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COGUMELOS
AGARICUS
PRODUÇÃO E COLHEITA
JAIR KACZINSKI
Gerente Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
COGUMELOS AGARICUS
PRODUÇÃO E COLHEITA
SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo - 2021
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
SUPERVISÃO GERAL
Teodoro Miranda Neto
Chefe da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Elton Hidemitsu Koroiva
Técnico da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP
AUTORES
Giani Miwa Nibu
Suzana Lopes de Araújo
Waldir Vieira
COLABORADOR
Sítio Recanto das Flores
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Thais Junqueira Franco
Diagramadora do SENAR-AR/SP
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................127
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
1. HISTÓRICO GERAL
Os cogumelos são conhecidos pela humanidade desde os primórdios da sua história, seja
por sua toxidez ou pelas suas propriedades nutricionais e medicinais.
Na grande maioria das civilizações, os cogumelos têm sua maior utilização no consumo
alimentar, no entanto, ao longo do tempo, muitas lendas foram criadas sobre os cogumelos,
sendo que algumas civilizações os tinham até como uma entidade divina.
No Brasil, a fungicultura teve início por volta de 1950 na região de Mogi das Cruzes – SP, em
decorrência da imigração japonesa, italiana e chinesa, que trouxeram o hábito do consumo
de cogumelos na alimentação, levando, conseqüentemente, ao início da sua produção para
atendimento dessa nova demanda no país.
Dentro desta ordem de cogumelos existem muitos gêneros que são produzidos comercialmente
e entre eles temos o Agaricus sp. O gênero Agaricus sp é o mais produzido e consumido
no mundo. O gênero Agaricus apresenta duas espécies de interesse comercial no Brasil
que são o Agaricus bisporus e o Agaricus blazei murril.
A produção comercial do Champignon iniciou por volta do ano de 1.700 DC e era realizado
em cavernas onde eram extraídas pedras para a construção de edifícios. O ambiente úmido,
temperatura constante e com pouca luminosidade contribuiu para o crescimento satisfatório
dos cogumelos.
A partir de 1865 chegou aos Estados Unidos através de sementes vindas da Inglaterra onde
obteve um grande avanço tecnológico.
No Brasil chegou por volta de 1952, e foi implantado o primeiro cultivo na cidade de Cabreúva
através de um imigrante Italiano. Logo o cultivo teve um grande crescimento no número de
produtores expandindo para a região de Mogi das Cruzes.
A produtividade nessa época era baixa devido à baixa tecnologia existente e aos altos
custos de produção. Não ocorreu no país, por parte de órgãos de pesquisa, incentivo
ao desenvolvimento de tecnologia de produção que proporcionassem condições para o
investimento em grande produção por parte da iniciativa privada.
Por volta de 1970 o mesmo pesquisador conseguiu pela primeira vez a realizar sua produção
em composto. Nesta mesma década o cogumelo fora enviado para alguns centros de
pesquisa da Europa como Estados unidos e fora identificado como Agaricus blazei murril.
Na década de 1980 não se conhecia as qualidades terapêuticas do Agaricus blazei e seu
cultivo entrou em declínio.
Por ser um fungo nativo, e estar adaptada a grande parte das condições ambientais existentes
no país, é encontrado na natureza, em todo o sudeste brasileiro em regiões e época do ano
onde as temperaturas são mais amenas. Devido a isto sua produção apresenta algumas
facilidades comparadas a outros cogumelos como o Agaricus bisporus.
A partir de então seu cultivo teve um grande incremento e por possuir um elevado custo,
sua produção e na sua maior parte destinada à exportação.
Para o Brasil esta expectativa é ainda maior, uma vez que o país produz internamente
o suficiente para atender apenas 51% do consumo, sendo o restante proveniente de
importações de outros países, principalmente a China.
Os cogumelos são organismos do reino Fungi, isto é, não pertencem ao reino vegetal (Flora)
e nem ao reino animal (Fauna), pois apresentam características de ambos os reinos, além
de suas próprias.
Os cogumelos são seres heterótrofos, ou seja, são organismos que necessitam ingerir ou
absorver moléculas orgânicas, minerais de outros seres vivos para obtenção de energia
e síntese das biomoléculas de que necessitam para o seu desenvolvimento. São também
saprófitas, pois absorvem moléculas orgânicas de organismos em decomposição. Estes são
os principais organismos recicladores de nutrientes do ecossistema global.
Atualmente, existem cerca de 45.000 espécies catalogadas de cogumelos, destas 2.000 são
consideradas comestíveis e 4.500 venenosas, sendo 30 letais aos seres humanos e apenas
10 espécies são cultivadas comercialmente no mundo.
Como pode se observar, as três espécies apresentam classificação semelhantes sendo todos
pertencentes a ordem Agaricales, só se diferenciando a nível de gênero.
Chapéu
Lamela
Hifas
Basídios
Estipe
Esporos
Micélio vegetativo
• Lamelas ou himênio - estão localizadas na parte inferior do píleo e é onde ficam abrigados
os esporos;
• Hifas - parte filamentosa simples ou ramificada, semelhante a raízes das plantas. São a
estrutura reprodutiva assexuada dos fungos.
Do ponto de vista morfológico, as três espécies mais produzidas no país: Pleurotus sp,
Lentinula sp e Agaricus sp, são da ordem Agaricales apresentam algumas variações a
saber:
1.1. Pleurotus sp
Nesse gênero encontram-se os cogumelos das espécies ostreatus, sajor caju, ostreatus
roseus, citrino pileatus e eryngii.
Tipos de Pleurotus sp
1.2. Lentinula sp
1.3. Agaricus sp
Como característica dos cogumelos desse gênero verifica-se uma estipe central com formato
cilíndrico, além do chapéu carnoso, convexo, lisa e a cor da superfície variando entre
branca,parda ou marrom claro.
Espécies de Agaricus sp
2. CICLO DE VIDA
A forma de propagação dos cogumelos é composta por duas etapas, vegetativa e reprodutiva.
Na etapa reprodutiva, o cogumelo adulto produz e libera os esporos, os quais vão germinar
em ambiente apropriado e formar estruturas denominadas hifas. Por sua vez, as hifas vão
se fundir entre si formando o micélio, estrutura semelhante a raízes das plantas.
A figura 2 abaixo representa o ciclo de vida dos cogumelos na natureza, onde ocorrem as
etapas vegetativas e reprodutivas.
Ciclo de vida do
Os esporos criam
Cogumelo redes: Hifas
E se transformam
em uma complexa
rede: O Micélio
Elas se fundem em
um e assim podem
continuar a crescer e
As Hifas se desenvolvem.... procriar
3. HABITAT
O habitat dos cogumelos é bastante diversificado, pois de fato, cada cogumelo apresenta
condições diferentes, que estão relacionadas com o seu modo de nutrição e comcaracterísticas
ambientais do local. Desta forma, podemos encontrar um maior número de espécies em
ambientes que possuem condições mais favoráveis, como florestas e outras que só aparecem
em locais mais restritos como pântanos.
Outros ambientes que podemos observar seu crescimento são: pastos, prados, dunas de
areia, regiões glaciais, alpinas, margens de estradas, parques e jardins. Abaixo é possível
observar alguns exemplos de habitat com o crescimento de cogumelos.
A nutrição dos cogumelos se dá através dos micélios e das hifas. Os micélios, durante o
seu desenvolvimento, liberam enzimas no meio fazendo a degradação da matéria orgânica.
Já as hifas são responsáveis pela absorção dos nutrientes através da sua parede celular.
5. LINHAGEM
Dentro de uma grande variabilidade genética existente na espécie, a linhagem acaba por
concentrar determinadas características que podem ser favoráveis ou não para o seu
desenvolvimento. Estas características podem ser cor, forma, tamanho do chapéu, espessura
do chapéu, tamanho do estipe, características de pós colheita, faixas de temperatura ótima
de frutificação, tipos de materiais que colonizam, produtividade, entre outras características.
Geralmente, as informações sobre as linhagens utilizadas para a produção devem ser obtidas
junto ao laboratório onde as mesmas serão adquiridas.
Essa verificação é importante para que se possa identificar as prováveis causas de problemas
na produção de cogumelos.
Com o crescimento da população mundial se faz cada vez mais necessária a produção de
alimentos no mundo. Os seres humanos necessitam basicamente de 4 grupos nutricionais,
sendo eles: proteína, carboidratos, vitaminas e minerais para buscar um desenvolvimento
equilibrado.
Os cogumelos da ordem Agaricales apresentam altos teores de proteínas que podem variar
de 3 a 4% no cogumelo fresco e de 20 a 30% no cogumelo seco.
Esta concentração é muitas vezes maior quando comparada aos vegetais e, se comparados
às frutas, os cogumelos podem apresentar até 12 vezes maior a concentração de proteínas.
Já na carne bovina encontramos valores médios de 14,8% na matéria seca, portanto, abaixo
dos valores encontrados para os cogumelos analisados da tabela abaixo.
Outro fator importante referente às proteínas está relacionado à sua qualidade. Dos 21
aminoácidos existentes, 9 são essenciais, isto é, não são produzidos pelo corpo humano
e, portanto, necessitam ser ingeridos de alguma fonte. Os cogumelos da ordem Agaricales
apresentam todos os nove aminoácidos em valores significativos.
A importância dos cogumelos na alimentação humana, não é devida somente pela presença
de proteínas em alta quantidade, mas especialmente pela sua qualidade, bem como pela
existência de fibras, vitaminas e minerais, conforme também podemos observar na tabela
abaixo.
Deve se observar que a análise do valor nutricional de um alimento envolve mais que a
simples estimativa de percentagem de cada nutriente presente. Um fator importante a ser
analisado é a digestibilidade do alimento. Os cogumelos apresentam uma melhor digestão
quando comparado a outros alimentos como, por exemplo, a carne bovina.
PREPARO DO COMPOSTO
FASE I - PREPARO DA PILHA
FASE II - TRATAMENTO TÉRMICO
INOCULAÇÃO
INCUBAÇÃO
INDUÇÃO
FRUTIFICAÇÃO
COLHEITA
EMBALAGEM
O preparo do composto pode ser divido em 2 fases, sendo a fase I relacionada ao preparo
da pilha de materiais e suplementos necessários para a compostagem e a fase II relacionada
ao tratamento térmico do composto.
Em virtude dos materiais utilizados na sua produção, os compostos podem ser classificados
em dois tipos:
O composto natural é o mais utilizado e apresenta um bom resultado por possuir melhores
condições de fertilidade do que os sintéticos. Cabe salientar que pela dificuldade de obtenção
de esterco de equino em algumas regiões, o desenvolvimento de compostos sintéticos, bem
como sua utilização, tem aumentado.
É importante observar que para a produção do composto, devem ser utilizadas matérias-
primas de fácil acesso e baixo custo, encontradas em resíduos agroindustriais.
Material lignocelulósico são materiais ricos em fibras de origem vegetal. As fibras possuem
celulose, hemicelulose e lignina, que são carboidratos importantes para dar estrutura
(aeração), retenção de umidade e fornecimento de nutrientes no composto para a produção
de cogumelos. O material lignocelulósico são resíduos oriundos do processo de produção
agrícola, da agroindústria ou outras fontes, como por exemplo, resíduos de podas de áreas
urbanas.
É importante salientar que o mesmo material lignocelulósico pode apresentar variações na sua
composição química. Como exemplo disso, podemos citar a serragem, uma vez que existem
muitas espécies de madeiras que são serradas para os mais diversos fins, como indústria
moveleira, construção civil entre outras. Tais madeiras apresentam diferentes composições
que podem apresentar diferentes resultados na produção dos cogumelos.
Outro bom exemplo de variações químicas que podem ocorrer no mesmo tipo de material
lignocelulósico pode ser observado nos capins. Nesse material é importante observarmos em
que fase de desenvolvimento o mesmo se encontra, pois em cada fase de seu crescimento é
possível verificar uma composição química. Na tabela abaixo pode-se observar a composição
química do capim Brachiaria (Brachiaria decumbens) em várias fases do seu crescimento:
Existem bibliografias que podem nos ajudar a conhecer melhor o material que estamos
utilizando, servindo como fonte de referência para iniciarmos o cultivo de cogumelos.
Além desses materiais, existem diversos outros que podem ser utilizados no cultivo dos
cogumelos do gênero Agaricus sp. Para a sua correta utilização na formulação do composto,
é necessário identificar o teor de carbono e nitrogênio dos mesmos. Cabe salientar que para
a produção de um composto onde suas caracteristicas fisicas (estrutura, aeração e umidade)
, quimicas e o tempo de produção sejam adequados é importante observar as seguintes
recomendações quanto a utilização dos materiais:
• Materiais com uma relação carbono/nitrogênio abaixo de 40: Esse tipo de material
deve compor de 10% a 30 % do peso total inicial do composto. Como exemplo destes
materiais temos os estercos de animais, onde a variação na sua utilização deve-se as
diferentes concentrações de nitrogenio que cada um possui. Portanto, é importante
observar a quantidade máxima de esterco por espécie que devem ser utilizados no
preparo do composto:
Como exemplo deste materiais podem ser citadas as gramineas e palhas de culturas
como o arroz, trigo, milho, entre outras.
A quantidade de Carbono Total pode ser identificada a partir do momento em que se tem
conhecimento da quantidade de matéria orgânica (MO%) presente no material. Sabendo-se
a quantidade de matéria orgânica (MO%) é possível identificar a quantidade de Carbono do
material aplicando-se a seguinte fórmula:
Para escolha da matéria-prima a ser utilizada no composto, além da sua composição química,
é importante considerar a disponibilidade em quantidade e qualidade, padronização do
material e viabilidade econômica para atendimento da produção.
Outro fator importante é a determinação das quantidades do material lignocelulósico que serão
utilizadas, pois cerca de 40 % do peso inicial sera perdido no processo de compostagem pela
atuação dos microorganismos no processo de decomposição dos materiais do composto.
Neste processo ocorrera a perda de carbono para a atmosfera atraves da liberação de CO2
(gás carbônico). Portanto, para o cálculo inicial dos materiais deve se colocar uma maior
quantidade do mesmo para que apos o término da compostagem obtenha-se a quantidade
desejada. Para isso basta realizar a seguinte operação:
Podem ser utilizados vários tipos de suplementação orgânica, a fim de atingir as concentrações
adequadas de nitrogênio na formulação. No entanto, o farelo de soja possui uma elevada
concentração de nitrogênio e, por esse motivo, é o suplemento orgânico mais utilizado
associado a outro tipo de suplementação. Desta forma é possível uma ativação microbiana
inicial no composto mais satisfatória, além de uma suplementação de microminerais mais
adequada.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 27
Na utilização do farelo de soja como suplemento orgânico recomenda-se as seguintes
porcentagens de suplementação orgânica em relação a quantidade total do composto:
• Suplemento cálcico
Esse tipo de suplemento tem por objetivo enriquecer o composto com cálcio e corrigir o pH
da mistura. Nesse grupo encontram-se o carbonato de cálcio, cal hidratada, sulfato de cálcio
(gesso agrícola) e calcário. Cabe ressaltar que o sulfato de cálcio, além de corrigir o pH e
fornecer cálcio, é também uma fonte significativa de enxofre.
Não há uma fórmula utilizada para o cálculo exato da quantidade de suplemento mineral a ser
adicionado para a correção no pH do composto. Na prática, para que o composto apresente
um pH na faixa entre 6,0 e 7,0, utiliza-se 4,5% de suplementação mineral, ou seja, para cada
1 Kg do meio de cultivo adiciona-se 45 g de suplemento mineral.
• Suplemento nitrogenado
O suplemento nitrogenado tem por objetivo enriquecer o composto com Nitrogênio. Nesse
grupo podem ser citados a uréia, o sulfato de amônia e o nitrato de amônia.
• Suplemento fosfatado
São suplementos utilizados para enriquecer o composto com fósforo. Nesse grupo estão o
superfosfato simples e o superfosfato triplo.
• Suplemento potássico
Tem por objetivo enriquecer o composto com potássio. Nesse grupo pode ser mencionado
o cloreto de potássio.
Com relação a suplementação mineral de potássio, essa só será necessária para o composto
sintético uma vez que o composto natural possuir esterco, o qual apresenta teores de
potássio suficientes para o desenvolvimento adequado dos microorganismos do composto.
Na produção de composto sintético a quantidade recomendada de potássio é de 0,003%
do peso total inicial do composto.
Obs. Todos os materiais listados na tabela apresentam 90% de matéria seca (MO% MS).
Para a escolha dos materiais deve se levar em consideração aqueles que apresentam maior
disponibilidade na região, menor custo e maior padronização. Para a elaboração de uma
formulação será estabelecido alguns parâmetros e materiais utilizados, conforme segue:
• Serão produzidos 1.000 Kg (matéria seca - %MS) de composto natural (esterco equino);
• Será utilizado como suplementação orgânica: Farelo de arroz (5%) e Farelo de soja (6%);
• Será utilizada uréia como suplementação mineral nitrogenada para correção dos teores
de nitrogênio do composto;
• Será utilizado como suplementação mineral para correção do pH: 2,5% de CaCO3
(carbonato de cálcio) e 2,0% de CaSO4 (Sulfato deCálcio)
• Será utilizado como suplemento mineral para a correção de fósforo (P%): superfosfato
triplo
Para a realização da formulação nesse exercício deve-se montar uma tabela com os materiais
que serão utilizados no composto.
Deve ser colocado na coluna 1 da tabela todos os ingredientes que farão parte da formulação.
Colocando de cima para baixo: primeiro os materiais lignocelulósicos de maior quantidade
para o de menor quantidade, o esterco de equino, seguindo a suplementação orgânica,
suplementação mineral de fósforo e correção do pH .
Para cada componente será descrito suas características como: matéria orgânica (MO%),
matéria orgânica na matéria seca (MO% MS), porcentagem de carbono (%C), porcentagem
de nitrogênio (N%) e relação carbono nitrogênio.
(1) Brachiaria
(5) Uréia
(8) Carbonato de
calcio
(10) Total
Portanto:
Sendo assim,
Material lignocelulósico total = 1.670 x 0,7
Bagaço de cana – possui relação C/N de 173 e, portanto, representa 40% do material
lignocelulósico total na mistura.
O esterco é um material que possui relação C/N abaixo de 40 e, portanto, deve representa
entre 10% a 30% da quantidade de composto inicial. A variação de sua utilização na mistura
ocorre conforme a espécie animal de origem do esterco, sendo que no caso de esterco
equino deve-se utilizar no máximo 30% da quantidade inicial de composto.
32 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
Sendo assim, nesse exercício temos:
Quantidade de Sulfato de Cálcio (gesso agrícola) = Peso total inicial do composto x 2,5 %
ou 0,025
Sendo assim:
FORMULAÇÃO DO COMPOSTO
(8) Carbonato de
33
calcio
B) Identificar o teor de matéria orgânica na matéria seca (MO% MS) para preenchimento
da coluna 3 da tabela
FORMULAÇÃO DO COMPOSTO
(8) Carbonato de
33 30
calcio
Desta forma, nesse exercício a quantidade de Carbono (C%) dos materiais será calculada
da seguinte forma:
Após encontrar as quantidades de carbono (C%) dos materiais na matéria seca devemos
preencher a coluna 4 da tabela e realizar a soma das quantidades do carbono (C%) para
identificação do sub total na coluna 4.
FORMULAÇÃO DO COMPOSTO
(8) Carbonato de
33 30 ----
calcio
Sendo assim, nesse exercício a quantidade de Nitrogênio (N%) dos materiais será calculada
da seguinte forma:
Após encontrar as quantidades de nitrogênio (N%) dos materiais na matéria seca devemos
preencher a coluna 5 da tabela e realizar a soma das quantidades do nitrogênio.
FORMULAÇÃO DO COMPOSTO
(8) Carbonato de
33 30 ---- ---
calcio
Brachiaria = 329 = 46
7,1 1
Farelo de soja = 32 = 6
5,5 1
Farelo de arroz = 45 = 22
2 1
Após encontrar os valores da relação carbono nitrogênio (C/N) de cada um dos materiais
deve-se calcular a relação carbono nitrogênio da formulação utilizado a seguinte fórmula:
(8) Carbonato de
33 30 ---- --- ---
calcio
Como pode ser verificado na tabela, a relação carbono nitrogênio (C/N) da formulação é
de 38/1. Para reduzir essa relação carbono nitrogênio (C/N) até o nível desejado de 30/1
é necessário adicionar a suplementação mineral fornecedora de nitrogênio, sendo neste
exercício utilizada a uréia.
Foi identificado que serão necessários 28 Kg de Nitrogênio para atingir a relação carbono
nitrogênio (C/N) desejada de 30/1 na formulação.
Considerando que na formulação desse exercício será utilizada a uréia como fonte de
nitrogênio, a identificação da quantidade de uréia a ser utilizada será feita por meio do
seguinte cálculo:
Portanto:
Quantidade de uréia utilizada na formulação (MO%) = 6
0,43
Considerando que não haverá mais nenhum acréscimo de Nitrogênio (N%) e Carbono (C%),
será também preenchido o total nas colunas 4 e 5 da tabela conforme segue:
FORMULAÇÃO DO COMPOSTO
(8) Carbonato de
33 30 ---- --- ---
calcio
Considerando que todos os materias listados na tabela 3 possuem 90% de matéria seca,
a identificação da quantidade de superfosfato triplo na matéria orgânica seca (MO% MS) a
ser utilizado nessa formulação será obtida com o seguinte cálculo:
FORMULAÇÃO DO COMPOSTO
(8) Carbonato de
33 30 ---- --- ---
calcio
Pode observar que o valor final total da formulação na matéria seca é aproximadamente 90
kg (5%) acima do valor estipulado no inicio dos cálculos da fórmula que era de 1.670 Kg.
Como estes valores utilizados para o cálculo da formulação são valores de referência e o
processo de compostagem pode apresentar variações devido as oscilações de umidade e
temperatura, o valor obtido do composto após a finalização da compostagem estará muito
próximo do almejado que no caso deverá ser de 1.000 Kg.
O processo de compostagem tem início com a escolha e mistura dos materiais a serem
utilizados na formulação do composto. Em seguida, essa mistura é acomodada em pilhas,
onde serão implantados procedimentos para criar condições que favoreçam o desenvolvimento
dos microrganismos presentes no próprio material da pilha.
MONTAGEM DA PILHA
CORREÇÃO DO PH E 4ª VIRADA
FINALIZAÇÃO DO COMPOSTO
• Montagem da pilha
A montagem da pilha deve ser feita com a mistura dos materiais lignocelulósicos escolhidos
para a formulação do composto.
Pilha de compostagem
O local em que as pilhas serão montadas deve ser coberto, protegido do vento e ter piso
inclinado (pelo menos de 0,3%) para favorecer o processo de compostagem.
É importante observar a sequência com que os materiais serão dispostos na pilha, devendo
ser acomodado na base da pilha os materiais mais fibrosos e no topo da pilha os materiais
menos fibrosos.
Esta sequência deve ser seguida, pois após a montagem da pilha a mesma será molhada
o que pode acarretar na perda de nutrientes pela água que passará por toda a pilha. Nesse
sentido, os materiais mais fibrosos na base pilha irão absorver estes nutrientes, minimizando
a sua perda.
A 1ª virada da pilha é realizada logo após a sua montagem e acréscimo de água, tendo o
objetivo homogeinizar os materiais e a umidade da pilha.
Para que a compostagem seja eficiente, é necessário que os materiais sejam revolvidos
periodicamente.
Após aproximadamente 3 dias da primeira virada a umidade da pilha já foi absorvida pelos
materiais e o desenvolvimento dos microoganismos no composto já foi iniciado.
Nesse momento será realizada a suplementação orgânica ou segunda ativação, com o objetivo
de fornecer Nitrogênio (N%) na mistura para acelerar o crescimento dos microrganismos.
Esse suplemento orgânico deve ser espalhado uniformemente, sendo feito a 2ª virada logo
após o seu acréscimo no material com o intuito de homogeinizar a pilha.
O teor de umidade ideal para o processo de compostagem está na faixa entre 65% e 75%,
sendo assim, a partir da 2ª virada da pilha faz-se necessária a verificação da umidade para
identificar a necessidade ou não da adição de água. É importante que a aferição da umidade
seja realizada na parte mais alta do composto a uma profundiade de 50 cm.
Após a 3ª virada deve ser feita a aferição da temperatura e da umidade da pilha com o intuito
de verificar as condições da compostagem.
Tanto a umidade como a temperatura deve ser aferida na parte mais alta do composto a
uma profundidade de 50 cm, pois esse é o local da pilha com menor aeração e, pontanto,
Região mediana
Temperatura (46 a 60 ºC)
e umidade mediana
Região de temperatura e
umidade mais baixa
Temperatura (65 a 82 ºC)
50 cm
10 cm
Região anaeróbica
Temperatura média
(48 ºC) umidade escessiva
Com relação à aferição da umidade, além de ser realizado o monitoramento na posição central
a 50 cm de profundidade, recomenda-se também a aferição na lateral da pilha a 10 cm. Essa
recomendação se deve ao fato de que durante a compostagem não deve existir uma grande
diferença de umidade entre o centro e a parte mais superficial da pilha de composto. Sendo
assim, deve-se buscar uma umidade o mais uniforme possivel em toda a pilha.
Para tanto, será adicionado um suplemento mineral para corrigir o pH do composto que
também irá fornecer Cálcio para suprir a necessidade dos microrganismos por esse elemento.
A adição desse suplemento mineral deve ser feita com diluição em água e de modo uniforme
em toda a pilha.
Após a aplicação do suplemento mineral para neutralização da amônia deve ser realizada
a 5ª virada da pilha para homogeinização do composto, além de ser feito o monitoramento
diário da umidade na porção central do composto a 50 cm.
Após 3 dias da 6ª virada, a tempratura do composto deve estar igual a temperatura ambiente
indicando que o composto atingiu sua estabilidade. Nesse momento deve-se realizar também
a aferição da umidade na parte superior do composto a 50 cm de profundidade para identificar
a necessidade de uma eventual correção do teor de umidade no composto.
Caso seja feita uma correção na umidade, deve ser realizada uma nova virada da pilha para
homogeinização do composto.
O tratamento térmico, também conhecido como fase II, é realizado com o objetivo de reduzir
ou eliminar os microrganismos competidores e ovo/larvas de insetos do composto, os quais
podem competir com os cogumelos pelos nutrientes do meio.
SALA DE PASTEURIZAÇÃO
TAMBOR METÁLICO
Para que ocorra uma melhor distribuição do vapor pelo composto deve se colocar um tubo
feito de tela metalica no centro do composto e acomodar o composto em volta do mesmo.
Após realizar o tratamento térmico é necessário envasar o composto para criar um ambiente
favorável ao desenvolvimento do micélio. O envasamento deve ser realizado logo após o
tratamento térmico com o composto em temperatura ambiente.
• Saco de cultivo
O tamanho do saco deve ser de 50 litros e deve ser um saco mais reforçado para suportar
o peso do composto, que não deve ultrapassar 20 kg.
Existem estudos para avaliar a produtividade dos sacos de cultivo com diferentes quantidades
de composto, sendo identificada uma maior produtividade de cogumelos em sacos com uma
camada de composto entre 26 a 28 cm de espessura.
O processo de enchimento dos sacos pode ser manual ou com máquina dependendo da
escala de produção.
2. CONHEÇA A INOCULAÇÃO
A semente a ser inoculada no meio de cultivo tem a sua produção inicial em laboratório,
onde o micélio é cultivado em meio de cultura e, posteriormente, inoculado em materiais
lignocelulósicos, os quais são denominados de semente-inoculo.
No caso dos cogumelos de gênero Agaricus sp, os materiais mais utilizados na produção
da semente inóculos são o grão de trigo e o sorgo.
Para realizar a inoculação são necessários alguns cuidados para se evitar a contaminação
da semente inóculo. Para tanto, é ideal que o procedimento seja realizado em ambiente
com ventilação reduzida.
Além do ambiente apropriado, outro fator importante a ser considerado ao realizar o processo
de inoculação é a utilização do EPI (máscara, touca e luva), todos limpos com o mesmo
objetivo de reduzir o risco de contaminação do composto.
Após colocar a semente no saco do composto, deve fechar a boca do saco e agitar o composto
para distribuir melhor a semente.
Para uma aplicação uniforme da semente deve utilizar um recipiente medida para padronizar
a distribuição de sementes nos sacos de composto. Após a inoculação os sacos devem ter
suas bocas dobradas a fim de evitar a entrada de insetos e a perda de umidade.
Após a inoculação os sacos devem ser transferidos para um ambiente onde se realizará o
processo de incubação.
3. CONHEÇA A INCUBAÇÃO
Durante esse período, o composto inoculado deve ser armazenado em prateleiras com
ambiente favorável para o desenvolvimento dos cogumelos. No caso dos cogumelos
do gênero Agaricus sp, para um melhor desenvolvimento do micélio, o ambiente deve
apresentar baixa luminosidade, temperatura entre 24 °C e 26 °C, umidade relativa de 65%
a 75% e com a circulação de ar reduzida para que haja uma maior concentração de CO2
acima de 5.000 ppm.
Para tanto, é necessário que a construção atenda alguns requisitos e características mínimas
como:
Para reduzir e filtrar a intensidade luminosa sobre os sacos, fazendo com que os mesmos
tenham uma menor taxa de aquecimento.
• Cobertura e cortinas com lona dupla face (lona branca do lado de fora e preta do lado de
dentro) nas faces que há incidênciasolar;
Para refletir os raios solares e reduzir a entrada de vento dentro da estufa, mantendo o
ambiente mais estável no que diz respeito a umidade e temperatura.
• Sistema de irrigação;
Deve se observar as leis ambientais para construções em áreas rurais, para não incorrer
em infrações como, por exemplo, construir em APP (área de proteção permanente) ou área
de mata ciliar.
O período de incubação deve ser em torno de 30 dias. Durante esse período deve-se observar
o possível surgimento de contaminantes no composto, que podem ocorrer em virtude de
alguma falha no tratamento térmico.
4. CONHEÇA A INDUÇÃO
Na natureza ocorrem fenômenos que induzem a frutificação natural dos cogumelos. A indução
é a aplicação de procedimentos com o objetivo de simular condições naturais para induzir
a frutificação dos cogumelos em produção comercial.
TERRA DE COBERTURA
A terra de cobertura é uma composição de materiais que deve ser aplicada na superficie do
composto totalmente colonizado, devendo apresentar características como:
Diversos tipos de materiais podem ser utilizados para a terra de cobertura, sendo que
existem estudos indicando a mistura de turfa, solo e humus de minhoca, na proporção de
6:3:1 (turfa:solo:humus), como a de maior produtividade.
A terra de cobertura para a produção dos cogumelos do gênero Agaricus sp. apresenta as
seguintes funções:
Após a pasteurização da terra de cobertura, esta deve ser aplicada sobre o composto incubado
e em seguida adicionar água para adequar o teor de umidade no meio.
Após umedecer a terra de cobertura devem ser tomados os cuidados necessários para evitar
o ressecamento e surgimento de contaminantes no meio. A partir desse momento o micélio
iniciará a colonização da terra de cobertura, processo que deve ocorrer em um período de
10 a 20 dias. Esse período de colonização do micélio deve ser monitorado com o intuito de
retirar o material que eventualmente apresente contaminação.
ESCARIFICAÇÃO
O local deve ser mantido em condições de limpeza e higiene adequadas, sendo extremamente
importante observar as condições ambientais necessárias para produção com qualidade de
cada espécie.
Por isso, é de vital importância escolher uma linhagem que se desenvolva de forma adequada,
principalmente no que diz respeito à temperatura do local de cultivo.
No que diz respeito à temperatura do ambiente para frutificação, o Agaricus bisporus tem
um bom desenvolvimento com uma temperatura entre 18 e 21 ºC, enquanto que o Agaricus
blazei se desenvolve melhor em temperaturas entre 20 a 29 ºC.
A umidade relativa do ambiente de frutificação tanto para o Agaricus bisporus como para
o Agaricus blazei deve estar entre 80 a 90%.
No que diz respeito a luminosidade para a frutificação do Agaricus bisporus não é requerida
iluminação, mas para o Agaricus blazei a mesma deve estar acima de 100 lux.
Com relação à concentração de CO2, tanto o Agaricus bisporus como a Agaricus blazei
devem ter uma baixa concentração no ambiente. A abertura dos sacos, quando utilizados,
e a ventilação do ambiente de frutificação são procedimentos que irão levar a uma redução
do CO2 de modo satisfatorio.
No processo produtivo dos cogumelos do gênero Agaricus sp. a colheita é feita manualmente,
após a verificação visual do ponto de colheita.
Os cogumelos são frágeis, portanto a colheita deve ser realizada de modo cuidadoso para
evitar danificá-los. A higiene do procedimento de colheita é extremamente importante,
especialmente nos casos em que os cogumelos serão vendidos “in natura”, sem nenhum
tipo de processamento.
Logo após a colheita deve ser realizada uma toalete para remoção dos restos de composto
na base do estipe, para que esses resíduos não sujem o cogumelo.
No caso do cogumelo Agaricus blazei, após a sua colheita será feita a toalete do estipe e
não será necessária a refrigeração, pois esse tipo de cogumelo é comercializado desidratado.
Portanto, após a toalete o cogumelo será encaminhado para a lavagem, secagem e
embalagem.
Logo após a embalagem,os produtos devem ser acondicionados em ambiente refrigerado para
que o metabolismo do cogumelos se mantenha reduzido e, assim, aumentar a durabilidade
(tempo de prateleira) até o seu consumo.
• Data de colheita
• Tabela nutricional
Porção de 100 g
Os cogumelos colhidos devem ser submetidos à lavagem (somente com água), para retirar
toda a sujidade.
Nesse momento os cogumelos devem apresentar umidade em torno de 5%, a qual pode ser
verificada por meio da comparação entre o peso inicial e final ou, de modo prático, quando
apresentar uma estrutura que se quebra com um pequeno aperto dos dedos.
• Tipo A - são os cogumelos que apresentam uma coloração amarelo claro conforme
ilustrado na foto abaixo.
• Tipo B - são aqueles que apresentam uma coloração amarelo mais escura com pontos
marrons – como queimado - em uma parte ou outra, decorrente da exposição dos
cogumelos a uma temperatura mais elevada no processo de desidratação.
• Tipo C - são os que visualmente ficaram fora do padrão de coloração. Apresentam uma
cor marrom escuro por inteiro e, como consequência, uma depreciação do seu valor.
Cabe ressaltar que, independente da sua classificação e depreciação comercial, não existe
qualquer prejuízo das características nutracêuticas entre as escalas A, B, C e D dos cogumelos
Agaricus blazei desidratados.
O meio de cultivo exaurido é o meio de cultivo que já teve sua carga nutricional esgotada e,
portanto, não apresenta mais produção comercial.
Devido a sua composição, o meio de cultivo exaurido pode ser descartado, utilizando-o para
a alimentação animal ou, ainda, diretamente no solo como adubação de hortaliças, jardins
e pomares. Por sua vez, os sacos em que se encontrava o material exaurido devem ser
dispostos em local adequado e destinados à reciclagem
É importante ter um caderno de manejo onde são anotados todos os registros de pragas
que ocorreram no ambiente de cultivo, com data, tipo de ocorrência, fator desencadeador e
medidas adotadas para solucionar o problema.
No que diz respeito ao controle de pragas e doenças adota-se medidas diferentes para
fungos, insetos e outras pragas.
São fungos que, na sua presença, ocasionam um distúrbio na sanidade do cogumelo levando
a uma doença e, consequentemente, a uma deficiência no desenvolvimento dos cogumelos
do gênero Agaricus sp.
Existem diversas praga e doenças que podem ocorrer no cogumelo do gênero Agaricus sp.
No quadro abaixo estão relacionadas as pragas causadoras de doenças que podem ocorrer
na produção destes cogumelos:
SINTOMAS:
• O tecido mal formado torna-se necrótico e uma podridão úmida e fedorenta surge.
Mycogone
perniciosa
Esse fungo causador da doença Bolha seca é considerado, a nível mundial, a principal
doença do Agaricus bisporus.
É um fungo de solo e pode causar uma sequência de sintomas que variam conforme a fase
de desenvolvimento em que o cogumelo é infectado.
• Infecção tardia
Ocorre na fase de botão, ou seja, quando os cogumelos começam a frutificar. Nesse caso
observa-se uma espécie de estiolamento, isto é, o corpo de frutificação não se desenvolve
mais e adquire uma coloração amarelada.
• Infecções precoces
São infecções mais severas e, normalmente, indicam uma grande contaminação do composto
ou da terra de cobertura.
A sintomatologia nesse tipo de infecção é característica e bem mais marcante. Neste caso,
como o micélio do Agaricus está se desenvolvendo no composto e o parasita apresentando
a sua fase vegetativa bem desenvolvida, ambos os micélios se entrelaçam. Com isso, quando
o Agaricus frutifica, dá origem a corpos de frutificação totalmente deformados. Comumente
não há diferenciação entre o estípe e o píleo formando uma massa disforme.
Verticillium
fungicola
Infecção intermediária
Infecção precoce
Desta forma, antes das regas, a temperatura pode ser reduzida ligeiramente e novamente
elevada para facilitar a evaporação da água.
Conhecido também como “mal da teia”, esse fungo parasita cresce rapidamente sobre a
superfície do solo, envolvendo todos os cogumelos que se formarem na área atingida. Os
cogumelos infectados assemelham-se, grosseiramente, a bolas de algodão, tornando-se
b) Fungos competidores
Existem diversos fungos competidores que podem ocorrer na produção destes cogumelos,
os quais são apresentados na tabela abaixo.
c) Outras pragas
• Insetos
O meio de cultivo com o micélio em desenvolvimento exala odor que atrai os insetos, os
quais depositam seus ovos no meio de cultivo por esse ser um ambiente favorável para o
desenvolvimento das larvas.
Quando ocorre a eclosão dos ovos, as larvas passam a se alimentar do micélio e do próprio
cogumelo formando galerias na estipe e no chapéu, o que inviabiliza a sua comercialização.
Mosca dos fungos fase larval Brasydia matogrossensis: mosca dos fungos adulta
Além do bom manejo em todo o processo de produção, pode-se adotar outro procedimento
como forma de prevenção à ocorrência de insetos, a utilização de repelentes naturais no
entorno das estruturas de produção.
Existem diversas plantas que atuam como repelentes naturais de insetos, sendo as mais
indicadas: a hortelã (Mentha piperita), o manjericão (Ocimum Basilicum), o cravo de defunto
(Tagetes patula), a Citronela (Cymbopogon winterianus), o Capim limão (Cymbopogo
citratu), a arruda (Rutagraveolens), a Erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides)
e o Jasmim (Jasminum officinale).
As principais formas de controle natural dos insetos são: as armadilhas e o controle biológico.
• Armadilhas
Como exemplo de armadilhas para insetos pode-se mencionar as fitas com cola entomológica
e outra, mais artesanal,feita com garrafas Pet (500ml) com pequenos furos na parte superior
e cerca de 50ml de vinagre no seuinterior.
• Controle biológico
• Bacillus thuringieneis - é uma bactéria que causa doença nas larvas dos insetos
levando-as à morte.
• Hipoapis miles - é um ácaro carnívoro inofensivo para o cogumelo e para o ser humano.
É utilizado no controle de praga na produção de cogumelos do gênero Agaricus sp, pois
ele se alimenta das larvas dos insetos.
• Molusco
As lesmas também podem ser consideradas como praga no cultivo de cogumelos, pois elas
atacam diretamente o cogumelo comendo partes dos mesmos. Assim, como os insetos elas
são atraídas pelo cheiro exalado pelos cogumelos.
• Ácaros
Esse tipo de praga necessita de condições mais elevadas de temperatura e umidade para
a sua multiplicação, portanto, sua presença está associada diretamente ao ineficiente
tratamento térmico e deficiência no manejo durante o processo de produção do Agaricus sp.
• Nematóides
Nos solos agrícolas geralmente existem diferentes espécies de nematoides, sendo que
uma parcela substancial dessa comunidade se alimenta diretamente das raízes (hifas) dos
cogumelos, às vezes causando doenças.
Em geral são classificados como endoparasitas, ou seja, ficam grande parte do seu ciclo
de vida dentro das hifas dos cogumelos, mas há também os ectoparasitas que geralmente
ficam na parte externa da raiz.
Os nematóides possuem no seu apararato bucal uma estrutura denominada estilete para
se alimentar das hifas. Eles inserem esse estilete nas células para remover o conteúdo
celular, impedindo a absorção de água e nutrientes pelos cogumelos. Existem três espécies
que mais prejudicam a produção de Agaricus sp que são: Aphelencoides composticola,
Ditylenchus myceliophages, Rhabditus spp.
• Vírus
Vírus são microorganismos que causam prejuízos na produção de cogumelos, pois Eles
agem na perda do vigor e, consequentemente, na produtividade da linhagen utilizada.
No Brasil não encontramos laboratórios que realizam a análise de linhagens que detectam
a existência de vírus em linhagens de cogumelos.
1. PREPARE O COMPOSTO
Vigota de 45 cm
ATENÇÃO!!!
O piso deve possuir uma inclinação de 0,5 %, isto é, a cada 10 metros o piso deve
se elevar de 5 cm para evitar o acúmulo de água.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
Cuidado ao manusear materiais cortantes.
ATENÇÃO!!!
Os materiais devem ser espalhados de forma que o material mais fibroso fique na
base da pilha para melhor retenção da umidade.
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser molhada de modo uniforme até que seja observado um
escorrimento de água.
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser misturada até que a mesma fique com um visual uniforme dos
materiais.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser revirada de modo a alterar a posição inicial dos materiais, ou seja,
o material que estava em cima deve ser colocado em baixo e o que estava dentro
deve ser colocado para fora.
ATENÇÃO!!!
Se a umidade estiver baixa deve se adicionar água até que o patamar desejado (65 a
75%) seja atingido. Para isso verifique novamente a umidade e temperatura.
ATENÇÃO!!!
A umidade na lateral da pilha a 10 cm não deve ser menor do que 50% comparada
à umidade no topo da pilha a 50 cm. Caso contrário é necessário proteger a pilha
para evitar a perda de umidade na sua superfície.
A diluição da uréia deve ser feita na proporção de 50%, ou seja, 2 litros de água
para cada 1 kg de uréia.
1.14.2. Misture
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser revirada de modo a alterar a posição inicial dos materiais, ou seja,
o material que estava em cima deve ser colocado em baixo e o que estava dentro
deve ser colocado para fora.
ATENÇÃO!!!
A cal deve ser diluída em água na proporção de 50%, ou seja, 2 litros de água para
cada Kg de cal hidratada.
1.15.2. Misture
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser revirada de modo a alterar a posição inicial dos materiais, ou seja,
o material que estava em cima deve ser colocado em baixo e o que estava dentro
deve ser colocado para fora.
O gesso agrícola, além de melhorar a estrutura física do composto deixando-o mais aerado,
tem a capacidade de reter a umidade.
1.16.2. Misture
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser revirada de modo a alterar a posição inicial dos materiais, ou seja,
o material que estava em cima deve ser colocado em baixo e o que estava dentro
deve ser colocado para fora.
ATENÇÃO!!!
Diluir o fosfato triplo na proporção de 50%, ou seja, 2 litros de água para cada Kg de
super fosfato triplo.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser revirada de modo a alterar a posição inicial dos materiais, ou seja,
o material que estava em cima deve ser colocado em baixo e o que estava dentro
deve ser colocado para fora.
ATENÇÃO!!!
A pilha deve ser revirada de modo a alterar a posição inicial dos materiais, ou seja,
o material que estava em cima deve ser colocado em baixo e o que estava dentro
deve ser colocado para fora.
ATENÇÃO!!!
O suporte de metal deve ter altura suficiente para que o composto não tenha
contato com a água, além de ter o seu diâmetro pelo menos 2 cm menor que o
diâmetro interno do tambor para facilitar a sua retirada.
ATENÇÃO!!!
Tamanho do furo deve ser de 3/8” (3/8 polegada) a fim de permitir a saída de vapor
do tambor.
ATENÇÃO!!!
Neste momento todo o tambor estará quente. Utilize luva térmica para realizar
qualquer atividade no tambor.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 101
2.19. Retire o composto do tambor
ATENÇÃO!!!
O composto deve ser mantido em um local coberto, limpo, seco e arejado até atingir
a temperatura ambiente.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
O envase deve ser feito o mais rápido possível após o composto atingir uma
temperatura inferior a 30 ºC para evitar contaminantes.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 103
Carrinho de mão Semente inóculo
Antes de abrir o saco, esfarele a semente para uma distribuição mais uniforme do
micélio no composto.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
A semente tem que ser bem espalhada na superfície do composto para uma
colonização mais eficiente.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 105
3.6. Feche o saco
ATENÇÃO!!!
O saco deve ser fechado com uma leve torção da boca do mesmo para permitir a
troca gasosa e evitar uma perda de umidade do composto.
Após fechar o saco agite-o por aproximadamente 10 segundos para que ocorra a
mistura da semente com o composto.
4. FAÇA A INCUBAÇÃO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 107
4.5. Nivele a superfície do composto com o auxílio de uma desempenadeira
ATENÇÃO!!!
Deve-se tomar cuidado para não compactar o composto, pois isso pode prejudicar
o desenvolvimento micelial.
ATENÇÃO!!!
Após 7 dias da inoculação, o saco inoculado deve ser aberto para verificação do
desenvolvimento micelial. Em condições normais o composto deve apresentar uma teia
branca e um cheiro agradável.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
5. FAÇA A INDUÇÃO
Desempenadeira Estilete
Terra Turfa
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5.3. Prepare a terra de cobertura
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
A camada de terra de cobertura a ser exposta deve ser de, no máximo, 3 cm para
melhor efetividade do tratamento térmico. Toda a camada deve ser coberta com um
plástico para elevar e manter a temperatura da terra de cobertura.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 113
5.4.2. Cubra o composto colonizado com a terra de cobertura
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
Deve-se tomar cuidado para não compactar o composto, pois isso pode prejudicar
o desenvolvimento micelial.
ATENÇÃO!!!
O saco deve ser mantido fechado por pelo menos 10 dias, sendo aberto apenas
para rápida verificação de contaminantes a cada 3 dias.
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
A umidade da terra de cobertura deve ser mantida em torno de 80% para uma
melhor frutificação.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 115
5.4.8. Irrigue a camada de terra de cobertura
ATENÇÃO!!!
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 117
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
7. FAÇA A COLHEITA
Álcool 70 % Balde
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 119
7.3. Observe o ponto de colheita
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 121
ATENÇÃO!!!
ATENÇÃO!!!
Deve ser anotado o ciclo de produção, a quantidade produzida pelo lote e a data da
colheita.
Após a primeira colheita os sacos devem retornar para a fase de incubação, onde irão
permanecer de 10 a 15 dias em um ambiente com umidade entre 65 e 75% e temperatura
entre 23 e 26 ºC até que ocorra o surgimento de novos primórdios.
Caderno Etiqueta
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8.2. Coloque o EPI
ATENÇÃO!!!
Por ser um produto delicado, não deve ser colocado mais do que 1 camada de
cogumelos na embalagem.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 125
8.7. Coloque a etiqueta na embalagem
ATENÇÃO!!!
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