Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SISTEMAS DE
TRANSMISSÃO, DE
FREIOS E HIDRÁULICO
CARTILHA IV
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO,
DE FREIOS E HIDRÁULICO
CARTILHA IV
SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo - 2020
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Andréia de Rezende Bittencourt
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
AUTORES
Carlos Roberto Ramos da Cruz – Administrador de Empresas
Edval Piatti - Engenheiro Mecânico
Marcelo Perrone Ribeiro - Engenheiro Mecânico
COLABORADORES
Sindicato Rural de Bragança Paulista - SP
Sindicato Rural de Ribeirão Preto - SP
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Thais Junqueira Franco
Diagramadores do SENAR-AR/SP
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 11
BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................................................53
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
Do nosso lado, vamos tentar propor situações de aprendizagem que sejam estimulantes,
envolventes e prazerosas. Nelas, você terá a possibilidade de usar o que já sabe e aprender
com o saber dos seus companheiros de estudo.
Desejamos ardentemente que você realmente amplie sua capacidade de aprender e que
essas experiências sejam valiosas para você.
Boa Sorte!
Figura 01
Controle remoto
Hidráulica 3 pontos
Tomada de potência
Embreagem
Caixa câmbio
Diferencial
Semi eixos
Redutor
Eixos TDP/TDA
Figura 03
Volante do motor
Pedal da embreagem
Árvore de manivelas
Eixo primário
Disco
Colar de embreagem Colar
Molas de pressão
Placas de pressão
Disco de embreagem
Revestimento
Mola
Cubo
Placa de atrito
Arrebite
Rolamento de Rolamento de
embreagem embreagem
Platô de Platô de
embreagem embreagem
Nas máquinas que possuem tomada de potência (TDP), pode existir a embreagem dupla,
que tem por finalidade a movimentação da máquina e da TDP conjuntamente, ou apenas
a TDP em funcionamento.
Figura 06
Fluxograma do sistema de embreagem dupla
A embreagem tem seu funcionamento baseado no atrito entre duas partes, uma motora e
outra movida. O acoplamento e o desacoplamento da embreagem ao volante são feitos pelo
acionamento do pedal de embreagem, localizado no lado esquerdo do operador.
O material de atrito do disco pode ser orgânico (macio e suave), cerametálico (mais resistente,
durável e que suporta altas potências) e sinterizado (resistente ao desgaste e ao arraste).
Figura 08
Embreagem multidisco úmida Embreagem seca
Figura 09
EDC
Bomba hidráulica
Motor hidráulico
transmissão
EDC - Controladora eletrônica Esquema hidráulico controlado por uma EDC
direcional
Um conversor de torque é um tipo de acoplamento hidráulico que permite que o motor gire
independentemente do esforço requerido pela transmissão. Se o motor gira mais lento, em
situações de marcha lenta por exemplo, a quantidade de torque que passa pelo conversor
Figura 10
Fluído Carcaça do conversor de torque
(ligada ao volante do motor)
Bomba
(acoplada à carcaça)
Estator
A bomba dentro do conversor de torque é um tipo de bomba centrífuga. À medida que ela
gira, o fluido é arremessado para fora, num sistema muito parecido com a forma que o
ciclo de secagem de uma máquina de lavar roupas, que arremessa água e roupas para a
parede da bacia de lavagem. Quando o fluido é expelido, um vácuo é criado e mais fluido
é puxado para o centro.
O fluido entra nas lâminas da turbina, que está conectada ao câmbio. A turbina faz com que
o câmbio gire, movendo assim o equipamento. As lâminas curvas asseguram que o fluido
externo que entra na turbina seja direcionado antes de sair do centro da turbina. É essa
mudança direcional que leva a turbina a girar.
O fluido deixa o centro da turbina, movendo-se em uma direção diferente daquela que
entrou. O fluido sai da turbina movendo-se em direção oposta àquela em que a bomba (e
o motor) está girando. Se o fluido pudesse atingir a bomba, diminuiria a rotação do motor,
desperdiçando energia. É por isso que um conversor de torque possui um estator.
O estator está posicionado bem no centro do conversor de torque. Sua função é redirecionar
o fluido que retorna da turbina antes que ele atinja a bomba novamente. Isso aumenta em
muito a eficiência do conversor de torque.
Trata-se de uma caixa inicialmente construída com duas velocidades que se coloca
geralmente antes da caixa de marchas, de forma que o eixo de saída da redutora se liga no
primário da caixa de marchas. Com duas possibilidades, duplica-se o número de velocidades
da caixa de marchas. Em alguns casos, as relações dentro desta minicaixa eram uma marcha
direta (nesta subcaixa, não confundir com a “direta” da caixa de marchas) e uma marcha
mais curta ou reduzida, por esta razão deu-se este nome a esse tipo de caixa.
Caixa de redução
Figura 11
Saída
Entrada
A caixa de câmbio situa-se após a embreagem. Suas funções são a seleção adequada de
velocidade e torque transmitidos às rodas motrizes e a alteração do sentido do movimento
da máquina. A caixa de câmbio não multiplica a potência, apenas modifica torque e rotação.
Figura 12
Garfo seletor
de marcha
Para o
Do motor diferencial
Engrenagem
intermediária
da ré
TDP
Árvore
intermediária
A caixa mecânica é composta de três árvores (eixos) primárias, também chamadas de eixo
piloto, secundária e terciária, engrenagens, pinhão de ré, trambuladores (garfos) e alavancas.
Para que a caixa de câmbio execute a função de alterar o sentido de movimento da máquina,
existe o pinhão da ré, que se encontra acoplado à última engrenagem da árvore secundária.
O acoplamento da primeira marcha com essa engrenagem do pinhão da ré faz com que
ocorra a inversão do movimento na árvore terciária, consequentemente essa inversão chega
às rodas.
a) Acionamento mecânico
b) Acionamento eletro-hidráulico
c) Acionamento eletropneumático
Para que o sistema eletropneumático entre em funcionamento basta acionar o botão elétrico,
o qual vai ativar o sistema pneumático e consequentemente acoplar a transmissão.
Existem muitas formas de levar o torque e a potência do motor até a transmissão final e
consequentemente até as rodas motoras da máquina. Uma das formas é utilizando a energia
do fluido hidráulico. Este tipo de transferência é chamada de Transmissão Hidrostática.
Figura 13
Caixa de
transferência
Motor de
pistões
de baixa
Bombas velocidade
Motor
e pistões Para os
diferenciais
Motor de
pistões
de alta
velocidade
a) Acionamento mecânico
O sistema possui uma alavanca que é ligada por cabos de aço até a controladora EDC da
bomba. Ao acionar a alavanca, a bomba á ativada, enviando óleo aos motores e ativando
o sentido de deslocamento da máquina.
b) Acionamento eletro-hidráulico
O acionamento poderá ser feito por alavanca ou por botão, que enviará corrente elétrica ao
comando pneumático e este acionará as hastes da EDC da bomba.
Os componentes deste tipo de câmbio são idênticos aos da transmissão manual, porém
não há embreagem e sim um pedal e/ou interruptor modulador para desacoplar o motor
da transmissão. Há também um botão seletor para a mudança das marchas de forma
automatizada. Este sistema pode ser de acionamento eletro-hidráulico ou eletrônico.
Figura 14
O Existem
Osistema
sistema dois
Power tipos
Power
Shift e de transmissão
Shift
o sistema ePower Power
o sistema
Shuttle são
Shift.
dois tipos deAtransmissão
transmissão contra
usados emeixos e ae
tratores
Power Shuttle
transmissão são
planetária. dois
Nos
máquinas agrícolas para controlar a mudança tipos
dois deode
tipos
transmissão
princípio
marchas. usados
a diferençaem
de funcionamento
Aqui está tratores
de éforma simples:e
o mesmo,
o que difere as duas é a disposição das
-máquinas
Power Shift: agrícolas
engrenagens paradecontrolar
dentro da caixa câmbio. a
mudança
No sistema de Shift,
Power
A maioria marchas.
das a mudança
máquinas Aqui
de está
a éa
marchas
utiliza
feita sem usar o pedal
transmissão de embreagem.
Power Shift contra eixos.
diferença
Geralmente, de
ele forma
Esta transmissão temmarchas
possui várias simples:
a funçãoem umde
intervalo limitado, como 4 a 6 marchas.
levar para o(s) diferencial(is) torques e
Para trocar de marcha,
velocidades você simplesmente
adequados para cada tipomove de uma
-alavanca
Power
movimento
Shift:
ou pressiona botões no painel.
do equipamento. O princípio
ÉNo sistema
de funcionamento é parecido a
adequado para Power
operações Shift,
contínuas, commudança
como
umaaragem
ou colheita, onde é necessário manter uma
caixa de marchas
de marchas é feitamecânica:
semum eixo conectado
usar o pedalao acoplamento (embreagem ou conversor
velocidade constante. Sistema Automático: No caso do sistema
de torque) fica solidário ao eixo de saída da transmissão "Power Shift",porelemeio de engrenagens.
é frequentemente A
chamado
de embreagem.
relação entre estas engrenagens determina a velocidade e o torque
de automático porquede saída. aAmudança
permite diferençade
Geralmente,
entre o câmbio ele possui várias
convencional e a transmissão Power
marchasShift
semestá na forma de de
a necessidade conexão
acionardas
engrenagens ao eixo. manualmente a embreagem. As mudanças são
marchas em um
A transmissão Powerintervalo
Shift possuilimitado,
pacotes de miniembreagens
realizadas por imersas
meio de em fluido
botões ouque ficam
alavancas,
como 4 a 6aomarchas.
dispostos longo dos eixos de entrada e saída.tornando Quando ouma marcha
processo é selecionada,
mais convenienteuma e suave,
pressão hidráulica é aplicada de dentro dos pacotes, sem a fazendo
necessidadecom dequeintervenção
os discos ligados
manual
Paraaotrocar de marcha, você
eixo fiquem unidos aos discos ligados à carcaça entredoaspacote.
mudanças Neste
de momento,
marcha. o eixo de
simplesmente movefica
entrada da transmissão uma alavanca
conectado ou
ao eixo de saída por meio de um par de engrenagens
que confere
pressiona torque e velocidade
botões no painel. ao equipamento.Sistema
Na transmissão Power Shift,
Semiautomático: a mudança
O "Power de é
Shuttle"
marcha é suave e pode ser aplicada com o equipamento em movimento.
frequentemente chamado Esta
de característica
semiautomático
É adequado para operações
faz com que este tipo de transmissão tenha muitas aplicações em máquinas de construção,
porque, embora permita a troca de direção
contínuas,
pois, além como aragem
de robustez, oferece ou muitocolheita, (marchaas
conforto durante à ré para marcha
operações. à frente) sem
O acionamento acionar
dos
pacotes hidráulicos é feito por meio de gerenciamento manualmente a embreagem,
eletrônico, o que torna oas mudanças de
sincronismo
ondedeéacoplamento
necessário manter uma
das engrenagens preciso e suave. marcha ainda podem ser realizadas
velocidade constante.
Essa transmissão manualmente (com
é utilizada principalmente em carregadeiras pelo operador
conversorquando necessário.
de torque) e
em motoniveladoras (com conversor de torque ou embreagens).Isso fornece uma combinação de conveniência
e controle manual.
Figura 15
Kit embreagens
Figura 16
Coroa / Pinhão
Planetárias
Engrenagens Satélites
Semi Eixo
1.4.2. Diferencial
O diferencial, na maioria das vezes, tem benefícios, porém existe uma situação em que é
importante que ele não atue: é o caso de quando a máquina está com uma das rodas em
terra solta e a outra em solo firme. Neste caso a maior parte da rotação é transmitida para a
roda que necessita menor torque, podendo até fazer com que a máquina não se desloque.
Sendo assim, para que continue se deslocando, é necessário fazer com que o mecanismo
do diferencial não atue, acionando-se então o bloqueio do diferencial, que faz com que as
rodas motrizes girem com a mesma velocidade. Seu acionamento pode ser mecânico ou
elétrico, sendo que, quando aplicado, o condutor deverá se atentar quanto à não realização
de manobras ou curvas, pois poderá provocar danos a estes componentes.
Componentes do diferencial
Figura 17
Coroa Gaiola do
Engrenagem planetária
diferencial
Ponta de
eixo
Girando
depressa
Movimento Girando
em linha reta devagar
Movimento
Pinhão cônico-satélite em curva
Figura 18
Conjunto satélite e
planetárias
Desbloqueado
Equipamento realizando manobras
Caixa câmbio
Eixo Cardan
Figura 20
Caixa câmbio
Eixo Cardan
RPM do
diferencial
Rodas motrizes
RPM do diferencial
Semi-eixo
RPM das
rodas
Localizada na parte traseira (em alguns casos também na parte dianteira) da máquina
agrícola, a tomada de potencia – TDP tem a função de transmitir a potência do motor (torque
e rotação) para o acionamento de implementos agrícolas acoplados a um eixo de saída.
Seu acionamento será visto posteriormente na cartilha IV, no módulo cabine.
Figura 21
RPM do
diferencial
Rodas motrizes
RPM do diferencial
Semi-eixo
RPM das
rodas
Figura 23
Rodados de pneus Rodados de esteiras Rodados mistos (semi esteiras)
Os rodados pneumáticos são constituídos de discos do aro, cubos de roda, bases do aro,
válvulas, porcas de fixação e pneus.
Figura 24
Pneu
Disco do aro
Porcas de
fixação Cubo de
roda
É um dispositivo que possibilita o enchimento do pneu com ar e fluído, bem como a retenção
destes elementos no interior do pneu.
São elementos que estão associados a um fuso ou parafuso, garantindo assim a fixação
do conjunto da roda ao cubo e a fixação da base do aro ao disco.
Um pneu pode ser definido como a coroa circular de seção transversal cilíndrica, constituída
de materiais flexíveis, de forma a envolver a base do aro.
Os pneus são constituídos por lonas, talões, flanco, liner e banda de rodagem.
1.6.1. Lonas
A função das lonas é suportar a carga e a pressão internas do pneu. Dependendo da sua
montagem, altera a classificação em diagonal ou radial.
1.6.2. Talões
Os talões são cabos de aço revestidos de cobre para evitar a oxidação, isolados
individualmente por compostos de borracha para evitar atrito e revestidos de tecido tratado.
Sua função é fazer a amarração do pneu no aro, devendo apresentar alta resistência à
ruptura.
1.6.3. Flanco
Parede lateral ou flanco é a parte da carcaça que vai da rodagem ao talão. É responsável
pelo amortecimento da máquina pelas irregularidades do terreno.
Liner é o revestimento protetor da carcaça na parte interna do pneu. Em todos os pneus tem
a função de impermeabilizar a estrutura da carcaça e, nos pneus sem câmara, reter o ar
sobre pressão, fazendo o papel da câmara de ar nos pneus que utilizam este componente.
Banda de rodagem é a parte do pneu que faz a aderência com o solo. Seus desenhos devem
proporcionar frenagem, tração e autolimpeza. Seu composto de borracha deve resistir à
abrasão e ruptura.
Constituição dos pneus
Rodagem
Figura 25
Lonas
Liner
Carcaça
Talão
Flanco
Borda de rodagem
Flanco
Flanco
Cintos
Carcaça
Figura 29
Os materiais rodantes do tipo esteiras são aplicados em alguns tipos de máquinas como
escavadeiras hidráulicas, colhedoras de cana-de-açúcar e colheitadeira de grãos, pois
durante a sua movimentação/deslocamento exercem menor pressão sobre o solo se
comparadas às máquinas de pneus. Isso resulta em um solo menos compactado, menos
degradado, o que aumenta a produtividade do local e reduz o ciclo de empobrecimento do
solo.
Também são altamente utilizados em locais íngremes, pois têm ampla superfície de apoio
no seu sistema de locomoção. Por possuírem altíssima tração, também são excelentes para
locais que tendem a ser pantanosos.
Todo material rodante para máquinas de esteira deve ser bem dimensionado, de alta
qualidade, resistência e bem articulado durante a montagem, para que realize trabalhos com
excelente aderência, tração, estabilidade e manobrabilidade. As principais partes do material
rodante são: correntes, sapatas, roda motriz, roletes, roda guia, mola e pistão do tensor.
Figura 30
Mola do tensor Rolete
Pistão tensor
Sapata Correntes
Podemos dizer que as principais partes do material rodante são as correntes, podendo ser
secas ou lubrificadas. Os elos são forjados e tratados, aumentando assim a durabilidade
do material rodante. Todas as partes da corrente sofrem desgaste, portanto devem ser
recuperadas ou substituídas em intervalos regulares para uma maior duração do material
rodante. Esses intervalos variam de acordo com o trabalho a ser realizado pelo material
rodante, bem como as circunstâncias de operação, principalmente o tipo de solo em que a
máquina realiza o trabalho.
Existem sapatas com vários perfis, podendo ser com garras simples, duplas ou triplas
de várias espessuras, de acordo com o tipo de máquina e sua aplicação. Assim como as
outras partes, as sapatas também sofrem desgastes e devem ser recuperadas ou trocadas
por peças novas para melhor desempenho do material rodante. As sapatas podem ser de
metal, borracha ou mistas. Em alguns casos o conjunto corrente/sapatas pode ser uma
peça única de borracha.
É este conjunto que exerce todo o esforço de tração, também sofre desgaste e deve ser
substituído por peças novas regularmente para maior durabilidade do material rodante.
Podem ser com flange simples ou dupla. As partes do rolete apresentam desgaste e
devem ser recuperadas ou trocadas periodicamente para o material rodante não desgastar
facilmente. Os itens que sofrem desgaste são as capas do rolete, eixos, buchas de bronze,
porta-buchas e retentores.
Sua função é manter o alinhamento do material rodante durante o esforço de tração da roda
motriz, garantindo que não haja desvios transversais que ocasionem o descarrilamento do
conjunto. A peça apresenta desgaste no guia (pista) após certo período de trabalho.
Os materiais rodantes mistos são os que utilizam dois sistemas de rodados, em que o eixo
de tração é de esteiras e o eixo direcional é pneumático. Representam um esforço no sentido
de melhorar as condições de tração e sustentação das máquinas com rodados pneumáticos
em solos extremamente úmidos. Porém são máquinas ainda pouco utilizadas.
Figura 31
Contrapesos metálicos longitudinais Contrapesos metálicos transversais
A lastragem líquida com fluído (água + solução) é a forma mais simples e barata de aumentar
o peso da máquina, quando há falta de lastro. Pode ser inserido fluido nos pneus traseiros
e dianteiros, dependendo do modelo.
Figura 32
Ar (25%)
Mangueira de água
Tubo de ar
Figura 33
Bitola do eixo Bitola do eixo
dianteiro traseiro
O sistema de freios das máquinas tem por finalidade controlar a sua velocidade ou efetuar
sua parada.
Para realizar a função de reduzir a velocidade da roda até sua imobilização, o sistema de
freio utiliza importantes componentes em seu circuito, tais como o pedal de acionamento,
servofreio, cilindro mestre, disco e/ou tambor de freio e fluido de freio.
Figura 34
Circuito do sistema de freio
Reservatório fluído
Pedal freio
Cilindro mestre
Servo freio
Pressionando o pedal, o operador vai pressurizar o sistema, que irá se encarregar de reduzir
a velocidade das rodas. O pedal de freio é projetado de forma a se ligar a uma haste ou já
incorporado à haste. Esta é a responsável por realizar o braço de alavanca e multiplicar a
força aplicada no pedal pelo operador. Fabricado em aço, deve suportar grandes solicitações
de força sem se deformar. O pedal encontra-se no assoalho da máquina, entre o pedal de
embreagem/modulação e o pedal do acelerador. Em uma das extremidades está o pedal
e na outra encontra-se o acionador do servofreio ou do cilindro mestre, dependendo da
aplicação do sistema de freio. A distância do pedal para o ponto de fixação da haste, e
a distância do ponto de ligação do acionador do servofreio/cilindro mestre, são medidas
determinantes para a relação do pedal, e esta determina quantas vezes a força aplicada
pelo operador será multiplicada.
Figura 36
Servofreio
Cilindro mestre
Fica internamente ligado nos semieixos da máquina. O disco é o componente que gira
solidário à roda, sendo então o componente a ser impedido de girar pelo atrito com as
pastilhas de freio.
Possui a mesma função do disco de freio, mas neste caso são as sapatas de freio que irão
atritar contra o tambor, visando reduzir sua velocidade de giro. O tambor é fixado a uma
ponta de eixo, e sobre aquele é aparafusada a roda. Dessa forma, quando as sapatas são
comprimidas contra a superfície interna do tambor, a roda também irá perder velocidade.
A principal função do fluido de freio é servir de meio de transmissão para o sistema, neste
caso, transmissão de pressão hidráulica para os pistões dos cilindros e pinças de freio. O
fluído de freio também é desenvolvido de forma a lubrificar os componentes do sistema e
protegê-los contra oxidação, bem como suportar as altas temperaturas atingidas durante
as frenagens. Entretanto, possui prazo de validade. Por ser higroscópico, acumula umidade
do ar e perde suas características com o tempo, gerando bolhas de ar no sistema.
O freio de serviço é composto por conjunto multidisco, em banho de óleo ou a seco em cada
roda, comando servoassistido hidraulicamente, com circuito independente para cada eixo.
Tem a função de reduzir a velocidade da máquina sem que ela fique neutralizada.
O freio de estacionamento (ou freio de mão) é um sistema de frenagem que, na maioria dos
modelos, é acionado por uma alavanca manual, porém pode ser acionado por um pedal,
por botão/alavanca eletroeletrônico ou pneumático.
Sua finalidade principal é manter a máquina parada quando esta já se encontra imobilizada,
seja com o motor ligado ou não, travando as rodas traseiras. Quando acionado, dispensa-se
o acionamento do freio de serviço. Também pode ser utilizado como freio de emergência
em situação de pane nos freios de serviço.
Figura 38
Acionamento mecânico Acionamento Acionamento
eletroeletrônico pneumático
A válvula de proteção de 4 circuitos pode ter até seis saídas e tem o papel de isolar um
circuito do outro em caso de problemas, a fim de impedir que a máquina saia sem ar no
sistema de freio de serviço.
Figura 40
Válvula proteção 4 circuitos
Figura 42
Válvula relé
Elemento secador
Figura 45
Reservatório de ar
Câmara de ar
Figura 46
Figura 47
• Graças a sua baixa inércia, permite uma rápida e suave inversão de movimento;
• É autolubrificante;
• Trabalha sob pressões bem mais elevadas do que o sistema pneumático, por essa razão
transmite uma potência maior;
Bomba hidráulica
Filtro
Válvula
Potência mecânica
fornecida pelo motor
Atuador
hidráulico motriz
Linha de sucção
Linha de pressão Potência
Linha de retorno liberada
Figura 49
Óleo de alta pressão
Óleo de alta pressão para freios
Óleo de carga
Óleo do piloto
Óleo de lubrificação
Óleo sem pressão ou de retorno
Figura 50
Canal de Canal de
saída entrada
Válvula de
alívio Bypass
Indicador de
condição do
elemento Carcaça de
pressão
Elemento
filtrante
Tubo de reforço
metálico
Filtram o óleo sob pressão antes que seja utilizado pelo sistema e protegem os componentes
sensíveis do lado filtrado.
A bomba recalca o fluido hidráulico para todo o sistema com vazão e pressão suficientes
para que os atuadores cumpram suas funções de trabalho.
Figura 51
Dentes externos Palhetas
Figura 52
3.5. Atuadores
São um elemento do sistema hidráulico que transforma energia cinética do óleo em energia
mecânica. Podem ser lineares de ação simples, dupla ou telescópica ou rotativos. Estão
presentes no levante de 3 pontos, nas linhas VCR (Válvulas de Controle Remoto) ou na
direção.
Figura 54
4. CONHEÇA O SISTEMA HIDRÁULICO DE 3 PONTOS
Sistema hidráulico do engate de 3 pontos utiliza a força hidráulica, que permite maior
versatilidade na movimentação e controle de implementos acoplados às máquinas agrícolas.
É composto por: comando hidráulico, braços superiores, intermediários, inferiores e do
terceiro ponto, barras estabilizadoras, viga de controle, controle de reação e pistões auxiliares.
Componentes sistema hidráulico de três pontos
Bomba hidráulica
Válvula fluxo
Comando hidráulico
Cilindro elevação
Braço superior
Pistão auxiliar
Braço intermediário
Braço inferior
Viga controle
Figura 55
São barras metálicas que funcionam como alavancas na ligação entre a máquina e o
implemento. Possuem regulagens que permitem alterar sua capacidade de levante,
profundidade, altura e sensibilidade.
São barras metálicas que ligam os braços inferiores à estrutura da máquina. Suas funções
são realizar o alinhamento e permitir liberdade no deslocamento transversal do implemento.
ServiçoNacionaldeAprendizagemRural Administração Regional do Estado de São Paulo 47
4.4. Conheça a viga de controle
É um elemento metálico ligado por mola ao comando hidráulico que pode permitir a reação
(subir e descer automaticamente) dos braços hidráulicos às variações do terreno, permitindo
uma profundidade constante do implemento.
É uma válvula reguladora de fluxo de óleo que permite alterar a velocidade de descida dos
braços hidráulicos durante a operação.
São atuadores hidráulicos ligados aos braços superiores que têm a função de aumentar a
capacidade de levante do sistema.
Conforme o modelo da máquina, este sistema poderá ter uma ou mais Válvulas de Controle
Remoto (VCR). Cada VCR é composta de um par de acopladores que fazem a saída e o
retorno do óleo para os atuadores no implemento.
A direção mecânica tem função de transmitir o movimento do volante para as rodas, por meio
do contato entre o parafuso sem-fim e o eixo setor ou entre pinhão e cremalheira. Neste
sistema todo o esforço necessário para o esterçamento das rodas é feito pelo operador.
Volante de direção
Coluna
Caixa de direção
Terminal
Braços
Na direção hidráulica existe o auxílio de uma bomba hidráulica que age em conjunto com
óleo. É composto por caixa de direção, válvula de controle de rotação, cremalheira, pinhão,
braço de direção, pistão hidráulico e mangueiras de baixa e de alta pressão.
O funcionamento desse sistema não é nada complicado: a bomba hidráulica (que fica
parafusada no bloco do motor) é acionada quando a máquina é ligada por meio da correia
e da polia. Essa bomba gera vazão de óleo suficiente para que o sistema funcione. O óleo
vai para a caixa de direção por meio das mangueiras e é enviado pela válvula de controle
de rotação, que libera esse óleo sob alta pressão para um cilindro na cremalheira, que
empurra o pistão enviando o óleo para um dos lados que o volante é girado, e, se não
houver o movimento do volante, o óleo retorna pela mangueira ao reservatório para evitar
perda de energia e aquecimento do sistema. É essa pressão exercida pelo óleo que ajuda
o operador no movimento do volante.
Como vimos, esse sistema depende do acionamento do motor para funcionar; portanto, a
máquina perde potência ao fazer manobras e pode ter um pequeno aumento no consumo
de combustível.
Figura 58
Bomba hidráulica
Mangueiras hidráulicas
Caixa direção
Figura 60
Direção 4 rodas Direção com piloto automático
Por último, temos a direção eletro-hidráulica, que se destaca por ter maior precisão nas
manobras, pois é tão leve quanto a elétrica, além de promover um menor consumo do
combustível se comparado ao hidráulico e ao hidrostático.
Figura 61
Sensores elétricos
Central eletrônica
Atuador hidráulico
http://www.operaction.com.br/transmissoes-e-acoplamentos
http://www.carrosinfoco.com.br