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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
APLICAÇÃO COM
PULVERIZADOR COSTAL
DE BAIXO VOLUME
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGROTÓXICOS:
APLICAÇÃO COM
PULVERIZADOR COSTAL DE
BAIXO VOLUME

Júlio Cezar Marques Soares

Solymar Ghizzi Bentos

Luiz Atílio Padovan


SENAR-AR/SP
São Paulo - 2018
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Jarbas Mendes da Silva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Júlio Cezar Marques Soares - Engenheiro Agrônomo
Solymar Ghizzi Bentos - Engenheiro Agrônomo/Pedagogo
Luiz Atílio Padovan - Engenheiro Agrônomo

COLABORADORES
FATEC Shunji Nishimura - Pompeia/SP
Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia - Pompeia/SP
Sindicato Rural de Marília
Sindicato Rural de Pompeia
Zilor - Quatá/SP

REVISÃO GRAMATICAL DIAGRAMAÇÃO


André Pomorski Lorente Thais Junqueira Franco
Diagramadora do SENAR-AR/SP
FOTOS
Amauri Benvindo Maciel

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

Soares, Júlio Cezar Marques


Agrotóxicos: aplicação com pulverizador costal de baixo volume /
Julio Cezar Marques Soares, Solymar Ghizzi Bentos, Luiz Atílio
Padovan. – São Paulo : SENAR/AR-SP, 2018.
46 p. : il. color. ; 30 cm

Bibliografia
ISBN 978-85-7125-003-1

1. Produtos químicos agrícolas – aplicação 2 . Segurança do trabalho


I. Soares, Júlio Cezar Marques II. Bentos, Solymar Ghizzi III. Padovan,
Luiz Atílio IV. Título

CDD 632.95

Elaborado por Carolina Malange Alves - CRB-8/7281

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................................7

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................9

APLICAÇÃO COM PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME........................................................... 10

I. CONHECER OS ASPECTOS LEGAIS E DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DO PULVERIZADOR


COSTAL DE BAIXO VOLUME................................................................................................................. 11
1. CONHEÇA SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR............................................................................... 11
2. CONHEÇA AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO............................................................. 11
3. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO............................................................. 11
4. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL....................................................... 12
5. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO COM PULVERIZADOR COSTAL
MOTORIZADO..................................................................................................................................... 15
6. CONHEÇA A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA................................................................................... 16
7. CONHEÇA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA................... 17
8. CONHEÇA AS NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS..................................................................... 18

II. CONHECER OS TIPOS DE PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME...................................... 19

III. CONHECER OS COMPONENTES DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME..................... 20


1. CONHEÇA AS CINTAS........................................................................................................................ 20
2. CONHEÇA A TAMPA DO TANQUE...................................................................................................... 20
3. CONHEÇA O TANQUE......................................................................................................................... 20
4. CONHEÇA O FILTRO........................................................................................................................... 20
5. CONHEÇA O SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA................................................................ 21
6. CONHEÇA A MANGUEIRA.................................................................................................................. 21
7. CONHEÇA A LANÇA............................................................................................................................ 21
8. CONHEÇA O CABEÇOTE DE PULVERIZAÇÃO................................................................................. 21
9. CONHEÇA O BICO.............................................................................................................................. 22
10. CONHEÇA O DISCO DISPERSOR...................................................................................................... 22

IV. CONHECER O FUNCIONAMENTO DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME................... 23

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V. CONHECER OS PARÂMETROS DA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS................ 24
1. CONHEÇA OS FATORES QUE INTERFEREM NA APLICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS................... 24
2. CONHEÇA A VAZÃO............................................................................................................................ 27
3. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO..................................................................................... 27
4. CONHEÇA A VELOCIDADE................................................................................................................. 27
5. CONHEÇA A FAIXA DE APLICAÇÃO................................................................................................... 28
6. CONHEÇA O TAMANHO DE GOTA..................................................................................................... 28
7. CONHEÇA SOBRE A DERIVA E A EVAPORAÇÃO.............................................................................. 29
8. CONHEÇA A COBERTURA DE APLICAÇÃO...................................................................................... 29
9. CONHEÇA A FÓRMULA PARA CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR................................................. 30

VI. ESCOLHER O BICO DE PULVERIZAÇÃO............................................................................................. 31

VII. FAZER A INSPEÇÃO E A MANUTENÇÃO DO PULVERIZADOR.......................................................... 32


1. FAÇA A INSPEÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME.......................................... 32
2. FAÇA A MANUTENÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME................................... 33

VIII. FAZER A CALIBRAGEM DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME.................................... 34

IX. FAZER A AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO................................................................................................. 36

X. FAZER O PREPARO DA CALDA............................................................................................................. 38


1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DA CALDA...................................................................... 38
2. DETERMINE A QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A SER COLOCADA NO TANQUE DO
PULVERIZADOR.................................................................................................................................. 39
3. Faça o preparo da calda....................................................................................................................... 40

XI. FAZER A APLICAÇÃO............................................................................................................................. 42


1. ATENTE PARA OS CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO................................................................... 42
2. Atente para os cuidados durante a aplicação....................................................................................... 42
3. Atente para os cuidados depois da aplicação...................................................................................... 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................. 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................ 46

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APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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INTRODUÇÃO

Esta cartilha descreve, de forma detalhada e generalizada para diferentes marcas e modelos,
todos os procedimentos necessários para a aplicação de agrotóxicos com pulverizador costal
de baixo volume, levando ao trabalhador as informações técnicas e de segurança para a
correta execução da operação.

Contém informações gerais sobre os tipos, componentes e a inspeção e manutenção do


pulverizador.

Trata também dos aspectos da tecnologia de aplicação e dos parâmetros para a calibragem,
enfatizando-os como itens fundamentais no processo da aprendizagem do trabalhador.

Também são descritos os aspectos legais e de segurança na operação do pulverizador


costal de baixo volume, focando as precauções para a correta execução das operações,
preservando a saúde e a segurança do trabalhador, além de interferir na melhoria da qualidade
e produtividade das pulverizações agrícolas.

O trabalhador deve atuar com segurança, minimizando os riscos pertinentes ao trabalho


rural, sendo assim é indispensável os conhecimentos adquiridos no curso de Agrotóxicos:
Uso correto e seguro – NR 31.8. Os conteúdos desses dois cursos se complementam,
proporcionando benefícios aos produtores, trabalhadores e à sociedade como um todo.

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APLICAÇÃO COM PULVERIZADOR COSTAL DE
BAIXO VOLUME
A aplicação de agrotóxicos consiste na deposição de gotas sobre um alvo desejado com
tamanho e quantidade adequados ao objetivo proposto.

A aplicação é uma operação que pode ocorrer várias vezes durante o ciclo de uma cultura,
além de ser um dos itens de grande impacto no custo da lavoura. Esses fatos, juntamente com
a questão de eficiência, segurança e o cumprimento das exigências legais, desafia o produtor
rural. Por isso, as pessoas envolvidas nesse processo devem atualizar-se constantemente
para acompanhar esse desenvolvimento através de treinamento.

A capacitação do operador possibilita aproveitar todos os recursos que a máquina oferece,


melhorando a qualidade na aplicação, aumentando a produção do trabalho, garantindo
vida útil do equipamento, reduzindo o custo operacional, além de melhorar a segurança do
trabalhador, diminuir a contaminação ambiental e contribuir na produção de alimentos mais
saudáveis.

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I. CONHECER OS ASPECTOS LEGAIS E DE
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DO PULVERIZADOR
COSTAL DE BAIXO VOLUME
Antes do conhecimento do agrotóxico, da máquina e de suas tecnologias, é importante
conhecer os aspectos legais sobre a operação com pulverizadores, como as normas de
segurança, o manual do operador e os cuidados na operação.

1. CONHEÇA SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde é o maior patrimônio do trabalhador e cabe a ele preservá-la, atentando para as


condições do seu trabalho. Ao empregador cabe oferecer todos os meios para que o trabalho
realizado pelo empregado ocorra amparado por todos os recursos possíveis para preservar
a integridade física do trabalhador.

Segundo a Organização das Nações Unidas, “saúde é um estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”

A saúde é o resultado das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente,


trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde, formas de
organização social e de produção.

A preservação da saúde não traz vantagem maior a não ser aos próprios trabalhadores.

2. CONHEÇA AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança é um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes


de trabalho e as doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade
laboral do trabalhador.

O aplicador deve estar capacitado e autorizado para essa atividade. Para isso, deve ser capaz
de compreender as instruções inerentes a sua função, por meio de cursos de formação, e
conhecer as normas de segurança relativas ao trabalho que realiza.

Devido aos riscos de acidentes em que o trabalhador rural está sujeito, foram criadas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego normas de segurança, que visam diminuir os acidentes no
trabalho. Especificamente, no que tange ao assunto de máquinas e implementos agrícolas,
citam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) 06, 12 e 31.

3. CONHEÇA SOBRE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO

No ambiente laboral o trabalhador está exposto a diversos fatores de riscos que podem
ocasionar acidentes ou doenças de trabalho.

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3.1. Conheça o que é acidente de trabalho

No âmbito legal é considerado acidente de trabalho aquele que acontece no exercício do


trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, podendo
causar morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho
(Lei 8.213/91 do INSS).

No conceito prevencionista, ao contrário de se constituir obra do acaso como sugere a palavra


acidente, acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de
desencadeá-los encontram-se presentes na situação de trabalho (passíveis de identificação)
muito tempo antes de serem desencadeados.

As possíveis causas de acidentes de trabalho podem ser agrupadas em duas:

• Ato inseguro: é a maneira como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente,


aos riscos de acidentes.

• Condição insegura: são condições presentes no ambiente de trabalho que oferecem perigo
ou riscos ao trabalhador.

3.2. Conheça o que é doença do trabalho

É aquela que pode ser adquirida ou desencadeada pelas condições inadequadas em que o
trabalho é realizado e que expõe o trabalhador aos agentes nocivos à saúde.

A doença do trabalho normalmente ocorre quando há pequenas exposições ao risco por um


período prolongado, podendo aparecer meses ou anos depois.

Precaução!!!

O trabalhador deve cuidar da sua saúde diminuindo a exposição aos fatores de


riscos, pois o fato de não haver sinais ou sintomas de intoxicação imediatos não
quer dizer que a doença não possa aparecer no futuro.

4. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO RURAL

Os riscos no trabalho rural são inerentes à atividade, assim o trabalhador deve estar capacitado
no uso dos equipamentos para minimizar estes riscos e assim diminuir os acidentes.

Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com o
Ministério do Trabalho e Emprego.

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4.1. Conheça os riscos físicos

Os agentes de risco físico são: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e
não-ionizantes, vibração, etc.

4.2. Conheça os riscos químicos

Os agentes de risco químico são as substâncias, compostos ou produtos que possam


penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que, pela natureza da atividade, sejam de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo por meio das vias dérmica, ocular,
oral e inalatória.

4.3. Conheça os riscos biológicos

São agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, protozoários, entre
outros.

4.4. Conheça os riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são os que podem interferir nas características psicofisiológicas


do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde no longo prazo como o
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, jornada de trabalho extensa,
repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.

4.5. Conheça os riscos de acidentes

Os riscos de acidentes são provocados por fatores que colocam o trabalhador em situação
vulnerável e podem afetar sua integridade e seu bem-estar físico e psíquico, como as
máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, curto-circuito, armazenamento e iluminação inadequados, animais peçonhentos,
uso de ferramentas inadequadas ou defeituosas, etc.

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4.6. Conheça a tabela de classificação de riscos

Cada tipo de risco é identificado por uma cor, o que facilita a sinalização, contribuindo para
a segurança a do trabalhador.

GRUPO 01 GRUPO 02 GRUPO 03 GRUPO 04 GRUPO 05


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

RISCO RISCO RISCO DE


RISCO FÍSICO RISCO QUÍMICO
BIOLÓGICO ERGONÔMICO ACIDENTES

Esforço físico Arranjo físico


Ruído Poeiras Vírus
intenso inadequado

Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual equipamentos
de peso sem proteção
Exigência Ferramentas
Radiações
Névoas Protozoários de postura inadequadas ou
ionizantes
inadequada defeituosas

Radiações não Controle rígido de Iluminação


Neblinas Fungos
ionizantes produtividade inadequada

Imposição de
Frio Gases Parasitas Eletricidade
rítmos excessivos

Probabilidade
Trabalho em turno
Calor Vapores Bacilos de incêndio ou
e noturno
explosão
Substâncias
Jornada de
Pressões compostas ou Armazenamento
trabalho
anormais produtos químicos inadequado
prolongadas
em geral

Monotonia e Animais
Umidade
repetitividade peçonhentos

Outras situações
Outras situações
de risco que
causadoras de
poderão contribuir
estresse físico ou
para a ocorrência
psíquico
de acidentes

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5. CONHEÇA OS AGENTES DE RISCOS NO TRABALHO COM PULVERIZADOR COSTAL
DE BAIXO VOLUME

Os possíveis riscos e suas medidas preventivas no trabalho com pulverizador costal baixo
volume estão descritos na tabela de riscos a seguir:

Fonte geradora: O próprio equipamento


Ruído

Tempo de exposição: Contínuo


RISCO FÍSICO

Uso do protetor auricular e manutenção


Medidas preventivas:
preventiva no equipamento
Fonte geradora: Sol
ionizante
Não

Tempo de exposição: Contínuo

Medidas preventivas: Uso de protetor solar, mangas compridas.


Manuseio do agrotóxico no preparo da calda e
Fonte geradora:
na aplicação.
Uso de agrotóxicos
RISCO QUÍMICO

Tempo de exposição: Contínuo


Uso de EPIs para aplicação de agrotóxicos
(máscara própria para produtos orgânicos, jaleco
Medidas preventivas: e calça impermeáveis, toca árabe, viseira ou
óculos, luvas a base de nitrila e bota de PVC, em
alguns casos o uso do avental impermeável).
Fonte geradora: -
BIOLÓGICO

Não há
RISCO

Tempo de exposição: -

Medidas preventivas: -
ERGONÔMICO

Fonte geradora: Posto de trabalho inadequado.


inadequada
de postura
Exigência
RISCO

Tempo de exposição: Durante a operação de pulverização.

Medidas preventivas: Readequação do posto de trabalho.

Acessórios do implemento (parafusos, pontas


Cortes, perfurações e

Fonte geradora: de ferro, cantos da máquina, polias, tomadas de


esmagamento

força, etc.)
RISCO DE ACIDENTES

Acoplamento, inspeção e manutenção do


Tempo de exposição:
pulverizador.
Treinamento, uso de luvas e ferramentas
Medidas preventivas:
adequadas.

Fonte geradora: Abastecimento e manutenção do pulverizador.


Quedas

Durante abastecimento e manutenção do


Tempo de exposição:
pulverizador.
Medidas preventivas: Treinamento e adesivos antiderrapantes.

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6. CONHEÇA A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

A sinalização pretende orientar e condicionar a atuação do trabalhador perante situações


de risco para as quais se pretende chamar a atenção. É uma condição básica essencial de
segurança.

O empregador deve implementar a sinalização de segurança e saúde na empresa como


componente essencial de prevenção dos riscos profissionais, associada a processos e
métodos de organização do trabalho.

A sinalização de segurança pode ser dividida em vários grupos, com seus respectivos
símbolos.

a) Sinalização de segurança e saúde – fornece indicações ou prescrições relativas à


Segurança e Saúde do Trabalho por intermédio de placas, cores, comunicações verbais
e sinais luminosos, acústicos ou gestuais.

b) Sinal de proibição – proíbe um comportamento susceptível de provocar ou se expor a


um perigo.

c) Sinal de aviso – adverte sobre um perigo ou um risco.

d) Sinal de obrigação – impõe um determinado comportamento.

e) Sinal de salvamento ou socorro – dá indicações de saídas de emergência ou meios de


socorro ou salvamento.

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f) Sinal de indicação – fornece indicações não abrangidas por sinais de proibição, aviso,
obrigação e de salvamento ou socorro.

A sinalização deve ter caráter permanente, exceto quando as situações a identificar forem
de caráter acidental, como ações específicas de evacuação ou orientação, por exemplo.

A eficácia da sinalização de segurança depende da sua localização correta, do número


suficiente e do bom estado de conservação ou funcionamento.

Atenção!!!

Mantenha sempre os decalques de segurança limpos e legíveis, e troque-os quando


se danificarem.

7. CONHEÇA O USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

Os Equipamentos de Proteção são disponibilizados pelo empregador e têm a função de


minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade
e a capacidade laboral do trabalhador.

7.1. Conheça os Equipamentos de Proteção


Individual - EPIs

Os EPIs são todos os dispositivos utilizados


individualmente pelo trabalhador, com a
finalidade de protegê-lo contra possíveis
riscos à sua saúde ou segurança durante
a realização de determinada atividade. Um
EPI pode ser constituído de um ou mais
dispositivos que, associados, protegem o
utilizador contra diferentes riscos.

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7.2. Conheça os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs

Os Equipamentos de Proteção Coletiva são utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo


de proteger um grupo de pessoas ao mesmo tempo.

Exemplos de EPC:

• Barreiras de proteção (inclusive contra luminosidade e radiação);

• Corrimão;

• Fitas sinalizadoras;

• Placas de alertas;

• Antiderrapantes em degraus de escada e piso


antiderrapante;

• Extintores de incêndio;

• Chuveiro de segurança;

• Cones e sinalizadores.

8. CONHEÇA AS NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

Algumas noções para prestação de primeiros socorros devem ser conhecidas pelo trabalhador.

• Não tente remover objetos estranhos dos olhos. Deixe que o pessoal médico qualificado
o faça.

• No caso de respingos de substâncias nocivas nos olhos, lave-os com uma quantidade
abundante de água limpa;

• Caso haja suspeita de contusão séria ou fratura da coluna, não mova o acidentado. A sua
remoção deve ser feita por pessoal da área médica;

• Substâncias perigosas sobre a pele poderão ser removidas com quantidade abundante
de água, evitando esfregar;

• Conheça onde ficam os chuveiros de emergência e as fontes lava-olhos;

• Em caso de ingestão de produtos perigosos, proceda aos primeiros socorros de acordo


com a orientação do fabricante do produto.

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II. CONHECER OS TIPOS DE PULVERIZADOR
COSTAL DE BAIXO VOLUME

O pulverizador costal de baixo volume tem como principal característica a aplicação da calda
concentrada, com volumes entre 5 e 50 litros por hectare. Com isso obtém-se uma maior
autonomia de pulverização em relação aos demais modelos de pulverizadores costais.

É utilizado apenas na aplicação de herbicidas em culturas perenes e anuais, tanto em faixa


como em área total.

Existem modelos que são utilizados para aplicação de produto puro e modelos para aplicação
de produto diluído em água (calda).

Os tipos de pulverizador baixo volume diferem nas seguintes características:

• Quanto ao acoplamento ou apoio, que pode ser costal ou manual;

• Quanto à capacidade do tanque;

• Quanto à forma anatômica do tanque;

• Quanto à fonte de energia, que pode ser de pilha ou de bateria;

• Quanto à aplicação do produto puro ou diluído em água;

• Quanto aos acessórios.

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III. CONHECER OS COMPONENTES DO
PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME
Na escolha do pulverizador costal de baixo volume a ser utilizado, deve-se fazer opção dentre
os vários tipos oferecidos pelos fabricantes de pulverizadores. Por isso se faz necessário
conhecer os componentes do pulverizador.

1. CONHEÇA AS CINTAS

Em relação a cintas, quanto mais largas


melhor a distribuição do peso sobre os ombros.
Algumas possuem almofadas propiciando
maior conforto. As de material absorvente,
tais como lona ou couro, devem ser evitadas,
pois são de difícil descontaminação. Assim,
os materiais não absorventes como plástico e
náilon são os mais apropriados.

2. CONHEÇA A TAMPA DO TANQUE

A abertura de abastecimento deve ter dimensões suficientes


para facilitar a operação de reabastecimento sem derramamento.
Além disso, deverá ser de fácil limpeza, com o respiro da tampa
protegido contra vazamento.

3. CONHEÇA O TANQUE

O tanque é fabricado em polietileno de alta densidade, moldado


por sopro para ser menos propenso a trincar. Quanto à
capacidade, varia de 1 a 10 litros.

4. CONHEÇA O FILTRO

O filtro do pulverizador costal de baixo volume é utilizado nos modelos


que aplicam produto diluído em água, ou seja, em calda. Nestes, o
filtro tem a função de reter as impurezas e fica localizado na saída do
tanque para a mangueira do pulverizador.

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5. CONHEÇA O SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA

O pulverizador costal de baixo volume pode ser alimentado por


pilha ou por bateria. Uma pilha ou bateria é um dispositivo que
transforma energia química em energia elétrica, a qual alimenta
o rotor do pulverizador. A quantidade, o tamanho, a potência e
o modelo da pilha ou bateria são indicados pelo fabricante do
equipamento.

6. CONHEÇA A MANGUEIRA

A mangueira conduz a calda do tanque até o cabeçote de


pulverização. É transparente, flexível e resistente à ação
dos agentes químicos presentes nos produtos. É fixada por
conectores e o tamanho deve ser em função da aplicação.

Precaução!!!

Evite comprimento que propicie desconforto ou que enrosque facilmente.

7. CONHEÇA A LANÇA

A lança tem a função de dar suporte à


mangueira e à condução da energia elétrica
até o cabeçote. Nela estão acoplados o
compartimento para pilha ou bateria, a
manopla, válvula e o botão liga/desliga.

8. CONHEÇA O CABEÇOTE DE PULVERIZAÇÃO

O cabeçote de pulverização é constituído, na maioria dos


modelos, do suporte do bico, do bico, do motor, do disco
dispersor, do protetor ou campânula e do aro protetor. Alguns
componentes do cabeçote podem ser trocados em função da
modalidade de aplicação.

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9. CONHEÇA O BICO

O bico do pulverizador de baixo volume é um


limitador de vazão. Sua função é lançar um
filete de calda sobre o disco dispersor para que
este forme as gotas. As diferentes vazões dos
bicos serão abordadas posteriormente.

10. CONHEÇA O DISCO DISPERSOR

O disco dispersor tem a função de formar as gotas de pulverização. Existem dois tipos de
disco. O disco dispersor pequeno deve ser montado com protetor ou campânula e é utilizado
para aplicação de jato dirigido em faixa. O disco dispersor grande é utilizado para aplicação
em área total sem protetor ou campânula.

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IV. CONHECER O FUNCIONAMENTO DO
PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME
A calda a ser pulverizada é conduzida por mangueira, do tanque de calda até o cabeçote de
pulverização, pela ação da gravidade, depois é lançada no disco dispersor que tem a função
de quebrar a calda em gotas.

A pilha ou bateria aciona o motor elétrico, que faz girar o disco dispersor. O interruptor liga
e desliga o rotor, e é localizado junto à manopla. A vazão da calda é regulada por meio da
troca do bico e o fechamento do circuito é feito por um registro localizado também junto à
manopla.

Como a calda chega ao bico apenas por gravidade, é necessário que o tanque esteja sempre
acima do cabeçote de pulverização; caso contrário, o fluxo de calda será interrompido.

Tampa

Tanque

Cintas

Mangueira

Lança

Cabeçote

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V. CONHECER OS PARÂMETROS DA
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS
Para melhor entendimento sobre a regulagem e calibração do pulverizador e sobre a
correta aplicação de agrotóxicos, é importante conhecer alguns parâmetros da tecnologia
de aplicação de agrotóxicos.

1. CONHEÇA OS FATORES QUE INTERFEREM NA APLICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS

A qualidade da aplicação dos agrotóxicos na lavoura está sujeita a fatores que o aplicador
deverá conhecer e analisar previamente à tomada de decisão da aplicação. A interação
desses fatores fará com que o agrotóxico atinja plenamente seus objetivos.

Os fatores são: o alvo (praga, doença e planta daninha), o agrotóxico, o pulverizador, o


momento e o ambiente. Qualquer um destes fatores que for ignorado no momento da
regulagem e da aplicação poderá comprometer o resultado do trabalho.

1.1. Conheça a interferência do alvo

O alvo é a espécie de praga, doença ou planta daninha a ser controlada. Também conhecido
como alvo biológico, que é onde o agrotóxico deve agir para exercer sua eficácia. O
conhecimento detalhado do alvo é importante para definir o agrotóxico, o tipo de pulverizador
e o momento para a aplicação.

O agrotóxico deve atingir o alvo químico para exercer sua eficácia no controle do alvo
biológico.

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O alvo químico é o local onde o agrotóxico pode ser colocado para que tenha capacidade
de atingir o alvo biológico selecionado.

1.2. Conheça a interferência do agrotóxico

O agrotóxico, também chamado de defensivo agrícola, pesticida, produto fitossanitário ou


agroquímico, é usado para controlar pragas, doenças e plantas daninhas que causam danos
às plantações. Existem diversos tipos de agrotóxicos no mercado em função do modo de
aplicação e da finalidade.

Em relação ao uso, o agrotóxico deverá ser depositado de forma direta ou indireta, pelo
processo de aplicação. Diretamente, quando se coloca o agrotóxico em contato com o
alvo no momento da aplicação, e indiretamente, quando se atinge o alvo posteriormente,
pelo processo de redistribuição, que poderá se dar por meio da translocação sistêmica e
translaminar.

Por isso, é importante conhecer as características do agrotóxico como modo de ação, classe,
formulação, ingrediente ativo, concentração, dosagem, entre outras.

1.3. Conheça a interferência do pulverizador

O equipamento de pulverização é responsável pela transformação do líquido (calda) em gotas


que deverão ser depositadas sobre o alvo desejado com tamanho e quantidade adequados.

Por meio da regulagem e da calibração do pulverizador se obtêm respectivamente a qualidade


e a quantidade da aplicação.

O pulverizador deve ser mantido em boas condições de uso, respeitando sempre as


indicações dos fabricantes quanto à condição de operação e de manutenção (lubrificação,
reposição de peças, revisões periódicas, etc.).

1.4. Conheça a interferência do momento da aplicação

O momento da aplicação é a ocasião correta em que o agrotóxico deverá ser aplicado e é


definido em função dos seguintes itens:

• Método de controle do agrotóxico, que pode ser preventivo ou curativo;

• Classe do herbicida, que pode ser pré ou pós-emergente;

• Estágio de desenvolvimento da planta;

• Intervalo de aplicação;

• Nível de dano econômico.

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Somente por meio de observações cuidadosas e periódicas dos fatores citados acima é que
poderá ser determinado o momento exato a ser aplicado o agrotóxico, de forma a se obter
um controle eficiente econômico das pragas, doenças e plantas daninhas.

1.5. Conheça a interferência do ambiente

A eficácia da aplicação do agrotóxico está em colocar a quantidade correta de agrotóxico


no alvo, para que este exerça sua ação de forma segura, sem riscos ao meio ambiente e à
saúde humana.

Os fenômenos climáticos como o vento, a temperatura e a umidade relativa do ar podem


interferir na eficácia da aplicação, pois agem de forma a causar perdas das gotas por
evaporação e deriva.

A temperatura e a umidade relativa do ar contribuem para a evaporação das gotas, enquanto


o vento forte causa deriva, que é o desvio da gota em relação ao alvo.

A deriva leva à evaporação das gotas, uma vez que estas percorrerão um caminho maior
até o alvo. As pulverizações com gotas de tamanho menores são mais propensas a perdas
por esses fenômenos climáticos. Veja a seguir um quadro sobre as condições climáticas
limitantes para aplicação.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS LIMITANTES

Velocidade do vento Entre 3 e 12 km/h


Mínima: 50%
Umidade relativa do ar Ideal: 70% a 90%
Máxima: 95%
Mínima: 10ºC
Temperatura Ideal: 20ºC a 30ºC
Máxima: 35ºC

Atenção!!!

1. A ausência de vento (vento zero) pode influenciar negativamente no resultado


das aplicações, pois diminui a deposição das gotas no alvo.

2. A tabela acima é uma referência das condições climáticas. Os valores mínimo e


máximo específicos devem ser consultados na bula do agrotóxico.

Alerta ecológico!!!

A aplicação deve ser feita nas horas mais frescas do dia, na ausência de chuvas e
de ventos fortes, diminuindo o risco de contaminação ambiental.

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2. CONHEÇA A VAZÃO

Vazão é o volume transportado em um intervalo de tempo. A unidade de vazão mais utilizada


em pulverização é em litros por minuto ou mililitros por minuto. A vazão é medida no bico
de pulverização.

3. CONHEÇA O VOLUME DE PULVERIZAÇÃO

É a quantidade de produto puro ou calda (água + produto) distribuída por unidade de área e
expressa normalmente em litros por hectare. Também é conhecido como taxa de aplicação.

A aplicação em baixo volume é aquela entre 5 e 50 litros/hectare.

O volume de pulverização depende

• Do modo de ação do herbicida (sistêmico e de contato);

Do tamanho e do tipo da planta;

• Do alvo desejado;

• Das condições climáticas.

4. CONHEÇA A VELOCIDADE

É o deslocamento do operador por unidade de tempo. É expresso em quilômetros por hora


ou em metros por segundo.

A velocidade de trabalho depende:

• Do tipo e estágio de desenvolvimento da cultura;

• Da capacidade física do operador;

• Do tipo de produto;

• Do relevo do terreno.

Para determinação da velocidade, deve-se marcar uma distância de 10 metros no terreno


em que se trabalhará. Em seguida, cronometrar 2 ou 3 passadas do operador para obter a
média do tempo em segundos para percorrer 10 metros. Obtém-se a velocidade de operação
em km/h, através da seguinte relação:

Velocidade (km/h) = 10 m x 3,6 = 36


t(s) t(s)

t = tempo em segundos para percorrer 10 metros

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5. CONHEÇA A FAIXA DE APLICAÇÃO

É a largura da faixa tratada em cada passada. Em aplicações de jato dirigido, a faixa de


aplicação é igual ao espaçamento entrelinhas da cultura. Em aplicações de área total, a
faixa de aplicação é igual à distância entre cada passada do pulverizador.

A distância ideal de aplicação em relação ao alvo é aquela que permite boa cobertura
sem causar escorrimento. A altura do bico em relação ao alvo pode variar em função da
modalidade de aplicação e dos acessórios utilizados. Para maiores informações consulte o
manual do fabricante.

Atenção!!!

A altura do cabeçote de pulverização maior que a altura do tanque interrompe a


pulverização.

6. CONHEÇA O TAMANHO DE GOTA

A gota no pulverizador costal de baixo volume é formada no disco dispersor por ação da
força centrífuga. São geradas gotas de tamanho médio a grosso.

A gota é classificada de acordo com diâmetro mediano volumétrico (DMV) e é medida em


mícrons (micrômetros). Um mícron é igual a 0,001 mm.

As gotas grossas minimizam as perdas por deriva e evaporação. As gotas finas proporcionam
melhor cobertura e penetração, além de reduzir a possibilidade de escorrimento dos produtos
nas folhas.

Gotas Deriva Evaporação Cobertura Penetração Escorrimento

Finas
RUIM RUIM BOM BOM BOM
(<175 µm)
Médias - grossas
MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO
(175 - 375 µm)
Muito grossas
BOM BOM RUIM RUIM RUIM
(>375 µm)

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7. CONHEÇA SOBRE A DERIVA E A EVAPORAÇÃO

As duas formas de perdas de produto emitidas pelo bico e que não atingem o alvo são a
deriva e a evaporação.

A deriva é o desvio das gotas em relação ao alvo. Os fatores que mais causam a deriva são:
o tamanho da gota e a velocidade do vento.

A evaporação é o desaparecimento da gota em relação ao alvo. É provocada pela baixa


umidade relativa do ar, altas temperaturas e pelo tamanho das gotas.

8. CONHEÇA A COBERTURA DE APLICAÇÃO

A cobertura é a quantidade de gotas depositadas em uma determinada área (planta ou solo)


no momento da aplicação. A cobertura está em função de alguns fatores:

• Alvo (praga, doença ou planta daninha);

• Classe do agrotóxico;

• Volume de pulverização;

• Tamanho da gota;

• Fator de espalhamento (adjuvantes).

O volume de pulverização e o tamanho de gota são as formas mais utilizadas para se alterar
a cobertura; por isso, ambas devem fazer parte da análise no momento da escolha da técnica
de aplicação a ser utilizada.

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125 L/ha 85 L/ha 45 L/ha

Fina

Média

Grossa

Muito Grossa

Ext. Grossa

Atenção!!!

Utilize papel hidrossensível para avaliar a cobertura e as perdas de gotas para


locais indesejáveis.

9. CONHEÇA A FÓRMULA PARA CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR

As variáveis quantitativas envolvidas na calibragem do pulverizador são o volume de


pulverização, a vazão, a velocidade de trabalho e a faixa de aplicação, que se relacionam
na seguinte fórmula:

Q = Volume de pulverização (l/ha)

q = Vazão do bico (l/min)


Q = 600 x q
V = Velocidade de trabalho (Km/h)
Vxf
f = Faixa de aplicação (m)

600 = Fator de conversão

Ou

Q = Volume de pulverização (l/ha)

q = Vazão do bico (l/min)


q= VxQxf
V = Velocidade de trabalho (Km/h)
600
f = Faixa de aplicação (m)

600 = Fator de conversão

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VI. ESCOLHER O BICO DE PULVERIZAÇÃO

O bico de pulverização utilizado no pulverizador costal de baixo volume é específico para este
equipamento. É responsável pela vazão e consequentemente pelo volume de pulverização
(depende do tamanho do orifício).

• Bicos de maior vazão para aplicações em área total.

• Bicos de menor vazão para aplicações de jato dirigido;

Os bicos utilizados na maioria dos pulverizadores de baixo volume são:

Bico 1: 68 ml/min;

Bico 2: 129 ml/min;

Bico 3: 181 ml/min;

Bico 4: 275 ml/min;

Bico 5: 408 ml/min.

Atenção!!!

Quando se trabalha com equipe de vários operadores, a vazão dos bicos de cada
pulverizador não deve exceder em 10% a média das vazões.

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VII. FAZER A INSPEÇÃO E A MANUTENÇÃO
DO PULVERIZADOR
Existem diversos fabricantes e modelos de pulverizadores costais de baixo volume. Apesar
disso, os itens para se realizar a inspeção e a manutenção são geralmente os mesmos.

1. FAÇA A INSPEÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME

Antes de iniciar a calibragem, inspecione se todos os componentes do pulverizador


encontram-se em boas condições de utilização.

a) Inspecione se as pilhas ou baterias estão em boas condições e com cargas;

b) Inspecione as polaridades dos fios de energia;

c) Inspecione, no compartimento, se os contatos da pilha ou da bateria estão limpos;

d) Inspecione se a pilha ou bateria está na posição certa;

e) Inspecione a voltagem do carregador 110/220 V (opcional 12 V);

f) Inspecione se o motor está em boas condições;

g) Inspecione se o disco de dispersão está limpo;

h) Inspecione se a ponta é adequada para a aplicação;

i) Inspecione a limpeza e o estado do tanque do pulverizador;

j) Inspecione se não há vazamentos em mangueiras e conexões.

Precaução!!!

Durante a inspeção utilize somente água no tanque do pulverizador.

Atenção!!!

Caso exista alguma irregularidade em algum componente, faça a sua manutenção


ou a sua substituição.

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2. FAÇA A MANUTENÇÃO DO PULVERIZADOR COSTAL DE BAIXO VOLUME

A manutenção do pulverizador é fundamental para que este seja utilizado de forma correta
e segura, possibilitando bom funcionamento em toda a vida útil do equipamento. Deve ser
realizada de acordo com as instruções do manual do operador.

De modo geral, alguns procedimentos de manutenção são comuns para as diversas marcas
e modelos de pulverizadores.

a) Limpe o tanque do reservatório de agrotóxico;

Após o término da aplicação lave e retire todo o resíduo de agrotóxico do reservatório, tubos
e qualquer outra parte que possa estar contaminada;

b) Ajuste o comprimento das alças para manter o pulverizador de forma confortável e


operacional para o operador;

c) Limpe os contatos da pilha ou da bateria;

d) Limpe os contatos do compartimento da pilha ou bateria;

e) Recarregue a pilha ou bateria após o trabalho;

f) Lubrifique o eixo do motor no cabeçote;

g) Limpe o disco de dispersão e livre de contato com outras peças;

i) Verifique e corrija eventuais vazamentos de mangueiras, tampas e conexões.

Os períodos para realização dos itens de manutenção variam com a marca e modelo do
pulverizador. Para mais detalhes nas operações de manutenção consulte o manual do
operador.

Precaução!!!

1. Durante a inspeção e a manutenção utilize somente água no tanque do


pulverizador.

2. Utilize EPI durante a inspeção e a manutenção.

Atenção!!!

Caso exista alguma irregularidade em algum componente, faça a sua manutenção


ou a sua substituição.

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VIII. FAZER A CALIBRAGEM DO PULVERIZADOR
COSTAL DE BAIXO VOLUME
A calibração do pulverizador costal de baixo volume é utilizada para determinar o volume
de produto ou calda a ser aplicado por área e a quantidade de produto a ser colocado no
tanque do pulverizador.

A maioria das aplicações com este equipamento é realizada nas entrelinhas da cultura. Os
procedimentos para determinar o volume de pulverização neste tipo de aplicação são os
seguintes:

a) Meça o espaçamento entrelinhas da cultura (exemplo:1,5 metro);

b) Marque uma distância de 100 metros no comprimento da linha da cultura a ser pulverizada;
100 m

1,5 m 150 m2

c) Coloque água no tanque até metade de sua capacidade e marque o nível no tanque;

d) Coloque o pulverizador nas costas e ajuste as alças;

e) Mantenha a diferença de altura entre o bico e o tanque a maior possível;

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f) Pulverize a área marcada em um ritmo
constante de caminhamento;

g) Retire o pulverizador das costas;

h) Reabasteça o tanque até a marca feita anteriormente, medindo a quantidade gasta com
recipiente graduado;

Obtenha maior precisão com o pulverizador na mesma posição antes e depois da operação.

h) Repita essa operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água;

i) Calcule o volume de pulverização em litros/hectare:

Volume de pulverização (L/ha) = Volume gasto x 10.000


Área aplicada

Exemplo:

Área aplicada: faixa de aplicação x comprimento = 1,5 m x 100 m = 150 m2

Volume gasto para recompletar o tanque: 0,3 litro

Volume de pulverização (L/ha) = 0,3 x 10.000 = 20 L/ha


150

Caso o volume de pulverização encontrado não seja o desejado, utilize os seguintes recursos:

• Trocar as pontas de pulverização por outras de maior ou menor vazão.

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IX. FAZER A AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO

A avaliação da qualidade da aplicação consiste na quantificação do depósito de calda no alvo.


É a última etapa a ser realizada antes da aplicação, a fim de que se obtenha a cobertura ideal,
ou seja, o número de gotas por unidade de área (cm2), conforme a modalidade de aplicação.

Qualquer quantidade de agrotóxico que não atinja o alvo estará representando uma forma
de perda. Assim, a eficácia da aplicação está diretamente ligada ao volume que chega no
alvo e não no volume pulverizado.

Qualquer que seja o alvo selecionado, a pulverização deverá ser capaz de produzir sua
cobertura adequada. A cobertura ideal deve variar com a planta daninha a ser controlada e
o modo de ação do produto.

O método mais comum para fazer a avaliação da cobertura é o papel hidrossensível, que
trata-se de um papel com tratamento químico para que, quando em contato com gotas de
água, desenvolvam-se manchas azuis muito nítidas.

A informação sobre a densidade de gotas está na bula do produto ou como sugere o quadro
abaixo:

PRODUTO COBERTURA IDEAL (GOTAS/CM²)

Herbicida sistêmico 20 a 30

Herbicida de contato 30 a 40

Procedimentos para a avaliação da aplicação:

a) Fixe o papel hidrossensível aleatoriamente no alvo químico;

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b) Proceda à aplicação sobre o alvo;

c) Recolha o papel hidrosensível, segurando-o lateralmente para fazer a contagem das


gotas;

d) Conte as gotas utilizando gabarito de amostragem;

Atenção!!!

Para precisão na contagem, utilize uma lupa.

e) Compare com a recomendação de cobertura para o produto;

f) Faça os ajustes necessários.

Precaução!!!

A avaliação da aplicação deve ser realizada somente com água.

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X. FAZER O PREPARO DA CALDA

A calda é o agrotóxico diluído em água na proporção que está prescrita na bula ou no


receituário agronômico.

No preparo da calda, desde que recomendado pelo fabricante do agrotóxico, podem ser
adicionados os produtos adjuvantes. Os adjuvantes possuem funções específicas e os
mais comuns são: espalhantes adesivos, supressores de espuma, reguladores de ph,
solubilizantes, penetrantes, entre outros.

1. CONHEÇA OS CUIDADOS NO PREPARO DA CALDA

O preparo da calda exige muito cuidado, pois é o momento em que o trabalhador está
manuseando o produto concentrado e tem maior exposição a este.

Precaução!!!

No preparo da calda, sempre utilize EPI completo.

Atenção!!!

Leia o rótulo, a bula ou receita agronômica antes de iniciar o procedimento do


preparo da calda.

Recomendações para o preparo da calda:

• Utilize EPI completo com avental na parte da frente e viseira facial;

• Manuseie os produtos ao ar livre, longe de crianças, animais e pessoas desprotegidas;

• Evite beber, comer ou fumar durante o preparo da calda, pois pode causar intoxicação;

• Prepare somente a quantidade de calda necessária a ser consumida na jornada de


trabalho;

• Esteja sempre acompanhado por uma pessoa no momento do preparo da calda;

• Evite inalação, respingo e contato com os agrotóxicos;

• Utilize sempre água limpa para preparar a calda;

• Abra a embalagem com cuidado para evitar derramamento do agrotóxico;

• Utilize balanças, copos graduados, baldes e funis específicos para o preparo da calda;

• Lave os utensílios e seque-os ao sol após o preparo da calda;

• Mantenha a sobra do agrotóxico em sua embalagem original;

38 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


• Faça a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão logo após seu esvaziamento, caso a
embalagem seja lavável;

• Inutilize as embalagens após o uso completo, fazendo um furo no fundo;

• Guarde as embalagens vazias no depósito de armazenamento específico;

• É vedada a utilização das embalagens vazias para outro fim.

Atenção!!!

O preparo da calda deve ser o mais próximo da área que vai ser tratada.

Alerta ecológico!!!

A calda deve ser preparada longe de córregos, nascentes e outras fontes de água.

2. DETERMINE A QUANTIDADE DE AGROTÓXICO A SER COLOCADA NO TANQUE


DO PULVERIZADOR

A forma de dosagem normalmente recomendada na bula ou no receituário agronômico para


herbicidas é dada em quantidade de produto comercial por unidade de área.

• kg/ha

• L/ha

• g/ha

• ml/ha

Quantidade de agrotóxico por tanque = Capacidade do tanque x Dosagem


Volume de pulverização

Exemplo:

Dosagem recomendada de produto comercial: 4,0 L/ha

Capacidade do tanque: 5 litros

Volume de pulverização: 20 L/ha

Resposta:

Quantidade de agrotóxico por tanque = 5 x 4,0 = 1,0 litro por tanque ou 20% de produto
20

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3. FAÇA O PREPARO DA CALDA

O preparo da calda pode ser realizado em um incorporador externo, normalmente localizado


em um veículo ou no depósito de agrotóxicos, ou ainda diretamente no bocal do tanque do
pulverizador.

3.1. Faça o preparo de calda no incorporador externo

Esse método deve ser realizado por pessoa treinada, chamado de preparador de calda,
enquanto o operador está aplicando, o que reduz o tempo de abastecimento e diminui os
riscos para o operador.

Nessa forma de preparo de calda o agrotóxico é diluído em um incorporador externo e o


pulverizador é abastecido com a calda pronta.

3.2. Faça o preparo da calda diretamente no bocal do tanque

a) Reúna os materiais necessários.

• Copo graduado ou balança;

• Pulverizador;

• Agrotóxico;

• Água limpa.

Precaução!!!

Esses utensílios (balanças e copos graduados) devem ser utilizados somente para
essa finalidade.

40 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


b) Abasteça o tanque com água limpa até aproximadamente a metade da capacidade;

c) Adicione o agrotóxico no tanque na quantidade calculada;

d) Complete o tanque com água limpa;

e) Tampe o pulverizador e proceda à aplicação.

Precaução!!!

1. Use EPI completo.

2. Cuidado ao manusear o agrotóxico.

3. Atente-se para a segurança ao colocar o produto no tanque.

Alerta ecológico!!!

1. Evite que o agrotóxico atinja o solo, nascentes, rios e outras fontes de água.

2. Faça a tríplice lavagem da embalagem de agrotóxico.

3. Faça o descarte correto da embalagem de agrotóxico.

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XI. FAZER A APLICAÇÃO

A aplicação do agrotóxico é uma das operações mais onerosas e arriscadas do ciclo produtivo.
A sua realização de forma correta e segura está relacionada com a segurança do trabalhador,
com o meio ambiente e com a eficácia do agrotóxico.

Para que a pulverização seja realizada de forma correta e segura, alguns cuidados devem
ser tomados antes, durante e depois da aplicação.

1. ATENTE PARA OS CUIDADOS ANTES DA APLICAÇÃO

No momento de iniciar a aplicação deve-se levar em conta alguns fatores que irão afetar o
êxito do processo. Dentre os mais importantes citam-se:

• Proteção específica do trabalhador contra cada risco envolvido durante o processo da


aplicação (EPI);

• Fatores climáticos: velocidade do vento, umidade relativa e temperatura;

A velocidade do vento deve estar entre 3 e 12 km/h, a umidade relativa superior a 50% e a
temperatura deve estar abaixo de 35ºC.

• Possibilidade de chuva;

Não se deve fazer a aplicação em dias chuvosos.

• Melhor horário para realizar a aplicação.

A aplicação deve ocorrer preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde.

Precaução!!!

Trabalhador com ferimentos ou problemas de saúde não deve preparar a calda ou


aplicar agrotóxicos.

2. ATENTE PARA OS CUIDADOS DURANTE A APLICAÇÃO

Durante a aplicação o operador deve estar atento a todos os itens do pulverizador e do


ambiente a sua volta.

• Observe sempre as condições de deriva, a fim de evitar a perda de agrotóxico e a


contaminação de áreas vizinhas, pessoas e animais;

• Observe sempre se está ocorrendo vazamento;

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• Aplique a calda mantendo a velocidade das passadas constantes;

• Aplique evitando falhas e sobreposições na aplicação;

• Evite aplicar próximo a áreas residenciais, reservas florestais e fontes de águas.

Atenção!!!

Conforme a legislação, a aplicação ou qualquer outro manuseio com agrotóxico são


proibidos para pessoas com idade inferior a 18 e superior a 60 anos, gestantes ou
que estejam amamentando.

Precaução!!!

1. Nunca comer, beber ou fumar.

2. Nunca tocar o rosto ou qualquer parte do corpo com as luvas sujas.

3. Todo e qualquer tipo de inspeção ou manutenção deve ser feita em local seguro.

4. Não permita a presença de animais e pessoas não autorizadas ou desprotegidas


na área durante a aplicação.

3. ATENTE PARA OS CUIDADOS DEPOIS DA APLICAÇÃO

Ao final da aplicação deve-se atentar para alguns cuidados tanto com o pulverizador quanto
com o operador.

3.1. Atente para os cuidados com o pulverizador

A descontaminação do pulverizador é fundamental para que este seja sempre utilizado de


forma correta e segura, possibilitando bom funcionamento em toda a vida útil do equipamento.

Deve ser realizada de acordo com as instruções do manual do operador. Entretanto, alguns
procedimentos são comuns para as diversas marcas e modelos de pulverizadores.

a) Esvazie totalmente o tanque do pulverizador após o uso;

b) Adicione água limpa até ¼ do volume do tanque;

c) Funcione o pulverizador por três minutos para fazer a limpeza interna;

d) Remova a água de limpeza em local adequado;

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 43


e) Limpe o pulverizador externamente com pano umedecido;

f) Armazene o pulverizador em depósito seco e coberto.

Precaução!!!

1. Na operação de descontaminação e limpeza do pulverizador, utilize EPI.

2. Não guarde o pulverizador em ambientes onde estejam armazenados alimentos.

Alerta ecológico!!!

A limpeza do pulverizador deve ser feita em áreas que não causem poluição de
águas superficiais ou subterrâneas.

3.2. Atente para os cuidados com o operador

Uma vez finalizados os cuidados com o pulverizador, retire os EPIs, tome um banho com
água e sabão e vista roupas limpas.

A higiene pessoal é de grande importância antes, durante e após as aplicações de agrotóxicos.

Os EPIs utilizados na pulverização deverão ser descontaminados por pessoa treinada, e


armazenados em local adequado.

44 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta cartilha teve o propósito de levar ao aplicador conceitos técnicos e práticos sobre o
trabalho com o pulverizador costal de baixo volume, permitindo-lhe que realize a aplicação
com segurança e qualidade.

Com as mudanças nas exigências legais e controles nos processos produtivos, fazem-se
necessários aprimoramento e atualização contínuos dos trabalhadores.

Quanto maior o conhecimento sobre a atividade que está sendo realizada, maiores serão
os resultados obtidos.

A capacitação proporciona conhecimento sobre a segurança, preservação dos recursos


naturais, melhora na capacidade de operação, além de promover o crescimento pessoal e
a qualidade de vida.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 45


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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www. apoiotecnet.com.br/produtos.php?Busca=2&CategoriaPrimaria=1&CategoriaSecunda
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Boas Práticas de


Aplicação de Produtos Fitossanitários. São Paulo, [s.n.], 2012.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL – ANDEF. Manual de Tecnologia de


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JACTO. Catálogo geral. Bicos e acessórios. Pompéia: 2016. 47p.

JACTO. Clínica do Pulverizador - Guia de Pulverização. Pompéia: 2016. 34p.

MÁQUINAS AGRÍCOLAS JACTO as. Acessórios de Pulverizadores Costais Manuais.


Brasil.

NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA


AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
– NR 31. Portaria nº 86 de 03 de março de 2005, Aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.

PADOVAN, L. A.; SOARES, J. C. M.; CANÔNICO, M. F. Aplicação de Agrotóxicos com


Pulverizador Costal Manual. São Paulo: SENAR, 2012. 74 p.il color.; 30 cm.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Aplicação de Agrotóxicos com


Pulverizador Autopropelido. Brasília: SENAR, 2016. 196 p. (Coleção SENAR – 170)

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Agrotóxicos: aplicação com


pulverizador costal manual. – 1. ed. Brasília: SENAR, 2014. 44 p. (Coleção SENAR – 161)

46 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


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