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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

APICULTURA -
PRODUTOS
AGROINDUSTRIAIS
COMO FORMA DE
AGREGAÇÃO DE
VALOR

“O SENAR-AR/SP está permanentemente


empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

APICULTURA -
PRODUTOS
AGROINDUSTRIAIS COMO
FORMA DE AGREGAÇÃO
DE VALOR

São Paulo - 2015


IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Teodoro Miranda Neto
Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Ana Carolina Vargas de Mello Pelegrini
Heloisa Helena Favara
Celso Ribeiro Cavalcante de Souza

COLABORADOR
Centro de Pesquisa da Qualidade da Cachaça – UNESP/ARARAQUARA

REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente

DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Diagramador do SENAR-AR/SP

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO

I - CONHECER A CADEIA PRODUTIVA DA ­APICULTURA............................................................................. 9


1. CONHEÇA O HISTÓRICO DA APICULTURA...................................................................................... 9
2. CONHEÇA A SITUAÇÃO ATUAL DA APICULTURA............................................................................ 9
3. CONHEÇA A CADEIA PRODUTIVA................................................................................................... 10
4. VISÃO DE FUTURO.......................................................................................................................... 12

II - CONHECER SOBRE A AGREGAÇÃO DE ­VALOR NA CADEIA PRODUTIVA DA APICULTURA.......... 13


1. AGREGAÇÃO DE VALOR NO PROCESSO PRODUTIVO............................................................... 13
2. AGREGAÇÃO DE VALOR AO PRODUTO........................................................................................ 15

III - CONHECER AS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL NA APICULTURA............................. 21


1. CONHEÇA OS TIPOS DE ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL................................................................. 21
2. CONHEÇA AS FORMAS DE ORGANIZAÇÕES COLETIVAS ......................................................... 23

IV - CONHECER A VIABILIDADE DO NEGÓCIO........................................................................................... 27


1. CONHEÇA A METODOLOGIA DE CÁLCULO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO – COE, COT E CT... 27
2. CONHEÇA SOBRE PREÇO DE MERCADO..................................................................................... 28
3. CONHEÇA SOBRE LUCRATIVIDADE.............................................................................................. 29
4. ESTUDO DE CASO SOBRE LUCRATIVIDADE DO MEL................................................................. 29

V - CONHECER AS LINHAS DE CRÉDITO ­DISPONÍVEIS PARA A CADEIA PRODUTIVA DA


APICULTURA.................................................................................................................................... 32
1. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR - PRONAF........ 32
2. FUNDO DE EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO PAULISTA - FEAP................................................... 37
3. PROGRAMA DE GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA RURAL - PROGER/RURAL...................... 39

VI - CONHECER OS PROCEDIMENTOS PARA FORMALIZAÇÃO DO ENTREPOSTO.............................. 41


1. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS........................................................................................................... 42
2. APROVAÇÃO DO TERRENO OU INSTALAÇÃO ............................................................................. 42
3. ORIENTAÇÃO PARA O PROJETO.................................................................................................... 43
4. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ................................................................................................ 43
5. PROJETO ......................................................................................................................................... 43
6. DA CONSTRUÇÃO............................................................................................................................ 44

VII - BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................ 45

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6 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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I - CONHECER A CADEIA PRODUTIVA DA
­A PICULTURA
1. CONHEÇA O HISTÓRICO DA APICULTURA

Há aproximadamente 2.400 anos a.C., os egípcios começaram a colocar as abelhas em


potes de barro. A retirada do mel ainda era muito similar à “caçada” primitiva; entretanto, os
enxames podiam ser transportados e colocados próximos à residência do produtor.

Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra


colmeia vem do grego, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com forma
de sino feitos de palha trançada, chamada de colmo.

Naquela época, as abelhas já assumiam tanta importância para o homem que eram
consideradas sagradas para muitas civilizações. Com isso várias lendas e cultos surgiram a
respeito desses insetos. Com o tempo, elas também passaram a assumir grande importância
econômica e a ser consideradas símbolo de poder para reis, rainhas, papas, cardeais,
duques, condes e príncipes, fazendo parte de brasões, cetros, coroas, moedas, mantos
reais, entre outros.

No Brasil, a apicultura teve seu início em 1839 com a chegada das abelhas europeias do
gênero Apis melífera, trazidas por imigrantes portugueses. Das 100 colmeias trazidas pelos
imigrantes, só sete sobreviveram e se multiplicaram, dando origem à apicultura brasileira.

2. CONHEÇA A SITUAÇÃO ATUAL DA APICULTURA

A apicultura se destaca como opção de geração de renda e ocupação do homem no campo,


uma vez que a sua cadeia produtiva possibilita a criação de postos de trabalho e fluxos de
renda durante todo o ano, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e fixação do
homem no campo.

Atualmente, parte dos apicultores atua no mercado de maneira desarticulada e sem


competitividade.

Com o objetivo de melhorar a comercialização de seus produtos com maior valor agregado,
torna-se necessário que o apicultor adote melhorias na tecnologia de produção, na
capacitação técnica e no gerenciamento de sua produção.

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No Brasil a produtividade de mel (kg/colmeia/ano) é bastante reduzida, especialmente
quando comparada com a obtida em alguns países.

Produtividade Média Anual Brasil EUA México Argentina China

Kg/Colmeia/Ano 15 32 31 30 a 35 50 a 100

Fonte: Embrapa e Banco do Nordeste

Veja abaixo a situação da produção de mel no Brasil em relação a outros países.

Maiores produtores de mel do mundo (2009)

Posição Pais Produção (T)

1º China 367.219
2ª Turquia 82.003
3ª Argentina 81.000
4ª Ucrânia 74.000
5ª EUA 65.000
6ª Índia 65.000
7ª Rússia 53.598
8ª Etiópia 42.000
9ª Brasil 38.764
10ª Canadá 29.387
Fonte: Embrapa

3. CONHEÇA A CADEIA PRODUTIVA

O conceito de cadeia produtiva originou-se no setor agrícola, a partir da necessidade de


ampliação da visão “de dentro da porteira” para “antes e depois da porteira” da fazenda.
Nesta concepção, uma cadeia produtiva é composta por elos que englobam as empresas
fornecedoras de insumos básicos para a produção agrícola ou agroindustrial, as fazendas e
agroindústrias com seus processos produtivos, as unidades de comercialização atacadista
e varejista e os consumidores finais, todos conectados por fluxos de capital, materiais e
informação.

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Veja abaixo os elos da cadeia produtiva da apicultura

Cadeia de Apicultura:

Insumos Fatores de produção

Apiário

Casa do mel

Entreposto

Distribuidor Indústria Exportação

Consumidor

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Entender a cadeia produtiva é importante, pois auxilia o apicultor a analisar os pontos fortes
e fracos do sistema produtivo, bem como as ameaças e oportunidades do mercado.

4. VISÃO DE FUTURO

A apicultura brasileira pode passar a ser muito competitiva no mercado nacional e internacional
(exportação) por ter um produto de excelente qualidade e um grande potencial agrícola,
basta somente avançar na aplicação de tecnologia de produção e investir no profissionalismo
de seus apicultores.

O Brasil apresenta características especiais de flora e clima para a exploração apícola,


ainda pouco aproveitada.

Segundo levantamentos estatísticos, atualmente o Brasil produz aproximadamente 40 mil


toneladas de mel por ano, mas consome 60 mil, gerando um déficit de produção de 20 mil
toneladas por ano para o mercado interno. Sendo assim, a apicultura torna-se um negócio
rentável, principalmente porque estudos das principais associações brasileiras de produtores
de mel indicam que existe potencialidade para se alcançar, sem muitos investimentos, 200
mil ton/ano (5 vezes mais do que produzimos atualmente).

O mercado apícola nacional está bastante atrativo, principalmente pelo Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE), que tem viabilizado a compra de mel para a merenda
escolar, beneficiando centenas de apicultores.

O consumo de mel no Brasil está estimado em aproximadamente 200g/pessoa/ano, o que


é considerado muito baixo se comparado a alguns países da Europa, como a Alemanha e
Suíça, onde se calcula um consumo de 2.400g/pessoa/ano. Ações coordenadas da cadeia
produtiva em propaganda e marketing podem estimular o consumo do mel, aumentando
o consumo per capta e, consequentemente, proporcionando um aumento considerado na
demanda de produtos, estimulando a produção.

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II - CONHECER SOBRE A AGREGAÇÃO DE
­VALOR NA CADEIA PRODUTIVA DA APICULTURA
O valor agregado de um produto ou serviço pode ser relacionado aos aspectos da qualidade,
do preço, do mercado, da inovação, da acessibilidade e da sustentabilidade social, ambiental
e econômica, podendo ser alcançado com adequações e melhorias no processo produtivo,
no produto ou, ainda, na cadeia produtiva como um todo.

Agregar valor aos produtos apícolas possibilita

o aumento do lucro dos apicultores.

Para a construção de um agronegócio apícola competitivo, tanto na base da produção como


na indústria, a ferramenta fundamental para assegurar aos mercados e aos consumidores
finais é a qualidade do produto apícola, adotando métodos de produção e processamento
que atendam a demanda do mercado.

1. AGREGAÇÃO DE VALOR NO PROCESSO PRODUTIVO

No apiário, agrega-se valor através da diversificação dos produtos apícolas. Além da


extração de mel, há possibilidade de extração de pólen, própolis, geleia real, favos de
mel, comercialização de rainha, venda de enxames, apitoxina, utilização de colmeias na
polinização e no turismo rural.

Como agregar valor aos produtos apícolas na produção primária?

1.1. Capacitação de mão de obra

A mão de obra especializada proporciona ao apicultor um potencial de crescimento,


diversificação e retorno financeiro, pois reflete diretamente no produto, sendo que uma
boa produção está diretamente relacionada a vários fatores, dentre eles a realização de
manejos adequados.

1.2. Gestão

Promove o desenvolvimento sustentável da atividade apícola pela organização do trabalho


e a otimização no uso dos recursos físicos, financeiros e naturais.

A gestão colabora com três pontos fundamentais: no processo de tomada de decisão, na


rastreabilidade e na certificação.

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1.3. Rastreabilidade

É um processo que garante a identificação e a informação do produto. Também é uma


ferramenta de suporte para a garantia da qualidade nas diversas etapas de produção e
consequentemente no produto final.

No mercado as exigências são cada vez maiores com relação à garantia da qualidade de
qualquer produto a ser consumido e comercializado, sendo a cadeia de produtos alimentícios
uma das mais exigentes. Isto posto, a rastreabilidade não pode ser considerada um entrave
ou apenas uma exigência, mas sim uma ferramenta fundamental e indispensável para atingir
e atender o mercado de produtos apícolas.

Vantagens da rastreabilidade:

• Efetividade no processo de recall e atendimento da legislação.

• Facilidade na detecção de eventuais falhas e aplicação de medidas corretivas.

• Atendimento das exigências do mercado internacional.

• Suprimento de informações sobre o controle e a segurança dos produtos.

• Ferramenta para o gerenciamento e controle de processos e operações.

1.4. Certificação orgânica

A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora,


devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e
“acreditada” (credenciada) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço
obedece às normas e práticas da produção orgânica.

- “Auditoria – A concessão do selo SisOrg é feita por uma certificadora pública ou privada
credenciada no Ministério da Agricultura. O organismo de avaliação da conformidade
obedece a procedimentos e critérios reconhecidos internacionalmente, além dos requisitos
técnicos estabelecidos pela legislação brasileira.”

- “Sistema Participativo de Garantia – Caracteriza-se pela responsabilidade coletiva


dos membros do sistema, que podem ser produtores, consumidores, técnicos e demais
interessados. Para estar legal, um SPG tem que possuir um Organismo Participativo de
Avaliação da Conformidade (Opac) legalmente constituído, que responderá pela emissão
do SisOrg.”

- “Controle Social na Venda Direta (OCS) – A legislação brasileira abriu uma exceção na
obrigatoriedade de certificação dos produtos orgânicos para a agricultura familiar. Exige-
se, porém, o credenciamento numa organização de controle social cadastrado em órgão
fiscalizador oficial. Com isso, os agricultores familiares passam a fazer parte do Cadastro
Nacional de Produtores Orgânicos.”

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A importância da certificação, além da garantia da qualidade do produto/serviço ao
consumidor, está na regulamentação dos processos e tecnologias de produção necessários
para a manutenção de padrões éticos do movimento orgânico e credibilidade do produto e
produtor no comércio.

1.5. Tipificação

Esse processo de normatização compreende aspectos de manejo de produção, coleta,


transporte, extração e equipamentos nas fases de campo (apiário, unidade de extração),
além do processamento da matéria-prima no entreposto, englobando os requisitos técnicos
para métodos de ensaios, sistema de rastreabilidade e terminologia.

O objetivo é conhecer as espécies de abelhas e plantas visitadas, além da caracterização


físico-química e polínica do mel produzido pelas espécies de abelhas identificadas como
as mais importantes no referido local.

Exemplo: Mel de aroeira, própolis verde e vermelha, pólen de coqueiro etc.

Carlos Pamplona Rehder, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores


de Mel (Abemel), acredita que falta ao Brasil valorizar o mel orgânico produzido
no país e comparou com os valores de exportação da Nova Zelândia.

- Em 2013, a Nova Zelândia exportou cerca de 9 mil toneladas de mel a US$


144 milhões. A diferença de preço médio, por quilo, entre nosso preço e o de
referido país é gritante, cerca de US$ 3,80 pelo produto brasileiro e até US$ 15
pelo neozelandês. Nós produzimos mais e ganhamos menos, porque não há uma
valorização do mel - diz Rehder.

Um dos motivos para a diferença está em uma exclusividade neozelandesa. Os produtores


do país da Oceania descobriram uma propriedade regenerativa nomel de manuka, feita com
a variedade da flor existente apenas no país, e deram uma nota de avaliação UMF (Fator
Único da Manuka) agregando valor a ele. Foi comprovado cientificamente que seu produto
pode ser utilizado no tratamento de infecções de pele, cortes, espinhas, picadas de insetos
e queimaduras.

2. AGREGAÇÃO DE VALOR AO PRODUTO

A industrialização dos produtos apícolas permite a obtenção de diversos subprodutos.

A industrialização é o processo de transformação da matéria-prima com agregação de novos


componentes ou pelo simples fracionamento do produto, possibilitando a diversificação e,
consequentemente, contribuindo para a melhoria da renda do produtor.

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2.1. Mel

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o mel como uma substância açucarada
obtida a partir do néctar das plantas ou que se encontre sobre elas, a qual as abelhas
trabalham, transformam e combinam com matérias específicas, depositando depois nos
favos da colmeia.

2.1.1. Sache

Sache, também chamado de mel em tirinhas ou gominhos, apresenta ao produtor uma


enorme vantagem na comercialização, atingindo o público infantil e também a merenda
escolar

2.1.2. Fracionados em embalagens

O fracionamento do mel em recipientes de formas e tamanhos diversos possibilita atender


vários tipos de consumidores. Quanto às embalagens para o varejo, tanto o plástico
(específico para alimentos) como o vidro são recomendáveis.

2.1.3. Favo

Produto em que o mel ainda está inserido em seu depósito natural, construído em cera de
abelhas, com sabor maravilhoso.

2.1.4. Hidromel (vinho de mel)

O vinho de mel é feito através da sua fermentação. A porcentagem de álcool (8 a 12%) e o


sabor específico são obtidos através da fermentação do mel.

2.1.5. Cachaça de mel

O mel é fermentado naturalmente e destilado no alambique. A graduação alcoólica fica


entre 38% e 42%.

2.1.6. Vinagre de Mel

O vinagre de mel é obtido por dupla fermentação. Na primeira, a fermentação alcoólica,


o mel é transformado em hidromel. Na segunda fermentação, a cetificação, o hidromel é
transformado em vinagre.

2.1.7. Composto de mel

Composto de mel é um produto natural elaborado com mel puro de abelhas e algum extrato.
Extratos mais utilizados para composição do mel composto são: própolis, agrião, guaco,
poejo e gengibre.

2.1.8. Cosméticos

De uso externo, destinado à proteção ou ao embelezamento das diferentes partes do corpo,


tais como: sabonetes, cremes de beleza, creme para as mãos e similares, loções de beleza
etc.

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2.2. Pólen

É um produto altamente proteico, rico em vitaminas e sais minerais. Atualmente tem ocupado
importante papel na apicultura como fonte de renda do apicultor.

2.2.1. Pólen Apícola Desidratado – granel

2.2.2. Pólen Apícola Desidratado em cápsulas

2.2.3. Cosméticos

2.3. Própolis

A própolis é uma substância resinosa que as abelhas colhem dos brotos, botões e cascas
de árvores.

O aspecto da própolis varia conforme a florada, a região e o clima. Sua cor comumente vai
do verde ao preto (podendo ter características avermelhadas, esbranquiçadas, entre outras),
com sabor característico, amargo e perfumado.

2.3.1. Extrato

2.3.2. Cápsula

2.3.3. Cápsula Gel

2.3.4. Spray

2.3.5. Cosméticos

2.4. Geleia Real

A geleia real é uma secreção de glândulas específicas das abelhas operárias, ou seja, um
leite denso, cremoso, com sabor ácido, doce e picante.

Contêm notáveis quantidades de proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas, hormônios,


enzimas, substâncias minerais, fatores vitais específicos, substancias biocatalizadoras nos
processos de regeneração das células, desenvolvendo uma importante ação fisiológica.

2.4.1. Geleia Liofilizada em cápsulas

2.4.2. Geleia Liofilizada em tabletes

2.4.3. Geleia in natura congelada

2.4.4. Cosméticos

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2.5. Cera

É uma substância oleosa, graxa, secretada pelas glândulas cerígenas das abelhas
operárias e sintetizada pela redução de açúcares. Apresenta cores diversas e é
insolúvel em água.

A cera tem propriedades emolientes, cicatrizantes e anti-inflamatórias.

2.5.1. Cera bruta

2.5.2. Cera alveolada

2.5.3. Cera para depilação

2.5.4. Velas

2.5.5. Artesanato

2.6. Aptoxina

O veneno da abelha é chamado de Apitoxina. Ele é produzido por glândulas existentes no


abdômen e introduzido através do canal existente no ferrão. É uma substância química
complexa.

2.6.1. Pomadas

2.7. Outras alternativas de se agregar valor ao sistema produtivo

2.7.1. Captura ou remoção de enxames

Enxames são constantemente encontrados alojados na área urbana, oriundos do processo


de migração ou enxameação (divisão de famílias naturais ou de criadouros), causando
desconforto nas pessoas pelo medo cultural que têm destes insetos.

É certo que tais enxames não podem permanecer ou mesmo serem criados em área
urbana; desta forma, a remoção deve ser providenciada por pessoa qualificada, ou seja,
os apicultores. Os enxames devem ser removidos com total segurança e alocados em
criadouros apropriados.

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ATENÇÃO!!!
O extermínio destes enxames é proibido, a não ser em situações específicas e
devidamente autorizadas por órgãos oficiais fiscalizadores.

2.7.2. Polinização de culturas

A polinização realizada por abelhas é uma das melhores alternativas para o aumento da
produtividade de várias culturas, além de contribuir na preservação de áreas nativas.

Vários pesquisadores conseguiram demonstrar excelentes resultados utilizando as abelhas


como polinizadores de culturas, obtendo não só um aumento na produção como uma melhora
na sua qualidade, como mostram as Tabelas abaixo:

Tabela 1. Aumento na produtividade de culturas com o uso de abelhas (Apismellifera) na

Polinização

Aumento na
Nome Comum Nome científico
produtividade (%)
Abóbora Curcubitamaxima 76,9
Café Coffeaarabica 39,2
Cebola Allium cepa 89,3
Maçã Pirus malus (Wealthy) 75,0
Maçã Pirus malus (Jonathan) 94,4
Pêssego Pirus persica 94,0
Laranja Citussinensis (Hamlin) 36,3
Laranja Citussinensis (Natal) 15,5
Fonte: Plantas visitadas por abelhas e polinização – USP/ESALQ - 2003

2.7.3. Turismo Rural no Apiário

Visitar o Apiário e conhecer o processo produtivo do sistema apícola é uma forma de agregar
valor. Além de conhecer todo o processo produtivo, os turistas aprendem sobre as atividades
das abelhas e experimentam os produtos produzidos por elas. No final passam pelo ponto
de vendas, onde podem adquirir diversos produtos.

Pode-se, também, implantar outro produto turístico na propriedade, ou seja, o Turismo


Pedagógico, que tem como objetivo realizar atividades pedagógicas fora da sala de aula,
onde os alunos aprendem vivenciando e tendo experiências na propriedade rural.

Ex.: Apiário Nona Emília – Itupeva Foto

2.7.4. ApiterapiaFoto

Apiterapia é uma modalidade da medicina alternativa que usa os produtos da abelha para
fins terapêuticos em seres humanos e animais. No mundo, são muitos os países que fazem

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uso desta terapia, inclusive sendo comum em clínicas especializadas, com profissionais de
várias especialidades da área da saúde.

São cinco os principais produtos utilizados na apiterapia e todos têm complementos


terapêuticos e nutricionais que facilitam o bem-estar do corpo humano. São eles: a geleia
real, o pólen, o mel, a própolis e o veneno das abelhas (apitoxina).

ATENÇÃO!!!
A apiterapia deve ser exercida por profissionais habilitados e registrados no CRT
(Conselho Regional de Terapia)

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III - CONHECER AS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
EMPRESARIAL NA APICULTURA
A forma de organização de uma empresa é basicamente a definição do formato com que
ela executa suas atividades, ou seja, é a estruturação e o planejamento das operações a
serem desenvolvidas. A forma de organização de uma empresa pode ser dividida em dois
tipos básicos: individual ou coletiva.

• Individualmente - produtor rural pessoa física, produtor rural pessoa jurídica - MEI, EI,
EIRELI

• Coletivamente – Sociedade, Associação, Cooperativa

1. CONHEÇA OS TIPOS DE ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL

É uma forma de organização em que apenas um produtor rural é dono da empresa.

A organização individual pode ser constituída nas seguintes formas:

1.1. Produtor Rural Pessoa Física

É um modelo de organização em que o produtor rural não precisa constituir uma personalidade
jurídica para comercializar o seu produto, sendo necessária apenas a emissão de nota de
produtor rural (NPR).

Considera-se atividade rural (Lei 8.023/1990):

I – a agricultura;

II – a pecuária;

III – a extração e a exploração vegetal e animal;

IV – a exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura


e outras culturas animais;

V – a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a


composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador,
com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando
exclusivamente matéria-prima produzida na área rural explorada, tais como a pasteurização
e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em
embalagem de apresentação;

VI – o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou


industrialização.

O conceito de atividade rural não se aplica à mera intermediação de animais e de produtos


agrícolas.

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ATENÇÃO!!!
O mel é um produto de origem animal; portanto, para sua comercialização, mesmo
que não sejam alterados na sua composição ou característica (in natura), os
produtos apícolas (mel, própolis, pólen e cera) deverão passar por inspeção (SIM
– Sistema de Inspeção Municipal, SIE – Sistema de Inspeção Estadual (SP) ou SIF
– Sistema de Inspeção Federal), conforme legislação sanitária. O produtor poderá
optar por fazer essa inspeção em estrutura própria ou terceirizar o serviço em
entrepostos que já possuem esse serviço, uma vez que o investimento necessário
pode ser alto, sendo recomendável um estudo de viabilidade econômica.

Todo produtor rural paulista, desde 1º de julho de 2007, está obrigado a ter sua inscrição no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), em substituição à Declaração Cadastral de
Produtor (DECAP), para comercializar sua produção (determinação embasada na Instrução
Normativa 568 de 08/09/2005). Importante saber que, mesmo inscrito no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica, o produtor rural não perde a condição de pessoa física, mantendo a
mesma tributação, ou seja, 2,3% recolhidos ao Instituto Nacional de Seguridade Social –
INSS e, por ocasião da declaração do Imposto de Renda, o referido imposto nos limites
da legislação tributária. Atentando ainda para o fato de que a Nota Fiscal é que justifica a
origem do dinheiro do produtor, além de trazer outros benefícios.

O apicultor pode optar por abrir uma empresa pessoa jurídica ampliando o mix de produtos
(além do previsto na lei 8.023/1990 – V) e o canal de comercialização.

1.2. Micro Empreendedor Individual (MEI)

É um modelo de organização em que se constitui uma pessoa jurídica com fins específicos.
Neste modelo de organização o faturamento máximo permitido é de R$60.000,00 ao ano,
sendo permitida a contratação de apenas um (1) funcionário registrado. Esta modalidade
empresarial poderá ser utilizada pelo produtor no caso deste desejar beneficiar seus produtos,
uma vez que com a atividade de beneficiamento perde-se a condição de produtor rural.

ATENÇÃO!!!
A atividade rural (Lei 8.023/1990) não se enquadra como MEI segundo Anexo XIII da
Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011.

1.3. Empresa individual

Uma única pessoa física constitui a empresa cujo nome empresarial deve ser composto
pelo nome civil do proprietário, completo ou abreviado, podendo aditar ao nome civil uma
atividade do seu negócio ou um apelido. Um empresário individual atua sem separação
jurídica entre os seus bens pessoais e seus negócios, ou seja, não vigora o princípio da
separação do patrimônio. O proprietário responde de forma ilimitada pelas dívidas contraídas
no exercício da sua atividade perante os seus credores com todos os bens pessoais que
integram o seu patrimônio (casas, automóveis, terrenos etc.) e os do seu cônjuge (se for
casado num regime de comunhão de bens).

22 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


O inverso também acontece: o patrimônio integralizado para explorar a atividade comercial
também responde pelas dívidas pessoais do empresário e do cônjuge. A responsabilidade
é, portanto, ilimitada nos dois sentidos.

1.4. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)

É uma natureza jurídica criada por lei em julho de 2010 e que pode ser constituída desde
o dia 9 de janeiro de 2012. Ela possibilita a solução de vários problemas atuais, como a
situação de responsabilidade ilimitada do empresário individual e a formação de sociedades
limitadas com a participação de sócios, tais como filho(a), mulher ou marido, ou terceiros
com um percentual mínimo, somente para atender o requisito de se ter um segundo sócio.

A EIRELI deve ter um titular, pessoa física maior de 18 anos (ou menor emancipado),
brasileiro ou estrangeiro, e capital mínimo de 100 vezes o maior salário-mínimo do País
(totalmente integralizado), sendo a responsabilidade do titular limitada ao valor do capital. O
titular pessoa física não poderá ter mais de uma EIRELI. A administração deve ser exercida
por uma ou mais pessoas, podendo o administrador ser o próprio titular ou não.

A empresa individual poderá se enquadrar como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno


Porte (EPP), desde que atenda os requisitos da Lei Complementar 123, de 14 de dezembro
de 2006, sendo que no Brasil se diferenciam também pela receita bruta anual.

1.4.1. Microempresa (ME) – Lei 123/06 – receita bruta anual até R$ 360.000,00

1.4.2. Empresa de Pequeno Porte (EPP) – Lei 123/06 – receita bruta anual de R$ 360.000,01
até R$ 3.600.000,00

Para abertura, registro e legalização do empresário individual, é necessário registro na Junta


Comercial e, em função da natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições
em outros órgãos como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado (inscrição
estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de funcionamento e autorização
de órgãos responsáveis pela saúde, segurança pública, meio ambiente e outros, conforme
a natureza da atividade).

ATENÇÃO!!!
O apicultor deverá procurar um contador para esses trâmites e controles
empresariais.

2. CONHEÇA AS FORMAS DE ORGANIZAÇÕES COLETIVAS

São formas de organização em que, no mínimo, duas (2) pessoas ou empresas são
proprietárias do mesmo negócio. A principal vantagem em se organizar coletivamente está
na somatória de esforços para atingir objetivos comuns que beneficiem a todos, como por
exemplo:

• na extração e implantação do processamento do mel (entreposto, casa de mel coletiva);

• desenvolvimento de marca e rótulo;

• compra de insumos e;
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 23
• venda de produtos.

As organizações coletivas podem ser constituídas de quatro (4) formas:

2.1. Sociedade

Uma sociedade caracteriza-se quando duas ou mais pessoas unem-se a fim de organizar
uma empresa para dela desfrutar de seu exercício e assumir suas responsabilidades, através
de um contrato social.

Podem ser diferenciada da seguinte maneira:

2.1.1. Sociedade Simples

É caracterizada pela formação de uma pessoa jurídica apenas para o esforço de profissionais
desempenharem melhor suas funções, temos como exemplo escritórios de consultoria
agronômica, escritórios de advocacia, entre outros.

2.1.2. Sociedade Empresária

Caracteriza-se pela união de empresários que ao contrário da sociedade simples tem como
objetivo exercer uma atividade econômica organizada, constituindo elemento de empresa.
Temos como exemplos de sociedade empresária grupos de empresários rurais que reúnem
esforços e investimentos para a produção agrícola, industrialização e comercialização de
seus produtos. As formas de como devem se constituir são:

a) Sociedade em Nome Coletivo

Tipo de sociedade formada por duas pessoas ou mais e restrito às pessoas físicas, podendo
ser empresário individual ou não. Não é permitido que uma pessoa jurídica participe do
quadro societário das empresas inclusas neste tipo de sociedade.

Esta sociedade pode explorar atividade econômica, comercial ou civil, na qual os sócios
respondem solidária e ilimitadamente perante terceiros. Ainda assim, os sócios podem
estipular uma limitação de responsabilidades, por meio de cláusulas contratuais ou aditivo
assinado por todos, no entanto sem validade perante terceiros. Em caso da existência de
dívidas que o capital da empresa não possa saldar com sua liquidação completa, ou em caso
de os sócios não poderem arcar com suas dívidas e obrigações sociais, os bens particulares
dos sócios podem ser atingidos.

b) Como Sociedade Limitada

Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas,


mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

A sociedade limitada é mais indicada a pequenos empresários pelo fato de que deixa a
responsabilidade dos sócios limitada ao valor do capital social e o patrimônio pessoal dos
sócios não é atingido, caso a sociedade contraia dívidas que ultrapassem o valor constante
do contrato social. Sua simplificada forma de sua constituição (ao contrário da estrutura
complexa das sociedades por ações) faz a sociedade limitada tornar-se a mais comum

24 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


de todas as sociedades. Antes conhecida como sociedade por cotas de responsabilidade
limitada, e a partir do novo código civil, apenas como sociedade limitada, tem enorme
aceitação no meio empresarial.

c) Como Sociedade Anônima

Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada


sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.

Sociedade anônima é a empresa que tem o capital dividido em ações formada por no
mínimo sete sócios, e suas responsabilidades como sócios ou acionistas será limitada ao
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, sendo que estas dividem-se em dois
tipos de capital, o capital aberto em que o capital representado pelas ações é dividido entre
muitos e indeterminados acionistas e essas ações são negociadas nas bolsas de valores
ou no mercado de balcão, e o capital fechado em que o capital, representado pelas ações,
é dividido entre poucos acionistas e essas ações não podem ser negociadas.

Essas sociedades têm um modo de constituição próprio e seu funcionamento está


condicionado a normas estabelecidas na lei ou no estatuto; além disso, é considerada
sociedade institucional ou normativa e não contratual, já que nenhum contrato liga os sócios
entre si. As sociedades anônimas em regra são reguladas por leis especiais.

2.2. Associação

Segundo o Código Civil (artigos 53 a 61), associação é a união de pessoas que se organizam
para fins NÃO econômicos. Essas pessoas se organizam por possuírem interesses comuns
que podem ser de ordem política, econômica ou social. É regida por um Estatuto Social,
elaborado segundo a legislação vigente e aprovado de comum acordo com seus fundadores.

ATENÇÃO!!!
As associações, por não terem fins econômicos, gozam de imunidade tributária,
isto é, são isentas de impostos (com exceção de encargos trabalhistas no caso de
ter funcionários, quando se aplica a CLT), porém devem ser observados os fins não
econômicos, ou seja, todos os recursos oriundos de comercialização de produtos e
serviços deverão ser aplicados integralmente na atividade fim.

Importante observar que as associações de produtores não podem fazer operação de


venda dos produtos dos associados com Nota Fiscal própria e repassar os recursos dessa
operação aos associados. Neste caso recomenda-se a abertura de Sociedade Cooperativa
ou, não sendo possível, cada produtor emitir sua Nota Fiscal.

AARP – Associação dos Apicultores da Ações conjuntas:


Região de Paraíso • Criação da associação
• Desenvolvimento de marca e rótulo
• C o m p r a c o n j u n t a d e i n s u m o s e
equipamentos
• Terceirização de prestação de serviços
no envase do mel
• Venda conjunta do mel - PNAE

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2.3. Cooperativa singular

A cooperativa é sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica própria.


Independentemente de seu objeto, a Lei (parágrafo único, art. 982, CC/2002) a classifica
como sociedade simples, não sujeita à falência. É constituída para prestar serviços em
proveito dos associados (art. 4º da Lei 5764/76), sem finalidade lucrativa.

Exige-se, para constituição de uma cooperativa singular, o concurso de associados,


pessoas físicas, em número mínimo de 20, para compor a administração da sociedade,
órgão de administração e conselho fiscal (inciso II, art. 1094, CC 2002), levando em conta
a necessidade de renovação desses órgãos.
Ações conjuntas:
• Acesso às compras Governamentais PNAE – Programa Nacional
de Alimentação Escolar e PAA – Programa de Aquisição de
Alimentos, Doação simultânea e Formação de Estoque.
• Acesso a recursos não reembolsáveis – Fundação Banco do Brasil
COAPIS
e Instituto Votorantim.
• Investimento para a construção e aquisição de equipamentos
visando ao aumento da capacidade do entreposto de mel, bem
como as adequações necessárias para obtenção do SIF – Sistema
de Inspeção Federal.

2.4. Cooperativa central

É um modelo de organização coletiva, com fins lucrativos, formada por pelo menos 3
cooperativas singulares. O objetivo da cooperativa central é organizar em maior escala os
serviços das cooperativas filiadas, facilitando a utilização dos serviços.

ATENÇÃO!!!
O produtor tem participação no resultado de uma cooperativa, proporcionalmente
às suas operações com esta; já vendendo para entreposto particular o mesmo não
acontece.
Independentemente da forma de organização adotada pelo produtor rural, as
atividades podem ser desenvolvidas de diversas formas, as quais podem demandar
diferentes tipos de relacionamento entre as organizações.

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IV - CONHECER A VIABILIDADE DO NEGÓCIO

Até o presente momento, foi falado das possibilidades de se agregar valor ao produto
primário no sentido de melhorar os preços recebidos pelo apicultor; todavia, antes de tomar
qualquer decisão de investimento, o apicultor deverá avaliar a viabilidade do negócio, que é
o resultado da análise de um conjunto de informações relacionadas ao investimento inicial,
ao mercado e às condições econômico-financeiras necessárias à produção.

Um estudo realizado pelo IBGE em 2010 mostrou que em média 50% das empresas abertas
fecham antes de completar três (3) anos de idade e 24% encerram as atividades logo no
primeiro ano.

Dentre as principais causas de mortalidade das empresas, um estudo do SEBRAE aponta


para a falta de conhecimento do investimento, planejamento inadequado, gerenciamento de
custos ineficaz, problemas com fluxo de caixa e falta de análise concorrencial e de mercado.

Para minimizar os riscos inerentes aos negócios, o apicultor deverá realizar uma análise
minuciosa do empreendimento conhecida como Plano de Negócios, em que poderá avaliar
seus pontos fortes e fracos, bem como as oportunidades e ameaças que encontrar no
entorno do negócio.

ATENÇÃO!!!
Para ajudar a elaborar o Plano de Negócios, o apicultor poderá realizar o Programa
Empresário Rural do SENAR-AR/SP e/ou procurar o SEBRAE/SP para atendimento
nessa área.

Para ajudar na realização do Plano de Negócio, é bom que o apicultor tenha alguns
conhecimentos básicos.

1. CONHEÇA A METODOLOGIA DE CÁLCULO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO – COE,


COT E CT

Para a realização dos custos de produção do apiário será apresentada a composição


de custos COE, COT e CT. Essa metodologia de custo foi desenvolvida pelo Instituto de
Economia Agrícola (IEA), para a determinação dos Custos Operacionais e Custo Total de
Produção.

Onde:

• COE - Custo Operacional Efetivo: pode ser entendido como os gastos com recursos
de produção que exigem desembolso (pagamento em dinheiro). Exemplo: compra de
cera, alimento das abelhas, combustível, serviços, impostos e outros desembolsados.

• COT - Custo Operacional Total: engloba o COE, a mão de obra familiar, a manutenção
e conservação de máquinas, equipamentos e benfeitorias, e as depreciações.

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• CT - Custo Total: Finalmente, incluindo ao COT a remuneração do valor da terra, juros
sobre capitais (capital físico e gastos operacionais) por meio de uma taxa de juros de
mercado ou definida pelo empresário.

Estrutura de Custos de Produção:

COE = Insumos + serviços + tributos + outros

COT = COE + Depreciações + Remuneração da mão de obra familiar

CT = COT + Remuneração do capital investido

1.1. Remuneração do Empresário Rural (RER)

A grande maioria dos apicultores não contabiliza em suas anotações de custo de produção
o seu tempo de trabalho dedicado à atividade.

Portanto, é preciso que o apicultor considere o pagamento da sua dedicação à atividade.


Este valor pago para gerenciar o seu apiário é denominado Remuneração do Empresário
Rural, conhecido contabilmente como pró-labore.

1.2. Depreciação

Com o passar do tempo e devido ao uso constante, as benfeitorias, as máquinas e os


equipamentos sofrem um processo de desgaste físico natural, o que provoca inclusive a sua
desvalorização monetária. Esse processo de desvalorização das benfeitorias, das máquinas
e dos equipamentos é denominado Depreciação.

A depreciação exprime-se numa parcela a ser deduzida periodicamente do valor do Bem


ao longo de sua vida útil.

2. CONHEÇA SOBRE PREÇO DE MERCADO

O preço de mercado de determinado produto representa o preço que se forma no mercado,


por meio do chamado mecanismo de mercado, e que compatibiliza os interesses antagônicos
dos consumidores e dos produtores.

Geralmente o produtor rural preocupa-se com o preço e “deixa de lado” os custos. Lembramos
que o preço é formado pelo mercado, uma variável externa e pelo custo, um elemento interno
em que o produtor rural pode interferir e controlar.

Ao se fazer um plano de negócio, o apicultor precisará do preço de mercado para o cálculo


da receita. Importante lembrar que os preços não são fixos, eles mudam com a dinâmica do
mercado, então se deve fazer uma análise dos preços recebidos ao longo de um determinado
período.

28 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3. CONHEÇA SOBRE LUCRATIVIDADE

A Lucratividade é um indicador de eficiência operacional obtido sob a forma de valor


percentual e que indica qual é o ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho
que desenvolve.

Por exemplo, se a sua empresa tem uma lucratividade de 8%, isso significa que, de cada
R$ 100,00 vendidos, R$ 8,00 “sobram” sob a forma de lucro, depois de pagas todas as
despesas e os impostos.

Na prática, significa que a empresa agregou R$ 8,00 sobre o trabalho de produção e


comercialização do seu produto avaliado em R$ 100,00.

O resultado pode ser mensal, anual ou por outros períodos.

Esta é a fórmula para o cálculo da lucratividade:

Lucratividade = (Lucro Líquido / Receita Total) x 100.

4. ESTUDO DE CASO SOBRE LUCRATIVIDADE DO MEL

Apresentamos, abaixo, um estudo de caso real. Este estudo é sobre a comparação da


lucratividade nos diferentes fracionamentos do mel.

Nome da propriedade: Sítio Santo Antônio

Proprietária: Ana Carolina

Município: Olímpia-SP

Produto: Mel – 50 colmeias

4.1. Mel em balde - Preço de venda: R$ 7,20/kg

Especificações Resultados

Investimento Total R$ 14.224,00


Custo Operacional
R$ 21.810,00
Efetivo - COE
Custo Operacional
R$ 33.071,92
Total - COT
Custo Total - CT R$ 33.925,36
Receita Total - RT R$ 35.619,60
Resultado (R$) R$ 1.694,24
Lucratividade (%) 5%

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4.2. Mel em pote de 1.000 gramas – Preço de venda: R$ 9,10/kg

Especificações Resultados

Investimento Total R$ 14.224,00


Custo Operacional
R$ 21.810,00
Efetivo - COE
Custo Operacional
R$ 33.447,85
Total - COT
Custo Total - CT R$ 34.301,29
Receita Total - RT R$ 45.062,62
Resultado (R$) R$ 10.761,33
Lucratividade (%) 24%

4.3. Mel em bisnaga de 500 gramas – Preço de venda: R$ 11,07/kg

Especificações Resultados

Investimento Total R$ 14.224,00


Custo Operacional
R$ 21.810,00
Efetivo - COE
Custo Operacional
R$ 33.447,85
Total - COT
Custo Total - CT R$ 34.301,29
Receita Total - RT R$ 54.769,15
Resultado (R$) R$ 20.467,86
Lucratividade (%) 37%

4.4. Mel em sachê – Preço de venda: R$ 13,58/kg

Especificações Resultados

Investimento Total R$ 14.224,00


Custo Operacional
R$ 21.810,00
Efetivo - COE
Custo Operacional
R$ 33.447,85
Total - COT
Custo Total - CT R$ 34.301,29
Receita Total - RT R$ 67.172,14
Resultado (R$) R$ 32.870,85
Lucratividade (%) 49%

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Diferença de lucratividade nas diferentes frações.

Com o exemplo acima se demonstra que agregar valor certamente é algo positivo.

O mel vendido tal como é extraído da colmeia tem pouco valor agregado em comparação
ao produto vendido fracionado. Ao processá-lo, vai se agregando valor ao mel, porém este
raciocínio não é suficiente para analisar o produto final comercializado, há de se levar em
consideração o custo dessa agregação e da comercialização.

No exemplo citado, a produtora faz parte de uma associação de apicultores que terceiriza
em conjunto o beneficiamento do mel, uma vez que em muitos casos o custo é menor do
que o beneficiamento em estrutura própria.

Como já foi citado nessa cartilha, é necessária a realização de um plano de negócios,


retratando fielmente a realidade local, para que seja tomada a melhor decisão para o contexto.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 31


V - CONHECER AS LINHAS DE CRÉDITO
­D ISPONÍVEIS PARA A CADEIA PRODUTIVA DA
APICULTURA
O crédito rural é um financiamento destinado a produtores rurais e cooperativas ou
associações de produtores rurais. Seu objetivo é estimular os investimentos e ajudar no
custeio da produção e comercialização de produtos agropecuários.

As linhas de crédito podem ser obtidas nos bancos e cooperativas integrantes do Sistema
Nacional de Crédito Rural. Podem ser pleiteadas como pessoa física ou jurídica.

As regras, finalidades e condições (prazos, juros, encargos) estão estabelecidas no Manual


de Crédito Rural (MCR), elaborado pelo Banco Central do Brasil. Essas normas são seguidas
por todos os agentes que compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

ATENÇÃO!!!
O Manual de Crédito Rural pode ser visualizado no seguinte endereço eletrônico:
http://www3.bcb.gov.br/mcr/

Para a industrialização da produção agrícola, se necessário, o produtor pode acessar linhas


de créditos, ou seja, empréstimos com pagamento em longo prazo, mediante taxa de juros
definidas dependendo da modalidade do crédito.

Existem no mercado diferentes linhas de crédito disponíveis, entre elas o crédito específico
ao meio rural, o crédito empresarial e o crédito para pessoa física.

O Crédito Rural abrange recursos que podem ser alocados no custeio, no investimento ou
na comercialização.

• Créditos de custeio - ficam disponíveis quando os recursos se destinam a cobrir despesas


habituais dos ciclos produtivos, da compra de insumos à fase de colheita.

• Créditos de investimento - são aplicados em bens ou serviços duráveis, cujos benefícios


repercutem durante muitos anos.

• Créditos de comercialização - asseguram ao produtor rural e a suas cooperativas os


recursos necessários à adoção de mecanismos que garantam o abastecimento e levem
o armazenamento da colheita nos períodos de queda de preços.

As principais linhas de financiamento existentes dentro do crédito rural orientado para a


industrialização de produtos apícolas são:

1. PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR


- PRONAF

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia projetos


individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma

32 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além
das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País.

Como obter o financiamento do PRONAF

a) O agricultor familiar deve avaliar o projeto que pretende desenvolver. Os projetos devem
gerar renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Podem ser
destinados para o custeio da safra, para atividade agroindustrial, seja para investimento
em máquinas, equipamentos ou infraestrutura.

ATENÇÃO!!!
A renda bruta anual dos agricultores familiares deve ser de até R$ 360 mil.

b) Após a decisão do que financiar, o produtor rural deve procurar o sindicato rural ou uma
empresa de ATER para obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).

A DAP é um instrumento que identifica os produtores em todas as formas de organização


(empreendimento familiar rural, associação ou cooperativa) aptas a realizarem as operações
de crédito do PRONAF.

c) Em seguida o produtor rural deve procurar a empresa de ATER do município para elaborar
o Projeto Técnico de Financiamento.

d) O projeto deve ser encaminhado para análise de crédito e aprovação do agente financeiro.
Com o Projeto Técnico, deve-se negociar o financiamento junto ao agente financeiro.

e) Aprovado o Projeto Técnico, o produtor rural está apto a acessar o recurso e começar
a implementar o projeto.

ATENÇÃO!!!
O agricultor deve estar com o CPF regularizado e livre de dívidas.

As condições de acesso ao Crédito Pronaf, formas de pagamento e taxas de juros


correspondentes são definidas, anualmente, a cada Plano Safra da Agricultura Familiar,
divulgado entre os meses de junho e julho.

Linhas de crédito do PRONAF

1.1. PRONAF Mais Alimentos – Produção primária

O Mais Alimentos-Produção Primária é uma linha de crédito do Pronaf que financia


investimentos em infraestrutura produtiva da propriedade familiar.

Limite do financiamento: projetos individuais de até R$ 150 mil e coletivos de até R$ 750
mil.

Taxa de juros: 2% ao ano.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 33


Prazo de pagamento: até dez anos para pagar

Prazo de carência: até três anos de carência

O setor da Apicultura é contemplado neste Programa nos seguintes itens:


código
Tipo Unidade Preço FINAME
MDA
Tanque descristalizador de mel, em aço inox
AISI 304 grau alimentício com solda TIG
acabamento sanitário para alimentos, sistema
R$
F15504774 banho-maria com aquecimento elétrico por Und. 2512678
3.393,56
resistência de imersão 3.500W, temperatura
controlada por termostato. Capacidade para 04
baldes de até 30 kg.
Centrífugas com acionamento motorizado
elétrico com controle eletrônico através
de inversor de frequência, para quadros
padrão langstroth norma ABNT com ou
sem espaçadores de quadros. Modelo Plus
unidade de extração profissional com tambor, R$
F15504777 Und. 2512336
tampas, rotor interno, torneira de corte rápido, 10.985,57
estrutura externa e pés em aço inox AISI 304
grau alimentício com solda processo TIG
com acabamento sanitário para alimentos -
capacidade para 48 quadros de ninho ou 48
melgueiras.
Centrífugas com acionamento motorizado
elétrico com controle eletrônico através
de inversor de frequência, para quadros
padrão langstroth norma ABNT com ou
sem espaçadores de quadros. Modelo Plus
R$
F15504780 profissional com tambor, tampas, rotor interno, Und. 2512336
10.768,03
torneira de corte rápido em aço inox AISI 304
grau alimentício com solda processo TIG com
acabamento sanitário para alimentos, estrutura
externa e pés em aço carbono, capacidade para
48 quadros de ninho ou 64 melgueiras.
Centrífugas com acionamento manual através
de sistema de coroa e pinhão com manivela
superior e toque lateral, leve e prático, para
quadros padrão langstroth norma ABNT com
ou sem espaçadores de quadros. Modelo Plus
R$
F15504783 profissional com tambor, tampas, rotor interno, Und. 2512313
3.263,04
torneira de corte rápido, estrutura externa e pés
em aço inox AISI 304 grau alimentício com solda
processo TIG com acabamento sanitário para
alimentos, capacidade para 16 quadros de ninho
ou 16 melgueiras.

34 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.2. PRONAF Agroindústria

Pode ser solicitado por pessoas físicas enquadradas como agricultores familiares do
Pronaf; empreendimentos familiares rurais definidos no Manual de Crédito Rural (MCR)
que apresentem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) Pessoa Jurídica válida para a
agroindústria familiar; cooperativas, singulares ou centrais, ou associações da agricultura
familiar.

ATENÇÃO!!!
Verifique os requisitos necessários para as cooperativas quanto ao número de
participantes e à produção a ser beneficiada, processada ou comercializada no
projeto.

Esta linha de crédito é destinada a investimentos, inclusive em infraestrutura, que visem ao


beneficiamento, armazenagem, processamento e comercialização da produção agropecuária,
de produtos florestais e do extrativismo, ou de produtos artesanais, e à exploração de turismo
rural.

Limite do financiamento

- Pessoa física - até R$ 150 mil por beneficiário, aplicável a uma ou mais operações.

- Empreendimento familiar rural - até R$ 300 mil, por sócio relacionado na DAP.

- Cooperativa/Associação - até R$ 35 milhões, de acordo com o projeto técnico e o estudo


de viabilidade econômico-financeira do empreendimento, observado o limite individual
de R$ 45 mil por associado/cooperado relacionado na DAP emitida para a agroindústria.

- Até 30% do valor do financiamento para investimento na produção agropecuária objeto


de beneficiamento, processamento ou comercialização.

- Até 15% do valor do financiamento de cada unidade agroindustrial pode ser aplicado na
unidade central de apoio gerencial, no caso de projetos de agroindústrias em rede ou
no caso de agroindústrias isoladas, para pagamento de serviços como contabilidade,
desenvolvimento de produtos, controle de qualidade, assistência técnica gerencial e
financeira.

Taxa de juros

- 1% ao ano (a.a.) - para agricultores ou empreendimentos rurais familiares que realizem


contrato individual de até R$ 10 mil ou ainda para cooperativas e associações com
financiamento de até R$ 1 milhão, limitado a R$ 10 mil por sócio ou participante ativo;

- 2% a.a. - para os demais casos, respeitado o limite de R$ 45 mil por associado.

Prazo de pagamento: Até 15 anos para financiamentos de armazenagem e até 10 anos


para os demais empreendimentos.

Prazo de carência: Até 3 anos de carência.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 35


1.3. PRONAF Custeio de Agroindústria Familiar

Linha do PRONAF que tem por finalidade financiar o custeio do beneficiamento e


industrialização da produção própria e/ou de terceiros, inclusive aquisição de embalagens,
rótulos, condimentos, conservantes, adoçantes e outros insumos, formação de estoques
de insumos, formação de estoques de matéria-prima, formação de estoque de produto
final e serviços de apoio à comercialização, adiantamentos por conta do preço de produtos
entregues para venda, financiamento da armazenagem, conservação de produtos para venda
futura em melhores condições de mercado e a aquisição de insumos pela cooperativa de
produção de agricultores familiares para fornecimento aos cooperados, com o objetivo de
facilitar a inserção dos produtos da agricultura familiar no mercado consumidor, oferecendo
suporte para alavancar e melhor remunerar os produtores.

Os beneficiários deste Programa são:

- Produtores rurais, pessoas físicas, que possuam Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP)
válida;

- Empreendimento familiar rural que apresentem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP)


pessoa jurídica válida para agroindústria familiar; e

- Cooperativas e associações que comprovem que, no mínimo, 60% de seus participantes


ativos são beneficiários do Pronaf, pela apresentação de relação com o número da DAP
válida de cada cooperado ou associado, e que no mínimo 55% da produção beneficiada,
processada ou comercializada são oriundos de cooperados ou associados enquadrados
no Pronaf, e cujo projeto de financiamento comprove esses mesmos percentuais quanto
ao número de participantes e à produção a ser beneficiada, processada ou comercializada
referente ao respectivo projeto.

Limite do financiamento

- Produtor Rural Pessoa Física: até R$ 12 mil por beneficiário, em cada safra;

- Empreendimento Familiar Rural (pessoa jurídica): até R$ 210 mil, por safra, observado
o limite individual de R$ 12 mil por sócio;

- Associações: até R$ 4 milhões, por safra, observado o limite individual de R$ 12 mil por
associado;

- Cooperativas Singulares: até R$ 10 milhões, por safra, observado o limite individual de


R$ 12 mil por cooperado;

- Cooperativa Central: até R$ 30 milhões, por safra, para cooperativas com, no mínimo,
duas singulares filiadas.

Taxa de juros: Taxa efetiva de juros de 4,00% a.a.

Prazo de pagamento: Até 12 meses, no limite de R$12.000,00 por cooperado

Prazo de carência: de 1 ano.

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1.4. Outras linhas de crédito do Pronaf

• Pronaf Custeio: Destina-se ao financiamento das atividades agropecuárias e de


beneficiamento ou industrialização e comercialização de produção própria ou de terceiros
enquadrados no Pronaf.

• Pronaf Agroecologia: Linha para o financiamento de investimentos dos sistemas de


produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos à implantação e
manutenção do empreendimento.

• Pronaf Eco: Linha para o financiamento de investimentos em técnicas que minimizam o


impacto da atividade rural ao meio ambiente, bem como permitam ao agricultor melhor
convívio com o bioma em que sua propriedade está inserida.

• Pronaf Mulher: Linha para o financiamento de investimentos de propostas de crédito da


mulher agricultora.

• Pronaf Jovem: Financiamento de investimentos de propostas de crédito de jovens


agricultores e agricultoras.

• Microcrédito Rural: Destinado aos agricultores de mais baixa renda, permite o


financiamento das atividades agropecuárias e não agropecuárias, podendo os créditos
cobrir qualquer demanda que possa gerar renda para a família atendida. Créditos para
agricultores familiares enquadrados no Grupo B e agricultoras integrantes das unidades
familiares de produção enquadradas nos Grupos A ou A/C.

2. FUNDO DE EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO PAULISTA - FEAP

O FEAP - Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – é também conhecido como o Banco


do Agronegócio Familiar, que é um fundo do Governo do Estado de São Paulo, vinculado
à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que fortalece e apoia o desenvolvimento dos
produtores rurais, pescadores artesanais, suas cooperativas e associações em todo o
Estado, através de linhas de crédito para diversas atividades agropecuárias, subvenção do
prêmio de seguro rural e de taxas de juros.

Os beneficiários deste Programa são:

- Produtores Rurais, pessoa física, com renda agropecuária anual de até R$ 800.000,00,
que deverá representar no mínimo 50% do total de sua renda bruta anual.

ATENÇÃO!!!
Verifique os requisitos para efeito de enquadramento no FEAP/BANAGRO sobre o
cálculo de renda bruta agropecuária anual (http://www.agricultura.sp.gov.br/quem-
somos/feap-credito-e-seguro-rural/183-feap-linhas-de-financiamento)

- Produtores Rurais cadastrados como pessoas jurídicas, com renda bruta anual de até
R$ 2.400.000,00.

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- Associações de Produtores Rurais, com renda bruta anual de até R$ 3.000.000,00, de
acordo com a prestação de contas por elas apresentada, e que apresentem Declaração
de Regularidade Emitida pelo ICA – Instituto de Cooperativismo e Associativismo.

- Cooperativas de Produtores Rurais, com renda bruta anual de até R$ 3.000.000,00,


depois de descontados os valores repassados aos cooperados, calculados com base no
demonstrativo contábil, e que também apresentem Declaração de Regularidade Emitida
pelo ICA – Instituto de Cooperativismo e Associativismo.

Como obter o financiamento do FEAP

a) Procure a unidade da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de seu município, por


meio dos EDRs - Escritórios Regionais da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral) ou Casas de Agricultura, para orientação quanto ao enquadramento ao FEAP,
obtenção da relação de documentos necessários e elaboração do projeto técnico;

b) Encaminhe ao Banco do Brasil (agente financeiro) a Declaração de Aptidão ao FEAP


(DAF), fornecida pela CATI, e os documentos necessários para a análise de crédito.

Para verificar a relação de Linhas de Financiamento disponíveis no FEAP, acesse o anexo


nesta página.

Taxa de Juros: 3% ao ano;

Garantia: de, no mínimo, 100% do valor financiado, podendo ser constituída de penhor,
hipoteca, fiança, aval e/ou outras formas de garantia reais.

Agente Financeiro: Banco do Brasil S.A.

ATENÇÃO!!!
CRITÉRIOS PARA CONCESSÃO DE MAIS DE UM FINANCIAMENTO:
Para os produtores rurais, pessoa física, serão concedidos mais de um
financiamento, para o mesmo tomador, desde que a somatória dos valores
financiados dos contratos, “em ser”, acrescida do financiamento solicitado, não
ultrapasse o valor de R$ 600.000,00.

2.1. FEAP - APICULTURA

Beneficiários: conforme condições gerais dos beneficiários citados acima.

Itens Financiáveis:

- Aquisição de colmeias completas, núcleos para o transporte de quadros, telas excluidoras,


cera alveolada e outros equipamentos destinados à produção do mel;

- Aquisição de EPIs e outros equipamentos necessários à manipulação do mel (mesa


desoperculadora, garfo desoperculador, centrífuga, fumigador, peneiras, decantador e
latas de 18 litros);

- Construção de sala para beneficiamento do mel;

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Limite do financiamento: até R$ 50.000,00 por produtor;

Prazo de Pagamento: até 5 anos.

Prazo de carência: de até 1 ano.

2.1. FEAP - APOIO A PEQUENAS AGROINDÚSTRIAS

Beneficiários: produtores rurais organizados como pessoa jurídica, bem como cooperativas
e associações, enquadrados como beneficiários do FEAP/BANAGRO;

Itens Financiáveis: aquisição de máquinas, equipamentos e obras civis para a construção


de pequenas agroindústrias, que utilizem no mínimo 50% de matéria-prima de produção
própria, permitindo também a inclusão das despesas com o projeto da agroindústria;

Limite do financiamento: até R$ 500.000,00 para o produtor rural organizado como pessoa
jurídica e até R$ 800.000,00 para cooperativas e associações de produtores rurais;

Prazo de Pagamento: até 6 anos.

Prazo de carência: de até 2 anos.

3. PROGRAMA DE GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA RURAL - PROGER/RURAL

O PROGER/Rural é um programa do governo federal, operado por meio do Ministério do


Trabalho e Emprego (MTE), que utiliza recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O acesso aos recursos do PROGER é feito por meio de agentes financeiros credenciados,
mediante elaboração de projeto de investimento e análise de documentação para habilitação
do crédito.

Este programa tem a finalidade de financiar implantação, ampliação e modernização da


infraestrutura de produção e serviços no estabelecimento rural.

Público-alvo: Mini e pequenos produtores rurais, que atendam cumulativamente aos


seguintes requisitos:

- Seja proprietário, posseiro, arrendatário ou parceiro;

- Utilize preponderantemente mão de obra familiar, podendo manter até 2 empregados


permanentes;

- Não detenha, a qualquer título, inclusive sob a forma de arrendamento, área de terra
superior a 15 módulos fiscais;

- Tenha, no mínimo, 80% de sua renda originária da atividade agropecuária ou extrativa


vegetal;

- Resida na propriedade ou em local próximo;

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- Comprove, se pessoa jurídica, estar adimplente com as obrigações trabalhistas,
previdenciárias e fiscais, e, se pessoa física, no decorrer da vigência do contrato,
regularidade com a Previdência Social.

Limite Financiável: Até 100% do valor do projeto.

Limite do financiamento: Individual: até R$ 48 mil; coletivo até R$ 240 mil, respeitado o
teto individual.

Obs.: O somatório de investimento+custeio não pode ultrapassar R$ 60 mil, por beneficiário.

Taxa de Juros: Taxa efetiva de juros de até 8% ao ano, equalizado pelo Tesouro Nacional.

Prazo de Pagamento: até 8 anos.

Prazo de carência: de até 3 anos.

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VI - CONHECER OS PROCEDIMENTOS PARA
FORMALIZAÇÃO DO ENTREPOSTO
Entende-se por Entreposto de Mel, Cera de Abelhas e demais produtos apícolas, o
estabelecimento destinado ao recebimento, classificação e industrialização do mel e seus
derivados, oriundos de vários estabelecimentos.

O Ministério da Agricultura possui legislação específica para tratar de requisitos sanitários


que regem toda vida do animal, desde a criação até o seu abate e trânsito. O Regulamento
da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), legitimado
pelo Decreto nº 30.691/1952, prevê normas de inspeção industrial e sanitária, recebimento,
manipulação, transformação, elaboração e preparo. Abrange, ainda, fiscalizações no
estabelecimento e no rebanho em cada etapa de criação e produção.

ATENÇÃO!!!
As normas e procedimentos do RIISPOA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), encontram-se em processo de atualização.

Registro do Estabelecimento

Um estabelecimento para manipulação/industrialização de produtos de origem animal


necessita de registro em um órgão oficial para seu funcionamento. Dependendo da área de
comercialização de seus produtos, este registro será federal, estadual ou municipal.

• Federal – SIF (Serviços de Inspeção Federal)

Utilizado para a certificação dos produtos para a comercialização em âmbitos federal ou


exportação. Para a certificação do SIF serão utilizados os mesmos passos citados acima,
dando entrada no SIPOA (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal), que se reporta
ao DIPOA (Departamento de Inspeção de Produto de Origem Animal), regulamentado pelo
MAPA (Ministério de Agricultura, Pecuária e Agropecuária).

• Estadual – SIE (Serviços Estaduais de Inspeção e Fiscalização)

No Estado de São Paulo, para estabelecimentos que comercializarão seus produtos no


âmbito do estado, temos o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIE), que
está vinculado à Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura
e Abastecimento (SAA), através do Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(CIPOA), conforme Lei nº 8208, Decreto nº 36.964 e Resolução SAA nº 24/94.

O SIE registra estabelecimentos industriais.

Os estabelecimentos varejistas e atacadistas devem ser registrados na Vigilância Sanitária


(Leis Nº 1283/50 e Lei Nº 7889/89).

• Municipal – SIM (Serviços Municipais de Inspeção e Fiscalização)

Utilizado para a certificação dos produtos para comercialização em âmbitos municipal.


Compete ao Governo Municipal.

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Passos a passo para obter a licença para a sua construção

Os estabelecimentos destinados ao processamento de mel e cera de abelhas são legalmente


classificados em:

• Apiário: é conhecido como a construção destinada às operações de produção


e industrialização (extração, filtração, decantação) do mel e seus derivados, sua
classificação, envase e estocagem (RIISPOA – Dec. 30.691 de 29/03/1952 – Art. 30).

• Entrepostos de mel e cera de abelhas: são os estabelecimentos destinados ao


recebimento, classificação e industrialização de mel e da cera de abelhas.

De acordo com o seu interesse de comercialização, o seu estabelecimento poderá ser


registrado no serviço de inspeção municipal, estadual ou federal, no Ministério da Agricultura
(Lei Nº 7.889 de 23/02/1989).

No Ministério da Agricultura é necessário cumprir normas para elaborar um processo em


que constarão todas as etapas de sua aprovação.

1. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

Ir ao Órgão de Competência da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e protocolar o


requerimento que solicita a vistoria de terreno ou instalações pré-existentes (modelo fornecido
pelo Serviço de Inspeção).

• Um fiscal será designado para fazer a vistoria solicitada.

• Aprovado o pedido de vistoria, será dada a sequência ao protocolo.

• No processo constarão todas as etapas de aprovação.

2. APROVAÇÃO DO TERRENO OU INSTALAÇÃO

Todas as empresas que dependem de edificações para o seu funcionamento devem pedir
a aprovação do terreno antes de iniciar qualquer atividade.

Encaminhar requerimento, com os seguintes anexos:

• croquis da área a ser vistoriada

• informações – pessoa de contato e endereço completo

ATENÇÃO!!!
Após a inspeção e aprovação, você receberá um Laudo de Inspeção de Terreno e
deverá, a seguir, elaborar um projeto detalhado.

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3. ORIENTAÇÃO PARA O PROJETO

O estabelecimento pode ser autorizado dentro do perímetro urbano, suburbano ou rural,


depois de ouvidas as autoridades de saúde pública, Prefeitura Municipal e Órgão Controlador
do Meio Ambiente.

A área do terreno deve ser compatível com as instalações, prevendo-se futuras expansões.
É recomendado um afastamento de 10 (dez) metros dos limites das vias públicas ou outras
divisas, salvo quando se tratar de estabelecimentos já construídos, que tenham condições
fáceis de entrada e saída e circulação interna de veículos.

ATENÇÃO!!!
Os pátios e vias de acesso devem ser pavimentados e urbanizados, evitando a
formação de poeira e facilitando o escoamento das águas. As demais áreas deverão
receber jardinagem completa.

4. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

O complexo industrial deve ser compatível com a capacidade de produção, de acordo com
a classificação do estabelecimento.

5. PROJETO

Todos os documentos solicitados neste item devem ser entregues em 2 vias.

5.1. Apresentar o Projeto e os seguintes documentos, que serão anexados ao processo:

• Cópia do CNPJ;

• Documento de propriedade ou locação do terreno ou imóvel;

• Contrato social e registro na Junta Comercial;

• Contrato ou proposta de contrato com empresa de controle de pragas ou definição de


como será feito este controle;

• Contrato de prestação de serviços com um responsável técnico (médico veterinário);

• Registro da empresa no Conselho de Medicina Veterinária;

• Licença Ambiental;

• Análises da água.

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5.2. Ao final, o Projeto será instruído com os seguintes documentos:

• Requisição solicitando a aprovação prévia do projeto, dirigida ao Secretário de Inspeção


de Produto Animal;

• Memorial descritivo da construção;

• Memorial descritivo Econômico-Sanitário;

• Termo de compromisso;

• Parecer(es) da(s) Secretaria(s) de Saúde e/ou Prefeitura;

• Declaração de registro no Conselho de Medicina Veterinária;

• A RT (Responsabilidade Técnica) do engenheiro responsável pelo projeto;

• CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) da região;

• Plantas: Situação - escala 1/500, Baixa - escala 1/100 ou 1/50, Fachadas - escala 1/50,
Cortes - escala1/50, Coberta - escala 1/50, Hidro sanitária - escala 1/100, Elétrica - escala
1/100, Detalhes de equipamentos - escala 1/100;

6. DA CONSTRUÇÃO

Durante o desenrolar das obras, o Serviço de Inspeção fará várias visitas para vistoriar os
trabalhos de construção. Nenhuma alteração poderá ser procedida no projeto aprovado
previamente, sem a devida consulta ao órgão fiscalizador.

Após o término das obras, em conformidade com o projeto aprovado, o órgão emitirá um
laudo de inspeção final, o número de registro (E.R.), cabendo ao proprietário providenciar
a seguir a idealização, confecção e o registro dos rótulos dos produtos.

Instalações e condições adequadas específicas são garantia da qualidade final do


produto alimentício, manipulado corretamente de forma higiênica e segura.

Para maiores informações, consulte a portaria que regulamenta a formalização do entreposto


no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

Site: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.
do?operacao=visualizar&id=7916

Portaria Nº 6, DE 25 DE JULHO DE 1985

Publicado no Diário Oficial da União de 02/07/1985, Seção 1, Página 11100

Ementa: Aprova as Normas Higiênico-Sanitárias e Tecnológicas para Mel, Cera de Abelhas


e Derivados.

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VII - BIBLIOGRAFIA
http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-creditorural/sobre-o-programa

http://www2.aptaregional.sp.gov.br/artigo.php?id_artigo=998

http://www.portaldoempreendedor.gov.br/empresario-individual/me-microempresa-epp-
empresa-de-pequeno-porte

XXII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica - Cadeia Produtiva: Marco Conceitual


para Apoiar a Prospecção Tecnológica. Salvador/Bahia – 6 a 8 de novembro de 2002

http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/06/pbb.htm

http://www.agricultura.gov.br/animal/mercado-interno/requisitos-sanitarios

http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/C%C3%A1lculo-da-lucratividade-do-
seu-neg%C3%B3cio

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