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HIGIENE, MANIPULAÇÃO
E PRODUÇÃO
DE ALIMENTOS
MINIMAMENTE
PROCESSADOS
CONTRATO
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024
JAIR KACZINSKI
Gerente Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
HIGIENE, MANIPULAÇÃO E
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
MINIMAMENTE PROCESSADOS
SUPERVISÃO GERAL
Teodoro Miranda Neto
Chefe da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Elton Hidemitsu Koroiva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
AUTORES
Maria Cristina Meneghin - Biomédica e Doutora em Alimentos e Nutrição
Cibele dos Santos Firmino - Eng. de Alimentos
Roberta Zanoveli Rossini - Eng. de Alimentos
COLABORADOR
Estância Santa Maria
Sr. Valdir Oliveira Jordão
FOTOS
Jorge Brão Bonfim
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Diagramador do SENAR-AR/SP
Isael Conceição Mendes Tito
Operador de Micro Júnior do SENAR-AR/SP
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
II - CONHECER A ATIVIDADE........................................................................................................................ 10
1. CONHEÇA OS TIPOS DE VEGETAIS............................................................................................... 11
2. CONHEÇA A QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA.............................................................................. 11
IV - CONHECER A LEGISLAÇÃO.................................................................................................................. 16
VI - CONHECER AS ETAPAS DO P
ROCESSAMENTO MÍNIMO DE VEGETAIS.......................................... 18
1. CONHEÇA A RECEPÇÃO E SELEÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA......................................................... 18
2. CONHEÇA A TOALETE DA MATÉRIA PRIMA................................................................................... 18
3. CONHEÇA A PRÉ-LAVAGEM DOS VEGETAIS................................................................................ 18
4. CONHEÇA O CORTE DOS VEGETAIS............................................................................................. 19
5. CONHEÇA A SANITIZAÇÃO DOS VEGETAIS ................................................................................. 20
6. CONHEÇA A CENTRIFUGAÇÃO/DRENAGEM DOS VEGETAIS..................................................... 20
7. CONHEÇA O ACONDICIONAMENTO DO PRODUTO VEGETAL ................................................... 21
8. CONHEÇA O ARMAZENAMENTO DO PRODUTO MINIMAMENTE PROCESSADO...................... 22
9. CONHEÇA A DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTO MINIMAMENTE PROCESSADO.............................. 22
X - BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................... 59
ANOTAÇÕES...................................................................................................................................................60
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
No Brasil, o processamento mínimo de vegetais iniciou-se com a entrada das redes de fast
food, principalmente no Sudeste do país, no final da década de 70. Somente em meados
da década de 90 iniciaram-se as pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias para o
processamento mínimo de vegetais.
Vegetais, plantas e hortaliças são termos usados para se referir a qualquer ser vivo do
Reino Plantae, podendo também ser aplicados para as suas estruturas, como folhas, caules,
raízes, tubérculos, flores e frutos.
Como existe uma quantidade muito grande de espécies de vegetais e cada uma apresenta
suas particularidades específicas, faz-se necessário agrupá-los de acordo com suas
características botânicas, como:
• Hortaliças fruto: são aquelas cujas partes comestíveis compreendem os frutos verdes
ou maduros da planta. Exemplos: melancia, pimentão, tomate, abóbora.
No entanto, é comum o uso de outras classificações para os vegetais que podem variar
conforme a tecnologia envolvida na cultura, os interesses comerciais e o parentesco botânico,
utilizando os órgãos vegetativos e reprodutivos.
• Ser fresco, colhido pela madrugada, abrigado dos raios solares e dos ventos fortes;
Os fatores intrínsecos são aqueles que são inerentes ao próprio alimento, atuando
diretamente na qualidade do alimento, podendo funcionar como barreira ou facilitadora de
contaminações e degradação do vegetal.
O vegetal só deve ser colhido para se processado quando atingir o seu ponto ideal de
maturação, uma vez que os vegetais colhidos antes de seu completo desenvolvimento ou
os vegetais colhidos tardiamente perdem a qualidade.
Em geral, o grau de maturação ideal para a colheita deve respeitar as características dos
vegetais, de modo que:
• Frutos: devem ser colhidos quando as sementes ainda não estiverem completamente
formadas;
De acordo com a quantidade e o tipo de nutriente que possuem, os vegetais se dividem em:
• Construtores: são os alimentos que fornecem proteínas, que são importantes para
a construção e manutenção dos tecidos, para a formação de enzimas, hormônios e
anticorpos. Como exemplo, as leguminosas secas, como feijão, grão-de-bico, lentilha,
ervilha.
Além disso, a maioria dos vegetais é rica em fibras, componente dos alimentos que não
é digerido pelo homem e desempenha um papel importante na digestão e absorção dos
nutrientes, pois melhora as atividades do intestino, ajuda a eliminar toxinas, protege a flora
intestinal, promove o aumento da saciedade e auxilia no controle de doenças.
Os fatores extrínsecos são aqueles que se relacionam com o ambiente em que o vegetal
se encontra e que interferem diretamente na qualidade do alimento, seja positivamente,
aumentando sua conservação, seja negativamente, aumentando sua velocidade de
degradação.
2.2.1. Temperatura
O controle de temperatura é a técnica mais útil para minimizar os efeitos da injúria nos
produtos minimamente processados, tendo em vista que a velocidade das reações
metabólicas é reduzida em duas a três vezes a cada 10ºC de abaixamento na temperatura.
Sendo assim, o uso de temperaturas baixas em todas as fases da cadeia, desde a colheita
até o consumo, é fundamental para a manutenção da qualidade dos produtos minimamente
processados, garantindo assim maior vida de prateleira.
Como a maioria dos vegetais é sensível ao frio, a temperatura ideal para armazenamento dos
produtos minimamente processados é entre 4 e 8ºC, variando conforme as características
do vegetal e o tempo de vida útil desejado.
A maioria dos vegetais possui em sua composição 80 a 95% de água, ou seja, apresenta
elevada quantidade de água nos espaços intercelulares, fato que favorece a transpiração
devido à diferença de umidade com o ambiente. Essa perda de água pela transpiração é
responsável pela turgidez e pelo enrugamento dos tecidos vegetais, diminuindo a qualidade
do produto.
Devido à importância da diminuição da umidade relativa dos vegetais, podem ser utilizados
métodos durante o processamento que contribuem para que isso ocorra. Nos casos de
vegetais folhosos e leguminosas, deve-se realizar a centrifugação com equipamentos
específicos, denominados de centrífugas. Já no caso de frutos, devido à grande quantidade
de sucos e à fragilidade da polpa, a remoção da umidade é realizada utilizando-se
escorredores adequados para proporcionar uma drenagem necessária.
Os vegetais possuem uma carga microbiana inicial que está naturalmente presente e
que deve ser controlada e eliminada durante o seu processamento, visto que os produtos
minimamente processados devem ter garantia da qualidade microbiológica.
Os microrganismos podem estar presentes nos vegetais em consequência da manipulação
inadequada e do uso de equipamentos e utensílios contaminados. Uma vez que a matéria-
prima contenha microrganismos iniciais, a mesma deve passar pelo processo de sanitização
para eliminação destes microrganismos indesejáveis, garantindo a qualidade do produto.
Esta Resolução estabelece padrões microbiológicos para alimentos, incluindo frutas, produtos
de frutas, hortaliças, legumes, cogumelos e fungos comestíveis, raízes e tubérculos.
Esta resolução aprova NORMAS TÉCNICAS ESPECIAIS, revistas pela CNNPA, relativas a
alimentos (e bebidas), para efeito em todo território brasileiro. À medida que a CNNPA for
fixando os padrões de identidade e qualidade para os alimentos (e bebidas) constantes desta
Resolução, estas prevalecerão sobre as NORMAS TÉCNICAS ESPECIAIS ora adotadas.
Aplicação no
Aditivo e Coadjuvante Finalidade processamento mínimo de
vegetais
Previne ou inibe
Aumenta a vida útil dos
o crescimento de
Conservante vegetais em ambiente
microrganismos
refrigerado.
indesejáveis
Assegura as características
físicas do alimento, Evita a degradação dos
Estabilizante
impedindo que ocorram vegetais.
reações químicas e físicas
Inibe os efeitos do oxigênio Evita o escurecimento dos
Antioxidante
sobre os vegetais vegetais.
Atua como conservante e Evita o escurecimento dos
Acidulante
antioxidante vegetais.
Esta etapa é importante para garantir que apenas os vegetais aptos para serem processados
continuem no processo.
Atenção!
É desejável que os vegetais passem o mais rapidamente possível pela área de
recepção da matéria-prima, devendo ser encaminhados imediatamente para o
processamento ou para o armazenamento sob refrigeração com temperatura entre 4
a 8ºC e umidade relativa do ar controlada a 90%, principalmente quando se tratar de
vegetais folhosos.
A pré-lavagem dos vegetais consiste em lavar a matéria-prima com água potável para
remover o máximo de sujeiras aderidas aos produtos, garantindo a manutenção da qualidade
ao longo do processo.
O corte dos vegetais é a etapa em que a matéria-prima é submetida a ações físicas que
rompem o tecido vegetal fazendo com que se apresente de outras formas. Para isso, podem
ser utilizados alguns utensílios e equipamentos, como:
• Cortadores manuais; e
• Cortadores automatizados.
Quando se utiliza cortadores automatizados têm-se cortes mais precisos e maior garantia
da qualidade do produto final.
Existem muitos tipos de cortes que podem ser utilizados para o processamento mínimo de
vegetais sendo que a sua escolha varia conforme o tipo de vegetal a ser processado e as
características do produto final desejado.
Além dos cortes apresentados, podem ser feitas variações dos mesmos, principalmente
quanto ao tamanho do produto final.
Durante a sanitização, os vegetais são conduzidos a uma lavagem com água potável para
a retirada de resíduos remanescentes. Em seguida, permanecem sob imersão em solução
clorada, devendo posteriormente ser enxaguados com água potável para total remoção do
cloro residual.
Atenção
É desejável que a água utilizada para a sanitização esteja em temperatura de 5ºC
para melhor conservação do vegetal.
A centrifugação ou drenagem dos vegetais tem como principal objetivo retirar o excesso
de água da superfície do produto sem danificá-lo, utilizando equipamentos específicos que
variam conforme as características do vegetal que está sendo processado. Os equipamentos
utilizados para centrifugar são as centrífugas e os utilizados para drenagem são os cestos
de drenagem ou escorredores de água.
Em geral, pelo fato de terem a polpa delicada e com muito suco, as frutas passam por
drenagem para a remoção do excesso de água do processo, enquanto a maioria dos outros
vegetais passa pela centrifugação para atingir o mesmo objetivo.
Para isso, existem diversos tipos de recipientes ou embalagens, sendo que a sua escolha
depende das características do produto. No caso dos produtos minimamente processados,
os mesmos podem ser acondicionados em:
• Bandejas plásticas.
No caso do uso de bandejas plásticas, estas devem ser fechadas com filmes semipermeáveis
que permitam a troca de gases com o ambiente.
Dependendo do tipo de produto é comum o uso de tecnologias para aumentar a sua vida
útil, como o uso de atmosfera modificada ou uso do vácuo, ambos associados à refrigeração
adequada. Essas técnicas têm como princípio, a retirada do oxigênio presente no interior
das embalagens, evitando que ocorra a proliferação de microrganismos e retardando as
reações enzimáticas inerentes do vegetal.
Nesta etapa é essencial que o transporte dos produtos seja realizado em veículos que
permitam a manutenção das condições de armazenamento sob refrigeração com o objetivo
de manter a qualidade e segurança dos produtos.
3. FAÇA A PRÉ-LAVAGEM
3.1. Separe o material 3.2. Coloque o EPI
Atenção
A etapa do corte só é necessária nos casos em que os vegetais folhosos são
comercializados picados. Nos casos da comercialização das folhas inteiras, pula-se
esta etapa.
6.3.1. Meça o volume de água necessário 6.3.2. Meça o volume de água sanitária
para total imersão dos vegetais folhosos suficiente para se obter a concentração de
250ppm
Atenção
Após o acondicionamento os vegetais folhosos minimamente processados devem
ser armazenados sob refrigeração com temperatura entre 4 e 8ºC.
3. FAÇA A PRÉ-LAVAGEM
3.1. Separe o material 3.2. Coloque o EPI
5.3. Mergulhe o cesto vasado com as 5.4. Deixe escorrer o excesso de água
raízes cortadas em água limpa
5.5.1. Meça o volume de água necessário 5.5.2. Meça o volume de água sanitária
para total imersão das raízes suficiente para se obter a concentração de
250ppm
Atenção
Após o acondicionamento as raízes minimamente processados devem ser
armazenados sob refrigeração com temperatura entre 4 e 8ºC.
2.3. Coloque os frutos na mesa de 2.4. Retire as partes dos frutos que não
seleção serão utilizadas
3.2. Transfira os frutos para o tanque de 3.3. Remova as sujidades dos frutos
pré-lavagem
3.4. Transfira os frutos para uma caixa 3.5. Deixe escorrer o excesso de água
vazada
4.3. Lave os frutos em água corrente com 4.4. Transfira os frutos para uma cuba
o auxílio de uma escova vasada
5.5. Transfira os frutos cortados para um 5.6. Transfira os frutos para a cuba
escorredor higienizado a fim de drenar plástica higienizada
Atenção
Após o acondicionamento os frutos minimamente processados devem ser
armazenados sob refrigeração com temperatura entre 4 e 8ºC.
6.3. Prepare a solução clorada a 250ppm conforme ítem “5.5. Prepare a solução clorada
a 250ppm” na página 39
6.4. Faça a imersão da caixa vasada com as inflorescências na caixa plástica com
solução clorada 250ppm por 20 minutos
Atenção
Após o acondicionamento as inflorescências minimamente processadas devem ser
armazenados sob refrigeração com temperatura entre 4 e 8ºC.