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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ORQUÍDEA -
PLANTIO E
MANEJO
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE JOSÉ MAURÍCIO DE MELO LIMA VERDE


Presidente da FETAESP GUIMARÃES
Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

JAIR KACZINSKI
Gerente Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ORQUÍDEA -
PLANTIO E MANEJO

São Paulo - 2015


IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Teodoro Miranda Neto
Chefe da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Marco Antônio de Oliveira
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Adolfo Ricardo Mollina - Biólogo
Antônio Carlos Fischer - Engenheiro agrônomo
Márcio Nobuki Wada - Engenheiro agrônomo

COLABORADOR
Sindicato Rural de Ibiúna
Sindicato Rural de São José dos Campos
Sítio Recanto das Colinas
Orquidário Hasegawa
Alexandre Delgado Alves

FOTOS
Teruyuki Hozono
Carlos Roberto Kanegae

REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente

DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Diagramador do SENAR-AR/SP

Isael Conceição Mendes Tito


Operador de Micro do SENAR-AR/SP

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................9

CULTIVO DE ORQUÍDEAS............................................................................................................................. 10

I - CONHECER AS FORMAS DE ­CLASSIFICAÇÃO DAS ORQUÍDEAS...................................................... 11


1. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO PELA NOMENCLATURA DAS ORQUÍDEAS................................. 11
2. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO DAS ORQUÍDEAS POR HABITAT................................................. 12
3. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA DAS ORQUÍDEAS................................................. 12

II - CONHECER OS ASPECTOS M
­ ORFOLÓGICOS...................................................................................... 13
1. IDENTIFIQUE AS PARTES DA PLANTA........................................................................................... 13
2. IDENTIFIQUE AS PARTES DE UMA FLOR TÍPICA ......................................................................... 14

III - CONHECER AS FORMAS DE CRESCIMENTO DAS ORQUÍDEAS....................................................... 15


1. CONHEÇA O CRESCIMENTO SIMPODIAL DAS ORQUÍDEAS....................................................... 15
2. CONHEÇA O CRESCIMENTO MONOPODIAL DAS ORQUÍDEAS.................................................. 15

IV - CONHECER OS FATORES AMBIENTAIS QUE INTERFEREM NO DESENVOLVIMENTO DAS


ORQUÍDEAS............................................................................................................................................. 16
1. CONHEÇA A NECESSIDADE DE LUMINOSIDADE PARA AS ORQUÍDEAS . ................................ 16
2. CONHEÇA A TEMPERATURA IDEAL PARA AS ORQUÍDEAS......................................................... 18
3. CONHEÇA A UMIDADE IDEAL DO SUBSTRATO PARA AS ORQUÍDEAS...................................... 18
4. CONHEÇA A UMIDADE RELATIVA DO AR PARA A ORQUÍDEA . ................................................... 18
5. SAIBA A IMPORTÂNCIA DA VENTILAÇÃO....................................................................................... 18

V – CONHECER AS INSTALAÇÕES, ­EQUIPAMENTOS E SUBSTRATOS.................................................. 20


1. CONHEÇA ALGUNS TIPOS DE INSTALAÇÕES:............................................................................. 20
2. CONHEÇA OS EQUIPAMENTOS GERAIS NECESSÁRIOS............................................................ 22
3. CONHEÇA OS TIPOS DE SUBSTRATO........................................................................................... 23
4. CONHEÇA OS TIPOS DE RECIPIENTES PARA PLANTIO:............................................................. 25

VI - FAZER O PLANTIO DE ORQUÍDEA ....................................................................................................... 26


1. PREPARE O SUBSTRATO................................................................................................................ 26
2. PREPARE OS RECIPIENTES PARA PLANTIO................................................................................ 27
3. FAÇA O PLANTIO.............................................................................................................................. 27

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VII - NUTRIR A PLANTA.................................................................................................................................. 30
1. CONHEÇA OS ELEMENTOS NUTRITIVOS ESSENCIAIS ÀS PLANTAS . ..................................... 30
2. FAÇA A ADUBAÇÃO QUÍMICA.......................................................................................................... 31
3. FAÇA A ADUBAÇÃO ORGÂNICA...................................................................................................... 33

VIII - CONTROLAR AS PRAGAS.................................................................................................................... 36


1. CARACTERIZE AS PRAGAS POR FORMA DE ATAQUE................................................................. 36
2. CONHEÇA AS PRINCIPAIS PRAGAS............................................................................................... 38
3. CONTROLE AS PRAGAS.................................................................................................................. 41

IX - CONTROLAR AS DOENÇAS................................................................................................................... 42
1. CONHEÇA OS FUNGOS................................................................................................................... 42
2. CONHEÇA AS BACTÉRIAS.............................................................................................................. 44
3. CONHEÇA OS VÍRUS....................................................................................................................... 44
4. FAÇA O CONTROLE PREVENTIVO PARA DOENÇAS.................................................................... 45
5. FAÇA O CONTROLE CURATIVO PARA DOENÇAS......................................................................... 45

X - FAZER OS TRATOS CULTURAIS............................................................................................................. 46


1. INSPECIONE O ORQUIDÁRIO......................................................................................................... 46
2. LIMPE O ORQUIDÁRIO.................................................................................................................... 46
3. IRRIGUE AS PLANTAS...................................................................................................................... 46
4. LIMPE A PLANTA............................................................................................................................... 47

XI - FAZER O REPLANTIO.............................................................................................................................. 48
1. FAÇA O REPLANTIO DE PLANTAS JOVENS.................................................................................. 48
2. FAÇA O REPLANTIO DAS PLANTAS ADULTAS ............................................................................. 50

XII - CONHECER AS TÉCNICAS DE PROPAGAÇÃO DE ORQUÍDEAS...................................................... 54


1. FAÇA A DIVISÃO DE TOUCEIRAS . ................................................................................................. 54
2. FAÇA A ESTAQUIA............................................................................................................................ 55
3. CONHEÇA A PROPAGAÇÃO POR SEMENTES............................................................................... 57
4. CONHEÇA A CULTURA DE MERISTEMA OU CLONAGEM............................................................. 58

XIII - PREPARAR A PLANTA PARA C


­ OMERCIALIZAÇÃO........................................................................... 59
1. SELECIONE AS PLANTAS................................................................................................................ 60
2. LIMPE OS VASOS............................................................................................................................. 60
3. TUTORE AS FLORES........................................................................................................................ 60
4. EMBALE AS FLORES........................................................................................................................ 61

XIV - BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................... 62

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APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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INTRODUÇÃO

O cultivo de flores é hoje uma atividade econômica importante no agronegócio do País. A


orquídea é uma das flores mais tradicionais e de maior apelo junto ao consumidor final. O
cultivo de orquídeas começa a assumir feições de um bom negócio e se tornar mais uma
opção de atividade econômica em várias regiões do país, inclusive o Estado de São Paulo.

Esta cartilha descreve a classificação e a morfologia da planta, apresenta de forma simples


as operações necessárias para se cultivar orquídeas, desde o plantio da muda, os tratos
culturais, as técnicas de propagação, até o preparo para a comercialização.

Procura, ainda, fornecer subsídios que auxiliem o trabalhador a desenvolver seu senso
crítico e de observação, preservando a saúde e a segurança.

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CULTIVO DE ORQUÍDEAS

A família orquidácea é uma das mais numerosas do mundo das plantas, compreendendo
cerca de 2.500 gêneros com aproximadamente 35.000 espécies, sendo que no Brasil estão
catalogadas cerca de 2.700 espécies.

Elas podem ser encontradas em todos os continentes com exceção dos polos, desenvolvendo-
se em climas frios, quentes e temperados.

Muitas pessoas acreditam que as orquídeas são parasitas, mas na realidade elas utilizam
as árvores para se fixarem visando ao aproveitamento da luz solar.

Estima-se que o cultivo comercial da orquídea teve início na Inglaterra, pelo viveirista alemão
Conrad Loodiges, no ano de 1795 e, no Brasil, por volta de 1940.

Com o surgimento de novas técnicas de reprodução e cultivo de plantas híbridas e


meristemáticas intensivamente, tornou-se necessária uma mão de obra qualificada.

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I - CONHECER AS FORMAS DE
­C LASSIFICAÇÃO DAS ORQUÍDEAS
Existem várias maneiras de se classificar uma orquídea, dentre elas: Nomenclatura, Habitat
e Taxonômica.

1. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO PELA NOMENCLATURA DAS ORQUÍDEAS

São nomes derivados do latim e do grego, que são reconhecidos em qualquer lugar do
mundo, facilitando o estudo e troca de informações.

Através da nomenclatura distinguimos o Gênero, a Espécie, a variedade, o híbrido e se é


clone.

Exemplo 01 (Espécie): Cattleya labiata Lindley

• Cattleya refere-se ao Gênero (inicia-se com letra maiúscula);

• labiata refere-se à espécie (inicia-se com letra minúscula);

• Lindley refere-se ao nome do botânico classificador.

Exemplo 02 (híbrido): Cattleya Portia var. coerulea

• Cattleya - refere-se ao Gênero;

• Portia - refere-se ao híbrido (entra no lugar de espécie), escrita com a inicial maiúscula
(C. labiata x C. bowringiana);

• var. coerulea refere-se à coloração da flor.

Exemplo 03 (clone): Laelia purpurata alba “Campeã”

• Laelia refere-se ao Gênero;

• purpurata refere-se à espécie;

• alba refere-se à variedade;

• “Campeã” refere-se ao clone.

2. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO DAS ORQUÍDEAS POR HABITAT

De acordo com os locais de origem e desenvolvimento, as orquídeas classificam-se em:

• Epífitas - são plantas que se desenvolvem sobre as árvores. Exemplos: Cattleya, Laelia,
Oncidium, Phalaenopsis;

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• Terrestres - são plantas que se desenvolvem no solo. Exemplos: Paphiopedilum,
Cymbidium, Phaius, Arundina;

• Rupestres ou rupícolas - são plantas que se desenvolvem sobre rochas. Exemplo:


Laelia milleri, Bifrenaria tetragona, Oncidium ectantis.

Atenção
Em algumas publicações citam-se ainda orquídeas saprófitas (vegetam sobre
matéria orgânica) e saxícolas (vivem nas fendas das rochas).

3. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA DAS ORQUÍDEAS

A classificação taxonômica, representada abaixo, leva em consideração as características


das flores (antera e políneas) e locais das inflorescências.

Nomenclatura: todas as 35.000 espécies estão aqui agrupadas

FAMÍLIA

Sub-família Sub-família
MONANDRAE Divisão BASITONAE DIANDRAE
(1 antera fértil) (plantas terrestres sem (2 anteras férteis)
expressão e interesse
pelos orquidófilos)
DIVISÃO ACROTONAE Paphiopedilum
(antera caduca) (Sapatinho)

Tribo Tribo POLYCODREAE


KEROSPHAEREAE (Plantas terrestres –
Políneas de consistência Cleites, Vanilla e Sobralia
cartilaginosa ou cerosa

Série Série
ACRANTHAE PLERANTHAE
Inflorescências laterais

(Plantas com
Subsérie SYMPODIALES Subsérie
inflorescências terminais/
(Crescimento apical limitado) MONOPODIÁLES
ápice do pseudobulbo Bulbophyllum (125), Catasetum (126), (Crescimento
ou caule) Laélia (75), Cytopodium (125), Lycastre, Macradenia apical ilimitado)
Cattleya (65), coelogyne (12), Miltonia (20), Oncidium (750), Vanda (60), Aeridis
(120), Dentrobium (1500), Cymbidium (70), Gongora (20), Huntleya
(60), Ascocenda,
Epidendrum (1000), (4), Maxillaria (300), Zigopetalum (20),
Stanhopea (25), Aspasia (20), Bifrenaria Rhyncostylis (4),
Pleurothallis (1000),
(20), Brassia (50), Calanthe (150), Ascocentrum
Sophronits, Encyclia,
Gomesa (10), Ionopsis (4), Mormodes (10), Angraecum,
Liparis, Brassavola, Eria.
(20), Odontoglossum (300), Phaius (30), Araquis, Rubiquetia,
Rodriguesia (30), Tricocentrum (18), Aracnis (15),
Trigonidium (12) Dichae (35),
Phalaenopsis (40)
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II - CONHECER OS ASPECTOS
­M ORFOLÓGICOS
1. IDENTIFIQUE AS PARTES DA PLANTA

a) Bainha é membrana paleácea que protege os pseudobulbos e as gemas na fase inicial


de desenvolvimento da planta;

b) Folhas são muito variadas; há as laminadas de consistência coriácea (armazenam


água), outras finas (vivem mais a sombra) e outras que caem ao final do ciclo vegetativo
(evitar transpiração);

c) Rizoma é o caule do qual saem as raízes que suportam os pseudobulbos; nele há as


gemas laterais;

d) Gemas - Após se desenvolver originam o pseudobulbo. Nas plantas simpódicas sempre


ocorrem duas gemas no meristema terminal, de modo que se uma for perdida (pragas
ou danos) a outra se desenvolve;

e) Pseudobulbos são onde ocorre a reserva de água e nutrientes, semelhante ao caule;

f) Espata é uma estrutura indicativa do florescimento, visível na inserção do pseudobulbo


com a folha;

g) Raízes surgem ao longo do rizoma e possuem extremidades esverdeadas. As raízes


são responsáveis pela fixação da planta, bem como absorção de água e nutrientes.

h) Flor pode ser isolada, em cachos (rássimos) e em espigas (panículas).

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2. IDENTIFIQUE AS PARTES DE UMA FLOR TÍPICA

a) 3 sépalas (dorsal e laterais). São elas que envolvem o botão;

b) 3 pétalas (duas laterais e uma central). A pétala central é denominada “labelo”, muito
vistosa e com a coloração marcante. Pode ser perfumada para atrair os agentes
polinizadores;

c) Coluna ou ginostêmio (central). Órgão carnudo no centro da flor onde estão alojados
a antera e o estigma. Neste local ocorre a polinização;

d) Antera (órgão masculino). Localizada no extremo da coluna. A antera contém os grãos de


pólen agrupados em 2, 4, 6 ou 8 massas chamadas de políneas, que, quando depositadas
no órgão feminino (estigma), provocam a sua fecundação.

e) Estigma (órgão feminino). Localiza-se logo abaixo da antera;

f) Ovário (base do ginostênio). É o local onde se desenvolverá a cápsula das sementes


logo após a fecundação.

g) Cápsula de sementes ou fruto. É o resultado da fecundação, em que podem ser


encontradas de 60 a 500 mil sementes microscópicas.

h) Sementes são diminutas, sem reserva nutritiva necessárias para uma boa germinação.

i) Pedicelo é uma estrutura que sustenta todos os botões florais.

j) Botão floral é o que vai originar a flor.

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III - CONHECER AS FORMAS DE CRESCIMENTO
DAS ORQUÍDEAS
As orquídeas podem crescer de diferentes formas dependendo da espécie.

1. CONHEÇA O CRESCIMENTO SIMPODIAL DAS ORQUÍDEAS

Após o término do crescimento de um pseudobulbo, um novo broto se desenvolve.

Exemplos: Cattleya, Laelia e Cymbidium.

2. CONHEÇA O CRESCIMENTO MONOPODIAL DAS ORQUÍDEAS

Quando a haste cresce continuamente, ano após ano, sempre na vertical, produzindo flores
nas axilas das folhas.

Exemplos: Vanda, Ascocendas e Phalaenopsis.

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IV - CONHECER OS FATORES AMBIENTAIS
QUE INTERFEREM NO DESENVOLVIMENTO
DAS ORQUÍDEAS
Alguns destes fatores determinam o local de instalação e o tipo do orquidário, pois sem o
conforto necessário não haverá desenvolvimento satisfatório da planta.

1. CONHEÇA A NECESSIDADE DE LUMINOSIDADE PARA AS ORQUÍDEAS

Varia de 10% a 80% e é fundamental para a realização da fotossíntese.

1.1. Conheça algumas plantas que necessitam de praticamente luz direta (0 a 10% de
sombra)

- Vanda teres

- Renanthera coccinea

- Arundina bambusifolia

1.2. Conheça algumas plantas que necessitam de bastante luz (20% a 30% de sombra)

- Catasetum fimbriatum

- Cattleya (walkeriana e nobilor)

- Laelia anceps

- Bifrenaria tyrianthina

1.3. Conheça algumas plantas que necessitam de meia luz (50% a 65% de sombra)

- Laelia purpurata

- Cymbidium grandiflorum

- Dendrobium farmeri

- Híbridos em geral

1.4. Conheça algumas plantas que necessitam de pouca luz (70% a 80% de sombra)

- Micro-orquídeas

- Phalaenopsis amabilis

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- Paphiopedilum insigne

- Cattleya aclandiae

1.5. Saiba quais são os sintomas nas orquídeas quando há pouca luminosidade:

- folhas escuras, grandes, brilhantes e moles;

- enfraquecimento;

- perda de coloração das flores;

- maior incidência de pragas e doenças;

- florescimento prejudicado.

1.6. Saiba quais são os sintomas visuais nas orquídeas quando há excesso de
luminosidade:

- folhas claras, pequenas, opacas e duras;

- queima de tecidos que favorece a entrada de pragas e doenças;

- menor desenvolvimento da planta;

- florescimento prejudicado.

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Atenção:
A luz direta destrói o florigênio, hormônio responsável pelo florescimento.

Atenção:
Na natureza o sombreamento é promovido pela copa das árvores; já para se obter o
sombreamento artificial, utilizam-se telas de sombreamento.

2. CONHEÇA A TEMPERATURA IDEAL PARA AS ORQUÍDEAS

A maioria das orquídeas necessita de temperatura de 18 a 25ºC. As altas temperaturas inibem


o florescimento e afetam a qualidade das folhas e flores, assim como baixas temperaturas
prejudicam o desenvolvimento de algumas espécies.

Ventiladores, nebulizadores, umidificadores, umidade no chão são meios utilizados para


baixar a temperatura, enquanto que a cortina plástica favorece o aumento da temperatura
ambiente.

Há plantas que suportam bem as baixas temperaturas, tais como: Cymbidium e


Odontoglossum. Também, há plantas que suportam bem altas temperaturas, tais como:
Catasetum, Cyrtopodium e Denphal.

3. CONHEÇA A UMIDADE IDEAL DO SUBSTRATO PARA AS ORQUÍDEAS

As orquídeas suportam bem a falta de umidade. Já o excesso provoca a falta de aeração


e oxigenação do vaso, resultando no apodrecimento das raízes.

Atenção:
o melhor meio de verificar a necessidade da irrigação é colocar o dedo no interior
do substrato, sentindo pelo tato a existência ou não de umidade. Caso necessário,
a irrigação deve ser feita pela manhã.

4. CONHEÇA A UMIDADE RELATIVA DO AR PARA A ORQUÍDEA

A maioria das plantas exige umidade do ar ao redor de 60 a 80%. Umidades relativas


inferiores desidratam a planta, assim como umidades relativas superiores favorecem o
aparecimento de doenças.

5. SAIBA A IMPORTÂNCIA DA VENTILAÇÃO

É fundamental para um bom desenvolvimento das plantas. O ar deve circular, porém o vento
direto é prejudicial. A utilização de quebra-ventos, cortina vegetal ou tela de sombreamento
ameniza o vento direto. A distância entre as plantas permite um bom arejamento, evitando
o surgimento de pragas e doenças.

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V – CONHECER AS INSTALAÇÕES,
­E QUIPAMENTOS E SUBSTRATOS
O ambiente deve oferecer todas as condições para o pleno desenvolvimento da planta, tais
como luminosidade, temperatura e umidade.

1. CONHEÇA ALGUNS TIPOS DE INSTALAÇÕES:

Telado - é um tipo de instalação que tem características específicas:

- Altura: 03 a 04 metros;

- Tela de sombreamento na parte superior de 70 a 80% e lateralmente 50%;

- Em toda a lateral deve existir um barrado plástico (transparente ou translúcido) com altura
coincidindo com a altura da bancada, com o objetivo de manter a umidade relativa do ar
próxima da ideal.

Desvantagem - O excesso de umidade com as chuvas prolongadas e as baixas temperaturas


no inverno.

Estufa - pode ser feita de madeira ou aço galvanizado, nos modelos de arco, conjugada
ou capela.

- Pé direito variando de 03 a 04 metros;

- Cumieira 04 a 05 metros;

- Lateral aberta ou fechada com tela de sombreamento;

- Cobertura em plástico (transparente ou translúcido) com 100 a 150 micras;

- Tela de sombreamento;

- Em toda a lateral deve existir um barrado plástico (transparente ou translúcido) com altura
coincidindo com a altura da bancada.

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Vantagens - Melhor controle da umidade nas plantas, ventilação, temperatura, umidade
relativa do ar, luminosidade, obtendo-se assim flores com qualidade e maior durabilidade.

Desvantagens - custo elevado, manutenção do plástico, temperatura mais elevada em


seu interior.

Bancadas – Podem ser utilizadas tanto em telados como em estufas. Construídas em ripas
ou telas com largura de 80 a 90 cm para bancadas laterais e até 1,50 metros para bancadas
centralizadas (manejo em ambos os lados). Altura do chão de 50 a 80 cm e distância entre
as bancadas de 60 a 80 cm. O comprimento pode variar conforme o tamanho do telado ou
da estufa.

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Piso – Os locais de circulação são forrados com pedra brita, pedrisco, areia grossa,
concreto, tijolo ou ráfia. No solo abaixo das bancadas é utilizado como forração o plástico
com uma camada de 2 centímetros de areia, para controle da umidade do ar e prevenção
da proliferação de mosquitos.

2. CONHEÇA OS EQUIPAMENTOS GERAIS NECESSÁRIOS

- Termômetro, higrômetro, luxímetro;

- Seringa de medição, balança;

- Tesoura de poda, canivete, faca;

- Amarrio (arame flexível plastificado), estacas (arame e bambu), etiquetas;

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- EPI (Equipamento de Proteção Individual);

- Alicate, martelo, serrote, furadeira elétrica, pulverizador manual.

3. CONHEÇA OS TIPOS DE SUBSTRATO

É o material utilizado para o plantio das orquídeas. Deve ser bem arejado e drenado, de
maneira que retenha certa umidade sem se encharcar.

3.1. Conheça os substratos para as plantas epífitas:

• Fibra de coco (tratado);

• Casca de Pínus (tratado);

• Carvão;

• Musgo (Sphagnum);

• Piaçava;

• Casca de macadâmia;

• Fruto seco dos Pínus.

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Atenção:
É muito utilizado o substrato mix (casca de Pínus + fibra de coco + carvão na
proporção de 07:01:02).

3.2. Conheça os substratos para as plantas rupícolas

• Pedrisco;

• Areia grossa;

• Fibra de coco (tratado);

• Casca de Pínus (tratado);

• Carvão.

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3.3. Conheça os substratos para as plantas terrestres:

• Casca de Pínus (tratado);

• Carvão;

• Substrato para semeadura de hortaliças;

• Terra vegetal;

• Areia média.

Atenção:
É muito utilizado o substrato mix (casca de Pínus + Substrato para semeadura de
hortaliças na proporção de 06:04).

4. CONHEÇA OS TIPOS DE RECIPIENTES PARA PLANTIO:

• Cascas e toquinhos de madeira (tratados);

• Palitos, placas e vasos de fibra de coco;

• Caixinhas ou Cachepots específicos para orquídeas;

• Vasos plásticos;

• Vasos de barro;

• Mesa coletiva.

Alerta ecológico:
Os toquinhos devem ser provenientes de madeira reflorestada e com a devida
autorização dos órgãos ambientais.

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VI - FAZER O PLANTIO DE ORQUÍDEA

Consiste em colocar a muda da planta no recipiente onde se desenvolverá. Portanto, um


plantio incorreto pode comprometer o seu crescimento.

1. PREPARE O SUBSTRATO

O substrato pode variar conforme o tipo de habitat ou variedade da orquídea a ser plantada.

1.1. Selecione os materiais

1.2. Faça a mistura se necessário

1.3. Umedeça o substrato

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2. PREPARE OS RECIPIENTES PARA PLANTIO

Para o plantio em vaso, estes devem ser pequenos (de 7 a 9 cm de diâmetro) para estimular
o metabolismo e consequentemente um rápido crescimento da planta, evitando-se assim
o metabolismo lento.

A mesa coletiva com fibra de coco dispensa o uso de vasos. A finalidade deste cultivo é
para a venda das hastes florais.

2.1. Selecione os recipientes

As orquídeas terrestres devem ser plantadas nos vasos de plástico ou barro.

2.2. Forre o fundo do recipiente

Utilize caco de telha ou tijolos, pedra brita ou argila expandida para forrar o fundo dos vasos
em até 1/3 de altura, visando a uma perfeita drenagem.

3. FAÇA O PLANTIO

A muda vem em bandejas e já deve estar aclimatada

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3.1. Retire a muda da bandeja

3.2. Coloque a muda no vaso

Centralize de forma que a raiz não toque no material de drenagem.

3.3. Preencha com o substrato

Aperte levemente o substrato, de forma que as raízes fiquem plenamente cobertas e o


pseudobulbo descoberto.

Atenção:
O substrato deve ficar mais ou menos um centímetro abaixo da borda do vaso.

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3.4. Coloque o vaso na bancada

3.5. Identifique a planta com o nome e a data do plantio

3.6. Irrigue as mudas recém-plantadas

Imediatamente após o plantio irrigue as mudas com água pura, até que a água escorra pelo
fundo do vaso.

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VII - NUTRIR A PLANTA

Nutrir a planta não é apenas jogar o adubo. A nutrição da planta começa com o
conhecimento da função de cada nutriente, da necessidade mínima de nutriente para o
pleno desenvolvimento, dos sintomas de deficiência, de quanto, como e quando aplicar o
nutriente, seja ele orgânico ou mineral.

Os nutrientes minerais essenciais são chamados de Macronutrientes, que são aqueles


absorvidos em grandes quantidades, e Micronutrientes, os que são absorvidos em pequenas
quantidades, mas tão importantes como os primeiros.

1. CONHEÇA OS ELEMENTOS NUTRITIVOS ESSENCIAIS ÀS PLANTAS

- Elementos absorvidos diretamente do ar e da água:

Carbono (C), Hidrogênio (H) e Oxigênio (O)

- Os Macronutrientes:

Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S).

- Os Micronutrientes:

Boro (B), Zinco (Zn), Molibdênio (Mo), Cobre (Cu), Manganês (Mn), Ferro (Fe) e Cloro (Cl)

1.1. Saiba quais são as funções principais dos macronutrientes primários

- Nitrogênio (N)

Produção de folhas e brotos;


Crescimento vegetativo das plantas;
Faz parte das proteínas, clorofila e enzimas.

- Fósforo (P)

Favorece o desenvolvimento das raízes, sementes;


Coordena respiração, divisão celular, amido e proteína;
Importante para o florescimento e frutificação.

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- Potássio (K)

Formação dos frutos (cápsulas);


Formação de hidrato de carbono;
Melhora coloração e durabilidade das flores;
Resistência contra pragas, doenças, frio e secas.

1.2. Saiba quais são os sintomas de falta dos macronutrientes primários

Nitrogênio (N)

Provoca amarelecimento de folhas maduras.

Fósforo (P)

Promove crescimento lento e folhas maduras arroxeadas.

Potássio (K)

Favorece o aparecimento de folhas maduras com bordas queimadas.

2. FAÇA A ADUBAÇÃO QUÍMICA

Utilize os adubos químicos solúveis em água, comercializados no mercado com formulações


prontas de Nitrogênio, Fósforo e Potássio (NPK).

Exemplo: 04-14-08

04 corresponde à porcentagem do Nitrogênio

14 corresponde à porcentagem do Fósforo

08 corresponde à porcentagem do Potássio

2.1. Aplique o adubo químico em plantas na fase de crescimento

Utilize adubos com as fórmulas abaixo:

20-03-03 22-05-04 15-10-10 24-05-04

A aplicação pode ser feita via foliar, quando diluímos o adubo na água e pulverizamos nas
folhas, ou fertirrigação, quando diluímos o adubo na água e aplicamos a solução com jato
dirigido ao substrato do vaso.

2.1.1. Prepare a quantidade de água necessária

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2.1.2. Pese o adubo para a quantidade de água preparada

Utilize 1 grama e/ou 1 mililitro de adubo por litro de água

2.1.3. Dilua o adubo na água

2.1.4. Aplique a solução na planta

A aplicação pode ser via Foliar ou Fertirrigação, devendo ser repetida a cada período de 7
a 10 dias.

2.2. Aplique o adubo químico em plantas na fase inicial da floração

Utilize adubos com as fórmulas abaixo:

07-28-05 05-25-10 06-30-02 13-40-13

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2.2.1. Prepare a quantidade de água necessária

2.2.2. Pese o adubo para a quantidade de água preparada

Utilize 1 grama e/ou 1 mililitro de adubo por litro de água

2.2.3. Dilua o adubo na água

2.2.4. Aplique a solução na planta

A aplicação pode ser via Foliar ou Fertirrigação, devendo ser repetida a cada período de 7
a 10 dias.

2.3. Aplique o adubo químico em plantas em florescimento

Utilize adubos com as fórmulas abaixo, via Foliar e Fertirrigação:

05-08-20 06-12-36 10-05-30 03-06-28

2.3.1. Prepare a quantidade de água necessária

2.3.2. Pese o adubo para a quantidade de água preparada

Utilize 1 grama e/ou 1 mililitro de adubo por litro de água

2.3.3. Dilua o adubo na água

2.3.4. Aplique a solução na planta

A aplicação pode ser via Foliar ou Fertirrigação, devendo ser repetida a cada período de 7
a 10 dias.

Atenção:
Para produtores que possuem suas plantas sem separação por fases de
crescimento, recomendam-se os adubos com a formulação balanceada.

Exemplos: 20-20-20 e 18-18-18, utilize 1g e/ou 1 ml por litro de água a cada 07-15 dias.

3. FAÇA A ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Os adubos orgânicos são aqueles obtidos a partir da decomposição de matéria de origem


animal e vegetal, pela ação dos microrganismos e também das minhocas. Podendo também
ser obtidos através de processo de industrialização. Os adubos mais utilizados no cultivo
de orquídea são:

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Bokashi

Torta de mamona

Farinha de osso

Cinza

3.1. Adube com o Bokashi

Este produto já vem preparado para uso em orquídea.

A primeira adubação deve ser feita com trinta dias após o plantio.

A quantidade utilizada é sempre a mesma, uma colher de chá por vaso e a cada sessenta
dias.

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3.2. Adube com mistura de materiais orgânicos

Os materiais orgânicos mais utilizados são a torta de mamona, a farinha de ossos e a cinza
da madeira.

3.2.1. Pese os produtos nas proporções

7 kg de torta de mamona

2 kg de farinha de osso

1 kg de cinza de madeira

3.2.2. Misture os produtos

3.2.3. Aplique a mistura

A primeira adubação deve ser feita com trinta dias após o plantio.

A quantidade utilizada é sempre a mesma, uma colher de chá por vaso e a cada sessenta
dias.

Atenção:
Para a adubação orgânica, quando utilizar o Bokashi não será necessária a Mistura
orgânica e vice-versa.

Alerta ecológico:
Descarte das embalagens em local adequado.

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VIII - CONTROLAR AS PRAGAS

Pragas são todos os organismos que prejudicam as culturas a ponto de causar danos
econômicos. Os ataques podem ocorrer em qualquer parte da planta e em qualquer estágio
de desenvolvimento, quando esta tem algum tipo de desequilíbrio nutricional ou fisiológico.

As mudanças nas condições climáticas e alterações no meio ambiente também podem


favorecer o ataque de pragas.

1. CARACTERIZE AS PRAGAS POR FORMA DE ATAQUE

As pragas atacam sugando, mastigando, raspando ou cortando a planta.

1.1. Pragas sugadoras

Sugam a seiva da planta por meio da introdução do aparelho bucal (rostro) nas diversas partes
da planta, normalmente em período de proteólise, brotação, florescimento e senescência.

Os sintomas de plantas atacadas por sugadores são caracterizados principalmente pelo


encarquilhamento (enrolamento) das folhas e fumagina nas flores, folhas e frutos, que podem
evoluir até a morte da planta.

1.2. Pragas mastigadoras

As pragas cortam, trituram a planta e imediatamente a ingerem. As plantas atacadas por


mastigadores sofrem danos mecânicos, podendo ser nas folhas, caule, raízes, frutos e flores.

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Podem causar a desfolha total da planta, levando-a à morte.

1.3. Pragas cortadoras

As pragas retiram pedaços da planta e transportam até o ninho. Estes materiais servirão
para cultivar o fungo para a sua alimentação.

1.4. Pragas raspadoras:

As pragas rasgam a célula com seu aparelho bucal raspador, ingerindo o seu conteúdo.

Atacam principalmente folhas e frutos, causando encarquilhamento nas folhas e bronzeamento


nos frutos.

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Insetos Ácaros Nematoides Moluscos
Cigarrinha

Cochonilha com
escudo

Cochonilha sem
escudo

Sugadores Mosca-branca Nematoides

Nematoides

Percevejo

Pulgão

Tripes
Besouros Besouros

Lagartas Lagartas

Vaquinhas Vaquinhas

Nematoides Grilos Grilos

Gafanhotos Gafanhotos

Tatuzinhos Tatuzinhos

Vespinhas Vespinhas
Cortadores Formigas
Raspadores Ácaros

Atenção:
Outros animais que podem causar danos: abelha arapuá, pássaros e ratos.

2. CONHEÇA AS PRINCIPAIS PRAGAS

2.1. Conheça os Percevejos

Tenthecoris orchidearum, Neoneella zikani e Neofurius carvalhoi.

Os percevejos picam e sugam a seiva das plantas, injetando pela saliva substâncias tóxicas
e irritantes, necrosando o tecido.

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2.2. Conheça os Pulgões

Macrosiphum luteum, Aphis sp., Cerataphis lataniae.

Sugam a seiva de folhas novas, rotos, botões florais e flores, definhando e dando má
formação à planta. Transmitem virose.

Controle: Utilizam-se armadilhas adesivas pintadas de amarelo.

2.3. Conheça as Cochonilhas com escudo

Diaspis boisuvalli, Parlatoria proteus, Pseudoparlatoria parlatorioides, Chysomphalus ficus,


Furcaspis biformis, Niveaspis cattleyae e Conchaspis abiensis.

Atacam brotos novos, pseudobulbos, folhas, rizoma e gema, sugando continuamente,


definhando a planta.

Controle: limpeza com escova (macia) ou espuma + sabão neutro ou pulverização com
óleo mineral.

2.4. Conheça as Cochonilhas sem escudo

Asterolecanium epidrendri, Icerya brasiliensis, Niveaspis cattleyae, Coccus pseudohesperidium,


Saissetia sp., Platinglisia noacki e Planococcus sp.

Atacam folhas, brotos novos, rizomas, gemas e espatas fechadas, sugando continuamente
a seiva e definhando a planta. Secretam grande quantidade de açúcar atraindo o fungo
Fumagina e formigas doceiras.

Controle: Poda e destruição das partes mais afetadas e limpeza com escova (macia) ou
espuma + sabão neutro.

2.5. Conheça a Tripes

Taeniothrips xantius.

Raspam a face superior das folhas novas ainda fechadas, sugando a seiva e causando
lesões simétricas em forma de V, definhando e podendo até causar a morte.

Controle: Armadilhas adesivas pintadas de branco ou bandejas com água contendo gotas
de detergente neutro.

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2.6. Conheça as Vespinhas

Eurytoma orchidearum e Calorileya nigra.

As larvas corroem o interior dos rebentos e pseudobulbos, tornando-os pardo-avermelhados


e ocasionando hipertrofias. Ao completar o ciclo, os adultos perfuram a planta para sua
saída. As larvas provocam galhas nas raízes.

2.7. Conheça as Saúvas

Atta sexdens.

Cortam as folhas principalmente de Oncidium e de Dendrobium.

2.8. Conheça os Besouros

Dyorimerellus lepagei, Dyorimerellus minensis, Diabrotica speciosa, Mordelistena cattleyana,


Sparnus globosus e Exartematopus sp.

As fêmeas perfuram o ovário da flor ou as espatas ainda fechadas para ovopositar e as


larvas roem os botões florais, flores e ovário. Alguns fazem galerias nas folhas, rebentos,
espatas, botões florais e flores.

Controle: Catação e eliminação de adultos. Poda e eliminação de órgãos infestados.

2.9. Conheça as Lagartas/Mariposas

Castnia therapon.

As lagartas que são conhecidas como brocas do pseudobulbo penetram no tecido vegetal e
efetuam galerias, transformando em pupas. Os adultos saem pelo orifício pelo qual a lagarta
elimina suas excreções. A parte atacada torna-se amarelada.

Controle: Armadilha luminosa para captura dos adultos. Poda e eliminação dos pseudobulbos
infectados.

2.10. Conheça os Ácaros

Tetranychus urticae, Tetranychus mexicanus e Tenuipalpus pacificus.

Sugam as folhas, principalmente a face inferior, causando primeiramente um amarelecimento


para depois amarelar a planta toda e até matá-la. Encontramos teia na folha.

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2.11. Conheça os Nematoides

Ditylenchus myceliophagus, aphelencoides composticola.

Atacam as raízes causando galhas (nódulos).

Controle: Eliminação da planta afetada.

2.12. Conheça o Tatuzinho

Oniscus sp.

Vivem em lugares úmidos, roendo raízes e brotos das orquídeas.

2.13. Conheça os Moluscos

Caramujos, caracóis e lesmas

Roem rebentos, raízes, botões florais, flores e plântulas.

Controle: Eliminação de ninhos e abrigos. Armadilhas com feromônios, pano embebido


com cerveja ou leite.

2.14. Conheça a Abelha Arapuá

A abelha Arapuá roe os botões.

2.15. Conheça as Outras pragas

Gafanhotos, Grilos, Pássaros e Ratos.

3. CONTROLE AS PRAGAS

O controle químico das referidas pragas deve ser realizado sob orientação de técnicos
habilitados.

Precaução:
Utilizar equipamento de proteção individual (EPI) durante a manipulação e aplicação
dos inseticidas.

Alerta Ecológico:
Os resíduos e as embalagens dos produtos químicos devem ser descartados em
local apropriado.

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IX - CONTROLAR AS DOENÇAS

Doença de planta é a interação dinâmica entre o organismo e o ambiente na presença de


um agente causal, que produz alterações fisiológicas e morfológicas na planta, antes ou
após a colheita, resultando na redução da produção ou da qualidade do produto colhido
(Bergamin Filho, A. et al,1995; Lopes & Santos, 1994).

As doenças podem ser causadas por microrganismos, quando são chamadas bióticas,
ou por fatores ambientais, quando são chamadas abióticas. As doenças causadas por
microrganismos podem ser transmissíveis. As causadas por fatores ambientais não são
transmissíveis.

As doenças bióticas podem ser transmitidas através de sementes contaminadas, agentes


vetores, água, ar, implementos, maquinários, ferramentas e restos de culturas. Podem ser
causadas por fungos, bactérias e vírus.

Doenças não transmissíveis podem ser causadas por excesso ou falta de umidade, toxicidade
causada por agrotóxicos ou adubos aplicados incorretamente, deficiências nutricionais,
poluição do ar, extremos de temperatura (baixa ou elevada), excesso de insolação e outros.

1. CONHEÇA OS FUNGOS

São organismos eucarióticos, tem uma parede celular dura e crescem como uma célula
única ou em colônias multicelulares, podem ser benéficos ou maléficos. A maior parte dos
fungos causadores de doenças produz esporos ou conídios, que podem ser disseminados
pela água, vento, máquinas, ferramentas, animais e pelo próprio homem. A elevada umidade
favorece a propagação dos fungos, no entanto há espécies que se multiplicam em locais
frios e secos.

1.1. Conheça a Podridão negra

Doença de solo causada pelos fungos Pythium ultimum e Phythophora cactorum. São
altamente agressivos durante os períodos de alta umidade, provenientes da irrigação,
ferramentas, substratos e vasos contaminados.

Os principais sintomas são o tombamento ou “damping-off”. No estágio mais avançado da


doença os órgãos atacados como raiz, haste, pseudobulbos ou folhas apresentam podridão
mole.

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1.2. Conheça a Murcha de Fusarium

Doença de solo causada pelo fungo Fusarium oxysporum. Sua principal entrada é através
de ferimentos nos rizomas causados pela divisão das plantas. É identificado pela presença
de um anel de coloração púrpura no interior do rizoma, tornando as folhas flácidas, que se
desprendem do pseudobulbo.

1.3. Conheça a Podridão de raízes

Doença de solo causada pelo fungo Rhizoctonia solani. Causa o apodrecimento das raízes
e a podridão de aparência seca, no rizoma. O principal sintoma é a murcha na parte aérea.

1.4. Conheça a Ferrugem

Doença da parte aérea causada pelos fungos Sphenospora sp., Uredo sp. E Hemileia sp..
Ocorre com frequência em região baixa e úmida, onde o vapor de água condensa-se à
noite. O principal sintoma é o aparecimento de manchas de coloração amarelo-laranja ou
marrom-avermelhada na face inferior da folha; podem enegrecer e formar anéis concêntricos
(lembrando a aparência de um alvo).

1.5. Conheça a Mancha de Cercospora ou cercosporiose

Doença da parte aérea causada pelo fungo Cercospora sp.. De início surgem pequenas
manchas marrom-escuras com áreas irregulares deprimidas e com o tempo as manchas
tornam-se púrpuras e escuras.

1.6. Conheça o Mofo Cinzento

Doença da parte aérea causada pelo fungo Botrytis cinerea. Ocorre em condições de
alta umidade, baixa ventilação e temperaturas amenas. Ataca as flores com manchas de
coloração castanha nas pétalas.

1.7. Conheça a Mancha das folhas

Doença da parte aérea causada pelos fungos Phyllosticta sp. e Selenophoma sp.. Há o
surgimento de manchas de coloração castanha, circulares ou ovaladas com bordas bem
definidas e parte central mais clara.

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1.8. Conheça a Antracnose

Doença da parte aérea causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides. Surge através
de ferimentos ou injúrias causadas por frio, sol, etc. É favorecido por umidade elevada,
períodos de dias encobertos e temperaturas amenas. Os sintomas são reconhecidos por
manchas circulares levemente deprimidas de coloração parda, o centro das manchas possui
a cor castanho-pardo com vários anéis concêntricos.

2. CONHEÇA AS BACTÉRIAS

São microrganismos procarióticos e unicelulares, facilmente dissemináveis pelo ar, máquinas,


ferramentas, insetos e animais. Penetram no tecido das plantas através de ferimentos, mas
também pelas aberturas nas bordas das folhas. Em condições de alta umidade multiplicam-
se rapidamente.

2.1. Conheça a Mancha aquosa ou Mancha marrom

Causada pela bactéria Pseudomonas cattleyae. Ocorre principalmente nas orquídeas do


gênero Phalaenopsis e Cattleya. Inicia-se com a formação de lesões esbranquiçadas úmidas,
tornando-se deprimidas, escuras ou pardas semelhantes a queimaduras de sol. Se a bactéria
atingir o ápice de crescimento em plantas monopodiais (ex. Phalaenopsis), pode ocasionar
a morte da planta. Em plantas simpodiais (ex. Cattleya), as lesões se restringem às folhas.

2.2. Conheça a Podridão Mole

Causada pela bactéria Erwinia carotovora. Aproveita-se de um estado de debilidade da


planta, como ferimentos, para início da infecção. Com isso, causam a degradação das
paredes celulares, ocasionando o apodrecimento que origina o nome da doença. Os sintomas
iniciam-se na inserção das folhas, onde ocorre o acúmulo de água, e depois pode atingir
outras partes da planta (pseudobulbo e raiz).

3. CONHEÇA OS VÍRUS

São microrganismos primitivos, chamados de parasitas intracelulares obrigatórios (só


conseguem viver dentro das células de outros organismos vivos). À doença causada pelos
vírus dá-se o nome de virose. São transmitidas por sementes, ferramentas, mudas, estacas
contaminadas e principalmente por insetos vetores (exemplos Pulgões, Tripes, Cigarrinha
e Mosca-branca).

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3.1. Conheça o Mosaico do Cymbidium

Causada pelo vírus CyMV

A identificação através dos sintomas é extremamente complicada, feita normalmente por


testes sorológicos (ex. ELISA) ou técnicas de microscopia eletrônica.

3.2. Conheça a Mancha anelar do Odontoglossum

Causada pelo vírus ORSV

A identificação através dos sintomas é extremamente complicada, feita normalmente por


testes sorológicos (ex. ELISA) ou técnicas de microscopia eletrônica.

4. FAÇA O CONTROLE PREVENTIVO PARA DOENÇAS

Controle da irrigação, distância entre vasos, higienização do ambiente, ferramentas


desinfetadas, água de boa qualidade, vasos e substratos limpos.

5. FAÇA O CONTROLE CURATIVO PARA DOENÇAS

Eliminação de plantas (doentes) com alto índice de infestação e aplicação de produtos


agrotóxicos.

Atenção:
Para as recomendações de tratamentos fitossanitários com uso de defensivos
químicos, procure a orientação de um técnico habilitado.

Precaução:
Utilizar equipamento de proteção individual (EPI) durante a manipulação e aplicação
dos inseticidas.

Alerta Ecológico:
Os resíduos e as embalagens dos produtos químicos devem ser descartados em
local apropriado.

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X - FAZER OS TRATOS CULTURAIS

São todas as atividades que realizamos na planta ou ao seu redor, com a finalidade de
proporcionar-lhe um bom desenvolvimento e floração.

1. INSPECIONE O ORQUIDÁRIO

Frequentemente verifique anormalidades nas plantas e no ambiente, tais como: instalações


danificadas, tombamento de vasos, pragas, doenças, plantas com colorações alteradas ou
murchas, etc.

2. LIMPE O ORQUIDÁRIO

As instalações devem ser limpas tanto interna quanto externamente. Livre-se de todos os
materiais que possam originar doenças e pragas. As plantas invasoras devem ser eliminadas
tanto dos vasos como do chão. Os vasos e outros materiais devem estar acondicionados
em local adequado.

3. IRRIGUE AS PLANTAS

Para as orquídeas, considera-se a quantidade de água e a frequência de irrigação, que vão


depender de vários fatores:

Tipo de instalações;

Substrato utilizado;

Tipos de vaso (matéria-prima e furos);

Época do ano;

Exigência da orquídea (gênero e fase de desenvolvimento);

Umidade do solo e umidade relativa do ar.

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4. LIMPE A PLANTA

Esta limpeza deve ser realizada periodicamente

4.1 Selecione a ferramenta

Pode ser utilizada uma tesoura de poda ou uma faca

4.2 Esterilize a ferramenta

Pode ser esterilizada com fogo ou água sanitária + água 01:01

4.3 Faça a limpeza

Elimine as folhas amareladas, as partes do rizoma e pseudobulbo que estejam mortos e os


restos de bainha que envolve os pseudobulbos mais velhos.

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XI - FAZER O REPLANTIO

O replantio é quando transferimos a planta de um recipiente para outro, seja planta jovem
ou planta adulta pronta para a propagação.

1. FAÇA O REPLANTIO DE PLANTAS JOVENS

Em média, após 18 meses do plantio deve ser realizado o replantio em vaso, pois a planta
necessita de um espaço maior para o desenvolvimento das raízes.

1.1. Selecione o vaso

Este deverá ser de plástico e com 14 a 18 cm de diâmetro;

1.2. Forre o fundo do recipiente

Utilize caco de telha ou tijolos, pedra brita ou argila expandida, visando a uma perfeita
drenagem.

1.3. Umedeça o substrato

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1.4. Coloque a planta no vaso

Nas plantas simpódicas a traseira deve ser encostada na borda do vaso e a frente dirigida
ao centro. Nas monopódicas plantam-se no centro.

1.5. Preencha com o substrato

Aperte levemente o substrato, de forma que as raízes fiquem plenamente cobertas e o


pseudobulbo descoberto.

Atenção:
Utilize o substrato adequado para cada tipo de orquídea.

1.6. Identifique a planta com o nome e a data do plantio

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1.7. Irrigue as plantas

Imediatamente após o replantio irrigue as plantas com água pura, até que a água escorra
pelo fundo do vaso.

2. FAÇA O REPLANTIO DAS PLANTAS ADULTAS

A planta na fase adulta necessita de um espaço maior pra o desenvolvimento de suas raízes.

2.1. Adquira um vaso com diâmetro 7 cm maior que o anterior;

2.2. Forre o fundo do recipiente

Utilize caco de telha ou tijolos, pedra brita ou argila expandida, visando a uma perfeita
drenagem.

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2.3. Molhe e o substrato

2.4. Desprenda as raízes

Utilize uma faca ou tesoura esterilizada

2.5. Limpe as raízes da planta

Sacudir a planta livrando-a do resto do substrato.

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2.6. Faça a toalete

É a poda de limpeza, a retirada de resto de folhas, espata, bainhas secas, restos de raízes
velhas ou mortas.

2.7. Limpe os pseudobulbos, folhas e rizoma

Para isto, lave com escova de dente (macia) ou espuma.

2.8. Coloque a planta no vaso

Nas plantas simpódicas a traseira deve ser encostada na borda do vaso e a frente dirigida
ao centro. Nas monopódicas plantam-se no centro.

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2.9. Preencha com o substrato

Apertando levemente o substrato, de forma que as raízes fiquem plenamente cobertas e


o pseudobulbo descoberto.

2.10. Fixe a planta com uma estaca

A planta deverá permanecer imóvel para um bom enraizamento.

2.11. Leve o vaso para um local sombreado e arejado

2.12. Identifique a planta com o nome e a data do plantio

2.13. Irrigue a planta

Faça pouca rega nos primeiros 15 dias.


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XII - CONHECER AS TÉCNICAS DE PROPA-
GAÇÃO DE ORQUÍDEAS
Para a obtenção de novas plantas existem várias técnicas de propagação, todas com
vantagens e desvantagens, sejam elas tempo, complexidade ou custo.

1. FAÇA A DIVISÃO DE TOUCEIRAS

É a maneira mais comum e fácil de obter mudas de uma planta adulta. Consiste em dividir
a planta saudável em partes.

O momento correto dessa divisão deve ocorrer quando a frente da planta emite raízes novas,
geralmente ocorrendo 20 a 30 dias após o fim do florescimento.

1.1. Selecione a planta:

Para a maioria dos gêneros a planta a ser dividida deve conter de 7 a 8 pseudobulbos com
gemas viáveis.

1.2. Divida a planta

Com uma tesoura esterilizada proceda ao corte entre o 3º e 4º pseudobulbo.

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1.3. Faça a toalete

É a poda de limpeza, a retirada de resto de folhas, espata, bainhas secas, restos de raízes
velhas ou mortas.

1.4. Limpe os pseudobulbos, folhas e rizoma

Para isto, lave com escova de dente (macia) ou espuma.

Atenção:
Para o plantio segue-se o procedimento da planta adulta.

2. FAÇA A ESTAQUIA

Obtêm-se mudas a partir do corte dos internódios (gomos do pseudobulbo), muito utilizado
para os Dendrobium, Denphal e Epidendrum. Esta operação é feita na primavera e a floração
ocorre após 3 a 4 anos.

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2.1. Selecione a planta:

A planta deverá ter em média três anos, utilizando o pseudobulbo mais antigo.

2.2. Faça o corte das estacas

Com uma faca esterilizada proceda ao corte, obtendo estacas com 3 nós e 2 entrenós.

2.3 Prepare o recipiente para plantio

Numa bandeja plástica, forre com pó de fibra de coco até uma altura de 2 centímetros.

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2.4. Coloque as estacas de pé e juntas no recipiente

Atenção:
Após emitirem brotos (aproximadamente 6 meses), utiliza-se o mesmo
procedimento de plantio de mudas novas.

3. CONHEÇA A PROPAGAÇÃO POR SEMENTES

A propagação por sementes, além de complexa, é demorada, pois leva cerca de 6 a 7 anos
desde a fecundação da flor até a primeira florada.

É vantajosa para quem produz orquídea em grande escala.

É inconveniente porque produzem uma grande variedade de flores com novas características,
diferentes da planta-mãe. Existem dois processos de semeadura:

- Processo simbiótico: ocorre naturalmente quando as sementes levadas pelo vento


entram em contato com os fungos micorrízicos, favorecendo a germinação. Somente
uma pequena porcentagem de sementes vingará e se tornará adulta.

- Processo assimbiótico: normalmente ocorre em laboratórios com temperatura e


luminosidade controladas, onde as sementes são colocadas em recipientes que contêm
meios nutritivos adequados para a germinação e crescimento. Neste caso o aproveitamento
das sementes é bem maior.

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4. CONHEÇA A CULTURA DE MERISTEMA OU CLONAGEM

A partir de uma simples gema, um broto, uma ponta de raiz ou uma haste floral obtêm-se
plantas idênticas à planta-mãe. É realizada em laboratório com temperatura e luminosidade
controladas, possibilitando a obtenção de muitas mudas uniformes num período de tempo
menor com florescimento precoce.

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XIII - PREPARAR A PLANTA PARA
­C OMERCIALIZAÇÃO
As plantas podem ser comercializadas em várias etapas de desenvolvimento:

- Plantas novas a partir de 6 meses em vasos de 7 a 9 cm;

- Plantas com 3 a 4 anos em vasos de 14 a 18 cm;

- Plantas a florir em 1 ano;

- Plantas com botões;

- Plantas com flor.

As orquídeas podem ser comercializadas em:

• Ceasas;

• Supermercados;

• Floriculturas;

• Exposições;

• Venda direta (orquidários);

• Ambulantes.

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1. SELECIONE AS PLANTAS

São separadas de acordo com os aspectos fitossanitários, haste floral, ponto de maturação
e padronização e exigências do mercado.

2. LIMPE OS VASOS

A limpeza dos vasos consiste na retirada das plantas invasoras e do limo.

3. TUTORE AS FLORES

O tutoramento das flores é feito com arame de aço galvanizado ou estacas de bambu,
amarrio ou presilhas.

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4. EMBALE AS FLORES

Os vasos devem ser embalados em plástico transparente resistente, de forma que proteja
bem as plantas, e em seguida colocados em caixa de papelão.

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XIV - BIBLIOGRAFIA

BERGMANN, ELIANA CHERUBINI e MARIA AMÉLIA VAZ ALEXANDRE. Aspectos


Fitossanitários das orquídeas. 1998, 51 páginas.

Endesfelds, Waldyr Fochi. Cultivo de orquídeas - Para fins comerciais ou hobby. Viçosa,
CPT, Manual Técnico, 1997, 70 páginas.

Editora Europa, Edição Especial da Revista natureza - Orquídeas, 1997, 73 páginas.

Editora Europa, Especial 6, Orquídeas - Curso básico de orquidofilia, 1991 - 70 páginas.

Shiraki, Juscelino Nobuo e Elaine Martinez Diaz. Orquídeas. São Paulo, Prefeitura Municipal
de São Paulo - Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, 2012, 175 páginas.

Kimati, Hiroshi. Diagnose e controle de doenças em orquídeas. Piracicaba, Departamento


de Fitopatologia, apostila, 14 páginas.

Silva, Waldemar. Cultivo de orquídeas no Brasil. 1986, 96 páginas.

Suttleworth, Zim, Dillon. Orquídeas, Guia dos orquidófilos. 5 ed., 1997, 158 páginas.

Watanabe, Denitiro et. al. Orquídeas Manual de Cultivo. AOSP – Associação Orquidófila de
São Paulo, volume 01, 2002, 296 páginas.

Watanabe, Denitiro e Márcia Sanae Morimoto. Orquídeas Manual de Cultivo. AOSP –


Associação Orquidófila de São Paulo, volume 02, 2007, 348 páginas.

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