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COMERCIALIZAÇÃO
PROGRAMA OLERICULTURA
ORGÂNICA
COMERCIALIZAÇÃO
SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Marco Antonio de Oliveira
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
AUTORES
Diego Mendes
João César Martins de Castro
Mariley Castro Almeida da Silva
COLABORADORES
Sindicato Rural de São José do Rio Preto
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Diagramador do SENAR-AR/SP
Mendes, Diego
Programa olericultura orgânica : comercialização / Diego
Mendes, João César Martins de Castro, Mariley Castro Almeida
da Silva. - São Paulo : SENAR, 2016.
46 p. : il. color. ; 30 cm
Bibliografia
ISBN 978-85-99965-69-6
CDD 635
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................9
V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................... 45
ANOTAÇÕES..................................................................................................................................................46
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
A comercialização pode ser feita das mais variadas formas devido aos diferentes canais de
distribuição, porém os fatores como constância na produção e produtos de qualidade são
primordiais para obter sucesso.
A área de produção orgânica no Brasil abrange 950 mil hectares. Nela, são produzidas
hortaliças, cana-de-açúcar, arroz, café, castanha do Brasil, cacau, açaí, guaraná, palmito,
mel, sucos, ovos e laticínios. O Brasil exporta para mais de 76 países. Os principais produtos
exportados são açúcar, mel, oleaginosas, frutas e castanhas.
Menos de 5% dos brasileiros consomem produtos orgânicos. Destes, cerca de 70% fazem
suas compras em supermercados, os quais não suprem as necessidades dos consumidores,
que complementam suas compras em lojas especializadas e feiras livres.
O preço dos produtos convencionais é cotado diariamente pela CEAGESP. Para a definição
do preço do dia é levada em consideração a quantidade ofertada de cada produto em função
da demanda de mercado.
O preço dos produtos orgânicos numa média anual é 30% maior que os produtos
convencionais. Esse valor mais elevado é devido à menor escala de produção e aos custos
de certificação e manutenção de sua qualidade orgânica.
Atenção!!!
No mercado brasileiro até o presente momento não há legislação definida sobre a
rastreabilidade de alimentos vegetais.
Para tanto, a propriedade deve estar localizada próxima aos centros de consumo, ter fácil
acesso e oferecer uma grande variedade de produtos para atrair o consumidor. Esse tipo
de venda é ideal para pequenos produtores com mão de obra familiar e disponibilidade de
tempo para receber os consumidores.
Geralmente quando a propriedade está bem organizada para esse tipo de comercialização
ela apresenta potencial para trabalhar com turismo rural e/ou agroturismo, o que possibilita
a geração de uma receita a mais para o produtor.
Modelo no qual o produtor se cadastra no município para participar das feiras livres
disponíveis. A vantagem desse modo de comercialização é estar em contato direto com
os consumidores num ponto de grande concentração de pessoas com interesses em seus
produtos.
Cestas orgânicas podem ter diversos tamanhos e frequência de entregas. Podem ser
trabalhadas em dois modelos:
Modelo 02: É quando o produtor, mediante um cadastro prévio, conhece o perfil de consumo
de seus parceiros consumidores (clientes fiéis) e disponibiliza as entregas dos produtos nos
locais e horários de preferência do consumidor.
Desde 24 de julho de 2006, com a aprovação da Lei Federal nº 11.326, alguns programas
foram criados para priorizar os agricultores familiares. No mínimo 30% das compras
institucionais federal e estadual devem ser designadas aos agricultores familiares.
A compra pode ser feita sem licitação. Cada agricultor pode acessar até um limite anual de
R$ 8.000,00 (2015) e os preços não devem ultrapassar o valor dos praticados nos mercados
locais.
Instituído pela Lei Federal nº 11.947/2009, o PNAE prevê o uso de no mínimo 30% dos
recursos repassados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) para
a alimentação escolar, na compra de alimentos da agricultura familiar para serem servidos
nas escolas da rede pública de ensino.
Instituído pela Lei Estadual no 14.591/2011, o PPAIS é uma ação que visa estimular a
produção e garantir a comercialização dos produtos da agricultura familiar, como frutas,
verduras, legumes e outros alimentos utilizados para a produção de refeições em órgãos
estaduais como hospitais, escolas, presídios, entre outras instituições.
No mínimo 30% das verbas estaduais destinadas à compra de alimentos serão utilizadas
para adquirir produtos oriundos da agricultura familiar, in natura e manufaturados.
É o município quem define o percentual mínimo de compra; o que geralmente tem-se adotado
é 20% (vinte por cento) dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios
“in natura” ou processados. Também, define o valor máximo por DAP, normalmente de
R$ 10.000,00 por ano, salvo quando se tratar de aquisição efetuada de associação ou
cooperativa, hipótese em que esse valor deverá ser multiplicado pelo número de seus
integrantes.
Atenção!!!
Os agricultores familiares que tiverem interesse em participar desses programas
deverão comparecer à Prefeitura Municipal.
Uma delas é a venda para um intermediário que fará os próximos passos até que o produto
chegue ao consumidor final, neste caso o produtor recebe o pagamento de suas mercadorias
no ato da entrega.
A outra maneira é quando o produtor delega a terceiros a venda de seus produtos, com um
preço determinado ou não. Quando o preço não for determinado o produtor ficará sabendo
do valor a receber apenas no final da comercialização.
O repasse das mercadorias para o varejista ocorre somente com um intermediário até o
consumidor. De acordo com o porte do estabelecimento, pode ser necessário que o produtor
tenha que embalar as mercadorias de forma individual ou entregá-las a granel.
Estas empresas compram de vários produtores a fim de ter uma diversidade de produtos para
atender seus clientes, que podem ser: restaurantes, supermercados, lojas especializadas,
prefeituras, cesta orgânicas, etc.
No dia 23 de dezembro de 2003, foi aprovada a lei que oficializou a Agricultura Orgânica
no Brasil. A partir desta lei, vieram os Decretos e as Instruções Normativas, sempre com a
participação da Sociedade Civil.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Art. 2º Considera-se produto da agricultura orgânica ou produto orgânico, seja ele in natura
ou processado, aquele obtido em sistema orgânico de produção agropecuário ou oriundo
de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local.
Parágrafo único. Toda pessoa, física ou jurídica, responsável pela geração de produto definido
no caput deste artigo é considerada como produtor para efeito desta Lei.
Parágrafo único. A qualidade de que trata o caput deste artigo não exime os agentes dessa
cadeia produtiva do cumprimento de demais normas e regulamentos que estabeleçam outras
medidas relativas à qualidade de produtos e processos.
§ 2º Para a execução desta Lei, poderão ser celebrados convênios, ajustes e acordos entre
órgãos e instituições da Administração Federal, Estados e Distrito Federal.
Art. 6º Sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração das disposições
desta Lei será apurada em processo administrativo e acarretará, nos termos previstos em
regulamento, a aplicação das seguintes sanções, isolada ou cumulativamente:
I - advertência;
V - inutilização do produto;
§ 1º O detentor do bem que for apreendido poderá ser nomeado seu depositário.
Art. 9º Os insumos com uso regulamentado para a agricultura orgânica deverão ser objeto
de processo de registro diferenciado, que garanta a simplificação e agilização de sua
regularização.
Art. 11. O Poder Executivo regulamentará esta Lei, definindo as normas técnicas para a
produção orgânica e sua estrutura de gestão no âmbito da União, dos Estados e do Distrito
Federal.
Parágrafo único. O regulamento desta Lei deverá estabelecer um prazo mínimo de 01 (um)
ano para que todos os segmentos envolvidos na cadeia produtiva possam se adequar aos
procedimentos que não estejam anteriormente estabelecidos por regulamentação oficial.
TÍTULO II
CAPÍTULO III
DA COMERCIALIZAÇÃO
Seção I
Do Mercado Interno
Art. 11. Para a comercialização no mercado interno, os produtos orgânicos deverão atender
ao disposto neste Decreto e demais disposições legais.
Art. 12. Os produtos orgânicos deverão ser protegidos continuadamente para que não se
misturem com produtos não orgânicos e não tenham contato com materiais e substâncias
cujo uso não esteja autorizado para a produção orgânica.
Art. 13. Os produtos orgânicos passíveis de contaminação por contato ou que não possam
ser diferenciados visualmente devem ser identificados e mantidos em local separado dos
demais produtos não orgânicos.
Art. 15. Todos os produtos orgânicos comercializados a granel devem trazer a identificação
do seu fornecedor no respectivo espaço de exposição.
Art. 16. Os restaurantes, hotéis, lanchonetes e similares que anunciarem em seus cardápios
refeições preparadas com ingredientes orgânicos deverão:
I - manter, à disposição dos consumidores, lista atualizada dos itens orgânicos ofertados,
dos itens que possuem ingredientes orgânicos e de seus fornecedores de produtos
orgânicos; e
Seção II
Da Exportação
Art. 18. Não poderão ser comercializados como orgânicos, no mercado interno, os produtos
destinados à exportação em que o atendimento de exigências do país de destino ou do
importador implique a utilização de produtos ou processos proibidos na regulamentação
brasileira.
Parágrafo único. Os produtos de que trata o caput não poderão receber o selo do sistema
brasileiro de avaliação da conformidade orgânica.
Da Importação
Art. 19. Para serem comercializados no País como orgânicos, os produtos orgânicos
importados deverão estar de acordo com a regulamentação brasileira para produção
orgânica.
CAPÍTULO IV
DA INFORMAÇÃO DA QUALIDADE
Seção I
Da Rotulagem
Art. 20. Além de atender aos regulamentos técnicos vigentes específicos para o produto
que está sendo rotulado, os produtos inseridos no Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade Orgânica de que trata o art. 29 deverão obedecer às determinações para
rotulagem de produtos orgânicos e conter o selo deste Sistema.
Seção II
Seção III
Da Publicidade e Propaganda
Art. 23. É proibido, na publicidade e propaganda de produtos que não sejam produzidos
em sistemas orgânicos de produção, o uso de expressões, títulos, marcas, gravuras ou
qualquer outro modo de informação capaz de induzir o consumidor a erro quanto à garantia
da qualidade orgânica dos produtos.
TÍTULO III
CAPÍTULO II
Art. 28. Para que possam comercializar diretamente ao consumidor, sem certificação, os
agricultores familiares deverão estar vinculados a uma organização com controle social
cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou em outro órgão
fiscalizador federal, estadual ou distrital conveniado.
CAPÍTULO VI
DAS PROIBIÇÕES
Art. 78. Nos estabelecimentos onde houver área específica, isolada e devidamente
identificada para a exposição, a oferta e a comercialização de produtos orgânicos, será
proibida a mistura, sob qualquer pretexto, com produtos não oriundos de sistemas orgânicos
de produção agropecuária.
CAPÍTULO VIII
Seção II
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Art. 90. Comercializar produtos orgânicos não certificados ou, quando em venda direta ao
consumidor, nos termos do § 1° do art. 3° da Lei no 10.831, de 2003, sem apresentação
do comprovante de cadastro do agricultor familiar inserido em estrutura organizacional
cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Penalidade: aplicação da penalidade superior entre as previstas para a infração que gerou
a notificação.
Penalidade: advertência, multa no valor de R$100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil
reais), suspensão do credenciamento, da certificação, da autorização, do registro ou da
licença e cancelamento do credenciamento, da certificação, da autorização, do registro ou
da licença, podendo ser aplicadas cumulativamente ou não.
Art. 93. Comercializar, substituir, subtrair ou remover, total ou parcialmente, produto com
comercialização suspensa pelo órgão fiscalizador:
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 500,00 (quinhentos reais) até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais).
§ 1º Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 500,00 (quinhentos reais) até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais).
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 500,00 (quinhentos reais) até o limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais).
Art. 96. Expor à venda ou comercializar produto como orgânico sem que tenha sido
observado período de conversão estabelecido nas normas vigentes:
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até duzentos
e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta irregularidades,
até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada a
partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Art. 100. Operar produção paralela em desacordo com os dispositivos legais pertinentes
à produção orgânica:
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Art. 101. Não atender às características e requisitos básicos dos sistemas orgânicos
de produção em seus aspectos técnicos, ambientais, econômicos e sociais, conforme
dispositivos legais pertinentes à produção orgânica:
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 100,00 (cem reais) até o limite de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)
Art. 102. Comercializar produto orgânico importado em desacordo com o previsto neste
Decreto:
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 1.000,00 (mil reais) até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Art. 103. Não manter ou deixar de apresentar à autoridade competente documentos, licenças,
relatórios e outras informações pertinentes ao processo de produção, processamento e
avaliação da conformidade orgânica na unidade de produção, estabelecimento ou local de
produção:
Penalidade: advertência, multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
suspensão da comercialização do produto, suspensão ou cancelamento do credenciamento,
da certificação, da autorização, do registro ou da licença, podendo ser aplicadas
cumulativamente ou não.
§ 1° Nos casos de aplicação de multa, será ela aplicada em valor equivalente a até
duzentos e cinquenta por cento do valor de comercialização do produto que apresenta
irregularidades, até o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
§ 2° Quando não for possível aplicar o disposto no § 1º, a pena de multa será aplicada
a partir de R$ 1.000,00 (mil reais) até o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
TÍTULO I
CAPÍTULO IV
Seção I
I - em todo momento, os produtos orgânicos deverão ser protegidos para que não se
misturem com produtos não obtidos em sistemas orgânicos e não tenham contato
com materiais e substâncias cujo uso não está autorizado no cultivo e pós-colheita de
produtos orgânicos; e
Art. 108. O atendimento do disposto neste regulamento não exime o cumprimento de outras
exigências sobre comercialização, interna e externa, dispostas nas legislações específicas.
Parágrafo único. Todos os produtos comercializados a granel devem ter identificado seu
fornecedor no respectivo espaço de exposição.
Art. 110. Os restaurantes, hotéis, lanchonetes e similares que anunciarem em seus cardápios
refeições preparadas com ingredientes orgânicos deverão:
I - manter à disposição dos consumidores lista atualizada dos itens orgânicos ofertados
ou que possuem ingredientes orgânicos, assim como seus fornecedores; e
Seção II
Da Importação
Art. 112. Só poderão ser comercializados no país os produtos orgânicos importados que
estejam de acordo com a regulamentação brasileira para a produção orgânica.
Art. 114. Perderão a condição de orgânicos os produtos importados que forem submetidos
a tratamento quarentenário não compatível com a regulamentação da produção orgânica
brasileira.
CAPÍTULO I
Art. 115. A informação da qualidade orgânica pode se dar por meio da Declaração de
Transação Comercial, da rotulagem dos produtos, por material de publicidade e propaganda
e por dizeres expostos nos locais de comercialização.
CAPÍTULO II
Art. 116. O atendimento do disposto neste regulamento não exime o cumprimento de outras
exigências sobre rotulagem contidas nas legislações específicas para os diferentes produtos.
Seção I
Art. 117. O rótulo dos produtos orgânicos para o mercado interno deverá conter informações
sobre a unidade de produção constando, no mínimo, o nome ou nome empresarial, endereço
e o número do CNPJ ou CPF.
Art. 118. Os produtos orgânicos e os produtos com ingredientes orgânicos, que atendam o
estabelecido no inciso II, do art. 120, deste anexo, serão identificados pelo selo do Sistema
Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.
§ 1º O selo, de que trata o caput deste artigo, deverá estar na parte frontal do produto e
logo abaixo dele deverá haver a identificação do sistema de avaliação da conformidade
orgânica utilizado.
Art. 119. A informação da qualidade orgânica nos rótulos deverá se dar na parte frontal do
produto e será identificada pelo uso dos termos: “ORGÂNICO”, “PRODUTO ORGÂNICO”,
“PRODUTO COM INGREDIENTES ORGÂNICOS” ou suas variações de gênero (masculino
ou feminino) e número (singular ou plural) gramaticais.
Parágrafo único. Os termos previstos no caput deste artigo poderão ser complementados pelos
termos ECOLÓGICO, BIODINÂMICO, DA AGRICULTURA NATURAL, REGENERATIVO,
BIOLÓGICO, AGROECOLÓGICO, PERMACULTURA e EXTRATIVISMO SUSTENTÁVEL
Art. 120. Para produtos que contenham ingredientes, incluindo aditivos, que não sejam
orgânicos aplicam-se as seguintes regras:
I - para produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos, deverão ser identificados
os ingredientes não orgânicos e poderão utilizar o termo “ORGÂNICO” ou “PRODUTO
ORGÂNICO”;
II - para produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos, os rótulos deverão identificar
esses ingredientes orgânicos e apresentar os dizeres: “PRODUTO COM INGREDIENTES
ORGÂNICOS”; e
III - os produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos não poderão ter nenhuma
expressão relativa à qualidade orgânica.
Parágrafo único. Água e sal adicionados não devem ser incluídos no cálculo do percentual
de ingredientes orgânicos.
Seção II
Art. 121. Nos casos de produtos destinados exclusivamente para exportação, em que o
atendimento de exigências do país importador implique a utilização de produtos ou processos
proibidos na regulamentação brasileira, seus rótulos deverão conter os dizeres: “PRODUTO
EXCLUSIVO PARA EXPORTAÇÃO”.
Parágrafo único. No caso referido no caput deste artigo, o produto não poderá receber o
selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.
Seção III
Art. 122. Nos casos de importação de produtos controlados por organismos credenciados
no Brasil ou por acordo de equivalência, os rótulos dos produtos deverão conter o selo do
Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg).
CAPÍTULO III
Art. 124. Os produtos a que se refere o art. 123 não poderão utilizar o selo do Sistema
Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica; entretanto, o produtor poderá incluir na
rotulagem, quando existir, ou no ponto de comercialização a expressão: “Produto orgânico
para venda direta por agricultores familiares organizados não sujeito à certificação de acordo
com a Lei n° 10.831, de 23 de dezembro de 2003”.
ANEXO I
CAPÍTULO IV
DO ARMAZENAMENTO E DO TRANSPORTE
Art. 19. O produto orgânico a granel deverá ser armazenado em áreas separadas e
identificadas e transportado isoladamente.
a) som;
b) ultrassom;
c) luz;
f) ratoeiras;
Todos os produtos orgânicos brasileiros, com exceção dos que se originarem da venda
direta por agricultores familiares, passarão a ser identificados por meio do Selo do Sistema
Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. Esse selo tem por objetivo facilitar ao
consumidor identificar os produtos orgânicos, reforçando a garantia, de acordo com os
regulamentos técnicos da produção orgânica.
Para a venda direta, os produtos são considerados não-certificados e por isso devem ser
identificados no rótulo como de responsabilidade do produtor que o está comercializando
Além disso, eles não podem utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
Orgânica, mas podem incluir na rotulagem a seguinte expressão: “Produto orgânico para
venda direta por agricultores familiares organizados não sujeito à certificação de acordo
com a Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003”.
A Certificação se dá por meio de empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos.
Mais conhecidas como Certificadoras, essas empresas realizam inspeções e auditorias,
seguindo procedimentos básicos estabelecidos por normas reconhecidas internacionalmente.
Uma delas é não ter nenhum tipo de ligação com o processo produtivo que estão avaliando.
As Certificadoras devem garantir que cada unidade de produção e de comercialização
certificada cumpra, durante todas as etapas do processo de Certificação, as normas vigentes
da legislação.
Cada unidade de produção certificada tem que apresentar um registro do tipo de produção
que permita a obtenção de informações para realizar as verificações necessárias sobre
produção, armazenamento, processamento, aquisições e vendas.
As unidades de produção devem ser inspecionadas no mínimo uma vez ao ano, sendo
que no intervalo entre as vistorias são utilizados outros mecanismos de controle. Para
as atividades de avaliações mais complexas, como cultivos ou criações de vários ciclos
anuais, processamento em estabelecimentos com produção paralela, a certificadora tem que
estabelecer um trabalho de fiscalização mais frequente. As certificadoras devem também
realizar visitas sem aviso prévio em pelo menos 5% das unidades certificadas durante o ano.
A certificação também pode ser feita por Grupos de Produtores, desde que sejam formados
por pequenos produtores, agricultores familiares, projetos de assentamento e outros
grupos formados por ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas que possuam uma
organização e estrutura suficientes para assegurar um Sistema de Controle Interno dos
procedimentos regulamentados. No entanto, para que a Certificação em Grupo de Produtores
possa ocorrer, é necessário que seja realizado um acordo formal por todos os responsáveis
pela produção, com o objetivo de definir a responsabilidade do grupo e de seu Sistema de
Controle Interno.
A venda direta é aquela que acontece entre o produtor e o consumidor final, sem
intermediários. A legislação brasileira também aceita que a venda seja feita por outro produtor
ou membro da família que participe da produção e que também faça parte do grupo vinculado
à Organização de Controle Social - OCS.
A Organização de Controle Social pode ser formada por um grupo, associação, cooperativa
ou consórcio, com ou sem personalidade jurídica, de agricultores familiares. Mas para que
a organização seja reconhecida pela sociedade e ganhe credibilidade, é preciso que entre
os participantes exista uma relação de organização, comprometimento e confiança.
Uma OCS deve ter controle próprio, estar ativa e garantir que os produtores a ela ligados
garantam o direito de visita dos consumidores às suas unidades de produção, assim como
o livre acesso do órgão fiscalizador. Além disso, ela também tem a obrigação de manter
atualizadas as listas dos principais produtos e quantidades estimadas por unidade de
produção familiar.
Para que consumidores e produtores sérios não saiam prejudicados, a legislação determina
que a Organização de Controle Social se cadastre em um órgão fiscalizador.
05 MUNICÍPIO 06 UF 07 CEP
14 TERMO DE COMPROMISSO
Nós, membros da Organização de Controle Social acima identificada, que assinamos o
Termo de Compromisso com a Garantia da Qualidade Orgânica anexo, declaramos ter
pleno conhecimento dos requisitos para o cadastro solicitado e, concordamos em
atendê-los, bem como comprometemo-nos a fornecer todas as informações
necessárias para a efetivação do processo de cadastro no Órgão Fiscalizador.
15 ASSINATURA DO REPRESENTANTE DA ORGANIZAÇÃO OU GRUPO 16 DATA
Uma vez cadastrada, cada produtor da organização deve receber uma Declaração de
Cadastro para comprovar aos consumidores a sua condição de produtor orgânico.
Atenção:
Todos os produtores rurais, OCSs, SPGs, OPACs e Certificadoras de produtos
orgânicos cadastrados no Ministério da Agricultura podem ser localizados no site
deste Ministério, no endereço: http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-
sustentavel/organicos em Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos.