeza por que eu estava encorajando-o. Eu não
queria sua atenção. Eu queria sair dessa porra de mundo e seu
povo fodido. Envolver-me de alguma forma com alguém como
ele faria isso impossível.
Matteo sorriu sombriamente. — Eu não sigo. — ele
pegou meu rosto e lentamente passou os dedos pelo meu
cabelo. Eu tremi com o toque. Eu nem gostava de Matteo,
certo? Ele era chato e arrogante e nunca sabia quando calar a
boca.
Ele é como você.
Mas meu corpo queria mais. Eu agarrei seu colete, meus
dedos enrugaram o material macio. — Eu também não. Eu não
quero que meu primeiro beijo aconteça com meu marido.
Matteo soltou uma risada tranquila e ele estava tão perto
que eu podia senti-la mais do que ouvi-la. — Esta é uma ideia
ruim. — ele murmurou, seus lábios a menos de uma polegada
dos meus, seus olhos escuros e sem as brincadeiras de
costume.
Minhas entranhas pareciam queimar com a necessidade.
— Eu não me importo.
E então Matteo me beijou levemente no início como se
ele não tivesse certeza se eu estava falando sério. Eu puxei-o
pelo colete, querendo que ele deixasse de ser cuidadoso, e
Matteo esmagou seu corpo ao meu, sua língua escorregando
entre meus lábios, enredando com a minha, não me dando
nenhum tempo para saber o que eu estava fazendo. Ele tinha
gosto de uísque e algo mais doce, como a mais deliciosa trufa
de uísque que eu poderia imaginar. Seu corpo irradiava calor e
força. Sua mão segurou a parte de trás do meu pescoço,
enquanto sua boca me devorava e meu corpo estava em
chamas com a necessidade.
Deus, não admira que papai não nos queria em torno de
homens. Agora que eu sabia o quão bom era beijar, eu nunca
queria parar de fazer isso.
Houve um suspiro, e Matteo e eu nos separamos. Eu
ainda estava atordoada quando meus olhos pousaram sobre a
minha irmã Lily, que ficou congelada no corredor,
provavelmente a caminho de seu quarto. Seus olhos estavam
arregalados. — Desculpe! — ela deixou escapar, em seguida,
deu alguns passos hesitantes em nossa direção. — Isso
significa que você vai se casar?
Eu bufei. — Não, isso não vai acontecer. Eu não vou
casar com ele. Isso não significa nada.
Matteo me lançou um olhar, e eu quase me senti mal por
minhas palavras rudes, mas era a verdade. Eu não tinha
intenção de me casar com um homem feito, não importa o
quão bem ele pudesse beijar, ou o quanto ele poderia me fazer
rir. Os homens do nosso mundo eram assassinos e
torturadores. Eles não eram bons homens, e não eram nem
mesmo homens decentes. Eles eram maus e podres até o
caroço. Nada poderia mudar isso. Talvez eles ocasionalmente
conseguissem imitar caras normais, especialmente Matteo que
teve que agir com perfeição, mas no final era apenas uma
máscara.
Matteo voltou-se para Lily. — Não diga a ninguém o
que viu, ok?
Eu deslizei para longe dele, precisando trazer alguma
distância entre nós. Como eu poderia ter deixado ele me
beijar? Talvez eu tivesse sorte e ele estivesse mais embriagado
do que deixava transparecer. Talvez ele não se lembrasse de
nada amanhã de manhã.
— Ok. — Lily disse com um sorriso tímido.
Matteo me deu um olhar compreensivo antes que dele
passar por Lily e virar no corredor. No momento em que ele se
foi, Lily correu na minha direção. — Você o beijou!
— Shhh. — eu disse, enquanto caminhávamos pelo
corredor.
— Posso dormir no seu quarto hoje à noite? Eu pedi a
mamãe.
— Sim, claro.
— Como foi? — perguntou ela em um sussurro abafado.
— O beijo, eu quero dizer.
No começo eu queria mentir, mas depois optei pela
verdade. — Surpreendente.
Lily riu e me seguiu até meu quarto. — Então, você vai
beijá-lo de novo?
Eu queria, mas eu sabia que seria uma ideia
extremamente ruim. Eu não quero dar a ele algumas ideias. —
Não. Eu nunca vou beijar Matteo novamente.
Eu deveria ter sabido que isso não acabaria tão
facilmente.
GIANNA
Às vezes, à noite, quando eu revivia o nosso beijo, eu me
perguntava se talvez Matteo e eu não seríamos uma má ideia.
Mas, então, Aria ligou e me contou sobre como ela encontrou
Luca traindo ela, e isso foi o despertar de que eu precisava
desesperadamente. Homens feitos sempre matam, sempre
enganam, sempre arruínam tudo que tocam. Eu não deixaria
ninguém me tratar assim. Eu não iria mesmo dar a eles a
oportunidade de experimentar. Não importava o quanto meu
corpo queria beijar Matteo novamente, eu jurei a mim mesma
que eu iria afastá-lo. Um beijo já tinha sido demais. Se eu o
deixasse chegar perto novamente, ele nunca me deixaria em
paz.
É claro que quando eu visitei New York um par de
semanas depois do casamento de Aria, Matteo estava lá no
apartamento de Luca para jantar com a gente. O sorriso que
ele me deu quando Aria me levou para a mesa fez meu sangue
ferver. E se ele tivesse dito a alguém sobre o nosso beijo? Eu
não tinha sequer dito a Aria sobre isso, e eu sempre contei
tudo a Aria. Este seria um longo jantar.
MATTEO
O telefone de Luca tocou. — Sim, Romero? — silêncio.
— Repita isso.
Eu estava verificando os ganhos do mês passado nos
nossos clubes em Manhattan, mas percebi a tensão na voz de
Luca. Sua expressão me fez fechar o laptop. — O que está
acontecendo?
Luca ficou de pé. — Romero encontrou Sandro drogado
e amarrado no chão do apartamento de cobertura. Aria e
Gianna se foram.
Eu me endireitei. — Você está brincando porra.
— Você acha que eu brincaria com algo assim? — ele
rosnou no meu rosto.
Eu olhei de volta. — Eu achei que Aria estava
apaixonada por você.
Por um momento Luca parecia que ia me dar um soco.
Então ele se virou e saiu do porão do Sphere. Corri atrás dele.
— Isso é culpa de Gianna. Esta menina é a raiz de todos os
problemas. Por que você não podia ficar longe dela como eu te
disse, porra? — ele murmurou.
Se ao menos eu soubesse. Por alguma razão, eu não
conseguia tirá-la da minha cabeça. E agora ela fugiu. De mim.
MATTEO
Gianna não disse porra nenhuma, como se ela não
pudesse se importar menos com o que eu pudesse fazer com
ela.
Apertei seus pulsos para ver se ela iria finalmente
mostrar algum fogo, eu estava acostumado com ela, mas,
apesar de um pequeno estremecimento ela não reagiu.
Eu odiava o que tinha feito a seu cabelo. Era castanho
claro, não mais o vermelho impetuoso que eu amava. Pelo
menos, ela não tinha cortado.
Meus olhos foram atraídos para a lasca de estômago
despido que aparecia para fora onde sua camisa tinha subido.
O pensamento de que alguém havia tocado lá, havia tocado em
todos os lugares me fez querer rasgar tudo.
Ela deveria ser minha. Só minha.
Por um momento, a fúria era tão ofuscante que eu queria
machucá-la, queria mostrar que ela pertencia a mim, queria
transar com ela com tanta força que ela esqueceria todo o
resto. Agarrei sua cintura, os dedos roçando sua pele macia.
Minha. Somente minha de agora em diante. Seu papai tinha
me dito que eu poderia usá-la como eu bem entendesse antes
que eu a levasse de volta para ele. Ninguém piscaria um olho,
se eu tomasse o que era pra ser meu. Ela ficou tensa sob o meu
toque, mas ainda não disse nada. Seus olhos estavam
resignados. Nenhum indício de seu temperamento habitual.
Ela não lutou, não fez nada. Ela me lembrou uma boneca
de pano. Ela provavelmente esperou por mim para fazer o que
todos esperavam que eu fizesse, fodê-la, mesmo que ela não
estivesse disposta, machucá-la até que ela me pedisse perdão.
E eu poderia ter feito isso, mas eu não queria. Apesar do que
ela tinha feito e quão mal ela fez pra mim, eu ainda a queria, e
não apenas seu corpo.
— Ser submissa não é como você é. — eu disse
calmamente. Seu pulso acelerou sob meus dedos. Foi o único
sinal de que ela não era tão indiferente como sua expressão me
fez querer acreditar. Talvez ela não ligasse para o que
aconteceu com ela, porque ela estava com o coração partido
sobre o bastardo que eu encontrei com ela.
A ideia enviou uma nova faísca de ódio através de mim
e eu rapidamente a soltei antes que eu perdesse o controle. Eu
deslizei para fora dela e me sentei na beirada do colchão,
tentando ignorar o olhar de surpresa e choque cruzar seu rosto.
Eu olhei para o chão, abrindo e fechando as mãos. Se Carmine
não tivesse matado o filho da puta, eu provavelmente teria
feito isso. Eu ainda queria fazer, queria cortar a parte de seu
cérebro que abrigava a memória do corpo de Gianna sob ele.
Gianna sentou-se devagar, com cuidado, como se ela
pensasse que eu poderia atacar se ela se movesse muito rápido.
— Você não vai me estuprar e me torturar?
Eu quase ri. Isso é o que todos esperavam. A maioria dos
homens em nosso mundo até pensaria que ela merecia. Eu me
virei para ela, meu olhar traçando seu belo rosto. Ainda mais
bonito do que a minha memória me fez acreditar, mesmo
agora quando ela estava pálida e seus olhos estavam inchados
de lágrimas.
— Você acha que eu faria? — eu perguntei em uma voz
surpreendentemente calma. Um pouco da minha raiva de
repente desapareceu, quando ela estava me olhando com seus
grandes olhos azuis.
— Sim. Os homens de meu pai definitivamente pensam
assim. Você não viu as suas expressões? Eles provavelmente
esperam que você vai dar a eles uma chance comigo, depois
do que você fizer comigo.
Claro, eles tinham me falado isso várias vezes enquanto
nós estávamos caçando Gianna. Eu sabia que eles pensavam
que estava acontecendo agora. Foda-se, parte de mim queria
que eles estivessem certos. Eu não era um bom rapaz. — Eu
não dou a mínima para os homens de seu pai, e eu não dou a
mínima pro seu papai. E se eles colocarem um único dedo em
você, eu vou matá-los. Eles não vão machucá-la, ninguém vai.
As sobrancelhas dela se enrugaram. — Uma vez que eu
estiver de volta em Chicago, Papai vai me punir.
Será que ela realmente acha que eu entregaria seu rabo a
seu papai? Eu não tinha caçado ela por seis meses para
entregá-la. Eu sorri. — Você não vai voltar para Chicago,
Gianna. Você vem para Nova York comigo.
Esperança e alívio atravessaram seu rosto. — Com Aria?
Ela está bem? Será que ela ficou em apuros, porque ela me
ajudou?
De alguma forma, sua resposta me incomodou. — Aria
está bem, — eu disse, antes de eu me levantar e caminhar em
direção à janela. Eu voltei para ela quando eu perguntei. —
Aquele cara, forçou você fazer alguma coisa?
Eu não tinha certeza do que eu faria se ela dissesse sim.
Eu não poderia mais ferir aquele filho da puta, e eu não queria
machucá-la, então o que eu poderia fazer? Matar alguém, de
preferência os dois idiotas da equipe do papai dela que
estavam irritando meus nervos por muito tempo, e talvez
enquanto eu estivesse com ele, eu mataria a porra de seu papai
na próxima vez que o visse.
— Sid? — ela perguntou com uma voz trêmula, e eu
quase perdi logo em seguida. Eu fiz uma careta para ela por
cima do meu ombro. Seus olhos estavam realmente úmidos
com a porra das lágrimas.
— Eu não ligo para qual seja seu nome. — eu rosnei.
Porra, eu queria matar aquele cara. Eu teria pagado um
bilhão de dólares se houvesse uma forma de ressuscitar o
idiota, somente assim eu poderia matá-lo novamente.
Lentamente, dolorosamente.
— Seu nome era Sid. — disse ela teimosamente, um
brilho familiarizado retornando para seus olhos.
Ela ainda não havia respondido à minha pergunta. —
Será que você o ama?
— Não. — ela disse sem hesitar. — Eu mal o conhecia.
— eu teria me alegrado, se ela não tivesse começado a morder
o lábio inferior como se estivesse lutando contra as lágrimas.
Ela parecia triste e, em seguida, uma lágrima deslizou para
fora de seu olho esquerdo. Ela piscou algumas vezes.
— Se você não o ama, então por que você está
chorando?
Ela olhou. Fuzilou, como se isso fosse o único motivo
para estar zangada. — Você realmente não sabe?
— Eu sou um homem feito, Gianna. Eu vi muitas
pessoas morrerem, eu mesmo matei muitos deles. — E agora
eu queria matar novamente mais do que em qualquer outro
lugar do mundo.
— Sid não merecia morrer. Ele morreu por minha causa.
Ele nunca fez nada de errado.
Que porra é essa? Realmente? — Ele tocou na garota
errada. Ele morreu por tocar o que não era seu.
Gianna balançou a cabeça. — Você queria matá-lo você
mesmo, não é? Foi por isso que você parou Stan? Não é
porque você queria poupar a vida de Sid.
Será que isso realmente foi surpresa para ela? Para
alguém que estava convencida de que eu e todos os outros
membros da máfia eram monstros, ela parecia estranhamente
surpresa pelo meu desejo de matar o idiota que tinha apalpado
a minha noiva.
Antes que eu pudesse responder, meu telefone tocou. O
nome de Luca brilhou na minha tela. Eu só tinha enviado um
texto curto, enquanto eu estava no carro. Ele tentou me ligar,
mas com exceção de uma conversa rápida com o piloto do
nosso jato particular, eu não estava no humor para falar com
ninguém, mas sabia que Luca não desistiria. Sufocando um
gemido, atendi, me afastando de Gianna novamente.
— Um texto com ‘eu tenho ela’, é tudo que eu recebo de
você? — ele disse com raiva.
— Estava ocupado.
Eu podia ouvir a voz alta Aria no fundo, mas felizmente
Luca não a colocou na linha. Eu realmente não estava com
vontade de falar com uma mulher histérica, muito menos a
mulher que ajudou a minha noiva fugir. Era de manhã cedo em
Nova York, Luca não poderia ter deixado sua esposa dormir?
— Com o quê? — ele fez uma pausa. — Não, não me
diga. Eu não quero saber porra.
— Será que ele a machucou? — perguntou Aria alto o
suficiente para eu ouvir.
Eu não disse nada.
Luca baixou a voz. — Ela está viva?
— Foda-se.
— Eu tomo isso como um sim.
Aria ainda estava falando no fundo.
— Diga à sua mulher que a irmã dela está bem.
— Gianna está bem. — disse Luca em uma voz abafada,
para mim. — Quando você vai voltar?
— O voo sai em menos de duas horas.
— Você está voando diretamente para Chicago para
atender Scuderi. Certo?
— Ele já ligou para você, não foi? — eu disse. Stan e
Carmine tinham definitivamente enviado a seu chefe uma
mensagem depois que tínhamos pego Gianna. Isso significava,
claro, que ele sabia sobre Sid também.
— É claro que ele ligou. Sua filha esteve fugindo por
seis meses. Esta é uma grande notícia.
— Não me diga que ele está feliz por tê-la de volta.
— Não, pelo menos não pelo mesmo motivo de Aria.
Ele quer vê-la, fazê-la pagar pelo que fez. Ela o envergonhou e
a você também. Pelo que eu ouvi você pegou ela com outro
cara. Você percebe que a notícia vai se espalhar como fogo.
Scuderi está ansioso para fazer uma demonstração pública de
como punir Gianna. Ele espera que você o ajude com isso.
Eu cerrei os dentes. — Eu não dou a mínima. Eu não eu
não vou levá-la para Chicago. Se ele quer falar com ela, ele
pode vir para Nova York.
— Você quer protegê-la depois do que ela fez?
— Sim.
— Matteo, este é um negócio do Outfit. Ela não é sua
esposa, e ninguém espera que você se case com ela depois que
ela deu a volta fodendo com metade da Europa.
— Cuidado. — eu assobiei.
— Caramba. Você não pode simplesmente acabar com
ela? Foda-se ela, não é como se isso importasse mais, e, em
seguida, entregue-a de volta ao seu papai.
— Aria ainda está por aí ouvindo você falar sobre sua
irmã desse jeito? — perguntei.
— Não. Eu preciso pensar sobre a Família. Gianna
trouxe isso para si mesma. Você tem que levá-la para Chicago,
Matteo. Não vou arriscar uma guerra por causa dela.
— Foda-se, Luca. Você não deveria estar na porra do
meu lado?
— Não quando você perdeu a porra da sua cabeça.
— Foda-se.
Luca suspiro na outra extremidade. — Escute, eu não
estou dizendo que você deve abandoná-la. Leve-a para
Chicago e finja que você está entregando-a a seu pai. Em
seguida, faça um acordo com ele. Ela ainda está prometida a
você, então ele não vai recusar. Ele provavelmente vai ficar
feliz em tê-la de suas mãos. Aria e eu vamos voar pra lá
também. Eu estou enviando o nosso piloto neste exato
momento. Você não terá que lidar com isso sozinho.
— Ok, eu vou levá-la para Chicago. Mas eu não vou
embora sem ela, não importa o que Scuderi diga. Ela é minha.
— Tudo bem, mas eu duvido que haverá quaisquer
problemas. E acredite em mim, eu não tenho nenhum interesse
em deixar Gianna ser machucada por seu papai. Aria ama sua
irmã, e eu quero Aria feliz, então eu não vou deixar Scuderi
matar ou machucá-la. Vamos trazê-la de volta para Nova York
com a gente, como sua esposa se isso é o que realmente você
quer.
— Você vai ficar contra Scuderi se ele discordar por
algum motivo?
— Eu irei. Por você e por Aria.
— Jure.
Luca suspirou novamente. — Eu juro. Você e Aria vão
ser a minha morte.
Eu quase sorri, mas desliguei. Quando eu virei para
Gianna, ela estava me observando com uma expressão de
ansiedade, que ela tentou mascarar no momento em que eu
olhei para ela, mas ela não conseguiu. Às vezes nos últimos
meses eu estive certo que eu não iria encontrá-la, que ela era
muito inteligente. Eu estava feliz por estava errado. — A
tradição diz que eu devo entregá-la a seu pai.
O medo brilhou em seu rosto. Gianna não era estúpida,
ela sabia o que poderia acontecer a ela pela vontade de seu
papai. Eu não tinha certeza se Dante Cavallaro ia intervir, e eu
não dava a mínima. Protecionismo tomou conta de mim. Eles
não tinham nenhum direito de decidir sobre o seu destino. Esta
era a minha chance de mostrar que ela estava errada em fugir,
que eu era o cara certo para ela. Durante muito tempo, ela
olhou para mim, seu rosto desprotegido e vulnerável. Este foi
um lado dela que eu só tinha visto duas vezes antes, quando
Aria tinha sido drogada e quando Gianna tinha estado nas
mãos dos russos. Eu ainda estava zangado com ela, ainda
fodidamente furioso, especialmente porque eu sabia que ela ia
fugir de novo se eu desse a ela a chance, mas parte de mim
estava simplesmente feliz por tê-la de volta.
— Vou levá-la para Chicago, mas eu não vou sair do seu
lado, Gianna. Eu não vou dar-te a chance de fugir de mim
novamente.
GIANNA
Depois do que aconteceu hoje, eu não tinha certeza de
que eu arriscaria outra fuga.
O telefone de Matteo tocou novamente e ele amaldiçoou.
Fiquei contente pela distração. A intensidade do olhar dele
tinha mexido com uma parte de mim que eu tentava lutar
desde o beijo. Deitei-me, mas no momento que eu fechei os
olhos, as imagens do corpo de Sid passaram pela minha mente.
Mesmo se Matteo não o tivesse matado isso não significava
que não era culpa dele. Ele teria feito o mesmo se Carmine não
tivesse agido em primeiro lugar.
Devo ter cochilado porque eu empurrei violentamente
quando algo tocou meu braço. Meus olhos se abriram e eu
encontrei Matteo pairando sobre mim. Ele se endireitou com
um sorriso irônico. — A morte de Sid não parece incomodá-la
muito se você pode cair no sono assim.
Sentei-me, olhando para ele, sabendo que ele estava
sendo cruel de propósito, mas, ao mesmo tempo, me
perguntando se era verdade. Eu era insensível? Eu parecia
mais com Matteo do que eu queria admitir? Não. Eu tinha
sonhado com a morte de Sid, e meu peito parecia que estava
apertado quando eu pensava nele.
— Nós precisamos ir. Nosso voo sai em breve. —
Matteo agarrou meu pulso para me puxar para levantar, mas,
de repente, eu me desvencilhei irritada. Matteo estendeu a mão
para mim de novo, empurrou-me para os meus pés e contra o
seu corpo. — Cuidado, Gianna. Há menos de duas horas atrás
eu vi você com outro cara. Eu me orgulho de meu controle,
mas há um limite para o que eu vou aguentar de você.
Eu engoli minhas palavras e deixei Matteo me levar para
fora do quarto. Stan e Carmine já estavam esperando no
corredor. Seus olhos me digitalizaram da cabeça aos pés, em
seguida, Stan disse: — Ela ainda está surpreendentemente
ilesa. Se a minha noiva tivesse com outros homens, eu teria
batido nela até arrancar sangue.
— Eu pareço que me importo com a porra da sua
opinião? — perguntou Matteo perigosamente. Arrisquei um
olhar para ele, perguntando por que exatamente ele não estava
fazendo o que Stan tinha sugerido. Eu decidi manter minha
boca fechada por enquanto. A autopreservação não era meu
forte, mas eu não era completamente suicida, mesmo que a
morte era o que meu papai tinha em mente para mim.
Vinte minutos depois, embarcamos no jato particular do
Outfit e eu tomei um assento ao lado da janela. Matteo sentou
perto de mim, mas ele não conversou. Ninguém tentou falar
comigo durante todo o voo. Eu tinha uma sensação de que
Matteo estava usando o tempo para se acalmar.
Ocasionalmente eu o pegava olhando para mim, mas eu não
conseguia ler o olhar em seus olhos. Quando me levantei no
meio do voo para ir ao banheiro, Matteo ficou bem.
Engoli um comentário e caminhei em direção ao
banheiro na parte traseira. Quando Matteo não recuou, mesmo
quando eu abri a porta, eu não podia segurar mais. A
autopreservação que se dane. — Você vai me ver fazer xixi?
Não é como se eu pudesse escapar pulando para fora do avião.
— Eu não sei se você se aproveitaria da situação para
fazer um buraco no avião para matar todos nós.
Ele estava falando sério? O canto de sua boca se
contorceu, mas, em seguida, sua expressão endureceu
novamente. Por um momento, nossos olhos estavam fechados,
então eu rapidamente entrei no pequeno banheiro e fechei a
porta. Matteo não tentou me parar, mas eu sabia que ele
esperaria por mim e, provavelmente, ouviria barulhos
estranhos.
Debrucei-me contra a parede e fechei os olhos. O medo
e a tristeza enfureceu meu corpo, e foi ficando cada vez mais
difícil não quebrar em uma confusão de soluços. Eu quase
desejei que Matteo tivesse me maltratado. Por que ele tem que
agir como um ser humano decente?
— O que você está fazendo? Não me obrigue a chutar a
porra da porta. — Matteo murmurou.
Nem mesmo me importando que ele me ouviria, eu me
recompus antes de sair dois minutos depois. Os olhos de
Matteo se aproximaram como se estivesse à procura de um
sinal de que eu estava tramando algo. Eu teria rido se ele
pensasse que eu poderia.
Voltamos para nossos lugares e retomamos o nosso
silêncio.
Meu estômago estava em nós quando nós pousamos em
Chicago. Eu não tinha tido um minuto de sono enquanto
estávamos no ar. O conhecimento do que eu teria que enfrentar
papai logo, me manteve acordada. Ainda ontem, eu tinha
comido pizza com as minhas companheiras de casa e fiz
planos para uma viagem à Croácia, no verão, e agora minha
vida estava mais uma vez fora do meu controle. Pior ainda, eu
poderia muito bem enfrentar uma punição severa do Outfit.
Matteo realmente não tinha motivo para me proteger da ira de
papai. E mesmo que ele tentasse Luca não permitiria arriscar
um conflito com a máfia de Chicago por minha causa, não é?
Eu era menos que verme a seus olhos.
O jato privado parou e Matteo ficou de pé e fez sinal
para eu fazer o mesmo. Minhas pernas tremiam enquanto eu o
segui em direção à porta, que já estava sendo aberta. O ar frio
soprou contra o meu rosto. Tinha neve na pista de pouso e nos
edifícios em volta. Era por volta de 16h00min h, mas eu sentia
como se fosse no meio da noite. Matteo agarrou meu pulso,
me dando um olhar de advertência. — Não corra. Não faça
nada estúpido. Os homens de seu papai estão procurando uma
chance de te machucar. Eu os mataria, claro, mas isso não vai
ajudar em nada.
Será que ele estava realmente preocupado comigo?
Matteo era um enigma. Eu não tinha certeza por que ele estava
tão interessado em mim. Eu tinha a sensação de que era seu
orgulho. Ele não podia aceitar que eu não o queria, então ele
me obrigaria a casar com ele, mesmo se eu não quisesse,
mesmo ele não me querendo mais. Se ele realmente se
importasse comigo, ele me deixaria ir. Não, isso era um jogo
de poder. Emoções não tinham nada a ver com isso.
— Não se preocupe. Eu quero ver Aria.
Ele balançou a cabeça. — Este não é o momento certo
para gracinhas. Seu pai não apreciará.
Então por que ele estava quase sorrindo, se ele pensou
que era uma ideia tão ruim? A porta estava completamente
para baixo e Matteo me ajudou a descer as escadas, seus dedos
firmes ao redor de meu pulso. Senti-me como uma criança
dando seus primeiros passos. O aborrecimento lutou com a
preocupação em meu corpo, mas antes que eu pudesse decidir
se eu queria correr o risco de uma réplica vi uma cabeça loira
familiar. Aria. Ela estava ao lado de Luca, e quando ela me
viu, ela começou a correr.
Olhei para cima para Matteo de forma suplicante, mas
ele não me deixou ir e continuou me levando para Aria em
passos vagarosos. Quando minha irmã quase chegou até nós,
ele me soltou e eu corri em direção a Aria. Nós colidimos
quase dolorosamente. Eu esmaguei Aria contra mim,
abraçando-a tão firmemente quanto possível e ela fez o
mesmo. — Oh Gianna, eu estava tão assustada por você. Estou
tão feliz que você está aqui. — ela estava chorando e meu
próprio rosto estava molhado de lágrimas. Deus, eu senti sua
falta.
Depois de um momento, ela se afastou seus olhos
fazendo uma varredura rápida, demorando em minha nova cor
de cabelo. — Você está bem? Será que eles te machucaram?
Eu tirei alguns fios de seus cabelos loiros de seu rosto,
de repente sentindo como se eu fosse quebrar em soluços. Um
pesado arrependimento pesou em minha mente. Eu nunca
deveria ter fugido. Ao ver o rosto preocupado de Aria foi outro
lembrete. Se eu tivesse ficado, se eu tivesse casado com
Matteo, então Sid ainda estaria vivo, e Aria não teria que ter se
preocupar durante meses. Por que eu tenho que querer a
liberdade para tomar minhas próprias decisões?
— Gianna? —Aria abaixou a voz. — Será que Matteo
vai fazer alguma coisa?
— Matteo não vai fazer nada. — disse Matteo com uma
voz dura, fazendo eu e Aria saltarmos.
— Eu não perguntei a você. — Aria disse calmamente.
Meus olhos dispararam entre eles. Eu tinha a sensação de que
eles não estavam em boas condições. Também por minha
causa. Luca chegou ao nosso lado e bateu no ombro de seu
irmão. — Bom ver você de novo.
Eu ainda não tinha considerado que Matteo tinha ido
embora de casa por um longo tempo. Luca mal olhou na
minha direção, não que eu me importasse.
— Eu estou bem. — eu disse a Aria, que parecia
relutante em acreditar em mim.
— O chefe está esperando. —Stan latiu. — Vamos lá.
Não é como se a prostituta merecesse boas vindas.
Aria engasgou. Eu endureci, mas não consegui mostrar o
meu choque. Eu não dou a mínima para o que Stan pensava de
mim. Mas Matteo foi o mais rápido a reagir. Ele puxou uma
faca e arremessou em Stan, que gritou quando a lâmina cortou
sua orelha.
— Da próxima vez minha lâmina dividirá a porra do seu
crânio se você não ficar de boca fechada. — disse ele.
Stan descansou a mão sobre a arma no coldre, mas não
puxou. O sangue estava escorrendo de sua orelha cortada para
baixo em sua camisa. Havia um olhar de assassino em seus
olhos. Carmine ficou muito quieto, mas ele não tinha puxado a
arma. Quando me virei para Luca, eu sabia o porque. Ele tinha
suas armas apontadas para os homens de meu papai e atrás
dele Romero que eu ainda não tinha visto antes estava fazendo
o mesmo.
— Nós não queremos que isso acabe mal, não é? —
perguntou Luca, em voz muito baixa. — Seu chefe não
apreciaria.
Carmine assentiu e relaxou sua postura, mas Stan
parecia que não se importava se meu pai iria castigá-lo,
enquanto ele queria matar Matteo primeiro. Por vários
momentos nenhum de nós se moveu, então Luca colocou suas
armas de volta em seus coldres. — Vamos lá.
Carmine pegou a faca que Matteo tinha jogado e
entregou de volta para Matteo, que não tirava os olhos de Stan.
— Ela vai em um carro com a gente. — disse Stan.
Os lábios de Matteo puxaram em um sorriso frio. —
Este é o último aviso que você recebe. Pare de me chatear ou
eu vou esculpir um sorriso em sua garganta.
Carmine agarrou o braço de Stan e puxou-o para um
carro preto do Outfit, enquanto o resto de nós fomos em
direção a duas BMWs.
Aria foi se sentar na parte de trás comigo, mas Luca
segurou-a de volta. — Não. Eu quero Matteo mantendo o olho
em sua irmã. — Aria me deu um sorriso de desculpas antes de
se sentar ao lado de Luca.
Matteo me deu um olhar compreensivo quando ele se
estabeleceu ao meu lado no banco de trás. — Você
provavelmente saltaria para fora do carro em movimento se eu
te desse a chance.
Eu bufei. — Eu não sou completamente louca. Você
acha que eu arriscaria correr ao redor de Chicago desprotegida
quando os homens de meu papai estão a caminho para me
machucar?
— Então, você confia em mim para protegê-la, mas
ainda não quer se casar comigo.
Surpresa passou por mim. — Você ainda quer ir em
frente com o casamento?
— Você provavelmente poderia enfiar uma faca em suas
costas e ele ainda gostaria de ir até o fim. — disse Luca. —
Ele é um filho da puta teimoso.
— Eu não a caçaria por seis meses só para deixá-la ir.
Eu procurei seu rosto, mas eu não podia olhar além de
sua máscara arrogante. Ele não me deixou. — Talvez você não
devesse ter perdido tanto tempo me caçando. — então, eu
ainda estaria em Munique, e Sid ainda estaria vivo. Mas eu
tinha que admitir que parte de mim teria perdido minha vida
anterior. Nem tudo, você mente, mas definitivamente meus
irmãos e talvez até mesmo alguns outros aspectos que eu não
queria admitir para mim ainda.
Matteo não disse nada, mas seus lábios estavam
apertados. O resto da viagem passou em silêncio tenso.
Eu tentei esconder meus nervos quando nós paramos em
frente da minha antiga casa. O que o papai faria comigo?
Capítulo dez
MATTEO
O carro Outfit parou em frente da casa dos Scuderi e
Luca estacionou a BMW logo atrás. Luca e Aria saíram do
carro imediatamente e eu empurrei a porta aberta para segui-
los, mas parei quando eu percebi que Gianna não tinha sequer
soltado o cinto ainda. Ela estava olhando fixamente para suas
mãos descansando no colo. Um aborrecimento me encheu. Ela
nunca iria pelo caminho mais fácil? Será que ela tem que ser
sempre tão teimosa?
— Eu não estou com vontade de discutir com você,
Gianna. Você realmente não deveria deixar seu papai
esperando. Ele está chateado. Saia do carro ou eu vou levar
você.
Eu esperei por um retorno inteligente. Em vez disso, ela
foi desatar-se. Suas mãos tremiam e de repente percebi o que
estava acontecendo. Gianna não estava protelando pra me
irritar. Ela estava nervosa por estar de volta aqui. Seus dedos
lutavam com o cinto de segurança. Eu o desatei para ela. Seus
olhos dispararam, suas sobrancelhas desenhadas se juntaram,
quando ela procurou meu rosto. Ela parecia fodidamente
ansiosa. Ela nem sequer empurrou minhas mãos, que ainda
estavam descansando em sua coxa.
— Nós precisamos sair. — eu disse de novo, desta vez
sem o aborrecimento anterior.
Ela balançou a cabeça lentamente, seus olhos correndo
em direção à janela. Eu podia ver Luca e Aria nos observando,
e atrás deles Stan e Carmine estavam à espera. Romero estava
junto ao nosso segundo carro, examinando os arredores. Eu
não acho que isso era uma armadilha, mas você nunca poderia
saber como a porra Outfit iria se comportar. As coisas não
tinha sido exatamente tranquilas entre nós nos últimos meses.
— Estou com medo. — disse ela em voz baixa, em
seguida, riu asperamente. — Não é confuso que eu tenha medo
de meu próprio pai?
— Seu pai é consigliere e imbecil. Há uma abundância
de razões para ter medo dele.
Ela ainda estava olhando para seu colo. — Ele me odeia.
Ele nem sequer hesitará em colocar uma bala na minha cabeça
depois do que eu fiz.
Ele teria que passar por mim, e eu não tenho dúvida de
que eu poderia levá-lo para baixo com um braço amarrado nas
minhas costas. Passei um dedo sob o queixo e virei seu o rosto
para mim até que seus olhos azuis encontrassem os meus. —
Eu não vou permitir isso.
Por um momento ela se acalmou e seus olhos dispararam
para os meus lábios, mas, em seguida, Gianna voltou a ser
quem era e se afastou. Eu quase gemi. Ela abriu a porta e
deslizou para fora. Quando eu cheguei até ela, não havia
nenhum sinal de medo em seu rosto. Ela manteve a cabeça
erguida e enviou aos homens de Scuderi o olhar mais mordaz
que eu já vi dela. Essa era Gianna Eu a conhecia. A única
indicação de que ela não estava tão relaxada foi quando ela
não discutiu quando eu descansei minha mão na parte inferior
de suas costas, quando eu a levei para a porta da frente. Eu não
podia esperar para passar minhas mãos sobre cada polegada de
seu corpo, para finalmente reclamá-la. Imagens de Sid com
suas patas nela escorregaram em minha mente de novo e eu
tive que resistir à vontade de bater em alguma coisa.
Luca ergueu as sobrancelhas, impaciência estava
estampada em seu rosto. — Por que você demorou tanto pelo
amor de Deus?
Eu o ignorei porque a porta se abriu naquele momento e
Scuderi apareceu no batente da porta, com uma carranca no
rosto. Gianna encolheu-se contra mim. Eu acho que ela nem
percebeu, porque seu rosto permaneceu perfeitamente
impressionado.
Scuderi conversou com seus homens brevemente antes
de enviá-los para fora e voltou-se para Luca. Eles apertaram as
mãos e, em seguida, ele abraçou Aria. Ele não havia dado a
Gianna um único olhar. Isso me incomodava. Seus olhos frios
ampliaram para mim e eu zombei dele. Eu odiava tudo sobre
aquele homem, mesmo seu rosto estúpido e cabelo penteado
para trás. Ele parecia o pior clichê de um mafioso.
— Vejo que você a encontrou. — ele disse.
— Eu sempre consigo o que eu quero.
Ele ainda nem sequer olhou para Gianna, mas sua
expressão se tornava cada vez mais cruel. — O que você
queria era uma menina italiana respeitável. O que você ganhou
foi a ruína de Deus sabe quantos homens.
Gianna endureceu sob a minha mão, arregalando os
olhos uma fração antes dela recuperar o controle sobre seu
rosto, mas seu papai não a olhava ainda. Não admira que ele e
meu papai tivessem se dado tão bem.
— Eu não posso ver porque você se preocupou em
desperdiçar seu tempo com ela. Meus homens poderiam ter
pegado ela sem você.
Seus homens teriam feito um monte de coisas com
Gianna. Luca estreitou os olhos para mim em sinal de
advertência. Ele poderia ver o quanto eu queria enterrar minha
faca na cara feia de Scuderi? Eu olhei para trás para Scuderi,
querendo limpar aquele sorriso superior, fora de seu rosto.
— Eu acho que nós deveríamos ir para dentro para
discutir o assunto. — disse Luca, usando sua voz postada de
Capo. Geralmente isso atacava meus nervos quando ele fazia
isso, mas desta vez foi provavelmente melhor. Eu tinha a
sensação de que a minha faca teria acidentalmente encontrado
o seu caminho no globo ocular de Scuderi se eu tivesse que
suportar sua expressão estúpida mais um segundo.
Scuderi assentiu com a cabeça e abriu a porta. Gianna
estava praticamente pressionada contra o meu lado quando nós
passamos por ele. Protecionismo queimava minhas veias.
Talvez ela não tenha percebido, mas que ela procurava ficar
próxima a mim, quando ela estava com medo. Era tudo o que
eu precisava para confirmar seus sentimentos por mim, mesmo
que ela não estivesse ciente deles ainda.
— Como você pode até mesmo tocá-la depois do que ela
fez? Depois do que você a viu fazendo. Eu estaria desgostoso.
— Scuderi disse enquanto fechava a porta. Ele, obviamente,
não esperava uma resposta, porque ele se virou para Luca. —
Se minha esposa tivesse feito algo assim, eu a teria matado, e
eu sinto que você teria feito o mesmo, Luca.
Aria atirou a Luca um olhar chocado, mas ele estava
ocupado olhando Scuderi. — Eu não estou aqui para discutir
‘ses’ com você. Eu quero ter isto resolvido de uma vez por
todas. Você nos prometeu algo e eu espero que você entregue.
— O que eu prometi não está mais disponível. —
Scuderi acenou para Gianna. — Mas se você quiser bens
danificados, tenho certeza de que podemos chegar a um
acordo. Dante está esperando na sala de estar por nós. Este é
um negócio do Outfit, e Dante terá a última palavra sobre o
assunto.
Luca encontrou meu olhar, me advertindo claramente em
seus olhos. — Então vamos. Eu tenho coisas melhores a fazer
do que bater papo com você. E eu tenho certeza que podemos
chegar a um entendimento que vai beneficiar a todos nós.
Eu não dou a mínima para Dante ou Scuderi. Eu levaria
Gianna de volta para Nova York comigo, mesmo se eu tivesse
que estripar cada imbecil do Outfit no processo.
GIANNA
Eu estava tentando muito duro manter uma expressão
neutra, mas era incrivelmente difícil. Para minha vergonha, a
mão de Matteo nas minhas costas me ajudava muito a manter
o foco. Sua expressão, por outro lado só alimentava minha
própria ansiedade. Ele parecia um homem em busca de
sangue. Arrisquei uma olhada para Luca e meu pai, que não se
incomodavam com amabilidades.
As coisas tomaram um rumo definido para o pior desde
que eu tinha fugido. Se Luca estava agindo de má vontade, em
relação ao meu pai, as relações entre os Outfit e Nova York
não poderiam estar bem agora.
Aria tocou suavemente meu braço, os olhos cheios de
preocupação. Forcei um sorriso, mas não deve ter sido
convincente porque ela só franziu a testa em troca. Droga.
Matteo me cutucou para ir para frente. Papai e Luca já
estavam indo em direção à sala de estar, mas, ao som de
passos apressados Eu congelei, meus olhos correndo para a
escada. Lily e Fabi saltaram em minha direção, seus rostos
iluminados de felicidade. Lágrimas brotaram nos meus olhos
quando meu irmãozinho me abordou, enterrando a cabeça
contra o meu peito. Deus, ele tinha crescido desde que eu o
vira pela última vez. Como isso era possível? Eu tinha ido
embora há apenas seis meses. E então Lily jogou os braços em
volta de mim também. — Nós sentimos muito a sua falta. —
ela sussurrou entre lágrimas. A pressão de Fabi em mim foi
tornando a minha respiração difícil, mas eu não me importei.
Abracei-os de volta tão firmemente. Enquanto eu estava
fugindo, eu mal ousava pensar na minha família, pois toda vez
sentia que um abismo estava rasgando em meu peito.
— Eu não disse pra não saírem lá de cima? — pai
assobiou, levando-me a olhar para cima e encontrar mamãe
descendo a escada às pressas.
— Sinto muito. Eles foram muito rápidos. — ela disse
em uma voz mansa. Seus olhos esvoaçavam para mim
brevemente antes de voltar o olhar para o papai sem uma
palavra para mim.
Engoli em seco. Então era isso? Como eu não fiz o que
eles queriam eu estava morta para eles? Eu sabia que o meu
papai iria me condenar, mas eu esperava, pelo menos, que
minha mãe ficasse feliz em me ter de volta.
— Lily, Fabi de volta a seus quartos.
— Mas Papai, nós não vemos Gianna há muito tempo.
— resmungou Fabi. Papai cruzou a distância entre nós em dois
passos rápidos e arrancou meu irmão e irmã afastado-os e
empurrando-os para a minha mãe. — Lá para cima agora.
Fabi projetava o queixo para fora, e até mesmo Lily não
se mexeu. O rosto de papai estava ficando vermelho de raiva.
— Está tudo bem. — eu disse a eles. — Podemos conversar
mais tarde.
— Não, você não pode. Eu não vou deixar você ficar em
torno deles. Você não é mais minha filha, e eu não quero que a
sua podridão para passe para Liliana. — Papai disse, com
olhar duro.
Eu não tinha certeza o que responder a isso. Ele não
queria que eu visse mais a minha própria irmã e irmão.
— Isso é besteira. — disse Matteo.
— Matteo. — Luca alertou. Ele já estava segurando o
pulso de Aria para impedi-la de interferir. — Este não é
problema nosso.
Papai olhou. — Está certo. Esta é a minha família, e
Gianna ainda está sujeita as minhas regras, que você nunca se
esqueça disso.
— Eu pensei que não era mais sua filha, então por que
eu tenho que ouvir uma palavra do que você diz?
Matteo agarrou minha cintura firmemente. O quê? Ele
poderia provocar o meu pai, mas eu não tinha permissão?
— Cuidado. — disse meu papai. — Vocês ainda fazem
parte da máfia.
— Nós não devemos deixar Dante esperar mais. — disse
Luca.
Desta vez nós realmente fomos para a sala de estar sem
incidentes. Dante Cavallaro estava esperando em frente da
janela, falando ao telefone. Ele desligou e virou-se para nós.
Eu tive que reprimir um arrepio quando seus olhos frios se
fixaram em mim. Um homem de gelo, de fato. De repente, eu
estava realmente com medo. Isso era sério.
Eu não conseguia me lembrar da última vez que eu me
senti tão terrivelmente impotente.
— Luca, Matteo, Aria. — Dante Cavallaro disse com
sua voz sem emoção. — Gianna.
Eu pulei em surpresa. Eu imaginei que ele fingiria que
eu estava abaixo de uma saudação como meu papai tinha feito.
— Senhor. — eu disse, inclinando a cabeça ligeiramente. Eu
odiava fazer isso, mas eu sabia o que era bom para mim.
— Você percebe que o que você fez foi traição? —
perguntou Dante.
Eu não tinha certeza do que dizer. Se eu concordasse eu
estaria ferrada, e se eu não concordasse, eu ia enfurecer o
homem que poderia decidir me matar.
— Gianna é minha noiva, e se ela não tivesse fugido ela
seria minha esposa agora. Eu acho que deveria cair sobre o
meu irmão como Capo de Nova York determinar se ela merece
punição.
Meus olhos voaram de Matteo para Luca cujos olhos
duros enviou outro arrepio nas minhas costas.
— Isso é ridículo. — Papai murmurou.
Embora Dante não parecesse ofendido. — Acho que
você ainda quer ir em frente com o casamento?
— Sim. — disse Matteo sem hesitação.
Ninguém se preocupou em perguntar o que eu queria,
claro, mas eu sabia que não devia abrir minha boca. Não
quando as coisas poderiam acabar muito mal para mim.
Dante fez um gesto para que meu papai chegasse mais
perto e eles falaram em silêncio por um momento. Papai não
parecia nem um pouco satisfeito.
— Eu não vou fazer disso um assunto oficial do Outfit.
Eu não vou impedi-lo de continuar com a ideia do casamento.
No entanto, se você não fizer isso, eu não terei escolha, irei
puni-la. — disse Dante para mim. Ele balançou a cabeça em
direção a Matteo antes de se virar para o meu papai mais uma
vez. — Eu vou entregar esta decisão para você já que Gianna é
da sua família, e espero que no fim deste dia haja um acordo
que nos permita trabalhar juntos pacificamente. — Com isso,
ele recuou e fez sinal para papai a tomar a palavra.
— Você pode realmente se dar ao luxo de receber
alguém como Gianna em Nova York? Como um novo Capo as
pessoas esperam que você proteja as tradições e trate traidores
sem piedade.— Papai disse a Luca.
— Meus homens aceitam minhas decisões. — disse
Luca, mas havia um toque de advertência em sua voz. — Seja
qual for ela.
De repente, eu me perguntava se realmente Luca podia
fazer isso comigo. Não que eu queira me tornar parte da Cosa
Nostra, mas se a escolha fosse entre permanecer no território
do meu papai e viver em Nova York com Aria, então eu sabia
o que eu escolheria.
Parecendo que ele estava à beira de puxar suas facas,
Matteo caminhou até Luca para discutir algo em silêncio e
Aria aproveitou o momento para se juntar a mim. Eu dei a ela
um sorriso agradecido.
— Meu irmão vai levar sua filha de suas mãos, apesar de
suas transgressões. Eu acho que é uma oferta muito generosa
da nossa parte. Você deveria estar feliz por não ter que
procurar um novo marido para ela.
Papai zombou. — Como se eu fosse encontrar alguém.
Eu não perderia meu precioso tempo assim.
Meu sangue estava fervendo, não só por causa das
palavras do papai, mas a oferta de Luca não fazia me sentir
bem também. Eles agiam como se eu fosse um pedaço de
espuma. Ouvi-los me fez perceber que eu tinha razão para ser
executada. Este mundo sim era podre.
— Então o que você diz? — perguntou Luca, com lábios
apertados.
Papai olhou para seu Capo, mas Dante parecia ter a
intenção de permanecer fora disso. Parecia que ele não poderia
se importar menos com o resultado.
— Eu espero que você não pretenda fazer uma festa de
casamento. Eu quero que este assunto seja tratado o mais
silenciosamente possível. Já chega o embaraço que ela me
causou com o Outfit. Eu não vou dar a ela uma chance de nos
envergonhar ainda mais. — papai disse.
Eu cerrei os dentes com tanta força que fiquei surpresa
da minha mandíbula não trincar.
Matteo balançou a cabeça. — Eu não preciso de uma
festa de casamento. Eu prefiro ficar bêbado sem as velhas
solteironas da família na festa.
Um riso fez cócegas na minha garganta, mas eu engoli
de volta. Matteo me lançou um olhar como se ele quisesse ver
se eu o achei tão divertido quanto ele obviamente se
encontrava. Tudo o que ele fez foi calculado. Isso foi algo que
eu nunca poderia esquecer. Matteo mascarando sua letalidade
com humor e sorrisos, mas eu não deixaria que isso me
enganasse. Nem agora, nem nunca, especialmente quando era
óbvio que ele pensou que ele estava sendo generoso por me
levar de volta.
— As velhas solteironas não viriam de qualquer
maneira. Ninguém quer estar associada a alguém como ela. —
Papai disse com um olhar em minha direção.
O aperto de Aria no meu pulso era de aço como se ela
ainda não confiasse em mim para não atacar violentamente o
nosso papai.
— Haverá uma cerimônia na igreja como é tradição. —
disse Luca. — Não há nenhuma necessidade de convidados,
além dos familiares mais próximos.
— Tradição. — Papai bufou. — Gianna cuspiu em
nossas tradições. A apresentação dos lençóis à sua Família é
tão inflexível que terá que ser cancelada. E um vestido branco
está fora de questão também. Eu não vou deixar que ela faça
piada de nossos valores.
Luca assentiu. — Isso é razoável.
Aria deu a seu marido um olhar incrédulo, mas eu não
estava surpresa por não ser permitido eu me vestir de branco.
Como se eu desse a mínima. Por tudo que eu me importava, eu
me casaria até nua. Eu não queria nada disso. E eu não dou a
mínima para suas tradições estúpidas. Eles agiam como se
estivessem me fazendo um favor, como se eu fosse uma
criminosa no corredor da morte que foi entregue um perdão
em uma bandeja de prata. Eu não tinha feito nada de errado,
nada comparado ao que cada um dos homens nesta sala tinha
feito.
— Ela provavelmente teve cada homem na Europa, e
você ainda a quer? — perguntou papai novamente. Eu sabia
que ele estava fazendo isso para me envergonhar e me
machucar, e eu odiava que ele estivesse tendo êxito.
Olhei para o homem que era o meu pai, e não senti nada.
Eu sempre soube que ele não gostava muito de mim, mas eu
nunca tinha percebido o quanto ele me desprezava. Eu afundei
minhas unhas na carne macia das palmas das minhas mãos.
Matteo estava com aquele sorriso torcido no rosto. — Eu
a cacei por seis meses. Se eu não a quisesse, você realmente
acha que eu teria perdido tanto tempo com ela? Tenho coisas
melhores para fazer.
Se eu o ouvisse dizer isso mais uma vez, eu perderia a
cabeça completamente.
— Eu pensei que você estava procurando vingança, mas
meus homens me disseram que você não encostou um dedo
nela. — meu pai dirigiu um duro olhar para mim. — Então,
você provavelmente não quer sujar as mãos. Eu não acho que
um simples chuveiro tornaria ela limpa novamente.
Aria agarrou meu pulso ainda mais apertado, e eu
interrompi. Eu nem tinha percebido que eu tinha dado um
passo em direção ao nosso papai para fazer… Eu não tinha
certeza de que eu teria feito. Acertá-lo? Talvez. Suas palavras
e expressões me faziam realmente sentir suja, e eu odiava que
ele tinha esse poder sobre mim. Ao mesmo tempo, eu teria me
jogado do telhado da casa do que admitir que eu não tinha
dormido com qualquer cara, enquanto eu estava fugindo. Isso
era um segredo que eu protegeria com todas as minhas forças.
— Quem disse que eu não descartei a vingança? —
perguntou Matteo com uma voz perigosa. Seus olhos escuros
encontraram os meus. Bastardo. Assim, seu olhar preocupado
no carro tinha sido tudo um show? Ele sabia que eu não queria
casar com ele. Ele sabia que isso era um castigo para mim.
Quem sabe o que mais ele tinha em mente para mim uma vez
que eu estivesse em suas garras?
— Eu não vou casar com ninguém. — eu rebati. — Esta
é a minha vida.
Papai parecia lívido quando ele pisou em minha direção
e me deu um tapa forte no rosto. Meus ouvidos zumbiam e o
gosto de cobre encheu minha boca. Um longo período de
tempo e muitas palmadas atrás, eu teria chorado.
— Você vai fazer o que eu digo. Você sujou nosso nome
e minha honra o suficiente. Eu não vou tolerar sua insolência
nem um dia a mais. — ele rosnou com o rosto vermelho
brilhante.
— E se eu não obedecer?
Meu pulso estava quase paralisado do aperto esmagador
de Aria. Ela conseguiu posicionar-se a meio caminho entre
papai e eu, apesar da óbvia desaprovação de Luca, mas ele
estava ocupado segurando a camisa de Matteo em um punho
de ferro.
Eu tentei puxar Aria de volta, mas nunca tirei meus
olhos de papai. Aria ainda estava tentando me proteger, mas
esta era uma batalha que ela não podia lutar por mim.
A mão do papai ainda estava levantada, pronta para me
bater de novo. O que ele faria se eu o acertasse de volta? Eu
desejei que eu fosse corajosa o suficiente para descobrir.
— Por sua traição ninguém piscaria um olho, eu te daria
a um dos clubes de sexo da máfia, para que fizessem uso da
sua promiscuidade.
Apesar das minhas melhores intenções, um choque
arregalou meus olhos. Dante franziu a testa, mas eu não tinha
certeza se isso era um bom sinal ou não.
Os olhos de Matteo estavam queimando com tanto ódio
que os cabelos na parte de trás do meu pescoço se levantaram.
Luca ainda estava segurando seu ombro, impedindo-o, mas de
que? Eu não estava realmente certa. — Isso não vai acontecer.
Gianna vai se tornar minha esposa. Hoje. — disse Matteo.
— O que? Eu… — eu me soltei mas outro tapa do papai
me silenciou novamente. Foi mais forte do que o outro e seu
anel pegou meu lábio inferior. A dor explodiu através do meu
rosto e um líquido quente escorreu pelo meu queixo.
— Isso é o suficiente. — disse Aria, e de repente Luca
estava puxando-a para trás e Matteo estava segurando meu
braço com força e me levando para fora da sala para o
corredor em direção ao banheiro. Eu não tinha certeza se era o
choque do que tinha acontecido ou a velocidade em que
Matteo me arrastou para longe, mas eu não lutei contra ele, só
tropecei ao longo do caminho, sem me preocupar em estancar
o sangue escorrendo do meu lábio na minha camisa. Matteo
me empurrou para o banheiro, em seguida, entrou depois de
mim e trancou a porta.
Eu olhei para minha imagem no espelho. Meu queixo
estava coberto de sangue e mais sangue escorria do corte no
meu lábio inferior e na minha camisa. Meu lábio já estava
inchando, mas eu estava feliz por encontrar os meus olhos
secos, nenhum sinal de uma única lágrima. Matteo apareceu
atrás de mim, elevando-se sobre mim, olhos escuros varreram
meu rosto confuso. Sem sua marca registrada, o sorriso de
tubarão e à diversão arrogante, ele parecia quase tolerável.
— Você não sabe quando calar a boca, não é? — ele
murmurou. Seus lábios se transformaram em um sorriso, mas
parecia de alguma forma errada. Havia algo de inquietante em
seus olhos. O olhar neles me lembrou o que eu tinha visto
quando ele tinha lidado com os russos no porão.
— Nem você. — eu disse, então estremeci com a dor
atirando através do meu lábio.
— É verdade. — ele disse em uma voz estranha. Antes
que eu tivesse tempo de reagir, ele agarrou meus quadris, me
virou e me colocou sobre o lavatório. — É por isso que somos
perfeitos um para o outro.
Voltou o sorriso arrogante. O bastardo se colocou entre
as minhas pernas.
— O que você está fazendo? — eu assobiei, deslizando
para trás a partir da borda do lavatório para trazer mais
distância entre nós e empurrando contra seu peito.
Ele não se moveu forte demais para mim. O sorriso ficou
maior. Ele agarrou meu queixo e inclinou a cabeça para cima.
— Eu quero dar uma olhada em seu lábio.
— Eu não preciso de sua ajuda agora. Talvez você
devesse ter impedido meu papai de arrebentar meu lábio antes.
— o gosto de sangue doce e cobre, por sua vez, fez o meu
estômago revirar e me fez lembrar de imagens mais escuras.
— Sim. Eu deveria ter impedido. — disse ele
sombriamente, seu polegar tocando levemente a minha ferida
quando ele separou meus lábios. — Se Luca não tivesse me
segurado, eu teria mergulhado minha faca na porra do seu
papai, e as consequências que se danem. Talvez eu ainda faça
isso.
Ele soltou meu lábio e puxou uma faca curva e longa do
coldre abaixo de sua jaqueta torcendo-a em sua mão com um
olhar calculista em seu rosto. Então seus olhos brilharam para
mim. — Você quer que eu o mate?
Deus, sim. Eu tremi ao som da voz de Matteo. Eu sabia
que era errado, mas depois do que papai tinha dito hoje, eu
queria vê-lo implorar por misericórdia e eu sabia que Matteo
era capaz de trazer alguém de joelhos, e isso me excitou. Foi
exatamente por isso que eu queria sair dessa vida. Eu tinha o
potencial de crueldade, e esta vida era a razão para isso. —
Isso significaria guerra entre Chicago e Nova York. — eu
disse simplesmente.
— Ver o seu papai sangrar até a morte em meus pés
valeria a pena o risco. Você vale a pena.
Eu não tinha certeza se ele estava brincando ou não, mas
isso estava ficando muito… sério. Eu queria beijá-lo por suas
palavras, mas estava errado. Matteo estava errado. Tudo estava
errado. Não muito tempo atrás eu assisti Sid ser morto e eu
sabia que poderia muito bem ter sido Matteo a puxar o gatilho.
Eu não podia deixá-lo mexer com a minha mente. Ele era
muito bom nisso.
Endireitei o ombro novamente. — Eu preciso cuidar do
meu lábio. Se você não tem nada melhor para fazer do que
ficar em volta, saia do meu caminho.
Ele ainda não se mexeu e ele era simplesmente
demasiado forte para movê-lo. Seus músculos flexionaram sob
a camisa, fazendo-me perguntar como ele ficaria sem ela.
Errado. Tão errado.
Ele colocou a faca no balcão ao meu lado.
— Você não deve deixar objetos pontiagudos ao meu
alcance quando eu estou chateada.
— Eu acho que eu vou assumir o risco. — disse ele,
apoiando as palmas das mãos em ambos os lados das minhas
coxas, me deixando sem nenhuma escolha a não ser me
inclinar para trás para trazer alguma distância entre nós.
— Pare com isso. — resmunguei porque ele cheirava
muito bem e eu senti meu corpo querendo se aproximar, então
estremeci novamente. Eu trouxe a minha mão para cima e
senti meu lábio inferior. Ele parecia ter inchado ainda mais e
ele ainda não tinha parado de sangrar.
Matteo puxou minha mão. — Você vai deixar pior. Ele
precisa de pontos. Devo chamar um médico?
— Não. — eu disse rapidamente. Eu não queria que
mais pessoas descobrissem, e acima de tudo eu não queria que
o bastardo do meu pai soubesse que ele tinha conseguido
cortar meu lábio. — Eu vou fazer isso sozinha.
Matteo ergueu as sobrancelhas. Ele deu um passo para
trás e fez uma varredura rápida dos armários antes de pegar
com um kit médico. Ele passou uma agulha e entregou para
mim. Eu me mexi no lavatório para me ver no espelho, em
seguida, trouxe a agulha para o meu lábio. Eu nunca tinha
costurado qualquer coisa, muito menos a mim mesma. Eu
odiava agulhas. Eu tive que fechar meus olhos quando eu ouvi
um tiro. Matteo estava me olhando e eu não queria parecer
uma fracote para ele, então eu cutuquei meu lábio com a ponta
da agulha, saltei de dor e me afastei novamente.
— Porra. Isso dói como o inferno. — eu desabafei, em
seguida, olhei para Matteo. — Continue. Ria.
Matteo arrebatou a agulha para fora da minha mão. —
Isso não vai funcionar.
— Eu sei. — eu murmurei. — Consegue fazer?
— Vai ser doloroso. Eu não tenho nada contra a dor.
— Alguma vez você já se costurou?
— Algumas vezes.
— Então eu posso lidar com você me costurando.
Apenas faça.
Ele me entregou Tylenol. — Engula alguns deles. Eles
não vão ajudar com a dor imediata, mas mais tarde farão
efeito.
— Vodka funciona também.
— Eu acho que você descobriu em seus meses como
uma fugitiva, — disse ele com um sorriso que beirava ao
assustador. Ele não tinha feito muitas perguntas ainda. Nem
mesmo sobre os outros caras além de Sid. Talvez ele não
quisesse saber, e eu não diria a ele de qualquer maneira. Já era
ruim o suficiente que um inocente havia perdido sua vida por
minha causa. Eu não diria os nomes dos outros caras que eu
tinha beijado para que ele os matasse também. A morte era
uma punição dura para um beijo, para qualquer coisa
realmente, mas não era algo que um homem como Matteo
concordaria.
— Entre outras coisas. — eu disse, porque eu nunca
sabia quando fechar minha boca. E o esse era o pior momento
para escolher provocar alguém que costuraria você com uma
agulha.
— Eu aposto. — disse ele, o sorriso assustador ficando
um pouco mais assustador. Matteo segurou meu queixo. —
Tente segurar firme.
Eu me preparei enquanto ele passava a agulha pelo meu
lábio. Apesar da minha provocação, Matteo foi cuidadoso
quando ele me costurou. Ainda doía como o inferno cada vez
que a agulha perfurava minha pele e meus olhos se encheram
de lágrimas. Lutei com elas por tanto tempo quanto possível,
mas eventualmente algumas se arrastaram pelo meu rosto.
Matteo não comentou, e isso me deixou feliz. Para ele, isso
provavelmente não era nada. Quando ele colocou a agulha
para baixo depois do que pareceu uma eternidade, mas
provavelmente tinha sido menos de cinco minutos, eu
rapidamente limpei as lágrimas do meu rosto, envergonhada
que eu tinha mostrado fraqueza na frente dele.
— Ele vai inchar ainda mais. Amanhã de manhã você
vai acordar com o lábio inchado. — disse Matteo.
Eu chequei meu reflexo. Meu lábio já tinha inchado
consideravelmente desde que eu tinha visto pela última vez, ou
talvez fosse minha imaginação. Eu puxei meu lábio inferior
para baixo para verificar os pontos. Você não pode vê-los do
lado de fora. Pelo menos eu não teria uma cicatriz feia. —
Você não pode querer casar comigo desse jeito. — eu apontei
para a minha cara. — Devemos adiar o casamento.
Matteo balançou a cabeça com uma pequena risada. —
Sem chance no inferno. Você não vai escapar das minhas mãos
de novo, Gianna. Vamos casar hoje. Nada vai me parar.
Capítulo onze
GIANNA
Depois que meu lábio foi cuidado, Aria e eu fomos
autorizadas a ir para o meu antigo quarto enquanto os homens
discutiam como proceder com o casamento. Dois guarda-
costas foram obrigados a nos vigiar. Um esperou em frente da
porta, o outro abaixo da minha janela, no caso de eu decidir
sair por ela. No momento em que a porta do meu quarto
fechou, encostei contra ela e soltei um suspiro trêmulo.
Aria tocou minha bochecha. — Como está o seu lábio?
— Ok. Matteo costurou para mim.
— Estou tão feliz que ele decidiu se casar com você.
Minhas sobrancelhas se ergueram. — Você também,
Aria.
Aria me puxou para a cama e me fez sentar. — Papai
teria te dado a um de seus soldados como punição, Gianna. E
você pode ter certeza de que ele teria escolhido a opção menos
atraente. Alguém realmente desagradável. Ele está muito
bravo com você. Matteo não é uma má escolha. Ele vai cuidar
de você, já que ele foi tão longe para encontrá-la.
— Ele é um homem orgulhoso. Orgulho o fez me
perseguir, nada mais.
— Talvez. — disse ela, hesitante. Ela pegou uma escova
da mesa de cabeceira. Tudo ainda estava como eu tinha
deixado há seis meses. Fiquei surpresa que meu papai não
tinha queimado todas as minhas coisas. Eu estava tão cansada
que mal conseguia manter os olhos abertos. Era quase sete da
noite. Seria meia-noite na Alemanha. Eu não podia acreditar o
quanto tinha acontecido desde que eu tinha acordado em
Munique, esta manhã.
— Valeu a pena? — Aria perguntou baixinho enquanto
ela penteava o meu cabelo. Eu não conseguia me lembrar da
última vez que ela tinha feito isso. Seus dedos davam uma
sensação boa no meu couro cabeludo e eu tive que resistir à
vontade de enterrar meu rosto contra seu estômago e gritar.
Eu conhecia o seu olhar compassivo, e por algum motivo
a sua compreensão me enfureceu. — Essa chance de liberdade
valeu irritar o papai e ser chamada de prostituta e vagabunda?
Sim, com certeza. Mas esse meu desejo tolo custou a vida de
um homem inocente. Então foda-se. Toda a minha existência
não seria digna. Sid pagou o preço pelo meu egoísmo. Não há
nada que eu possa fazer para me redimir. — Lágrimas
brotaram nos meus olhos.
— Luca me contou. — disse Aria. — Eu sinto muito.
Eu esfreguei as lágrimas do meu rosto. — Talvez eu
devesse deixar papai me casar com um de seus soldados
sádicos. Ele me serviria bem.
— Não diga isso, Gianna. Você merece a felicidade,
tanto quanto qualquer um. Você não poderia saber o que
aconteceria. Não é sua culpa que eles mataram Sid.
— Como você pode dizer isso? Claro que a culpa é
minha. Eu sabia que eles estavam me caçando. Eu sabia do
que Matteo e homens do papai eram capazes. Eu sabia que eu
estava colocando pessoas que eu tivesse contato em risco. É
por isso que eu nunca namorei qualquer cara pelos lugares que
passei. Eu flertei e beijei, mas então eu seguia em frente. Suas
palavras de muito tempo atrás sempre ecoaram em minha
mente. Que estar com outro cara quando você está noiva de
um homem como Luca significaria a morte daquele cara.
— Eu não estava falando de você. Isso foi há muito
tempo.
— Mas Matteo é como Luca e eu sabia disso. Eu sabia
que ele mataria qualquer cara que ele encontrasse comigo, mas
eu ainda saí com Sid. Eu poderia muito bem ter puxado o
gatilho eu mesma!
— Não. Você não achou que ele pegaria você. Você
queria se sentir em casa e começar uma nova vida, como você
merecia depois de fugir por tanto tempo. Você se sentia segura
e queria dar uma chance ao amor. Tudo bem.
— Não, não é. Você não entende Aria. Não era nem
mesmo sobre o amor. Eu nem sequer realmente tive uma
queda por Sid. No final eu nem gostava dele tanto assim,
porque ele poderia ser um idiota, e isso faz com que seja ainda
pior. Arrisquei demais para ter beijos molhados e um pouco de
pegação com um estranho, e Sid morreu por causa disso.
— Por favor, não se culpe. Culpe o papai e seus homens.
Culpe Matteo. Eu não me importo, mas não se culpe.
— Oh, eu culpo todos eles, não se preocupe, mas isso
não muda isso em mim, Sid ainda estaria tocando seu violão
de baixa qualidade e flertando com meninas em Munique.
— Você não pode mudar o passado, Gianna, mas você
pode fazer o melhor de seu futuro.
Eu não pude deixar de sorrir. — Eu perdi o seu
otimismo. — eu descansei minha cabeça no colo dela e fechei
os olhos. — Eu senti tanto sua falta.
Ela acariciou meu cabelo. — Também senti sua falta.
Estou tão feliz que você vai morar em Nova York comigo.
— Primeiro eu tenho que casar com Matteo. Como é que
eu vou ser sua mulher, Aria?
— Ele e Luca trabalham muito. Você não terá que vê-lo
muitas vezes.
— Mas ainda assim. Eu vou ter que dormir com ele e
dividir a cama com ele e tentar ser civilizada com ele, e Deus
sabe por quanto tempo. E não vou ter outra chance de me ver
livre.
— Você está pensando em fugir de novo? — ela
perguntou em voz baixa.
— Eu não sei. Talvez.
— Talvez ele não vá ser tão ruim quanto você pensa.
Matteo pode ser engraçado e ele é bem-apessoado, fisicamente
pelo menos, não deve ser muito ruim. Tenho certeza de que ele
é um bom amante, considerando quantas garotas ele teve no
passado.
Eu me encolhi. — Certo. Se voltarmos para Nova York
hoje à noite, ele provavelmente espera dormir comigo.
Aria procurou meu rosto. — Você está preocupada que
ele vai descontar sua raiva em você por dormir com outros
caras antes dele?
— Eu nunca o fiz.
Aria piscou. — Você nunca fez o quê?
— Eu nunca dormi com qualquer cara. Eu teria se eu
tivesse um pouco mais de tempo para conhecer um cara, mas
esse nunca foi o caso.
— Por que você não disse nada? Papai te tratou
horrivelmente. Talvez ele fosse perdoá-la se você dissesse a
ele a verdade. — ela se moveu como se ela quisesse ir lá
embaixo para contar aos homens, mas eu a puxei de volta na
cama.
— Não. — eu disse com firmeza. — Eu não quero que
ninguém saiba. Eu não me importo se eles me chamam de
vagabunda. Eu não quero dar a eles a satisfação de saber.
Aria me deu um olhar que deixou claro que ela pensou
que eu tinha perdido a cabeça. — Você tem que dizer a
Matteo, pelo menos. Você tem.
— Por que? Assim, ele pode se orgulhar em ser o meu
primeiro homem? Porra nenhuma. Ele já está agindo como se
ele fosse meu salvador. Vai ser pior se ele descobrir.
— Não, você tem que dizer a ele para que ele possa ser
cuidadoso.
Eu bufei. — Eu não preciso que ele seja cuidadoso. Eu
não quero que ele saiba.
— Gianna, se sua primeira vez for qualquer coisa como
a minha, você agradecerá suas estrelas da sorte se Matteo for
cuidadoso, confie em mim.
— Eu vou sobreviver. — e as palavras de Aria estavam
começando a me deixar nervosa.
— Isso é ridículo. Se ele achar que você é experiente, ele
pode levá-la sem muita preparação. Isso realmente vai doer.
Eu balancei minha cabeça. — Aria, por favor. Eu tomei
a minha decisão. Eu não quero que Matteo saiba. Não é
nenhum de seus negócios.
— E se ele descobrir de qualquer maneira? Não houve
maneira alguma de eu esconder de Luca.
— Eu sou boa em esconder a dor. Talvez eu vá morder
um travesseiro.
Aria riu. — Isso soa como a ideia mais estúpida que eu
já ouvi.
Alguém bateu à porta. Eu rapidamente sentei-me, meu
estômago deu nós. E se papai e Dante tinham mudado de ideia
e eu ficaria em Chicago?
Quando a porta se abriu e a mãe entrou, eu respirei
aliviada. Ela não sorriu e não tentou se aproximar. Ela era a
imagem de uma perfeita esposa italiana, sempre bem-vestida,
sempre submissa e educada, e incrivelmente hábil em esconder
as contusões que meu papai dava a ela. Ela era tudo que eu
nunca quis ser. Se Matteo me desse um tapa, eu o acertaria de
volta, não importava as consequências.
— O seu papai está a caminho. Ele estará aqui em 15
minutos. Precisamos prepará-la para a cerimônia. — disse ela
com naturalidade.
Meus olhos se arregalaram. — Tão cedo?
Mamãe assentiu. — Os Vitiellos querem voltar para
Nova York, logo que possível, o que é provavelmente o
melhor.
Levantei-me da cama, em seguida, caminhei lentamente
em direção a ela. — O papai está contente de eu ir embora. —
E você? — Eu queria perguntar, mas não me atrevi.
Mamãe levantou a mão e tocou minha bochecha com um
movimento sutil antes de dar um passo para trás. — Você não
deveria ter fugido. Você arruinou a sua reputação.
— Eu não me importo com a minha reputação.
— Mas você deveria. — ela se virou para o meu guarda-
roupa e abriu. — Agora vamos ver se há um vestido que você
possa usar para a cerimônia. É claro que eu gostaria de ter
visto você caminhar até o altar com um bonito vestido branco
de casamento. — ela suspirou. Ela estava tentando me fazer
sentir culpada? Porque era isso que parecia.
Aria se mudou para o meu lado e apertou meu ombro
antes de ajudar a mãe procurar um vestido. Eventualmente, ela
escolheu um vestido mais comprido de cor creme sem costas
que eu tinha usado para o Ano Novo. Aria me ajudou com a
minha maquiagem, apesar de não esconder o meu lábio
inchado.
— Vou ver se o sacerdote chegou. — a mãe disse,
hesitando na porta com uma expressão melancólica. Ela abriu
a boca, mas, em seguida, virou-se e fechou a porta.
Eu tentei não guardar rancor. Eu sabia que meus pais e a
maioria das pessoas no meu mundo iriam me condenar pelo
que eu tinha feito, então por que eu estava sofrendo tanto?
— Você acha que Lily e Fabi terão permissão para
assistir à cerimônia? — perguntei com a voz embaraçosamente
esperançosa.
— Deixe-me falar com o papai. Eu tenho certeza que
posso convencê-lo. — disse Aria.
Eu não protestei quando ela saiu. Se alguém pudesse
convencer papai, seria Aria. Eu enfrentei o espelho. Meus
olhos estavam tristes e cansados. Eu não parecia uma noiva
feliz. Não que alguém esperava que eu estivesse feliz. Este não
era mesmo um casamento real. Apesar das minhas melhores
intenções, o pesar tomou conta de mim. Como poderia minha
vida ter se tornado uma bagunça completa? Tudo o que eu
sempre quis foi ser livre para tomar minhas próprias decisões.
Talvez eu tivesse me casado com Matteo se ele tivesse se
preocupado em me perguntar em vez de me obrigar. E agora
eu nunca iria ter um casamento real ou um vestido bonito. Eu
sempre pensei que eu não me importava com essas coisas, mas
agora que elas foram perdidas por mim, eu me sentia triste.
Aria voltou. — Está na hora. O padre está esperando na
sala de estar. Fabi e Lily estão lá também.
Reuni um sorriso. — Então vamos nos casar.
MATTEO
Mesmo sem um vestido de casamento, Gianna era a
porra de um espetáculo para ser visto. O vestido abraçou suas
curvas, curvas que eu tomaria meu tempo explorando quando
estivéssemos de volta a Nova York. Eu não podia esperar para
reivindicar cada polegada de seu corpo. Eu a faria esquecer
tudo o que teve antes de mim.
Gianna encontrou meu olhar como se soubesse o que eu
estava pensando. E eu realmente não me preocupei em
esconder o meu desejo por ela. Eu transaria com ela esta noite,
2
não importava o quão cansado e de jetlag eu estava. Eu tinha
esperado muito tempo para isso. Gianna parou ao meu lado e
eu peguei a mão dela. O padre estava olhando para baixo. Eu
não podia esperar para sair de Chicago. Não que as pessoas em
Nova York olhariam para Gianna de forma mais amável, mas,
pelo menos, eles ficariam com medo de mostrar seu desdém
abertamente.
A mão de Gianna estava fria na minha e ela evitou meus
olhos quando o padre falou os votos de casamento. Quando
chegou a sua vez de dizer ‘sim’, eu meio que esperava que ela
dissesse ‘não’ e eu realmente não tinha certeza do que eu teria
feito em seguida, mas ela não o fez. Gianna era uma menina
inteligente, ela esconderia seu ódio por nossa relação até que
ela estivesse a uma distância segura de Chicago e do bastardo
de seu papai.
Quando finalmente chegou a hora de deslizar o anel de
casamento no seu dedo, ela realmente estremeceu. De alguma
forma isso me irritou pra caralho. Ela deveria ser grata de eu
querer esse casamento. Suas ações estúpidas poderiam ter
custado tudo a ela. Ela poderia ao menos fingir gratidão.
— Você pode beijar a noiva. — o padre entoou.
Eu não hesitei. Eu segurei seu rosto e pressionei meus
lábios contra os dela. Gianna endureceu, fazendo meu sangue
ferver ainda mais. Quando eu me afastei, ela encontrou meu
olhar de frente. Ela realmente tinha a intenção de me provocar.
Se ela gosta de brincar com o fogo, tudo bem. Eu não me
importava em me queimar. Eu andaria através das chamas por
ela.
GIANNA
Matteo tinha um olhar estranho em seu rosto quando ele
olhava na minha direção. Eu realmente não poderia dizer o que
é, mas de alguma forma isso me deixou nervosa. É claro que
eu fingi que não percebi nada.
Aria havia tentado me convencer a dizer a verdade a
Matteo durante o nosso voo, e mesmo agora que estávamos
estacionando na garagem subterrânea do prédio, ela ainda
estava me dando olhares significativos. Eu estava preocupada
que ela fosse tomar as rédeas e contar meu segredo para
Matteo, mas ela sabia que eu ia ver isso como uma violação da
minha confiança e por isso eu esperava que ela ficasse fora
disso.
Matteo pegou minha mão quando eu saí do carro e
praticamente me arrastou em direção ao elevador. Aria e Luca
tiveram problemas para nos acompanhar. Eu tive um
sentimento que eu sabia por que Matteo estava tão ansioso
para chegar a seu apartamento. Nós todos entramos no
elevador. Ele começou a se mover e os olhos escuros de
Matteo me olhavam no espelho, algo faminto e furioso
brilhando em sua profundidade. A fome era inexplicável para
mim. Eu parecia uma bagunça. Olheiras sob os olhos, lábios
inchados, pele pálida.
Talvez eu devesse me sentir mais ansiosa, mas eu só
queria acabar logo com isso. Talvez Matteo poderia até mesmo
perder o interesse em mim, uma vez que ele me tivesse,
embora parte de mim se perguntava se eu realmente seria feliz
se Matteo de repente começasse a me ignorar.
O elevador parou e as portas elegantes abriram. Sem
outra palavra, Matteo me puxou para o seu apartamento. Eu
joguei um olhar por cima do meu ombro e vi a expressão
preocupada de Aria antes das portas do elevador se fecharem.
Matteo me levou para uma porta à nossa direita. Mal tive
tempo para ver o mobiliário moderno e a vista deslumbrante
de Nova York antes de nós corrermos para o quarto de Matteo.
A necessidade em seus olhos deixou claro que ele não
aceitaria um não como resposta esta noite.
Capítulo doze
GIANNA
Ninguém nunca tinha me olhado daquele jeito, como se
eu fosse a única fonte de água em uma época de seca. E, por
Deus, eu gostei. Parte de mim, pelo menos, a outra parte, a
parte teimosa, queria que perdurasse minha raiva, tristeza e
indignação, e não desse a mínima sobre o desejo de Matteo
por mim.
Nas últimas 24 horas os meus sonhos tinham sido
esmagados e uma vida inocente havia sido tomada. Eu senti
que era meu dever lutar contra este casamento e o
formigamento que inundava o meu corpo sempre que Matteo
me tocava. Eu devia isso a Sid, e a minha própria autoestima.
Eu tinha lutado muito duro para ser livre.
Antes que eu pudesse pensar o que eu ia fazer, Matteo
me puxou contra ele e reivindicou minha boca em um beijo
feroz que me fez ofegar, de tão intenso. Sua língua deslizou
entre meus lábios, e sem querer eu abri para ele, separei meus
lábios, lutei contra sua língua com a minha. Minhas mãos
encontraram seu caminho em seus cabelos, puxando, juntando,
querendo-o mais perto e ao mesmo tempo querendo empurrá-
lo.
Matteo agarrou minha bunda e me levantou. Minhas
pernas enrolaram em torno de sua cintura, e nossos lábios
nunca mais se separaram. Meu corpo estava em chamas com a
luxúria. Nenhum beijo antes tinha sequer chegado perto deste.
Matteo começou a andar, me levando em direção a sua cama.
Lute com ele, Gianna. Brigue. Você deve isso a Sid.
Mas eu estava cansada de lutar por hoje, cansada das
minhas emoções. Hoje eu só queria sentir, deixar meu corpo
tomar o controle, esquecer tudo por algumas horas, pelo
menos. Haveria tempo de sobra para resistir, mais adiante
neste casamento.
Matteo me jogou na cama e me deixou sem ar nos
pulmões, mas eu não tive muito tempo para me recuperar,
porque de repente ele estava em cima de mim e seus lábios
estavam de volta. Sua mão deslizou sob minha camisa, seus
dedos passando pelo meu estômago, em seguida, a pele
sensível sobre as minhas costelas. Ele segurou meu peito
através do meu sutiã e eu arqueei contra ele. Ele se afastou, e
eu mal consegui reprimir um som de protesto. Ele pareceu
perceber. Ele sorriu de maneira arrogante quando ele empurrou
minha camisa por cima da minha cabeça e tirou meu sutiã.
Meus mamilos endureceram e seu sorriso se alargou ainda
mais.
Um aborrecimento passou por mim. Ele parecia tão
malditamente seguro de si, certo de sua vitória sobre mim. Ele
tinha certeza que eu cederia facilmente.
— O que você faria se eu te disser ‘não’? — perguntei
em tom desafiador.
Eu esperava fúria ou irritação em troca.
— Você não vai. — disse ele sem um pingo de dúvida
em sua voz. Eu olhei, mas ele não me deu tempo para uma
resposta desagradável. Ele abaixou a cabeça sobre os meus
seios e chupou um mamilo ereto em sua boca. Um gemido
escapou antes que eu pudesse me parar e Matteo não me
permitiu a qualquer momento me recompor, e aumentar
minhas defesas. Sua boca era implacável. As sensações
ondulando através do meu corpo eram quase demais. Como
ele poderia me fazer sentir desse jeito? Sua língua circulou
meu mamilo antes de passar para o outro, deixando um rastro
molhado entre os meus seios. Eu tremi. Os olhos de Matteo
estavam colados na minha cara. Ele queria ver eu me render a
ele, queria aproveitar esta vitória até o último momento. Eu
resisti à vontade de fechar os olhos. Ele teria visto isso como
uma vitória. Eu não daria a ele esse gosto. Ele gentilmente
mordeu meu mamilo e eu gemi, ainda mais alto do que a
primeira vez.
Com um sorriso de autossatisfação, ele foi descendo a
boca, mergulhando sua língua em meu umbigo. Eu gritei como
uma menina idiota e tentei me esquivar dele, mas suas mãos
vieram para meus quadris, me segurando rápido, enquanto sua
língua fazia cócegas na minha barriga e quadris. Eu estava
rindo tanto, lágrimas estavam em meus olhos. Eu havia
esperado que ele fosse mais áspero depois do que tinha
testemunhado, havia quase um desejo que ele fosse, mas este
lado brincalhão? Isso me assustou porque ele parecia
simpático, mesmo adorável. Eu empurrei sua testa. — Pare
com isso!— eu engasguei entre risos.
— Qual é a palavra mágica? — ele murmurou contra um
lugar particularmente delicado logo acima do meu osso ilíaco.
— Foda-se. — eu disse docemente. Eu me preparei, mas
não impedi os gritos e risos quando Matteo traçou sua língua
sobre meu osso ilíaco. Eu estava à beira da mendicância,
quando de repente ele parou seu ataque. Ele desabotoou minha
calça e puxou para baixo. Seus olhos viajaram sobre as minhas
pernas, e suas mãos seguiram o mesmo caminho, mal
esfregando minha pele. Seus movimentos eram quase em
reverência. Não entendi. Nojo e fúria, eram aqueles que eu
teria entendido.
Quando ele me beijou através de minha calcinha, fiquei
ainda mais tensa. Eu sabia o que ele queria fazer. Ninguém
nunca tinha feito isso. Isso era muito pessoal, como se eu
tivesse que me dar a ele mais do que apenas no sentido físico,
e eu não poderia fazê-lo, não poderia fazê-lo, não importa o
quanto meu corpo ansiava pela experiência. Matteo agarrou
minha calcinha e deslizou para baixo de minhas pernas.
Sentou-se por um momento, me admirando. — Eu perguntei
se você era ruiva.
Revirei os olhos, apesar do rubor se espalhando em
minhas bochechas. — Não é isso que todo homem deseja
saber?
Eu percebi um momento tarde demais que mencionar
outros homens não era a melhor ideia em minha situação atual.
— Como é que você explicou para os outros caras você
tem duas cores? Castanho na parte superior e vermelho
embaixo? — sua voz e seus olhos tinham-se tornado mais
duros e perigosos.
Ninguém nunca me viu assim. As palavras ficaram na
ponta da minha língua. — Eu pensei que você queria me foder.
Eu não estou no clima para conversa fiada.
Matteo balançou a cabeça. — Oh, eu vou transar com
você, não se preocupe. — ele bateu seus lábios para baixo nos
meus e eu o beijei de volta ferozmente. – ‘Sinta, não pense’ se
tornou meu mantra. Suas mãos percorriam meu corpo, até que
encontraram o seu caminho entre as minhas pernas. Obriguei-
me a relaxar, apesar de meus nervos. Quando seus dedos
roçaram minhas dobras, eu ofeguei contra seus lábios. A
sensação era deliciosa. Seu polegar encontrou o meu feixe de
nervos e começou a esfregar. Dois de seus dedos deslizaram
para trás e para frente no comprimento da minha fenda,
enquanto seu polegar pressionou meu clitóris. Talvez a minha
mente não quisesse Matteo, mas meu corpo estava tão ansioso
por ele, o que era ridículo.
Meus dedos curvaram quando ele me elevou com os
dedos. Eu agarrei seu pescoço, trazendo-o ainda mais perto,
trazendo sua língua com a minha, enquanto o meu orgasmo
veio forte. Minhas unhas cravaram em sua pele, o que parecia
transformá-lo ainda mais a julgar pelo rugido profundo no seu
peito. De repente, dois de seus dedos se moviam mais baixo e
esfregavam minha abertura. O medo tomou conta de mim.
Apertando as pernas juntas, eu empurrei o seu peito e puxei
meus lábios dos dele.
— Pare com as preliminares. — eu disse sem fôlego. E
se ele pudesse sentir alguma coisa com os dedos? Eu duvidava
que seu pênis fosse tão sensível quanto as pontas dos dedos.
A dica de uma carranca cruzou a expressão de Matteo
mas depois ele saiu da cama com um sorriso perverso. Ele
ficou de pé, alto em frente da cama. A protuberância em suas
calças era inconfundível. Ele não me deu muito tempo para
perguntar o que estava por baixo do tecido. Suas mãos fizeram
um rápido trabalho de desabotoar sua camisa e, em seguida,
ele deslizou para fora de seu ombro forte e a deixou cair no
chão. Esta foi a primeira vez que o vi sem camisa. Eu tive
vislumbres de seu abdômen tanquinho através de sua camisa
branca antes, mas não tinha comparação a vê-lo sem camisa.
Meu núcleo apertou com o desejo. Mesmo que a personalidade
de Matteo me dava nos nervos, meu corpo reagia
definitivamente a sua aparência. Suas mãos se moveram para
suas calças, e em um movimento rápido ele deixou cair ambas,
calças e a cueca no chão. Quando ele se endireitou, levou
todas as minhas habilidades de mascarar o meu embaraço e
nervos com a visão dele totalmente ereto.
Eu realmente deveria ter escutado a Aria, mas mesmo
que o pensamento passou pela minha cabeça, eu sabia que eu
era orgulhosa demais para dizer a verdade a Matteo. Meus
olhos tomaram o seu tempo em cada polegada dele, sem me
importar que ele sorrisse para a minha admiração óbvia.
E, cara, ele era lindo. Tudo nele era, seu peito esculpido
e seu abdômen, mesmo seu pênis. Eu o odiava por isso.
Odiava como meu corpo reagia a ele de forma rápida e fácil
quando ele nunca tinha reagido a Sid ou os outros caras que eu
tinha ficado. Ele avançou sobre a cama, cada movimento ágil,
e calculado. Cada movimento teve como objetivo mostrar seus
músculos e força. Deus, eu queria que não estivesse causando
uma boa impressão em mim. Ele colocou um joelho na cama,
me tentando com um olhar que me fez estremecer.
— Pare de brincar. — eu assobiei, porque os meus
nervos estavam me dominando e essa era a última coisa que eu
precisava.
E ele fez como eu pedi. Mudou-se para a cama e subiu
entre as minhas pernas, agarrando meus quadris com um
sorriso escuro. — Eu vou fazer você esquecer todo cara fodido
com quem você já esteve.
Olhei-o, e estava prestes a dar a ele uma resposta
desagradável, quando ele puxou meus quadris bruscamente e
bateu em mim em um impulso duro. Eu me arqueei com um
grito quando a dor passou por mim. Droga. Aria não estava
brincando. Isso foi fodidamente doloroso. Tanta coisa para
manter em segredo. Eu chupei em algumas respirações rápidas
através do meu nariz, meus olhos cerrados fechados. — Oh
merda. — eu engasguei quando eu podia falar novamente. Isso
era muito pior do que eu pensava. Abri os olhos lentamente,
temendo o que eu veria. Eu deveria ter mordido a porra de um
travesseiro, ou mesmo minha língua estúpida.
Matteo tinha congelado em cima de mim quando ele
olhou para mim com surpresa. — Gianna?
Meu rosto ficou quente. — Cale a boca. — eu murmurei.
Eu afrouxei meus dedos, que estavam agarrados no lençol.
Os olhos de Matteo eram suaves. — Por que você não
me contou?
Eu decidi jogar muda. Talvez eu pudesse convencê-lo
que isso não era o que parecia. — Te dizer o que?
Um sorriso malicioso torceu seus lábios, e eu não queria
nada mais do que limpá-lo fora de seu rosto. Claro que ele não
comprou minha mentira. Ele não era um idiota. Ele era um
mestre manipulador e eu, obviamente, tinha muito a aprender
antes que eu pudesse enganá-lo.
— Que eu sou sua primeira vez. — disse ele. Será que
ele tem de soar tão… aliviado e orgulhoso?
Se eu não tivesse preocupada que quando seu pau saísse
de mim machucaria tanto quanto tinha entrado, eu o teria
empurrado para longe. Estar deitada embaixo dele fazia
qualquer argumento difícil.
Apertei os olhos. — Eu pensei que nós íamos foder?
Estou cansada de falar com você.
Matteo se preparou em suas mãos, aproximando-nos. Eu
fiquei tensa com a pontada do movimento.
— Primeiro eu quero que você responda à minha
pergunta. Por quê? Você poderia ter poupado um monte de dor,
se você tivesse me dito. — disse ele calmamente. Parecia que
essa era a coisa mais fácil do mundo para ele, estar enterrado
dentro de mim, e ter um bate-papo.
Quando ficou claro que ele esperaria até eu dar o que ele
queria, eu disse: — Porque eu não queria que você soubesse.
Seu sorriso ficou ainda mais convencido. — Porque
você não queria admitir que esperou por mim.
— Eu não esperei por você. Agora pare de falar e me
foda, porra. — Isso estava ficando muito pessoal, e eu odiava
o quão vulnerável eu estava, nua por dentro e por fora. Como
eu deveria parar de sentir, se Matteo ficava perguntando coisas
que eu não queria pensar?
Matteo não tirava os olhos de mim. Eram escuros e
possessivos, e parecia olhar através de mim. Se não tivesse me
sentindo derrotada, eu teria olhado para longe. Ele retirou-se
lentamente antes de deslizar de volta e eu fiquei tensa com da
dor. Meu corpo era um traidor horrível. Pelo menos, consegui
segurar um suspiro neste momento. Matteo movia-se
lentamente e com cuidado, flexionando seus músculos a cada
estocada.
Eu odiava que ele estava sendo cuidadoso. Eu odiava
que ele não estava agindo como um total idiota, odiava que
odiá-lo não era tão fácil como eu pensava. Se ele não era um
idiota, então, de alguma forma, a morte de Sid foi ainda mais
minha culpa, porque a minha fuga era desnecessária e egoísta
e sem fundamento.
Segurei seus ombros. — Pare de se segurar.
As sobrancelhas de Matteo se juntaram, mas ele não se
moveu mais rápido.
Cavei meus dedos em sua pele e puxei meus quadris,
apesar da dor entre as minhas pernas. — Pare de se prender!
Desta vez, ele ouviu. Seus olhos brilharam e então ele
bateu em mim mais e mais rápido. Fechei os olhos enquanto
eu segurava em seu ombro. Eu provavelmente deixei marcas
com as minhas unhas. Eu não me importava e Matteo não
parecia se importar, sua respiração rápida era a indicação
disso.
A dor que eu sentia era boa, me deu algo para me
concentrar além da culpa esmagadora. Mas não era apenas a
dor. Logo esse sentimento se transformou em uma pressão que
aliviava, um zumbido baixo de prazer que eu nunca tinha
sentido antes. Matteo abaixou-se, mudando o ângulo em que
ele empurrava para dentro de mim, batendo em um local
incrível dentro de mim. A boca de Matteo encontrou minha
garganta e, em seguida, ele mordeu minha pele levemente. Um
gemido saiu dos meus lábios. Meus olhos se abriram,
encontrando o olhar intenso de Matteo. Eu não conseguia
desviar o olhar. Eu queria puxá-lo para mais perto e afastá-lo,
ao mesmo tempo, queria me esconder e me abrir para ele,
queria e não queria. — Você vai gozar? —Matteo perguntou
asperamente.
Eu balancei minha cabeça – Não. – não confiando em
minha voz. Talvez eu pudesse gozar. Sentia-me cada vez
melhor, mas eu precisava trazer espaço entre Matteo e eu,
precisava de tempo para entender minhas emoções antes que
elas tomassem conta de mim. Eu estava confusa, cansada e
triste.
Matteo levantou-se em seus braços novamente e
acelerou ainda mais, batendo em mim uma e outra vez, e então
ele ficou tenso por cima de mim, seu rosto torcendo com
prazer, e caramba, ele parecia magnífico, como algo que
Michelangelo não poderia ter criado melhor. Os movimentos
de Matteo se tornaram bruscos e, em seguida, ele se acalmou,
de olhos fechados, alguns fios de cabelo escuro presos em sua
testa.
Meus dedos coçavam para acariciá-los, para tocar seus
lábios e queixo. Em vez disso eu deixei cair minhas mãos de
seus ombros e descansei-as na cama ao meu lado, onde eu não
poderia fazer algo estúpido, algo que eu ia me arrepender mais
tarde.
Os olhos de Matteo abriram lentamente e eu chupou uma
respiração tranquila. Por que ele não conseguia parar de olhar
para mim desse jeito? Ele não sorriu, só me perfurou com seu
olhar escuro.
Eu empurrei contra seu peito. — Você está ficando
pesado. Saia.
Os cantos de sua boca se contorceram, em seguida, ele
puxou lentamente para fora e sentou-se na cama ao meu lado e
estendeu a mão para mim como se ele fosse me abraçar. Em
pânico, eu sentei e deslizei para fora da cama. Se ele me
abraçasse agora, se ele agisse como se fôssemos um casal real,
se preocupando comigo, eu perderia meu controle. Eu fui para
o banheiro, sem me incomodar em me cobrir. Matteo já tinha
visto tudo de mim, e eu não daria a ele a satisfação de pensar
que eu tinha vergonha de ficar nua na frente dele.
Eu não o ouvi vindo atrás de mim, mas, de repente,
Matteo agarrou a minha mão, me impedindo de desaparecer na
segurança do banheiro. Nossos olhos se encontraram. Os seus
estavam quase… arrependidos. — Eu não devia ter ido tão
forte com você, mas você sabe como me fazer perder o
controle, Gianna. Eu machuquei você?
Preocupação, lá estava ele novamente. Droga. Por que
ele não conseguia parar de agir como se ele fosse um cara
normal? Ele realmente achava que iria me fazer esquecer
quem e o que ele realmente era? — Não finja que você não
gostou.
— Eu não gostei. Eu amei cada segundo. Eu esperei
muito tempo por este momento. Passei quase todo momento
da minha busca por você imaginando ter seu corpo quente
debaixo de mim. Mas, na minha imaginação você estava
gemendo meu nome e tinha orgasmos múltiplos. Você
definitivamente não estava com dor.
Esse bastardo arrogante. — Mantenha-se imaginando
isso. Isso não vai acontecer.
Matteo se apoiou contra o batente da porta, prendendo-
me entre seus braços. — Seu corpo reagiu a mim, Gianna,
mesmo se você não quiser admitir isso. Da próxima vez você
gozará quando eu foder você, confie em mim.
— O que faz você pensar que meu corpo estava reagindo
a você? Talvez eu estivesse imaginando que eu estava com
outra pessoa. A mente é uma ferramenta poderosa. — eu tentei
escapar debaixo do braço, mas ele me empurrou contra o
batente da porta. — Talvez eu estivesse imaginando que era
Sid e não você me fodendo.
Matteo nem sequer piscou. Ele não acreditou em uma
palavra que eu estava dizendo. Caramba!
— Se você realmente queria Sid para ser seu primeiro,
você teria deixado ele foder você. Então, por que não deixou?
— Porque você o matou!
Matteo sorriu. — Nós dois sabemos que não é essa a
razão, mas vamos fingir que fosse verdade. Então eu estou
feliz que ele está morto. Aquele covarde não merecia o
privilégio.
Eu não podia acreditar nele. — Seu imbecil. Eu sabia
que você tripudiaria, é por isso que eu não te contei.
Matteo inclinou-se até que não havia menos de uma
polegada entre nossos lábios. — Mas eu sei e eu nunca vou
esquecer. Você é minha agora Gianna, e eu amo pra caralho
que eu peguei você antes de você encontrar um perdedor para
ser seu primeiro homem.
Eu tentei dar um tapa nele, mas ele pegou meu pulso e
realmente beijou minha mão com um sorriso de pura
satisfação. Puxei minha mão para longe dele. Uma miríade de
insultos passou pela minha mente, muitos para escolher apenas
um.
Matteo acenou com a cabeça em direção à cama. —
Talvez eu devesse dizer a todos que nós podemos ter uma
apresentação dos lençóis depois de tudo.
Meus olhos se arregalaram. Essa foi a última coisa que
eu queria, e Matteo sabia disso. Ele estava me provocando. Eu
passei por ele e desta vez ele me deixou, e corri em direção à
cama. Havia uma pequena mancha rosa no lençol. Para os
homens era muito mais fácil. Mulheres realmente se ferravam
quando se tratava de anatomia. Temos o nosso período, não
podemos fazer xixi em pé, tínhamos que expelir algo do
tamanho de um melão de nossa vagina e as nossas primeiras
vezes sugadas extremamente. — Você não ousaria. — eu
disse.
Matteo cruzou os braços sobre o peito. Ele ainda estava
gloriosamente nu e estava ficando com tesão novamente. O
bastardo estava ligado pela nossa briga. — Você não me tente.
Eu dei de ombros. — Mesmo se você mostrasse os
lençóis para a sua família, ninguém acreditaria em você de
qualquer maneira. Eles acham que eu sou uma vagabunda,
lembra? Eles provavelmente pensariam que você falsificou a
mancha com seu próprio sangue como Luca fez em sua noite
de núpcias. — eu fiquei tensa. Este era um segredo que eu
deveria manter. Ninguém sabia. Por que eu não poderia manter
minha boca fechada, estúpida?
Capítulo treze
MATTEO
Os olhos de Gianna se arregalaram quando ela deixou
escapar o pequeno segredo de Luca e Aria. Será que ela
realmente acha que eu não sabia? Luca e eu morreríamos um
pelo outro. Ele sabia que podia confiar em mim com todo
segredo, mesmo aquele que revelou que ele não era o bastardo
cruel que toda a gente pensava que ele era. De alguma forma,
por algum golpe de sorte, nosso sádico pai tinha tomado a
decisão certa quando ele tinha escolhido Aria para Luca. Eu
não acho que ele sabia o quão bem os dois iriam se dar, ou ele
não teria concordado com a festa. Ele sempre se esforçou para
a miséria dos outros. — Não se preocupe. Luca me contou.
Sua irmã derreteu seu coração frio. Vocês mulheres Scuderi
tem talento para isso.
Gianna relaxou. Não importa o quão dura ela achava que
era, seu corpo a entregava. Ela não era muito boa em esconder
suas emoções o que tornaria mais fácil para mim. Seu olhar
voltou para a mancha nos lençóis. Ver ela realmente me deixou
mal, para isso tinha também a mancha de sangue no meu pau.
Eu não era como alguns homens em nosso mundo que teria se
recusado a se casar com Gianna porque ela poderia ter
brincado com outros caras durante sua fuga. Não que eu não
odiasse o pensamento de que qualquer cara tenha colocado a
porra de um dedo em seu corpo bonito, mas eu queria cuidar
demais de Gianna, e eu achava toda a obsessão com a pureza
em nosso mundo ridícula de qualquer maneira. O melhor sexo
que eu tive na minha vida definitivamente tinha sido com
mulheres que sabiam o que estavam fazendo, mas eu tinha um
sentimento que Gianna aprenderia rápido. Ainda assim, após o
choque inicial quando Gianna tinha gritado de dor, eu senti
uma onda de possessividade e alegria.
Gianna olhou para mim desconfiada, apertando seus
adoráveis lábios. Seu cabelo cobria seu ombro pálido como
um véu e eu não pude resistir a retirar os fios de seu ombro,
maravilhado com sua maciez. Só a pele de Gianna era ainda
mais suave. Eu acho que eu nunca cansaria de tocá-la. Meus
dedos encontraram seu pulso antes que eu começasse a
acariciar a seu pescoço levemente. Por um momento Gianna
prendeu a respiração e realmente se inclinou para o meu toque
antes que ela se afastasse. Ela deu um passo para trás para que
eu não tivesse escolha a não ser soltar minha mão. Eu tive que
reprimir um sorriso. Ela era tão previsível. Pelo menos, em
suas reações a mim. Às vezes, no passado, ela conseguia me
surpreender, o que não era algo que outras pessoas
conseguiram muitas vezes.
Gianna estreitou os olhos para mim. Se ela soubesse o
quão quente ela parecia quando ela estava com raiva, ela
sorriria mais vezes. Eu já estava duro novamente e não queria
nada mais do que foder Gianna. Seus olhos esvoaçaram para
baixo, para o meu pau, e ela bufou. Balançando a cabeça, ela
passou por mim e desapareceu no banheiro antes de bater a
porta com um estrondo.
Eu soltei uma risadinha antes de voltar para a cama,
caindo nas minhas costas e cruzando os braços atrás da cabeça.
Eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto. Depois de
meses de frustração, eu tinha sido recompensado, ainda mais
do que eu esperava. Esperei o som de água corrente, mas o
silêncio reinava no banheiro. Sentei desconfiado. Não havia
nenhuma maneira de Gianna poder escapar do banheiro, mas
que se ela decidisse acabar com sua vida, em vez de gastá-la
comigo?
Gianna parecia amar a vida demais para tal ação, mas eu
não tinha certeza que ela não faria isso para me irritar. Fui para
a porta do banheiro, pronto para derrubá-la quando abriu.
Gianna saiu, as sobrancelhas curvando-se quando ela me viu
bem na frente dela. Seus olhos não estavam inchados, de modo
que ela não tinha chorado, o que foi um alívio.
Seu nariz enrugou. — O que? Não me diga que você
estava me espionando enquanto eu estava no banheiro?
Cruzei os braços sobre o peito com um sorriso. Eu
definitivamente não diria a ela o que eu pensava. — Nós dois
sabemos que você precisa de supervisão.
Com um suspiro, ela passou por mim e entrou debaixo
das cobertas. Após uma verificação rápida do banheiro, que
parecia o mesmo que tinha antes, fui para Gianna. Ela estava
de costas para mim, e puxou as cobertas até o queixo. Eu me
pressionei contra suas costas, deslizando meu braço em volta
da cintura nua. Tendo seu corpo nu tão perto do meu estava me
dando todos os tipos de ideias e meu pau estava cavando
insistentemente contra sua bunda. Eu não podia esperar para
fodê-la assim, para tê-la na minha frente de quatro, para tê-la
me montando. Eu queria transar com ela de mil maneiras
diferentes.
— Nem sequer pense isso. — disse Gianna calmamente,
em advertência. — Eu estou cansada e eu não te devo mais do
que uma vez na nossa noite de núpcias.
Eu ri contra seu pescoço antes de pressionar um beijo na
sua pele macia. — Você é romântica, Gianna. Suas palavras
sempre aquecem meu coração.
— Oh, cale a boca. — ela murmurou.
Apertei o meu domínio sobre ela. Ela não tentou se
afastar, o que me surpreendeu, e voltei a levantar as minhas
suspeitas, mas eu culpava o recato pelo longo dia que nós dois
tivemos. Fazia mais de 24 horas desde que eu tinha dormido.
Ainda assim, eu lutava contra o sono, até que ouvi a
respiração de Gianna ficar mais profunda e seu corpo amolecer
contra o meu. Eu não confiava em Gianna, não depois do que
ela tinha feito. Eu não tinha certeza se eu confiaria nela
completamente. Eu sabia que ela ia correr no momento em que
eu a deixasse fora da minha vista. Eu não daria a ela outra
chance de me iludir. Eu não me importava o que eu tinha que
fazer para mantê-la em Nova York.
Luca tinha pensado que eu perderia o interesse nela
depois que eu a pegasse. Parte de mim esperava por isso, mas
eu já podia dizer que não era o caso. Eu ainda a queria,
provavelmente, mais do que antes.
Eu estava completamente e totalmente ferrado.
GIANNA
Na manhã seguinte eu acordei com Matteo movendo-se
no quarto. Eu não dei nenhuma indicação de que eu estava
acordada, só fiquei escutando o barulho. Eu não queria
enfrentá-lo. Ele seria presunçoso sobre a noite passada,
definitivamente intolerável. Antes de um longo banho e um
café forte eu não estaria no clima para este tipo de confronto.
Quando seus passos finalmente afastaram-se e a porta se
fechou, eu respirei e abri meus olhos. Na linha do horizonte de
New York estavam penduradas nuvens pesadas. Talvez eu
pudesse simplesmente ficar na cama, mas eu tinha um
pressentimento de que Matteo poderia tentar se juntar a mim
se eu fizesse isso. Meu corpo traidor formigava com
entusiasmo com a ideia de ter suas mãos em mim novamente,
talvez até mesmo permitindo a ele ficar em cima de mim de
verdade.
Eu rapidamente sentei, deslizei para fora da cama e corri
para o banheiro para jogar água fria no meu rosto. Estremeci
com a ardência em meu lábio. Olhei para mim mesma no
espelho. Meu lábio inferior estava inchado e a pele abaixo dele
estava machucada. Parecia que eu tinha estado em uma briga,
o que não era muito longe da verdade. Eu abri minha boca
para dar uma olhada nos pontos. Desgostosa, eu rapidamente a
fechei novamente. Os eventos de ontem passaram pela minha
mente.
Eu ainda não tinha tido pesadelos sobre o que aconteceu
com Sid. Eu ainda me sentia horrível por sua morte cruel, mas
meus sonhos tinham sido vazios, um vazio negro do nada.
Talvez eu não pertencesse a este mundo depois de tudo.
Meus olhos deslizaram para um ponto no lado do meu
pescoço, onde Matteo tinha deixado um chupão. O bastardo
tinha me marcado como se eu fosse sua propriedade, e
provavelmente era o caso. Toquei a contusão.
Fazendo uma careta, eu me afastei do meu reflexo, e
tomei um banho rápido. Quando voltei para o quarto, eu
encontrei minhas malas no chão. Matteo deve ter trazido
enquanto eu estava me preparando. Bastardo nojento. Como
ele poderia se mover tão silenciosamente?
Eu rapidamente coloquei minhas roupas nas gavetas que
Matteo deve ter esvaziado para mim. De alguma forma isso
me incomodou, que ele tinha deixado espaço para mim como
se ele soubesse o tempo todo que eu seria sua mulher. Ele deve
ter feito isso há muito tempo. Não houve tempo ontem à noite
ou hoje pela manhã. Colocar parte das roupas que eu não tinha
usado em seis meses também me fez perceber que eu
precisava desesperadamente ir às compras. Minhas roupas
velhas pareciam relíquia de uma antiga vida. Em nossa pressa
para deixar o meu apartamento em Munique, eu não tinha sido
capaz de agarrar qualquer uma das minhas roupas novas.
Depois, totalmente vestida eu desci as escadas, parando
de vez em quando para ouvir Matteo. Ele ficou em silêncio no
apartamento e enquanto eu caminhava pela sala em direção à
cozinha, eu não encontrei ninguém, nem mesmo um guarda-
costas. Uma suspeita queimou em mim. Matteo nunca iria me
deixar sem supervisão depois do que eu tinha feito. Meus
olhos percorreram o teto, os cantos e qualquer outro lugar
possível para câmeras de segurança, mas não as achei. Hesitei
no meio da cozinha por um momento, os olhos correndo para a
enorme máquina de café. Dane-se. Eu precisava de cafeína. Se
Matteo não estava lá, eu estava grata, eu ia fingir que essa era
a minha casa.
E eu nem sequer tinha a necessidade de fingir. Esta era a
minha casa agora, ou era suposto ser. Claro que não me sentia
à vontade. Tinha sido um longo tempo desde que algum lugar
tinha me feito sentir em casa. Nos últimos meses da minha
vida, até mesmo a casa dos meus pais não parecia com um lar.
Não adiantava pensar nisso agora. Eu nunca perdoaria papai
por como ele me tratou, nem minha mãe, porque ela o deixou
fazer isso. Talvez eu estivesse morta para eles, mas eles
estavam mortos para mim também.
Meu dedo pairou na frente do botão que ligava a
máquina de café. Este estranho silêncio estava me deixando
louca. Me xingar era ridículo, eu finalmente apertei o botão.
Peguei um copo e selecionei um cappucino. Eu não estava
fugindo mais. O pior já tinha acontecido.
Com um assobio, o líquido quente disparou. No
momento em que estava pronto, eu peguei o copo e tomei um
longo gole, sentindo o calor e o gosto familiar apurado na
minha mente. Encostei-me ao balcão, deixando meus olhos
vagarem através do apartamento. Eu realmente gostei do estilo
clean, os elegantes sofás de couro preto, móveis de madeira e
paredes brancas. Gostaria de saber se Luca e Matteo tinham
contratado o mesmo designer de interiores, porque o seu
mobiliário era tão similar. Eu podia ver-me à procura de peças
de arte que se encaixassem aqui, podia ver-me comprando
almofadas que trariam um pouco de cor, podia me ver
decorando uma árvore grande para o Natal. Eu andei ao redor
do balcão, me empoleirei no banco e virei as costas para o
lugar que eu poderia facilmente me ver vivendo.
Isso não era o que eu queria. Ou, pelo menos, algo que
eu não queria há seis meses, algo que eu não deveria querer,
não depois de arriscar tanto para escapar dele. Fechei os olhos
e inalei o aroma reconfortante do meu café. Eu precisava ver
Aria novamente, mas eu tinha permissão para subir até sua
cobertura? A ideia de que eu tinha que pedir a Matteo e talvez
até mesmo Luca permissão sempre que eu queria ver minha
irmã me fez subir as paredes. Foi um bom lembrete de porque
eu fugi antes, algo que eu nunca poderia me permitir esquecer.
Uma respiração quente acariciou meu pescoço, seguido
por um baixo. — Bom dia.
Eu gritei de surpresa e joguei a minha xícara de café
longe. Ela quebrou em dezenas de pedaços afiados e derramou
café em todos os lugares. Virei minha cabeça e eu me vi cara a
cara com uma Matteo sorrindo.
— Porra. Por que diabos você está subindo em mim
assim? Você me assustou pra caralho. — eu assobiei.
Ele balançou a cabeça com uma expressão divertida. —
Todas essas palavras desagradáveis que saíram de sua boca
doce, são realmente adequadas?
Ele estava tirando sarro de mim. Seus olhos tomaram seu
tempo vagando por minhas curvas, demorando-se no chupão
antes de passar um pouco mais pra baixo novamente. E o pior
foi o modo como meu corpo estava reagindo à sua
proximidade, seu cheiro, seu peito musculoso. Felizmente,
meu rosto não estava quente, então talvez eu não estivesse
corada.
— Desde quando você se importa em ser adequado? —
Eu murmurei. Eu passei por Matteo e ajoelhei-me ao lado dos
restos quebrados de minha xícara. Eu esperava que Matteo não
suspeitasse do que sua proximidade estava fazendo comigo.
Eu peguei as peças, mas Matteo veio em minha ajuda. Eu não
tinha certeza se ele estava fazendo isso para ser simpático, ou
se ele sabia sobre o seu efeito em mim e estava tentando
brincar comigo. Pelo que eu sabia dele, eu imaginei o último.
Eu estava tentando não olhar pra ele quando ele se agachou ao
meu lado. Ele estava me dando uma boa visão do seu traseiro
perfeitamente em forma. Maldição, por que ele tem que
parecer assim?
Sem aviso, ele roçou o dedo sobre o meu lábio inchado.
— Eu realmente deveria ter matado seu papai.
Seu toque era tão gentil, que me fez querer acariciar meu
rosto contra seu pescoço e chorar. — Você tem uma vassoura?
— perguntei casualmente.
Ele deu de ombros, deixando cair sua mão. — Eu vi
Marianna voar em uma, uma vez.
Revirei os olhos. É claro que ele não tinha ideia. Ele
provavelmente nunca sequer tinha pegado a sua própria roupa.
— Você, pelo menos, sabe onde Marianna mantém o material
de limpeza?
Seu olhar permanecia em meu decote. Com um suspiro,
eu me levantei e sai em busca de uma vassoura. Quando
finalmente voltei para a bagunça na cozinha, com a vassoura
na mão, Matteo estava falando no telefone. Ele estava
encostado no balcão, pernas casualmente cruzadas.
Tentei ouvir a conversa enquanto eu limpava o chão. Eu
tinha a sensação de que era sobre mim.
— Venha agora. Eu quero que seja feito o mais cedo
possível
Com isso, ele desligou e se virou para mim. Eu me
inclinei com a vassoura contra a parede, em seguida,
perguntei. — Quem era? Um novo guarda-costas que você
deseja que mantenha um olho em mim?
— Algo assim. Eu vou colocar uma tornozeleira em
você.
— O que? Você ficou louco?
— Pelo contrário, mas ambos sabemos que você vai usar
a próxima chance que você tiver para escapar de novo, então
até que eu possa confiar em você para ficar comigo, você vai
ter que usar a tornozeleira.
Eu o encarei, completamente atordoada e com tanta
raiva que eu estava preocupada que minha cabeça explodiria.
— Então você admite que eu sou sua prisioneira. Você está me
tratando como uma, depois de tudo.
Matteo avançou sobre mim. — Sem a tornozeleira eu
teria de trancá-la neste apartamento, mas com ela, você pode
passar o tempo com Aria, caminhar ao redor de Nova York, e
viver uma vida quase normal.
— Eu acho que você quer que eu agradeça a sua
gentileza?
O idiota realmente riu. — Não. Eu sabia e não esperava
que você fosse gostar da ideia.
— Ninguém gostaria, que ideia! E você não me conhece,
Matteo.
Ele moveu-se para muito perto, e sem aviso enfiou a
mão debaixo da minha camisa, colocou de lado meu sutiã e
torceu meu mamilo. No mesmo instante, o meu núcleo apertou
com necessidade. — Eu sei que você ama quando eu faço isso
com o seu pequeno mamilo perfeito. — ele rosnou.
Eu queria negar, mas da forma como o polegar e o
indicador brincavam comigo, eu não conseguia encontrar as
palavras. Os olhos escuros de Matteo estavam fixos em mim
quando ele se inclinou muito perto. — Eu sei que você está
molhada. Eu sei que sua buceta me quer, mesmo que você não
admita isso.
Ele caiu de joelhos e empurrou para baixo as minhas
calças e calcinhas.
— O que…
Eu não tive tempo. Ele se inclinou e beijou a minha
carne aquecida. Eu respirei assustada. Matteo libertou uma das
minhas pernas das minhas calças e calcinhas e depois ele a
levantou e a colocou no seu ombro. Seus olhos encontraram os
meus enquanto sua língua separou meus lábios inferiores e
lambeu lentamente. Eu tremia, apertando minha boca com
medo de fazer um som embaraçoso.
Matteo puxou a cabeça pra trás. — Veja, eu sabia disso.
Molhada para mim. — disse ele em uma voz áspera. Ele
pressionou alguns beijos contra mim antes de me lamber.
Meus olhos queriam rolar para trás na minha cabeça a partir
dessa sensação.
— Alguém já fez isso com você? — perguntou ele
ferozmente.
Eu não poderia mesmo mentir. Eu apenas balancei a
cabeça — Não.
— Bom. — ele me recompensou com um beijo
alucinante, sua língua traçando minha abertura, em seguida,
correndo de volta para o meu clitóris.
— Oh Deus. — eu sussurrei.
Matteo soltou meu lábio latejante. — Você tem um gosto
perfeito, Gianna. — ele me separou e roçou um beijo sobre o
meu clitóris. — Você quer que eu pare?
Eu cerrei os dentes. Eu nunca quis nada menos. Levou
todo o meu autocontrole para não agarrá-lo e enfiar o seu rosto
contra mim.
— O tratamento do silêncio? — perguntou Matteo em
voz provocante antes dele me cutucar com a língua, enviando
lanças de prazer através de mim, antes de capturar meu clitóris
entre os lábios e sugar levemente.
Engoli em seco e agarrei o balcão atrás de mim,
precisando de alguma coisa para me apoiar. Minha cabeça caiu
para trás quando Matteo fez a coisa mais incrível com a
língua. Com golpes lentos ele me trouxe para mais perto e
mais perto da borda. Eu poderia dizer que desta vez seria ainda
mais intenso do que ontem. Sem querer, minha mão segurou a
cabeça de Matteo e meus dedos se enredaram em seu cabelo
escuro. Matteo me recompensou com movimentos de sua
língua contra o meu clitóris.
— Sim. — eu sussurrei. Eu nem sequer me importava
mais que eu estava admitindo o quão bem eu me sentia. Meu
corpo inteiro gritou por um orgasmo. Eu estava tão perto,
minhas pernas começaram a tremer, minha respiração
acelerou. E, em seguida, a campainha tocou. Eu o empurrei
surpresa e os meus olhos voaram para o elevador. Ninguém
podia chegar sem que Matteo concedesse acesso.
Matteo se afastou e parou o que ele estava fazendo.
Meus dedos ainda apertavam sua cabeça. — Não pare. — eu
não conseguia esconder a necessidade na minha voz.
Matteo endireitou-se e limpou a boca com um sorriso
irritantemente arrogante. Ele se inclinou para me beijar, mas
eu virei minha cabeça para que seus lábios roçassem minha
bochecha.
— Paciência, Gianna. Eu tive seis meses para praticar a
paciência, agora é a sua vez, mas não se preocupe, eu vou te
comer mais tarde. Você tem um gosto bom demais para
resistir. — ele murmurou antes de pisar para trás e ir em
direção ao elevador. — Você deve se vestir. Nós não queremos
dar a Sandro um show.
Eu não podia acreditar nele. Eu rapidamente corri para
colocar minha calcinha e meia-calça de volta, antes de lavar as
minhas mãos e ajeitar minha saia. Meu sangue estava fervendo
de raiva. Matteo sorriu quando ele apertou o botão que
permitia que o elevador parasse no nosso andar.
Isso não era o fim de tudo. Dois podiam jogar este jogo.
Capítulo catorze
MATTEO
Gianna estava tentando me matar com seus olhos. Não
que eu não estivesse acostumado com esse olhar, mas eu tinha
que admitir que ainda me excitava. Eu desejei que Sandro
tivesse esperado alguns minutos a mais para aparecer, mesmo
que o seu aparecimento precoce deu-me a oportunidade de
ensinar uma lição a Gianna. Infelizmente eu estava punindo a
mim mesmo, tanto quanto Gianna com a minha pequena lição.
Ela tinha um gosto perfeito. Eu não podia esperar para lambê-
la novamente, para tê-la gritando meu nome e emaranhando os
dedos pelo meu cabelo. Eu já estava ficando com um maldito
tesão novamente. Foda-se isso.
As portas do elevador se abriram e Sandro entrou,
segurando uma caixa preta. — Bom dia, chefe. Espero que eu
não tenha interrompido nada. — ele disse, com os olhos
deslizando de mim para Gianna. Apesar de sua bagunça, há
seis meses, ele ainda era um bom soldado. O melhor ao lado
de Romero.
— Você não interrompeu. — eu disse com um sorriso
para Gianna, que estreitou os olhos ainda mais. Foi uma coisa
boa que Sandro não olhou em qualquer lugar perto da região
da minha virilha porque não havia nenhuma maneira que eu
pudesse esconder a protuberância. Não que eu me importasse.
— Vamos fazer isso agora. — eu disse finalmente.
Gianna cruzou os braços sobre o peito e de alguma
forma conseguiu empurrar os seios de uma forma deliciosa.
Ela estava fazendo isso de propósito? Ela não se mexeu
enquanto caminhávamos na direção dela. Parecia que ela não
podia se importar menos, mas eu a conhecia melhor do que
isso. Ela provavelmente estava tentando descobrir uma
maneira de me fazer pagar por provocá-la, para não mencionar
a tornozeleira. Mas ela tinha engolido essa decisão.
Sandro olhou para Gianna desconfiado, quando paramos
ao lado dela. Eu não poderia culpá-lo. Seu orgulho tinha sido
ferido com hematomas quando ela e Aria o drogaram e o
amarraram. Ele era muito inteligente em mostrar o seu
desagrado.
Eu apontei para a banqueta. — É preciso tirar suas
calças e se sentar.
— Obrigada por avisar. Você poderia ter falado pra eu
não colocar a meia-calça antes, teria poupado o trabalho de
colocá-las. — ela murmurou. Foda-se, seu olhar me fez querer
dobrá-la sobre o balcão da cozinha e foder seus miolos.
Sandro fingiu que estava ocupado com a pulseira de
tornozelo quando eu me inclinei perto de Gianna. — Mas eu
adorei vê-la colocar sua meia-calça sexy, e eu vou adorar ver
você tirá-las de novo.
Gianna quase rasgou sua meia-calça desta vez, antes de
se empoleirar no banquinho com suas longas pernas magras
cruzadas. Ela apertou os lábios com raiva, então se encolheu
de dor. A raiva que eu sentia por seu pai estava tomando conta
de mim. Porra, Luca e sua determinação em manter a paz com
o Outfit.
Sandro hesitou com a tornozeleira na mão, e lançou um
olhar inquiridor pra mim.
Eu nunca colocaria uma tornozeleira em ninguém, por
isso mesmo que eu odiasse fodidamente a ideia de Sandro
tocar a perna de Gianna, era a escolha lógica. Eu balancei a
cabeça. — Continue.
— Estenda a perna esquerda.
Gianna me enviou um olhar mordaz, mas ela levantou a
perna sem protestar. Talvez ela tenha decidido que era a
melhor opção, antes que ficar trancada dentro do apartamento
o tempo todo, ou talvez ela estava chegando a conclusões
torturantes em retribuição a mim. Eu tive um sentimento que
eu poderia desfrutar de tudo o que ela tinha em mente, mesmo
que essa não fosse sua intenção.
Sandro inclinou-se sobre a perna de Gianna e começou a
prender o pequeno monitor preto em torno de seu tornozelo.
Encostei-me no bar da cozinha ao lado de Gianna. Ela não
olhou pra mim.
— Será que isto vai monitorar o consumo de álcool,
também? — ela perguntou a Sandro. Ele ergueu os olhos para
ela, depois para mim.
— Eu não me importo se você ficar bêbada, enquanto
você estiver em Nova York. — eu disse. Seus olhos azuis me
encararam com outra careta antes de se voltar para Sandro, que
estava verificando se a tornozeleira funcionava corretamente.
Com um aceno de cabeça, ele se endireitou. — Tudo
pronto. Você pode localizá-la com o seu laptop, telefone ou
qualquer outro dispositivo de internet.
— Ótimo. — Gianna murmurou.
— Obrigado, Sandro.
— Você precisa de mais alguma coisa?
Eu balancei minha cabeça. — Não hoje. Romero está lá
em cima. Você pode voltar para suas outras tarefas.
Sandro deu a Gianna um breve aceno de cabeça antes
dele se virar e se dirigir para o elevador. Depois que eu o vi
sair, voltei para Gianna.
— Então, por quanto tempo eu vou ter que usar essa
coisa? — perguntou ela, levantando a perna para dar uma
olhada mais de perto no pequeno dispositivo preto em torno de
seu tornozelo. Eu odiava vê-la com essa coisa. Parecia errado
acorrentá-la assim, mas Luca havia sugerido a tornozeleira e
foi uma solução elegante. Gianna era volátil demais para seu
próprio bem.
— Até eu decidir que eu posso confiar em você o
suficiente para não fazer algo estúpido.
— Então, para sempre. — ela baixou a perna de volta
para o chão.
Eu ri. — Não. Eu gosto de suas maravilhosas pernas sem
a tornozeleira, acredite em mim. Vou livrá-la dessa coisa o
mais rápido possível. — tracei meus dedos sobre seu joelho
nu, subindo até chegar à beira de sua saia jeans. Ela golpeou
minha mão e saltou da banqueta.
— Tire as mãos. — disse ela docemente.
Eu levantei minhas sobrancelhas. — Eu pensei que você
queria continuar de onde paramos antes? — eu fodidamente
queria continuar de onde paramos.
Ela passou por mim em direção a máquina de café,
balançando os quadris de uma forma que me deixou duro
novamente. — Eu estou bem. — disse ela com um encolher de
ombros. — Tudo que eu preciso é de uma xícara de café. —
ela pegou uma xícara nova e a colocou sob a cafeteira antes de
olhar por cima do ombro para mim. — E você? Existe alguma
coisa de que você precise? — seus olhos vagaram pelo meu
corpo em direção ao meu pau duro. Eu poderia dizer que ela
estava lutando contra um sorriso.
Oh, merda. Ela realmente sabia dar um olhar sedutor. E,
obviamente, ela pensou que poderia jogar o meu jogo melhor
do que eu. — Eu estou bem também.
Ela trouxe sua xícara até a boca, tomou um gole, depois
passou a língua lentamente ao longo do seu lábio superior.
Eu sufoquei um gemido. Eu tinha que me encontrar com
Luca para discutir o que eu tinha perdido nos últimos meses,
enquanto eu estava caçando Gianna, mas eu realmente
desejava que eu pudesse ficar com ela o dia todo e talvez
convencê-la a correr a língua sobre o meu pau. Eu dei a volta
na direção dela e torci uma mecha de seu cabelo em volta do
meu dedo indicador. — Eu odeio a sua nova cor. Eu gostava
mais do vermelho.
Gianna puxou para trás e colocou a xícara para baixo
com um som estridente. — Bem, minha aparência não era a
minha principal preocupação, enquanto eu estava fugindo.
Talvez você não tenha percebido, mas um mafioso notório
estava me caçando.
Eu sorri. — Notório?
Ela revirou os olhos. — Se você está tomando isso como
um elogio, então você está falando com a pessoa errada.
Eu não diria a ela para tingir seu cabelo de volta a sua
cor natural, mesmo que eu quisesse. Eu sabia que ela não faria
isso se eu tentasse forçá-la. Talvez admitir que eu gostava dela
de cabelo vermelho já era o suficiente para fazê-la querer ficar
para sempre morena. — Vou me encontrar com Luca. Você
pode passar o dia com Aria no andar de cima, se você quiser.
Seus olhos se arregalaram. — Eu tenho permissão para
passar o dia com Aria? — depois de um momento, sua boca
torceu e ela acrescentou. — Não que eu devesse precisar da
sua permissão para ver minha irmã…
— Você e Aria não se veem há um longo tempo, eu
suponho que você tem um monte de coisa para conversar. —
eu me perguntei se Gianna diria a Aria sobre a noite passada e
exatamente o que ela diria. Normalmente eu perguntaria se ela
tinha desfrutado mas eu sabia que Gianna não me daria uma
resposta honesta. As mulheres nunca tinham queixa sobre
minhas habilidades sexuais, mas eu queria ouvir de Gianna.
Talvez Luca estivesse certo e eu era um idiota.
— Podemos ir agora? — perguntou Gianna, a excitação
iluminando seu rosto. Foi a primeira emoção verdadeira que
ela tinha me mostrado em toda a manhã.
— Que tal um beijo para me convencer?
Ela me surpreendeu, agarrando minha camisa, me
puxando em direção a ela e pressionando seus lábios nos
meus. Seu corpo sexy inclinou-se contra mim e sua língua
deslizou em minha boca. Eu não precisava de mais incentivo.
Eu agarrei sua bunda, espremendo-a, saboreando-a e ofegando
enquanto nossas línguas dançavam juntas. Eu empurrei meu
pau duro contra ela. Ela precisava saber o que estava fazendo
comigo. Porra. Eu estava tão duro, era uma maravilha que eu
não tivesse gozando em minhas calças ainda como um
adolescente idiota.
Sem aviso, ela recuou e eu rosnei em resposta, com um
aperto em sua bunda, mas ela empurrou meus braços para
baixo e deu um passo ficando fora do meu alcance. — Você
queria um beijo, você teve o seu beijo. Agora vamos para
Aria.
Essa megera. Eu sabia por sua respiração rápida e
bochechas coradas que ela estava tão afetada com o nosso
beijo quanto eu, mas ela parecia determinada a reprimir seu
desejo. Eu simplesmente farei o meu jogo, mostrarei como um
orgasmo alucinante realmente faz parte. Depois disso, ela seria
massinha de modelar em minhas mãos.
Eu andei em direção ao elevador como se eu não desse a
mínima. Eu tinha mais do que experiência suficiente em
esconder minhas emoções, então eu não tive problemas para
mascarar a minha excitação. Eu apertei o botão e as portas do
elevador se abriram e fiz sinal para Gianna entrar. Ela franziu
a testa, mas, em seguida, ela se dirigiu para o elevador e
encostou na parede.
Escondendo meu sorriso, me juntei a ela e apertei o
botão que nos levaria para cima. Levou vários momentos antes
de Luca aprovar nossa subida. Antes dele se casar com Aria,
eu tinha autorização a pegar o elevador para cima sem a sua
aprovação, mas desde então ele tinha instalado o acionamento
manual novamente. Não que eu o culpasse. Eu não queria ele
ou Aria se intrometendo quando Gianna e eu estivéssemos
aproveitando todo o espaço disponível do apartamento
também. O elevador começou a se mover e, em poucos
segundos parou novamente.
Aria já estava esperando em frente as portas quando elas
se abriram. Ela mal me poupou um olhar antes de puxar a irmã
para um abraço arrastando-a em direção a sala de estar.
Luca ficou com os braços cruzados contra a parede. —
Sem seu beijo de despedida de sua adorável esposa? —
perguntou ironicamente.
Aria e Gianna já estavam no sofá, e cochichavam entre
si. Romero levantou a mão em saudação de seu lugar na
cozinha. Ele vigiaria Aria e Gianna enquanto Luca e eu
estivéssemos ocupados na Sphere. Ele sabia o que as duas
meninas haviam feito para Sandro, então ele não baixaria a
guarda, e mesmo que o fizesse a tornozeleira iria me alertar
sobre o paradeiro de Gianna.
— Aria realmente não parece muito triste de ver você
saindo. — disse eu quando Luca se juntou a mim no elevador.
Ele sorriu. — Nós já nos despedimos duas vezes esta
manhã. E você? Como foi a sua noite de núpcias?
Eu não poderia parar de sorrir. — Melhor do que a sua.
As sobrancelhas de Luca subiram em um silêncio
duvidoso. — Então ela se guardou pra você?
— Sim. — eu disse. — E eu fui o seu primeiro.
— Será que ela te disse isso? — Luca perguntou em
dúvida.
— Não, ela não disse. Ela ficou furiosa de eu ter
descoberto. Mas não havia maneira dela esconder.
— Bom para você. — disse Luca, batendo em meu
ombro. — Então você ainda está na dela ou você recobrou os
seus sentidos, agora que seu pênis não está governando mais
os seus pensamentos?
Eu mostrei a ele o dedo. — O que faz você pensar que
meu pau não é ainda o responsável?
Luca suspirou. — Faça como quiser, mas não venha
reclamar para mim quando ela começar a irritá-lo. — O
elevador parou e abriu na garagem subterrânea. — Agora
vamos nos concentrar no negócio. Você já perdeu muito
tempo. Eu preciso de sua atenção agora.
— Não se preocupe. — eu disse, mas eu tinha a
sensação de que não seria fácil tirar Gianna da minha cabeça.
A imagem de seu corpo nu embaixo de mim havia queimado
meu cérebro e eu não estava muito interessado em apagá-la.
GIANNA
Aria me arrastou em direção ao sofá, longe de Luca e
Matteo. Nós nos sentamos e Aria olhou meu lábio inchado
com uma careta. — Eu não posso acreditar que papai bateu em
você tão forte.
— Ele já fez isso antes. — eu murmurei.
Romero estava nos observando da cozinha. Eu realmente
me perguntava como ele podia ficar preso nesta casa com Aria
durante todo o dia. Eu duvidava que muitos soldados tinham
disputado uma vaga para esse trabalho.
Depois de um momento, Aria se inclinou para mim,
sussurrando. — Você está bem? Como foi a última noite?
Olhei na direção de Luca e Matteo mas eles já tinham
desaparecido no elevador e foram para Deus sabe onde.
— Gianna?
— Eu estou bem. — eu disse, enviando a minha irmã um
sorriso reconfortante. Parecia que ela não tinha dormido muito
na noite passada. A preocupação a manteve acordada?
— E? Como foi? Você dormiu com Matteo?
Eu ri. Aria me lembrou a mim mesma depois da noite de
núpcias de Aria. Eu tinha estado tão terrivelmente preocupada
com ela. — Não fique tão ansiosa. Estou muito bem. — eu
estava estranhamente bem. Talvez até muito bem. Tinha sido
muito fácil encontrar o meu caminho de volta para minha
antiga vida, como se a vida que eu tinha tentado levar nos
últimos meses nunca tivesse realmente se encaixado. Esta
manhã eu não tinha me perguntado onde eu estava, não tinha
que me lembrar do meu pseudônimo. Eu estava como nova.
— Você não parece bem. Por favor, me diga o que
aconteceu. Eu deixei Luca louco com a minha ansiedade na
noite passada.
Isso me fez sorrir. O que deve ter azedado o humor de
Luca. — Eu dormi com Matteo. — minha mente voltou para a
sensação dele dentro de mim, de seu olhar intenso, seu corpo
forte, seu toque, e meu núcleo apertou novamente. Eu não
tinha certeza de como eu poderia parar o meu corpo de ficar
tão ansioso pela atenção de Matteo, mas eu sabia que tinha que
descobrir uma maneira de eu ter algum tipo de poder neste
casamento.
— Parece que você não se importou. — disse Aria com
um sorriso maroto.
— Como você disse, Matteo tem boa aparência, e ele
sabe o que está fazendo, por isso não foi ruim.
— Será que ele percebeu que você não tinha dormido
com ninguém antes?
— Sim. Você estava certa. Doeu demais. Ele foi
extremamente presunçoso sobre isso. Eu realmente gostaria
que ele não tivesse descoberto. Eu sinto que ele tem mais
poder sobre mim agora que ele sabe.
Aria balançou a cabeça. — Você precisa parar de pensar
assim. Você e Matteo precisam encontrar uma maneira de se
dar bem agora que você está casada. É uma coisa boa ele saber
a verdade.
— Matteo não vai exatamente tornar mais fácil para
mim. Ele é sempre tão arrogante. E ele é a pessoa que
começou com os jogos. E sabe o que ele fez mais? — eu
levantei minha perna com a tornozeleira ridícula. Eu ainda não
podia acreditar que Matteo tinha realmente colocado essa
coisa no meu corpo, como se eu fosse um cão que precisava de
uma coleira. É claro que a partir de seu ponto de vista era
provavelmente a coisa normal a fazer. Afinal de contas ele era
um assassino controlador, possessivo, sedento de poder, isso
não significava que eu gostei.
Aria fez uma careta. — Eu sei. Luca mencionou isso
para mim esta manhã. Foi ideia dele. — ela fez uma pausa
com uma expressão de desculpa. — Eu tentei falar com ele
sobre isso, mas ele disse que não vai arriscar mais nenhum
conflito com a máfia de Chicago, permitindo que você saia
livremente.
— Como se o papai ou qualquer outra pessoa no Outfit
se importaria se eu fugisse novamente. Eu não sou seu
problema mais, lembra? — eu mexi meus dedos, mostrando o
meu anel de casamento.
— Luca e Matteo ficariam fracos se você conseguisse
fugir de novo, e enfraqueceria a sua posição. As coisas entre
Nova York e Chicago não estão indo exatamente bem nos
últimos meses.
— Por minha causa?
— Não apenas por sua causa. — disse Aria. — Luca e
Dante não se dão muito bem. Ambos são alfas e não estão
acostumados a trabalhar juntos.
— Eu suponho que você não saiba de uma maneira de se
livrar dessa coisa? — eu apontei meu dedo contra minha
tornozeleira preta.
— Não. É muito desconfortável?
Eu dei de ombros. — Não realmente, mas eu odeio isso.
E eu posso dar adeus a saias curtas e vestidos, a menos que eu
queira que todos pensem que eu sou uma criminosa.
Aria tocou no meu braço levemente. — Tenho certeza
que Matteo vai tirá-la em breve.
— Eu duvido disso. — se eu fosse ele, eu não confiaria
em mim tão cedo. Provavelmente nunca.
Os olhos de Aria correram para o meu cabelo
novamente. Ela vinha fazendo isso desde que ela tinha me
visto com a nova cor.
Eu passei a mão sobre o meu cabelo. — Você odeia isso,
certo?
— Eu não estou acostumada. Talvez eu me acostume.
Mas eu sinto falta do seu cabelo vermelho.
— Eu também. — eu disse. — Matteo odeia meu cabelo
castanho também.
— Não me diga que você vai ficar morena, porque você
quer irritá-lo? — Aria perguntou com um olhar compreensivo.
Eu não era tão infantil. Talvez há seis meses teria sido
minha reação, mas fugir me ajudou a crescer. Eu não manteria
meu cabelo com uma cor que eu não gosto para incomodar
Matteo. Havia outras maneiras que eu poderia fazer sua vida
mais difícil e eu esperava explorar o maior número possível
delas. — Eu vou mudar para a minha cor natural, assim que eu
tiver a chance. Você acha que Matteo vai pirar se eu deixar o
apartamento em busca de um cabeleireiro?
— Provavelmente. Você está casada a menos de um dia.
Talvez você deva tentar se comportar melhor hoje, pelo
menos.
— Eu vou fazer o meu melhor. — eu disse
sarcasticamente.
Aria levantou-se. — É quase hora do almoço. Vamos
pegar algo para comer e eu vou ligar para a minha cabeleireira
e pedir a ela para vir aqui fazer o seu cabelo, ok?
Eu me levantei. — Perfeito. Estou morrendo de fome. —
Eu segui Aria para a área da cozinha. Romero colocou o
telefone no balcão, olhos e postura alerta quando nos
aproximamos. Sandro provavelmente tinha avisado a ele sobre
nós. Isso me lembrou de algo que eu queria perguntar a Aria
desde que eu tinha fugido. Eu esperei até que ela terminasse a
ligação com seu cabeleireiro e nos servisse uma salada antes
de eu abordar o tema.
— Você teve problemas com Luca por me ajudar? — eu
perguntei em voz baixa. Eu não queria que Romero nos
ouvisse. Ele parecia bastante ocupado falando em seu telefone,
provavelmente com Matteo ou Luca que estavam querendo
notícias nossas.
O rosto de Aria apertou. — Ele estava com raiva no
início, mas ele me perdoou. Acho que ele percebeu que eu
nunca iria deixá-lo.
Ela e Luca pareciam bastante felizes, mas às vezes as
aparências enganavam, e eu não tinha certeza se Aria estava
dizendo a verdade. Ela não diria algo que pudesse me fazer
sentir culpada.
— Tem certeza?
— Não é o que estou dizendo? — ela perguntou
provocativamente.
Eu sorri. — Você me ensinou uma coisa ou duas.
— Bom saber.
— Há algo mais que eu estive pensando sobre… — eu
disse calmamente. — Como Matteo me encontrou?
— Luca realmente não falou comigo sobre como eles
conseguiram. Ele sabia que eu iria avisá-la. Você acha que
poderia ter sido o blog? Eu acho que Luca verificou meu
laptop. Eu tentei avisá-la.
— Eu tentei não mencionar locais em meus posts. Mas
talvez eles pudessem rastrear o meu local através do meu blog.
Quem sabe?
A campainha tocou. Romero andou em direção ao
elevador antes que Aria ou eu pudéssemos nos mover. — Será
que ele vai nos deixar em paz? — perguntei quando ele estava
longe.
— Não tão cedo. — Aria disse com um encolher de
ombros. Ela se levantou da cadeira para cumprimentar a
mulher em seus quarenta e poucos anos que entrou no
apartamento com dois sacos enormes. Aria me apresentou a
sua cabeleireira e cinco minutos depois tínhamos colocado
uma cadeira no banheiro e meu cabelo estava emplastado com
tintura para voltar a sua cor original, não imediatamente, mas
depois de vários tratamentos.
Felizmente eu tinha permissão para caminhar enquanto a
cor reagia com o meu cabelo. Aria me emprestou seu laptop e
me acomodei na mesa da sala de jantar. Com medo, eu
procurei os sites alemães por qualquer notícia de homicídios
em Munique. Não demorou muito tempo para ver o artigo
mencionando a morte de Sid. A polícia não tem nenhuma
pista. Minhas ex-companheiras tiveram que se mudar
imediatamente, e eu duvidava que voltariam para um
apartamento onde Sid tinha encontrado o seu fim. O jornal
falou de mim, ou melhor, o meu pseudônimo Gwen, e que a
polícia estava procurando por ela, porque ela era uma
testemunha. Não havia uma foto minha, graças a Deus. Eu
sempre fui cuidadosa para não aparecer em imagens. Mas
havia uma foto de Sid com sua guitarra.
Meu estômago se apertou com tristeza e arrependimento.
Aria colocou a mão no meu ombro. — Você não deveria ler
isso. Não há nada que você pode fazer Gianna.
Eu fechei o laptop lentamente. Havia uma coisa que eu
poderia ter feito. Eu poderia ter dito à polícia quem foi
responsável pela morte de Sid, assim sua família poderia
encontrar paz, mas isso era algo que eu nunca faria. Havia
certas regras, mesmo que eu não fosse quebrar. Eu não era
estúpida, ou suicida.
O olhar preocupado de Aria não me deixou quando eu
voltei para o banheiro para lavar meu cabelo. — Eu estou bem.
— eu sussurrei, mas ela não parecia acreditar, nem eu. As
últimas 24 horas tinha sido um turbilhão de emoções e
mudanças. Eu mal tive tempo para refletir sobre tudo o que
tinha acontecido, e eu não tinha certeza do que eu queria.
Talvez Aria estivesse certa e eu deveria tentar seguir em frente
e deixar o passado para trás. O problema era que eu não tinha
certeza de que eu poderia. Eu não devo isso à minha
consciência e Sid, que eu mostrei um desafio, eu apenas não
me contentaria com minha nova vida com Matteo como se
nada tivesse acontecido?
Capítulo quinze
MATTEO
Quando Luca e eu voltamos para seu apartamento
naquela noite, senti como se um maldito trem tivesse me
atropelado. Eu não tinha dormido muito nos últimos três dias.
No momento em que avistei Gianna qualquer pensamento de
cansaço desapareceu no ar. Seu cabelo não era mais marrom.
Não estava vermelho como antes da fuga, mas estava próximo
e ela parecia incrível mesmo com o lábio inchado.
Embora tenha sentido que algo estava fora. Após o jantar
com Aria e Luca, voltamos ao nosso próprio apartamento.
Gianna correu para o quarto como se ela não pudesse esperar
para ficar longe de mim, infelizmente para ela, era no quarto
que eu a queria de qualquer maneira. Eu a segui e fechei a
porta com um estrondo. Gianna me enviou um olhar irritado,
mas não disse nada. Em vez disso ela virou as costas para mim
e remexeu nas gavetas. Eu andei até ela, deslizei os braços ao
redor de sua cintura e a puxei contra mim. — Você está
pensando muito. Por que você não me deixa distraí-la? — eu
chupei a pele do seu pescoço em minha boca. No início, ela
ficou tensa, mas depois ela relaxou contra mim.
— Como eu sei que você não vai jogar comigo de novo?
— sua voz tinha uma entonação estranha, mas eu não estava
com vontade de falar sobre suas emoções.
Eu beijei meu caminho até a clavícula e deslizei minha
mão mais pra baixo, colocando em sua buceta através de suas
roupas. Ela arqueou em mim. Eu sorri contra sua pele. Ela
cheirava a flores e seu próprio perfume era delicioso. — Não
se preocupe. Eu quero provar você toda a noite. Eu quero fazer
você gozar uma vez atrás da outra.
Ela tremeu contra mim, então sua mão apertou contra a
minha, me pressionando mais contra ela. Ela fez um som
ganancioso na parte de trás de sua garganta. Eu lambi seu
ombro enquanto meus dedos deslizaram sob sua saia e
calcinha, esfreguei suas dobras molhadas. Eu sufoquei um
gemido ao sentir sua excitação. Levou todo o meu
autocontrole para não mergulhar minha língua em sua vagina
imediatamente. Eu abri os lábios aveludados, esfregando meus
dedos sobre sua pele lisa antes de deslizar um dedo dentro
dela. Ela inclinou a cabeça para trás contra o meu ombro, ao
mesmo tempo que ela alcançou e agarrou meu pau através da
minha calça. Rosnei, e em seguida, empurrei contra sua palma.
Eu deslizei outro dedo dentro dela. Porra, ela era tão
apertada. Suas paredes internas presas em torno de meus dedos
eram como um vício. Eu não podia esperar para substituí-los
com meu pau. Eu estava com tesão pra caralho para levar as
coisas devagar ou ser gentil. Eu peguei ela com meus dedos,
saboreando a sensação de seus sucos em minha pele, e os sons
vindos de sua boca. Ela moveu os quadris no ritmo do meu
empurrão e ela pegou meu pau e apertou quase dolorosamente.
Foi fodidamente fantástico. Eu esfreguei meu polegar sobre
seu mamilo enquanto ela arqueava de prazer.
— Deus, sim. — ela engasgou, seu corpo endurecendo
contra mim. Eu continuava empurrando enquanto o orgasmo a
percorreu. Quando ela relaxou, eu levantei-a em meus braços e
a levei até a cama. Eu não dei tempo para ela se recuperar. Eu
puxei para baixo sua saia e calcinha, e subi entre as pernas
dela, empurrando-as. Meus olhos tomaram sua gloriosa
buceta, brilhando e perfeitamente rosa. Ao contrário de
algumas meninas Gianna não era tímida sobre seu corpo. Ela
não tentou proteger seus seios ou buceta de mim. Deixou que
eu a admirasse, retornou meu olhar sem hesitação. Ela era
perfeita.
Nunca tirando os olhos dela, eu abaixei a cabeça. Ela
ficou tensa quando meus lábios quase tocaram suas dobras,
mas eu parei para atrair uma respiração profunda de seu
perfume inebriante. Gianna contraiu seus quadris, uma
demanda silenciosa que me fez sorrir. Eu não precisava ser
convincente. Eu dei uma longa lambida por todo o caminho de
seu buraco apertado até seu clitóris rosa perfeito. Meu pau se
contraiu em resposta a seu gosto inebriante. Porra. Eu
mergulhei, lambendo e mordendo. Ela me recompensou com
gemidos sem fôlego. Seus dedos cavaram os cobertores
enquanto eu chupava os lábios internos em minha boca,
gentilmente provocando até ela se contorcer na cama. Eu
tomei meu tempo, trazendo-a para perto só para puxar para
trás uma e outra vez. Os gemidos de Gianna se transformaram
em gritos. Assistir seu corpo arqueando em êxtase foi a melhor
vista do mundo. Minha ereção estava quase dolorosa. Quando
Gianna desceu do seu ápice, eu a soltei e rapidamente subi na
cama.
Eu precisava transar com ela agora ou eu perderia minha
mente. Eu saí da minha calça e cueca, mas não me incomodei
com minha camisa. Gianna me surpreendeu ajoelhando-se
sobre a cama e envolvendo seus dedos em torno de meu pau.
Seus olhos azuis eram quase desafiadores quando ela trouxe
sua boca para baixo e fechou os lábios em volta do meu
comprimento. Eu gemi e meus dedos retiraram o cabelo de seu
rosto para ter uma visão melhor de sua boca tomando meu
pau. Eu quase gozei naquele momento, mas alguns truques
mentais me trouxeram de volta. Lentamente a princípio,
depois mais rápido, Gianna me chupou, seus lábios rosados se
estendiam ao redor da minha largura. Eu queria gozar em sua
boca com ela olhando para mim assim, mas ainda eu queria
sentir a sua buceta apertada novamente. Ela circulou a meu
pau com a língua, antes que ela me levasse quase todo até que
eu bati no fundo de sua garganta.
Em seguida, ela se afastou abruptamente e limpou a
boca. Ela ergueu as sobrancelhas. — Você gostaria que eu
parasse desse jeito?
Eu ri. Ela estava tentando me fazer pagar por esta
manhã? Ela tinha escolhido o momento errado. Subi em cima
dela com um sorriso perverso e apertei minha ereção contra
sua abertura quente. Seus olhos se arregalaram, mas eu não dei
a ela tempo para uma reação. Coloquei a minha mão sob sua
perna e a abri ainda mais, antes que eu começasse a deslizar
para dentro dela. Ela ainda estava apertada e seu rosto brilhou
com desconforto da minha invasão. Eu abrandei ainda mais,
facilitando dentro dela e dando-lhe tempo para se acostumar
com meu pau. Ontem eu não tinha sido cuidadoso, porque eu
não sabia a verdade, mas hoje eu queria fazê-la gozar comigo
nela. Eu olhei seu rosto de perto até que eu penetrei
completamente em seu canal apertado. Fiz uma pausa por um
momento. Ela agarrou meus ombros, o desafio de volta em seu
olhar. — Você vai ficar assim, ou você está indo aos poucos
para começar a se mover?
— Oh, eu vou. — eu pontuei minhas palavras com um
impulso experimental curto para ver como ela reagiria. Não
havia nenhum sinal de desconforto neste momento e eu estava
feliz porra. Eu precisava transar com ela agora, e eu não queria
me segurar. Mantendo meus olhos em seu rosto, eu estabeleci
um ritmo rápido, duro, não tão duro quanto eu teria gostado,
mas Gianna provavelmente ainda estava dolorida mesmo que
ela não fosse admitir isso. Ela estava apertada, apertando ao
redor do meu pênis de uma maneira alucinante. Cada gemido
que eu tirava de seus lábios parecia como uma merda de uma
vitória, porque era óbvio que ela estava tentando mantê-los de
mim. Eu mudei o ângulo e dirigi ainda mais fundo dentro dela.
Outro gemido escapou.
Eu alcancei a mão entre nós, pressionando meus dedos
em seu clitóris. Eu precisava que ela gozasse. Meu próprio
orgasmo já estava perto e não havia nenhuma maneira do
caralho de eu gozar antes dela.
Eu empurrei duro e profundo, e os olhos de Gianna se
arregalaram, seu rosto torcendo com prazer. Ela segurou em
mim, unhas arranhando a minha pele. Eu a peguei ainda mais
forte, perdendo todos os fragmentos de controle. A luxúria
nublou minha visão enquanto eu derramei nela. Eu rosnei
contra sua garganta lisa, atraído pelo seu perfume, enquanto
passava eu mesmo em sua buceta. Gianna respirava com
dificuldade quando o meu corpo ficou imóvel. Ergui a cabeça
e sorri para seu rosto corado, mesmo quando ela fez uma
careta. Era quase adorável que ela ainda estava tentando
manter o show.
Lentamente eu puxei para fora dela. Ela estremeceu, em
seguida, disfarçou rapidamente.
— Dolorida? — eu perguntei quando eu me estendi a
seu lado. Toquei seu estômago. Ela não me afastou, apenas
deu de ombros em resposta.
Cheguei mais perto e beijei um ponto logo abaixo da sua
orelha. — Depois do sexo você fica muda?
— Você prefere. — ela murmurou, com a voz mais lenta
e mais descontraída do que o habitual.
— Não, isso seria chato. As coisas que saem de sua boca
são mais divertidas do que você pensa.
Ela me deu uma olhada. — Eu estou feliz que eu o
divirto.
— Eu também.
Como na noite passada eu esperei ela adormecer antes
de eu relaxar. Eu não tinha certeza se isso mudaria.
GIANNA
Eu ainda estava irritada comigo mesma durante o café da
manhã, especialmente porque a expressão de Matteo era muito
presunçosa apesar de minhas palavras duras. Talvez ele
pensasse que eu estava brincando, ou talvez ele não se
importava.
Meu corpo tinha uma mente própria, sempre pronta para
seu toque. Não ajuda que Matteo parecia ser um modelo
masculino com sua camisa branca apertada e cabelo
bagunçado. Ele era o sexo com pernas, e sabia disso.
— Fomos convidados para jantar com uma família muito
importante essa semana, então Aria e você provavelmente
devem ir comprar vestidos.
Deixei cair minha colher com o iogurte. — Você quer eu
vá participar de um evento social com você? — eu não podia
acreditar que ele iria me arrastar em público tão rapidamente.
Nós estávamos casados por duas semanas e os moinhos de
fofocas provavelmente continuavam fortes. — Todo mundo
ainda deve estar falando de mim.
Matteo deu de ombros. — Eu não dou a mínima para o
que eles pensam e eles sabem que é melhor não falarem nada
na sua frente ou na minha.
— Eu sei que as mulheres não vão perder a oportunidade
de falar besteiras sobre as pessoas, especialmente sobre mim.
— Ignore-as. Não é como se devêssemos levar em
consideração sua opinião. Elas vão sempre falar merda sobre
você. Isso é tudo o que elas podem fazer.
Eu não ligo para o que eles dizem, mas eu nunca me
diverti muito em reuniões sociais e eu duvido que isso mude
tão cedo. — Eu sei, mas eu odeio essas reuniões. Tudo é falso.
As pessoas não hesitariam em enfiar uma faca em você com
um sorriso no rosto, se eles esperam ganhar algo com isso.
Por muito tempo eu pensei que eu era antissocial e
simplesmente não gostava de estar em torno de grupos maiores
de pessoas, mas durante o tempo em que fugi, eu participei de
várias festas e eu nunca me senti fora do lugar. Mesmo que eu
estivesse fingindo ser outra pessoa, então, eu ainda tinha me
sentido verdadeira comigo mesma, mais do que eu já estive em
torno das pessoas em nosso mundo.
— Você vai se acostumar a eles.
— Eu não quero. É por isso que eu fugi.
Matteo vasculhou meu rosto com uma expressão curiosa,
em seguida, seus lábios tremeram. — Então, você não correu
só de mim?
— Não se anime. Você foi definitivamente uma das
principais razões. — eu disse.
— Mas não a única razão.
Revirei os olhos e tomei outro gole de meu café. — Eu
realmente tenho que comparecer ao jantar?
Matteo se levantou da cadeira e me assustou com um
rápido beijo na boca. — Yep. Eu não vou sofrer enfrentando
isso sozinho, agora que eu tenho uma esposa que pode
compartilhar a minha angústia. Basta fazer o que eu faço
quando eu tenho que falar com idiotas, imagine como seria a
sensação de cortar suas cabeças.
Apesar de tentar me livrar dele várias vezes, Matteo
parecia ter a intenção de fazer nosso casamento funcionar. Por
que ele tem que ser tão teimoso? Ele não poderia finalmente se
cansar de mim e me dar a chance de fugir? — É fácil para
você dizer, mas nem todos nós temos o hábito de matar
pessoas.
Imagens de Sid queriam ancorar-se no meu cérebro
novamente, mas eu não podia suportá-las agora que me livrei
delas.
— Então, imagine como seria assistir eu matar as
pessoas que incomodam você. Como seu marido é meu dever
matar seus inimigos apesar de tudo. — Matteo sorriu seu
sorriso arrogante, seus olhos brilharam com humor. Meu
estômago vibrou de uma forma assustadora e eu rapidamente
afastei o meu olhar para longe dele e esvaziei minha xícara.
— Eu vou até Aria e falarei com ela sobre ir às compras.
Eu preciso ser uma boa esposa, afinal de contas. — eu disse
ironicamente, mas de alguma forma isso parecia errado.
Minhas emoções estavam me confundindo, tudo sobre a minha
nova situação estava.
— Você provavelmente deve comprar algumas roupas
novas para você. — disse Matteo quando ele colocou seu
coldre com a arma diante de mim.
— Isso é uma ordem?
— Eu não sabia que era necessário ordenar para uma
mulher fazer compras de roupas. Não é esse o seu passatempo
favorito?
— Sério? — eu quase ri. — Nem todas as mulheres são
iguais.
— Oh, eu sei. — teve aquele sorriso novamente.
Meus olhos pousaram sobre a arma, tentando me
lembrar quem ele realmente era. O sorriso que fez meu
estômago revirar era apenas uma máscara.
Parei abruptamente. — Você e Luca sairão durante todo
o dia de novo?
— Por que? Você e Aria tem outra fuga planejada?
— Haha — eu murmurei, então, levantei a perna da
minha calça jeans, revelando a tornozeleira preta. — Não
lembra?
— Isso não a impede de fazer planos. Não me diga que
você ainda está pensando em fugir?
Eu considerei mentir, mas em vez disso optei pela
verdade. — É claro que eu estou pensando sobre isso. Será que
você acha que o sexo bom e um anel no meu dedo de repente
me fariam mudar minha mente?
— Única coisa boa, hein?
Eu bufei e fui em direção ao elevador. Matteo se juntou a
mim e seus olhos descansaram em minha mão.
— Você está usando seu anel. Eu achei que você ia jogá-
lo fora na primeira chance que você tivesse.
Olhei para baixo, para o aro de ouro com a linha fina de
diamantes. — Será que você levou com você todo o tempo que
você estava me caçando?
Matteo sorriu como se ele soubesse que eu estava
evitando sua pergunta, e eu estava. Eu ainda não tinha
considerado jogar o anel fora. Parecia um desperdício. Pelo
menos eu esperava que fosse a única razão.
— É claro. — disse ele. — Eu sempre soube que eu ia
pegá-la, eventualmente, e eu sabia que teria que fazer você
minha esposa antes que você fugisse de novo.
Sua confiança era exasperante. Ele também estava
incrivelmente sexy. Fiquei feliz quando as portas do elevador
se abriram e eu poderia andar para longe do sorriso de Matteo
e meus próprios pensamentos indesejados. Luca passou por
mim com apenas um aceno de cabeça e se juntou ao seu irmão
no elevador.
As boas vindas de Aria era muito mais quentes. Ela
estava com o rosto radiante enquanto ela se dirigia em minha
direção e me abraçava. — Eu ainda não posso acreditar que
você está vivendo tão perto de mim. Eu realmente sentia falta
de ter você como minha confidente.
— Eu suponho que não há muitas mulheres de confiança
por aqui. — eu disse, e meu sangue ferveu quando eu me
lembrei de como a prima de Luca Cosima tinha enganado Aria
com Grace e Luca.
— Agora que você está aqui, eu não me importo. —
Aria olhou para baixo, para o relógio elegante de ouro. — Que
tal sair para o café agora e, em seguida, ir às compras. Luca
disse que foram todos convidados para a festa de Natal da
Bardoni.
Eu suspirei. — Sim. Matteo me disse que eu tinha que
participar.
— Pelo menos podemos sofrer juntas. Acredite em mim,
Luca não está muito animado com o convite também. Bardoni
quer que o seu filho se torne Consigliere de Luca, porque no
passado o Consigliere sempre foi dos Bardonis, mas Luca quer
Matteo e mais ninguém.
— Portanto, esta festa vai ser ainda mais complicada do
que eu pensava. Todo mundo estará contra Matteo e eu. Oh,
alegria.
Aria sorriu desculpando-se. — Não vai ser tão ruim.
Agora vamos às compras. Eu preciso de um pouco de ar
fresco.
Claro, Romero nos acompanhou quando saímos para
comprar vestidos. Talvez eu teria me divertido muito mais se
eu não tivesse que ter cuidado para não disparar a minha
tornozeleira idiota sempre que eu tentava experimentar um
vestido. A partir do olhar no rosto de um dos vendedores, eu
tinha quase certeza que eu não conseguia cobrir a pulseira com
a bainha em todos os momentos. Eu percebi que eu mal tinha
pensado sobre a fuga nas últimas semanas. Muitas coisas
tinham acontecido. E então tinha a vigilância constante de
Romero sempre que eu ia a algum lugar com Aria. Além disso,
a tornozeleira estava tornando-se totalmente impossível. Eu
tenho que descobrir uma maneira de convencer Matteo a tirar
essa coisa. Uma vez que fosse removida de meu tornozelo, o
meu desejo de fugir provavelmente voltaria com força total.
Capítulo dezesseis
GIANNA
Eu sabia o tempo todo que a festa de Natal na casa dos
Bardoni ia ser um enorme desastre, mas foi ainda pior do que
eu pensava. A única coisa boa sobre este calvário foi que
Matteo pediu a Sandro para tirar o monitor do tornozelo para
que eu pudesse usar o meu vestido de cocktail sem que todos a
vissem. Isso teria sido o assunto da noite, sem dúvida.
Os Bardoni viviam em uma casa que tinha sido decorada
além da imaginação. Eles até mesmo mandaram fazer um anjo
enorme, que tinha sido esculpido em gelo, no seu jardim da
frente. A decoração era branca e dourada, bolas de cristal caras
adornavam a enorme árvore. Tudo isso gritava dinheiro, e me
parecia tão impessoal que eu tinha certeza que um designer de
interiores tinha organizado. A Sra. Bardoni não parecia ter
movido um dedo para qualquer coisa. Ela também era, pelo
menos, vinte anos mais jovem que o marido.
Ela e seu marido receberam Aria e Luca primeiro, e seus
sorrisos que não tinham sido exatamente quentes ou honestos,
se transformaram em falsos e condescendentes quando vieram
me cumprimentar.
Eu apertei a mão da Sra. Bardoni com um sorriso
educado, ou, pelo menos, eu esperava que parecesse educado.
Sua expressão era como se um escultor sem talento tivesse
tentado esculpir um sorriso em uma estátua. O sorriso do anjo
de gelo do lado de fora tinha sido mais quente do que o dela.
Quando o Sr. Bardoni se virou para mim, eu tive que reprimir
um estremecimento. Ele pegou minha mão, mas enquanto ele
mal roçou a pele de Aria, apertou os lábios firmemente na
minha mão e, em seguida, sua língua saiu e lambeu minha
pele. A atitude nojenta e o olhar dele pra mim, quase me
fizeram socá-lo. Eu rapidamente retraí de lado, e só não limpei
a mão no meu vestido, porque a seda era bonita demais para
entrar em contato com baba desse imbecil.
Matteo estava conversando com a Sra. Bardoni que
estava apresentando-o a uma jovem da minha idade. Era óbvio
que a velha bruxa estava tentando juntar Matteo com sua filha.
A raiva borbulhava em mim, mas eu sabia que não devia
mostrar as minhas emoções. Quando eu finalmente virei meus
olhos para longe da cena, eu encontrei Aria me observando
com uma expressão preocupada. Eu dei um pequeno aceno de
cabeça. Matteo fugiu da Sra. Bardoni e de sua filha, e colocou
seu braço em volta da minha cintura. Ele examinou meu rosto
quando ele me levou para a sala de estar onde os restantes
convidados haviam se reunido. — Você está chateada.
Eu dei de ombros. Se eu dissesse o que o Sr. Bardoni
tinha feito, as coisas ficariam feias. — Parece que você tem
uma fã. — eu disse em vez disso, acenando com a cabeça na
direção da filha dos Bardoni, cujos olhos seguiram Matteo.
— Ciumenta? — ele perguntou, sorrindo.
— Você gostaria disso. — mas eu estava?
Nós não tivemos a oportunidade de conversar mais,
porque outros convidados se aproximaram de nós, e enquanto
a maioria deles estava agindo educadamente, eu podia ver em
seus olhos que me desprezavam. Eu tinha a sensação de que
eles demonstrariam o que eles realmente pensavam de mim no
momento em que Matteo não estivesse por perto. Eles logo
teriam sua chance. Enquanto Matteo e Luca se juntaram aos
outros homens, Aria e eu caminhamos em direção ao buffet. É
claro que não ficamos sozinhas por muito tempo. Logo a
cadela Cosima, madrasta de Matteo, Nina, bem como a Sra.
Bardoni, e algumas outras mulheres se juntaram a nós. A
presença de Aria ainda me ofereceu alguma proteção contra
insultos diretos, mas nenhuma das mulheres se incomodaram
em conversar comigo. Era como se eu nem estivesse lá.
Mesmo as tentativas de Aria para me incluir nas conversas,
falharam. Eu não me importava. Eu odiava essas mulheres,
odiava seus sorrisos falsos e personalidades desagradáveis.
Mas o pior era Aria ser educada com Cosima, apesar do que
aquela puta tinha feito.
Eventualmente, eu me desculpei e me dirigi para a porta
do terraço, o que permitiu uma vista para o pequeno jardim
coberto de neve. No entanto, meu alívio foi muito curto.
— Bonito, não é? — disse uma voz feminina.
Nina Vitiello estava ao meu lado, sua boca esticada
imitando um sorriso. Ela já não vestia preto. O funeral de seu
marido tinha sido há mais de um ano atrás. Ela uniu nossos
braços com completo desprezo e me conduziu para fora,
apesar do frio. Eu sabia que isso não ia ser agradável. Mesmo
que ela fosse a madrasta de Luca e Matteo, ela nunca chegou a
nos visitar. Eu tinha uma sensação de que ela estava com medo
de seus enteados.
No momento em que estávamos longe dos ouvidos
alheios, ela virou as costas para as janelas e me encarou com
um rosto desprovido de qualquer simpatia. Ela me lembrava
um sapo feio. — Você pode estar desfilando por aí como se
você fosse uma de nós, como se você pertencesse a nossos
círculos, mas se não fosse por Matteo, ninguém iria convidá-
la.
Eu levantei minhas sobrancelhas. Será que ela realmente
acha que eu dava a mínima? Eu nunca quis fazer parte deste
mundo, e foi por isso que eu tinha fugido. Isso exigiu um
controle incomensurável de minha parte não dizer o que eu
queria. Em vez disso eu tentei voltar para a festa, mas Nina
Vitiello segurou meu braço, obviamente, não deixando. —
Uma menina decente teria morrido de vergonha depois de ser
pega com outro homem. A única razão pela qual você ainda
está viva é o bom coração de Matteo. Esse menino é muito
condescendente. Embora ninguém o teria culpado se ele
tivesse descartado você como um pano sujo depois do que fez.
Se meu marido estivesse vivo, ele teria dado você aos nossos
cães.
Condescendente e bom coração? Isso não soa como
Matteo.
Respire profundamente, Gianna. Não faça uma cena.
Mais uma vez eu tentei sair, mas seus dedos cravaram
em minha pele. — Você não tem vergonha de si mesma? Você
desonrou sua família, e agora você está trazendo vergonha
para o nome Vitiello. Sua simples presença é um insulto a
todas as mulheres honrosas nesta casa. Sua existência é um
pecado.
Eu não pude deixar de rir. — Pecado? Você quer falar
comigo sobre o pecado? — eu apontei para as janelas, atrás
dos quais os piores criminosos de Nova York estavam
reunidos. — Essa sala respira pecado.
Nina Vitiello ergueu o queixo. — Faça um favor a todos
e se mate.
Puxei meu braço, chocada. — Eu não vou nunca farei
qualquer favor para um de vocês. — eu me virei e voltei para
dentro. Matteo me viu do outro lado da sala onde ele estava
falando com uma versão mais nova do Sr. Bardoni, Luca e um
par de outros homens. Eu rapidamente desviei o olhar,
esperando que ele não se aproximasse de mim. Eu não estava
com vontade de falar com ele agora. Aria ainda estava onde eu
a tinha deixado, completamente enraizada na conversa.
Atravessei a sala o mais rápido possível, fingindo que
não ouvi o — Prostituta. — sussurrado por um casal de
pessoas. Apesar dos meus melhores esforços para não deixar
que esses insultos chegassem a mim, eu me senti aliviada
quando eu finalmente deixei a sala e estava sozinha no
corredor da frente. Eu precisava encontrar o banheiro para me
refrescar e limpar a minha cabeça antes que eu entrasse
naquela sala novamente. Eu estava seriamente preocupada que
eu atacaria alguém, se eu não me contivesse. Respirando
fundo, eu fui em busca do banheiro. Eu esperava me deparar
com alguém saindo do banheiro, então eu não teria que abrir
todas as portas. Eu definitivamente não pediria a Sra. Bardoni
para indicá-lo para mim. Infelizmente a única coisa que eu
encontrei foi o Sr. Bardoni que deve ter me seguido. O olhar
ludibriado que o idiota careca enviou pra mim, me fez querer
vomitar.
MATTEO
Se Bardoni pensou que eu não tinha notado a forma
como ele tinha olhado pra Gianna quando chegamos, ele era
ainda mais estúpido do que eu pensava. Se não fosse por Luca,
eu teria mergulhado a minha faca no rosto do filho da puta de
imediato. Mas Luca era um novo Capo e não poderia ter mais
nenhum problema, então eu tinha prometido a ele ficar no meu
melhor comportamento. Conforme a festa progredia
lentamente, eu cheguei à conclusão de que eu poderia ter que
quebrar minha promessa.
Gianna estava tentando ser forte, mas eu podia ver como
ela estava chateada depois de uma conferência com a cadela
da minha madrasta. Eu não queria saber o que a velha
oportunista tinha dito a Gianna. Ela nunca se atreveria a dizer
algo na minha presença. Ela tinha medo de mim e de Luca, por
tanto tempo quanto eu conseguia lembrar.
Infelizmente, levou alguns minutos antes que eu pudesse
finalmente seguir Gianna depois que ela fugiu da sala de estar.
O olhar de advertência de Luca quase me fez querer rir. Eu não
tinha intenção de fazer algo estúpido, exceto ter uma rapidinha
com a minha mulher para melhorar seu humor. O que havia de
errado com isso?
Quando saí para o saguão, eu não vi Gianna em qualquer
lugar. Fiz uma pausa, ouvindo atentamente, mas os sons da
festa atrás de mim estavam abafando tudo o resto. E se ela
tivesse fugido? Eu deveria ter dito a Romero ou Sandro para
manter um olho sobre ela em todos os momentos, mas eu não
queria envergonhá-la ainda mais. As pessoas tinham o
suficiente para fofocar.
Eu fui na direção de onde eu me lembrei ser o banheiro,
eu esperava que eu pudesse encontrá-la lá. Uma voz profunda
me fez apressar meus passos e quando cheguei ao virar da
esquina eu encontrei Gianna sozinha com o velho Bardoni.
Um olhar para o rosto dela e eu sabia que ela estava à beira de
um surto. Ela não me viu enquanto eu me aproximava, com os
olhos semicerrados dirigidos a Bardoni.
— Por que você não me mostra o que você aprendeu na
Europa. Aposto que você é muito talentosa com os seus lábios.
É por isso que Matteo estava tão ansioso para casar com você,
hein? — disse Bardoni e pegou o braço de Gianna. Antes que
ela ou eu pudéssemos reagir, ele a puxou contra ele e a beijou
enquanto apalpava a porra do seu seio. Meu sangue ferveu, eu
invadi na direção deles, puxei a faca, empurrei Bardoni longe
de Gianna e cravei minha lâmina abaixo do seu queixo,
perfurando seu maldito cérebro. Gianna engasgou e tropeçou
de volta contra a parede, seus olhos correndo de minha faca
para o meu rosto.
— Foda-se. — eu murmurei. Arrisquei uma olhada
rápida ao redor, em seguida, arrastei o corpo de Bardoni em
direção a seu escritório, deixando a faca em seu queixo para
que o sangue não jorrasse.
— Você o matou. — Gianna sussurrou asperamente.
— Ele não deveria ter tocado você. — eu balancei a
cabeça em direção à porta. — Abra isso para mim. — após um
momento de hesitação, ela tropeçou para frente e abriu a porta
para mim. Eu arrastei Bardoni pra dentro e Gianna
rapidamente me seguiu para dentro antes de fechar a porta.
Eu coloquei Bardoni para baixo em sua cadeira, em
seguida, dei um passo para trás. Isso era ruim. Luca chutaria a
minha bunda quando ele descobrisse.
— O que vamos fazer? — perguntou Gianna com uma
voz inexpressiva de seu lugar perto da porta.
— Vamos fazer parecer que eu não o matei.
— Sua faca está na sua cabeça.
Eu sorri, mas fiquei sério quando eu vi a expressão de
Gianna. Fez-me lembrar o olhar dela depois que Sid tinha sido
baleado. As vezes eu esquecia que nem todo mundo era tão
acostumado com sangue quanto eu.
Lentamente, ela chegou mais perto e congelou o seu
olhar no corpo. — Por que você o matou?
— Porque ele era um imbecil.
Gianna parou entre eu e o falecido Bardoni. Parecia que
ela não conseguia acreditar no que via. Ela ergueu o braço
como se ela fosse tocar o cadáver para se convencer de sua
existência.
— Não toque em nada, — eu pedi um pouco duro
demais, agarrando o seu pulso para detê-la.
Ela olhou para mim com os olhos enormes. Depois de
outro momento, ela balançou a cabeça quase roboticamente.
Ela parecia que estava entrando em choque. Essa era a última
coisa que precisávamos.
Normalmente, eu teria ido em busca de Luca, mas eu
não poderia deixar Gianna sozinha com o corpo. Se alguém
entrasse, ela teria mais dificuldade para lidar com essa pessoa
do que eu.
Toquei o seu rosto para trazer sua atenção de volta para
mim. — Vá e chame Luca. — eu disse a ela.
Ela hesitou.
— Vá.
— Ok. — ela se virou, atravessou a sala em uma corrida
e escorregou para fora. Ela fechou a porta silenciosamente. Eu
realmente esperava que ela não fosse estragar tudo, porque ela
estava tão assustada.
Baixei os olhos para Bardoni. Eu realmente amei a visão
de minha faca em seu crânio.
— Matteo? — eu ouvi a voz calma de Luca um par de
minutos mais tarde. Corri para a porta e abri uma fresta.
Quando eu vi Luca de pé no corredor, eu o deixei entrar.
— O que você quer? Gianna não disse nada. — disse
ele, mas parou quando seu olhar pousou em Bardoni atrás da
mesa. — Oh merda.
— Bardoni teve um acidente. — eu disse com um
encolher de ombros.
Luca me deu uma olhada. — Porra, Matteo, o que você
fez?
— Se você me perguntar, eu acho que o bom e velho Sr.
Bardoni se matou. — eu disse.
Luca circulou o corpo, então ele olhou para mim. — Foi
por causa de Gianna, não foi? Bardoni fez ou disse algo que
irritou você e você perdeu sua cabeça seu merda. Eu sabia que
essa menina traria nada além de problemas.
— O idiota tem estado em sua lista de morte por um
tempo. Ele sempre fez merda. Você está feliz que ele se foi,
admitia. Nós discutimos matá-lo inúmeras vezes. Eu decidi
finalmente agir.
— Claro que eu queria vê-lo morto, mas caralho, não em
sua própria casa em sua festa de Natal. Droga, Matteo. Você
não pode pensar primeiro e agir depois?
Luca estava certo. Eu deveria ter escolhido um melhor
momento para matar Bardoni, mas ele não deveria ter falado
merda para Gianna, e ele certamente não deveria ter tocado
nela. Ele cavou sua própria sepultura porra.
— Eu vou ligar pra Romero. Ele está mantendo um olho
em Aria e Gianna, mas vamos precisar dele aqui pra lidar com
esta bagunça do caralho. — Luca passou a mão pelo cabelo,
me enviou um outro olhar ameaçador, então pegou o telefone e
ligou para Romero.
Um par de minutos mais tarde, alguém bateu na porta.
Luca ergueu a mão para me impedir de abrir. Em vez disso, ele
foi e deixou Romero entrar. Os olhos de Romero
esquadrinharam a cena diante dele antes de se concentrar em
mim. — Você o matou?
Eu levantei meus braços. — Por que tem que ser eu? —
era uma pergunta retórica. Era quase sempre eu que matava
em momentos inadequados.
— Porque você é um louco. — Luca murmurou, então
disse a Romero. — Você pode fazer isso parecer como se
Bardoni tivesse se matado?
Todos nós olhamos para o imbecil morto, pendurado
frouxamente em sua cadeira, os olhos sem vida ainda
expressavam surpresa com sua morte precoce.
Romero fez uma careta. — Poucas pessoas se
esfaqueiam no cérebro.
— Há sempre uma primeira vez para tudo. — eu ri, mas
me calei com o olhar de Luca. — Ah, vamos lá. — eu disse.
— Foi divertido.
Os lábios de Luca se contraíram, mas ele era teimoso
demais para admitir que eu estava certo. Eu sabia que ele
estava mais do que contente que eu tinha me livrado de
Bardoni para ele. — Procure na sala uma arma que poderia ter
explodido sua maldita cabeça. Eu não preciso dos Bandonis
nas minhas costas agora. Eu quero que esse assunto seja
tratado discretamente.
— Não importa como nós faremos com que pareça, os
Bardonis vão desconfiar de alguma coisa. Eles não vão
acreditar que foi suicídio. Bardoni era muito narcisista para
acabar com sua própria vida. — eu disse.
— Talvez eu devesse colocar um monitor de tornozelo
em você, também. —Luca rosnou. — Você é uma bomba-
relógio.
Romero parou de procurar nas gavetas da escrivaninha.
— Mesmo que os Bardonis suspeitarem de algo, eles não vão
dizer isso em voz alta. Se eles não têm prova, eles não vão
buscar vingança.
— Eu não contaria com isso. — eu disse. — Mas vamos
ter certeza que não vão se vingar.
— Talvez você deva puxar a faca para fora da cabeça de
Bardoni. Ninguém vai acreditar que foi suicídio com sua
lâmina presa em seu queixo. — disse Luca.
Eu andei em direção ao corpo e lentamente puxei a faca
para fora, em seguida, rapidamente dei um passo para trás
antes que o sangue pudesse espirrar em minhas roupas. Eu
chequei minha camisa branca por quaisquer manchas. Minhas
calças pretas e casaco esconderiam o sangue melhor, mas
felizmente eu estava limpo. O mesmo não pode ser dito das
roupas de Bardoni. O sangue foi absorvido rapidamente pela
camisa e calças.
Romero puxou uma Smith & Wesson de calibre grosso
de uma gaveta no armário atrás da mesa. — Isso poderia
servir.
— Bom. — disse Luca com um aceno de cabeça. —
Matteo e eu vamos voltar para a festa. Espere cerca de cinco
minutos antes de estourar a cabeça dele, em seguida, dê o fora
daqui. Matteo e eu chegaremos aqui antes e na comoção
ninguém vai notar que você está desaparecido.
Romero já estava ocupado tentando descobrir o melhor
ângulo para atirar em Bardoni e mal reagiu quando Luca e eu
escorregamos para fora da sala em silêncio e fechou a porta. O
corredor estava deserto, exceto por Gianna que estava
esperando, parecendo ansiosa.
— Certifique-se de que ela não deixe escapar qualquer
coisa. — Luca ordenou. — E nós vamos ter uma conversa
sobre essa porra de assunto mais tarde.
— Não se preocupe. Gianna pode mentir se ela tiver que
fazer.
— Oh, eu não duvido que ela pode mentir muito bem se
ela quiser. Mas ela não é exatamente a pessoa mais digna de
confiança.
— Ela é minha esposa. — eu lembrei o meu irmão com
um pouco de força demasiada.
— Esse é o problema. — ele saiu de volta para a festa
antes que eu pudesse responder, e eu fui até Gianna.
GIANNA
Eu não podia acreditar que Matteo tinha enfiado a faca
no queixo do homem. Tinha sido uma visão horrível, ver
Bardoni com olhos arregalados mortos de choque. Ele tinha
sido um idiota, e eu certamente não estava triste de vê-lo
morto, mas ver meu próprio marido matá-lo sem pensar duas
vezes tinha sido horrível. Matteo tinha agido tão rapidamente,
sem hesitação, nenhuma preparação. Cada movimento tinha
mostrado sua experiência. Eu sabia que ele era bom com a
faca é claro. Mesmo em Chicago as pessoas haviam
conversado sobre suas habilidades, mas eu não tinha me
preparado para ver essa cena, na verdade, usar uma faca em
alguém assim.
Depois que eu disse a Luca para se encontrar com
Matteo, eu esperei no corredor. Aria tinha ido de volta para a
sala de estar, teria parecido suspeito se todos nós de repente
sumíssemos. E as pessoas estavam muito ansiosas para falar
com Aria, assim sua falta, com certeza, teria chamado a
atenção. Ninguém se importaria com a minha ausência no
entanto.
Eu quase não esperei um minuto, quando Romero correu
por mim em direção ao escritório. As pessoas sempre disseram
que eu era imprevisível. Eu não era nada perto de Matteo.
Eu passei meus braços em volta de mim. Meu coração
ainda estava batendo forte no meu peito, e eu não conseguia
parar de olhar ao meu redor nervosamente.
Eu ainda estava tentando chegar a um acordo com os
meus sentimentos para o que aconteceu quando a porta do
escritório se abriu e Luca e Matteo saíram sem Romero. Luca
passou por mim sem olhar. Ele provavelmente me culpa pela
bagunça que seu irmão havia causado. Eu não acho que
Matteo precisa de um incentivo para matar, mas, naturalmente,
eu percebi que eu tinha sido a razão para a morte de Bardoni.
Matteo tinha agido por ciúmes e possessividade. Ver um
outro homem me tocar o fez explodir. Matteo perscrutou meu
rosto quando ele se aproximou de mim. Eu provavelmente
parecia muito chateada. O problema era que eu não me sentia
quase tão chateada como eu deveria. Eu não podia ficar triste
com a morte de Bardoni, não importa o quanto eu tentasse.
Os movimentos de Matteo eram tão ágeis, tão
autoconfiantes. E de alguma forma, apesar de tudo, eu me
sentia atraída por ele, mesmo com o lado perigoso que ele me
mostrou hoje. Matteo passou um braço em volta da minha
cintura e me levou para o corredor da frente. Em vez de voltar
para a sala, ele me guiou em um pequeno banheiro de
hóspedes perto da porta da frente.
— O que diabos você está fazendo? — isso explodiu de
mim. — Eu não vou fazer nada com você depois que você
matou alguém.
Matteo agarrou a parte de trás do meu pescoço e puxou
nossos corpos um contra o outro antes de pressionar sua boca
na minha, me beijando duro. Eu respirei o ar quando ele
recuou. Seus lábios roçaram meu ouvido. — Você parece tão
sexy, porra. Eu poderia te foder em uma sala com um corpo
morto e não me importaria.
— Eu não duvido. — eu murmurei, mas eu não tentei
puxar para trás. Seu calor e seu corpo forte estabilizaram as
minhas pernas que tremiam. Talvez os eventos estivessem me
afetando mais do que eu pensava.
— Mas não é por isso que estamos aqui. — ele
murmurou.
Um tiro alto ecoou pela casa. Eu pulei. — O que…
— É por isso. — Matteo disse calmamente. — Nós
vamos fingir que tivemos uma rapidinha. Nós não queremos
que as pessoas pensem que temos algo a ver com final infeliz
de Bardoni, certo?
Ele bagunçou meu cabelo, depois o seu antes de
desabotoar seus dois primeiros botões. Ele ergueu as
sobrancelhas escuras. — Pronta?
Eu balancei a cabeça.
— Lembre-se de que não sabemos de nada. Estamos
chocados e surpresos.
Matteo abriu a porta, e saiu, puxando a arma. O lobby
estava preenchido com outros hóspedes, a maioria dos homens
com suas armas em punho. Olhares confusos foram trocados.
Luca e o filho de Bardoni correram em direção de onde o tiro
tinha vindo. Várias pessoas olharam para mim e Matteo com
nojo. Eles pareciam acreditar na mentira que Matteo tinha
armado. Isso provavelmente ajudou que todos eles pensassem
que eu era uma prostituta.
— Fique aqui. — disse Matteo. — Eu vou ter que ver o
que está acontecendo. — ele parecia tão honestamente
preocupado e alerta, como se ele realmente não soubesse sobre
o tiro. Ninguém duvidaria dele. Se eu não soubesse, eu mesma
teria acreditado em sua inocência depois desse show.
Ele correu para a cena do crime. Eu só podia assistir em
silêncio atordoada. Matteo era um mestre manipulador.
Capítulo dezessete
GIANNA
Passava da meia-noite, quando finalmente chegamos em
casa. A maioria dos outros convidados tinham saído muito
antes de nós, mas Luca e Matteo tinham que ficar como chefes
da Cosa Nostra e fingir que eles estavam tentando descobrir o
que tinha acontecido. Ninguém havia suspeitado, pelo menos
não abertamente. Para ser honesta, nem Bardoni Jr, nem a Sra.
Bardoni estavam muito perturbados. Suas lágrimas tinham
sido lágrimas de crocodilo. Talvez ele tivesse sido tão
desagradável para eles como tinha sido para mim, no pouco
tempo que eu passei com ele.
Eu não podia acreditar que a minha vida tinha mudado
de garçonete em Munique para encobrir crimes de meu
marido. Depois de um banho rápido, eu escorreguei na cama.
Matteo ainda estava discutindo com Luca na nossa sala de
estar. Este foi um dos poucos casos em que eu entendi a ira de
Luca completamente.
Deitei-me de costas, olhando para o teto enquanto eu
ouvia suas vozes. O monitor de tornozelo estava sobre minha
mesa de cabeceira, zombando de mim. Talvez eu devesse ter
usado a confusão de hoje à noite para escapar. Luca, Matteo e
Romero estavam ocupados em limpar sua bagunça, e eu estava
sem a minha tornozeleira estúpida. Tinha sido a oportunidade
perfeita. Então por que não tinha fugido? Eu duvidava que
alguém teria me parado.
Por causa da Aria? Eu queria que fosse a única razão,
mas quando eu estava no lobby, esperando por Matteo voltar,
eu ainda não tinha considerado uma fuga. Por que isso não
estava na minha cabeça mais? Há seis meses era tudo que eu
conseguia pensar, tinha sido uma obsessão que me consumia, e
agora eu sentia que eu só pensava em fugir, porque eu deveria.
Eu estava confusa. Eu não era tão miserável como eu
tinha me preocupado, enquanto eu estava vivendo com
Matteo. Claro, ele era um assassino louco, mas não era como
se eu não estivesse acostumada a esse tipo coisa, e ele
realmente deixava a vida emocionante, mesmo que eu odiasse
admitir. Viver a vida como uma pessoa normal, fazendo coisas
normais, ganhar dinheiro com empregos normais, tinha sido
uma experiência incrível, mas por alguma razão isso nunca
teve sentido, era mais como uma distração.
A porta se abriu e Matteo entrou no quarto. Ele não
estava usando seu casaco e mais da metade de seus botões da
camisa já estavam desabotoados. Ele me deu seu sorriso
habitual antes de desaparecer no banheiro.
Eu poderia ter fingido estar dormindo para evitar falar
com ele, mas por alguma razão inexplicável eu queria falar
com ele. Quando ele saiu do banheiro de cueca, mostrando seu
torso musculoso, eu quase cancelei meus planos. Mas isso
realmente me fazia sentir muito mal. Um homem tinha
morrido, embora fosse um homem horrível, e ter relações
sexuais tão logo após sua morte teria parecido completamente
errado.
Matteo deslizou sob as cobertas e pegou minha cintura,
me puxando em direção a ele. Seus olhos estavam com fome.
Não havia nenhum sinal de que ele ainda se lembrava do que
tinha feito não muito tempo atrás. Seus lábios reivindicaram os
meus e eu deixei sua língua entrar, deixei o beijo me consumir
até que meu corpo estava zumbindo com prazer e eu me forcei
a afastá-lo antes que eu fizesse algo pelo qual eu me
arrependeria amanhã de manhã.
Matteo atirou-se de costas com um gemido. — Isso é por
causa de Bardoni, certo?
Eu olhei. — Talvez eu não esteja no clima. Você não é
tão irresistível.
— Se você diz… — ele disse em uma voz baixa, que
enviou um arrepio que percorreu minha espinha traidora. O
bastardo era muito manipulador.
Eu decidi dirigir esta conversa para terrenos mais
seguros. — Então Luca vai te punir?
Matteo riu. — Luca nunca me pune por nada. Ele está
acostumado com a minha pró-atividade.
— Pró-atividade?
Matteo piscou e eu quase estendi a mão para ele
novamente. Em vez disso eu puxei os cobertores até o queixo
como outra barreira entre nós.
— Luca parecia furioso.
— Ele vai superar isso. Ele sempre supera. Ele queria
ver Bardoni morto de qualquer maneira. Foi só uma questão de
tempo.
Eu tive um sentimento que esta não era uma conversa
para se ter na hora de dormir. — Quando você matou o seu
primeiro homem? No jardim de infância?
Matteo apoiou a cabeça em seu braço, sorrindo. Ele
correu um dedo pelo meu braço de uma forma muito
perturbadora. — Não. Eu comecei tarde em comparação com
Luca.
— Sério? Isso parece improvável.
— Na verdade, não. Luca fez com que eu não me
metesse em apuros quando eu era mais jovem. Ele era o irmão
mais velho que sempre me protegeu.
— Eu não posso sequer imaginar Luca criança, muito
menos ele deixar você fora de problemas.
— Ele fez. Isso é realmente tão surpreendente? Aria não
tentava proteger você quando era mais jovem?
— Ela ainda protege — eu disse com uma careta.
— Veja. Luca é da mesma forma. Claro que agora eu
estou tornando as coisas mais difíceis para ele, assim como
você torna difícil para Aria.
— Eu acho que há uma enorme diferença entre o tipo de
problema que eu causo e os problemas que você se mete.
— Dê um tempo. Tenho a sensação de que você não
atingiu o seu potencial pleno ainda.
Uma risada borbulhou dentro de mim. Droga. Por que
ele tem que dizer coisas que me fazem rir? — Você não
respondeu minha pergunta. Quando você matou pela primeira
vez?
— Foi poucas semanas após a meu aniversário de treze
anos.
— Isso é o que vocês chamam de um início tardio? A
maioria dos caras estão preocupados com seus pelos pubianos
e não em matar alguém.
— Oh, eu me preocupei com meus pelos pubianos um
longo tempo antes. — ele disse em uma voz provocante. — E
a maioria dos caras não são o segundo filho do Capo da Cosa
Nostra de Nova York.
— Bom ponto. Mas Luca não pôde realmente ter
protegido você muito bem se você matou quando você ainda
era tão jovem.
O olhar de Matteo se tornou distante. — Ele fez o que
pôde. Nosso papai queria que eu matasse um dos meninos que
Luca e eu tínhamos saído ocasionalmente, porque ele tentou
sair da máfia.
Meu estômago se apertou. — E?
— Luca puxou sua arma e matou o cara antes que eu
pudesse. Papai estava extremamente chateado. Ele bateu muito
em Luca.
A ideia de que Luca tivesse feito algo tão atencioso para
seu irmão era estranho, mas não foi de todo surpreendente se
você visse como os dois interagiam. Era óbvio que eles
cuidavam um do outro, mesmo com o coração frio ou não. —
Luca é enorme. Como alguém poderia vencê-lo?
Matteo sorriu ironicamente. — Luca poderia ter limpado
o chão com nosso papai se ele tivesse tentado, mas ele nunca
lutou. Papai era Capo e teria colocado Luca para baixo como
um cão raivoso se ele levantasse a mão contra ele.
Eu às vezes esquecia que as coisas não eram todas às
claras para os homens. Eles tinham mais liberdade quando se
tratava de promiscuidade e sair, mas eles tinham suas próprias
obrigações pra carregar. — Eu acho que o seu papai encontrou
outra pessoa para você matar muito rapidamente depois disso.
— eu mal conhecia Salvatore Vitiello mas ele parecia
assustador.
Matteo assentiu. — Ele descobriu sobre outro traidor um
par de meses depois disso. Ele me fez cortar sua garganta.
Não eram dados muitos detalhes sobre a cerimônia de
posse para as meninas, mas Umberto muitas vezes deixava
escapar alguma coisa quando ele nos vigiava. Normalmente, a
primeira morte de um iniciado acontecia longe, com uma
arma. — Ele não deixou que você o matasse?
— Não, isso provavelmente me levaria a uma punição
adicional porque eu tinha me esquivado da primeira vez. Tiro
é mais fácil, é menos pessoal. Usar uma faca é trabalho sujo.
Você tem que chegar perto de sua vítima, tem que ter sangue
em suas mãos.
Prendi a respiração. Sua voz tornou-se muito tranquila.
Lentamente levantei-me no meu braço. Eu queria tocá-lo, mas
não o fiz. — Isso soa horrível. Você pode fazê-lo?
— O que você acha?
Havia o assustador sorriso de tubarão. A única coisa que
me fez acreditar que Matteo era capaz de tudo.
— Você o matou.
— Eu matei. Foi confuso. Ele foi amarrado a uma
cadeira, então ele não poderia lutar, mas ainda precisei de três
tentativas para cortar sua jugular. Eu estava coberto de sangue
da cabeça aos pés. Eu ainda encontrei sangue sob as unhas no
dia seguinte.
— Então por que você prefere facas a armas? Você
realmente não parece se importar de sujar mais as mãos.
— No princípio era para provar ao meu papai que eu era
forte e que ele não tinha me quebrado como ele provavelmente
pretendia. E uma vez que eu fiquei realmente bom com a faca
e todo mundo me admirava por minhas habilidades, parecia
um desperdício desistir.
Eu procurei em seu rosto, mas ele estava em branco. Eu
não poderia dizer se era toda a verdade, ou se ele estava
mantendo o pior para si mesmo, que ele desfrutava da matança
de maneira mais pessoal. Por um momento, nós olhamos
fixamente um para o outro até que se tornou muito pessoal e
me deitei virando de costas.
— Alguma vez você pensou em matar Luca? Se ele
estivesse morto, você se tornaria Capo. Você não seria o
primeiro homem da máfia a matar um membro da família para
subir na carreira. — eu perguntei.
A expressão de Matteo endureceu. — Eu nunca mataria
o meu próprio irmão. Eu não me importo sobre como me
tornar Capo, e mesmo que eu me importasse, eu ainda não ia
me livrar de Luca para melhorar a minha posição. Luca cobre
minha bunda e eu a dele. Esse é o jeito que sempre foi.
— Isso é bom. É importante ter pessoas que você pode
confiar. — eu disse honestamente. Solidão era um grande
problema em nosso mundo. Você tinha sempre pessoas em
torno de você, mas você não podia confiar em ninguém. Havia
apenas uma pessoa que eu confiava, Aria. Lily era muito frágil
e jovem para muitos dos meus segredos, e Fabi era um menino
e a influência de papai sobre ele estava crescendo a cada dia. E
eu não conseguia nem falar mais com ele.
— O que será necessário para que você possa confiar em
mim? — perguntou Matteo com curiosidade.
— Um milagre. — eu virei de costas para ele e apaguei
meu abajur. O olhar em seus olhos tinha mexido com algo no
meu peito que me aterrorizava.
Matteo desligou as outras luzes, então se inclinou para
mim, beijando minha orelha. — Quem não gosta de um bom
milagre?
MATTEO
Eu me deixei cair de costas ao lado Gianna e cruzei os
braços atrás da cabeça. Gianna parecia muito confiante. Meu
pau já estava duro antes dela começar a me chupar, e ela
provavelmente pensou que eu não duraria muito tempo. Ela
não me conhece muito bem.
Ajoelhou-se ao meu lado, então abaixou a cabeça muito
lentamente, com os olhos grudados em mim, desafiadora e
sexy pra caralho. Será que ela sabe o quanto seu olhar me
deixa excitado? Aquele olhar só fez meu pau se contorcer.
Gianna fechou os dedos ao redor da minha base e rodou sua
língua ao redor do meu pau antes dela tomar tudo de mim em
sua boca quente, porra. Eu adorava ver meu pau desaparecer
entre seus lábios rosados. Quando eu bati no fundo da sua
garganta, eu quase gemi.
Gianna sorriu ao redor da minha largura como se
soubesse exatamente o que estava fazendo para mim. E então
ela começou a cantarolar, e as vibrações foram direto para
minhas bolas.
— Porra. — rosnei, o que só parecia estimulá-la mais.
Ela balançou a cabeça para cima e para baixo, os olhos em
mim, e massageou minhas bolas da melhor maneira possível.
— Você é tão boa nisso. — eu disse.
Ela revirou os olhos para mim, e caramba, se isso a
deixava ainda mais sexy. Seu cabelo vermelho estava preso em
sua testa e bochechas quando ela me levou profundamente em
sua boca.
Eu não ia durar para sempre. Eu nunca realmente pensei
que poderia ganhar isso, nunca realmente quis ganhar. Tudo
que eu queria nesse momento era gozar na boca quente de
Gianna. Eu agarrei minhas mãos nos seus lindos cabelos. Os
músculos de minhas coxas apertaram, mas eu lutei contra a
sensação. Era incrivelmente cedo para eu ceder, conhecendo
Gianna. Eu poderia esperar um pouco antes dela me dar outro
boquete. Ela parecia uma deusa do sexo. Porra. Eu quis vê-la
assim por um longo tempo, eu sonhava com isso. Eu empurrei
meus quadris, e senti minhas bolas apertarem. Gianna sugou
ainda mais forte. Não que eu precisasse ser convencido. Tudo
que eu queria era gozar sobre ela. E então eu fodidamente
explodi. Gianna não puxou para trás. Foda-se, ela continuou
chupando quando eu atirei minha porra na sua garganta. Com
um gemido longo, eu deixei minha cabeça cair para trás e meu
corpo relaxou. Gianna levantou a cabeça e limpou a boca com
um sorriso largo. — Eu ganhei.
Eu ri baixinho. — Você ganhou. Parabéns.
— Então eu não vou ter que usar o monitor de tornozelo
nunca mais? — ela perguntou com uma pitada de
desconfiança.
— Essa era a aposta. — eu não disse a ela que eu me
sentia como o verdadeiro vencedor. Eu nunca gostei de vê-la
com o monitor do tornozelo, parecia um sacrilégio vê-la assim
presa em uma gaiola. Eu estava feliz que ela não iria usá-lo
mais, mesmo se isso significasse que eu tinha que manter um
olhar atento sobre ela, e que Luca provavelmente me daria um
soco.
Capítulo dezoito
GIANNA
Na manhã seguinte, depois que eu tinha tomado banho e
me vestido, eu gostei da minha nova liberdade, mesmo que
fosse pequena. Matteo manteve sua promessa e escondeu o
monitor de tornozelo em uma gaveta. Eu não tenho que usar
essa coisa estúpida, pelo menos por agora. Eu duvidava que
Matteo ainda manteria sua promessa se eu tentasse fugir
novamente.
Nós dois perdemos nossas apostas e ambos nos
sentíamos vencedores. A vida com Matteo era um enigma. Ele
já estava encostado no balcão da cozinha, tomando café
quando eu saí do quarto. Seu sorriso era tão presunçoso que eu
tive problemas para não torcer seu pescoço. Peguei um copo
para mim, então me inclinei em frente a ele. — Você já sentiu
remorso ou culpa?
As sobrancelhas de Matteo subiram na sua testa. —
Arrependimento?
— Sim, você sabe aquele sentimento que as pessoas
normais têm quando elas fazem algo errado? — eu tomei um
gole. Eu não estava certa porque eu estava perguntando,
exceto para tirar a expressão irritante do rosto de Matteo.
Por um longo tempo Matteo olhou para mim até que eu
não aguentava mais e fingi que meu café estava realmente
interessante. Por que de repente eu me sentia culpada por fazer
essa pergunta?
— Tenho pouco tempo para ter culpa e arrependimento
na minha vida. — disse Matteo. Sua voz era baixa e
desprovida de humor. Eu não pude deixar de olhar para cima,
tentando avaliar seu estado de espírito, mas como de costume,
isso era difícil.
— Então você não sente isso às vezes?
— Ocasionalmente. Mas eu aprendi há muito tempo que
não é inteligente viver no passado. Eu prefiro focar no futuro.
— com isso, seu charme habitual estava ligado novamente. Ele
caminhou na minha direção, colocou sua xícara no balcão, e
apoiou os braços ao meu lado. — Você se arrependeu de fugir?
Eu abri minha boca para dizer — Não. — mas por algum
motivo eu hesitei. Esse momento de hesitação foi a resposta
que Matteo precisava.
— Por que?
— Porque tem alguém morto. — eu disse calmamente.
Eu tinha conseguido esquecer Sid e seu fim horrível, mas
agora tudo voltou. Eu poderia ter chutado Matteo por trazer a
memória de volta. Especialmente porque eu vim a perceber
que a vida da qual eu tinha fugido não era tão horrível como
eu queria que fosse.
A expressão de Matteo dizia que não dava a mínima para
isso, e estava muito melhor do que eu esperava. — Eu posso
dizer, sem sombra de dúvida, que eu não sinto culpa sobre a
morte desse cara. — ele murmurou. Ele passou a mão pelo
meu lado. — Eu teria matado todo cara que você tocou. Mas
nós dois sabemos que eu não tenho porque, apesar de muitas
oportunidades você foi uma boa menina.
A maneira como ele disse – boa menina – fez meu
sangue ferver. Eu ainda estava tentando chegar a uma resposta
inteligente quando o elevador tocou anunciando um visitante.
Matteo beijou a ponta do meu nariz com uma expressão
superior, antes de sair cambaleando em direção ao elevador.
Eu não podia acreditar nele.
Eu ainda estava olhando para suas costas quando as
portas do elevador se abriram e Aria entrou no apartamento.
Ela estava falando no telefone. Para minha surpresa Matteo
entrou no elevador, deixando-nos sozinhas. Eu suspeitava que
ele poderia bloquear o elevador do lado de fora, então eu não
poderia sair a menos que eu desse um mergulho para fora da
janela e acabasse como respingos de sangue na calçada abaixo.
— Com quem você está falando? — eu perguntei
quando Aria dirigiu-se para mim.
Ela me deu um sorriso brilhante e segurou o telefone
para mim. — Lily e Fabi querem falar com você, mas papai os
proibiu de ligar, então… — ela parou. Claro, eu tinha
suspeitado de algo parecido. Papai deixou bem claro que ele
não me queria ao seu redor nunca mais.
— Obrigada. — eu murmurei para Aria antes de tomar o
telefone dela e pressionar contra meu ouvido. — Lily? —
minha voz estava trêmula e eu tive que limpar minha garganta.
— Oh, Gianna! Fiquei tão triste quando papai não me
deixou dizer adeus a você. Eu estive implorando para ele me
deixar falar com você, mas ele ficou muito bravo e agora eu
estou de castigo.
Ficar presa sempre pareceu como um termo estranho
para o nosso castigo. Nós nunca tínhamos sido autorizados a ir
a qualquer lugar sozinhas de qualquer maneira, de modo que
estar de castigo apenas significava que tínhamos que ficar
ainda mais em casa.
— Sinto muito. — eu disse, tentando conter a minha
raiva de nosso pai. Lily ainda tinha que viver sob seu domínio.
Ela não tinha necessidade de ficar em apuros por causa de
mim. Fui até a sala de estar e me sentei no sofá. Aria se sentou
na ponta do meu lado. — Como está a escola? — perguntei.
— Chato. Mas ficar em casa é ainda pior. Desde que
você e Aria se mudaram, nada divertido acontece. — Lily
murmurou. Meu coração doeu por ela. Sempre tive Lily, e por
um longo tempo Aria, mas Lily teria que sobreviver por anos
sem esse tipo de apoio. É claro que ela ainda tinha Fabi, mas
ele era um menino e logo enfrentaria desafios muito
diferentes. — E quanto a Fabi?
— Ele está sendo uma dor na bunda. — disse Lily. No
fundo eu podia ouvir meu irmão dizer alguma coisa. — Está!
— Lily replicou. — Oh, cale a boca. É a minha vez agora.
Você pode conversar com ela mais tarde. — Houve o som de
luta e, em seguida, a voz de Fabi no meu ouvido. — Gianna!
— Shhh, você fale baixo. — Lily sussurrou, obviamente,
pegando o telefone de volta. — Ninguém pode saber que
estamos falando com ela. — por um momento, houve silêncio,
como se ambos estivessem ouvindo sons, então Lily falou
novamente. — Romero está aí com você?
Eu ri. — É por isso que você está ligando? Eu pensei
que você queria ver como eu estava. — disse eu, com a voz
simulando mágoa.
— Claro que eu quero saber como você está.
— Eu estou bem. — houve uma pausa. Decidi parar de
torturá-la, acrescentando. — E Romero não está aqui. — Eu
olhei para Aria e ela sussurrou. — Lá em cima. — Ele está na
casa de Aria, discutindo negócios da máfia com os nossos
maridos. — o sarcasmo escorria das palavras. — Você quer
que eu vá lá em cima e peça para ele falar com você?
— Não! — Lily deixou escapar. — Ele vai pensar que eu
estou apaixonada por ele.
— E não está?
Silêncio. Pobre Lily, eu não tenho coração para dizer a
ela que não havia chance no inferno de papai permitir uma
aliança entre a minha irmã e um mero soldado, especialmente
um de Nova York. O amor simplesmente não era algo que
importava.
— Como eu sei se estou apaixonada? — Lily sussurrou
depois de um tempo.
Sim, como? Eu não estive apaixonada por Sid ou por
qualquer outra pessoa. Eu não estava apaixonada por Matteo.
Certo?
— Eu não sei. — eu admiti.
— Você não está apaixonada por Matteo?
— Por que você acha que eu estaria? Eu fugi, lembra?
— Mas você está casada agora.
— Casamento não é igual a amor.
— Para Aria foi. — disse Lily. Meus olhos dispararam
para Aria que estava franzindo a testa para mim.
— Você está certa. Talvez você devesse perguntar a ela,
então. — Antes que Lily pudesse dizer outra palavra, eu
entreguei o telefone para Aria. — Lily quer saber como se
sabe se está apaixonada.
Aria pegou o telefone de mim, seus olhos azuis cheios
de preocupação. Ela ouviu Lily por um momento antes de
dizer. — Isso é difícil de colocar em palavras. Amor é quando
você se sente segura nos braços de alguém, quando ele é a
primeira coisa que você quer ver na parte da manhã, o amor
pegou você. Você corre o risco de se machucar, mas você não
se importa. Você está disposto a dar a alguém o poder de
quebrar seu coração. Amor significa ver alguém no seu pior e
ainda ver o bem em si, o amor significa que alguém é perfeito
para você, apesar de suas imperfeições. — ela ficou em
silêncio, os olhos distantes.
Eu não tenho que perguntar. Eu sabia o que ela estava
pensando. Engoli em seco. Eu nunca poderia ter dito o que
Aria tinha acabado de dizer. Uma indesejável imagem do
sorriso arrogante de Matteo passou pela minha mente. Eu
definitivamente vi o seu pior no dia que ele tinha torturado os
russos.
— Mas como eu sei quando eu estou apaixonada? — eu
ouvi o gemido de Lily através do telefone.
— Sim, como?
— É um processo gradual. Eu realmente não sei
exatamente quando eu comecei a amar Luca. Por muito tempo
eu pensei que eu o odiava.
Eu de repente me levantei inquieta. Este não era um
tópico sobre o qual eu me sentia confortável. Isso deixava meu
peito apertado, me fez começar a entrar em pânico de uma
forma estranha. Corri para a cozinha e fiz outra xícara de café.
Depois de alguns goles, voltei para Aria que me deu um olhar
interrogativo. Eu levantei minha xícara como forma de
explicação. — Aqui. — ela disse, entregando o telefone de
volta para mim.
— Então o que mais há de novo? — perguntei
levemente.
Eu praticamente podia ouvir Lily revirar os olhos. —
Você vai vir para a nossa festa de Natal?
Eu abri minha boca para dizer que sim, porque eu
sempre estive lá, então eu percebi que provavelmente eu não
ia. — Eu não sei. As coisas estão difíceis no momento.
— Você quer dizer que o papai não quer que você venha.
— A única razão pela qual eu gostaria de ir é pra ver
você e Fabi. Eu não me importo com ninguém. E talvez você e
Fabi possam vir visitar Nova York no Ano Novo.
Lily ficou em silêncio. — Papai disse que nunca vai nos
permitir ir para Nova York novamente, depois do que você fez.
Isso não deveria ter me chocado tanto quanto fez, eu
suponho. É claro que ele não deixaria Lily fora de sua vista.
Ele não podia arriscar mais uma de suas filhas se
transformando em uma vagabunda. — Nós vamos descobrir
alguma coisa. Vou pedir para Matteo se nós podemos ir para
Chicago.
Enfrentar o papai novamente era a última coisa que eu
queria fazer. Por tudo que eu me importava eu nunca colocaria
os pés em Chicago novamente, mas a ideia de nunca mais ver
Fabi e Lily era ainda pior.
— Prometa?
— Eu prometo. — eu disse. — Agora chame Fabi antes
papai perceba que você está falando comigo e não com Aria.
— Oi. — veio a voz de Fabi.
— Eu aposto que você cresceu mais um pouco desde a
última vez que te vi.
— Quando eu crescer, eu vou ter pelo menos 1,80 m de
altura. — disse ele com orgulho.
— 1,90 m, pelo menos. Você provavelmente vai ser mais
alto do que Luca.
— Isso seria tão legal. Eu poderia chutar o traseiro de
todo mundo. Todo mundo teria que ser bom para mim e me
respeitar.
Eu sorri melancolicamente. Logo ele faria isso com as
pessoas de qualquer maneira. O menino bonito seria
substituído por um assassino implacável. — Isso seria legal.
— eu concordei. — Então você tem novas facas?
Fabi tinha uma enorme coleção de facas. Uma coleção
de facas maior que uma criança de dez anos deveria ter. Claro
papai sustentava esse fascínio do meu irmão com armas.
— Não. — disse Fabi emburrado. — Papai está com
raiva de mim.
— Por minha causa?
Fabi não disse nada no começo, mas eu sabia que ele
estava encolhendo os ombros da maneira bonita que ele fazia.
— Eu não gosto de como ele gritou com você.
— Eu não gosto disso, mas você tem que tentar não
deixar o papai irritado com muita frequência, Fabi. Eu não
quero que você seja punido. — Agora que eu não estava mais
disponível como saco de pancadas favorito de meu papai, eu
me preocupava que Fabi poderia ter que suportar o peso de sua
raiva.
— Tudo bem. — disse ele. — Eu sinto sua falta.
— Eu sinto sua falta também.
Nós desligamos e eu entreguei o telefone de volta para
Aria.
— Você está bem? — perguntou ela.
Eu concordei sem entusiasmo. — A festa é no próximo
fim de semana, certo?
— Sim.
— Eu acho que não estou convidada?
Aria fez uma careta. — Mesmo Luca e eu não temos
certeza se nós deveríamos ir.
— Por que?
— As coisas estão realmente ruins agora. Luca tem
problemas suficientes em Nova York. E além disso, ele não
quer lidar com Dante Cavallaro ou o papai.
— Fabi e Lily vão ficar muito tristes se você não for
visitar.
— Eu sei. — Aria disse com um suspiro, inclinando-se
contra o encosto. — Isso é o que eu venho dizendo a Luca. Até
sugeri que eu poderia voar a sós com Romero, de modo que
Luca poderia cuidar dos negócios aqui.
— Deixe-me adivinhar. Ele odiou a ideia.
Aria riu. — Sim. Ele não confia no Outfit e não vai me
deixar ir para lá sem ele.
— Eu meio que tenho que concordar com ele. Eu
gostaria que pudéssemos ir juntas.
— Talvez no próximo ano. Papai dificilmente pode ficar
com raiva de você para sempre.
— Papai ainda estará com raiva de mim quando ele
estiver assando no inferno.
MATTEO
Durante o sexo houve momentos em que eu estava certo
de que Gianna estava apaixonada por mim, mas, em seguida,
tinha certeza que eu tinha imaginado. No passado eu tive
garotas morrendo por mim mesmo quando eu nunca desse
razão, mas Gianna era uma noz difícil de quebrar, e às vezes
eu me pegava pensando se talvez ela nunca fosse se apaixonar
por mim e só ia me foder para chegar a mim. Gianna era
inteligente, talvez ela estivesse tentando me envolver em torno
de seu dedo com o sexo, e assim que eu desse a ela mais
liberdade ela iria se aproveitar e fugir novamente.
Gianna colocou alguns fios de cabelo que tinham se
soltado durante a nossa rapidinha de volta em seu penteado.
Ela estava franzindo a testa para seu próprio reflexo e fingindo
que eu não estava lá.
Quando saímos do banheiro, ela ainda me ignorou.
Então ela parou de repente. — Não podemos entrar juntos.
Todo mundo vai saber o que nós fizemos.
Eu dei de ombros. Eu não dou à mínima. Gianna era
minha esposa e eu transaria com ela sempre que eu tivesse
vontade. — Estivemos fora por um tempo. Eles provavelmente
já suspeitam.
— Ótimo. — Gianna murmurou, endireitou os ombros e
voltou para a mesa com os outros convidados sem olhar em
minha direção. Então, voltamos a jogar?
MATTEO
Cada polegada do meu corpo estava quebrado e minha
cabeça parecia estar cheia com algodão. Gemendo, eu tentei
abrir meus malditos olhos, que pareciam estar colados.
Resistindo à vontade de abrir com minhas unhas, eu
lentamente abri um pouquinho, até finalmente conseguir abrir
tudo. Luca estava sentado em uma cadeira ao lado da minha
cama. Uma cama de hospital do caralho. — Não me diga que
você me trouxe para a porra de um hospital? — Eu disse
asperamente, então tossi. Porra. Eu senti a morte requentada.
Luca se inclinou para frente, um sorriso irônico no rosto.
Será que ele tem que parecer tão malditamente preocupado?
Eu não era uma criança que precisava de sua proteção mais. —
Agora que você está se recuperando novamente, eu vou
considerar levar você ao meu apartamento. Romero já está
ansioso para ter uma enfermeira.
Eu estava chegando até a agulha na parte de trás da
minha mão para puxá-la para fora, mas parei quando suas
palavras me atingiram. — Sua cobertura?
— Você vai precisar descansar alguns dias. E eu te
conheço, por isso é necessário que haja alguém para ficar de
olho em você.
Ele estava me observando atentamente. Como se ele
estivesse tentando avaliar se eu poderia receber a má notícia.
— Aconteceu alguma coisa com Gianna?
— Não. Ela está bem. — ele fez uma pausa.
— Desembucha. Caralho!
— Eu fiz um acordo com ela.
— Pare de brincadeira. Diga-me a porra da verdade.
— Quando ela me ligou, você não estava respirando. Eu
estava preocupado que ela usaria essa chance pra fugir.
— Minha vida pela sua liberdade. — eu disse com uma
risada sombria.
— Ela concordou. Agora ela está em casa com Aria,
fazendo as malas.
— Nós precisamos protegê-la da máfia. Seu papai não
vai aceitar.
— Você quer protegê-la? — perguntou Luca incrédulo.
— Ela ainda é minha esposa. E eu vou protegê-la
quando ela me deixar.
— Ela vai sair assim que eu definir tudo. É melhor
esquecê-la mais cedo do que mais tarde.
Eu olhei. — Você simplesmente esqueceria Aria porque
alguém disse para você?
— Aria não precisaria de suborno para salvar a porra da
minha vida.
Eu empurrei a agulha da minha mão e chupei o sangue
que brotou. Girei minhas pernas para fora da cama, apesar da
minha dor de cabeça. Meus olhos percorreram a mesa ao lado
da minha cama para minhas facas e meu coldre. Eles não
estavam lá. Droga. Eu me sentia fodidamente nu sem eles.
— Porra. — Luca murmurou. O bastardo agarrou meus
ombros para me impedir de ficar em pé. — Eu não quis dizer
para que você ficasse irritado. Você deveria ficar na cama.
— Eu não dou a mínima. Eu não sou uma porra de uma
criança. Pare de ser paternalista. Eu lidei com merda pior do
que uma dor de cabeça. — eu dei de ombros, e com as mãos e
deslizei para fora da borda da cama. Grande erro. No momento
em que meus pés descalços bateram no chão, eu tive uma
tontura. Luca me amparou. Com um gemido, eu afundei na
cama. — O que eles me deram? Eu sinto como se alguém
tivesse colocado sedativos na minha bebida.
Luca me deu a sua expressão mais condescendente. —
Eu disse para você ficar na cama.
— Cale a boca. — eu pisquei algumas vezes. Ele não fez
nada para banir os pontos da minha visão. — Eu quero dar o
fora daqui. Eu estou bem.
— Você está bem quando eu lhe disser. Eu sou seu Capo.
Abri a gaveta da mesa de cabeceira, mas as minhas
armas não estavam em lá também. — Onde estão as minhas
facas?
— No carro. Eu não podia trazer você para o hospital
armado até os dentes.
Eu apertei minha mandíbula, em seguida, levantei
novamente. Desta vez eu quase não oscilei tanto.
Luca me encarou. — Maldição, Matteo. Por que você
não pode me ouvir uma única vez?
— Não me venha com essa besteira. Se você estivesse
no meu lugar, você já estaria fora da porra do hospital. — Ele
não se incomodou em negar. Eu sabia. — Vamos lá.
Luca trouxe uma mala para mim. — Sandro pegou
algumas roupas para você. As que você estava usando durante
o acidente tiveram que ser queimadas.
Eu saí da roupa constrangedora do hospital e coloquei
calças jeans limpas. — E quanto a cueca? Talvez Sandro goste
de ficar livre em suas calças, mas eu prefiro outra barreira
entre as minhas bolas e o zíper.
Luca bufou. — Eu me pergunto se vai demorar para
calar sua boca grande. Quase morrer e ter sua esposa deixando
sua bunda gorda, obviamente, não é o suficiente.
Eu parei de abotoar minha camisa. Eu sabia que ele
estava brincando. E ele estava certo. Nada, nunca ninguém me
deixou. Não quando nossa mãe morreu, quando o papai me
bateu, não quando eu estava sangrando como um porco. Então
por que diabos mencionar Gianna me fazia sentir como uma
merda de um soco no estômago? Droga. Eu fui pego por uma
buceta. Enviei um sorriso forçado Luca, mas ele já estava me
examinando com uma careta.
— Não me diga que você está tão ansioso para sair do
hospital porque você espera chegar até Gianna e convencê-la a
ficar com você. Ela não vai. A cadela egoísta quer liberdade.
Andei em direção a ele, indo direto em seu rosto. — Não
a chame de cadela. — então eu oscilei e tive que agarrar o
ombro de Luca para me impedir de cair de cara no chão. Tanta
coisa para ser ameaçador. Droga.
Luca só olhou.
— Eu juro que se você não parar de me dar esse olhar de
pena eu vou bater em você até sangrar. — eu murmurei.
— Eu não tenho pena de você. Pena é para pessoas que
tem em uma situação ruim, sem culpa própria, mas você
escolheu Gianna. Você viu o quão volátil e chata do caralho
ela é, e você ainda a quer. Você está ligado na sua buceta. Você
se meteu nesta confusão. Agora você tem que lidar com isso.
— Bastardo de coração frio. — eu disse, feliz que ele
não tentou me consolar.
Luca sorriu. — Sempre.
Enfiei minha camisa no meu jeans e deslizei para os
meus sapatos. — Sandro é um babaca. Sem meias também?
Ele acha que sou adepto ao nudismo ou o quê?
— Ele provavelmente pensa que você é.
Fui para a porta, tentando andar tão firme quanto
possível, apesar das minhas pernas bambas. Luca andou muito
perto. Ele provavelmente pensou que poderia precisar me
apoiar se eu desmaiasse. — Pare de me pajear. As pessoas vão
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pensar que você é meu sugar-daddy .
Luca ignorou o meu comentário. — Do que você lembra
antes de apagar?
De volta aos negócios, graças a Deus. — Um grupo de
chupadores de pau russos perseguiam Gianna e eu. Eu me
livrei do primeiro carro muito rápido. Meti uma bala entre as
sobrancelhas do motorista que resultou no acidente matando
os outros filhos da puta. O segundo carro foi um problema
maior. Eu não me lembro o que aconteceu com eles.
— Eles queimaram em seu carro. Viraram carvão.
— E o meu carro?
— Carvão.
— Ótimo.
— Poderia ter sido pior. Você não parecia bem quando
eu o vi pela primeira vez.
Estendi a mão para o ponto sensível em cima da minha
cabeça. Alguns enfermeiros nos olharam quando passamos por
eles, mas eles não nos impediram. Luca provavelmente já
tinha resolvido tudo com antecedência.
— Você tem sorte que eles não rasparam sua cabeça
inteira. Sabendo quão chato você é você não teria parado de
reclamar sobre isso.
— Você sabe como me animar. — eu disse.
Luca estava ocupado com mensagens de texto a alguém.
Ele mal olhou para cima.
— Você está alertando Aria que estamos chegando, não
é? — Eu não podia me conter, mas me perguntei se Gianna
ainda estava com Aria, se eles estavam fazendo planos para o
futuro da Gianna sem mim. Luca tinha oferecido a liberdade a
Gianna em uma bandeja dourada. Ela seria estúpida se não
aceitasse. A vida longe da máfia era algo que ela sempre quis.
Longe de mim. Ela finalmente teria seu desejo realizado.
Luca me poupou o olhar mais desencapado. — É o
melhor, acredite em mim.
Fiquei aborrecido. Luca sempre tentou ditar minha vida
– zelar por mim como ele dizia – e só tinha piorado desde que
ele também era meu Capo. — Eu posso lidar com Gianna. Eu
não sou um marica, Luca. Eu não vou quebrar e chorar, porque
minha esposa quer fugir o mais longe possível de mim.
— Eu sei. — ele enfiou o telefone de volta em sua
jaqueta. É claro que eu sabia que ele já havia dito a Aria tudo o
que ela precisava saber.
Nós chegamos ao carro de Luca. Ele abriu a porta para
mim. — Não pense que eu vou me abrir apenas porque você
está sendo um cavalheiro. — Eu disse a ele quando eu quase
caí no assento. Eu esperava que Luca pensasse que eu tinha
feito de propósito e não porque minhas pernas tinham
paralisado.
— Não se preocupe. Você está seguro. — Luca fechou a
porta na minha cara antes que ele desse a volta no carro e
deslizasse atrás do volante. Ele ligou o carro e saiu do
estacionamento. — Você quer que eu ache alguém para distraí-
lo? Talvez não hoje por causa de sua cabeça. Mas no próximo
par de dias.
Eu bufei uma risada. — Você quer dizer uma prostituta?
Luca deu um encolher de ombros, sem tirar os olhos da
rua. Ele fez sua cara de paisagem que me irritou pra caralho,
porque eu não tinha certeza se isso era um teste ou se ele
estava falando sério. Alguns anos atrás, eu teria dito que ele
estava falando sério. Luca nunca tinha tido problemas para
conseguir uma mulher, antes de Aria.
— Primeiro de tudo, eu posso ter tido uma concussão,
mas eu não estou morto, e isso significa que eu não preciso de
uma foda de pena. Se eu quiser uma mulher, eu posso
encontrar uma para mim e não preciso pagar ninguém.
— Você ainda não se viu no espelho.
Eu chequei meu reflexo no espelho retrovisor. — Ok.
Talvez eu tivesse mais problemas do que de costume. — Eu
tinha dois olhos negros, ambos inchados e vermelhos, e havia
um nódulo azulado abaixo do meu couro cabeludo. Sem
mencionar que meu cabelo estava uma bagunça.
— Você vai assustar pra caralho cada mulher que você
se aproximar.
— E daí?
Luca riu. — Isso é um não?
— Um grande e gordo. Eu não quero foder ninguém,
só… — Percebendo a porra da armadilha que eu acabei de
entrar Eu mantive minha boca fechada. Droga.
— Você não vai desistir dela, não é? — Disse Luca em
tom resignado.
— Não.
— Eu jurei por minha honra conceder a ela liberdade,
mas eu posso quebrar a minha promessa se é isso que você
quer. Não é como se eu não tivesse feito pior antes.
— Não. Eu não quero que você quebre seu juramento. E
isso só iria fazê-la me odiar mais. Você não pode forçar
Gianna a fazer qualquer coisa. Ela precisa voltar para mim por
vontade própria. Essa é a única maneira.
Luca balançou a cabeça. — Matteo, você tem que
perceber o quão inútil é ter esperança. Ela vai correr e nunca
mais voltar. Você está disposto a correr esse risco?
— Sim.
— Então você é um homem melhor do que eu. Eu nunca
deixaria Aria ir.
Eu olhei para fora da janela. Parecia fácil deixá-la ir,
dando a oportunidade de encontrar o caminho de volta para
mim, mas eu não tinha certeza se poderia viver com isso. Eu
não era melhor do que Luca. Mas eu era um caçador e às vezes
uma perseguição era inútil, às vezes você tinha que esperar a
presa chegar até você. Eu não era um caçador paciente, mas
desta vez eu tentaria.
Capítulo vinte
GIANNA
Aria manteve os olhos me observando, as sobrancelhas
juntas demonstrando preocupação. — Tem certeza de que você
não precisa ver um médico?
— Eu estou bem. — eu rebati, então me senti mal por
isso. Aria estava sempre do meu lado. Ela tinha feito tanto por
mim no ano passado, até mesmo ficado contra Luca. —
Desculpe. Estou exausta. — O cheiro de fumaça e sangue
permanecia no meu nariz, ecoando os eventos anteriores.
— Está tudo bem. Você já passou por muita coisa. —
Aria disse gentilmente.
Meus pensamentos se voltaram para Matteo. Eu
esperava que ele estivesse bem. Ele era forte, mas ele tinha
perdido muito sangue. Talvez eu devesse ter deixado Aria me
levar para o hospital para me certificar de que ele estava bem.
Eu queria estar com ele, queria estar lá quando ele acordasse e
segurar sua mão enquanto ele estava inconsciente. Eu queria
dizer a ele que eu estava cansada dos jogos, cansada de fingir
que eu não me importava com ele, que eu perdi meu coração
para ele. Foi inútil tentar mentir para mim mesma. Eu sabia
que eu viria a amar Matteo, até a sua arrogância e seu sorriso
de tubarão. Ele ainda era um homem mau, um assassino e
criminoso, mas eu sabia que eu não era muito melhor. Eu não
tinha dúvida de que eu teria sido como Matteo se eu tivesse
sido criada como ele e não protegida da vida como todas as
mulheres em nosso mundo. Era uma verdade feia, que eu
prefiro negar, mas era a verdade, e era hora de admitir e
encarar a vida que eu estava, obviamente, destinada a viver. As
palavras estavam na ponta da minha língua.
— Você pode tomar um banho rápido, e então eu vou
ajudá-la a arrumar tudo.
— Ah, claro. — eu disse distraidamente. Orgulho
sempre tinha sido o meu problema, mesmo agora quando eu
sabia que só estava machucando a mim e a Matteo.
Aria olhou na minha direção. — Luca vai manter sua
palavra. Você não tem que se preocupar. Ele nunca quebrou
sua promessa. E ele sabe que eu nunca o perdoaria se ele
tivesse mentido. Você será livre.
Livre? Qual o sentido da liberdade, se isso significava
ignorar o que meu coração queria? — Eu sei.
— Você não parece feliz.
Eu não estava feliz. Mas por que? Por meses eu desejava
nada mais do que descobrir uma maneira de sair deste
casamento, fora desta vida, fora deste mundo, e agora que eu
finalmente realizei meu desejo, eu não sentia nada. Como eu
pude mentir para mim mesma por tanto tempo? E por que eu
não podia admitir, especialmente não para o mundo exterior?
Por que admitir que eu amava Matteo, parecia uma derrota no
final? — Eu ainda estou me recuperando do acidente. Isso é
tudo. — eu disse no piloto automático. Eu me perguntava por
quanto tempo essa mentira funcionaria.
Aria não parecia convencida, mas ela não insistiu no
assunto. Eu inclinei minha cabeça contra a janela e fechei os
olhos, não estava no clima para conversar. Eu precisava me
resolver através de minhas emoções, logo que possível, mas a
dor de cabeça definitivamente não tornava uma tarefa fácil.
Devo ter cochilado, porque de repente Aria estava me
cutucando e estávamos estacionados na garagem subterrânea.
Ela me deu um sorriso encorajador, e por algum motivo me fez
sentir horrível. Eu rapidamente saí do carro, incapaz de
encontrar o olhar compassivo de Aria. Corri em direção ao
elevador, algumas vezes quase tropeçando em meus pés. Aria
apanhou-me e chamou o elevador para baixo com um toque no
botão. — Qual é a pressa? Você não precisa se preocupar que
Matteo vai voltar para casa enquanto ainda estiver fazendo as
malas. Eles provavelmente vão mantê-lo no hospital durante a
noite. Ele parecia muito mal.
Debrucei-me contra a parede fria do elevador. Será que
Aria realmente acha que iria me animar? Eu era uma cadela
tão horrível que as pessoas achavam que eu ficaria feliz
sabendo que alguém estava gravemente ferido?
É claro que sim. Luca tinha pensado que ele tinha me
oferecido um bilhete para a liberdade para que eu não deixasse
seu irmão morrer. Eu não era nada, além uma cadela sem
coração e egoísta em sua cabeça. E, a julgar pelas palavras de
Aria, ela concordava com ele.
Minha garganta estava apertada. Talvez eles estivessem
certos. — Eu não estou preocupada. — eu disse calmamente.
Era mais fácil fazer o papel que eles esperavam.
Aria balançou a cabeça, mas ela não parou de me
observar. Nós estávamos uma diante da outra e eu podia ver
meu reflexo atrás dela no espelho. Nós não poderíamos ser
mais diferentes. Aria com sua expressão amável, cabelo de
anjo, pele de porcelana e os olhos azuis bebê, o epítome da
pureza. E parecia que eu tinha subido do inferno com o meu
cabelo bagunçado vermelho, e roupas cobertas de sangue, e
sombras escuras sob os olhos. Quando entrei no apartamento
que eu tinha compartilhado com Matteo desde o nosso
casamento, eu rapidamente corri para o quarto principal, e de
lá para o banheiro. Talvez um banho rápido fosse me ajudar a
começar a aliviar o aperto em meu coração. A oferta de Luca
era minha última chance, eu sabia disso. Se eu seguisse meu
coração eu ficaria com Matteo. Eu tinha que deixar meu
cérebro tomar essa decisão.
Depois do banho, eu ainda não me sentia melhor, mas,
pelo menos, eu comecei a raciocinar. Aria estava sentada na
cama, digitando em seu telefone, quando entrei no quarto.
— Será que Luca te informou sobre Matteo? —
perguntei imediatamente, minha garganta já apertando e o
pânico me inundando. Eu deveria ter ido com Matteo. De
repente, eu não conseguia respirar.
— Ele está muito bem. Aparentemente é apenas uma
concussão e algumas costelas quebradas. — ela finalmente
olhou para cima e rapidamente se aproximou de mim. — Você
está pálida.
Engoli em seco. Matteo estava ótimo. Lentamente meu
pânico se estabeleceu.
— Você está realmente preocupada com ele, não é? Por
que você não admite? Pode confiar em mim, Gianna, você
sabe disso.
— É claro que eu me preocupo. Eu não sou feita de
pedra. Eu não quero que nada aconteça a ele. Eu me preocupo
com ele, acredite ou não.
— Mas não o suficiente para ficar? — perguntou Aria.
Eu não tinha certeza do que dizer. Todos os meus planos
que estavam bem definidos no chuveiro pareciam desmoronar
diante de mim novamente. — Eu preciso me deitar por um
tempo, eu acho. Ou temos que sair logo?
Aria balançou a cabeça. — Não, Luca trará Matteo pra
nossa cobertura, quando você acordar, você não vai cruzar seu
caminho se você ficar aqui. E é tarde de qualquer maneira.
Durma um pouco.
Peguei roupas limpas e coloquei antes de eu me deitar
em cima das cobertas. Eu pude ouvir Aria fechar a porta e, em
seguida, o silêncio reinava em torno de mim.
Já estava claro quando eu acordei. Eu estava sozinha no
quarto. Eu rapidamente saí da cama e fui pra sala, meio que
esperando encontrar Matteo na cozinha. Ele não estava.
Aria estava lá. Ela abaixou seu telefone antes de me
entregar uma xícara de café. — Como você se sente?
— Onde está Matteo? Ele está bem? Ele ainda está no
hospital?
— Ele está bem. Ele está na cobertura.
— Ah, certo. Ele está no seu apartamento. Isso faz
sentido.
— Gianna, você não tem que sair, você percebe, certo?
Não há problema em ficar com Matteo.
Olhei para ela. Isso estava ok, não estava? Ok amar um
homem como ele, ok em aceitar a vida na máfia.
O elevador parou com um brilho e Luca saiu, seu olhar
frio pousou em mim. Eu tive que reprimir um arrepio. Isso era
ódio, e eu supunha que ele tinha todas as razões para me odiar.
Sandro estava um par de passos atrás dele como um bom
cachorrinho.
— Espero que suas malas estejam prontas. Quero você
fora do apartamento o mais rapidamente possível.
— Luca. — Aria assobiou. — Isso não é justo.
Pela primeira vez ela não poderia aquecer o seu coração
frio. — Não. Essa cadela precisa ficar tão longe de meu irmão
quanto possível. Eu quero que ela vá embora. Ela está
arruinando sua vida por muito tempo.
Eu olhei, mas, no fundo, eu me perguntei se ele estava
certo. Claro, eu nunca ia admitir. — Eu sei que você pensa que
Matteo merece uma mulher melhor do que eu. Mas deixe-me
dizer uma coisa. Aria merece alguém muito melhor também.
Ela é muito boa, pura e gentil para você. Você nem sequer vale
a sujeira sob seus sapatos. Ela é muito amorosa e boa pra ver
isso, mas eu vejo. Você acha que eu destruí a vida de Matteo,
mas eu nunca tive uma escolha. Eu não queria me casar com
ele. Você, por outro lado, escolheu Aria pra se casar. Você
optou por destruir sua vida com sua escuridão. Então desça de
seu cavalo alto, seu bastardo. Você não a merece e nunca vai
merecer.
Os nós dos dedos de Aria ficaram brancos de apertar o
pulso de Luca. Ele poderia ter se soltado com facilidade, mas
ele não se mexeu. — Eu sei. — ele disse em uma voz de aço.
— Mas a diferença entre você e eu é que eu estou tentando ser
um homem melhor para ela. Mas você nunca tentou. Você
sempre esteve contente em ser uma cadela.
Aria engasgou. — Luca, por favor.
— Não. Ele está certo. Eu sou uma cadela e eu estou
saindo agora. Diga adeus a Matteo por mim. — Uau, falei
como uma verdadeira cadela. Era tarde demais para tomar as
palavras de volta, e eu sabia que seria muito orgulhosa para
fazer de qualquer maneira. Eu levei duas das minhas malas
que Aria deve ter levado para baixo antes que eu tivesse
acordado, e me dirigi para Sandro que pegou minhas outras
malas e me seguiu para o elevador. Entrei e encarei Aria e
Luca, com a minha cabeça erguida. O olhar de Luca era de
ódio desenfreado, mas Aria estava chorando. Ela estava me
implorando com os olhos e, eventualmente, eu não aguentei
mais e baixei o olhar para o chão. As portas se fecharam e o
elevador começou a se mover. Sandro não tentou conversar.
Cada olhar que ele me deu gritava sua desaprovação. Gostaria
de saber se Luca teria me matado se não fosse por Aria.
MATTEO
Uma mão macia segurava a minha. Abri os olhos,
pisquei algumas vezes para limpar a minha visão. Senti-me
como um covarde total por ter desmaiado. Porra. Eu tinha sido
baleado e esfaqueado e até mesmo queimado antes, e uma
batida estúpida na cabeça me trouxe até meus joelhos. Foi uma
desgraça. Virei a cabeça. Gianna estava enrolada ao meu lado,
com a mão emaranhada na minha. Suas roupas estavam
amassadas e seu cabelo uma bagunça completa, como se
tivesse estado ao meu lado por um tempo.
Seu rosto estava coberto na maior parte por seu cabelo
rebelde. Eu senti a vontade irresistível de ver sua expressão.
Devagar, com cuidado sentei e escovei alguns fios com a mão
livre. Gianna parecia como um maldito anjo no sono. Lindo
demais para ser real. Seus cílios grossos descansavam em sua
pele pálida. Eu parei a ponta dos dedos sobre sua bochecha,
apreciando a suavidade de sua pele. Seus olhos se repousavam
sob as pálpebras, em seguida, eles se abriram. Ela piscou
sonolenta até que seu olhar finalmente se concentrou em mim.
Eu esperava que ela soltasse a minha mão e saltasse para
fora da cama como se tivesse pegando fogo. Pelo menos eu
esperava alguma desculpa ridícula por ela estar ali, segurando
a minha mão. Eu duvidava que Luca a tinha trazido de volta.
Ele sabia que eu não queria que ele fizesse isso.
Ela não fez nenhuma dessas coisas, no entanto. Em vez
disso, se sentou lentamente, piscando e esfregando os olhos
com a mão que não estava segurando a minha. Ela procurou
alguma coisa. — Que horas são?
Eu não fazia ideia. Eu não tinha certeza de que dia era.
— Você está me perguntando?
Ela riu, em seguida, sua expressão se fechou. — Você
me assustou.
— Eu? Acho que eu sou um cara assustador.
Gianna não sorriu. Ela estava olhando para mim com
uma expressão que eu nunca tinha visto em seu rosto,
vulnerável e aberta. — Eu nunca deveria ter concordado com a
oferta de Luca. Eu fui teimosa. Eu não queria admitir meus
sentimentos para mim mesma. Mas quando Aria me ligou para
dizer que você tinha passado mal outra vez, eu fiquei com
medo de perder você. — Ela fez uma pausa, seus dedos
apertaram a minha mão. Eu não disse nada, não sabia o que
dizer. Minha solução geral em situações emocionais era fazer
piada, mas parecia errado fazer uma piada e eu não queria
cortar Gianna de dizer qualquer outra coisa que ela queria
falar.
Ela olhou em direção à janela, a culpa estragou seu belo
rosto. — Tudo o que eu conseguia pensar quando eu não
estava ao seu lado depois que você saiu do hospital, era, ‘e se
você morresse e tudo que eu fiz foi te tratar mal e me esquivar
dessa relação’. Eu tenho agido como uma grande cadela. Sinto
muito.
Toquei o seu rosto e me aproximei. — Você não precisa
se desculpar por nada, Gianna. Eu realmente gostei da maioria
dos nossos desentendimentos. Eles acrescentaram diversão aos
meus dias. — Eu sorri e desta vez eu ganhei um sorriso em
troca.
— Você deve estar chateado, Matteo. Você sabe o que
Luca me ofereceu em troca de salvar sua vida e que eu
concordei. Por que você não está me mandando embora? Eu
mereço isso.
Eu dei de ombros. Eu não gostava da ideia de que
Gianna tinha aceitado ansiosamente a oferta de Luca, mas ela
estava aqui agora. Levou um tempo, mas eventualmente eu
percebi que Gianna teve que vir a mim por conta própria.
Gianna nunca deixou ninguém forçá-la a admitir seus
sentimentos. Eu toquei a parte de trás de sua cabeça e a puxei
para mim. Ela não resistiu e quando sua boca tocou a minha,
ela colocou os braços ao redor do meu pescoço e aprofundou o
nosso beijo. Minha mão encontrou o seu caminho sob sua
camisa, sentindo a pele macia de seu estômago e movi mais
alto.
Gianna parou a minha mão. — Você precisa descansar.
Você desmaiou ontem. Eu não vou deixar você se cansar
novamente.
Eu ri. — Venha. Se você me montar, eu não vou ter que
me esforçar tanto. Você vai fazer todo o trabalho.
— Sim, claro. — disse ela. — De jeito nenhum eu vou
arriscar sua recuperação. Luca ficaria muito chateado se eu
fizesse algo estúpido. Ele me odeia de qualquer maneira. Eu
não quero dar a ele mais um motivo para me manter longe de
você.
— Luca não iria impedi-la de me ver.
Ela ergueu as sobrancelhas. — Ele tentou me impedir de
vir aqui ontem.
— Por que diabos ele fez isso? — eu me aborreci. Luca
sempre tinha que jogar como Capo e condenar as pessoas ao
redor dele.
— Eu suponho que ele estava preocupado com você. —
Gianna admitiu a contragosto. Não havia nenhum amor
perdido entre meu irmão e ela, então eu estava surpreso com
sua admissão. — Ele não queria que eu brincasse com você.
Ele pensou que era melhor se houvesse um acordo entre nós e
eu te deixasse para o seu bem.
— Então, o que o fez mudar de ideia? — perguntei.
— Aria, eu suponho.
— Claro. — eu disse, embora eu esperava que fosse por
outra razão. Eu me inclinei para trás contra a cabeceira da
cama, ignorando a leve pontada na minha cabeça. Cruzei os
braços sobre o peito, tentando parecer fodidamente relaxado
quando eu não estava. — Estou bem agora. Eu não vou
morrer. Você poderia sair agora sem se sentir culpada.
Gianna olhou para mim por um longo tempo sem dizer
nada. — Eu não quero ir embora.
— Você concordou com a oferta de Luca, você mesma
disse isso.
— Eu concordei, porque Luca me pegou de surpresa
com isso. Você estava morrendo bem na minha frente. Nós
mal tínhamos sobrevivido a um acidente e aos russos loucos, e
de repente me ofereceram algo que eu pensava que eu queria.
Eu nem sequer realmente pensei antes de dizer sim.
Eu balancei a cabeça, mas não disse nada. Eu estava
cansado de fazer o primeiro movimento, sempre em busca de
Gianna. Desta vez eu queria ouvir algo dela.
Ela suspirou, seus olhos azuis estavam cansados. —
Você acha que eu teria deixado você morrer se Luca não
tivesse me oferecido um bilhete para a liberdade, não é? Isso é
o que todo mundo pensa, provavelmente Aria também.
Eu mantive minha expressão neutra. — Não é a
verdade?
Ela olhou. — Não, não é a verdade. Quando Luca
mencionou sua oferta estúpida, eu já tinha começado as
compressões torácicas. Eu não sabia o que estava fazendo e,
provavelmente, fiz errado, mas eu não ia deixar você morrer.
Eu estava fazendo tudo que podia, mesmo antes de Luca me
oferecer a liberdade em troca de sua vida. Eu nunca teria
deixado você morrer, nunca. Eu sei que você não tem que
acreditar em mim. Não há nenhuma razão pra isso. Eu poderia
estar mentindo para todos que você conhece.
Mas eu acredito nela. Eu sabia ler as pessoas e Gianna
não estava mentindo. Eu poderia dizer como ela estava
chateada, mais chateada do que eu tinha visto em muito
tempo. — Eu não acho que você esteja mentindo.
Gianna nem sequer me pareceu ouvir. Ela estava
carrancuda na direção da janela, as faces coradas com as
emoções. — Eu sabia, no momento que eu vi você deitado em
seu próprio sangue, que eu não queria perder você. Eu sabia
disso, mas eu ainda não queria admitir para ninguém. Eu era
tão estúpida e teimosa. Eu estava sendo a Gianna mal-
intencionada como de costume. E uma vez que eu concordei
com a oferta de Luca, eu estava orgulhosa demais para dizer a
ele que eu não queria sua liberdade estúpida. Eu não queria
deixá-lo, não queria outra vida. Eu provavelmente teria sido
miserável sozinha, mas orgulhosa demais para admitir se você
não tivesse mal. Parecia que eu estava desistindo, como se eu
estivesse admitindo a derrota, o que é idiota. Como o amor
poderia ser uma derrota? — Ela ficou em silêncio, os olhos
arregalados.
Eu tinha ficado quieto, como um caçador que não queria
assustar sua presa.
Ela lambeu os lábios nervosamente. Eu desejei saber o
que ela estava pensando, mas eu tinha a sensação de que eu
sabia. Ela provavelmente estava lamentando nunca dizer o a
da palavra amor e tudo mais que estava borbulhando dela. Isso
era quem ela era. Talvez ela estivesse esperando por mim para
dizer algo antes, para dizer a ela que a amava, mas eu não
abriria a porra meu coração a ela e arriscaria sua animação. Eu
sabia o que eu estava sentindo, sabia por um longo tempo, mas
eu nunca disse isso a ela. Eu nunca disse a ninguém. Admitir
algo que deixa você vulnerável e até agora Gianna tinha me
dado pouca razão para correr esse risco. Eu tinha caçado ela
por tempo suficiente. Agora era a vez dela. Eu não iria
empurrá-la em qualquer direção. Tudo a partir deste ponto em
diante teria de vir com ela.
— A oferta de Luca continua de pé. Você é uma mulher
livre. Você pode sair deste prédio e ninguém irá pará-la.
— Não. — ela disse com firmeza. — Já corri de minhas
emoções por muito tempo. — ela se apoiou nas mãos e se
inclinou para frente. — Eu quero estar com você, Matteo. Por
Deus, eu sei que não deveria querer isso, mas não importa
mais. Estou farta de ignorar meu coração. Eu amo você.
Ela me beijou quase desesperadamente, suas mãos
encontrando seu caminho em meu cabelo. Minha cabeça ainda
estava dolorida, mas eu teria que cortar minha própria garganta
antes do que dizer a Gianna para ter cuidado. Eu queria sentir
seus lábios, seus dedos, seu corpo. Eu queria tudo dela. —
Você tem certeza que quis dizer isso? — eu perguntei em voz
provocação quando ela se afastou.
Ela assentiu com a cabeça. — Sim. Não há nenhuma
porra de dúvida em minha mente. Eu amo você, Matteo. Eu
não me importo com o que isso me faz. Eu não ligo para o que
as outras pessoas pensam sobre mim, sobre nós. Eu não me
importo com o que Aria e Luca pensam. Tudo que me importa
somos nós.
Beijei-a novamente. Eu nunca me canso de saboreá-la.
— Eu te amo, Gianna. Eu tenho te amado por um longo
tempo.
GIANNA
Ouvir Matteo dizer que ele me amava, deixou o meu
coração em chamas. Eu não conseguia me lembrar da última
vez que eu me senti tão feliz. Eu pensei que admitir meus
sentimentos a alguém daria a essa pessoa mais poder sobre
mim, mas ao invés disso eu me senti mais livre do que eu
estive em muito tempo. Eu tinha lutado contra minhas
emoções por tanto tempo, tinha me segurado por nenhuma boa
razão. Agora que eu tinha dito tudo o que precisava ser dito eu
me sentia aliviada. Talvez tudo isso tivesse começado como
algo forçado, mas hoje, essa vida, Matteo, meu casamento,
eram as minhas escolhas, e eu disse sim para todos eles.
O beijo de Matteo era exigente. Não havia nenhuma
restrição, nenhum sinal de que há pouco tempo ele tinha
estado inconsciente. Eu sabia que era estúpido, mas eu queria
senti-lo, queria mostrar-lhe com mais do que apenas palavras
que eu o amava. Eu me afastei e deixei meus olhos vaguearem
para baixo do corpo de Matteo. Ele estava vestido com apenas
uma camisa branca apertada e boxers que fazia pouco para
ocultar sua ereção. Quando olhei para trás, para o seu rosto,
seu olhar era transparente com a luxúria. Eu nunca tinha
escutado o conselho de outras pessoas, então por que eu
deveria começar agora?
Matteo não podia se esforçar. Eu cuidaria dele. Ajoelhei-
me na cama, e agarrei sua cintura. Matteo sorriu com seu
sorriso de tubarão. — Eu pensei que você não queria arriscar
minha saúde.
— Oh, cale a boca. — eu disse calmamente. — Ou você
quer que eu pare?
— Não. Não pare. — Ele se acomodou contra o conjunto
de almofadas.
Eu sorri enquanto puxei para baixo sua cueca, revelando
seu comprimento duro. Mudei-me para entre suas pernas para
que eu pudesse vê-lo, enquanto eu chupava seu pau. Eu toquei
o saco dele, massageando suavemente, mas eu não toquei seu
pênis ainda. Em vez disso, eu assistir se contorcer e crescer
ainda mais duro sob minhas mãos.
— Você provoca. — Matteo rosnou. — Eu pensei que
você não ia me torturar hoje.
Ele estava certo. Isto não era sobre mim. Inclinei-me e
corri minha língua por todo o caminho de suas bolas até a
parte superior, em seguida, rodei ao redor de seu pau antes de
chupar em minha boca. Eu levei centímetro após centímetro
dele até que ele bateu no fundo da minha garganta, antes de eu
deixá-lo deslizar para fora novamente. Matteo ficou me
olhando com os olhos semicerrados. Ele gentilmente puxou
meu cabelo para trás, e acariciou meu rosto enquanto eu
lambia e chupava sua ponta, sabendo que era onde ele estava
mais sensível. Eu tracei a ponta da minha língua ao longo do
cume de seu pau lentamente. A respiração de Matteo estava
ofegante, seu abdômen apertado, mas ele não tirou os olhos de
mim ou parou de tocar meu rosto. Parecia que ele estava me
reverenciando enquanto eu estava reverenciando a ele.
Eu chupei um pouco mais forte, sentindo-o cada vez
mais perto. Seus dedos apertaram contra o meu couro
cabeludo e, ocasionalmente, ele lançou uma respiração dura
toda vez que meus dentes raspavam nele. Ele começou a
bombear seu quadril, empurrando seu comprimento mais
profundo em minha boca e eu deixei. Eu estava ficando
molhada e a pressão entre as minhas pernas tinham aumentado
em proporções quase insuportáveis, mas eu estava
determinada a ignorar minhas próprias necessidades hoje.
Os movimentos de Matteo ficaram frenéticos. Eu apertei
meus lábios firmemente em torno de seu pênis enquanto ele
empurrou para dentro de mim uma e outra vez. — Vou gozar.
— ele murmurou. Eu não puxei para trás. Em vez disso eu
apertei as bolas com força e encontrei seu olhar. Os músculos
de seus ombros flexionaram e seu corpo paralisou com seu
orgasmo. Eventualmente, ele se acalmou. Eu me afastei e
limpei a boca com um sorriso de autossatisfação.
Matteo riu, um som baixo do fundo do peito. Ele
estendeu a mão para meus ombros e me puxou para cima dele,
alegando minha boca em um beijo firme. Suas mãos
deslizaram pelas minhas costas para o topo de minha bunda e a
apertou. Meu núcleo apertou com excitação. Antes que eu
pudesse pensar, se eu deveria permitir a Matteo se esforçar
ainda mais, uma batida soou. Eu fiquei tensa, os olhos
correndo em direção à porta, que já estava abrindo.
Luca estava na porta, seu olhar levando tudo sem
nenhuma expressão. Não era difícil adivinhar o que tinha
acontecido. Afinal, eu estava deitada em cima de Matteo sem
cueca que estava tateando minha bunda.
Meu rosto ruborizou de vergonha.
— Você realmente não deveria entrar assim no quarto de
outras pessoas. — disse Matteo em diversão. No entanto, ele
não parecia constrangido, mas depois de tudo o que eu sabia
sobre ele, não me surpreendeu mais.
Eu fiquei exatamente do jeito que eu estava, apesar que
Matteo não teria se importado se eu tivesse me afastado e
mostrasse seu pênis para seu irmão.
— Você deveria estar descansando. — disse Luca
secamente, seus olhos cinzentos me perfurando com um olhar
ilegível. Ele estava com raiva? Era difícil dizer. Recentemente,
ele tinha ficado sempre chateado comigo. Não que sua
presença me deixasse muito mais feliz.
Matteo deu um tapinha na minha bunda firme, com seu
sorriso irritantemente presunçoso. — Eu me sinto muito bem
descansado.
Luca balançou a cabeça. — Eu desisto. — disse ele. —
Vocês dois façam o que quiserem. Eu não quero nem saber o
que está acontecendo ou não está acontecendo. — ele se virou
e fechou a porta atrás de si.
Eu me afastei de Matteo e deslizei para fora da cama,
tentando o meu melhor para endireitar as minhas roupas
amassadas, mas agora haviam também manchas. Elas eram
uma confusão absoluta.
— Ei, eu pensei que não estivéssemos acabado ainda. Eu
nem sequer cheguei a tocar a sua buceta.
— E você não vai. Luca estava certo. Você deveria
descansar. Você teve emoção suficiente para o dia. — eu disse
com firmeza. Matteo já estava ficando duro novamente e ele
não se preocupou em esconder.
Eu bufei. — Eu vou me trocar e me limpar, e depois
voltar com algo para você comer. Enquanto isso, por favor, tire
isso da sua cabeça.
Matteo piscou. Eu reprimi um sorriso e saí do quarto.
Aria e Luca estavam na sala de jantar, conversando em voz
baixa. Claro, eu sabia exatamente o que eles estavam
discutindo.
Aria me notou primeiro e ficou em silêncio. Depois de
alguns segundos de total silêncio, ela abriu um grande sorriso
para mim. Embora Luca não compartilhasse seu entusiasmo.
Eu o ignorei. — Você poderia me dar algumas de suas roupas?
Eu realmente preciso tomar banho e me trocar.
Luca ergueu as sobrancelhas. — Você precisa ficar
apresentável para ir embora?
Encontrei seu olhar. — Eu não vou sair. Nunca mais.
Aria estava praticamente pulando quando ela se
aproximou de mim e ligou nossos braços.
— Vamos ver. — disse Luca simplesmente. Aria lançou
a ele um olhar antes que ela me levasse lá em cima em direção
a seu closet.
— Não dê ouvidos a ele. Ele é protetor de Matteo. —
Aria murmurou. Ela puxou um jeans e uma camisa de mangas
compridas de suas gavetas e entregou para mim.
O protecionismo de Luca sobre Aria e Matteo era uma
das poucas coisas que eu gostava sobre ele. — Eu sei. Eu não
dei a ele qualquer razão para confiar em mim com seu irmão.
Aria me olhou com curiosidade, enquanto eu me despia.
— Então você vai voltar para o apartamento de Matteo?
Eu parei no meu caminho para o banheiro. Não era como
se eu já tivesse resolvido. Eu não tinha sequer começado
considerar onde viver depois de eu ter saído. — Sim. Eu vou
voltar a morar e ser sua esposa. Provavelmente não uma boa
esposa, mas Matteo sabia quando ele se casou comigo.
— Matteo não espera que você seja uma esposa perfeita.
Ele gosta de você por quem você é, com falhas e tudo.
Era a verdade, mesmo eu estando cega a ele por tanto
tempo. Eu entrei no chuveiro, mas não desliguei
imediatamente a água.
Aria afundou-se na borda da banheira. — Tem certeza
que você pode fazer o mesmo? Aceitar tudo dele, mesmo o seu
lado mau?
Havia um lado mau em Matteo, em cada homem feito,
mas eu vim a perceber que havia em mim também. Talvez não
tanto, mas estava lá. Em todos nós. Eu tinha tentado me tornar
outra pessoa, algum tipo de ideal que eu pensei que eu
precisava ser, mas eu nunca tinha sido assim e nunca o faria.
Matteo tinha colocado um espelho no meu rosto e me mostrou
quem eu realmente era e aonde eu pertencia. Eu odiei, eu tinha
lutado com unhas e dentes, mas era hora de ser corajosa.
— Sim. Eu amo, o seu lado mau e seu lado bom. — eu
disse com firmeza. Aria sorriu como se eu tivesse dado a ela
um enorme presente. Sorrindo de volta, eu mexi na água, e
realmente deixar as palavras afundarem, com sua veracidade.
Eu nunca ficaria bem com tudo como Matteo, nunca
faria nem a metade das coisas que ele tinha feito e eu
construiria um futuro. Mas eu percebi que eu não tinha que
estar feliz com todos os aspectos de sua vida. Enquanto Matteo
me tratasse com cuidado e respeito, desde que ele me amasse
eu o amasse, as coisas dariam certo.
Eu iria apoiá-lo e apoiá-lo da melhor maneira possível,
porque ele era meu e eu era dele.
Epílogo
GIANNA
Era final de abril e hoje era o primeiro dia quente do
ano. A temperatura finalmente subiu acima de 21°C. O mar
ainda estava frio demais para nadar, mas eu não me importei.
Eu não tinha certeza se era a praia e a brisa do mar que
me fizeram sentir livre. Eu andei para baixo do grande
gramado da mansão Vitiello em direção à praia. Matteo estava
logo atrás de mim, e se aproximou a julgar pelos seus passos.
Eu acelerei ainda mais, sem me atrever a lançar um olhar por
cima do meu ombro para verificar.
Meus pés bateram na areia. Não estava exatamente
quente, a água estava pior, mas eu não diminuí. Eu entrei em
direção as ondas suaves. No momento em que minhas
panturrilhas atingiram a água a minha respiração ficou presa
na minha garganta e eu tropecei em uma parada. Estava
definitivamente ainda demasiado frio para nadar. Eu quase caí
para a frente por causa do meu impulso. Com os dentes
batendo, eu estava prestes a sair novamente quando mãos
quentes agarraram minha cintura e me levantaram.
— Não! Não se atreva! — eu gritei.
Matteo riu e, em seguida, fui atirada pelo ar e aterrissei
em um mergulho na água gelada. Meus músculos se
contraíram por um momento, então eu avancei até a superfície
e ofeguei para respirar. Fiz uma careta para Matteo, que estava
sorrindo para mim. Ele estava com a água até seu estômago e
parecia não se importar com o frio. — Seu filho da puta. — eu
disse com meus dentes tremendo.
Meu corpo inteiro começou a tremer. Eu passei meus
braços em volta do meu peito tentando não congelar. As
sobrancelhas de Matteo se juntaram e ele veio em minha
direção, na verdade, parecendo preocupado. No momento em
que ele estava pra me alcançar, eu o ataquei. Corri para ele,
agarrando os ombros e tentando enterrá-lo sob a água.
Eu deveria ter considerado o quão Matteo era bom em
brigas físicas. Ele usou o meu impulso para me pegar e me
jogar por cima do ombro. — Ei! — eu gritei em protesto, mas
ele só bateu na minha bunda e começou a me levar para fora
do mar. — Onde você está me levando?
— Precisamos aquecê-la. — disse ele maliciosamente.
Excitação sacudiu através de mim, mas eu dei um show
chutando minhas pernas e martelando meus punhos contra
suas costas. Ele me levou para fora em direção a um canto do
gramado que estava protegido por arbustos. Um cobertor tinha
sido colocado lá. Ele tinha planejado isso!
Ele me deitou no cobertor e pairou sobre mim. Meu
corpo estava coberto de arrepios, e não apenas por causa do
frio.
— Que tal eu lamber cada gota de água fora de sua pele?
— Matteo murmurou, enquanto ele se inclinou e lambeu um
rastro quente acima do meu umbigo para minha clavícula.
— E se Aria ou Luca vierem até aqui? — eu sussurrei
enquanto ele empurrou meu biquíni para baixo, expondo meus
seios ao frio. Meus mamilos endureceram ainda mais e, em
seguida a boca quente de Matteo fechou em torno de um. Eu
me importava cada vez menos se alguém nos pegasse.
— Eles não vão sair tão cedo. — ele sussurrou contra a
minha pele. E essa foi à última vez que falamos por um longo
tempo. Seus lábios e mãos encontraram todos os lugares no
meu corpo, tirando o frio e deixando apenas calor em mim.
Quando ele finalmente entrou em mim, nossos corpos
pressionados juntos, parecia que tudo estava se encaixando.
Mesmo sem a brisa e o céu azul, eu me sentia livre.
Levou muito tempo, mas eu percebi que eu podia me sentir
livre, ser livre, mesmo quando eu estava com Matteo.
À noite, Matteo e Luca fizeram um churrasco na
varanda. O tempo estava firme e poderíamos comer lá fora.
Aria entrou para pegar a salada que ela tinha preparado
enquanto Matteo dirigiu-se para a adega para pegar algo para
beber. Isso me deixou sozinha com Luca que foi arrumar a
churrasqueira. Eu estava colocando a mesa, fingindo que ele
não estava lá. As coisas entre Luca e eu estavam tensas, nunca
tinham sido boas, mas pioraram desde que eu tinha aceitado
sua oferta meses atrás.
Eu tomei uma respiração profunda. Isso tinha que parar.
Luca não era apenas o irmão de Matteo, ele também era o
marido de Aria. Tínhamos que dar uma trégua em algum
momento. Larguei o último prato, limpei as mãos e, em
seguida, caminhei até Luca que estava virando as costeletas de
cordeiro marinado na grelha. Como se ele pudesse sentir a
minha atenção, ele olhou para cima. Foi inútil tentar ler sua
expressão. Eu fechei a distância restante entre nós. A maioria
de nossas interações não tinha sido exatamente civilizada.
Minha resposta para ele era geralmente irritante, mas eu estava
fazendo o meu melhor para manter minha expressão mais
aberta e amigável possível.
Luca levantou uma sobrancelha escura quando eu parei
ao lado dele.
De repente, me senti ridiculamente nervosa. — Eu sei
que você não gosta de mim. — eu comecei. — Mas eu acho
que nós deveríamos tentar nos dar bem por Aria e Matteo.
Consegui não me contorcer quando ele me examinou. O
que ele estava pensando?
— Eu não gosto de você porque eu odiei como você
tratou Matteo.
— Ok. — eu disse lentamente, não tenho certeza para
onde ir a partir daí.
— Mas eu estou começando a mudar de ideia.
— Você está?
Ele virou outra costeleta de cordeiro. — Estou
começando a pensar que talvez Matteo estivesse certo e vocês
dois juntos não é o pior que pode acontecer.
— Como? — Eu disse, sem saber se ele disse isso de
uma forma positiva. — Você é muito ruim com elogios.
— Eu não tenho o hábito de elogiar ninguém. E não diga
ao meu irmão, que eu disse que ele estava certo. Ele é
arrogante o suficiente. — Seus olhos foram para algo atrás de
mim e eu me virei e vi Matteo vindo à nossa direção, com os
braços carregados com várias garrafas de vinho.
— Ele é. — eu concordei com um sorriso. Luca me deu
o que poderia ser considerado a sua versão de um sorriso, e
algum tipo de entendimento silencioso passou entre nós.
Matteo colocou as garrafas de vinho sobre a mesa antes
de se juntar a nós, envolvendo o braço em volta da minha
cintura. — O que vocês estão fofocando?
— De você. — disse Luca e eu ao mesmo tempo.
— É mesmo? — Matteo levantou uma sobrancelha.
Aria voltou da cozinha, os olhos correndo entre nós. Ela
apertou-se contra Luca com um olhar confuso. — O que está
acontecendo?
— Seu marido e minha esposa estão discutindo meus
muitos traços maravilhosos. — disse Matteo.
Eu cutuquei seu lado. — Você é muito arrogante.
Matteo beijou minha orelha. — Admita você ama a
minha arrogância.
— Admito.
— Suas declarações de amor ainda deixam meus joelhos
fracos. — brincou.
Fiquei na ponta dos pés. — Sua arrogância não é a única
coisa que eu amo em você. — eu deixei meus olhos vagarem
pelo seu comprimento.
— Eu preciso de um cordeiro sangrento para anular esta
exibição repugnante de doçura. — Luca murmurou, mas eu
não perdi o olhar terno que ele tinha dado a Aria quando
pensava que ninguém estava prestando atenção.
Matteo me pegou em seus braços e me beijou. Luca
resmungou alguma coisa, mas eu não ouvi. Tudo o que
importava era Matteo.
Notas
[←1]
NRA, é uma organização norte-americana sem fins lucrativos que lista,
como seus objetivos, a proteção da segunda emenda da Constituição dos
Estados Unidos da América e a promoção dos direitos dos proprietários de
armas de fogo, a proteção da caça e da autodefesa nos Estados Unidos.
[←2]
(em português: descompensação horária; em medicina, dissincronose) é uma
fadiga de viagem.
[←3]
Homens mais velhos que namoram meninas mais novas e as sustentam.