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Esse tipo de pesquisa não apenas beneficia os agricultores ao otimizar recursos, mas também
destaca a importância da ciência na busca por soluções sustentáveis para desafios agrícolas.
Parabéns pelo trabalho realizado e pelos insights valiosos obtidos!
O cultivo do feijão caupi é predominante durante o período chuvoso, mas enfrenta desafios de
veranicos em alguns anos, resultando em déficit hídrico prejudicial ao desenvolvimento e
produtividade das culturas. A água desempenha um papel vital na fisiologia da planta, na
dinâmica de absorção e na utilização de nutrientes, destacando a importância da irrigação para
suprir essa deficiência e favorecer o cultivo de uma segunda safra na estação seca.
No entanto, o uso inadequado dos recursos hídricos na agricultura irrigada tem levado a um
alto desperdício de água, com consequências indesejáveis para o meio ambiente. Recomenda-
se a adoção de sistemas de irrigação localizada, que oferecem melhor eficiência e
uniformidade na aplicação de água, além de baixo consumo de energia.
O plantio foi feito manualmente em sulcos, com 4 sementes a cada 20 cm. Após 15 dias da
semeadura, foi realizado o desbaste, resultando em um estande final de 62.500 plantas por
hectare. Foi aplicada cobertura morta na superfície do solo, e o controle de ervas espontâneas
foi feito por capina manual.
A irrigação foi realizada por gotejamento, com vazão de 7,5 L h⁻¹ m⁻¹, pressão nominal de 10
mca e espaçamento entre gotejadores de 20 cm. Nos primeiros 20 dias após a semeadura,
todos os tratamentos foram irrigados para evitar déficit hídrico. A partir desse período, as
lâminas de irrigação foram diferenciadas conforme os tratamentos e determinadas com base
na evapotranspiração da cultura (ETc), obtida por dados meteorológicos da estação
do INMET.
A produtividade do feijoeiro foi determinada por meio do peso médio dos grãos, corrigido para
13% de umidade após secagem em estufa. A eficiência no uso da água (EUA) foi calculada em
mm por tonelada, relacionando a produtividade com a lâmina de irrigação utilizada.
Para análise econômica, o custo do milímetro de água foi calculado com base nos custos de
produtores que utilizam sistemas de irrigação por gotejamento. Foram considerados 20 anos
de vida útil da infraestrutura e 10 anos para o sistema de irrigação, com amortização em três
ciclos de cultivo por ano.
A análise de variância foi realizada, e a função de produção da cultura foi obtida por curvas de
regressão polinomial de segundo grau. A lâmina econômica de irrigação foi estimada pela
equação que iguala a zero a primeira derivada da função de produção.
Os resultados serão valiosos para determinar práticas sustentáveis e econômicas para o cultivo
do feijão caupi na região do Sertão Alagoano, otimizando o uso da água e maximizando a
eficiência econômica da irrigação.
Quando a irrigação se aproxima das condições ótimas de cultivo sem deficiências hídricas, a
eficiência no uso da água (EUA) tende a ser mais baixa. A produtividade física máxima da
cultura, conforme estimada pela função de produção, foi de 1,85 Mg ha⁻¹, alcançada com uma
lâmina total de irrigação de 280 mm (equivalente a 121% da ETc). Para obter produtividades
acima desse valor, indicando a cultura em condições ótimas de umidade no solo, outras
práticas agrícolas, como adubação, controle de pragas e doenças, podem ser necessárias.
CONCLUSÕES
O estudo destacou que a necessidade hídrica total do feijoeiro cultivado no verão/outono no
Sertão Alagoano é aproximadamente 230 mm. Quando irrigado por gotejamento, a
produtividade do feijão caupi na região varia entre 1,40 e 1,93 Mg ha-1. A lâmina econômica de
irrigação, que maximiza a eficiência econômica, foi em média em torno de 95% da
evapotranspiração da cultura (ETc).
Além disso, foi observado que o feijão caupi necessita de uma quantidade de água na faixa de
114 a 149 mm para produzir 1,0 Mg de grãos. Essa informação é crucial para os agricultores
na região, pois fornece orientações sobre a quantidade adequada de água a ser aplicada para
otimizar a produção, considerando tanto os aspectos agronômicos quanto os econômicos.