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COMO VENDER
PARA O GOVERNO
JAIR KACZINSKI
Gerente Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUPERVISÃO GERAL
Teodoro Miranda Neto
Chefe da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jarbas Mendes da Silva
Técnico da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP
AUTORES
Solymar Ghizzi Bentos – Advogado e Engenheiro Agrônomo
Ricardo Augusto Bonotto Barboza – Economista e Doutor em Alimentos
Geralda Cristina de Freitas Ramalheiro – Administradora com ênfase em Administração Pública
COLABORADOR
Sindicato Rural de Araraquara
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Diagramador do SENAR-AR/SP
Isael Conceição Mendes Tito
Operador de Micro do SENAR-AR/SP
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................9
V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................................................... 25
VI - ANEXO......................................................................................................................................................27
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
Este novo desafio para o produtor obriga-o a aproveitar todas as oportunidades de negócios.
Uma das opções é a comercialização da produção por meio de compras governamentais.
Enfim, vender ao governo é uma opção de comercialização que o Produtor Rural deve
considerar. Para adotá-la, deve ser planejada e devidamente conhecida a fim de fazê-la de
forma eficiente, analisando seus prós e contras.
O Governo possibilita esse desenvolvimento com Políticas Públicas. Entre elas estão as
compras governamentais de produtos agrícolas. Conhecendo essas políticas, o produtor
tem a possibilidade de aumentar seus canais de comercialização e consequentemente
aumentar sua renda.
Ao comercializar o seu produto com o Governo, o produtor rural deve se atentar a alguns
cuidados, tais como:
• Visitar e manter contato constante com responsáveis pelas compras para estar informado
sobre possíveis mudanças;
• Lembrar que a política governamental muda e com ela muda as suas intenções;
• Antes de qualquer acordo, verificar se tem capacidade de executá-lo sozinho; se não for
possível, associe-se a empresas. Planeje-se para evitar surpresas;
ATENÇÃO!!!
Quando se vai comercializar com órgãos públicos, o produtor deve atentar-se a
sua própria capacidade de produção e qualidade exigidas, bem como as formas e
prazos de pagamento.
O produtor rural pode efetivar a venda de forma direta, sem precisar passar pelo processo
licitatório, nos seguintes casos:
• Quando o valor contratado não ultrapassar R$ 8.000,00 (oito mil reais) por ano;
Há duas formas de realização de pregão, o pregão presencial em que é marcada uma data
para que os fornecedores apresentem suas propostas e sucessivamente deem seus lances
verbais, e o pregão eletrônico que é realizado através de sites.
Para começar a vender para o governo é necessário que o produtor se prepare internamente,
ou seja, obtenha os documentos exigidos durante o registro cadastral na entidade com que
se pretende comercializar a sua produção.
• Verificar se sua empresa apresenta condições reais de fornecer para o setor público;
OBSERVAÇÃO!!!!!
A primeira participação em licitação deve ser entendida mais como um processo
de aprendizagem do que como uma oportunidade de lucro imediato. Participar de
licitações mal planejadas pode fazer a empresa perder dinheiro.
Para realizar as vendas públicas por meio das licitações, é necessário apresentar vários
documentos que comprovem: a habilitação jurídica; a qualificação técnica; a qualificação
econômico-financeira e a regularidade fiscal:
Para ser adquirido, o produto deve atender aos padrões de qualidade estabelecidos pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para participar deste programa o produtor deve possuir a Declaração de Aptidão ao PRONAF
– DAP/Física (modelo anexo I).
ATENÇÃO!!!
Para obter a declaração de aptidão ao PRONAF (DAP/Física) o produtor pode
se informar na CARTILHA EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA A FORMALIZAÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DO SENAR/AR – SP.
A proposta deve conter o produto definido, o prazo para a formação do estoque, os preços
e os agricultores a serem beneficiados. Com a aprovação, a organização emite a Cédula
de Produto Rural (CPR-Estoque), e a CONAB disponibiliza o recurso.
Essa modalidade tem três valores diferentes de limite de venda por DAP/ANO.
• Produtores associados e/ou cooperados – R$ 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais) por
ano;
ATENÇÃO!!!
A conversão da produção convencional para a orgânica exige do produtor um
planejamento, no qual devem ser verificados principalmente os custos envolvidos.
Nessa modalidade cada agricultor poderá vender até R$ 8.000,00 (oito mil reais) por ano.
Seu objetivo maior é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua
permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a
aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de
hábitos alimentares saudáveis.
A seleção dos projetos será realizada pelos gestores do programa e/ou comissão de licitação,
em sessão pública, aberta no local e na hora determinada no edital de chamada pública.
O valor máximo que cada agricultor detentor da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf),
pode comercializar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar é de R$ 20.000,00
(vinte mil reais) ao ano.
O produtor rural que quiser participar do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
deve realizar os seguintes procedimentos:
O produtor pode ter acesso a mais de uma modalidade de compras dos programas de
âmbito federal, assim deve atentar-se para as combinações e os limites máximos possíveis.
PNAE R$ 20.000,00
TOTAL R$ 44.000,00
A Aquisição do Governo Federal (AGF) é outro instrumento de política pública que garante ao
produtor vender os seus produtos para as entidades governamentais. Por este instrumento
têm-se a garantia de que o produto será comercializado pelo preço mínimo estipulado pela
CONAB.
Tem a finalidade de garantir, com base nos Preços Mínimos da safra vigente, a aquisição
de produtos agropecuários pelo Governo quando o preço de mercado estiver abaixo deste
valor, sendo beneficiários agricultores familiares, produtores rurais e suas cooperativas.
Para participar o interessado deve-se cadastrar à CONAB (anexo II), devendo estar regular
junto à Secretaria da Receita Federal. Maiores informações podem ser obtidas no site www.
conab.gov.br ou no Manual de Operações da CONAB.
- Para produtor rural ou agricultor familiar: que o produto é de produção própria, estando
desonerado de penhor ou de qualquer outro gravame;
- Do Produtor rural ou do agricultor familiar: A Nota Fiscal poderá ser dispensada nos
termos do Convênio ICMS nº 49/95;
• Outros documentos exigidos nas normas específicas de cada produto, que poderão ser
solicitados pela CONAB.
ATENÇÃO!!!
O Governo pode, por meio do Empréstimo do Governo Federal (EGF), em alguns
casos, emprestar dinheiro para o produtor armazenar sua produção enquanto o
preço de mercado do produto esteja abaixo do valor mínimo estabelecido. Caso
o preço mínimo de mercado não seja restabelecido, o governo pode comprar o
produto armazenado.
Neste programa, o Governo do Estado de São Paulo utiliza no mínimo 30% das verbas
estaduais destinadas à compra de alimentos para adquirir produtos oriundos da agricultura
familiar: in natura e/ou manufaturados, até o limite de R$ 12.000,00 (doze mil reais) anuais
por produtor.
ATENÇÃO!!!
O produtor deve ficar atento às diferenças de cada edital.
Fica a critério de cada município promulgar a lei da Agricultura de Interesse Social (PMAIS)
que é voltada aos agricultores familiares, associações e cooperativas rurais.
O primeiro passo de qualquer produtor que deseja comercializar com o governo é realizar
o planejamento das suas atividades, com isso ele verifica os riscos que estão embutidos
na negociação e define ações que deverão ser executadas para diminuir as possibilidades
de prejuízo.
ATENÇÃO!!!
Outros pontos do planejamento também são importantes e para conhecê-los o
produtor pode participar de ações e programas junto ao SEBRAE-SP e ao SENAR-
SP.
Algumas estratégias podem ser adotadas para solucionar esse problema, tais como:
A avaliação das características próprias do produto e a análise do que o governo está disposto
a pagar estabelecem parâmetros para a precificação. A análise dos preços praticados pelos
concorrentes estabelece os níveis comparativos. Com estas informações o produtor conhece
os preços de custos de suas mercadorias.
ATENÇÃO!!!
Para aprender a precificar seu produto, o produtor pode participar de ações ou
programas específicos no SEBRAE-SP e no SENAR-SP.
Para ter uma boa aceitação de seus produtos é imprescindível que o produtor rural trabalhe
as questões referentes à qualidade em sua produção, de modo a alcançar as exigências
dos editais.
No setor rural a qualidade assume algumas especificidades como, por exemplo, a influência
direta da matéria-prima e de todos os segmentos da cadeia alimentar, sendo necessário o
agricultor tomar cuidado em todo este processo.
O poder público em muitos casos poderá solicitar em seus editais a apresentação de amostras
dos produtos a serem adquiridos para que sejam previamente submetidas a controles de
qualidade.
ATENÇÃO!!!
Os produtos “in natura”, sem nenhum tipo de processamento e de origem vegetal,
não necessitam de avaliação sanitária.
Os produtos de origem vegetal que passaram por algum tipo de processamento devem
ser analisados pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) e suas instâncias em âmbito estadual, regional e municipal.
Todos os produtos de origem animal, inclusive ovos e mel, necessitam da avaliação sanitária.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem a responsabilidade de
avaliar sanitariamente esses produtos. Eles podem ser inspecionados por uma das seguintes
instâncias:
Além dos serviços de inspeções, existem alguns procedimentos de qualidade que também
são aplicados ao meio rural, os quais podem ser exigidos pelos órgãos governamentais.
Os principais são:
Brasil. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Diário Oficial [da] União. Brasília, 1993.
LEÃO, G. A.; SCALIONI, L. G.; SOUZA, W. K. A. Como vender para o governo de Minas
Gerais. Belo Horizonte: CNM, SEBRAE, 2014.
Anexo I