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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Programa Capacitação na Apicultura

Produção de Própolis
Módulo V
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

CAPACITAÇÃO
NA APICULTURA

Produção de Própolis

São Paulo - 2012


IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL DO PROGRAMA


Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Teodoro Miranda Neto
Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTOR
Celso Ribeiro Cavalcante de Souza
Técnico em Agropecuária, Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas, Farmacêutico, Proprietário do
Apiário D’terra e da Estação do Mel - Pindamonhangaba

REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente

FUNVIC - Fundação Universitária Vida Cristã

FOTOS
Celso Ribeiro Cavalcante de Souza

Banco de Imagens Senar-ar/sp

DIAGRAMAÇÃO
FUNVIC - Fundação Universitária Vida Cristã

Thais Junqueira Franco - Diagramadora do SENAR-AR/SP

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................9

I. PRÓPOLIS............................................................................................................................ 10
1. Composição da própolis.................................................................................................... 10
2. Utilização da própolis........................................................................................................ 11
3. Propriedades farmacológicas da própolis......................................................................... 11

II. COMPORTAMENTO DE COLETA DA PRÓPOLIS PELAS ABELHAS.............................. 13

III. MÉTODO DE OBTENÇÃO DA PRÓPOLIS......................................................................... 14


1. Método dos toquinhos de madeira.................................................................................... 16
2. Método do coletor de própolis inteligente (CPI) ............................................................... 18
3. Método da moldura coletora............................................................................................. 19
4. Método da tela.................................................................................................................. 20

IV. CONSERVAÇÃO DA PRÓPOLIS........................................................................................ 21


1. Procedimento.................................................................................................................... 21
2. Classificação da própolis.................................................................................................. 23
3. Conservação..................................................................................................................... 23
4. Transporte......................................................................................................................... 23
5. Comercialização................................................................................................................ 23

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.................................................................................................... 24

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APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


- FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles Meirelles,
o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo o Estado
de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais dos traba-
lhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e vegetal,
na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições de
vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos trabalha-
dores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-silvo-pas-
toris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua produção
e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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INTRODUÇÃO

O uso da própolis é muito antigo. Acredita-se que os antigos egípcios utilizavam-na


para embalsamar as múmias. No início do século passado os primeiros relatos a respeito foram
nas guerras, quando foi muito usada para cicatrização de ferimentos, regeneração de tecidos
e em cirurgias.

A própolis hoje é utilizada nas mais diversas áreas, tendo destaque a área farmacológica e
o uso medicinal e odontológico, além do veterinário.

É sem dúvida um produto de alto potencial econômico na exploração apícola e que deve
ser explorado de maneira racional, trazendo ao apicultor mais uma alternativa de renda em
sua atividade.

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I. PRÓPOLIS

A palavra própolis quer dizer defesa da cidade, ou seja, defesa da colmeia.

São várias as teorias a respeito da própolis, mas o mais correto é dizer que ela é uma resina
das plantas coletada pelas abelhas.

São resinas coletadas das gemas apicais, em troncos que secretam estas substâncias e
que são mastigadas pelas abelhas e transformadas em própolis.

A própolis tem algumas funções na colmeia:

 Anti-séptica - impede o crescimento de micróbios patogênicos.

 Antibiótica - capaz de impedir ou matar bactérias.

 Vedante - tem a função de fechar frestas existentes na colmeia.

 Colante - fixa as partes da colmeia, como um quadro ao outro.

 Defesa - a própolis pode ser colocada pelas abelhas na porta de entrada, diminuindo seu
tamanho e impedindo inimigos de entrarem.

 Assepsia dos alvéolos antes da postura da rainha - é feita uma limpeza (assepsia) nos
alvéolos com uma tintura feita de própolis antes da rainha ovopositar, garantido a saúde
da nova cria.

 Embalsamar corpos estranhos que as abelhas não consigam retirar da colmeia -


embalsamados não apodrecem, evitando contaminar o interior da colmeia.

1. COMPOSIÇÃO DA PRÓPOLIS

A própolis é uma massa resinosa e pegajosa, cuja cor varia do amarelo e verde ao marrom
escuro, dependendo da procedência e idade do produto.

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A própolis é dura e quebradiça quando fria e pegajosa quando quente.

A sua composição varia de acordo com os vegetais e as condições ambientais da região


de origem.

Nela são encontrados microelementos como alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, vanádio,
manganês e silício, entre outros.

De uma forma geral qualquer tipo de própolis é composto basicamente por:

 55% de resinas e bálsamos aromáticos

 30% de cera

 10% de óleos essenciais

 0,5% de grãos de pólen

Em sua composição já foram descritos pelo menos 200 tipos de compostos químicos. Além
destes há muitos outros que ainda não foram descritos, pois a própolis é uma mistura, o
que dificulta a extração e fracionamento de seus componentes. Por esta razão pouco ainda
se sabe a seu respeito.

2. UTILIZAÇÃO DA PRÓPOLIS

A própolis serve para vários fins medicinais, mas também tem sido usada em outras áreas,
como:

 Agricultura - no combate a pulgões, fungos e bactérias e para proteger enxertos. Também


é utilizada como adubo.

 Veterinária - para mamites, cicatrizações de ferimentos, etc.

Na indústria de:

 Alimentos - como conservante

 Móveis - como verniz

 Instrumentos musicais - como pintura

 Cosméticos e outros.

3. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DA PRÓPOLIS

Há várias atividades importantes em que se utiliza a própolis. São elas:

 Atividade: antibacteriana, antifúngica, antiviral, citotóxica, imunoestimulatória, anti-


inflamatória, antioxidante, antialgas, anestésica, antitripanossômica.

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 Efeito leishmanicida: pode combater a Leishimaniose (doença transmitida pelo mosquito
Lutzomyia).

 Ação: cicatrizante, regenerativa dos tecidos cartilaginosos e ósseos, regenerativa de polpa


dental, espasmolítica, imunomodulatória, colérica, antiúlcera, protetora contra radiação
gama.

ATENÇÃO!!!

A prescrição e a dosagem de consumo de própolis devem ser feitas


por profissional especializado e habilitado.

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II. COMPORTAMENTO DE COLETA
DA PRÓPOLIS PELAS ABELHAS
As abelhas coletam resina dos vegetais com ajuda de suas mandíbulas e do primeiro par de
patas. Um ácido (10 - hidroxidecenoico) é secretado pelas glândulas mandibulares facilitando
o serviço de trituração e de amolecimento da resina.

Esta resina é depositada nas cortícolas para serem transportadas para a colmeia, de onde
segue para o local no qual está sendo requisitada.

Outras abelhas retiram a resina aos poucos da pata coletora, até liberá-la para uma nova
coleta. Cada coleta leva em média 15 a 60 minutos, variando de acordo com a temperatura
ambiente. Em dias mais quentes leva-se menos tempo para fazer uma coleta.

O horário médio de coleta está entre 10 e 16 horas, sendo que no verão começa mais cedo
e termina mais tarde.

A produção média anual, utilizando as diversas técnicas, é de 50 a 400 g, podendo atingir


até 1 kg por colmeia.

A coleta da própolis não é constante, varia de acordo com a necessidade da colmeia em


manter um certo microambiente de temperatura e proteção.

A coleta durante períodos de clima mais frio tende a aumentar, pois exige-se mais para
manter uma temperatura constante. Nesta época a entrada de ar deve ser diminuída.

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III. MÉTODO DE OBTENÇÃO DA PRÓPOLIS

Sabendo que as abelhas coletam própolis de acordo com a necessidade da colmeia, utilizam-
se mecanismos para as estimular.

Para que isso seja possível é necessário coletar toda a própolis existente a cada revisão.
Ao retirarmos a própolis da colmeia, esta sentirá necessidade de coletar mais, para devolver
as mesmas condições anteriores de proteção e temperatura.

De maneira geral todas as técnicas desenvolvidas no contexto de estimular a produção de


própolis vão convergir ao que a natureza das abelhas já faz a milhões de anos, ou seja,
coletar ou depositar própolis somente quando estiver necessitando dele.

Os métodos utilizados para induzir ou intensificar a produção de própolis são vários. Os


mais comuns são aqueles em que o apicultor provoca uma situação na colmeia (aberturas)
para que as abelhas depositem própolis neste local, impedindo a entrada de vento, luz e
inimigos naturais. Devem ser utilizados equipamentos que melhor se adaptem à realidade
de cada apicultor.

ATENÇÃO!!!

Esta é uma atividade que pode ser associada com sucesso à


produção de mel, concomitantemente.

O método de produção é um só: estimular as abelhas a coletarem própolis suprindo a


necessidade deste produto induzida pelo apicultor.

Os equipamentos ou formas utilizadas para estimular a coleta são vários, como:

1. Manter o alvado aberto

2. Calçar a tampa com madeira (toquinhos)

3. Deixar mais de 2 cm de espaço entre o ninho e a melgueira

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4. Raspar toda a própolis da tampa, dos quadros e de todas as demais partes da
colmeia de 6 em 6 meses, mais ou menos

5. Moldura coletora

6. C P I

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7. Tela

Para estimular a deposição


de própolis nas aberturas
proporcionadas pelos diferentes
coletores existentes, colocar crias
abertas nas extremidades da
colmeia, próximas às aberturas. Isso
obriga as abelhas a propolizarem
este local, na intenção de proteger
e aumentar a temperatura destes
indivíduos.

1. MÉTODO DOS TOQUINHOS DE MADEIRA

É o método mais comum, porém possui pouco rendimento.

Consiste em calçar a tampa da colmeia com pequenos toquinhos de madeira (de + 1,5
cm).

1.1. Selecione o material

EPI, fumigador, toquinhos de madeira em forma de “L”, formão, fita adesiva.

1.2. Coloque o EPI

1.3. Acenda o fumigador

1.4. Fumigue a colmeia

1.5. Retire a cobertura e abra a tampa da colmeia

1.6. Aplique algumas baforadas de fumaça sobre o ninho

1.7. Coloque os toquinhos de madeira

Colocar em cada canto da colmeia.

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1.8. Coloque a tampa sobre os toquinhos

1.9. Coloque a cobertura na colmeia

Após alguns dias verificar se os espaços foram preenchidos com própolis. O tempo de
preenchimento do espaço vazio varia muito de colmeia para colmeia. Após verificar que o
espaço está preenchido, deve-se coletar a própolis, seguindo os passos:

1.10. Aproxime-se da colmeia

O apicultor e o auxiliar deverão estar vestidos com o EPI e ter o fumigador aceso.

1.11. Fumigue a colmeia

1.12. Retire a cobertura da colmeia

1.13. Raspe a própolis

1.14. Coloque a própolis colhida em um recipiente (saco plástico)

1.15. Coloque o recipiente em uma caixa térmica

1.16. Coloque novamente os toquinhos nos cantos da caixa

1.17. Coloque a tampa

1.18. Coloque a cobertura na colmeia

1.19. Coloque o recipiente com a própolis coletada no freezer

Este procedimento é importante para que se elimine todos os ovos de traças possíveis.

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2. MÉTODO DO COLETOR DE PRÓPOLIS INTELIGENTE (CPI)

Trata-se de um método mais eficiente, que oferece maior rendimento na obtenção da


própolis.

O Coletor de Própolis Inteligente (CPI) é um dos primeiros equipamentos realmente


desenvolvidos para a finalidade comercial da própolis.

2.1. Selecione o material

EPI, fumigador, melguera coletora (CPI), formão.

2.2. Coloque o EPI

2.3. Acenda o fumigador

2.4. Fumigue a colmeia

2.5. Retire a cobertura e abra a tampa da colmeia

2.6. Aplique algumas baforadas de fumaça sobre o ninho

2.7. Transfira os quadros de cria

Transfira quadro a quadro de cria para nova melguera coletora, em seguida troque as
melgueras, deixando no lugar a melguera coletora (CPI), retirando o primeiro sarrafo do
coletor e leve a melguera original embora.

2.8. Coloque a cobertura na colmeia

Após alguns dias verificar se os espaços foram preenchidos com própolis. O tempo de
preenchimento do espaço vazio varia muito de colmeia para colmeia. Após verificar que
o espaço está preenchido, retire o outro sarrafo inferior e assim sucessivamente ate que
preencham todos os espaços com própolis.

Deve-se coletar a própolis, seguindo os seguintes passos:

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2.9. Aproxime-se da colmeia

O apicultor e auxiliar deverão estar vestidos com o EPI e o fumigador aceso.

2.10. Fumigue a colmeia

2.11. Retire a cobertura da colmeia

2.12. Raspe a própolis

2.13. Coloque a própolis colhida em um recipiente (saco plástico)

2.14. Coloque o recipiente em uma caixa térmica

2.15. Coloque novamente os sarrafos no coletor.

Ao se colher toda a própolis, reponha todos os sarrafos do coletor de volta no equipamento,


deixando novamente o primeiro aberto para nova deposição de própolis pelas abelhas.

2.16. Coloque a tampa

2.17. Coloque a cobertura na colmeia

2.18. Leve o recipiente com a própolis coletada ao freezer

Este procedimento é importante para que elimine se todos os ovos de traças possíveis.

3. MÉTODO DA MOLDURA COLETORA

É de fácil utilização, prática e de baixo custo. É confeccionada em madeira com sarrafos


finos, fazendo apenas a moldura da caixa, deixando uma abertura de 2 cm na volta toda. É
colocada entre ninho e melgueira, entre melgueira e tampa ou mesmo entre ninho e fundo.
Depois de colocada espera-se ser totalmente preenchida de própolis, que então deve ser
recolhido e, no seu lugar, uma outra moldura vazia deve ser colocada.

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4. MÉTODO DA TELA

Muito utilizada no passado, hoje somente utilizada por aqueles que produzem própolis para
consumo próprio.

Um equipamento eficiente mas que produz própolis de granulometria pequena (menor


que grãos de café, recusada pelo mercado). A tela deve ser colocada abaixo da tampa da
colmeia, juntamente com um pequeno sarrafo que se incumbe de proporcionar uma fresta
que permite a entrada de luz que as abelhas tentarão bloquear, depositando própolis na tela.
Após impregnada de própolis, a tela deve ser recolhida para extração, bastando colocá-la
sobre refrigeração por algumas horas para que a própolis se enrijeça e fique fácil de se soltar.
Para soltar a própolis da tela, esta deverá ser simplesmente amassada com as mãos e os
grãos de própolis se soltar-se-ão.

ATENÇÃO!!!

As abelhas propolisarão quando houver disponibilidade de produto


na natureza, ou seja, quando a pastagem apícola for de plantas
fornecedoras de própolis.

Se o apicultor forçar as abelhas para coleta de própolis e este não estiver disponível na
natureza, outros produtos serão coletados, como: terra, barro, piche ou qualquer outra coisa.
Também uma grande quantidade de cera poderá ser depositada no local, juntamente com
a própolis, formando um produto de péssima qualidade.

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IV. CONSERVAÇÃO DA PRÓPOLIS

Alguns cuidados devem ser tomados para que a própolis seja de boa qualidade. São eles:

 Evitar o contato da própolis com partes da colmeia que estejam pintadas.

 Fazer a limpeza da própolis logo após a coleta, retirando qualquer tipo de impurezas como
asas, abelhas mortas, insetos, pedaços de madeira, etc.

 Não expor a própolis ao sol nem à umidade.

 Não aquecê-la.

 Não misturar a própolis de diferentes partes da colmeia.

 Acondicioná-la em sacos de plástico ou vasilhames limpos.

 Evitar que os pedaços se quebrem ou fiquem amassados (facilitando o processo de


limpeza).

1. PROCEDIMENTO

Este serviço deve ser realizado em ambiente limpo, higiênico, apropriado para este fim,
através de pessoal treinado e paramentado com luvas, máscaras e avental.

Para a limpeza do produto bruto, a maneira utilizada é a catação manual, em que são
retiradas as impurezas visíveis, tais como lascas de madeira, pedaços de cera, abelhas,
traças, folhas, entre outros.

1.1. Separe o material necessário

Avental, luva, máscara, touca, pinça, recipiente limpo e sacos plásticos com vedação.

1.2. Retire a própolis do freezer

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1.3. Coloque o conteúdo em um recipiente limpo

1.4 Retire as sujeiras da própolis

1.5. Armazene a própolis limpa em saco plástico com vedação

1.6. Coloque a própolis no freezer

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2. CLASSIFICAÇÃO DA PRÓPOLIS

É comum o uso de peneiras para a classificação do produto através do tamanho das


partículas. As malhas mais comuns são a de café e de feijão, classificando-as em tipo “A”
as retidas na de café e tipo “B” as retidas na de feijão; o restante são inferiores ou pó e são
classificadas como tipo “C”.

O mercado externo tem preferência por um produto seco e aromático, geralmente na


coloração esverdeada. Outras características também são importantes, como ausência de
mofo, oxidação, tinta ou impurezas.

3. CONSERVAÇÃO

Para a conservação da própolis, após a limpeza das diversas impurezas, é necessário


guardá-la em geladeira em recipiente de vidro ou plástico bem vedado, para que não perca
odor, coloração e sabor.

4. TRANSPORTE

Quando o produto for retirado de refrigeração, deve-se colocá-lo em local seco, fresco e
escuro. Deve-se tomar o cuidado para que não haja a formação de de água, pois estas
gotículas podem proporcionar o aparecimento de bolores devido ao aumento da umidade,
comum quando retiradas para transporte.

Geralmente opta-se por embalagens de um a cinco quilos em sacos plásticos. Embalagens


maiores tendem a danificar a granulometria do produto, comprometendo a qualidade.

O transporte deverá ser efetuado em ambiente térmico, como caixas de isopor.

5. COMERCIALIZAÇÃO

A própolis deve ser comercializada pelo produtor na forma “in natura”, bruta e em quilo.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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SP, 1997, p.31-32.

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p.33-38.

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Pindamonhangaba/SP, 1997, p.24-25.

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Protéica Sobre a Quantidade de Pólen Coletado e o Desenvolvimento de Colônias de Abelhas Africanizadas.
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Tropical: Pindamonhangaba/SP, 1995, 28p.

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