Você está na página 1de 72

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
USO CORRETO E
SEGURO EM REGIME
DE ECONOMIA
FAMILIAR
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
USO CORRETO E SEGURO
EM REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR

Solymar Ghizzi Bentos

Júlio Cezar Marques Soares

Luiz Atílio Padovan

SENAR-AR/SP
São Paulo - 2018
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jarbas Mendes da Silva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Solymar Ghizzi Bentos - Engenheiro Agrônomo/Pedagogo
Júlio Cezar Marques Soares - Engenheiro Agrônomo
Luiz Atílio Padovan - Engenheiro Agrônomo

COLABORADORES REVISÃO GRAMATICAL


Edilson José Cavallini - Engenheiro Agrônomo André Pomorski Lorente
Sindicato Rural de Araraquara
DIAGRAMAÇÃO
FOTOS Thais Junqueira Franco
Amauri Benvindo Maciel Diagramadora do SENAR-AR/SP

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

Bentos, Solymar Guizzi


Agrotóxicos: uso correto e seguro em regime de economia familiar /
Solymar Ghizzi Bentos, Júlio Cezar Marques Soares, Luiz Atílio
Padovan. – São Paulo : SENAR/AR-SP, 2018.
70 p. : il. color. ; 30 cm

Bibliografia
ISBN 978-85-7125-004-8

1. Produtos químicos agrícolas 2. Segurança do trabalho I. Bentos,


Solymar Ghizzi II. Soares, Júlio Cezar Marques III. Padovan, Luiz
Atílio IV. Título

CDD 632.95

Elaborado por Carolina Malange Alves - CRB-8/7281

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................9

I. CONHECER SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA..................................................................................... 10


1. CONHEÇA O QUE É SAÚDE............................................................................................................ 10
2. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL.................................................. 10
3. CONHEÇA O QUE É SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL........................................................ 12
4. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO........................................................ 12

II. CONHECER OS AGROTÓXICOS E ­P RODUTOS AFINS................................................................... 13


1. CONHEÇA A DEFINIÇÃO DE AGROTÓXICOS E PRODUTOS AFINS......................................... 13
2. CONHEÇA O HISTÓRICO DOS AGROTÓXICOS........................................................................... 13
3. CONHEÇA A FINALIDADE DOS AGROTÓXICOS.......................................................................... 13
4. CONHEÇA A DEFINIÇÃO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS............................ 13
5. ENTENDA SOBRE OS MÉTODOS DE CONTROLE....................................................................... 14

III. INTERPRETAR AS INFORMAÇÕES DO ­R ÓTULO E DA BULA....................................................... 15


1. CONHEÇA O NOME COMERCIAL.................................................................................................... 15
2. CONHEÇA A COMPOSIÇÃO QUÍMICA............................................................................................ 16
3. CONHEÇA A CONCENTRAÇÃO....................................................................................................... 16
4. CONHEÇA A CLASSE DO AGROTÓXICO QUANTO À FINALIDADE........................................... 16
5. CONHEÇA SOBRE A FORMULAÇÃO.............................................................................................. 17
6. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA........................................................................... 19
7. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO DO POTENCIAL DE PERICULOSIDADE AMBIENTAL............. 19
8. CONHEÇA SOBRE OS PICTOGRAMAS.......................................................................................... 20
9. CONHEÇA O PERÍODO DE CARÊNCIA OU INTERVALO DE SEGURANÇA.............................. 20
10. C ONHEÇA O PERÍODO DE REENTRADA...................................................................................... 21
11. CONHEÇA AS FORMAS DE DOSAGENS....................................................................................... 21
12. C ONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO.................................................................................. 22
13. C ONHEÇA AS INFORMAÇÕES RELATIVAS À PROTEÇÃO HUMANA E AMBIENTAL.............. 22

IV. CONHECER AS FORMAS DE EXPOSIÇÃO E CONTAMINAÇÃO.................................................... 23


1. CONHEÇA AS FORMAS DE EXPOSIÇÃO AO PRODUTO............................................................ 23
2. IDENTIFIQUE AS VIAS DE EXPOSIÇÃO E CONTAMINAÇÃO HUMANA.................................... 23
3. IDENTIFIQUE O RISCO DE INTOXICAÇÃO................................................................................... 25

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 5


V. CONHECER SOBRE A UTILIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI).. 26
1. CONHEÇA A FINALIDADE DOS EPI................................................................................................ 26
2. CONHEÇA OS COMPONENTES DO EPI........................................................................................ 27
3. SAIBA COMO VESTIR E RETIRAR CORRETAMENTE O EPI....................................................... 37
4. ENTENDA COMO FAZER A DESCONTAMINAÇÃO E A MANUTENÇÃO DO EPI....................... 37
5. ENTENDA SOBRE A HIGIENIZAÇÃO DO APLICADOR................................................................. 40
6. CONHEÇA SOBRE A CERTIFICAÇÃO DO EPI............................................................................... 40

VI. CONHECER OS ­P ROCEDIMENTOS NA AQUISIÇÃO, TRANSPORTE E ­A RMAZENAMENTO.... 41


1. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS NA AQUISIÇÃO...................................................................... 42
2. CONHEÇA OS ASPECTOS DE SEGURANÇA NO TRANSPORTE............................................... 44
3. CONHEÇA OS ASPECTOS DE SEGURANÇA NO ARMAZENAMENTO...................................... 46

VII. CONHECER OS CUIDADOS NO PREPARO DE CALDA E NA APLICAÇÃO................................. 48


1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DE CALDA.................................................................. 48
2. CONHEÇA OS CUIDADOS NA APLICAÇÃO................................................................................... 49

VIII. C ONHECER OS PROCEDIMENTOS PARA DEVOLUÇÃO DE EMBALAGENS VAZIAS............... 53


1. CONHEÇA A RESPONSABILIDADE DOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE DEVOLUÇÃO.. 53
2. CONHEÇA OS TIPOS DE EMBALAGENS....................................................................................... 55
3. CONHEÇA O PREPARO DAS EMBALAGENS PARA DEVOLUÇÃO............................................. 56
4. ENTENDA COMO GUARDAR AS EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS......................... 61
5. SAIBA QUANDO, COMO E ONDE DEVOLVER AS EMBALAGENS VAZIAS................................ 62

IX. CONHECER SOBRE PRIMEIROS ­S OCORROS................................................................................. 64


1. CONHEÇA OS TIPOS DE INTOXICAÇÃO....................................................................................... 64
2. CONHEÇA ALGUNS SINAIS E SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO.................................................... 65
3. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS............................................... 66

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 70

6 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 7


INTRODUÇÃO

A sociedade está cada vez mais se preocupando com a qualidade e a origem dos alimentos.
Além disso, as questões relacionadas com o meio ambiente, o uso responsável dos recursos
naturais e o bem-estar do trabalhador são cada vez mais cobradas pelo mercado consumidor.

A agricultura familiar é responsável pela produção da maioria dos alimentos que chegam à
mesa das famílias brasileiras.

O agricultor familiar, de acordo com a Lei nº 11.326/2006, é considerado aquele cuja


propriedade tenha, no máximo, quatro módulos fiscais (que varia conforme o município e a
proximidade maior ou menor das zonas urbana e rural), onde seja utilizada predominantemente
mão de obra da própria família, assim como a base de sustentação da renda familiar tenha
origem nas atividades econômicas vinculadas ao próprio empreendimento. Nesse regime
de agricultura familiar, o produtor está diretamente envolvido em todas as atividades e,
portanto, sujeito a vários riscos durante o trabalho.

O uso de agrotóxicos é uma operação que pode ocorrer várias vezes durante o ciclo de
uma cultura, além de ser um dos itens de grande impacto no custo da lavoura. Esses fatos,
junto com a questão de eficiência e segurança, determinam a necessidade da capacitação
das pessoas envolvidas nesse processo, que devem atualizar-se constantemente.

Essa cartilha aborda o uso correto e seguro de agrotóxicos e produtos afins para
trabalhadores em regime de economia familiar, trazendo informações sobre a segurança
nas etapas de aquisição, transporte, armazenamento, preparo de calda, aplicação, limpeza
dos equipamentos, devolução das embalagens vazias, uso do EPI e primeiros socorros.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 9


I. CONHECER SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA

No Brasil existem diversas exigências legais quanto à questão da saúde e segurança


do produtor rural. As leis, portarias, decretos, convenções internacionais e normas
regulamentadoras norteiam os envolvidos nas atividades do meio rural, procurando preservar
a saúde e garantir a segurança do trabalhador, além de diminuir os conflitos entre os sistemas
de produção e os interesses da sociedade.

O conceito de saúde e segurança no trabalho rural abrange vários aspectos relacionados


aos riscos a que o trabalhador está sujeito.

1. CONHEÇA O QUE É SAÚDE

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “Saúde é o estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.

A saúde é o resultado das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente,


trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde, formas de
organização social e de produção.

A preservação da saúde não traz vantagem maior a não ser aos próprios trabalhadores.

2. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL

Os riscos no trabalho rural são inerentes à atividade, assim o trabalhador deve estar capacitado
no uso dos equipamentos para minimizar estes riscos e assim diminuir os acidentes.

Os riscos no ambiente de trabalho podem ser classificados em cinco tipos.

2.1. Conheça os riscos físicos

Os agentes de risco físico são: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e
não-ionizantes, vibração, etc.

2.2. Conheça os riscos químicos

Os agentes de risco químico são as substâncias, compostos ou produtos que possam


penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que, pela natureza da atividade, sejam de exposição,
possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo por meio das vias dérmica, ocular, oral
e inalatória.

10 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


2.3. Conheça os riscos biológicos

São agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, protozoários, entre
outros.

2.4. Conheça os riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são os que podem interferir nas características psicofisiológicas


do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde no longo prazo, como o
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, jornada de trabalho extensa,
repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.

2.5. Conheça os riscos de acidentes

Os riscos de acidentes são provocados por fatores que colocam o trabalhador em situação
vulnerável e podem afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico, como as
máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, curto-circuito, armazenamento e iluminação inadequados, animais peçonhentos,
uso de ferramentas inadequadas ou defeituosas, etc.

2.6. Conheça a tabela de classificação de riscos

Cada tipo de risco é identificado por uma cor, o que facilita a sinalização, contribuindo para
a segurança do trabalhador.
GRUPO 01 GRUPO 02 GRUPO 03 GRUPO 04 GRUPO 05
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
RISCO
RISCO FÍSICO RISCO QUÍMICO RISCO ERGONÔMICO RISCO DE ACIDENTES
BIOLÓGICO
Ruído Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado

Levantamento e transporte Máquinas e equipamentos


Vibrações Fumos Bactérias
manual de peso sem proteção

Radiações Exigência de postura Ferramentas inadequadas


Névoas Protozoários
ionizantes inadequada ou defeituosas
Radiações Controle rígido de
Neblinas Fungos Iluminação inadequada
não ionizantes produtividade
Imposição de rítmos
Frio Gases Parasitas Eletricidade
excessivos
Trabalho em turno e Probabilidade de incêndio
Calor Vapores Bacilos
noturno ou explosão
Substâncias
Pressões compostas ou Jornada de trabalho Armazenamento
anormais produtos químicos prolongadas inadequado
em geral
Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos
Outras situações Outras situações de risco
causadoras de estresse que poderão contribuir para
físico ou psíquico a ocorrência de acidentes

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 11


3. CONHEÇA O QUE É SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

É um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho,


doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laboral do
trabalhador.

4. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO

No ambiente laboral o trabalhador está exposto a diversos fatores de riscos que podem
ocasionar acidentes ou doenças de trabalho.

4.1. Conheça o que é acidente de trabalho

No âmbito legal é considerado acidente de trabalho aquele que acontece no exercício do


trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, podendo
causar morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho
(Lei 8.213/91 do INSS).

No conceito prevencionista, ao contrário de se constituir obra do acaso como sugere a palavra


acidente, acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de
desencadeá-los encontram-se presentes na situação de trabalho (passíveis de identificação)
muito tempo antes de serem desencadeados.

As possíveis causas de acidentes de trabalho podem ser agrupadas em duas:

• Ato inseguro: é a maneira como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente,


aos riscos de acidentes.

• Condição insegura: são condições presentes no ambiente de trabalho que oferecem


perigo ou riscos ao trabalhador.

4.2. Conheça o que é doença do trabalho

É aquela que pode ser adquirida ou desencadeada pelas condições inadequadas em que o
trabalho é realizado e que expõe o trabalhador aos agentes nocivos à saúde.

A doença do trabalho normalmente ocorre quando há pequenas exposições ao risco por um


período prolongado, podendo aparecer meses ou anos depois.

Precaução!!!

O trabalhador deve cuidar da sua saúde diminuindo a exposição aos fatores de


riscos, pois o fato de não haver sinais ou sintomas de intoxicação imediatos não
quer dizer que a doença não possa aparecer no futuro.

12 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


II. CONHECER OS AGROTÓXICOS E
­P RODUTOS AFINS

É de fundamental importância que todos os trabalhadores expostos no processo de


manipulação de agrotóxicos e produtos afins conheçam sobre o produto que irão manusear.
Dessa forma diminuirão os riscos de contaminação humana e do meio ambiente.

1. CONHEÇA A DEFINIÇÃO DE AGROTÓXICOS E PRODUTOS AFINS

A partir da promulgação da lei 7.802, de 11 de julho de 1989, e do decreto regulamentador n.º


98.816, de 11/01/1990, os agrotóxicos passaram a ser definidos como: “produtos e agentes
de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção,
no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas nativas ou implantadas, de ecossistemas e também ambientes urbanos, hídricos e
industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da fauna e da flora, e de preservá-las
da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; substâncias e produtos empregados
como desfolhantes, dessecantes, estimulantes e inibidores de crescimento”.

Os agrotóxicos são também chamados de defensivos agrícolas, pesticidas, produtos


fitossanitários ou agroquímicos.

2. CONHEÇA O HISTÓRICO DOS AGROTÓXICOS

Há milhares de anos o homem busca meios de combater as pragas que atacam as lavouras.
Com a explosão do aumento populacional que teve início no século XIX, as pesquisas para
descobertas de novos insumos agrícolas intensificaram-se por todo o mundo e, a partir do
pós-guerra (1945), a fabricação e o uso dos agrotóxicos propagaram-se pelos continentes
com a finalidade de propiciar o aumento da produção agrícola.

3. CONHEÇA A FINALIDADE DOS AGROTÓXICOS

Os agrotóxicos têm a finalidade de controlar pragas, doenças e plantas daninhas que causam
danos às lavouras. Podem ser usados de maneira preventiva ou curativa quando a infestação
atingir o nível de dano econômico.

4. CONHEÇA A DEFINIÇÃO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS

Uma vez que o agrotóxico deve exercer sua função sobre o agente causal que se deseja
controlar, é importante que este seja conhecido.

• Pragas: são os insetos, ácaros e nematoides capazes de provocar danos às lavouras.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 13


• Doenças: são causadas por fungos, bactérias e vírus.

• Plantas daninhas: são aquelas que concorrem com a cultura principal, provocando queda
na produção.

5. ENTENDA SOBRE OS MÉTODOS DE CONTROLE

Os principais métodos de controle de pragas, doenças e plantas daninhas são divididos em:

a) Controle Legislativo: baseado em leis, decretos e portarias que regulamentam a


importação, reprodução, transporte, plantio, erradicação.

b) Controle Genético: uso de plantas híbridas ou modificadas geneticamente.

c) Controle Cultural: escolha da época de plantio, rotação de culturas, podas, escolha da


variedade, adubação, plantio direto.

d) Controle Mecânico: uso de máquinas e equipamentos, capinas, barreiras, catação


manual.

e) Controle Físico: feito por meio do controle da temperatura, da luminosidade, do som,


da umidade.

f) Controle Biológico: consiste no uso de inimigos naturais.

g) Controle Químico: uso de agrotóxicos.

O modelo ideal de controle é aquele que utiliza de forma conjunta os diversos métodos
apresentados, comumente chamados de Manejo Integrado.

MÉTODOS DE CONTROLE DAS PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS

14 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


III. INTERPRETAR AS INFORMAÇÕES DO
­R ÓTULO E DA BULA

As informações contidas nos rótulos e nas bulas orientam sobre o uso correto e seguro
dos agrotóxicos durante todas as etapas de manipulação, como a identificação do produto,
dosagem, além de dados relativos à proteção humana e do meio ambiente.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 15


1. CONHEÇA O NOME COMERCIAL

É o nome dado ao produto pelo seu fabricante.

2. CONHEÇA A COMPOSIÇÃO QUÍMICA

O agrotóxico é composto de ingrediente ativo mais ingrediente inerte.

O ingrediente ativo é a substância que deverá exercer o efeito de controle. Alguns produtos
podem possuir mais de um ingrediente ativo na sua composição. Há no mercado nomes
comerciais diferentes para um mesmo ingrediente ativo.

O ingrediente inerte são substâncias neutras que servem de veículos para diluir o ingrediente
ativo de modo que o agrotóxico tenha concentração adequada, facilitando sua manipulação
e a dispersão para o melhor desempenho sobre o alvo a ser controlado.

3. CONHEÇA A CONCENTRAÇÃO

É a quantidade de ingrediente ativo e ingrediente inerte na composição do produto. É expresso


em porcentagem ou em massa/volume (Ex: Grama por Litro).

4. CONHEÇA A CLASSE DO AGROTÓXICO QUANTO À FINALIDADE

Os agrotóxicos são divididos por classes de acordo com os tipos de pragas, doenças e
plantas daninhas a serem controladas:

TIPOS DE PRAGAS TIPOS DE AGROTÓXICOS

INSETO INSETICIDA

ÁCARO ACARICIDA

FUNGO FUNGICIDA

NEMATÓIDE NEMATICIDA

PLANTA DANINHA HERBICIDA

16 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Alguns agrotóxicos podem exercer controle sobre mais de uma classe.

Exemplo: inseticida/acaricida, inseticida/nematicida, fungicida/bactericida e outros.

Atenção!!!

Observe na bula se o agrotóxico tem registro para a cultura em que será aplicado.

5. CONHEÇA SOBRE A FORMULAÇÃO

A formulação é a forma como o produto se apresenta comercialmente, podendo ser sólido,


líquido ou gasoso. Os agrotóxicos são comercializados em várias formulações, havendo,
inclusive, formulações diferentes para o mesmo ingrediente ativo.

O tipo de formulação determina a forma como o produto será aplicado e os cuidados no


preparo e na aplicação da calda. A formulação visa facilitar o uso e a segurança no manuseio
do agrotóxico.

Algumas formulações encontradas no mercado:

FORMULAÇÕES DE AGROTÓXICOS - TERMINOLOGIA


TIPOS DE FORMULAÇÕES PARA O REGISTRO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS

ÍNDICE ÍNDICE
DE DE
DENOMINAÇÕES DENOMINAÇÕES
CÓDIGOS CÓDIGOS
FAO FAO

AB AB - Isca em Grãos GR GR - Granulado

AE AE - Aerosol GS GS - Graxa

AL AL - Líquido GW GW - Gel Solúvel

AP AP - Outro Pó HN HN - Concentrado Termo Nebulizável

BB BB - Isca em Blocos KK KK - Combi-Pack Sólido/Líquido

BR BR - Briquetes KL KL - Combi-Pack Líquido/Líquido

CB CB - Isca Concentrada KN KN - Concentrado Nebulizável à Frio


CF - Suspensão Encapsulado p/ Trat.
CF KP KP - Combi-Pack Sólido/Sólido
Sementes
CG CG - Granulado Encapsulado LA LA - Laca
LS - Solução para Tratamento de
CL CL - Líquido ou Gel de Contato LS
Sementes
CS CS - Suspensão de Encapsulado ME ME - Micro Emulsão

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 17


DC DC - Concentrado Dispersível MG MG - Micro Granulado

DP DP - Pó Seco OF OF - Suspensão Miscível


DS - Pó para Tratamento a Seco de
DS OL OL - Líquido Miscível
Sementes
DT DT - Tabletes para Aplicação Direta OP OP - Pó Dispersível em Óleo

EC EC - Concentrado Emulsionável PA PA - Pasta

ED ED - Líquido Eletro Aplicável PB PB - Isca em Disco

EG EG - Grânulos Emulsionáveis PC PC - Gel ou Pasta Concentrada

EO EO - Emulsão Água em Óleo PR PR - Bastonete Vegetal


ES - Emulsão para Tratamento de
ES RB RB - Isca
Sementes
EW EW - Emulsão Óleo em Água SB SB - Isca em Pedaços

FD FD - Fumigante em Lata SC SC - Suspensão Concentrada

FF FF - Fumigante em Pastilhas SE SE - Suspo-Emulsão

FG FG - Granulado Fino SG SG - Granulado Solúvel

FK FK - Fumigante em Vela SL SL - Concentrado Solúvel

FP FP - Fumigante em Cartucho SO SO - Óleo para Pulverização

FR FR - Fumigante em Bastões SP SP - Pó Solúvel


FS - Suspenção Concentrada p/ Trat. SS - Pó Solúvel para Tratamento de
FS SS
Sementes Sementes
FT FT - Fumigante em Tablete ST ST - Tabletes Solúveis

FU FU - Fumigante SU SU - Suspensão Ultra Baixo Volume

FW FW - Fumigante em Grânulos TB TB - Tabletes

GA GA - Gás TC TC - Ativo de Grau Técnico

GB GB - Isca Granulada TK TK - Técnico Concentrado

GE GE - Gerador de gás UL UL - Ultra Baixo Volume


GF - Gel para tratamento de
GF VP VP - Evaporável
Sementes
GG GG - Macro Granulado WG WG - Granulado Dispersível

GL GL - Gel Emulsionável WP WP - Pó Molhável


WS - Pó Dispersível p/ Tratamento
GP GP - Pó Fino WS
de Sementes
XX XX - Outras

18 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


6. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA

Os agrotóxicos apresentam no rótulo e na bula uma faixa que, de acordo com a cor, indica a
classe toxicológica, ou seja, o grau de toxicidade que cada produto oferece ao ser humano.

CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA

7. CONHEÇA A CLASSIFICAÇÃO DO POTENCIAL DE PERICULOSIDADE


AMBIENTAL

O rótulo e a bula do produto contêm também a classificação do potencial de periculosidade


ambiental, que está dividida em quatro classes. Na bula constam orientações para cada
uma das classes de risco.

CLASSE GRAU

CLASSE I ALTAMENTE PERIGOSO

CLASSE II MUITO PERIGOSO

CLASSE III PERIGOSO

CLASSE IV POUCO PERIGOSO

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 19


8. CONHEÇA SOBRE OS PICTOGRAMAS

São figuras localizadas na parte inferior dos rótulos, bulas e caixas coletivas. Os pictogramas
apresentam as seguintes orientações:

9. CONHEÇA O PERÍODO DE CARÊNCIA OU INTERVALO DE SEGURANÇA

É o número de dias que deve ser respeitado entre a última aplicação do produto e a colheita,
de forma que o produto colhido esteja com resíduos dentro dos níveis de tolerância para o
consumo humano. O período de carência varia de acordo com o produto e com a cultura a
ser aplicada.

Atenção!!!

Ao fazer a aplicação verifique na Bula o Período de Carência para planejar a


colheita.

20 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


10. CONHEÇA O PERÍODO DE REENTRADA

É o tempo que deve ser respeitado entre a aplicação e a entrada de pessoas na área tratada
sem o uso do Equipamento de Proteção Individual - EPI. O período de reentrada varia de
acordo com o produto.

Atenção!!!

Ao fazer a aplicação verifique na Bula o Período de reentrada, sinalizando a área


tratada com uma placa.

11. CONHEÇA AS FORMAS DE DOSAGENS

A dosagem do produto a ser usado pode ser apresentada na bula de duas formas:

Exemplo:

Dosagem em quantidade por área (hectare)


L/ha litro por hectare
ml/ha mililitro por hectare
kg/ha quilo por hectare
g/ha grama por hectare

Dosagem em quantidade de produto por volume (100 litros de água)


L/100 L d’água litro por 100 litros d’água
ml/100 L d’água mililitro por 100 litros d’água
kg/100 L d’água quilo por 100 litros d’água
g/100 L d’água grama por 100 litros d’água

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 21


A quantidade de produto (dosagem) pode se referir tanto ao produto comercial (pc) como
ao ingrediente ativo (ia).

12. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO

É a quantidade de calda (agrotóxico + água) que deve ser pulverizada por área ou por planta.
É expresso na bula em forma de um intervalo numérico.

O volume de pulverização varia de acordo com:

• Produto a ser aplicado;

• Alvo desejado;

• Tipo de equipamento;

• Arquitetura da planta;

• Condições climáticas.

Exemplo:

• 100 a 200 L/ha (litros por hectare)

• 5 a 10 L/planta (litros por planta)

Atenção!!!

Para definir o volume de pulverização consulte um profissional habilitado.

13. CONHEÇA AS INFORMAÇÕES RELATIVAS À PROTEÇÃO HUMANA E


AMBIENTAL

Além das informações citadas, o rótulo e a bula trazem informações relativas à proteção
humana e ambiental, como a recomendação do EPI, primeiros socorros, antídotos e
tratamento, contraindicações, efeitos agudos e crônicos, instruções em caso de acidentes,
destinação final de embalagens, entre outras.

Além do rótulo e da bula, essas e outras informações também são obtidas no receituário
agronômico, na nota fiscal, na ficha emergência e na ficha de informação de segurança do
produto químico – FISPQ.

22 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


IV. CONHECER AS FORMAS DE EXPOSIÇÃO E
CONTAMINAÇÃO

A prevenção é a maneira correta de evitar acidentes e doenças no trabalho. Para isso o


trabalhador deve conhecer as formas de exposição e contaminação pelo agrotóxico para a
sua proteção e a das demais pessoas envolvidas.

1. CONHEÇA AS FORMAS DE EXPOSIÇÃO AO PRODUTO

Segundo a Norma Regulamentadora 31 do Ministério do Trabalho e Emprego são


considerados:

• “Trabalhadores em exposição direta, os que manipulam os agrotóxicos, adjuvantes e


produtos afins, em qualquer uma das etapas de armazenamento, transporte, preparo,
aplicação, descarte, e descontaminação de equipamentos e vestimentas”;

• “Trabalhadores em exposição indireta, os que não manipulam diretamente os agrotóxicos,


adjuvantes e produtos afins, mas circulam e desempenham suas atividades de trabalho em
áreas vizinhas aos locais onde se faz a manipulação dos agrotóxicos em qualquer uma das
etapas de armazenamento, transporte, preparo, aplicação e descarte, e descontaminação
de equipamentos e vestimentas, e ou ainda os que desempenham atividades de trabalho
em áreas recém-tratadas”.

2. IDENTIFIQUE AS VIAS DE EXPOSIÇÃO E CONTAMINAÇÃO HUMANA

As vias de exposição são identificadas conforme a forma de contato do agrotóxico com


qualquer parte do organismo humano – pele, boca, nariz e olhos. Em todas as vias de
exposição pode haver a contaminação do trabalhador.

2.1. Identifique a via dérmica (pele)

É a penetração do produto pela pele. É a mais frequente e ocorre não somente pelo contato
direto com os agrotóxicos, mas também pelo uso de roupas contaminadas ou pela exposição
contínua à névoa do produto, formada no momento da aplicação.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 23


Precaução!!!

1. Em dias quentes do ano, os cuidados precisarão ser redobrados, pois, devido à


transpiração do corpo, a absorção pela pele aumenta.

2. Recomenda-se que pessoas com ferimentos evitem manipular agrotóxicos por se


constituir em portas de entradas do produto.

2.2. Identifique a via oral (boca)

É a penetração do produto pela boca. Pode se dar por meio da ação de fumar, comer, beber
ou levar as mãos à boca durante a manipulação dos agrotóxicos sem os devidos cuidados
de higienização. A exposição às névoas tóxicas, sem o devido EPI, também pode contaminar
o trabalhador pela via oral.

Precaução!!!

1. Faça a correta higienização antes de comer ou beber.

2. O uso incorreto do respirador também pode levar à contaminação via oral.

2.3. Identifique a via respiratória (nariz e boca)

É a penetração do produto pelo nariz ou pela boca. Apesar da via respiratória possuir uma
pequena área em relação à via dérmica, a capacidade de absorção é muito maior, podendo
atingir diretamente a corrente sanguínea.

24 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Precaução!!!

Use sempre respirador específico durante a manipulação do produto.

2.4. Identifique a via ocular (olhos)

É a penetração do produto pelos olhos. Pode se dar por meio do contato da superfície dos
olhos com névoas, pós, fumaças, gases e respingos.

Precaução!!!

Utilize óculos de proteção ou viseira facial conforme o tipo de manipulação.

3. IDENTIFIQUE O RISCO DE INTOXICAÇÃO

O risco de intoxicação é a probabilidade de o agrotóxico causar efeito prejudicial à saúde


do trabalhador. Depende da toxicidade (classe toxicológica) e da exposição do trabalhador
(uso do Equipamento de Proteção Individual - EPI).

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 25


V. CONHECER SOBRE A UTILIZAÇÃO DO
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Na manipulação com agrotóxicos, o trabalhador está exposto a agentes químicos e por isso
o uso seguro exige a utilização correta do Equipamento de Proteção Individual - EPI. Assim
haverá redução da exposição, preservando a saúde do trabalhador e diminuindo o risco de
contaminação.

Além da Bula e do Rótulo, o Receituário Agronômico também indica os componentes do EPI


adequados para a manipulação do agrotóxico.

Precaução!!!

O trabalhador deve sempre utilizar o EPI indicado.

1. CONHEÇA A FINALIDADE DOS EPI

A finalidade de cada componente do EPI é evitar contato direto do trabalhador com o


agrotóxico durante as etapas de manipulação.

A utilização de cada um dos componentes do EPI está em função do ambiente de trabalho,


do tipo de exposição, da toxicidade do produto e da forma de aplicação. Logo o EPI deve ser
adquirido para atender às necessidades e particularidades de cada etapa de manipulação.

Precaução!!!

Cada trabalhador deve ter seu próprio EPI.

26 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


2. CONHEÇA OS COMPONENTES DO EPI

Ao conhecer cada um dos componentes do EPI o trabalhador poderá diminuir o risco


de intoxicação, uma vez que entenderá o limite de proteção de cada EPI em relação ao
agrotóxico.

2.1. Conheça os EPIs para a proteção da via dérmica (pele)

A via dérmica corresponde à maior área de exposição do corpo humano, requerendo assim
vários componentes de EPI para a sua proteção.

2.1.1. Conheça o jaleco e a calça

O jaleco e a calça protegem o corpo do trabalhador de névoas e respingos dos agrotóxicos;


entretanto, não protegem em casos de exposições acentuadas, tais como vazamentos ou
jatos dirigidos.

Devem ser de material tratado para tornar-se hidrorrepelente.

Dependendo da operação a calça deve receber reforço adicional nas pernas com material
impermeável (perneira), para aumentar a proteção. Deve ser vestida sobre a roupa comum
(bermuda e camisa de algodão) para maior conforto e para permitir a retirada em locais
abertos. Os cordões da calça e do jaleco devem estar bem ajustados e guardados para
dentro da roupa.

Precaução!!!

1. O trabalhador deve estar atento quanto ao número de lavagens do conjunto


jaleco e calça (indicado pelo fabricante).

2. Todo EPI danificado deve ser imediatamente descartado e substituído por um


novo.

3. O trabalhador deve fazer uma vistoria nos EPI testando-os antes de utilizá-los.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 27


2.1.2. Conheça a touca árabe ou capuz acoplado

Protege o couro cabeludo, orelhas e o pescoço contra respingos da pulverização e do sol.


Deve ser de material tratado para tornar-se hidrorrepelente. Alguns fabricantes de EPI
incorporaram a touca árabe ao jaleco em forma de capuz acoplado.

2.1.3. Conheça as luvas

As luvas protegem as mãos, que é a parte do corpo humano com maior risco de exposição.
As mais recomendadas são de borracha nitrílica ou neoprene, materiais que podem ser
utilizados com qualquer tipo de formulação.

Atenção!!!

Recomenda-se o tamanho adequado para maior conforto e segurança.

2.1.4. Conheça as botas impermeáveis

As botas devem ser impermeáveis, de


preferência de PVC, brancas e usadas com
meia de algodão. A barra da calça deve ficar
por fora do cano da bota, para a calda não
escorrer para os pés.

28 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


2.1.5. Conheça o avental

Protege o corpo do trabalhador frontalmente ou nas costas, conforme a operação executada.


Deve ser de material impermeável e de fácil fixação aos ombros. O comprimento deve ser
até a altura da perneira de proteção da calça.

Deve ser usado frontalmente, sobre o jaleco, no preparo da calda, abastecimento de tanques,
manutenção de equipamentos, ou na aplicação com pulverizador estacionário, visando
proteger o trabalhador contra respingos e também na operação de conferência ou inspeção
em equipamentos de aplicação.

Deve ser usado nas costas, sobre o jaleco, durante a pulverização com equipamentos de
aplicação costal, visando proteger o trabalhador contra vazamentos.

2.2. Conheça os EPIs para proteção da via ocular (olhos)

O olho humano é muito suscetível ao agrotóxico, que pode ser absorvido pela vascularização
dos olhos, levando aquele a outros órgãos.

Além dos olhos, alguns EPIs protegem toda a face.

2.2.1. Conheça os óculos de segurança

Os óculos são utilizados para proteger os olhos das gotas ou névoas de pulverização. Deve
ser de material impermeável e com boa visibilidade para não distorcer a imagem.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 29


Precaução!!!

A utilização contínua de óculos com lentes sujas, trincadas ou com imagens


distorcidas poderá provocar danos à visão.

2.2.2. Conheça a viseira facial

A viseira facial é utilizada para proteger os olhos e o rosto das gotas ou névoas de pulverização.
Deve ser de material com maior transparência possível e ser forrada com esponja na testa
para impedir o contato com o rosto do trabalhador, evitando o embaçamento e permitindo o
uso simultâneo do respirador.

Precaução!!!

Casos em que o respirador não possibilite o uso da viseira, esta poderá ser
substituída por óculos de proteção.

2.3. Conheça os EPIs para a proteção das vias respiratórias (nariz e boca)

A via respiratória é considerada uma via de ampla absorção pois, uma vez inalado, o
agrotóxico (agente contaminante) vai direto para os pulmões e daí para a corrente sanguínea.
Por isso a necessidade do trabalhador ser protegido da inalação de vapores, gases, névoas,
fumaças e poeiras.

Os equipamentos de proteção das vias respiratórias podem ser divididos em respiradores


(máscara) e filtros (cartucho).

2.3.1. Conheça os tipos de respiradores

Existem basicamente dois grupos de respiradores:

• Respiradores que filtram o ar no ambiente do trabalho e que são chamados de purificadores


de ar, divididos em: peça semifacial sem manutenção, semifacial reutilizável e peça facial
inteira;

• Respiradores que recebem o ar de uma fonte externa ao ambiente de trabalho.

30 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


a) Respirador semifacial sem manutenção ou descartável

Este respirador é conjugado com material filtrante e é utilizado na proteção contra a inalação
de partículas, gases ou vapores, dependendo do contaminante e do material de confecção.
Para os gases e vapores, o respirador deverá ser confeccionado com carvão ativado ou outro
adsorvente. Possuem vida útil relativamente curta, dispensam manutenção e são conhecidos
pela sigla PFF (Peça Facial Filtrante).

Precaução!!!

1. O respirador deve ser ajustado no rosto para uma boa vedação.

2. O respirador deverá ser descartado quando o trabalhador estiver sentindo cheiro


ou gosto do contaminante, ou quando dificultar a respiração ou ainda quando
estiver deformado.

b) Respirador semifacial reutilizável

Este respirador é composto por uma peça feita de borracha, silicone ou outro elastômero
e a purificação do ar é feita através da colocação de filtros e ou cartuchos para partículas,
gases ou vapores. Nesse caso o material filtrante (filtro) não é conjugado com o respirador,
podendo ser retirado para substituição.

Precaução!!!

1. O respirador deve ser ajustado no rosto para uma boa vedação.

2. O respirador deverá ser trocado quando o trabalhador estiver sentindo cheiro ou


gosto do contaminante, ou ainda quando dificultar a respiração.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 31


c) Respirador de peça facial inteira

A peça facial inteira protege o sistema respiratório e os olhos. É recomendado para ambientes
com concentrações mais altas de contaminantes do que o respirador semifacial.

Precaução!!!

O respirador deve ser ajustado no rosto para uma boa vedação.

d) Respirador com suprimento de ar

Este equipamento possui suprimento de ar comprimido em cilindro com oxigênio, que é


conduzido até o respirador.

Certos tipos de respiradores com suprimento de ar protegem contra deficiência de oxigênio,


concentrações muito elevadas de poeiras, fumos, névoas, gases e vapores, onde os
respiradores purificadores de ar não podem ser utilizados.

2.3.2. Conheça os tipos de filtros

De acordo com a NBR 12543/1999 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),


filtro é a parte do equipamento de proteção respiratória (respirador) com a capacidade de
purificar o ar inalado.

32 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


A mesma Norma define o que é um filtro químico, mecânico e combinado.
• Filtro químico é destinado a reter gases • Filtro mecânico é destinado a reter as
e vapores específicos do ar; partículas em suspensão no ar;

• Filtro combinado é formado por filtro mecânico e químico.

Classificação dos filtros quanto à capacidade de retenção:

FILTRO QUÍMICO

Classe 1 Indicado para gases e vapores com baixas concentrações.


Classe 2 Indicado para gases e vapores com médias concentrações.
Classe 3 Indicado para gases e vapores com altas concentrações.

FILTRO MECÂNICO
Indicado para poeiras vegetais e poeiras minerais. Possuem
Classe P1
pequena capacidade de proteção.
Indicado para névoas de pesticidas com baixa concentração
Classe P2
de vapor e fumos tóxicos.
Indicado para aerodispersoides, incluindo tóxicos. Possui
Classe P3
elevada capacidade de retenção.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 33


Precaução!!!

Para a escolha do equipamento de proteção respiratória procure a orientação de um


profissional.

2.3.3. Escolha o tipo de respirador

A escolha do tipo adequado de respirador deve levar em consideração alguns aspectos como:

• Agente contaminante: mecânico, químico ou ambos;

• Estado físico do contaminante (poeira, fumo, gás, névoa e vapor);

• Limite de tolerância do EPI;

• Formulação do agrotóxico;

• Ambiente de trabalho: aberto ou fechado;

• Tempo de uso: temporário ou constante.

2.3.4. Saiba como colocar e retirar o respirador

Para utilizar o respirador o trabalhador deverá seguir as recomendações:

a) Coloque o respirador no rosto e posicione o elástico superior sobre a cabeça;

b) Encaixe os elásticos inferiores (de baixo), ligando as presilhas atrás do pescoço;

34 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


c) Puxe as extremidades dos elásticos superiores, e depois os inferiores, para fazer o ajuste
do respirador ao rosto;

d) Verifique a vedação com pressão positiva: Coloque a palma da mão sobre a válvula de
exalação e assopre suavemente várias vezes. A peça facial deverá se expandir suavemente
sem ocorrer vazamento;

e) Verifique a vedação com pressão negativa: Coloque as mãos sobre os cartuchos e/ou
filtros e inale profundamente várias vezes. A peça facial deverá comprimir levemente
contra o rosto sem ocorrer vazamento.

Precaução!!!

Esteja barbeado, para melhor vedação.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 35


2.3.5. Faça a manutenção do respirador

Os respiradores necessitam de revisão periódica e alguns aspectos devem ser observados:


a) Observe o prazo de validade na b) Verifique o estado de conservação das
embalagem ou no filtro; válvulas de entrada e saída do ar;

c) Verifique se há deformação do corpo d) Higienize o respirador após a utilização,


da máscara e faça a troca quando a conforme recomendação do fabricante;
deformação impedir a boa vedação com
a face;

e) Troque o filtro mecânico quando o trabalhador sentir dificuldade em inalar;

f) Troque o filtro químico quando o trabalhador estiver sentindo o cheiro do contaminante;

g) Guarde o respirador higienizado em saco plástico bem vedado.

36 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3. SAIBA COMO VESTIR E RETIRAR CORRETAMENTE O EPI

Para vestir o EPI este deve estar descontaminado e pronto para a utilização. Recomenda-se
que o trabalhador utilize uma camiseta de algodão e uma bermuda por baixo do EPI.

Precaução!!!

É proibido o uso de roupas pessoais na aplicação de agrotóxicos.

Após a manipulação, normalmente, a superfície externa do EPI está contaminada. Para isso
deve-se retirar o EPI evitando o contato do corpo do trabalhador com as áreas contaminadas.
Por isso recomenda-se que se lavem muito bem as luvas ainda vestidas e seja seguida a
sequência sugerida.

VESTIR RETIRAR

1. Calça 1. Boné árabe


2. Jaleco 2. Viseira facial
3. Botas 3. Avental
4. Avental 4. Jaleco
5. Respirador 5. Botas
6. Viseira facial 6. Calça
7. Boné árabe 7. Luvas
8. Luvas 8. Respirador
Precaução!!!

1. O trabalhador deve estar barbeado ao utilizar o respirador para melhor vedação.

2. A barra da calça deve ficar sempre sobre o cano da bota.

3. A bota deve ser de cor branca para maior conforto térmico.

4. Ao retirar as luvas deve-se evitar o contato com as suas partes externas.

4. ENTENDA COMO FAZER A DESCONTAMINAÇÃO E A MANUTENÇÃO DO EPI

A descontaminação e a manutenção do EPI só poderão ser realizadas por pessoas treinadas,


seguindo as recomendações do fabricante do EPI.

Precaução!!!

A descontaminação do EPI deve ser realizada logo após a sua utilização,


deixando-o pronto para ser reutilizado.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 37


4.1. Saiba os procedimentos para lavar as vestimentas de proteção

• Lave o EPI separadamente da roupa comum;

• Enxágue com bastante água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de
pulverização;

• Lave as vestimentas de forma cuidadosa, somente com água e sabão neutro. Em seguida,
enxágue bem as peças para remover todo sabão;

• Lave as vestimentas sem esfregá-las;

38 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Alerta ecológico!!!

A água utilizada para a lavagem do EPI deverá ser coletada e distribuída num local
apropriado, evitando contaminar poços, rios, córregos e quaisquer outras coleções
de água.

• Depois de enxaguadas, as vestimentas devem ser secas à sombra;

• Guarde o EPI num local apropriado, separado da roupa comum, para evitar contaminação;

Precaução!!!

As vestimentas não devem ser guardadas dentro de casa e nem junto com os
agrotóxicos.

• Lave e rasgue as vestimentas antes de descartá-las, para que outras pessoas não a
utilizem.

Precaução!!!

1. O trabalhador deve ser orientado para realizar a lavagem dos E.P.I. de forma
adequada.

2. Ao realizar a lavagem (E.P.I.), sempre, utilizar os equipamentos de proteção


individual adequado para este procedimento.

3. Somente use máquinas de lavar ou secar, quando houver recomendações do


fabricante.

4. Use apenas vestimentas descontaminadas.

4.2. Saiba os procedimentos para a limpeza e manutenção dos acessórios de proteção

• Enxágue com água abundante, após cada uso, as botas, as luvas, a viseira e o avental;

• Limpe o respirador conforme orientação do fabricante e guarde-o em saco plástico limpo


e em local seco;

• Faça a revisão periódica e substitua os equipamentos danificados.


Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 39
Alerta ecológico!!!

A limpeza do EPI deverá ser num local apropriado, evitando contaminar poços, rios,
córregos e quaisquer outras coleções de água.

5. ENTENDA SOBRE A HIGIENIZAÇÃO DO APLICADOR

A higiene pessoal é de grande importância nos cuidados com saúde do trabalhador. Durante
e após as aplicações de agrotóxicos deve-se evitar comer, beber ou fumar. Também, evite
tocar em qualquer parte do corpo com as luvas contaminadas.

Recomendações de hábitos de higiene:

• Lave bem as mãos e o rosto antes de comer, beber ou fumar;

• Após a aplicação, tome banho com água e sabonete, lavando bem o couro cabeludo,
axilas, unhas e regiões genitais;

• Use sempre roupas limpas;

• Mantenha sempre a barba bem feita e unhas bem cortadas.

6. CONHEÇA SOBRE A CERTIFICAÇÃO DO EPI

Os EPI devem ser testados e aprovados pela


autoridade competente para comprovar sua
eficácia. O Ministério do Trabalho e Emprego atesta
a qualidade dos EPIs disponíveis no mercado por
meio da emissão do Certificado de Aprovação (CA).
O fornecimento e a comercialização de EPI sem
o CA é considerado crime e tanto o comerciante
quanto o fornecedor ficam sujeitos às penalidades
previstas em lei.

O Equipamento de Proteção Individual deve ser


adequado aos riscos e mantido em perfeito estado
de conservação e de funcionamento.

40 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


VI. CONHECER OS PROCEDIMENTOS NA
AQUISIÇÃO, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
O produtor ou responsável pela aquisição, transporte e armazenamento do agrotóxico deve
estar ciente dos procedimentos que envolvem cada uma dessas etapas.

A Coordenadoria de Defesa Agropecuária - CDA publicou por meio da Portaria CDA-16/18,


que estabelece a obrigatoriedade de uso do Sistema Gestão de Defesa Animal e Vegetal
- GEDAVE para registro da comercialização, monitoramento da utilização e devolução das
embalagens vazias de agrotóxicos e afins de uso agrícola no Estado de São Paulo.

O regulamento tem por finalidade facilitar o controle e a fiscalização desses produtos por
meio do monitoramento eletrônico de todo o seu fluxo ao longo da cadeia produtiva, devendo
cada ator, dentro de sua competência, registrar a venda, o uso, o receituário e as demais
movimentações dos agrotóxicos. Para tanto, estabelece a obrigatoriedade de cadastro no
Sistema GEDAVE de: pessoas físicas e jurídicas, propriedades, atividades produtivas – AP,
atividades consolidadoras – AC e unidades de consolidação – UC, bem como de determinados
documentos que se fizerem necessários.

Atenção!!!

Antes, deverá ser feito primeiro um Pré-cadastro das pessoas físicas, jurídicas e
propriedades, no endereço eletrônico: http://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/.

A ativação do cadastro das pessoas físicas e jurídicas e das propriedades deverá ser feito por
meio do comparecimento pessoal ao Escritório de Defesa Agropecuária – EDA da respectiva
região do seu município.

Resumo Geral do controle informatizado das operações comerciais de agrotóxicos.


Empresas fabricantes,
formuladoras, manipuladoras,
importadoras e exportadoras
Registro produção e venda

Distribuidor

Registro a venda ao
comerciante

Comerciantes
Profissional habilitado para Empresas prestadoras de
emissão do Receituário Registro da venda ao usuário serviços na aplicação de
Agronômico ou profissional habilitado agrotóxicos
Registra o Receituário Registra o Receituário
Agronômico Produtor Rural Agronômico

Cadastro da propriedade, AP,


UP e UC

Unidade de Recebimento de
Embalagens Vazias
Emite comprovante de
recebimento da embalagem e
registra a ação no GEDAVE Fonte: Portaria CDA-16/18.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 41


É válido ressaltar que as responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados
à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização,
transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins,
não cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem ao:

Profissional: quando comprovada receita errada, displicente ou indevida;

Usuário ou ao prestador de serviços: quando proceder em desacordo com o receituário


ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais;

Comerciante: quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em desacordo com a


receita ou recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais;

Registrante: que, por dolo ou culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas;

Produtor: quando produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do


registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda, ou não der destinação
às embalagens vazias em conformidade com a legislação pertinente;

Empregador: quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados
à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e
aplicação dos produtos.

Para conhecer o sistema GEDAVE acesse o site:

https://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/

Atenção!!!

O descumprimento às exigências estabelecidas sujeitará o infrator às respectivas


penalidades, que variam desde advertência à reclusão, por até quatro anos,
conforme disposto na Lei nº 7.802/89, regulamentada pelo Decreto 4.074/02, e na Lei
nº 6.437/77.

1. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS NA AQUISIÇÃO

A aquisição do produto precisa ser feita especificamente para cada cultura, sob a orientação
de um profissional habilitado que, após fazer uma avaliação dos problemas da lavoura,
emitirá um receituário agronômico para aquisição do agrotóxico.

42 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Atenção!!!

Cabe ao usuário seguir as orientações contidas no receituário agronômico.

Procedimentos no momento da compra:

• Compre em distribuidor de confiança, pois existem produtos falsificados ou contrabandeados;

Reconhecendo produtos Reconhecendo produtos


FALSIFICADOS CONTRABANDEADOS
Erros de ortografia; Rótulo escrito em outro idioma;
Normalmente embalagens plásticas,
Sem registro no MAPA (indicado no
metalizadas, de papel, em pequenas
rótulo do produto);
quantidades (em geral de 10 g a 200 g);
Sem registro no Ministério da
Embalagem sem lacre, rótulo ou
Agricultura, Pecuária e Abastecimento -
bula;
MAPA (indicado no rótulo do produto);
Embalagem cuja data de validade
Produto sem nota fiscal;
impressa borra facilmente.
Preço abaixo do mercado.

• Compre o produto com a receita agronômica e guarde uma via;

• Exija e guarde a nota fiscal. Ela é necessária no transporte, para a comprovação da


aquisição e para a devolução das embalagens vazias;

• Certifique-se de que a quantidade do produto comprada será suficiente para tratar a área
desejada, evitando comprar em excesso;

• Examine o prazo de validade dos produtos adquiridos;

• Verifique se as embalagens estão em bom estado;

• Verifique se as informações de rótulo e bula estão legíveis;

• Aproveite para comprar os equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos;

• Certifique-se de que o revendedor informou o local onde as embalagens vazias devem


ser devolvidas. Este endereço deve estar na nota fiscal de compra (obrigatório).

Atenção!!!

1. Ao adquirir o agrotóxico, observe na embalagem o prazo para o vencimento do


agrotóxico.

2. Em qualquer situação suspeita de produtos falsificados ou contrabandiados,


denuncie: 0800 940 7030.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 43


2. CONHEÇA OS ASPECTOS DE SEGURANÇA NO TRANSPORTE

O transporte de agrotóxico exige medidas de prevenção para diminuir os riscos de acidentes


e cumprir a legislação de transporte de produtos perigosos.

Atenção!!!

O desrespeito às normas vigentes de transporte pode gerar multas para quem


vende e para quem transporta o agrotóxico.

2.1. Conheça as regras básicas para o transporte de agrotóxicos

• O veículo a ser utilizado deve possuir carroceria (camionete) ou ter separação completa
entre compartimento de carga e cabine (furgão);

• O veículo deve estar em perfeitas condições de uso;

• É vedado o transporte de agrotóxicos dentro da cabine do veículo ou junto com pessoas,


animais, alimentos, bebidas, rações ou medicamentos;

• Verifique se o acondicionamento do agrotóxico na carroceria do veículo é seguro;

• Observe se as embalagens estão em perfeito estado de conservação ao transportá-las;

• Verifique se a carga está até a altura da carroceria;

• Transporte os agrotóxicos sempre com a nota fiscal do produto, o envelope de emergência


e a ficha de emergência;

• Verifique se a altura do empilhamento das embalagens está em conformidade com as


orientações do fabricante do agrotóxico.

Atenção!!!

O expedidor e o transportador são responsáveis pelo transporte.

Precaução!!!

Mantenha no veículo um EPI específico para o caso de vazamento de produtos.

44 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


2.2. Atente para a quantidade de produto e suas exigências para o transporte

Quando a quantidade de produto estiver acima do limite de isenção, o transportador deverá


atentar para as exigências adicionais, de acordo com o quadro abaixo:

LIMITES DE ISENÇÃO EXIGÊNCIAS

• Veículo tipo camionete ou furgão


• Grupo I = até 20 kg ou 20 L
• Nota fiscal do produto
• Grupo II e III = até 333 kg ou 333 L
• Envelope e ficha de emergência

• Veículo tipo camionete, furgão ou caminhão


• Nota fiscal do produto
• Envelope e ficha de emergência
• Grupo I = acima de 20 kg ou 20 L • Motorista com habilitação especial
• Grupo II e III = acima de 333 kg • Veículo deverá portar rótulos de riscos e painéis de
ou 333 L segurança
• EPIs (equipamentos de proteção individual)
• Kit de emergência (cones e placas de sinalização,
lanterna, pá, ferramentas, etc.)

A informação sobre o grupo de embalagem do agrotóxico (I, II, III) é identificada na ficha de
emergência e no rótulo da embalagem secundária.

Caso a quantidade de agrotóxicos adquirida


estiver acima dos limites de isenção, o
comprador deverá providenciar que o
transporte seja realizado por transportador
habilitado, devidamente instruído para
cumprir a legislação e as normas sobre
transporte de cargas perigosas.

Maiores informações sobre transporte


de agrotóxicos deverão ser obtidos na
Resolução 420/04 da Agência Nacional de
Transportes Terrestres ou junto à revenda
dos agrotóxicos.

Alerta ecológico!!!

Em caso de acidentes com veículo transportando agrotóxicos, deve-se tomar


medidas para evitar que eventuais vazamentos atinjam mananciais de água,
culturas, pessoas, animais, instalações, etc., verificando as instruções na ficha de
emergência e avisando as autoridades competentes imediatamente.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 45


3. CONHEÇA OS ASPECTOS DE SEGURANÇA NO ARMAZENAMENTO

O armazenamento de agrotóxicos nas propriedades rurais, mesmo em pequenas quantidades,


deve ser feito em local adequado, observando a legislação vigente, inclusive obedecendo às
normas municipais aplicáveis, como a edificação e localização do local de armazenamento.

3.1. Conheça as recomendações para a edificação de armazenamento

O local de armazenamento dos agrotóxicos deve atender às legislações pertinentes, sendo


alguns requisitos básicos:

• Estar situado a mais de 30m das habitações e locais onde são conservados ou consumidos
alimentos, bebidas, medicamentos ou outros materiais, e de fontes de água;

• Ter paredes de alvenaria ou material que não propicie a propagação de chamas;

• Ter boa ventilação e boa iluminação;

• Ter piso cimentado, possibilitando a limpeza e a descontaminação;

• Ser protegido (cercado), a fim de que não permita o acesso de animais;

• Ter telhado resistente e sem goteiras;

• Ser identificado por placas ou cartazes


com símbolos de “perigo, não se
aproxime”;

• Se o agrotóxico for guardado em um


galpão de máquinas, a área deve ser
isolada com paredes e mantida fechada
com chave.

Atenção!!!

O local de armazenagem deve ser exclusivo para agrotóxicos, adjuvantes e


produtos afins.

3.2. Conheça os procedimentos para armazenamento de agrotóxicos

Algumas informações sobre os procedimentos básicos para armazenamento devem ser


conhecidas para uma estocagem correta e segura. A bula e rótulo também trazem informações
sobre armazenamento.

• Os produtos devem estar armazenados de forma organizada, separados por classe e


tipo de embalagem;

46 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


• Neste mesmo local não devem ser armazenados alimentos, bebidas, rações de animais,
medicamentos e sementes;

• Evite contato direto da embalagem do agrotóxico com o piso e com paredes;

• Os estoques de produtos devem ser mantidos em quantidades para uso em curto prazo
(no máximo para uma safra);

• As sobras de produtos devem ser armazenadas nas embalagens originais, com a tampa,
evitando vazamentos;
Precaução!!!

Os produtos devem ser sempre mantidos em suas embalagens originais.

• O local deverá permanecer trancado e com acesso restrito aos trabalhadores devidamente
capacitados a manusear os referidos produtos;

• O local deve possuir material e equipamento para descontaminação (areia, vassoura, pá


e recipiente para coleta de resíduos);

• Se utilizado um galpão de máquinas, a área de armazenamento deve ser isolada com


parede, com saída independente e porta mantida fechada à chave;

• Quando construído parede-parede com outras instalações a separação não pode possuir
elementos vazados e a ventilação deve comunicar-se exclusivamente com o exterior.

Atenção!!!

Para quantidades até 100 L ou 100 Kg admite-se o uso de armário exclusivo e


trancado, material que não propicie a propagação de chamas e abrigado fora de
residências, alojamentos para pessoas ou animais, escritórios, ou ambientes que
contenham alimentos e rações

• As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação para evitar curto-
circuito e incêndios, devendo passar por inspeções periódicas;

• Nunca armazenar sobras em embalagens sem tampa, com vazamentos ou sem


identificação;

• Embalagens rompidas devem receber sobrecapa, preferencialmente de plástico


transparente, para evitar o vazamento do produto;

• Os produtos devem ser mantidos nas embalagens originais. Se houver a remoção parcial
do conteúdo, a embalagem deve ser fechada novamente.

Precaução!!!

Em caso de acidente ou vazamento use o EPI.

Atenção!!!

Para maiores informações sobre transporte e armazenamento consulte os manuais


da ANDEF sobre o assunto.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 47
VII. CONHECER OS CUIDADOS NO PREPARO
DE CALDA E NA APLICAÇÃO

Dentre as etapas de manipulação do agrotóxico, o preparo de calda e sua aplicação são


momentos em que o produtor deve ter atenção redobrada.

1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DE CALDA

A calda é formada pelo agrotóxico diluído em água ou outro diluente na dosagem prescrita
na bula ou no receituário agronômico.

O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o produtor está
manuseando o produto concentrado.

Precaução!!!

No preparo da calda, sempre utilize EPI completo com avental na parte da frente.

Alguns agrotóxicos possuem formulações que exigem fazer a pré-mistura. A pré-mistura


consiste em diluir o produto num recipiente com uma pequena quantidade de água, o qual,
após bem misturado, será despejado no tanque do pulverizador.

No preparo da calda, desde que recomendado pelo fabricante do agrotóxico, podem ser
adicionados os produtos adjuvantes. Estes possuem funções específicas e os mais comuns
são: espalhantes, adesivos, antiespumante, reguladores de ph, solubilizantes, penetrantes
etc.

Atenção!!!

Leia o rótulo, a bula e a receita agronômica antes de iniciar o procedimento no


preparo da calda.

Algumas recomendações são importantes no momento do preparo da calda:

• Prepare a calda o mais próximo da área que vai ser tratada;

48 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


• Utilize EPI completo, inclusive o avental;

• Substitua imediatamente as vestimentas em caso de contaminação;

• Manuseie os produtos ao ar livre, longe de crianças, animais e pessoas desprotegidas;

• É vedado beber, comer ou fumar durante o preparo da calda, pois pode causar intoxicação;

• Prepare somente a quantidade de calda necessária a ser consumida na jornada de trabalho;

• Esteja sempre acompanhado por uma pessoa no momento do preparo da calda;

• Evite inalação, respingo e contato com os produtos;

• Utilize sempre água limpa e de boa qualidade química para preparar a calda;

• Abra a embalagem com cuidado para evitar derramamento do produto;

• Utilize balanças, copos graduados e baldes específicos para o preparo da calda;

Precaução!!!

Esses utensílios (balanças, copos graduados e baldes) devem ser utilizados


somente para essas atividades.

• Lave os utensílios e seque-os ao sol após o preparo da calda;

• Mantenha a sobra do produto em sua embalagem original;

• Faça a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão logo após seu esvaziamento, caso a
embalagem seja lavável;

• Guarde as embalagens vazias no depósito de armazenamento específico;

• É proibida a utilização das embalagens vazias para outro fim.

Alerta ecológico!!!

A calda deve ser preparada longe de córregos, nascente e outras fontes de água.

2. CONHEÇA OS CUIDADOS NA APLICAÇÃO

A qualidade da aplicação dos agrotóxicos na lavoura está sujeita a fatores que se interagem,
os quais o aplicador deverá conhecer e analisar para então fazer a tomada de decisão,
obtendo assim o melhor resultado no controle, na segurança do aplicador e na preservação
do meio ambiente.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 49


Os fatores envolvidos na aplicação são: o agrotóxico, o alvo, o equipamento, o momento
e o ambiente. Qualquer um destes fatores que for ignorado durante a aplicação poderá
comprometer a segurança e o resultado do trabalho.

2.1. Conheça os cuidados relativos ao agrotóxico

Algumas características relacionadas ao agrotóxico devem ser conhecidas a fim de que o


aplicador possa realizar a aplicação com eficiência e segurança.

• Conheça o nome comercial do agrotóxico usado;

• Conheça a classe do agrotóxico quanto à finalidade;

• Verifique a classificação toxicológica;

• Verifique o período de reentrada;

• Verifique o período de carência ou intervalo de segurança;

• Verifique o EPI a ser utilizado;

• Conheça as medidas a serem adotadas em caso de intoxicação;

• Evite ou minimize a deriva e a evaporação por meio do uso de adjuvantes.

2.2. Conheça os cuidados relativos ao alvo

O alvo é a espécie de praga, doença ou planta daninha a ser controlada. O conhecimento


detalhado do alvo é importante para definir o produto, o tipo de pulverizador e o momento
para a aplicação.

• Observe as características gerais da área e da localização;

• Identifique o tipo de aplicação a ser feita;

50 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


• Verifique a dosagem do agrotóxico;

• Verifique o volume de pulverização;

• Fique atento às condições climáticas.

2.3. Conheça os cuidados relativos ao pulverizador

O equipamento de pulverização é responsável pela transformação do líquido (calda) em gotas


que deverão ser depositadas sobre o alvo desejado com tamanho e densidade adequados.

Por meio da regulagem e da calibragem do pulverizador se obtêm a qualidade e a quantidade


a ser aplicada.

O pulverizador deve ser mantido em boas condições de uso, respeitando sempre as


indicações dos fabricantes quanto à condição de operação e de manutenção (lubrificação,
reposição de peças gastas, revisões periódicas, etc.).

• Faça a inspeção geral do pulverizador como: descontaminação do reservatório, lavagem


dos filtros, limpeza das pontas e possíveis vazamentos;

• Evite ou minimize a deriva e a evaporação por meio do ajuste da pressão ou da escolha


da ponta de pulverização;

• Utilize uma escova apropriada caso o bico entupa ou jato de ar comprimido em sentido
contrário ao fluxo de calda;

• Procure trabalhar na direção do vento.

Precaução!!!

A manutenção, limpeza e utilização dos equipamentos só poderão ser realizadas


por pessoas treinadas e com EPI apropriado à operação.

2.4. Conheça os cuidados relativos ao momento da aplicação

O momento da aplicação é a ocasião correta em que o agrotóxico deverá ser aplicado e é


definido em função do método de controle do produto, que pode ser preventivo ou curativo,
do estágio de desenvolvimento da planta, do intervalo de aplicação e dos conceitos do
manejo integrado em relação ao nível de dano econômico.

Somente por meio de observações cuidadosas e periódicas dos fatores citados acima é que
poderá ser determinado o momento exato a ser aplicado o agrotóxico, de forma a se obter
um melhor controle das pragas, doenças e plantas daninhas, além de se evitar aplicações
desnecessárias.

• Planeje os intervalos de aplicação;

• Verifique o nível de dano econômico;

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 51


• Anote a data e a hora da aplicação.

2.5. Conheça os cuidados relativos ao ambiente

Os fenômenos climáticos como o vento, a temperatura e a umidade relativa do ar podem


interferir na eficácia da aplicação, pois agem de forma a haver perdas das gotas por
evaporação e deriva.

A eficácia da aplicação do agrotóxico está em colocar a quantidade correta de produto no


alvo, para que este exerça sua ação de forma segura, sem riscos ao meio ambiente e à
saúde humana.

• Atente para o tipo de ponta a ser utilizado;

• Anote a data e a hora da aplicação;

• Respeite a distância segura de rios, lagos, nascentes, represas e áreas residenciais;

• Aplique nas horas mais frescas do dia;

• Evite aplicar com chuva;

• Verifique a previsão do tempo antes da aplicação e fique atento às mudanças;

• Afaste animais e pessoas não autorizadas e desprotegidas durante e após a aplicação;

• Sinalize a área tratada de acordo com o período de reentrada.

As condições meteorológicas preferenciais para a aplicação dos agrotóxicos são:

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS LIMITANTES

Velocidade do vento Entre 3 e 12 km/h


Mínima: 50%
Umidade relativa do ar Ideal: 70% a 90%
Máxima: 95%
Mínima: 10ºC
Temperatura Ideal: 20ºC a 30ºC
Máxima: 35ºC

Atenção!!!

A ausência de vento (vento zero) pode influenciar negativamente no resultado das


aplicações, pois diminui a deposição das gotas no alvo.

Alerta ecológico!!!

A aplicação deve ser feita nas horas mais frescas do dia, na ausência de chuvas e
de ventos fortes, diminuindo o risco de contaminação ambiental.

52 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


VIII. CONHECER OS PROCEDIMENTOS PARA
DEVOLUÇÃO DE EMBALAGENS VAZIAS

A destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos está prevista na Lei 7.802/89, com
redação dada pela Lei 9.974/00 e Decreto 4.074/02, que distribui responsabilidades ao
usuário, ao revendedor, ao fabricante e ao poder público, com o objetivo de preservação do
meio ambiente e da saúde humana.

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), criado em dezembro


de 2001, é uma entidade sem fins lucrativos voltada a promover a correta destinação das
embalagens vazias de agrotóxicos em todo o Brasil.

1. CONHEÇA A RESPONSABILIDADE DOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE


DEVOLUÇÃO

Na atribuição das responsabilidades aos envolvidos no processo, cabem algumas obrigações


a serem seguidas para cumprimento da Lei.

1.1. Conheça a responsabilidade do usuário (produtor)

O usuário (produtor) é responsável pela entrega das embalagens vazias de agrotóxicos à


unidade de recebimento, observando os seguintes passos:

a) Preparar as embalagens vazias para devolvê-las nas unidades de recebimento;

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 53


b) Armazenar, temporariamente, as embalagens vazias na propriedade;

c) Transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas tampas, para a


unidade de recebimento que constar na nota fiscal de compra do produto, no prazo de
até um ano, contado da data de sua compra;

d) Manter em seu poder os comprovantes de entrega das embalagens e a nota fiscal de


compra do produto.

1.2. Conheça a responsabilidade do revendedor

O revendedor é responsável por construir e gerenciar a unidade de recebimento de


embalagens vazias de agrotóxicos nas regiões onde realiza suas vendas ou associar-se a
uma unidade de recebimento e processamento de embalagens vazias mais próxima.

a) No ato da venda do produto, informar aos usuários (produtores) sobre os procedimentos


de lavagem, acondicionamento, armazenamento, transporte e devolução das embalagens
vazias;

b) Informar o endereço da unidade de recebimento de embalagens vazias mais próxima para


o usuário, fazendo constar esta informação na Nota Fiscal de venda do produto;

c) Fazer constar nos receituários que emitirem as informações sobre destino final das
embalagens;

d) Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos


de controle e estímulo à devolução das embalagens vazias por parte dos usuários.

54 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.3. Conheça a responsabilidade do fabricante

O fabricante é responsável por recolher as embalagens devolvidas na unidade de recebimento,


transportando-as para empresas recicladoras ou incineradoras.

1.4. Conheça a responsabilidade do poder público

Ao Poder Público cabe implementar programas educativos para estímulo à lavagem e


devolução das embalagens vazias por parte dos usuários. Também é responsável por
fiscalização e licenciamento ambiental.

2. CONHEÇA OS TIPOS DE EMBALAGENS

As embalagens de agrotóxicos são classificadas em dois grandes grupos: laváveis e não


laváveis.

2.1. Conheça as embalagens laváveis

As embalagens laváveis são rígidas e servem para acondicionar formulações líquidas para
serem diluídas em água.

2.2. Conheça as embalagens não laváveis

As embalagens não laváveis são as flexíveis, as secundárias e as rígidas que não utilizam
água como veículo de pulverização.

• Embalagens flexíveis: são aquelas


que entram em contato direto com o
agrotóxico e não podem ser lavadas. São
normalmente feitas de material flexível,
como sacos plásticos, sacos de papel,
sacos metalizados ou mistos.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 55


• Embalagens secundárias: são as • Embalagens rígidas não laváveis: são
embalagens que não entram em contato as que não utilizam água como veículo
direto com os agrotóxicos, como caixas de pulverização, como as embalagens de
secundárias de papelão usadas para produtos para tratamento de sementes
transportar outras embalagens. ou de produtos armazenados.

3. CONHEÇA O PREPARO DAS EMBALAGENS PARA DEVOLUÇÃO

As embalagens devem ser preparadas para a devolução de acordo com o seu tipo, logo
após o seu esvaziamento.

Atenção!!!

As embalagens não devolvidas ou não preparadas adequadamente para devolução


poderão gerar multa para o usuário, além de enquadrá-lo na Lei nº 9.605/98 de
Crimes Ambientais.

3.1. Conheça o preparo das embalagens não laváveis

a) Embalagens flexíveis: devem ser esvaziadas completamente na ocasião do uso e


guardadas dentro de um saco plástico padronizado, fechado e identificado, que pode ser
adquirido junto ao revendedor do agrotóxico.

56 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


b) Embalagens secundárias: podem ser utilizadas para acondicionar as embalagens rígidas
e devem ser armazenadas separadamente das embalagens contaminadas.

c) Embalagens rígidas não laváveis: devem ser tampadas e acondicionadas de preferência


na própria caixa de embarque e não devem ser perfuradas. As tampas, quando não
rosqueadas, devem ser colocadas dentro do saco plástico padronizado fechado e
identificado.

3.2. Conheça o preparo das embalagens laváveis

A destinação final correta das embalagens laváveis rígidas vazias de agrotóxicos contribui
para a preservação da saúde humana e do meio ambiente, além de possibilitar maior
aproveitamento do agrotóxico.

A lavagem das embalagens vazias é fundamental para redução dos resíduos internos,
além de ser o primeiro passo para a destinação final, viabilizando a reciclagem do material,
reduzindo significativamente os riscos para a saúde das pessoas e para o meio ambiente.

As embalagens laváveis, depois de esvaziadas, devem ser submetidas à tríplice lavagem


ou à lavagem sob pressão.

3.2.1. Conheça a tríplice lavagem

A tríplice lavagem deve ser realizada apenas com embalagens rígidas laváveis, logo no
momento de seu esvaziamento.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 57
Esse processo também assegura o total aproveitamento do conteúdo da embalagem, uma
vez que a calda resultante da lavagem é reaproveitada ao ser despejada novamente no
tanque do pulverizador.

A finalidade da tríplice lavagem é eliminar o máximo possível de resíduos existentes na


embalagem internamente.

O procedimento para fazer a tríplice lavagem está ilustrado na sequência:

a) Esvazie completamente o conteúdo da b) Adicione água limpa à embalagem até ¼


embalagem no tanque do pulverizador; do seu volume;

c) Tampe bem a embalagem e agite-a por d) Despeje a água de lavagem no tanque


30 segundos; do pulverizador;

e) Repita os itens “b”, “c” e “d” por mais duas vezes;

58 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


f) Inutilize a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo;

g) Armazene em local apropriado até o momento da devolução.

Atenção!!!

Realize a tríplice lavagem imediatamente após o esvaziamento da embalagem.

Alerta ecológico!!!

A tríplice lavagem deve ser realizada longe de córregos, nascentes e outras fontes
de água.

3.2.2. Conheça a lavagem sob pressão

O processo de lavagem sob pressão deve ser realizado logo após o esvaziamento das
embalagens e consiste na descontaminação total ou parcial das embalagens utilizando um
jato de pressão de água ou calda.

A lavagem sob pressão é realizada em alguns modelos de pulverizadores, que possuem


um kit de incorporação de agrotóxicos e descontaminação de embalagens, ou em unidades
de preparo de calda pronta.

O procedimento da lavagem sob pressão segue os seguintes passos:

a) Encaixe a embalagem no local apropriado do dispositivo de lavagem;

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 59


b) Acione o jato de água por 30 segundos;

c) Direcione o jato de água por todas as paredes internas da embalagem;

d) Transfira a água de lavagem para o interior do tanque de calda;

e) Inutilize a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo;

Precaução!!!

Cuidado ao perfurar a embalagem vazia.

f) Armazene em local apropriado até o momento da devolução.

Atenção!!!

Realize a lavagem sob pressão imediatamente após o esvaziamento da embalagem.

60 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Alguns pulverizadores não possuem um tanque de água para limpeza. A lavagem sob pressão
é feita com a calda já preparada no tanque. Nesse caso, faz-se o mesmo processo, porém
no final deve ser feito o enxágue manual com água limpa, como na terceira etapa da tríplice
lavagem.

Precaução!!!

Ao realizar a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão, utilize os EPIs adequados.

4. ENTENDA COMO GUARDAR AS EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS

Após o preparo das embalagens vazias, estas devem ser armazenadas obedecendo as
seguintes recomendações:

• Local trancado;

• Protegido da chuva;

• Piso cimentado;

• Boa ventilação;

• Sinalizado com placas;

• As embalagens devem estar separadas de alimentos ou rações;

• Separar as embalagens laváveis das não laváveis;

• As embalagens deverão ser armazenadas com suas respectivas tampas e rótulos e,


preferencialmente, dentro da caixa de papelão original (caixa de embarque).

O local pode ser o próprio depósito das embalagens cheias. Neste caso, as embalagens
vazias devem ficar separadas das cheias.

As embalagens vazias podem permanecer armazenadas temporariamente na propriedade


até que seja reunida quantidade suficiente para serem levadas à unidade de recebimento.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 61


5. SAIBA QUANDO, COMO E ONDE DEVOLVER AS EMBALAGENS VAZIAS

É necessário que o usuário saiba quais os procedimentos para realizar a devolução das
embalagens vazias de agrotóxicos.

5.1. Saiba quando devolver as embalagens vazias

O usuário tem o prazo de até 1 ano (contado após a compra dos agrotóxicos) para devolver
todas as embalagens vazias junto com as tampas e rótulos na unidade de recebimento
indicada na nota fiscal de compra do agrotóxico.

No caso de ocorrer sobra de agrotóxico na embalagem após 1 ano da compra, esta poderá
ser devolvida até 6 meses após a data de validade do agrotóxico.

Caso exista produto na embalagem após mais de 6 meses do vencimento, contate o fabricante
para a destinação adequada.

Atenção!!!

Adquira apenas a quantidade de agrotóxico necessária.

5.2. Saiba como devolver as embalagens vazias

O veículo recomendado para a devolução das embalagens vazias deve ser do tipo camionete,
com as embalagens cobertas e amarradas à carroceria do veículo.

Nunca transportar embalagens junto com pessoas, animais, medicamentos ou ração animal
e nem dentro da cabine.

As embalagens vazias laváveis estão isentas das exigências legais e técnicas para o
transporte de produtos perigosos, porém é recomendável emitir uma nota de produtor para
efeitos de fiscalização de trânsito.

As embalagens vazias não laváveis devem ser transportadas, obedecendo às normas da


legislação de transporte de produtos perigosos.

5.3. Saiba onde devolver as embalagens vazias

Existem diversas Unidades de Recebimento (posto ou central) espalhadas em todo território


nacional que têm a função de receber e classificar as embalagens. O endereço da Unidade
mais próxima está indicado no verso da nota fiscal de compra.

62 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


A nota fiscal assinada ou o comprovante de entrega emitido pela unidade recebedora devem
ser guardados junto com a documentação de compra e receita agronômica.

O site do INPEV (www.inpev.org.br) possui maiores informações sobre a devolução das


embalagens vazias de agrotóxicos, como endereços das unidades de recebimento, da coleta
itinerante, do agendamento eletrônico para devolução, etc..

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 63


IX. CONHECER SOBRE PRIMEIROS ­S OCORROS

Os primeiros socorros referem-se aos


cuidados que devem ser realizados nas
vítimas, por pessoas treinadas para tal
procedimento. As recomendações básicas
estão indicadas nos rótulos e bulas.

Os procedimentos de primeiros socorros a


serem adotados dependerão da forma de
contaminação da vítima.

Precaução!!!

1. Todo agrotóxico possui obrigatoriamente informações sobre primeiros socorros


no rótulo e na bula do produto.

2. O socorrista deverá estar protegido com EPI.

3. O trabalhador que apresentar sintomas de intoxicação deve ser imediatamente


afastado das atividades e transportado para atendimento médico, juntamente com
as informações contidas nos rótulos e bulas dos agrotóxicos aos quais tenha sido
exposto.

1. CONHEÇA OS TIPOS DE INTOXICAÇÃO

A exposição do trabalhador aos agrotóxicos é prejudicial ao organismo humano.

A ação tóxica causada pelo agrotóxico absorvido pelo organismo do trabalhador se manifesta
quando o nível da substância atinge certos limites, e permanece enquanto esse nível não
for reduzido, o que permite identificar três formas mais comuns de intoxicação: aguda,
subaguda e crônica.

1.1. Conheça a intoxicação aguda

Ocorre quando há exposição ao agrotóxico, por um período curto de tempo. Nesse caso, os
sinais ou sintomas manifestam-se em até 24 horas.

1.2. Conheça a intoxicação subaguda

Ocorre quando há exposição pequena ou moderada repetidamente ao agrotóxico. Os sinais


ou sintomas são confundidos com outros corriqueiros como dor de cabeça, fraqueza, perda
de apetite, insônia, etc.

64 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.3. Conheça a intoxicação crônica

Ocorre quando há exposição constante a pequenas quantidades de agrotóxicos, por um


período longo de tempo. Nesse caso, os sinais ou sintomas podem surgir meses ou anos
após a exposição.

Os principais sinais e sintomas de intoxicação dependem da forma de exposição.

Precaução!!!

1. Os sinais ou sintomas de intoxicação estão descritos na bula.

2. Em caso de suspeita de intoxicação procure atendimento médico imediato.

2. CONHEÇA ALGUNS SINAIS E SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO

O importante é perceber os sinais e os sintomas de intoxicação. Sinal é aquilo que pode ser
percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do trabalhador, os sintomas são
aquilo que só o trabalhador consegue perceber.

2.1. Conheça alguns sinais e sintomas por contato com a via dérmica (pele)

• Irritação (pele seca e rachada);

• Mudança de coloração da pele (áreas amareladas ou avermelhadas);

• Ferimentos e rachaduras;

• Formigamento, amortecimento ou hipersensibilidade;

• Descamação (pele escamosa ou com aspecto de sarna).

2.2. Conheça alguns sinais e sintomas por contato com a via ocular (olhos)

• Irritação;

• Olhos avermelhados;

• Visão embaçada;

• Perda parcial ou total da visão.

2.3. Conheça alguns sinais e sintomas por inalação pela via respiratória (nariz e boca)

• Irritação no nariz;

• Tosse;
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 65
• Rouquidão;

• Respiração difícil;

• Dores no peito;

• Falta de ar;

• Congestionamento das vias respiratórias.

2.4. Conheça alguns sinais e sintomas por ingestão pela via oral (boca)

• Dor de cabeça;

• Irritação da boca e garganta;

• Sudorese aumentada;

• Cólicas abdominais;

• Náuseas;

• Diarreia;

• Salivação;

• Boca seca;

• Vômito;

• Convulsão ou ataque;

• Fraqueza e câimbra.

Precaução!!!

1. Toda pessoa com suspeita de intoxicação deve receber atendimento médico


imediato. Nunca esperar os sintomas intensificarem-se.

2. Levar para o atendimento médico as informações sobre o agrotóxico.

3. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

Os primeiros socorros, ou socorros básicos de urgência, ocorrem fora do ambiente hospitalar


e devem ser realizados por pessoa treinada, a fim de evitar agravamento do quadro de
intoxicação.

66 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3.1. Conheça os procedimentos de primeiros socorros da via dérmica

• Retire imediatamente as roupas contaminadas;

• Remova o produto com água corrente;

• Lave com água corrente e com sabão neutro as partes expostas, evitando esfregar com
força para não causar irritações;

• Seque a pessoa num pano limpo e coloque roupas descontaminadas.

Precaução!!!

Se uma grande superfície do corpo for contaminada, a lavagem por ducha é mais
indicada.

3.2. Conheça os procedimentos de primeiros socorros da via respiratória

• Leve imediatamente a pessoa para local fresco e ventilado;

• Afrouxe as roupas para facilitar a passagem do ar;

• Retire as roupas, se elas estiverem contaminadas.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 67


3.3. Conheça os procedimentos de primeiros socorros da via ocular

• Realize a lavagem dos olhos com água corrente e limpa, de acordo com instruções
contidas no rótulo e bula;

• Ao lavar o olho contaminado, cuide para que a água não atinja o outro.

Precaução!!!

Evite jato forte de água corrente diretamente nos olhos.

3.4. Conheça os procedimentos de primeiros socorros da via oral

Consulte a Bula ou o Rótulo do produto para saber se deve ser provocado o vômito ou qual
procedimento a ser adotado;

• Quando o vômito for recomendado siga as instruções do rótulo, bula ou receita agronômica;

• Quando o vômito não for recomendado, procure atendimentos médicos imediatos, levando
a bula ou o rótulo do produto;

• Estando a vítima inconsciente, não dê líquidos nem provoque vômito.

Precaução!!!

Não dê leite para a vítima.

68 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta cartilha teve o propósito de mostrar ao produtor que manuseia agrotóxicos a importância
na preservação da sua saúde, dos conceitos técnicos e práticos sobre segurança na aplicação,
permitindo-lhe que realize o trabalho com eficiência e reduzindo riscos de contaminação.

As exigências legais são cada vez maiores com a saúde e segurança do trabalhador, com o
meio ambiente e com a produção de alimentos saudáveis. Sendo assim, faz-se necessário
um contínuo aprimoramento e atualização de conhecimentos dos envolvidos em todas as
etapas do processo no uso de agrotóxicos.

O trabalhador deverá sempre consultar o Receituário Agronômico, a Bula, o Rótulo, a Ficha


de Informação de Segurança do Produto Químico e outras fontes, a fim de obter dados e
informações específicas para o correto uso e manuseio do agrotóxico.

Quanto maior o conhecimento sobre a atividade que está sendo realizada, maiores serão
os resultados obtidos.

A capacitação proporciona conhecimento sobre a segurança, preservação dos recursos


naturais, melhora na capacidade de operação, além de promover o crescimento pessoal e
qualidade de vida.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 69


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Boas Práticas Agrícolas no


Campo. São Paulo, 2012.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Boas Práticas no


Uso de EPIs. São Paulo, 2013.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Boas Práticas de


Aplicação de Produtos Fitossanitários. São Paulo, [s.n.], 2012.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Tecnologia de


Aplicação. São Paulo, [s.n.], 2013.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Armazenamento


de Produtos Fitossanitários. São Paulo, 2013

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Transporte de


Produtos Fitossantários. São Paulo, 2013

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Destinação final das


embalagens vazias de agrotóxicos. Disponível em: <http://www.agrobyte.com.br/
embalagens.htm>. Acesso em: 24 jul. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉNICAS – ABNT - NBR 12543/1999 –


Equipamentos de Proteção Respiratória – Terminologia. Rio de Janeiro, 45 p.

BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito brasileiro.


Diário Oficial União, Brasília, DF, 24 set. 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Leis/L9503.htm>. Acesso em: 01 mar. 2017.

INPEV. Manejo das embalagens vazias no campo. Disponível em: <http://www.inpev.org.


br/logistica-reversa/manejo-das-embalagens-vazias-no-campo> Acesso em: 27 fev. 2017.

SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO. São Paulo, 2018. Defesa


Agropecuária apresenta o sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal. Disponível
em: < https://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/> Acesso em: 24 jul. 2018.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Agrotóxicos: Uso correto e seguro.


Brasília: SENAR, 2012. 68 p. (coleção SENAR 156)

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Aplicação de agrotóxicos com


pulverizadores autopropelidos. Brasília: SENAR, 2016. 196 p. (coleção SENAR 170)

SOARES, J. C. M.; PADOVAN, L. A.; CANÔNICO, M. F. Aplicação de Agrotóxicos com


Pulverizador de Barras. São Paulo: SENAR, 2012. 78 p.il color.; 30 cm.

ZAMBOLIM L.; PICANÇO M. C.; SILVA A. A.; O que os Engenheiros Agrônomos Devem
Saber Para Orientar o Uso de Produtos Fitossanitários. ANDEF, Associação Nacional
de Defesa Vegetal. – 4.a ed. Viçosa: UFV, 2014, 564p.

70 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SENAR-AR/SP
Rua Barão de Itapetininga, 224
CEP: 01042-907 - São Paulo/SP
www.faespsenar.com.br

Você também pode gostar