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CAMPUS CERRO-LARGO
CURSO DE AGRONOMIA
GUSTAVO FRIEDRICH
LUCAS PARUSSOLO HEIMERDINGER
RAFAEL JUNG
FUNDAMENTOS DE ZOOTECNIA
PISCICULTURA: PRODUÇÃO DE TILÁPIAS
CERRO LARGO
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 2
4. ESPÉCIES ............................................................................................ 4
5. BIOLOGIA ............................................................................................. 6
6. SEXAGEM ............................................................................................ 9
7. RAÇÃO ............................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 17
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1. INTRODUÇÃO
Existem vários motivos pelo qual os produtores optaram em produzir a tilápia em
vez de outros peixes, entre esses motivos são a rusticidade, boa adaptação,
produtividade rápida, por sua qualidade de carne e rendimento em filés.
Elementos estes que fizeram a tilápia ter uma boa aceitação pelos cultivadores
no Brasil.
Ao longo deste trabalho veremos desde a origem e entrada da tilápia no Brasil
até as formas de se produzir das melhores técnicas possíveis, o trabalho tenta
mostrar de uma forma rápida e não tão aprofundada, em algumas questões
apenas trazido de uma forma superficial, de maneira que possamos entender o
porquê da excelente aceitação da tilápia e do crescimento que esse produto vem
tendo no mercado da Aquicultura brasileira e mundial.
2. HISTÓRIA DA TILÁPIA
A história da tilápia começa a muito tempo atrás, as margens do rio Nilo, Marcos
de Oliveira (2016,p. 1) “originária do rio Nilo, na África, a tilápia nilótica
(Oreochromis niloticus) já era consumida pelos antigos egípcios há mais de 3 mil
anos.”. Sabe-se que nos dias atuais é comum ouvir falar da carne de tilápia,
principalmente do filé de tilápia, onde sua carne é muito apreciada em território
brasileiro e mundo. De acordo com Diogo Sponchiato em publicação no cite
Saúde (2017) “Até criança gosta. E tem o custo/benefício. A tilápia inteira sai, em
média, 14 reais o quilo. O filé, por sua vez, cerca de 35 reais. É um pescado com
preço mais acessível e fornecimento constante”.
A tilápia pertence à família Cichlidae e apresenta mais de 10 variações em seu
habitat, chegando aos 4,3 quilos de peso e 60 cm de comprimento.
3. MAIORES PRODUTORES
O Brasil é um dos maiores produtores da área agrícola e pecuária, e não seria
diferente na produção de peixes, o Brasil tem aumentado a cada ano sua
produção, especialmente de tilápias.
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4. ESPÉCIES
Existem muitas espécies de tilápias, mas, nem todas tem chamada atenção para
produzir em grande escala, é normal que algumas se destaquem em aptidões
específicas.
Entre as mais de 70 espécies de tilápias existentes, apenas quatro se
destacam na aquicultura mundial, entre elas estão: a tilápia-do-nilo
(Oreochromis niloticus); a tilápia-azul (Oreochromis aureus); a
tilápiade-moçambique (Oreochromis mossambicus); e a tilápia-de-
zanzibar (Oreochromis hornorum). Além dessas quatro espécies,
somam-se as suas variações puras e os híbridos, que apresentam
cores que vão do branco ao vermelho, mais conhecidas como tilápias-
vermelhas. (EMATER-DF 2009,p. 11).
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Escolhi falar da tilápia vermelha pela grande quantidade que se produz no Brasil,
mas é claro que ela não é a única que os produtores buscam, e também, sempre
estamos procurando aperfeiçoar os métodos de produção e a capacidade de
melhorar tanto geneticamente a espécie como manejo, estrutura, equipamentos,
alimentação, saúde e entre outros fatores limitantes para a produção.
Sempre que um produtor deseja iniciar uma produção seja de peixes, sempre
deve levar em consideração as vantagens que cada espécie possui, suas
vantagens comparadas a outras, como as tilápias-vermelhas híbridas possuem
as seguintes vantagens de acordo com a EMATER-DF.
Podem ser criadas em ambientes marinhos e em águas com salinidade
acima de 10 g por litro; facilidade de despesca com rede em viveiros
de terra; maior valor de mercado para peixes inteiros, eviscerados e
produtos com pele. (EMATER-DF 2009,p. 12).
Além de o produtor considerar as vantagens, deve sem dúvida, estar ciente das
desvantagens também, sabendo assim o potencial de produção na propriedade
e desta maneira, garantindo a melhor escolha possível da espécie para seu local
(clima, relevo entre outros fatores). Já as desvantagens da tilápias-vermelhas
híbridas são as seguintes de acordo com a EMATER-DF.
Menor eficiência na produção de alevinos; baixa sobrevivência na
engorda em criações sem proteção contra aves; custo de produção
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5. BIOLOGIA
Vamos começar a falar do seu abito alimentar, a tilápia aceita variados tipos de
alimentação, mas claro, se você está pensando em produzir para venda e em
grande quantidade será necessário uma alimentação adequada, além disso, é
sempre bom ter assistência técnica nessas horas de um veterinário, zootecnista,
agrônomo ou técnico que tenham capacidade de orientar e instruir da melhor
maneira, pois estamos falando da base da produção, ou da base para a
sobrevivência e ganho de peso que poderá ser boa ou ruim, portanto busque
ajuda se estiver com dúvidas.
As tilápias apresentam hábitos alimentares que vão do herbívoro
(alimenta-se de plantas), fitoplanctófago (alimenta-se de algas),
omnívoro (alimenta-se de diferentes tipos de alimento) ao detritívoro
(alimenta-se de restos de organismos). LIMA et al. (2007).
A ração é indispensável para uma boa produção, sempre deve se buscar a ração
ideal para cada fase que se encontra os peixes, como por exemplo os alevinos
terão que receber uma ração com alto teor de proteínas e vitaminas para que se
desenvolvam rápidos e fortes, e já que alevinos são peixes pequenos é de
extrema importância comprar ração de tamanho em milímetros correto, para que
os peixes consigam se alimentar facilmente.
A tilápia nilótica, que é a mais cultivada, apresenta hábito alimentar
fitoplanctófago, mas aceita muito bem rações comerciais e artesanais
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6. SEXAGEM
A sexagem é de suma importância na produção de tilápias, devido ao fato de o
macho ter um maior ganho de peso e de modo a promover um controle
populacional, é feita a sexagem manualmente para obter-se o controle e aplicar
a reversão hormonal nas fêmeas.
6.1. MANUAL
Geralmente feita em juvenis que apresentam órgãos pequenos e ainda sem
muita cor dificultando a diferenciação, porém não impossibilitando. Sendo que
as fêmeas apresentam três orifícios sendo eles o ânus, oviduto e uretra e o
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macho apresenta dois ânus e orifício urogenital, sendo o último o orifício por
onde o sêmen é deposto, conforme vimos anteriormente na figura 3 (a, b).
6.3. TEMPERATURA
Estudo recentes comprovam que a temperatura da água pode ter efeito
semelhante a indução de hormônios quando feita a reversão hormonal em
tilápias, sendo o principal fato ambiental na formação dos sexos dos peixes.
Estudo com a tilápia do Nilo (O. niloticus) mostraram que temperaturas altas
(maiores que 32°C) de água tem um efeito masculinizante (pode ser de 55 a
100%). A temperatura pode induzir a diferenciação das gônadas para testículos
funcionais, sobrepondo assim o percentual de machos em algumas progênies
da mesma linhagem.
O período de aplicação é o mesmo período em que se faz a reversão hormonal
(períodos pós-larval), essa coincidência pode estar relacionada ao efeito das
temperaturas altas na ação de hormônios ou enzimas durante a diferenciação
sexual.
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7. RAÇÃO
Assim como os demais animais terrestres, os peixes também tem necessidades
nutricionais em energia, proteína, gordura, minerais e vitaminas as quais são
atendidas atrás da alimentação para que consigam se desenvolver de forma
adequada.
Na aquicultura, como o foco é a produtividade e a produção se da geralmente
com alta densidade, os alimentos naturais (fitoplanctons, zooplanctons e bentos)
passam a ser insuficientes, dessa forma, é necessário suplementar a
alimentação para que haja o rendimento esperado. Essa suplementação se da
a partir de rações que em geral contém os nutrientes de forma balanceada para
atender a exigência por espécie e fase de crescimento.
Já as rações podem ser apresentadas de algumas formas, são elas:
Farelada: obtida a partir da mistura dos ingredientes moídos em pequenas
partículas. Essa forma apresenta algumas desvantagens como permitir aos
peixes selecionar os ingredientes e a dissolução e perda para a água do viveiro
em razão dos ingredientes serem apenas misturados, sem ficarem agregados.
Peletizada: é obtida através da simples prensagem da ração farelada através de
maquinas transformando-a em grânulos. Nesta forma o peixe ingere todos os
nutrientes de uma vez só, porém, há a desvantagem de os grânulos afundarem,
dificultando o controle da quantidade e o manejo alimentar.
Extrusada: obtida a partir da prensagem da ração farelada com a participação
de vapor e alta pressão para formar os grânulos. Nesta forma o peixe também
ingere todos os nutrientes de uma só vez, porem com o diferencial que a ração
extrusada, em razão do processo de prensagem ser diferente consegue flutuar
na água, isso facilita muito o controle de consumo e manejo alimentar.
8. CONVERSÃO ALIMENTAR
Um fator muito importante que precisa ser considerado principalmente na
produção de peixes visando lucratividade é a conversão alimentar. Assim como
para os seres humanos, alguns alimentos podem apresentar melhor absorção
ou valor energético e com isso, contribuir para o aumento de peso. O fator de
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9. QUALIDADE DA ÁGUA
A água é um fator limitante para a produção de todos os peixes, deve-se pensar
que a água para os peixes é como o oxigênio para os homens, por isso demos
tomar muito cuidado e para isso, podemos dividir a água em parâmetros físicos
e químicos, onde os físicos são, temperatura, turbidez, cor, visibilidade e
transparência, já os químicos são, pH, alcalinidade, dureza, oxigênio dissolvido
e amônia. Vamos ver a seguir cada um deles de forma mais detalhada.
9.1. TEMPERATURA
A temperatura da água é um dos fatores mais importantes nos fenômenos
químicos e biológicos existentes em um viveiro. Todas as atividades fisiológicas
dos peixes (respiração, digestão, reprodução, alimentação, etc.) estão
intimamente ligadas à temperatura da água.
Cada espécie tem uma temperatura na qual melhor se adapta e se desenvolve,
sendo essa temperatura chamada de temperatura ótima. As temperaturas acima
ou abaixo do ótimo influenciam de forma a reduzir seu crescimento. Em caso de
temperaturas extremas, podem acontecer mortalidades. Quanto mais baixa for
a temperatura, mais rico em oxigênio será o meio aquático. Quanto mais alta for
a temperatura, menor será a quantidade de oxigênio na água.
Tilápias são peixes tropicais que apresentam conforto térmico entre 27
a 32°C (Imagem.5.). O manuseio e o transporte sob baixas
temperaturas (<22°C), principalmente após o inverno, resultam em
grande mortalidade. Tilápias bem nutridas e que não sofreram estresse
por má qualidade da água, toleram melhor o manuseio sob baixas
temperaturas. Temperaturas acima de 32°C e abaixo de 27°C reduzem
o apetite e o crescimento. Abaixo de 20°C o apetite fica extremamente
reduzido e aumenta os riscos de doenças. Temperaturas abaixo de
14°C geralmente são letais as tilápias. (Kubitza, 2000).
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9.3. TURBIDEZ
O problema da turbidez é que quanto mais turva a água, menos indicada será
para a criação de peixes, pois impede a penetração de luz solar e
consequentemente o desenvolvimento do fitoplâncton (microvegetais que vivem
na água e que lhe dá cor verde). Água turva é aquelas águas cor de barro.
viveiro e mais barrenta a água, menos luz consegue chegar até o fundo. A
Transparência que nos interessa medir, está relacionada diretamente com a
existência ou não, na água do viveiro, de pequenos vegetais e animais
chamados Plânctons. Para medir usamos o disco de Secchi (Imagem. 6.).
Essa tabela a seguir (Tabela.1.) Mostra bem a relação entre a água turva e a
profundidade, percebemos que quanto mais fundo analisarmos menor é a
quantidade de fitoplâncton, podendo então prejudicar o desenvolvimento dos
peixes.
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9.7. AMÔNIA
A concentração de amônia na água deve ser monitorada especialmente quando
se adiciona a água fertilizantes que contenha amônia em sua formulação sendo
que uma das fontes de amônia na água dos tanques são a excreção dos peixes
e o excesso de alimento que não fora ingerido, onde um índice de 0,1 mg/l é o
máximo aceitável para a concentração de amônia na água. Segundo Kubitza “A
concentração de amônia não ionizada de 0,20mg/L deve servir como alerta no
cultivo de tilápias”.
REFERÊNCIAS
https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/11/18/a-vez-da-tilapia/
http://www.emater.df.gov.br/wp-
content/uploads/2018/06/Cria%C3%A7%C3%A3o-de-til%C3%A1pias.pdf
https://saude.abril.com.br/alimentacao/tilapia-o-peixe-que-domina-o-brasil/
https://panoramadaaquicultura.com.br/tilapias-qualidade-da-agua-sistemas-de-
cultivo-planejamento-da-producao-manejo-nutricional-e-alimentar-e-sanidade-
parte-i/
http://www.emater.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/00001258.pdf
https://panoramadaaquicultura.com.br/reversao-sexual-de-tilapias/
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/34992/1/Circular45.pdf