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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
APLICAÇÃO COM
TURBOPULVERIZADOR
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
APLICAÇÃO COM
TURBOPULVERIZADOR

Luiz Atílio Padovan

Júlio Cezar Marques Soares

Solymar Ghizzi Bentos


SENAR-AR/SP
São Paulo - 2018
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jarbas Mendes da Silva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Luiz Atílio Padovan - Engenheiro Agrônomo
Júlio Cezar Marques Soares - Engenheiro Agrônomo
Solymar Ghizzi Bentos - Engenheiro Agrônomo/Pedagogo

COLABORADORES REVISÃO GRAMATICAL


FATEC Shunji Nishimura – Pompeia André Pomorski Lorente
Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia – Pom-
peia FOTOS
Grupo Citromari - Fazenda Tamoios – Avencas - SP Amauri Benvindo Maciel
Máquinas Agrícolas JACTO S.A
Sindicato Rural de Pompeia DIAGRAMAÇÃO
Sindicato Rural de Presidente Prudente Thais Junqueira Franco
Sindicato Rural de Sorocaba Diagramadora do SENAR-AR/SP

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

Padovan, Luiz Atílio


Agrotóxicos: aplicação com turbopulverizador / Luiz Atílio Padovan,
Júlio Cezar Marques Soares, Solymar Ghizzi Bentos. – São Paulo :
SENAR/AR-SP, 2018.
86 p. : il. color. ; 30 cm

Bibliografia
ISBN 978-85-7125-000-0

1. Produtos químicos agrícolas – aplicação 2 . Segurança do trabalho


I. Padovan, Luiz Atílio II. Soares, Júlio Cezar III. Bentos, Solymar
Ghizzi IV. Título

CDD 632.95

Elaborado por Carolina Malange Alves - CRB-8/7281

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................................7

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................9

APLICAÇÃO COM TURBOPULVERIZADORES............................................................................................ 10

I. CONHECER OS ASPECTOS LEGAIS E DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DO PULVERIZADOR


COSTAL MOTORIZADO.......................................................................................................................... 11
1. CONHEÇA SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR............................................................................... 11
2. CONHEÇA AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO............................................................. 11
3. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO............................................................. 11
4. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL....................................................... 12
5. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO COM TURBOPULVERIZADOR.................. 15
6. CONHEÇA A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA................................................................................... 16
7. CONHEÇA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA................... 17
8. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA COM MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
AGRÍCOLAS......................................................................................................................................... 18
9. CONHEÇA AS NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS..................................................................... 20
10. CONHEÇA O MANUAL DO OPERADOR............................................................................................ 21

II. CONHECER OS TIPOS DE TURBOPULVERIZADORES....................................................................... 22


1. CONHEÇA O TURBOPULVERIZADOR MONTADO NOS TRÊS PONTOS DO TRATOR................... 23
2. CONHEÇA O TURBOPULVERIZADOR DE ARRASTO....................................................................... 23

III. CONHECER OS COMPONENTES E O CIRCUITO HIDRÁULICO DO TURBOPULVERIZADOR........ 24


1. CONHEÇA O TANQUE......................................................................................................................... 24
2. CONHEÇA O AGITADOR MECÂNICO OU HIDRÁULICO................................................................... 25
3. CONHEÇA OS FILTROS...................................................................................................................... 26
4. CONHEÇA A BOMBA........................................................................................................................... 29
5. CONHEÇA O COMANDO DE PULVERIZAÇÃO.................................................................................. 29
6. CONHEÇA OS BICOS DE PULVERIZAÇÃO....................................................................................... 30
7. CONHEÇA O INCORPORADOR DE AGROTÓXICO.......................................................................... 30
8. CONHEÇA O VENTILADOR................................................................................................................ 32
9. CONHEÇA O DEFLETOR.................................................................................................................... 33
10. CONHEÇA O SENSOR DE PLANTAS................................................................................................. 34

IV. CONHECER O FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO HIDRÁULICO DO TURBOPULVERIZADOR........ 35

V. CONHECER OS PARÂMETROS DA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS................ 36


1. CONHEÇA OS FATORES QUE INTERFEREM NA APLICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS................... 36
2. CONHEÇA A VAZÃO............................................................................................................................ 39
3. CONHEÇA A PRESSÃO....................................................................................................................... 39
4. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO..................................................................................... 41

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5. CONHEÇA A VELOCIDADE................................................................................................................. 41
6. CONHEÇA A FAIXA DE APLICAÇÃO................................................................................................... 43
7. CONHEÇA O TAMANHO DE GOTA..................................................................................................... 44
8. CONHEÇA SOBRE A DERIVA E A EVAPORAÇÃO............................................................................. 44
9. CONHEÇA A COBERTURA DE APLICAÇÃO...................................................................................... 45

VI. CONHECER A PONTA DE PULVERIZAÇÃO.......................................................................................... 48


1. ESCOLHA O TIPO DE PONTA............................................................................................................. 48
2. ESCOLHA A VAZÃO DA PONTA DE PULVERIZAÇÃO........................................................................ 49
3. ESCOLHA O MATERIAL DA PONTA.................................................................................................... 50

VII. FAZER A INSPEÇÃO E A MANUTENÇÃO DO TURBOPULVERIZADOR............................................. 51


1. FAÇA A INSPEÇÃO DOS COMPONENTES DO PULVERIZADOR..................................................... 51
2. FAÇA A MANUTENÇÃO DOS COMPONENTES DO TURBOPULVERIZADOR................................. 54
3. FAÇA A INSPEÇÃO DA VAZÃO DAS PONTAS DE PULVERIZAÇÃO................................................. 57

VIII. FAZER A REGULAGEM DO TURBOPULVERIZADOR........................................................................... 58


1. ESCOLHA O TIPO E VAZÃO DA PONTA............................................................................................. 58
2. AJUSTE OS BICOS.............................................................................................................................. 59
3. AJUSTE OS DEFLETORES................................................................................................................. 60

IX. FAZER A CALIBRAGEM DO TURBOPULVERIZADOR.......................................................................... 61


1. FAÇA A CALIBRAGEM UTILIZANDO MÉTODO PRÁTICO................................................................. 61
2. FAÇA A CALIBRAGEM UTILIZANDO A EQUAÇÃO MATEMÁTICA (FÓRMULA) .............................. 67

X. FAZER A AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO................................................................................................. 70

XI. FAZER O PREPARO DA CALDA............................................................................................................. 72


1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DA CALDA...................................................................... 72
2. DETERMINE A QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A SER COLOCADA NO TANQUE DO
TURBOPULVERIZADOR..................................................................................................................... 73
3. FAÇA O PREPARO DA CALDA............................................................................................................ 75

XII. FAZER A APLICAÇÃO............................................................................................................................. 79


1. ATENTE PARA OS CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO................................................................... 79
2. Atente para os cuidados durante a aplicação....................................................................................... 79
3. Atente para os cuidados depois da aplicação...................................................................................... 80

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................. 82

ANEXO 1..........................................................................................................................................................83

ANEXO 2..........................................................................................................................................................84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................ 86

6 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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INTRODUÇÃO

Esta cartilha descreve, de forma detalhada e generalizada para diferentes marcas e modelos,
todos os procedimentos necessários para a aplicação de agrotóxicos com turbopulverizador,
levando ao operador, as informações técnicas e de segurança para a correta execução da
operação.

Contém informações gerais sobre os tipos e as características da constituição dos sistemas


hidráulicos de pulverização e de incorporação do agrotóxico.

Trata também dos aspectos da tecnologia de aplicação e das pontas de pulverização, que
são parâmetros para a correta regulagem e calibragem do pulverizador, enfatizando-os como
itens fundamentais no processo da aprendizagem do operador desse pulverizador.

Também são descritos os aspectos legais e de segurança na operação do turbopulverizador,


focando as precauções para a correta execução das operações, preservando a saúde e a
segurança do trabalhador, além de interferir na melhoria da qualidade e produtividade das
pulverizações agrícolas.

O trabalhador deve atuar com segurança, minimizando os riscos pertinentes ao trabalho


rural, sendo assim é indispensável os conhecimentos adquiridos no curso de Agrotóxicos:
Uso correto e seguro – NR 31.8. Os conteúdos desses dois cursos se complementam,
proporcionando benefícios aos produtores, trabalhadores e à sociedade como um todo.

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APLICAÇÃO COM TURBOPULVERIZADORES

A aplicação de agrotóxicos consiste na deposição de gotas sobre um alvo desejado com


tamanho e quantidade adequados ao objetivo proposto.

A aplicação é uma operação que pode ocorrer várias vezes durante o ciclo de uma cultura,
além de ser um dos itens de grande impacto no custo da lavoura. Esses fatos, junto com a
questão de eficiência e segurança, determinam a condição de se ter pulverizadores cada
vez mais evoluídos. Por isso, as pessoas envolvidas nesse processo devem atualizar-se
constantemente para acompanhar esse desenvolvimento por meio de treinamento.

A capacitação do operador possibilita aproveitar todos os recursos que a máquina oferece,


melhorando a qualidade na aplicação, evitando quebras, aumentando a produção do trabalho,
garantindo vida útil do equipamento e, consequentemente, reduzindo o custo operacional.

A cartilha aborda os ensinamentos de manuseio do pulverizador, principalmente nos itens


de regulagens, calibração, com seu passo a passo, porém é indispensável que o usuário
tenha sempre em mãos o manual do operador da máquina, que deverá ser consultado para
sanar dúvidas com relação ao bom funcionamento do equipamento.

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I. CONHECER OS ASPECTOS LEGAIS
E DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DO
TURBOPULVERIZADOR
Antes do conhecimento do agrotóxico, da máquina e de suas tecnologias, é importante
conhecer os aspectos legais sobre a operação com pulverizadores, como as normas de
segurança, o manual do operador e os cuidados na operação.

1. CONHEÇA SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde é o maior patrimônio do trabalhador e cabe a ele preservá-la, atentando para as


condições do seu trabalho. Ao empregador cabe oferecer todos os meios para que o trabalho
realizado pelo empregado ocorra amparado por todos os recursos possíveis a fim de preservar
a integridade física do trabalhador.

Segundo a Organização das Nações Unidas, “saúde é um estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”

A saúde é o resultado das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente,


trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde, formas de
organização social e de produção.

A preservação da saúde não traz vantagem maior a não ser aos próprios trabalhadores.

2. CONHEÇA AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança é um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes


de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de
trabalho do trabalhador.

O operador do pulverizador deve estar capacitado e autorizado para essa atividade. Para
isso, deve ser capaz de compreender as instruções inerentes a sua função, por meio de
cursos de formação, e conhecer as normas de segurança relativas ao trabalho que realiza.

Devido aos riscos de acidentes a que o operador rural está sujeito, foram criadas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego normas de segurança, que visam diminuir os acidentes no
trabalho. Especificamente, no que tange ao assunto de máquinas e implementos agrícolas,
citam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) 06, 12 e 31.

3. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO

No ambiente de trabalho o trabalhador está exposto a diversos fatores de riscos que podem
ocasionar acidentes ou doenças de trabalho.

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3.1. Conheça o que é acidente de trabalho

No âmbito legal é considerado acidente de trabalho aquele que acontece no exercício do


trabalho a serviço da empresa, provoca lesão corporal ou perturbação funcional e pode
causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
(Lei 8.213/91 do INSS).

No conceito prevencionista, ao contrário de se constituir obra do acaso como sugere a palavra


acidente, acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de
desencadeá-los encontram-se presentes na situação de trabalho (passíveis de identificação)
muito tempo antes de serem desencadeados.

As possíveis causas de acidentes de trabalho podem ser agrupadas em duas:

• Ato inseguro: é a maneira como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente,


aos riscos de acidentes.

• Condição insegura: são condições presentes no ambiente de trabalho que oferecem perigo
ou riscos ao trabalhador.

3.2. Conheça o que é doença do trabalho

São aquelas que podem ser adquiridas ou desencadeadas pelas condições inadequadas
em que o trabalho é realizado e que expõem o trabalhador aos agentes nocivos à saúde.

As doenças do trabalho normalmente ocorrem quando há pequenas exposições ao risco por


um período prolongado, podendo aparecer meses ou anos depois.

Precaução!!!

O trabalhador deve cuidar da sua saúde diminuindo sua exposição aos fatores de
riscos, pois o fato de não haver sinais ou sintomas de intoxicação imediatos não
quer dizer que a doença não possa aparecer no futuro.

4. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL

Os riscos no trabalho rural são inerentes à atividade, assim o trabalhador deve estar
capacitado para o uso dos equipamentos a fim de minimizar estes riscos e assim diminuir
os acidentes.

Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com o
Ministério do Trabalho e Emprego.

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4.1. Conheça os riscos físicos

Os agentes de risco físico são: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e
não-ionizantes, vibração, etc.

4.2. Conheça os riscos químicos

Os agentes de risco químico são as substâncias, compostos ou produtos que possam


penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que, pela natureza da atividade, sejam de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo por meio das vias dérmica, ocular,
oral e inalatória.

4.3. Conheça os riscos biológicos

São agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, protozoários, entre
outros.

4.4. Conheça os riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são os que podem interferir nas características psicofisiológicas


do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde no longo prazo como o
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, jornada de trabalho extenso,
repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.

4.5. Conheça os riscos de acidentes

Os riscos de acidentes são provocados por fatores que colocam o trabalhador em situação
vulnerável e podem afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico, como as
máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, curto-circuito, armazenamento e iluminação inadequados, animais peçonhentos,
uso de ferramentas inadequadas ou defeituosas, etc.

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4.6. Conheça a tabela de classificação de riscos

Cada tipo de risco é identificado por uma cor, o que facilita a sinalização, contribuindo para
a segurança a do trabalhador.

GRUPO 01 GRUPO 02 GRUPO 03 GRUPO 04 GRUPO 05


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

RISCO RISCO RISCO DE


RISCO FÍSICO RISCO QUÍMICO
BIOLÓGICO ERGONÔMICO ACIDENTES

Esforço físico Arranjo físico


Ruído Poeiras Vírus
intenso inadequado

Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual equipamentos
de peso sem proteção
Exigência Ferramentas
Radiações
Névoas Protozoários de postura inadequadas ou
ionizantes
inadequada defeituosas

Radiações não Controle rígido de Iluminação


Neblinas Fungos
ionizantes produtividade inadequada

Imposição de
Frio Gases Parasitas Eletricidade
rítmos excessivos

Probabilidade
Trabalho em turno
Calor Vapores Bacilos de incêndio ou
e noturno
explosão
Substâncias
Jornada de
Pressões compostas ou Armazenamento
trabalho
anormais produtos químicos inadequado
prolongadas
em geral

Monotonia e Animais
Umidade
repetitividade peçonhentos

Outras situações
Outras situações
de risco que
causadoras de
poderão contribuir
estresse físico ou
para a ocorrência
psíquico
de acidentes

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5. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO COM TURBOPULVERIZADOR

Os possíveis riscos e suas medidas preventivas no trabalho com turbopulverizador estão


descritos na tabela de riscos a seguir:

Fonte geradora: O próprio equipamento


Ruído

Tempo de exposição: Contínuo


RISCO FÍSICO

Uso do protetor auricular e manutenção


Medidas preventivas:
preventiva no equipamento
Fonte geradora: Sol
ionizante
Não

Tempo de exposição: Contínuo

Medidas preventivas: Uso de protetor solar, mangas compridas.


Manuseio do agrotóxico no preparo da calda e
Fonte geradora:
na aplicação.
Uso de agrotóxicos
RISCO QUÍMICO

Tempo de exposição: Contínuo


Uso de EPIs para aplicação de agrotóxicos
(máscara própria para produtos orgânicos, jaleco
Medidas preventivas: e calça impermeáveis, toca árabe, viseira ou
óculos, luvas a base de nitrila e bota de PVC, em
alguns casos o uso do avental impermeável).
Fonte geradora: -
BIOLÓGICO

Não há
RISCO

Tempo de exposição: -

Medidas preventivas: -
ERGONÔMICO

Fonte geradora: Posto de trabalho inadequado.


inadequada
de postura
Exigência
RISCO

Tempo de exposição: Durante a operação de pulverização.

Medidas preventivas: Readequação do posto de trabalho.

Acessórios do implemento (parafusos, pontas


Cortes, perfurações e

Fonte geradora: de ferro, cantos da máquina, polias, tomadas de


esmagamento

força, etc.)
RISCO DE ACIDENTES

Acoplamento, inspeção e manutenção do


Tempo de exposição:
pulverizador.
Treinamento, uso de luvas e ferramentas
Medidas preventivas:
adequadas.

Fonte geradora: Abastecimento e manutenção do pulverizador.


Quedas

Durante abastecimento e manutenção do


Tempo de exposição:
pulverizador.
Medidas preventivas: Treinamento e adesivos antiderrapantes.

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6. CONHEÇA A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

A sinalização pretende orientar e condicionar a atuação do trabalhador perante situações


de risco para as quais se pretende chamar a atenção. É uma condição básica essencial de
segurança.

O empregador deve implementar a sinalização de segurança e saúde na empresa como


componente essencial de prevenção dos riscos profissionais, associada a processos e
métodos de organização do trabalho.

A sinalização de segurança pode ser dividida em vários grupos, com seus respectivos
símbolos.

a) Sinalização de segurança e saúde – fornece indicações ou prescrições relativas à


Segurança e Saúde do Trabalho por intermédio de placas, cores, comunicações verbais
e sinais luminosos, acústicos ou gestuais.

b) Sinal de proibição – proíbe um comportamento susceptível de provocar ou se expor a


um perigo.

c) Sinal de aviso – adverte sobre um perigo ou um risco.

d) Sinal de obrigação – impõe um determinado comportamento.

e) Sinal de salvamento ou socorro – dá indicações de saídas de emergência ou meios de


socorro ou salvamento.

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f) Sinal de indicação – fornece indicações não abrangidas por sinais de proibição, aviso,
obrigação e de salvamento ou socorro.

A sinalização deve ter caráter permanente, exceto quando as situações a identificar forem
de caráter acidental, como ações específicas de evacuação ou orientação, por exemplo.

A eficácia da sinalização de segurança depende da sua localização correta, do número


suficiente e do bom estado de conservação ou funcionamento.

Atenção!!!

Mantenha sempre os decalques de segurança limpos e legíveis, e troque-os quando


se danificarem.

7. CONHEÇA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

Os Equipamentos de Proteção são disponibilizados pelo empregador e têm a função de


minimizar os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, bem como proteger a
integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

7.1. Conheça os Equipamentos de Proteção


Individual - EPIs

Os EPIs são todos os dispositivos utilizados


individualmente pelo trabalhador, com a
finalidade de protegê-lo contra possíveis
riscos à sua saúde ou segurança durante
a realização de determinada atividade. Um
EPI pode ser constituído de um ou mais
dispositivos que, associados, protegem o
utilizador contra diferentes riscos.

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7.2. Conheça os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs

Os Equipamentos de Proteção Coletiva são utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo


de proteger um grupo de pessoas ao mesmo tempo.

Exemplos de EPC:

• Barreiras de proteção e de proteção contra luminosidade e radiação;

• Corrimão;

• Fitas sinalizadoras;

• Placas de alertas;

• Antiderrapantes em degraus de escada e piso


antiderrapante;

• Extintores de incêndio;

• Chuveiro de segurança;

• Cones e sinalizadores.

8. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA COM MÁQUINAS E


IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

Alguns procedimentos de segurança são necessários no momento de realizar a operação


do pulverizador:

• O operador deve ser habilitado conforme o Código Nacional de Trânsito e estar ciente
das exigências da legislação vigente;

• O operador deve estar treinado e familiarizado com todos os comandos e controles da


máquina antes de operá-la;

• O segundo assento, se equipado, é fornecido somente para treinamento do operador ou


diagnosticar falhas;

18 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


• Evite velocidade excessiva;

• Acione o freio de estacionamento antes de descer do trator;

• Quando se trafega em estradas é obrigatória a utilização do sinal de advertência e do


sinal luminoso (giroflex);

• Evite o funcionamento do trator em ambientes fechados;

• Mantenha uma distância segura de valetas ou barrancos;

• Nos reboques utilize exclusivamente cambão nos pontos de engate indicados no manual
do operador;

• Nunca desça do trator com este em movimento;

• Nunca dirija embriagado;

• Mantenha o trator engrenado ao descer rampas;

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• Evite fumar ou provocar faíscas quando se abastece ou manuseia líquidos facilmente
inflamáveis, pois isso causa riscos de incêndio ou explosão;

• Utilize fonte de iluminação adequada (lanternas ou pendentes) quando está trabalhando


ou procurando vazamento no trator ou no pulverizador. Evite a utilização de isqueiros;

• Se for necessário usar baterias auxiliares, lembre-se de que em ambas as extremidades


dos cabos devem ser ligadas do seguinte modo: (+) com (+) e (-) com (-);

• Ao fazer serviços de solda no pulverizador, desengate este do trator ou desconecte os


cabos da bateria e coloque o cabo negativo da solda o mais próximo possível do local a
ser soldado;

• Ao fazer manutenção no sistema hidráulico, certifique-se de que esteja despressurizado.

9. CONHEÇA AS NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

Algumas noções para prestação de primeiros socorros devem ser conhecidas pelo trabalhador.

• Não tente remover objetos estranhos dos olhos. Deixe que o pessoal médico qualificado
o faça;

• No caso de respingos de substâncias nocivas nos olhos, lave-os com uma quantidade
abundante de água limpa;

• Caso haja suspeita de contusão séria ou fratura da coluna, não mova o acidentado. A sua
remoção deve ser feita por pessoal da área médica;

• Substâncias perigosas sobre a pele poderão ser removidas com quantidade abundante
de água, evitando-se esfregar o local;

• Conheça onde ficam os chuveiros de emergência e as fontes lava-olhos;

• Em caso de ingestão de produtos perigosos, proceda aos primeiros socorros de acordo


com a orientação do fabricante do produto.

20 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


10. CONHEÇA O MANUAL DO OPERADOR

No manual do pulverizador, além das informações sobre a operação, constam também os


cuidados de segurança no trabalho, descrição do pulverizador, adequação para o trabalho
e especificações técnicas.

A Norma Regulamentadora 12 e seus anexos definem as seguintes recomendações a respeito


do manual do pulverizador:

“12.125. As máquinas e equipamentos devem possuir manual de instruções fornecido pelo


fabricante ou importador, com informações relativas à segurança em todas as fases de
utilização”

“12.128. Os manuais das máquinas e equipamentos fabricados ou importados a partir da


vigência desta Norma devem conter, no mínimo, as seguintes informações:

a) razão social, CNPJ e endereço do fabricante ou importador;

b) tipo, modelo e capacidade;

c) número de série ou número de identificação e ano de fabricação;

d) normas observadas para o projeto e construção da máquina ou equipamento;

e) descrição detalhada da máquina ou equipamento e seus acessórios;

f) diagramas, inclusive circuitos elétricos, em especial a representação esquemática das


funções de segurança;

g) definição da utilização prevista para a máquina ou equipamento;

h) riscos a que estão expostos os usuários, com as respectivas avaliações quantitativas de


emissões geradas pela máquina ou equipamento em sua capacidade máxima de utilização;

i) definição das medidas de segurança existentes e daquelas a serem adotadas pelos


usuários;

j) especificações e limitações técnicas para a sua utilização com segurança;

k) riscos que podem resultar de adulteração ou supressão de proteções e dispositivos de


segurança;

l) riscos que podem resultar de utilizações diferentes daquelas previstas no projeto;

m) procedimentos para utilização da máquina ou equipamento com segurança;

n) procedimentos e periodicidade para inspeções e manutenção;

o) procedimentos a serem adotados em situações de emergência;

p) “indicação da vida útil da máquina ou equipamento e dos componentes relacionados com


a segurança”.

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II. CONHECER OS TIPOS DE
TURBOPULVERIZADORES

O turbopulverizador, também chamado de turbo atomizador ou pulverizador hidropneumático,


é utilizado na aplicação de agrotóxicos em culturas arbóreas como citros, café, uva,
seringueira, mamão, pêssego, manga, caqui e outras.

Nessas culturas, para que se possa ter eficácia na aplicação, há a necessidade do uso de
um volume de ar que possa levar as gotas até o alvo. Primeiramente o líquido é fragmentado
em gotas pelo princípio hidráulico e posteriormente sofre uma subdivisão suplementar pelo
princípio pneumático.

Os bicos hidráulicos são montados em um ramal, envolvendo o ventilador. Dessa forma as


gotas geradas pelo sistema hidráulico são lançadas diretamente na corrente de ar, para
serem conduzidas até a planta.

Os turbopulverizadores são máquinas que diferem muito quanto ao tamanho, capacidade do


tanque e capacidade de geração de vento, em função do porte e da arquitetura da planta,
havendo modelos específicos para determinadas culturas.

Quanto ao acoplamento no trator, essas máquinas podem ser montadas sobre os três pontos
de engate do sistema hidráulico ou de arrasto.

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1. CONHEÇA O TURBOPULVERIZADOR MONTADO NOS TRÊS PONTOS DO TRATOR

Os turbopulverizadores montados possuem tanque de 200 a 800 litros e são aplicados em


culturas de porte pequeno, que não necessitam de grandes volumes de pulverização.

2. CONHEÇA O TURBOPULVERIZADOR DE ARRASTO

Os turbopulverizadores de arrasto possuem tanque variando de 1000 a 4000 litros e são


aplicados em culturas de grande porte, com grande geração de ar e altos volumes de
pulverização.

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III. CONHECER OS COMPONENTES E O CIRCUITO
HIDRÁULICO DO TURBOPULVERIZADOR

O turbopulverizador possui um circuito hidráulico com componentes comuns em relação aos


demais pulverizadores pressurizados.

Apesar de se diferenciarem quanto ao tamanho, acoplamento ao trator e empregabilidade


em relação à cultura, os turbopulverizadores apresentam componentes comuns.

1. CONHEÇA O TANQUE

O tanque é fabricado de polietileno, que é o mais comum, ou de fibra de vidro e contém os


seguintes componentes para uma boa performance:
• Tampa com válvula de respiro; • Filtro do tipo coador ou peneira;

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• Agitador mecânico ou hidráulico;

• Fundo afunilado para total esgotamento;

• Indicador de nível do líquido no tanque.

2. CONHEÇA O AGITADOR MECÂNICO OU HIDRÁULICO

Nos turbopulverizadores a agitação da calda é indispensável, pois a maioria das formulações


usadas exige constante agitação da calda.

Os agitadores são responsáveis pela mistura e homogeneização da calda dentro do


tanque do pulverizador. Podem ser mecânicos ou hidráulicos, sendo que a maioria dos
turbopulverizadores possuem ambos.
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2.1. Conheça o agitador mecânico

O agitador mecânico é constituído por uma hélice, localizada internamente ao tanque,


acionada por correia ou cardan com rotação proveniente da Tomada de Potência do trator.
Deve-se trabalhar coma rotação de 540 rpm na TDP por ser essa rotação para o qual o
sistema normalmente é dimensionado.

2.2. Conheça o agitador hidráulico

A agitação hidráulica pode ser feita pelo simples retorno da calda para o tanque, podendo
ser potencializada com inserção de um ejetor (agitador hidráulico), que é um componente
do circuito hidráulico de pulverização, instalado na parte interna do reservatório principal
do pulverizador, que funciona com o efeito de venturi, aumentando a vazão para agitação
e homogeneização da calda.

3. CONHEÇA OS FILTROS

Os filtros do pulverizador têm a função de reter as impurezas protegendo os componentes,


garantindo uma boa pulverização e evitando paradas frequentes para desentupimento. O
número de filtros em um pulverizador pode variar, sendo os tipos mais comuns: filtro de
sucção, filtro de linha e filtro individual do bico.

O que define a capacidade de filtragem é a malha do filtro. A unidade da malha do filtro é


dada em número de furos por polegada linear, o que significa que, quanto maior o número,
maior a capacidade de filtragem, porém exige um menor intervalo de tempo para a limpeza.
A malha a ser utilizada nos filtros depende da vazão da ponta e da formulação do agrotóxico.
Deve ser dimensionada corretamente, para prevenir entupimentos, garantindo uniformidade
na aplicação.

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MALHA FINA MALHA ADEQUADA MALHA MUITO GROSSA

1´´

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3.1. Conheça o filtro de sucção

O filtro de sucção está situado entre o tanque e a bomba, e visa protegê-la. Normalmente,
incorporado a este filtro, existe um registro de pressão que é utilizado quando se faz a limpeza
do filtro. O intervalo para a limpeza está em função da qualidade da água de abastecimento
e da formulação do agrotóxico.

Precaução!!!

Ao proceder à limpeza do filtro de sucção, utilize EPI adequado.

3.2. Conheça o filtro do bico

O filtro do bico tem função de proteger os orifícios contra entupimentos


e danos. A malha do filtro mais adequada para cada tipo de bico é
indicada no catálogo do fabricante das pontas.

Em alguns turbopulverizadores, que utilizam pontas de alta vazão,


não são utilizados filtros nos bicos.

Precaução!!!

1. Ao proceder à limpeza do filtro do bico, utilize EPI adequado.

2. Nunca limpe o filtro soprando-o. Utilize escova com cerdas de náilon ou ar


comprimido.

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4. CONHEÇA A BOMBA

A maioria das bombas utilizadas em turbopulverizadores é de pistão, existindo alguns com


bombas de diafragma. O acionamento da bomba é feito pela tomada de potência do trator,
que pode ser diretamente na bomba ou através de polias e correias.

As bombas de pistão variam de três a quatro pistões com capacidade de produzir uma vazão
entre 75 e 300 litros por minuto e resistir a uma pressão de até 35 bar, na rotação de 540
rotações por minuto.

A vazão total das pontas do pulverizador deve ser de no máximo 70% da vazão da bomba,
ou seja, o retorno deve ser de, no mínimo, 30% da vazão total da bomba.

5. CONHEÇA O COMANDO DE PULVERIZAÇÃO

O comando de pulverização exerce duas funções básicas:

Como regulador de pressão: tem a função de fazer a divisão do fluxo entre os bicos e o
retorno, determinando assim a pressão no sistema de pulverização.

Como válvula direcional: por meio de alavancas ou botões, tem a função de fazer a abertura
total ou parcial dos bicos nos ramais.

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6. CONHEÇA OS BICOS DE PULVERIZAÇÃO

O bico de pulverização é todo o conjunto de estruturas de fixação no ramal: corpo, filtro,


capa, ponta e anel de vedação.

As pontas hidráulicas são componentes do pulverizador responsáveis por transformar a


calda em pequenas gotas e distribuí-las numa determinada faixa. A classificação das pontas
será discutida posteriormente.

7. CONHEÇA O INCORPORADOR DE AGROTÓXICO

Turbopulverizadores de grande porte possuem o incorporador de agrotóxico, que tem a


função de facilitar o preparo da calda, com segurança, em um reservatório à parte e, em
seguida, incorporar o agrotóxico no tanque de pulverização. Possui também um dispositivo
para lavagem das embalagens vazias.

7.1. Conheça o incorporador de agrotóxico

Este componente permite que o operador faça o preparo da calda de forma fácil e segura,
pois a colocação do agrotóxico no tanque é feita diretamente do solo.

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Possibilita a incorporação de formulações
líquidas, de pó molhável ou grânulos, desde
que seja respeitada a recomendação do
fabricante quanto à realização de uma pré-
diluição.

Precaução!!!

Ao realizar o preparo da calda, utilize os EPIs adequados.

Alerta Ecológico!!!

A calda deve ser preparada longe de córregos, nascentes e outras fontes de água.

7.2. Conheça o lavador de embalagens vazias

O lavador de embalagens vazias sob pressão pode vir montado no incorporador de agrotóxico
ou no bocal do tanque.

Dependendo da marca e do modelo do pulverizador, a lavagem sob pressão da embalagem


vazia é feita pela própria calda ou com água destinada para limpeza em tanque próprio.

Precaução!!!

Ao realizar a lavagem da embalagem sob pressão, utilize os EPIs adequados.

Atenção!!!

Realize a lavagem sob pressão durante o preparo da calda.

Alerta Ecológico!!!

A lavagem deve ser realizada longe de córregos, nascentes e outras fontes de água.

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8. CONHEÇA O VENTILADOR

O ventilador é um componente fundamental no turbopulverizador, pois nele é gerado o fluxo


de ar que vai conduzir as gotas dos bicos até o alvo garantindo, a cobertura e penetração
da pulverização na planta.

A energia para a movimentação dos ventiladores pode ser fornecida pela TDP ou por um
motor próprio do pulverizador. Quando a energia for fornecida pela TDP a rotação é ampliada
para o ventilador por meio de polias e correias ou ainda por engrenagens.

O sistema ventilador e bomba consome grande quantidade de potência do trator, sendo


importante uma correta adequação do conjunto trator/turbopulverizador.

Os turbopulverizadores possuem ventiladores em diferentes alturas dependendo do porte da


cultura. De maneira geral a altura do centro do ventilador deve coincidir com a altura média
da planta a ser pulverizada.

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9. CONHEÇA O DEFLETOR

O defletor é o componente que tem a finalidade de direcionar o ar gerado pelo ventilador.


Esse direcionamento pode ser para os lados (lateral) da máquina ou para cima, dependendo
da cultura. O defletor com direcionamento lateral pode ser unilateral ou bilateral.

Para a pulverização unilateral é utilizada a voluta, que é um defletor em forma de espiral


instalado em uma das laterais da máquina.

A pulverização unilateral é realizada em culturas de grande porte ou em caso de infestações


que exigem alto volume.

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A pulverização bilateral é normalmente
realizada em culturas de menor porte e
com vão livre entre linhas que permita a
pulverização com menores perdas por
deriva e evaporação.

10. CONHEÇA O SENSOR DE PLANTAS

Alguns turbopulverizadores são equipados com sensor de plantas, que tem a função de
fechar automaticamente a pulverização no vão livre entre as plantas, evitando perdas de
produto e diminuindo a contaminação ambiental.

O funcionamento deste componente dá-se por meio de um processador, que recebe e


processa as informações do sensor de planta e do sensor de roda, e assim, aciona as
eletroválvulas para abrir ou fechar o fluxo de calda nos bicos.

A pulverização acontece somente onde há planta, permanecendo interrompida nos intervalos,


nas falhas ou nos finais de rua. Tudo isso acontece automaticamente, sem a atuação do
operador.

Esse componente proporciona economia de agrotóxico e resulta em maior rendimento em


plantas tratadas por tanque, sem interferir na qualidade da aplicação.

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IV. CONHECER O FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO
HIDRÁULICO DO TURBOPULVERIZADOR

Em um circuito de pulverização, a calda sai pela parte inferior do tanque, passa pelo filtro
de sucção e chega até a bomba.

A bomba recebe rotação da Tomada de Potência do Trator e tem a função de gerar uma
vazão, levando a calda até o comando. Em função da posição do regulador de pressão no
comando, a calda divide-se entre o retorno e os bicos.

Quanto maior for à obstrução da passagem da calda para o retorno, maior será a quantidade
enviada para os bicos, aumentando assim a pressão.

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V. CONHECER OS PARÂMETROS DA
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS

Para melhor entendimento sobre a regulagem e calibração do pulverizador e sobre a


correta aplicação de agrotóxicos, é importante conhecer alguns parâmetros da tecnologia
de aplicação de agrotóxicos.

1. CONHEÇA OS FATORES QUE INTERFEREM NA APLICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS

A qualidade da aplicação dos agrotóxicos na lavoura está sujeita a fatores que o aplicador
deverá conhecer e analisar previamente à tomada de decisão da aplicação. A interação
desses fatores fará com que o agrotóxico atinja plenamente seus objetivos.

Os fatores são: o alvo (praga, doença e planta daninha), o agrotóxico, o pulverizador, o


momento e o ambiente. Qualquer um destes fatores que for ignorado no momento da
regulagem e da aplicação poderá comprometer o resultado do trabalho.

1.1. Conheça a interferência do alvo

O alvo é a espécie de praga, doença ou planta daninha a ser controlada. Também conhecido
como alvo biológico, que é onde o agrotóxico deve agir para exercer sua eficácia. O
conhecimento detalhado do alvo é importante para definir o agrotóxico, o tipo de pulverizador
e o momento para a aplicação.

O agrotóxico deve atingir o alvo químico para exercer sua eficácia no controle do alvo
biológico.
36 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
O alvo químico é o local onde o agrotóxico pode ser colocado para que tenha capacidade
de atingir o alvo biológico selecionado.

1.2. Conheça a interferência do agrotóxico

O agrotóxico, também chamado de defensivo agrícola, pesticida, produto fitossanitário ou


agroquímico, é usado para controlar pragas, doenças e plantas daninhas que causam danos
às plantações. Existem diversos tipos de agrotóxicos no mercado em função do modo de
aplicação e da finalidade.

Em relação ao uso, o agrotóxico deverá ser depositado de forma direta ou indireta, pelo
processo de aplicação. Diretamente, quando se coloca o agrotóxico em contato com o
alvo no momento da aplicação, e indiretamente, quando se atinge o alvo posteriormente,
pelo processo de redistribuição, que poderá se dar por meio da translocação sistêmica e
translaminar.

Por isso, é importante conhecer as características do agrotóxico como modo de ação, classe,
formulação, ingrediente ativo, concentração, dosagem, entre outras.

1.3. Conheça a interferência do pulverizador

O equipamento de pulverização é responsável pela transformação do líquido (calda) em gotas


que deverão ser depositadas sobre o alvo desejado com tamanho e quantidade adequados.

Por meio da regulagem e da calibração do pulverizador se obtêm respectivamente a qualidade


e a quantidade da aplicação.

O pulverizador deve ser mantido em boas condições de uso, respeitando sempre as


indicações dos fabricantes quanto à condição de operação e de manutenção (lubrificação,
reposição de peças, revisões periódicas, etc.).

1.4. Conheça a interferência do momento da aplicação

O momento da aplicação é a ocasião correta em que o agrotóxico deverá ser aplicado e é


definido em função dos seguintes itens:

• Método de controle do agrotóxico, que pode ser preventivo ou curativo;

• Classe do herbicida, que pode ser pré ou pós-emergente;

• Estágio de desenvolvimento da planta;

• Intervalo de aplicação;

• Nível de dano econômico.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 37


Somente por meio de observações cuidadosas e periódicas dos fatores citados acima é que
poderá ser determinado o momento exato a ser aplicado o agrotóxico, de forma a se obter
um controle eficiente econômico das pragas, doenças e plantas daninhas.

1.5. Conheça a interferência do ambiente

A eficácia da aplicação do agrotóxico está em colocar a quantidade correta de agrotóxico


no alvo, para que este exerça sua ação de forma segura, sem riscos ao meio ambiente e à
saúde humana.

Os fenômenos climáticos como o vento, a temperatura e a umidade relativa do ar podem


interferir na eficácia da aplicação, pois agem de forma a causar perdas das gotas por
evaporação e deriva.

A temperatura e a umidade relativa do ar contribuem para a evaporação das gotas, enquanto


o vento forte causa deriva, que é o desvio da gota em relação ao alvo.

A deriva leva à evaporação das gotas, uma vez que estas percorrerão um caminho maior
até o alvo. As pulverizações com gotas de tamanho menores são mais propensas a perdas
por esses fenômenos climáticos. Veja a seguir um quadro sobre as condições climáticas
limitantes para aplicação.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS LIMITANTES

Velocidade do vento Entre 3 e 12 km/h


Mínima: 50%
Umidade relativa do ar Ideal: 70% a 90%
Máxima: 95%
Mínima: 10ºC
Temperatura Ideal: 20ºC a 30ºC
Máxima: 35ºC

Atenção!!!

1. A ausência de vento (vento zero) pode influenciar negativamente no resultado


das aplicações, pois diminui a deposição das gotas no alvo.

2. A tabela acima é uma referência das condições climáticas. Os valores mínimo e


máximo específicos devem ser consultados na bula do agrotóxico.

Alerta ecológico!!!

A aplicação deve ser feita nas horas mais frescas do dia, na ausência de chuvas e
de ventos fortes, diminuindo o risco de contaminação ambiental.

38 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


2. CONHEÇA A VAZÃO

A vazão é o volume transportado em um intervalo de tempo. A unidade de vazão mais


utilizada em pulverização é em litros por minuto. A vazão pode ser verificada e medida tanto
na bomba quanto na ponta de pulverização.

3. CONHEÇA A PRESSÃO

A pressão é definida como uma força aplicada sobre uma área e é medida por meio de
dispositivo chamado manômetro. A pressão no sistema de pulverização está relacionada à
vazão e ao tamanho de gota gerada pela ponta. Quanto maior a pressão maior será a vazão
gerada pela ponta e menor o tamanho das gotas de pulverização.

O intervalo de pressão a ser utilizado é definido pelo fabricante da ponta de pulverização e


é disponibilizado nas tabelas de pontas.

Atenção!!!

Pressão excessiva acelera o desgaste da ponta e gera maior deriva e evaporação.

A unidade padrão utilizada internacionalmente é o bar, porém a unidade mais corrente é em


libra por polegada quadrada (lbf/pol2).

EQUIVALÊNCIA ENTRE AS PRINCIPAIS UNIDADES DE PRESSÃO

UNIDADE DE PRESSÃO EQUIVALÊNCIA

1 bar 14,50 lbf/pol2 ou psi (pound per square inch)


1 bar 1,02 kgf/cm2
1 bar 100 kPa (quiloPascal)
1 kgf/cm2 14,22 psi
1 Pa (Pascal) 1 N/m2
1 kPa 0,01 bar
1 psi 6,89 kPa

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 39


A escala da medida da pressão do manômetro está relacionada à pressão máxima de
trabalho indicada pelo fabricante da ponta. Recomenda-se utilizar manômetros com escalas
que possuam uma adequada precisão de leitura. Evitar pressões acima de 70% do valor
máximo da escala.

Exemplo: em manômetros cuja medida máxima da escala é de 500 lbf/pol2, o limite


recomendado para leitura de pressão é de até 350 lbf/pol2.

Alguns manômetros possuem escala colorida em que a cor vermelha indica o limite máximo
de utilização.

Alguns manômetros são banhados com glicerina, que tem as funções de aumentar a precisão
de leitura, evitando a oscilação do ponteiro, e de garantir a vida útil.

40 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Alguns manômetros possuem a escala estendida, isto é, grandes intervalos nas pressões
até aproximadamente 50% da escala, dando maior precisão na leitura da pressão.

4. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO

É a quantidade de calda (água + produto) distribuída por unidade de área e expressa


normalmente em litros por hectare. Também é conhecido como taxa de aplicação. Em
algumas culturas perenes, como citros, o volume de pulverização também pode ser medido
em litros por planta (l/planta).

O volume de pulverização depende:

• Tipo de produto químico;

• Estágio de desenvolvimento da cultura;

• Arquitetura da planta;

• Alvo desejado;

• Nível de infestação;

• Condições climáticas.

Atenção!!!

Para definir um volume ideal de pulverização, consulte um engenheiro agrônomo.

5. CONHEÇA A VELOCIDADE

É o deslocamento da máquina por unidade de tempo. É expressa em quilômetros por hora


ou em metros por segundo.

A velocidade de trabalho depende de:

• Tipo de pulverizador;

• Relevo;

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• Preparo do solo;

• Tipo e estágio de desenvolvimento da cultura;

• Habilidade do operador.

Deve-se adequar a velocidade de trabalho de modo a obter a máxima capacidade operacional,


sem, contudo, comprometer a eficiência da pulverização e a segurança da máquina e do
operador.

A velocidade da operação irá interferir no volume de pulverização. A velocidade de operação


deve ser constante durante toda a aplicação.

A maioria dos tratores não possui velocímetro; sendo assim, a velocidade de operação deverá
ser determinada de modo prático.

Para determinação da velocidade efetiva de operação no campo, deve-se marcar uma


distância de 50 metros no terreno em que a máquina está trabalhando. Em seguida,
cronometra-se 2 ou 3 passadas da máquina para obter a média do tempo em segundos
para percorrer 50 metros. Obtém-se a velocidade efetiva de operação em km/h, através da
seguinte relação:

Velocidade (km/h) = 50 m x 3,6 = 180


t(s) t

t = tempo em segundos para percorrer 50 metros

42 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


6. CONHEÇA A FAIXA DE APLICAÇÃO

É a largura da faixa tratada em cada passada do pulverizador.

Quando a pulverização for realizada para cima e o trator passar uma vez por linha, a faixa
de aplicação será igual ao espaçamento de linhas entre da cultura.

Quando a pulverização for realizada bilateral, a faixa de aplicação é igual ao espaçamento


entrelinhas da cultura.

Quando a pulverização for unilateral, a faixa de aplicação é igual à metade do espaçamento


entrelinhas da cultura.

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7. CONHEÇA O TAMANHO DE GOTA

O tamanho de gota gerada por uma ponta de pulverização depende do tipo de ponta, da
vazão e da pressão de trabalho. A gota é classificada de acordo com diâmetro mediano
volumétrico (DMV) e é medido em mícrons (micrômetros). Um mícron é igual a 0,001 mm.

Alguns órgãos normatizadores como o British Crop Production Council – BCPC, além da
Norma S-572 da American Society of Agricultural Engineeres - ASAE, estabelecem um padrão
de classificação que divide o tamanho de gotas em seis categorias:

Classificação por categorias, símbolos, código de cores correspondente e DMV aproximado:

Categoria Símbolo Código de cores DMV aproximado (µm)

Muito Fina MF ou VF Vermelho < 100

Fina F Laranja 100 - 175

Média M Amarelo 175 - 250

Grossa G ou C Azul 250 - 375

Muito Grossa MG ou VC Verde 375 - 450

Extremamente Grossa EG ou XC Branco >450

As gotas grossas minimizam as perdas por deriva e evaporação. As gotas finas proporcionam
melhor cobertura e penetração, além de reduzir a possibilidade de escorrimento dos produtos
nas folhas.

Gotas Deriva Evaporação Cobertura Penetração Escorrimento

Finas
RUIM RUIM BOM BOM BOM
(<175 µm)
Médias - grossas
MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO
(175 - 375 µm)
Muito grossas
BOM BOM RUIM RUIM RUIM
(>375 µm)

8. CONHEÇA SOBRE A DERIVA E A EVAPORAÇÃO

As duas formas de perdas de produto emitidas pelo bico e que não atingem o alvo são a
deriva e a evaporação.

A deriva é o desvio das gotas em relação ao alvo. Os fatores que mais causam a deriva são:
o tamanho da gota e a velocidade do vento.

44 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


A evaporação é o desaparecimento da gota em relação ao alvo que é provocado pela baixa
umidade relativa, por altas temperaturas e pelo tamanho das gotas.

Alerta ecológico!!!

O controle da deriva melhora a eficiência da aplicação e reduz a contaminação


ambiental.

9. CONHEÇA A COBERTURA DE APLICAÇÃO

A cobertura é a quantidade de gotas depositadas em uma determinada área (planta ou solo)


no momento da aplicação. A cobertura está em função de alguns fatores:

• Alvo (praga, doença ou planta daninha);

• Classe do agrotóxico;

• Volume de pulverização;

• Tamanho da gota;

• Fator de espalhamento (adjuvantes).

O volume de pulverização e o tamanho de gota são as formas mais utilizadas para se alterar
a cobertura; por isso, ambas devem fazer parte da análise no momento da escolha da técnica
de aplicação a ser utilizada.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 45


125 L/ha 85 L/ha 45 L/ha

Fina

Média

Grossa

Muito Grossa

Ext. Grossa

Atenção!!!

Utilize papel hidrossensível para avaliar a cobertura e as perdas de gotas para


locais indesejáveis.

10. CONHEÇA A FÓRMULA PARA CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR

As variáveis quantitativas envolvidas na calibragem do pulverizador são o volume de


pulverização, a vazão, a velocidade de trabalho e a faixa de aplicação, que se relacionam
na seguinte fórmula:

Q = Volume de pulverização (l/ha)

Q = 600 x q q = Vazão total dos bicos (l/min)


Vxf V = Velocidade de trabalho (Km/h)

Para cálculo unilateral, usar f/2 f = Espaçamento entrelinhas da cultura (m)


600 = Fator de conversão

Q = Volume de pulverização (l/ha)


q = Vazão total dos bicos (l/min)
q= VxQxf V = Velocidade de trabalho (Km/h)
600
f = Espaçamento entrelinhas da cultura (m)
600 = Fator de conversão

46 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


11. CONHEÇA A FÓRMULA PARA O CÁLCULO DA QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A
SER COLOCADA NO TANQUE DO PULVERIZADOR

A quantidade de agrotóxico a ser colocado por tanque do pulverizador depende da capacidade


do tanque, do volume de pulverização e da dosagem do agrotóxico, e se relacionam na
seguinte fórmula:

Pr = Quantidade de produto por tanque (kg ou l)


Pr = Ct x D Ct = Capacidade do tanque (litros)
Q Q = Volume de pulverização (l/ha)
D = Dosagem de defensivo (kg/ha ou l/ha)

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 47


VI. CONHECER A PONTA DE PULVERIZAÇÃO

A ponta de pulverização é componente de fundamental importância em um turbopulverizador


e possui três funções essenciais:

• Determinar a vazão, que depende do tamanho do orifício da ponta e da pressão;

• Determinar a distribuição, que está em função do modelo da ponta, da característica do


líquido e da pressão;

• Determinar o tamanho de gotas, que está em função do modelo da ponta, da característica


do líquido e da pressão.

Os critérios a serem levados em conta na escolha de uma ponta de pulverização são:

• Tipo de ponta: depende do tipo do agrotóxico que se deseja aplicar;

• Vazão: está em função do volume de pulverização e da velocidade de trabalho;

• Material de confecção: define a durabilidade da ponta;

• Alvo: estrutura da planta.

1. ESCOLHA O TIPO DE PONTA

De acordo com o tipo de agrotóxico, a bula traz recomendações sobre o tamanho da gota e
da cobertura (gotas/cm2), para melhor eficiência na aplicação. Quanto menor a gota, maior
a cobertura, com o mesmo volume aplicado.

Essas informações definem o tipo de ponta a ser utilizado. Os tipos de pontas mais utilizados
em turbopulverizadores são as pontas de jato cônico, que são tipicamente compostas por
dois componentes denominados disco e núcleo (difusor, caracol ou core). Pela combinação
dessas duas partes obtemos diferentes vazões, tamanho de gotas e ângulos de abertura
do cone de pulverização.

48 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Essas pontas trabalham com pressão relativamente alta, acima de 4 bar (60 lbf/pol2), podendo,
conforme a ponta, suportar até 20 bar (300 lbf/pol2). Formam gotas pequenas que causam boa
distribuição, penetração no interior da copa das plantas e boa cobertura na superfície foliar.

As pontas de jato cônico são divididas em:

• CONE VAZIO: Quando o difusor só tem furos nas laterais.


A deposição de gotas concentra-se somente na periferia do
cone, no centro praticamente não há gotas.

• CONE CHEIO: Quando o difusor tem um furo no centro.


A deposição das gotas se dá em todo o cone, porém se
concentra mais no centro. Isso diminui o ângulo, fazendo
com que o jato chegue a um maior alcance.

2. ESCOLHA A VAZÃO DA PONTA DE PULVERIZAÇÃO

Para a escolha da vazão da ponta leva-se em consideração a velocidade de trabalho e o


volume de pulverização a ser utilizado. Por meio da tabela do fabricante escolhe-se a ponta.
Normalmente as pontas de jato cônico não seguem padronização de cores como as pontas
de jato plano.

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Volume de pulverização (L/ha) para pulverizador tipo cortina de ar - Série J
(Arbus Export com defletor - Nº de bicos: 21). Cultura: Citros - espaçamento entre linhas: 7 metros

Pressão VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO (Km/h)


Tipo de Vazão (L/min)
(lbf/
Bicos 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0
pol2)
Por bico Total VELOCIDADE DE PULVERIZAÇÃO (L/ha)
100 1,21 25,41 1452 1245 1089 968 871 792 726
J4-2 150 1,48 31,08 1776 1522 1332 1184 1066 969 888
Cone
Vazio 200 1,70 35,70 2040 1749 1530 1360 1224 1113 1020
250 1,90 39,90 32280 1954 1710 1520 1368 1244 1140
100 1,81 38,01 2172 1862 1629 1448 1303 1185 1086
J4-3 150 2,21 46,41 2652 2273 1989 1768 1591 1447 1326
Cone
Cheio 200 2,55 53,55 3060 2623 2295 2040 1836 1669 1530
250 2,86 60,06 3432 2942 2574 2288 2059 1872 1716
100 1,82 38,22 2184 1872 1638 1456 1310 1191 1092
J5-2 150 2,22 46,62 2664 2283 1998 1776 1598 1453 1332
Cone
Vazio 200 2,54 53,34 3048 2613 2286 2032 1829 1663 1524
250 2,63 55,23 3156 2705 2367 2104 1894 1721 1578
100 3,05 64,05 3660 3137 2745 2440 2196 1996 1830
J5-3 150 3,69 77,49 4428 3795 3321 2952 2657 2415 2214
Cone
Cheio 200 4,28 89,88 5136 4402 3852 3424 3082 2801 2568
250 4,77 100,17 5724 4906 4293 3816 3434 3122 2862

3. ESCOLHA O MATERIAL DA PONTA

No momento da escolha da ponta de pulverização, deve-se levar em conta o material em


que foi confeccionada, pois este é fator determinante na durabilidade.

Nos turbopulverizadores são utilizadas as pontas confeccionadas em cerâmicas, pois


possuem maior resistência ao desgaste em função das formulações dos produtos usados
e das elevadas pressões de trabalho.

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VII. FAZER A INSPEÇÃO E A MANUTENÇÃO DO
TURBOPULVERIZADOR

Existem diversos modelos de turbopulverizadores e em função disso, a quantidade de itens


para se realizar a inspeção e a manutenção é muito variável. Nesta cartilha serão abordados
apenas os cuidados referentes ao circuito do agrotóxico no turbopulverizador.

1. FAÇA A INSPEÇÃO DOS COMPONENTES DO PULVERIZADOR

Antes de iniciar a calibragem, verifique se todos os componentes do turbopulverizador


encontram-se em boas condições de uso.

Itens a serem revisados:

a) Inspecione a limpeza do tanque do b) Inspecione o estado de conservação do


pulverizador; filtro coador do tanque;

c) Inspecione se a tampa do tanque fecha corretamente;

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d) Inspecione o estado e a limpeza dos filtros de sucção;

e) Inspecione o nível de óleo da bomba do f) Inspecione o estado do regulador de


pulverizador; pressão;

g) Inspecione o estado e a limpeza dos h) Inspecione se o manômetro possui


filtros dos bicos; escala adequada à pressão de trabalho
e se está funcionando corretamente;

i) Inspecione se há vazamentos ou
dobras nas mangueiras e o estado das
abraçadeiras;

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j) Inspecione o posicionamento e o direcionamento dos bicos no ramal;

k) Inspecione a folga da correia do agitador l) Inspecione o estado das correias do


mecânico; ventilador;

m) Inspecione o estado das correias da n) Inspecione se há vazamentos nos bicos,


bomba (caso exista). válvulas e filtros;

o) Inspecione se há vazamentos no agitador


mecânico;

Caso exista alguma irregularidade em


algum componente, faça sua manutenção
ou sua substituição.

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Precaução!!!

1. Durante a inspeção, utilize somente água no tanque do turbopulverizador.

2. Durante a inspeção, utilize EPI.

Alerta ecológico!!!

A inspeção do turbopulverizador deve ser feita em áreas que não causem poluição
de águas superficiais ou subterrâneas.

2. FAÇA A MANUTENÇÃO DOS COMPONENTES DO TURBOPULVERIZADOR

Alguns componentes do turbopulverizador exigem manutenção periódica, que é fundamental


para que este seja utilizado de forma correta e segura, possibilitando bom funcionamento
em toda a vida útil do equipamento.

A manutenção deve ser realizada de acordo com as instruções do manual do operador.


Entretanto, alguns procedimentos são comuns para as diversas marcas e modelos de
pulverizadores.

2.1. Faça a limpeza do filtro de sucção

O intervalo entre as limpezas do filtro depende da malha, da qualidade da água e do


tipo de formulação do produto. Como recomendação geral deve-se limpar o filtro a cada
reabastecimento do tanque. Para realizar a limpeza do filtro, retire o elemento filtrante do
interior da carcaça e lave-o com água limpa utilizando uma escova, ou jato de água sob
pressão.

Precaução!!!

Ao fazer a limpeza do filtro de sucção, utilize os EPIs adequados.

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2.2. Verifique o nível de óleo lubrificante da bomba

As bombas de pistão e de palheta possuem compartimento específico para óleo lubrificante.

O local e o intervalo de tempo para a verificação do nível de óleo na bomba estão indicados
no manual do operador.

Caso necessário complete com lubrificante recomendado.

2.3. Faça a lubrificação com graxa nas cruzetas do eixo do cardan e demais pinos
graxeiros

O eixo do cardan é composto por duas ou mais cruzetas que devem ser lubrificadas
periodicamente com graxa específica, conforme informado no manual do operador.

2.4. Faça a lubrificação com graxa nos cubos das rodas do turbopulverizador de arrasto

As rodas do pulverizador são montadas sobre um cubo localizado nas extremidades do


eixo e constituído por rolamentos para permitir que elas girem. Os rolamentos dos cubos
necessitam de uma lubrificação periódica para evitar que impeçam o deslizamento das rodas.

Essa operação deve ser realizada conforme o manual do operador.

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2.5. Verifique diariamente as condições da capa de proteção do eixo do cardan

A capa de proteção do eixo do cardan tem


a finalidade de evitar acidentes durante o
funcionamento do equipamento. A capa
de proteção deve estar completa, em bom
estado de conservação e cobrir toda a
extensão do eixo do cardan.

A capa de proteção é composta de cones


de proteção em cada extremidade, capa
protetora ao longo do tubo telescópico,
dispositivos de retenção (correntinha) e
pictogramas.

Havendo avaria em algum dos componentes da capa de proteção, faça a substituição


imediatamente.

A simples presença da capa de proteção não é garantia suficiente de segurança. Por isso
o operador deve seguir boas práticas de segurança na operação.

Precaução!!!

1. Utilizar vestimentas que evitem o aprisionamento.

2. Desligar a Tomada de Potência antes de descer do trator.

3. Nunca passar ou pular sobre o eixo do cardan.

Alguns modelos de pulverizadores acoplados ao trator dispensam o uso do eixo cardan,


utilizando-se do sistema hidráulico do trator. Nesse caso, ao acoplar o pulverizador em
diferentes marcas e modelos de trator, evite a mistura de óleo.

2.6. Faça a limpeza do filtro de linha (quando houver)

Alguns turbopulverizadores de grande porte possuem um filtro de linha para cada ramal.
Para realizar a limpeza desse filtro, retire o elemento e lave-o com água limpa utilizando
uma escova, ou ar comprimido.

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2.7. Faça a limpeza do filtro individual do bico

Para realizar a limpeza desse filtro, desmonte o bico, retirando-o, e lave-o com água limpa
utilizando uma escova, ou ar comprimido.

Precaução!!!

1. Ao fazer a limpeza do filtro do bico, utilize os EPIs adequados.

2. Não desentupa o filtro com a boca.

3. FAÇA A INSPEÇÃO DA VAZÃO DAS PONTAS DE PULVERIZAÇÃO

O critério que deve ser adotado para o descarte das pontas é o desgaste, o qual é determinado
pelo aumento da vazão.

A intensidade do desgaste das pontas não é uniforme no ramal de bicos. Por isso deve ser
feita a avaliação da vazão das pontas para verificar o desgaste de cada uma.

Uma ponta deverá ser substituída quando apresentar excesso de vazão ou deformação no
jato de pulverização.

Atenção!!!

Horas de trabalho não devem ser utilizadas como referência para substituição das
pontas, pois sua durabilidade da ponta depende de outros fatores.

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VIII. FAZER A REGULAGEM DO
TURBOPULVERIZADOR
A regulagem consiste em preparar, adequar ou ajustar os itens do pulverizador às
características da própria máquina, da cultura, do ambiente e do agrotóxico a ser utilizado.

É imprescindível que se faça uma correta regulagem do pulverizador, para que se tenha
qualidade na aplicação, evitando perdas de tempo e de produto.

Para fazer a regulagem do turbopulverizador, deve-se escolher o tipo e a vazão das pontas,
ajustar o bico e os defletores para a cultura a ser tratada.

1. ESCOLHA O TIPO E VAZÃO DA PONTA

A escolha correta das pontas é um dos passos mais importantes da regulagem de um


pulverizador. Os critérios a serem levados em conta nessa escolha são: tipo, material de
confecção e vazão.

Tipo da ponta: determina a distribuição e o tamanho das gotas geradas e é escolhido


principalmente em função do produto a ser aplicado.

Material de confecção: está relacionado à vida útil, isto é, ao custo-benefício.

Vazão da ponta: para a escolha da vazão levam-se em consideração o volume de


pulverização a ser utilizado e a velocidade de trabalho. A vazão de uma ponta varia com
a pressão e para cada ponta existe um intervalo de pressão recomendada. Na escolha da
ponta quanto à vazão, deve-se considerar sempre uma pressão intermediária. Isso é feito
através das tabelas de pontas fornecidas pelo fabricante.

BICOS DISC & CORE ÂNGULO DE


VAZÃO EM L/min PULVERIZAÇÃO
150 lbf/pol2
BICO DIFUSOR 80 lbf/pol2 100 lbf/pol2 150 lbf/pol2 200 lbf/pol2 300 lbf/pol2
AD 3 AC 25 0,98 1,09 1,32 1,51 1,81 65
AD 4 AC 25 1,51 1,70 2,04 2,34 2,83 96
AD 5 AC 25 1,81 2,04 2,46 2,83 3,40 85
AD 6 AC 25 2,34 2,64 3,21 3,67 4,50 90
AD 3 AC 45 1,24 1,36 1,66 1,93 2,35 54
AD 4 AC 45 1,89 2,11 2,57 2,95 3,59 73
AD 5 AC 45 2,42 2,68 3,25 3,74 4,61 77
AD 6 AC 45 3,14 3,52 4,35 5,03 6,20 81
AD 3 AC 46 1,70 1,93 2,30 2,64 3,25 70
AD 4 AC 46 2,95 3,33 4,04 4,65 5,75 45
AD 5 AC 46 4,16 4,73 5,67 6,56 8,06 50
AD 6 AC 46 5,98 6,54 8,17 9,46 11,58 60

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2. AJUSTE OS BICOS

Na maioria dos turbopulverizadores os bicos de pulverização se acham posicionados em


uma barra em forma de arco, fixados por diferentes sistemas. O formato e comprimento da
barra variam conforme o modelo do pulverizador, sendo frequente o seu posicionamento
junto à saída de ar do ventilador.

Esses ramais, usualmente, possuem bicos que podem ser fechados e direcionados
individualmente, de forma que o equipamento possa ser ajustado para fornecer a quantidade
ideal de líquido em função das diferenças no enfolhamento das diversas partes das plantas-
alvo.

Atenção!!!

Feche os bicos que estiverem pulverizando sobre o topo da copa da planta.

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3. AJUSTE OS DEFLETORES

Quando o turbopulverizador for equipado com defletores de ar, estes devem ser ajustados,
na parte superior e inferior da saída do ventilador, em ambos os lados, de forma a confinar
e cortina de ar à cultura alvo e evitar que a calda pulverizada caia no chão ou que seja
arrastada pelo vento além das plantas.

Atenção!!!

Ao ajustar o defletor observe o correto posicionamento para que este não obstrua a
passagem da calda resultando em escorrimentos.

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IX. FAZER A CALIBRAGEM DO
TURBOPULVERIZADOR

A calibragem consiste na verificação ou aferição de itens, comparando-os com o valor


desejado ou com um padrão preestabelecido. Deve ser realizada após o pulverizador estar
regulado.

É imprescindível que se faça a calibração do pulverizador, de modo a evitar perdas de tempo


e de produto.

Esta cartilha abordará dois métodos para calibragem do turbopulverizador:

• Pelo método prático de recompletar o tanque;

• Pelo método da equação matemática (fórmula).

Esses procedimentos visam determinar o volume de calda a ser aplicada por área (l/ha) ou
o volume de calda a ser aplicado por planta (l/planta), de acordo com as informações do
fabricante do agrotóxico.

1. FAÇA A CALIBRAGEM UTILIZANDO MÉTODO PRÁTICO

O turbopulverizador tem aplicações para diversas culturas que variam de porte, arquitetura,
espaçamento entrelinhas e entre plantas e volume por planta. No processo de calibragem,
algumas variáveis, como o número de plantas pulverizadas, podem ser alteradas para uma
maior precisão da calibragem ou para uma maior praticidade.

O número de plantas a serem pulverizadas deve ficar entre 50 e 100 metros lineares. Nos
processos descritos abaixo será apresentados a calibragem de um pulverizador em duas
situações: cultura de porte alto (ex: citros) e cultura de porte baixo (ex: café).

1.1. Faça a calibragem do turbopulverizador para cultura de porte alto

Neste processo, pulverize um determinado número de plantas calculando a quantidade de


água gasta, observando o marcador de nível do tanque.

Faça então a transformação dos dados obtidos para litros por planta e depois para litros por
hectare.

Exemplo:
• Cultura: Laranja com aplicação bilateral
• Espaçamento entrelinhas: 6,5 metros
• Espaçamento entre plantas: 4,0 metros
• Número de plantas a serem pulverizadas na calibração: 20 plantas

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 61


Antes de proceder à calibragem é necessário escolher a velocidade de trabalho, selecionando
a marcha do trator. A rotação do motor deve ser aquela que gere 540 rpm na Tomada de
Potência do Trator (TDP). Para isso, consulte as informações do fabricante do trator.

Procedimentos para a calibragem do turbopulverizador para cultura de porte alto, quando a


quantidade de calda é expressa em litros por planta e a aplicação é bilateral:

a) Abasteça o pulverizador somente com água;

b) Marque com estacas a distância de 20 plantas na linha;

ntas
pla
20

• Escolha um local próximo à área a ser tratada, de preferência plano;

• Quanto maior a quantidade de plantas maior será a precisão no cálculo no volume de


pulverização.

c) Observe o nível do tanque;

62 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


d) Pulverize as plantas marcadas;

• Ligue a tomada de potência;

• Acelere o motor até a rotação de 540 rpm da TDP;

• Inicie o movimento do trator cinco metros antes da estaca inicial.

5 20 PLANTAS
metros

PONTO INICIAL

e) Reabasteça o tanque até a marca anterior, medindo o volume gasto, com uso de um
recepiente ou vazilha graduado (ex: 130 litros);

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 63


• Obtenha maior precisão com o pulverizador na mesma posição antes e depois da operação.

f) Calcule o volume de pulverização em litros por plantas, dividindo o volume gasto pelo
número de plantas pulverizadas;

Q (l/planta) = volume gasto = 130 = 6,5 l/planta


número de plantas 20

Para obter o volume de pulverização em litros por hectare deve-se multiplicar o volume por
planta pelo número de plantas por hectare. Para se obter o número de plantas por hectare
divida a área de um hectare (10.000 m2) pela área de uma planta, que é o espaçamento
entrelinhas multiplicado pelo espaçamento entre plantas.

Área de uma planta = 6,5 m x 4 m = 26 m2

Plantas por ha = 10.000 m2 = 384,6 plantas/ha


26

Volume de pulverização (l/ha) = 6,5 l x 384,6 = 2.500 l/ha

Atenção!!!

Em aplicações unilaterais, repita o mesmo processo; porém, o volume de


pulverização será o dobro.

64 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


g) Caso o volume de pulverização encontrado não seja o desejado, utilize os seguintes
recursos:

• Aumente ou diminua a pressão dentro dos limites indicados pelo fabricante do bico;

• Aumente ou diminua a velocidade por meio da troca de marcha;

• Troque as pontas de pulverização por outras de maior ou menor vazão.

1.2. Faça a calibragem do turbopulverizador para cultura de porte baixo

Neste processo, marque o volume inicial do tanque, pulverize uma determinada área e
reabasteça o tanque até o volume inicial, medindo a quantidade gasta de água.

Faça então a transformação para litros por hectare. Como em culturas de porte baixo, o
volume de calda aplicado é menor, a leitura do volume gasto, pelo marcador de nível do
tanque, muitas vezes, não dá precisão para fazer a calibragem.

Exemplo:
• Cultura: Café
• Espaçamento entrelinhas: 3,6 metros
• Espaçamento entre plantas: 0,75 metros

Antes de proceder à calibragem é necessário escolher a velocidade de trabalho, selecionando


a marcha do trator. A rotação do motor deve ser aquela que gere 540 rpm na Tomada de
Potência do Trator (TDP). Para isso, consulte as informações do fabricante do trator.

Procedimentos para a calibragem do turbopulverizador para cultura de porte baixo, quando


a quantidade de calda é expressa em litros por hectare e a aplicação é bilateral:

a) Meça a faixa de aplicação, que é igual ao espaçamento entrelinhas da cultura (ex: 3,6
metros);

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 65


b) Abasteça o pulverizador somente com água;

c) Marque com estacas a distância de 100 metros na cultura a ser tratada;

d) Marque o nível de água no tanque;

e) Pulverize nos 100 metros marcados;

• Ligue a tomada de potência;

• Acelere o motor até a rotação de 540 rpm


da TDP;

• Inicie o movimento do trator cinco metros


antes da estaca inicial.

66 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


f) Reabasteça o tanque até a marca anterior, medindo o volume gasto (ex: 14,4 litros);

• Obtenha maior precisão com o pulverizador na mesma posição antes e depois da operação.

g) Calcule o volume de pulverização em litros/hectare

Área aplicada = Espaçamento entrelinhas x 100 metros = 3,6 m x 100 = 360 m2

Volume de Pulverização

Q (l/ha) = volume gasto x 10000 = 14,4 x 10000 = 400 l/ha


área aplicada 360

h) Caso o volume de pulverização encontrado não seja o desejado, utilize os seguintes


recursos:

• Aumentar ou diminuir a pressão dentro dos limites indicados pelo fabricante do bico;

• Aumentar ou diminuir a velocidade por meio da troca de marcha;

• Trocar as pontas de pulverização por outras de maior ou menor vazão.

2. FAÇA A CALIBRAGEM UTILIZANDO A EQUAÇÃO MATEMÁTICA (FÓRMULA)

As variáveis envolvidas na calibragem do pulverizador são o volume de pulverização, a


vazão, a velocidade de trabalho e a faixa de aplicação.

Para calcular o volume de pulverização aplica-se a seguinte equação:

Q = Volume de pulverização (l/ha)


Q = 600 x q q = Vazão total dos bicos (l/min)
Vxf V = Velocidade de trabalho (Km/h)
Para cálculo unilateral, usar f/2 f = Espaçamento entrelinhas da cultura (m)
600 = Fator de conversão

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Procedimentos para a calibragem do turbopulverizador por meio da equação matemática
(fórmula) para determinação do volume de pulverização:

Esse método é facilitado quando o turbopulverizador tiver tanque com grande capacidade
e possuir no ramal, bicos de mesmo tipo e vazão.

a) Meça a faixa de aplicação em metros;

• Para a aplicação unilateral: f = metade do espaçamento entrelinhas da cultura;

• Para a aplicação bilateral: f = espaçamento entrelinhas da cultura;

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b) Determine a velocidade de operação em km/h;

Meça o tempo do trator em 50 metros, na marcha e rotação de trabalho e utilize a fórmula.

Velocidade (km/h) = 50 m x 3,6 = 180


t (s) t

t = tempo em segundos para percorrer 50 metros

c) Determine a vazão total dos bicos de pulverização;

Meça a vazão de pelo menos três bicos de cada ramal, calcule a média da vazão e multiplique
pelo número total de bicos.

d) Calcule o volume de pulverização utilizando a equação;

Exemplo:

Cultura: Laranja

Pulverização: bilateral

Espaçamento entrelinhas (f): 6,0 metros

Velocidade de operação (V): 4 km/h

Vazão média por bico: 0,8 L/min

Número total de bicos: 12 bicos cada lado (24 bicos)

Vazão total do pulverizador (q): 19,2 L/min

Reposta:
Q = 600 x (1,2 x 16) = 600 x 19,2 = 11.520 = 480 L/ha
4x6 24 24

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X. FAZER A AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO

A avaliação da qualidade da aplicação consiste na quantificação do depósito de calda no alvo.


É a última etapa a ser realizada antes da aplicação, a fim de que se obtenha a deposição ideal
de gotas sobre o alvo desejado, com tamanho e densidade adequados ao objetivo proposto.

Qualquer quantidade de agrotóxico que não atinja o alvo estará representando uma forma
de perda. Assim, a eficácia da aplicação está diretamente ligada ao volume que chega no
alvo e não ao volume pulverizado.

A fixação pouco exata do alvo leva a grandes perdas, pois o produto é também aplicado
sobre partes que não têm relação direta com o controle.

Qualquer que seja o alvo selecionado, o sistema de pulverização deverá ser capaz de produzir
sua cobertura adequada. A cobertura ideal varia de acordo com o agente a ser controlado
e o modo de ação do produto.

O método mais comum para fazer a avaliação da cobertura de gotas é o papel hidrossensível,
que é um papel com tratamento químico que indica onde as gotas foram depositadas.

A unidade de densidade de gotas é dada pelo número de gotas por área (gotas/cm2). Esta
informação está na bula do agrotóxico ou como sugere o quadro de cobertura de gotas.

PRODUTO COBERTURA IDEAL (GOTAS/CM²)


Inseticidas sistêmicos 20 a 30
Inseticidas de contato 50 a 70
Fungicidas sistêmicos 50 a 70
Fungicidas de contato > 70

Procedimentos para a avaliação da aplicação:

a) Fixe os papeis hidrossensíveis, aleatoriamente, na planta (alvo químico);

• Nos terços inferior, médio e superior da planta com vista lateral

• Nos quadrantes da planta vista de cima

70 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


b) Proceda à aplicação sobre o alvo em condições de campo;

c) Recolha o papel hidrossensível, d) Conte as gotas utilizando gabarito de


segurando-o lateralmente para fazer a amostragem;
contagem das gotas;

Atenção!!!

1. Para precisão na contagem, utilize uma lupa.

2. Não tocar na superfície amarela do papel hidrossensível.

e) Compare com a recomendação de cobertura para o produto conforme o quadro;

f) Faça as alterações necessárias no pulverizador para atingir a cobertura ideal.

Precaução!!!

1. Utilize o EPI durante a avaliação.

2. A avaliação da aplicação deve ser realizada somente com água limpa.

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XI. FAZER O PREPARO DA CALDA

A calda é o agrotóxico diluído em água na proporção que está prescrita na bula ou no


receituário agronômico.

Alguns agrotóxicos possuem formulações que exigem fazer a pré-diluição. Esse processo
consiste em diluir o produto num recipiente, com uma pequena quantidade de água num
recipiente, o qual, após bem misturado, será incorporado ao tanque do turbopulverizador.

No preparo da calda, desde que recomendado pelo fabricante do agrotóxico, podem ser
adicionados os produtos adjuvantes. Os adjuvantes possuem funções específicas e os
mais comuns são: espalhantes adesivos, supressores de espuma, reguladores de ph,
solubilizantes, penetrantes, entre outros.

1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DA CALDA

O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o trabalhador está
manuseando o produto concentrado e tem maior exposição a este.

Precaução!!!

No preparo da calda, sempre utilize EPI completo.

Atenção!!!

Leia o rótulo, a bula ou receita agronômica antes de iniciar o procedimento do


preparo da calda.

Recomendações para o preparo da calda:

• Utilize EPI completo com avental na parte da frente e viseira facial;

• Manuseie os produtos ao ar livre, longe de crianças, animais e pessoas desprotegidas;

• Evite beber, comer ou fumar durante o preparo da calda, pois pode causar intoxicação;

• Prepare somente a quantidade de calda necessária a ser consumida na jornada de


trabalho;

• Esteja sempre acompanhado por uma pessoa no momento do preparo da calda;

• Evite inalação, respingo e contato com os agrotóxicos;

• Utilize sempre água limpa para preparar a calda;

• Abra a embalagem com cuidado para evitar derramamento do agrotóxico;

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• Utilize balanças, copos graduados, baldes e funis específicos para o preparo da calda;

Precaução!!!

Esses utensílios (balanças, copos graduados, baldes e funis) devem ser utilizados
somente para essa finalidade.

• Lave os utensílios e seque-os ao sol após o preparo da calda;

• Mantenha a sobra do agrotóxico em sua embalagem original;

• Faça a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão logo após seu esvaziamento, caso a
embalagem seja lavável;

• Inutilize as embalagens após o uso completo, fazendo um furo no fundo;

• Guarde as embalagens vazias no depósito de armazenamento específico;

• É vedada a utilização das embalagens vazias para outro fim.

Atenção!!!

O preparo da calda deve ser o mais próximo da área que vai ser tratada.

Alerta ecológico!!!

A calda deve ser preparada longe de córregos, nascentes e outras fontes de água.

2. DETERMINE A QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A SER COLOCADA NO TANQUE


DO TURBOPULVERIZADOR

A dosagem do agrotóxico é recomendada na bula ou no receituário agronômico.

2.1. Determine a quantidade de agrotóxico a ser colocada no tanque quando a dosagem


for dada em concentração

A dosagem em concentração é a quantidade de produto comercial por 100 litros de água e,


pode ser dada em:

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 73


• kg/100 L d’água

• L/100 L d’água

• g/100 L d’água

• ml/100 L d’água

Quantidade de agrotóxico por tanque = Capacidade do tanque x Dosagem


100

Exemplo para cultura de grande porte:

Dosagem recomendada de produto comercial: 20 g/100 L d’água

Capacidade do tanque: 4000 litros

Resposta:
Quantidade de agrotóxico por tanque = 4000 x 0,02 = 0,8 Kg por tanque
100
20 gramas = 0,02 quilograma

2.2. Determine a quantidade de agrotóxico a ser colocada no tanque quando a dosagem


for dada por área

A dosagem por área é a quantidade de produto comercial por unidade de área dada em:

• Kg/ha

• L/ha

• g/ha

• ml/ha

Quantidade de agrotóxico por tanque = Capacidade do tanque x Dosagem


Volume de pulverização

Exemplo para cultura de pequeno porte:

Dosagem recomendada de produto comercial: 0,5 L/ha

Capacidade do tanque: 400 litros

Volume de pulverização: 400 L/ha

74 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Resposta:
Quantidade de agrotóxico por tanque = 400 x 0,5 = 0,5 litro por tanque
400

3. FAÇA O PREPARO DA CALDA

O preparo da calda no turbopulverizador pode ser realizado de quatro formas:

• Adição do agrotóxico diretamente no bocal do tanque;

• Adição do agrotóxico no incorporador do pulverizador;

• Preparo da calda em incorporador externo (carretas ou caminhões) para adição do


agrotóxico simultaneamente com o abastecimento de água;

• Abastecimento com calda pronta.

3.1. Faça o preparo da calda diretamente no bocal do tanque

Em turbopulverizadores que não possuem o incorporador de agrotóxico, o preparo da calda


se faz diretamente no bocal do tanque.

a) Abasteça o tanque com água; b) Adicione o agrotóxico no tanque na


quantidade calculada;

Atenção!!!

Verifique a recomendação do fabricante quanto à utilização ou não de uma pré-


diluição.

Precaução!!!

1. Use EPI completo.

2. Cuidado ao manusear o agrotóxico.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 75


3. Cuidado ao subir no pulverizador.

4. Atente-se para a segurança ao colocar o produto no tanque.

Alerta ecológico

1. Evite que o agrotóxico atinja o solo, nascentes, rios e outras fontes de água.

2. Faça a tríplice lavagem da embalagem de agrotóxico.

3. Faça o descarte correto da embalagem de agrotóxico.

c) Ligue a bomba do circuito de pulverização para agitação da calda;

3.2. Faça o preparo da calda no incorporador do turbopulverizador

A sequência para o preparo da calda no incorporador pode variar de acordo com a marca
e modelo do turbopulverizador, porém o princípio da operação é semelhante para todos.

Um exemplo de sequência de operação será descrito a seguir, tendo como modelo um


turbopulverizador cujo incorporador utilize a própria calda para incorporação do agrotóxico
e lavagem da embalagem.

a) Abasteça o tanque de água com 2/3 de sua capacidade;

b) Ligue a bomba do circuito de pulverização na rotação indicada;

c) Desvie o fluxo da bomba de pulverização d) Adicione o agrotóxico no incorporador;


para a posição de incorporação;

Atenção!!

Verifique a recomendação do fabricante quanto à utilização ou não de uma pré-


diluição.

76 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


e) Posicione a embalagem sobre a ponta f) Acione a válvula do aspersor para
do aspersor; lavagem da embalagem (cerca de 30
segundos para embalagens até 10 L e
60 segundos para embalagens de 20 L);

g) Faça a lavagem interna do tanque incorporador através da válvula específica;

h) Retorne o fluxo da bomba para a posição de pulverização;

i) Complete o tanque com água.

É recomendado o enxágue final das embalagens com água para limpeza após a lavagem sob
pressão com calda. Neste caso, siga as instruções que se encontram no manual do operador.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 77


3.3. Conheça o preparo de calda com incorporador externo

Neste caso, o agrotóxico é pré-diluído em um incorporador externo, normalmente localizado


em um caminhão ou carreta, e o pulverizador é abastecido simultaneamente com água no
tanque.

Este método pode ser realizado por outra pessoa treinada, chamado de preparador de
calda, enquanto o operador está aplicando, o que reduz o tempo de abastecimento e diminui
os riscos para o operador, uma vez que ele não precisará vestir e retirar os EPIs a cada
abastecimento.

3.4. Conheça o sistema de calda pronta

No sistema de calda pronta, o preparo da calda é feito no caminhão ou carreta que acompanha
o pulverizador, enquanto este está aplicando. Sendo assim, o tempo de reabastecimento é
reduzido, o que aumenta a capacidade operacional.

Normalmente neste caso a responsabilidade do preparo da calda não é do operador do


pulverizador, o que evita o manuseio constante dos EPIs, enquanto que o preparador de
calda continua vestido com todos os EPIs do início ao final do processo, diminuindo o risco
de contaminação de ambos.

78 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


XII. FAZER A APLICAÇÃO

A aplicação do agrotóxico é uma das operações mais onerosas e arriscadas do ciclo produtivo.
A sua realização de forma correta e segura está relacionada com a segurança do trabalhador,
com o meio ambiente e com a eficácia do agrotóxico.

Para que a pulverização seja realizada de forma correta e segura, alguns cuidados devem
ser tomados antes, durante e depois da aplicação.

1. ATENTE PARA OS CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO

No momento de iniciar a aplicação deve-se levar em conta alguns fatores que irão afetar o
êxito do processo. Dentre os mais importantes citam-se:

• Proteção específica do trabalhador contra cada risco envolvido durante o processo da


aplicação;

• Fatores climáticos: velocidade do vento, umidade relativa e temperatura;

A velocidade do vento deve estar entre 3 e 12 km/h, a umidade relativa superior a 50% e a
temperatura deve estar abaixo de 35ºC.

• Possibilidade de chuva;

Não se deve fazer a aplicação em dias chuvosos.

• Melhor horário para realizar a aplicação.

A aplicação deve ocorrer preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde.

2. ATENTE PARA OS CUIDADOS DURANTE A APLICAÇÃO

Durante a aplicação o operador deve estar atento a todos os itens do trator, do pulverizador
e do ambiente a sua volta.

• Observe sempre as condições de deriva, a fim de evitar a perda de agrotóxico e a


contaminação de áreas vizinhas, pessoas e animais;

• Observe sempre se está ocorrendo vazamento;

• Mantenha a velocidade constante em pulverizadores sem controlador eletrônico;

• Dirija evitando falhas e sobreposições na aplicação;

• Evite aplicar próximo a áreas residenciais, reservas florestais e fontes de águas.

• Nas manobras de cabeceira desligue a pulverização no momento certo, evitando


desperdícios e contaminação.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 79
Atenção!!!

Conforme a legislação, a aplicação ou qualquer outro manuseio com agrotóxico são


proibidos para pessoas com idade inferior a 18 e superior a 60 anos, gestantes ou
que estejam amamentando.

Precaução!!!

1. Nunca comer, beber ou fumar.

2. Nunca tocar o rosto ou qualquer parte do corpo com as luvas sujas.

3. Todo e qualquer tipo de inspeção ou manutenção deve ser feita com a máquina
parada em local seguro, com o motor do trator desligado.

3. ATENTE PARA OS CUIDADOS DEPOIS DA APLICAÇÃO

Ao final da aplicação deve-se atentar para alguns cuidados tanto com o pulverizador, quanto
com o operador.

3.1. Atente para os cuidados com o pulverizador

a) Caso sobre calda no tanque pulverizador, acrescente água 10 vezes em relação ao volume
da sobra e aplique nas áreas marginais da lavoura.

b) No final da aplicação, coloque água limpa no tanque (50% da capacidade), retire os bicos
e os filtros em local adequado e funcione o equipamento até esgotar toda a água, a fim
de limpar o circuito de defensivo.

c) Lave externamente o pulverizador e o trator com água limpa.

Alerta ecológico!!!

Essa operação deve ser realizada em locais onde não haja riscos de contaminação
para pessoas, solos, animais, fontes de água, residências, etc.

d) Limpe o filtro de sucção, os filtros dos bicos e as pontas de pulverização utilizando água
limpa, detergente neutro e uma escova com cerdas de náilon.

Precaução!!!

Essa operação deve ser feita com o uso de EPIs.

80 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


e) Aplique um produto protetivo adequado ou óleo lubrificante nas partes metálicas.

f) Guarde a máquina em local coberto, seco e arejado.

Precaução!!!

Não guarde a máquina em ambientes onde estejam armazenados alimentos para o


homem ou animais, que possam ser contaminados.

3.2. Atente para os cuidados com o operador

Uma vez finalizados os cuidados com o turbopulverizador, retire os EPIs, tome um banho
com água e sabão e vista roupas limpas.

A higiene pessoal é de grande importância antes, durante e após as aplicações de agrotóxicos.

Os EPIs utilizados na pulverização deverão ser descontaminados por pessoa treinada, e


armazenados em local adequado.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 81


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta cartilha teve o propósito de levar ao operador conceitos técnicos e práticos sobre
operação do turbopulverizador, permitindo-lhe que realize a aplicação com segurança e
qualidade, utilizando todos os recursos da máquina, aumentando o rendimento operacional
e reduzindo riscos de contaminação.

Com a constante evolução das tecnologias nas máquinas, melhorias no processo produtivo
e novas exigências legais, fazem-se necessários aprimoramento e atualização contínuos
dos operadores.

Quanto maior o conhecimento sobre a atividade que está sendo realizada, maiores serão
os resultados obtidos.

A capacitação proporciona conhecimento sobre a segurança, preservação dos recursos


naturais, melhora na capacidade de operação, além de promover o crescimento pessoal e
a qualidade de vida.

82 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


ANEXO 1
INSPEÇÃO DO TURBOPULVERIZADOR
Presente
Nº Itens de avaliação 10 Valor
Sim Não
01 Funcionamento do tacômetro do trator 10

02 Acelerador manual do trator: mantem rotação constante 10

03 Decalque do escalonamento de marchas do trator 10

04 Estado da capa de proteção do eixo cardam 10

05 Proteção de partes móveis (correias, ventiladores, ...) 10

06 Limpeza do tanque do pulverizador 10

07 Tampa do tanque fecha corretamente 10

08 Estado de conservação do filtro coador do tanque 10

09 Folga da correia do agitador mecânico 10

10 Estado e limpeza dos filtros de sucção 10

11 Malha do filtro de sucção adequada 10

12 Nível de óleo da bomba do pulverizador 10

13 Estado do regulador de pressão 10

14 Estado e a limpeza dos filtros dos bicos 10

15 O suporte dos bicos permite regulagens de inclinação 10

16 Pontas: são do mesmo modelo 10

17 Pontas: Estado visual do jato de pulverização 10

18 Manômetro: está funcionando corretamente 10

19 Manômetro: possui escala adequada à pressão de trabalho 10

20 Escala visível do marcador de nível do tanque 10

21 Mangueiras localizadas entre o jato e o alvo 10

22 Vazamentos, dobras e estado das mangueiras 10

23 Vazamentos nos bicos e filtros 10

24 Vazamento na flange do agitador de calda 10

25 Estado e funcionamento do lavador de embalagens 10

26 Posicionamento dos defletores para o porte da cultura 10

27 Reservatório para limpeza das mãos 10

28 A pressão está dentro dos limites aceitáveis das pontas 10

29 Uniformidade da vazão das pontas (15%) 10

30 Diferença no volume de pulverização: desejado e efetivo 10

PONTUAÇÃO MÁXIMA 300

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 83


ANEXO 2

NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA


AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQÜICULTURA
– NR 31 (Portaria n.º 86, de 03/03/05 - DOU de 04/03/05)

31.12.70 - Máquinas, equipamentos e implementos

Capacitação

31.12.74 O empregador rural ou equiparado se responsabilizará pela capacitação dos


trabalhadores visando ao manuseio e à operação segura de máquinas e implementos, de
forma compatível com suas funções e atividades.

31.12.75 A capacitação deve:

a) ocorrer antes que o trabalhador assuma a função;

b) ser providenciada pelo empregador ou equiparado, sem ônus para o empregado;

c) respeitar o limite diário da jornada de trabalho; e

d) ser ministrada pelo Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho do


empregador rural ou equiparado, fabricantes, por órgãos e serviços oficiais de extensão
rural, instituições de ensino de nível médio e superior em ciências agrárias, Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, entidades sindicais, associações de produtores
rurais, associação de profissionais, cooperativas de produção agropecuária ou florestal
e profissionais qualificados para este fim, com supervisão de profissional habilitado que
se responsabilizará pela adequação do conteúdo, forma, carga horária, qualificação dos
instrutores e avaliação dos discentes.

31.12.76 O programa deve abranger partes teórica e prática, com o seguinte conteúdo mínimo:

a) descrição e identificação dos riscos associados com cada máquina e as proteções


específicas contra cada risco;

b) funcionamento das proteções; como e por que devem ser usadas;

c) como, por quem e em que circunstâncias pode ser removida uma proteção;

d) o que fazer se uma proteção é danificada ou perde sua função, deixando de garantir uma
segurança adequada;

e) princípios de segurança na utilização da máquina;

f) segurança para riscos mecânicos, elétricos e outros relevantes;

g) procedimento de trabalho seguro;

h) ordem ou permissão de trabalho; e

84 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


i) sistema de bloqueio de funcionamento das máquinas e implementos durante a inspeção
e manutenção.

31.12.77 A capacitação de operadores de máquinas autopropelidas e implementos deve


atender ao programa de capacitação em etapas teórica e prática, carga horária mínima de
vinte e quatro horas distribuídas em no máximo oito horas diárias, com respeito à jornada
diária de trabalho ao seguinte conteúdo programático:

a) legislação de segurança e saúde no trabalho e noções de legislação de trânsito;

b) identificação das fontes geradoras dos riscos à integridade física e à saúde do trabalhador;

c) noções sobre acidentes e doenças decorrentes da exposição aos riscos existentes na


máquina e implementos;

d) medidas de controle dos riscos: Equipamento Proteção Coletiva e Equipamento de


Proteção Individual;

e) operação da máquina e implementos com segurança;

f) inspeção, regulagem e manutenção com segurança;

g) sinalização de segurança;

h) procedimentos em situação de emergência; e

i) noções sobre prestação de primeiros socorros.

31.12.78 A parte prática da capacitação pode ser realizada na máquina que o trabalhador irá
operar e deve ter carga horária mínima de doze horas, ser supervisionada e documentada.

31.12.78.1 O material didático escrito ou audiovisual utilizado no treinamento deve ser


produzido na língua portuguesa - Brasil, e em linguagem adequada aos trabalhadores.

31.12.79 Será também considerado capacitado o trabalhador que possuir comprovação,


por meio de registro, na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS ou no registro de
empregado, de pelo menos dois anos de experiência na atividade, até a data de publicação
desta norma, e que participou da reciclagem prevista no subitem 31.12.80.1.

31.12.80 Deve ser realizada capacitação para reciclagem do trabalhador sempre que
ocorrerem modificações significativas nas instalações e na operação de máquinas e
implementos ou troca de métodos, processos e organização do trabalho.

31.12.80.1 O conteúdo programático da reciclagem deve atender às necessidades da situação


que a motivou, com carga horária mínima de quatro horas que garanta aos trabalhadores
executarem suas atividades com segurança, com respeito ao limite diário da jornada de
trabalho.

31.12.81 Os operadores de máquinas e implementos devem ser maiores de dezoito anos,


salvo na condição de aprendiz, nos termos da legislação vigente.

31.12.82 Os operadores de máquinas autopropelidas e implementos devem portar cartão


de identificação, com o nome, função e fotografia.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 85


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. O que os Engenheiros


Agrônomos Devem Saber Para Orientar o Uso de Produtos Fitossanitários. Viçosa:
UFV, 2014, 564 p.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Boas Práticas de


Aplicação de Produtos Fitossanitários. São Paulo, [s.n.], 2012.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Tecnologia de


Aplicação. São Paulo, [s.n.], 2013.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria SIT nº 197, de 17 de dezembro de


2010. NR 12 – segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Diário Oficial União,
Brasília, DF, 24 dez. 2010. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A42
95EFDF0142FC261E820E2C/NR 12%20 (atualizada%202013)%20III%20-%20(sem%20
30%20meses).pdf>. Acesso em: 19 abr. 2017.

JACTO. Catálogo geral. Bicos e acessórios. Pompéia: 2016. 47p.

JACTO. Clínica do Pulverizador - Guia de Pulverização. Pompéia: 2016. 34p.

PADOVAN, L. A. ; ANJOS, H. S.; LORENSETTI NETO, J. Operação de Tratores Agrícolas.


São Paulo: SENAR, 2012. 54 p.il color.; 30 cm.

PADOVAN, L. A.; SOARES, J. C. M.; CANÔNICO, M. F. Aplicação de Agrotóxicos com


Turbopulverizador. São Paulo: SENAR, 2012. 70 p.il color.; 30 cm.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Aplicação de Agrotóxicos com


Pulverizador Autopropelido. Brasília: SENAR, 2016. 196 p. (Coleção SENAR – 170)

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Operação de Tratores Agrícolas.


Brasília: SENAR, 2016. 188p.:il. (Coleção SENAR-177)

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Tratores Agrícolas: Manutenção de


Tratores Agrícolas. Brasília: SENAR, 2009. 188p.:il. (Coleção SENAR-130)

TEIXEIRA,M. M.; RODRIGUES, G. J.; RUAS, R. A. A.. Pulverizadores Hidro-pneumáticos:


Operação e manutenção. Brasília: SENAR, 2010. 144 p (Coleção Senar 87).

86 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


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