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AGROTÓXICOS:
USO CORRETO E
SEGURO EM REGIME
DE ECONOMIA
FAMILIAR
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024
AGROTÓXICOS:
USO CORRETO E SEGURO
EM REGIME DE ECONOMIA
FAMILIAR
SENAR-AR/SP
São Paulo - 2018
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jarbas Mendes da Silva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
AUTORES
Solymar Ghizzi Bentos - Engenheiro Agrônomo/Pedagogo
Júlio Cezar Marques Soares - Engenheiro Agrônomo
Luiz Atílio Padovan - Engenheiro Agrônomo
Bibliografia
ISBN 978-85-7125-004-8
CDD 632.95
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................9
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 70
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
A sociedade está cada vez mais se preocupando com a qualidade e a origem dos alimentos.
Além disso, as questões relacionadas com o meio ambiente, o uso responsável dos recursos
naturais e o bem-estar do trabalhador são cada vez mais cobradas pelo mercado consumidor.
A agricultura familiar é responsável pela produção da maioria dos alimentos que chegam à
mesa das famílias brasileiras.
O uso de agrotóxicos é uma operação que pode ocorrer várias vezes durante o ciclo de
uma cultura, além de ser um dos itens de grande impacto no custo da lavoura. Esses fatos,
junto com a questão de eficiência e segurança, determinam a necessidade da capacitação
das pessoas envolvidas nesse processo, que devem atualizar-se constantemente.
Essa cartilha aborda o uso correto e seguro de agrotóxicos e produtos afins para
trabalhadores em regime de economia familiar, trazendo informações sobre a segurança
nas etapas de aquisição, transporte, armazenamento, preparo de calda, aplicação, limpeza
dos equipamentos, devolução das embalagens vazias, uso do EPI e primeiros socorros.
A preservação da saúde não traz vantagem maior a não ser aos próprios trabalhadores.
Os riscos no trabalho rural são inerentes à atividade, assim o trabalhador deve estar capacitado
no uso dos equipamentos para minimizar estes riscos e assim diminuir os acidentes.
Os agentes de risco físico são: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e
não-ionizantes, vibração, etc.
São agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, protozoários, entre
outros.
Os riscos de acidentes são provocados por fatores que colocam o trabalhador em situação
vulnerável e podem afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico, como as
máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, curto-circuito, armazenamento e iluminação inadequados, animais peçonhentos,
uso de ferramentas inadequadas ou defeituosas, etc.
Cada tipo de risco é identificado por uma cor, o que facilita a sinalização, contribuindo para
a segurança do trabalhador.
GRUPO 01 GRUPO 02 GRUPO 03 GRUPO 04 GRUPO 05
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
RISCO
RISCO FÍSICO RISCO QUÍMICO RISCO ERGONÔMICO RISCO DE ACIDENTES
BIOLÓGICO
Ruído Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado
No ambiente laboral o trabalhador está exposto a diversos fatores de riscos que podem
ocasionar acidentes ou doenças de trabalho.
É aquela que pode ser adquirida ou desencadeada pelas condições inadequadas em que o
trabalho é realizado e que expõe o trabalhador aos agentes nocivos à saúde.
Precaução!!!
Há milhares de anos o homem busca meios de combater as pragas que atacam as lavouras.
Com a explosão do aumento populacional que teve início no século XIX, as pesquisas para
descobertas de novos insumos agrícolas intensificaram-se por todo o mundo e, a partir do
pós-guerra (1945), a fabricação e o uso dos agrotóxicos propagaram-se pelos continentes
com a finalidade de propiciar o aumento da produção agrícola.
Os agrotóxicos têm a finalidade de controlar pragas, doenças e plantas daninhas que causam
danos às lavouras. Podem ser usados de maneira preventiva ou curativa quando a infestação
atingir o nível de dano econômico.
Uma vez que o agrotóxico deve exercer sua função sobre o agente causal que se deseja
controlar, é importante que este seja conhecido.
• Plantas daninhas: são aquelas que concorrem com a cultura principal, provocando queda
na produção.
Os principais métodos de controle de pragas, doenças e plantas daninhas são divididos em:
O modelo ideal de controle é aquele que utiliza de forma conjunta os diversos métodos
apresentados, comumente chamados de Manejo Integrado.
As informações contidas nos rótulos e nas bulas orientam sobre o uso correto e seguro
dos agrotóxicos durante todas as etapas de manipulação, como a identificação do produto,
dosagem, além de dados relativos à proteção humana e do meio ambiente.
O ingrediente ativo é a substância que deverá exercer o efeito de controle. Alguns produtos
podem possuir mais de um ingrediente ativo na sua composição. Há no mercado nomes
comerciais diferentes para um mesmo ingrediente ativo.
O ingrediente inerte são substâncias neutras que servem de veículos para diluir o ingrediente
ativo de modo que o agrotóxico tenha concentração adequada, facilitando sua manipulação
e a dispersão para o melhor desempenho sobre o alvo a ser controlado.
3. CONHEÇA A CONCENTRAÇÃO
Os agrotóxicos são divididos por classes de acordo com os tipos de pragas, doenças e
plantas daninhas a serem controladas:
INSETO INSETICIDA
ÁCARO ACARICIDA
FUNGO FUNGICIDA
NEMATÓIDE NEMATICIDA
Atenção!!!
Observe na bula se o agrotóxico tem registro para a cultura em que será aplicado.
ÍNDICE ÍNDICE
DE DE
DENOMINAÇÕES DENOMINAÇÕES
CÓDIGOS CÓDIGOS
FAO FAO
AE AE - Aerosol GS GS - Graxa
Os agrotóxicos apresentam no rótulo e na bula uma faixa que, de acordo com a cor, indica a
classe toxicológica, ou seja, o grau de toxicidade que cada produto oferece ao ser humano.
CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA
CLASSE GRAU
São figuras localizadas na parte inferior dos rótulos, bulas e caixas coletivas. Os pictogramas
apresentam as seguintes orientações:
É o número de dias que deve ser respeitado entre a última aplicação do produto e a colheita,
de forma que o produto colhido esteja com resíduos dentro dos níveis de tolerância para o
consumo humano. O período de carência varia de acordo com o produto e com a cultura a
ser aplicada.
Atenção!!!
É o tempo que deve ser respeitado entre a aplicação e a entrada de pessoas na área tratada
sem o uso do Equipamento de Proteção Individual - EPI. O período de reentrada varia de
acordo com o produto.
Atenção!!!
A dosagem do produto a ser usado pode ser apresentada na bula de duas formas:
Exemplo:
É a quantidade de calda (agrotóxico + água) que deve ser pulverizada por área ou por planta.
É expresso na bula em forma de um intervalo numérico.
• Alvo desejado;
• Tipo de equipamento;
• Arquitetura da planta;
• Condições climáticas.
Exemplo:
Atenção!!!
Além das informações citadas, o rótulo e a bula trazem informações relativas à proteção
humana e ambiental, como a recomendação do EPI, primeiros socorros, antídotos e
tratamento, contraindicações, efeitos agudos e crônicos, instruções em caso de acidentes,
destinação final de embalagens, entre outras.
Além do rótulo e da bula, essas e outras informações também são obtidas no receituário
agronômico, na nota fiscal, na ficha emergência e na ficha de informação de segurança do
produto químico – FISPQ.
É a penetração do produto pela pele. É a mais frequente e ocorre não somente pelo contato
direto com os agrotóxicos, mas também pelo uso de roupas contaminadas ou pela exposição
contínua à névoa do produto, formada no momento da aplicação.
É a penetração do produto pela boca. Pode se dar por meio da ação de fumar, comer, beber
ou levar as mãos à boca durante a manipulação dos agrotóxicos sem os devidos cuidados
de higienização. A exposição às névoas tóxicas, sem o devido EPI, também pode contaminar
o trabalhador pela via oral.
Precaução!!!
É a penetração do produto pelo nariz ou pela boca. Apesar da via respiratória possuir uma
pequena área em relação à via dérmica, a capacidade de absorção é muito maior, podendo
atingir diretamente a corrente sanguínea.
É a penetração do produto pelos olhos. Pode se dar por meio do contato da superfície dos
olhos com névoas, pós, fumaças, gases e respingos.
Precaução!!!
Na manipulação com agrotóxicos, o trabalhador está exposto a agentes químicos e por isso
o uso seguro exige a utilização correta do Equipamento de Proteção Individual - EPI. Assim
haverá redução da exposição, preservando a saúde do trabalhador e diminuindo o risco de
contaminação.
Precaução!!!
Precaução!!!
A via dérmica corresponde à maior área de exposição do corpo humano, requerendo assim
vários componentes de EPI para a sua proteção.
Dependendo da operação a calça deve receber reforço adicional nas pernas com material
impermeável (perneira), para aumentar a proteção. Deve ser vestida sobre a roupa comum
(bermuda e camisa de algodão) para maior conforto e para permitir a retirada em locais
abertos. Os cordões da calça e do jaleco devem estar bem ajustados e guardados para
dentro da roupa.
Precaução!!!
3. O trabalhador deve fazer uma vistoria nos EPI testando-os antes de utilizá-los.
As luvas protegem as mãos, que é a parte do corpo humano com maior risco de exposição.
As mais recomendadas são de borracha nitrílica ou neoprene, materiais que podem ser
utilizados com qualquer tipo de formulação.
Atenção!!!
Deve ser usado frontalmente, sobre o jaleco, no preparo da calda, abastecimento de tanques,
manutenção de equipamentos, ou na aplicação com pulverizador estacionário, visando
proteger o trabalhador contra respingos e também na operação de conferência ou inspeção
em equipamentos de aplicação.
Deve ser usado nas costas, sobre o jaleco, durante a pulverização com equipamentos de
aplicação costal, visando proteger o trabalhador contra vazamentos.
O olho humano é muito suscetível ao agrotóxico, que pode ser absorvido pela vascularização
dos olhos, levando aquele a outros órgãos.
Os óculos são utilizados para proteger os olhos das gotas ou névoas de pulverização. Deve
ser de material impermeável e com boa visibilidade para não distorcer a imagem.
A viseira facial é utilizada para proteger os olhos e o rosto das gotas ou névoas de pulverização.
Deve ser de material com maior transparência possível e ser forrada com esponja na testa
para impedir o contato com o rosto do trabalhador, evitando o embaçamento e permitindo o
uso simultâneo do respirador.
Precaução!!!
Casos em que o respirador não possibilite o uso da viseira, esta poderá ser
substituída por óculos de proteção.
2.3. Conheça os EPIs para a proteção das vias respiratórias (nariz e boca)
A via respiratória é considerada uma via de ampla absorção pois, uma vez inalado, o
agrotóxico (agente contaminante) vai direto para os pulmões e daí para a corrente sanguínea.
Por isso a necessidade do trabalhador ser protegido da inalação de vapores, gases, névoas,
fumaças e poeiras.
Este respirador é conjugado com material filtrante e é utilizado na proteção contra a inalação
de partículas, gases ou vapores, dependendo do contaminante e do material de confecção.
Para os gases e vapores, o respirador deverá ser confeccionado com carvão ativado ou outro
adsorvente. Possuem vida útil relativamente curta, dispensam manutenção e são conhecidos
pela sigla PFF (Peça Facial Filtrante).
Precaução!!!
Este respirador é composto por uma peça feita de borracha, silicone ou outro elastômero
e a purificação do ar é feita através da colocação de filtros e ou cartuchos para partículas,
gases ou vapores. Nesse caso o material filtrante (filtro) não é conjugado com o respirador,
podendo ser retirado para substituição.
Precaução!!!
A peça facial inteira protege o sistema respiratório e os olhos. É recomendado para ambientes
com concentrações mais altas de contaminantes do que o respirador semifacial.
Precaução!!!
FILTRO QUÍMICO
FILTRO MECÂNICO
Indicado para poeiras vegetais e poeiras minerais. Possuem
Classe P1
pequena capacidade de proteção.
Indicado para névoas de pesticidas com baixa concentração
Classe P2
de vapor e fumos tóxicos.
Indicado para aerodispersoides, incluindo tóxicos. Possui
Classe P3
elevada capacidade de retenção.
A escolha do tipo adequado de respirador deve levar em consideração alguns aspectos como:
• Formulação do agrotóxico;
d) Verifique a vedação com pressão positiva: Coloque a palma da mão sobre a válvula de
exalação e assopre suavemente várias vezes. A peça facial deverá se expandir suavemente
sem ocorrer vazamento;
e) Verifique a vedação com pressão negativa: Coloque as mãos sobre os cartuchos e/ou
filtros e inale profundamente várias vezes. A peça facial deverá comprimir levemente
contra o rosto sem ocorrer vazamento.
Precaução!!!
Para vestir o EPI este deve estar descontaminado e pronto para a utilização. Recomenda-se
que o trabalhador utilize uma camiseta de algodão e uma bermuda por baixo do EPI.
Precaução!!!
Após a manipulação, normalmente, a superfície externa do EPI está contaminada. Para isso
deve-se retirar o EPI evitando o contato do corpo do trabalhador com as áreas contaminadas.
Por isso recomenda-se que se lavem muito bem as luvas ainda vestidas e seja seguida a
sequência sugerida.
VESTIR RETIRAR
Precaução!!!
• Enxágue com bastante água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de
pulverização;
• Lave as vestimentas de forma cuidadosa, somente com água e sabão neutro. Em seguida,
enxágue bem as peças para remover todo sabão;
A água utilizada para a lavagem do EPI deverá ser coletada e distribuída num local
apropriado, evitando contaminar poços, rios, córregos e quaisquer outras coleções
de água.
• Guarde o EPI num local apropriado, separado da roupa comum, para evitar contaminação;
Precaução!!!
As vestimentas não devem ser guardadas dentro de casa e nem junto com os
agrotóxicos.
• Lave e rasgue as vestimentas antes de descartá-las, para que outras pessoas não a
utilizem.
Precaução!!!
1. O trabalhador deve ser orientado para realizar a lavagem dos E.P.I. de forma
adequada.
• Enxágue com água abundante, após cada uso, as botas, as luvas, a viseira e o avental;
A limpeza do EPI deverá ser num local apropriado, evitando contaminar poços, rios,
córregos e quaisquer outras coleções de água.
A higiene pessoal é de grande importância nos cuidados com saúde do trabalhador. Durante
e após as aplicações de agrotóxicos deve-se evitar comer, beber ou fumar. Também, evite
tocar em qualquer parte do corpo com as luvas contaminadas.
• Após a aplicação, tome banho com água e sabonete, lavando bem o couro cabeludo,
axilas, unhas e regiões genitais;
O regulamento tem por finalidade facilitar o controle e a fiscalização desses produtos por
meio do monitoramento eletrônico de todo o seu fluxo ao longo da cadeia produtiva, devendo
cada ator, dentro de sua competência, registrar a venda, o uso, o receituário e as demais
movimentações dos agrotóxicos. Para tanto, estabelece a obrigatoriedade de cadastro no
Sistema GEDAVE de: pessoas físicas e jurídicas, propriedades, atividades produtivas – AP,
atividades consolidadoras – AC e unidades de consolidação – UC, bem como de determinados
documentos que se fizerem necessários.
Atenção!!!
Antes, deverá ser feito primeiro um Pré-cadastro das pessoas físicas, jurídicas e
propriedades, no endereço eletrônico: http://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/.
A ativação do cadastro das pessoas físicas e jurídicas e das propriedades deverá ser feito por
meio do comparecimento pessoal ao Escritório de Defesa Agropecuária – EDA da respectiva
região do seu município.
Distribuidor
Registro a venda ao
comerciante
Comerciantes
Profissional habilitado para Empresas prestadoras de
emissão do Receituário Registro da venda ao usuário serviços na aplicação de
Agronômico ou profissional habilitado agrotóxicos
Registra o Receituário Registra o Receituário
Agronômico Produtor Rural Agronômico
Unidade de Recebimento de
Embalagens Vazias
Emite comprovante de
recebimento da embalagem e
registra a ação no GEDAVE Fonte: Portaria CDA-16/18.
Registrante: que, por dolo ou culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas;
Empregador: quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados
à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e
aplicação dos produtos.
https://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/
Atenção!!!
A aquisição do produto precisa ser feita especificamente para cada cultura, sob a orientação
de um profissional habilitado que, após fazer uma avaliação dos problemas da lavoura,
emitirá um receituário agronômico para aquisição do agrotóxico.
• Certifique-se de que a quantidade do produto comprada será suficiente para tratar a área
desejada, evitando comprar em excesso;
Atenção!!!
Atenção!!!
• O veículo a ser utilizado deve possuir carroceria (camionete) ou ter separação completa
entre compartimento de carga e cabine (furgão);
Atenção!!!
Precaução!!!
A informação sobre o grupo de embalagem do agrotóxico (I, II, III) é identificada na ficha de
emergência e no rótulo da embalagem secundária.
Alerta ecológico!!!
• Estar situado a mais de 30m das habitações e locais onde são conservados ou consumidos
alimentos, bebidas, medicamentos ou outros materiais, e de fontes de água;
Atenção!!!
• Os estoques de produtos devem ser mantidos em quantidades para uso em curto prazo
(no máximo para uma safra);
• As sobras de produtos devem ser armazenadas nas embalagens originais, com a tampa,
evitando vazamentos;
Precaução!!!
• O local deverá permanecer trancado e com acesso restrito aos trabalhadores devidamente
capacitados a manusear os referidos produtos;
• Quando construído parede-parede com outras instalações a separação não pode possuir
elementos vazados e a ventilação deve comunicar-se exclusivamente com o exterior.
Atenção!!!
• As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação para evitar curto-
circuito e incêndios, devendo passar por inspeções periódicas;
• Os produtos devem ser mantidos nas embalagens originais. Se houver a remoção parcial
do conteúdo, a embalagem deve ser fechada novamente.
Precaução!!!
Atenção!!!
A calda é formada pelo agrotóxico diluído em água ou outro diluente na dosagem prescrita
na bula ou no receituário agronômico.
O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o produtor está
manuseando o produto concentrado.
Precaução!!!
No preparo da calda, sempre utilize EPI completo com avental na parte da frente.
No preparo da calda, desde que recomendado pelo fabricante do agrotóxico, podem ser
adicionados os produtos adjuvantes. Estes possuem funções específicas e os mais comuns
são: espalhantes, adesivos, antiespumante, reguladores de ph, solubilizantes, penetrantes
etc.
Atenção!!!
• É vedado beber, comer ou fumar durante o preparo da calda, pois pode causar intoxicação;
• Utilize sempre água limpa e de boa qualidade química para preparar a calda;
Precaução!!!
• Faça a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão logo após seu esvaziamento, caso a
embalagem seja lavável;
Alerta ecológico!!!
A calda deve ser preparada longe de córregos, nascente e outras fontes de água.
A qualidade da aplicação dos agrotóxicos na lavoura está sujeita a fatores que se interagem,
os quais o aplicador deverá conhecer e analisar para então fazer a tomada de decisão,
obtendo assim o melhor resultado no controle, na segurança do aplicador e na preservação
do meio ambiente.
• Utilize uma escova apropriada caso o bico entupa ou jato de ar comprimido em sentido
contrário ao fluxo de calda;
Precaução!!!
Somente por meio de observações cuidadosas e periódicas dos fatores citados acima é que
poderá ser determinado o momento exato a ser aplicado o agrotóxico, de forma a se obter
um melhor controle das pragas, doenças e plantas daninhas, além de se evitar aplicações
desnecessárias.
Atenção!!!
Alerta ecológico!!!
A aplicação deve ser feita nas horas mais frescas do dia, na ausência de chuvas e
de ventos fortes, diminuindo o risco de contaminação ambiental.
A destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos está prevista na Lei 7.802/89, com
redação dada pela Lei 9.974/00 e Decreto 4.074/02, que distribui responsabilidades ao
usuário, ao revendedor, ao fabricante e ao poder público, com o objetivo de preservação do
meio ambiente e da saúde humana.
c) Fazer constar nos receituários que emitirem as informações sobre destino final das
embalagens;
As embalagens laváveis são rígidas e servem para acondicionar formulações líquidas para
serem diluídas em água.
As embalagens não laváveis são as flexíveis, as secundárias e as rígidas que não utilizam
água como veículo de pulverização.
As embalagens devem ser preparadas para a devolução de acordo com o seu tipo, logo
após o seu esvaziamento.
Atenção!!!
A destinação final correta das embalagens laváveis rígidas vazias de agrotóxicos contribui
para a preservação da saúde humana e do meio ambiente, além de possibilitar maior
aproveitamento do agrotóxico.
A lavagem das embalagens vazias é fundamental para redução dos resíduos internos,
além de ser o primeiro passo para a destinação final, viabilizando a reciclagem do material,
reduzindo significativamente os riscos para a saúde das pessoas e para o meio ambiente.
A tríplice lavagem deve ser realizada apenas com embalagens rígidas laváveis, logo no
momento de seu esvaziamento.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 57
Esse processo também assegura o total aproveitamento do conteúdo da embalagem, uma
vez que a calda resultante da lavagem é reaproveitada ao ser despejada novamente no
tanque do pulverizador.
Atenção!!!
Alerta ecológico!!!
A tríplice lavagem deve ser realizada longe de córregos, nascentes e outras fontes
de água.
O processo de lavagem sob pressão deve ser realizado logo após o esvaziamento das
embalagens e consiste na descontaminação total ou parcial das embalagens utilizando um
jato de pressão de água ou calda.
Precaução!!!
Atenção!!!
Precaução!!!
Após o preparo das embalagens vazias, estas devem ser armazenadas obedecendo as
seguintes recomendações:
• Local trancado;
• Protegido da chuva;
• Piso cimentado;
• Boa ventilação;
O local pode ser o próprio depósito das embalagens cheias. Neste caso, as embalagens
vazias devem ficar separadas das cheias.
É necessário que o usuário saiba quais os procedimentos para realizar a devolução das
embalagens vazias de agrotóxicos.
O usuário tem o prazo de até 1 ano (contado após a compra dos agrotóxicos) para devolver
todas as embalagens vazias junto com as tampas e rótulos na unidade de recebimento
indicada na nota fiscal de compra do agrotóxico.
No caso de ocorrer sobra de agrotóxico na embalagem após 1 ano da compra, esta poderá
ser devolvida até 6 meses após a data de validade do agrotóxico.
Caso exista produto na embalagem após mais de 6 meses do vencimento, contate o fabricante
para a destinação adequada.
Atenção!!!
O veículo recomendado para a devolução das embalagens vazias deve ser do tipo camionete,
com as embalagens cobertas e amarradas à carroceria do veículo.
Nunca transportar embalagens junto com pessoas, animais, medicamentos ou ração animal
e nem dentro da cabine.
As embalagens vazias laváveis estão isentas das exigências legais e técnicas para o
transporte de produtos perigosos, porém é recomendável emitir uma nota de produtor para
efeitos de fiscalização de trânsito.
Precaução!!!
A ação tóxica causada pelo agrotóxico absorvido pelo organismo do trabalhador se manifesta
quando o nível da substância atinge certos limites, e permanece enquanto esse nível não
for reduzido, o que permite identificar três formas mais comuns de intoxicação: aguda,
subaguda e crônica.
Ocorre quando há exposição ao agrotóxico, por um período curto de tempo. Nesse caso, os
sinais ou sintomas manifestam-se em até 24 horas.
Precaução!!!
O importante é perceber os sinais e os sintomas de intoxicação. Sinal é aquilo que pode ser
percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do trabalhador, os sintomas são
aquilo que só o trabalhador consegue perceber.
2.1. Conheça alguns sinais e sintomas por contato com a via dérmica (pele)
• Ferimentos e rachaduras;
2.2. Conheça alguns sinais e sintomas por contato com a via ocular (olhos)
• Irritação;
• Olhos avermelhados;
• Visão embaçada;
2.3. Conheça alguns sinais e sintomas por inalação pela via respiratória (nariz e boca)
• Irritação no nariz;
• Tosse;
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 65
• Rouquidão;
• Respiração difícil;
• Dores no peito;
• Falta de ar;
2.4. Conheça alguns sinais e sintomas por ingestão pela via oral (boca)
• Dor de cabeça;
• Sudorese aumentada;
• Cólicas abdominais;
• Náuseas;
• Diarreia;
• Salivação;
• Boca seca;
• Vômito;
• Convulsão ou ataque;
• Fraqueza e câimbra.
Precaução!!!
• Lave com água corrente e com sabão neutro as partes expostas, evitando esfregar com
força para não causar irritações;
Precaução!!!
Se uma grande superfície do corpo for contaminada, a lavagem por ducha é mais
indicada.
• Realize a lavagem dos olhos com água corrente e limpa, de acordo com instruções
contidas no rótulo e bula;
• Ao lavar o olho contaminado, cuide para que a água não atinja o outro.
Precaução!!!
Consulte a Bula ou o Rótulo do produto para saber se deve ser provocado o vômito ou qual
procedimento a ser adotado;
• Quando o vômito for recomendado siga as instruções do rótulo, bula ou receita agronômica;
• Quando o vômito não for recomendado, procure atendimentos médicos imediatos, levando
a bula ou o rótulo do produto;
Precaução!!!
Esta cartilha teve o propósito de mostrar ao produtor que manuseia agrotóxicos a importância
na preservação da sua saúde, dos conceitos técnicos e práticos sobre segurança na aplicação,
permitindo-lhe que realize o trabalho com eficiência e reduzindo riscos de contaminação.
As exigências legais são cada vez maiores com a saúde e segurança do trabalhador, com o
meio ambiente e com a produção de alimentos saudáveis. Sendo assim, faz-se necessário
um contínuo aprimoramento e atualização de conhecimentos dos envolvidos em todas as
etapas do processo no uso de agrotóxicos.
Quanto maior o conhecimento sobre a atividade que está sendo realizada, maiores serão
os resultados obtidos.
ZAMBOLIM L.; PICANÇO M. C.; SILVA A. A.; O que os Engenheiros Agrônomos Devem
Saber Para Orientar o Uso de Produtos Fitossanitários. ANDEF, Associação Nacional
de Defesa Vegetal. – 4.a ed. Viçosa: UFV, 2014, 564p.