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RESUMO
Trata-se de trabalho de conclusão de curso com o tema "Tráfico Internacional de órgãos sob a ótica da violação
dos direitos humanos", com a finalidade de demonstrar a violação de direitos humanos bem como o modus
operandi do tráfico ilegal de órgão internacional.
PALAVRA- CHAVE: Tráfico Internacional de Órgãos; Violação de Direitos Humanos.
ABSTRACT
This is a work to conclude the course with the theme "International Trafficking in Organs from the Perspective
of Human Rights Violations", in order to demonstrate the violation of human rights as well as the modus
operandi of illegal trafficking of international organ.
KEY- WORDS: International Trafficking in Organs; Violation of Human Rights.
SUMÁRIO
1. Introdução 2. Conceito histórico do transplante de órgãos 2.1 Burocracia ao transplante de órgãos
legalizado 2.2 Modalidades de transplante de órgãos permitidos por 3. Tráfico internacional de pessoas
para fins de remoção de órgão lei 3.1 Perfil das vítimas traficadas 3.2 Perfil dos traficantes de órgãos.
3.3 Modus operandi do comércio ilegal de órgãos 3.4 Legislação acerca do tráfico de órgãos e tráfico de
pessoas 4. A Violação de direitos humanos 4.1 Proteção do bem tutelado 5. Considerações finais 6.
Referências bibliográficas
INTRODUÇÃO
O tráfico humano é sem dúvida uma das piores violações de direitos humanos que
poderiam existir, uma vez que o direito à vida é inalienável não há o que se falar em comercio
de órgãos, tendo em vista que será demonstrado ao decorrer do presente artigo que tal ato é
vedado por lei.
O transplante de órgãos é sem duvida um dos grandes avanços da tecnologia
medicinal, porém no entanto tal procedimento cirúrgico é regulamentado pela Lei 9.434/97,
na qual prevê expressamente as regras a serem observadas para que seja realizado um
Cabe ressaltar que o transplante de órgão não surgiu em tempos atuais onde vivemos
a era do avenço cientifico, o sonho de curar doenças e lesões através do transplante de órgãos,
ossos e outros tecidos é provavelmente tão antigo quanto a história da cura, com as primeiras
tentativas registradas de transplantar ossos que remontam à Idade Média.5
Toda via, o principal transplante se iniciou em 1905, onde dois franceses, Alexis
Carrel e Charles Claude Guthrie, fizeram um transplante no coração de um cão, sendo
sucedido em cerca de 1 hora, posteriormente Vladimir Demikhov fez severos transplante de
coração com animais nos anos de 1930 a 1950. 6
4 DINIZ, Maria Helena. O estado atual do Biodireito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 326.
5 History of organs and tissue transplant. Disponível em: <https://www.mtfbiologics.org/resources/news-
press/history-of-organ-and-tissue-transplant> Acesso em 25 mar. 2018
6 Doação e transplante de órgãos e tecidos / Organizadores Clotilde Druck Garcia, Japão Dröse Pereira,
Valter Duro Garcia. – São Paulo : Segmento Farma, 2015. p.16
Após isto foi realizado o primeiro procedimento humano em 1964 pelo americano
James Daniel Hardy enxertou o coração de um chimpanzé em um homem de 68 anos, que
sobreviveu alguns minutos, assim em 1967, o sul-africano Christian Barnard conseguiu o
primeiro sucesso nesse tipo de operação, ao transplantar um coração de um humano para um
paciente de 54 anos, em fase final de arteriosclerose coronária; o doente sobreviveu 18 dias, e
morreu de pneumonia, a partir de então, inúmeros transplantes passaram a ser feitos,
conseguindo-se sempre aumento de sobrevivência.7
10 Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos / [coordenação executiva Roni de Carvalho Fernandes, Wangles de Vasconcelos Soler ;
coordenação geral Walter Antonio Pereira]. -- São Paulo : ABTO - Associação Brasileira de Transplante de
Órgãos, 2009. p. 17.
previstos em lei, são eles o transplante inter vivos ou post mortem, na qual será analisado a
seguir.11
Inter Vivos: É possível a doação entre vivos, no caso de órgãos duplos, por exemplo
o rim, no caso do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos, sendo que
apenas uma parte do órgão do doador poderá ser transplantada no receptor, o "doador vivo" é
considerado uma pessoa em boas condições de saúde – de acordo com avaliação médica
capaz juridicamente e que concorda com a doação.12
Tal modalidade está prevista na lei 9.434/97 em seu artigo 9º, §§ 3º, 4º, na qual
prevê:
Ademais além das modalidades serem tipificadas por lei, devem seguir o
procedimento burocrático para captação de órgãos, na qual demostraremos através do gráfico
esquematizado disponibilizado pela ABTO em seu livro de diretrizes básicas.13
11 França, Genival Veloso de, 1935– Direito médico/Genival Veloso de França. – 12. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014. p.494.
12 Doação de órgãos. Disponível em < https://www.einstein.br/especialidades/transplantes/transplante-
orgaos/doacao-orgaos> Acesso em 13 mar. 2018.
13 Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos / [coordenação executiva Roni de Carvalho Fernandes, Wangles de Vasconcelos Soler;
coordenação geral Walter Antonio Pereira]. -- São Paulo : ABTO - Associação Brasileira de Transplante de
Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgão
16 MARÇAL, Anna Léa Chagas; MORAES, Eduardo; PIMENTEL, Robson;et al. Tráfico
Humano: Causas, prevenção e implicações penais do tráfico de órgãos. Disponível em <
https://issuu.com/anna.marcal/docs/cartilha_penal_vers__o_final>.Acesso em 25 mar. 2018.
17 MEDEIROS, Maria Alice. Tráfico internacional de pessoas. A escravidão moderna fundada na
vulnerabilidade da vítima. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21,n 4832,23 set.2016.
Disponível em< https://jus.com.br/artigos/52164> . Acesso em 25 mar.2018.
18 BUONICORE. Giovana Palmieri. Tráfico de Órgãos e Bem Jurídico - Penal: Anáise do Artigo
15 da Lei 9434/97.Disponívelem:<http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/
trabalhos2011_1/giovana_buonicore.pdf> Acesso em 25 mar.2018.
podendo ocorrer, por exemplo, durante uma cirurgia ou até de formas brutais contra a vontade
do ofendido ou até mesmo tendo este consentimento, vale lembrar que o tráfico de órgãos é a
comercialização de órgãos, sendo esta totalmente vedada e proibida.
Por sua vez o tráfico de órgãos post mortem ocorre após a morte da vítima, não tendo
mais esta o poder de consentir ou não algo ilegal, pelo menos no momento da infração, a rede
que planeja o tráfico de órgãos é gerenciada por um “corretor de órgãos”, o qual tem a função
de encontrar um doador compatível com o receptor e que seja saudável, a partir desde
momento começam as negociações deste intermediário com o receptor, tentando extorqui-lo
no quanto for possível, no entanto, a comissão dada ao doador do órgão é ínfima comparada
com o que o receptor paga ao corretor.
“O tráfico de órgãos no mercado humano tem como receptores, geralmente, pessoas
ricas que não querem submeter nenhum familiar ao procedimento de transplantação
e recorrem ao comércio ilegal para a obtenção de um órgão. Do contrário, os
doadores são os indivíduos mais vulneráveis da sociedade, aqueles que vendem
parte do corpo em troca da sobrevivência, aceitando quantias irrisórias como
pagamento, mas sendo convencidos de que foram bem pagos. Estes doadores
dificilmente recorrem a polícia após terem feito a cirurgia, pois são ameaçados pelos
corretores de órgãos, além disso, a falta de informação também os cala.”19
Portanto é importante salientar que as quantias pagas aos doadores de órgãos não
somam nem metade do que os intermediários faturam com a transação, pois cobram dos
receptores valores exorbitantes, pois se tratam de pessoas da classe alta da sociedade, nas
quais têm dinheiro para comprar a sua vida, por outro lado, o pobre perde a sua dignidade e se
vende no Mercado Negro dos transplantes aumentando ainda mais as desigualdades sociais.
Apesar do fato ser antigo, o comércio ilegal dos rins envolvendo o Brasil (em
destaque o estado de Pernambuco), África do Sul e Israel voltou a ser noticiado pela imprensa
denominado como operação Bisturi reforçando a incidência dos casos.
Assim, apenas no ano de 2016, com a Lei nº 13.344/2016 22 que o Brasil passou a
abordar o crime com efetividade, visto que esta lei regulamenta o tráfico de pessoas que
utiliza o próprio ser humano, visando explorá-lo de variadas formas como a prostituição,
trabalho em condição análoga à de escravo, retirada de órgãos ou tecidos do corpo, a fim de
obter lucratividade tanto de pessoas no Brasil, quanto de brasileiras sendo vitimadas no
exterior, bem como prevê inúmeras alternativas de prevenção, repressão e apoio às vítimas e
seus envolvidos.
Como também foi incluído a sua penalidade no Código Penal no artigo 149A:
O tráfico humano é sem dúvida uma das piores violações de direitos humanos que
poderiam existir, uma vez que o direito à vida é inalienável não há o que se falar em comercio
de órgãos, tendo em vista que como fora exposto anteriormente tal ato é vedado por lei, o
PROTOCOLO DE PALERMO como fora exposto anteriormente define tal ato de forma
expressa em seu artigo 3º, Sendo assim deixa claro nesta definição que o tráfico ilegal de
22 SILVA, Luísa Rasquinha da. Mercado negro–A (in) visibilidade do tráfico humano e sua
caracterização nos âmbitos interno e internacional.2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível
em:<https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/1780/1/2017LuisaRasquinhadaSilva.pdf>. Acesso 25 mar.
2018.
órgãos é uma violação dos direitos humanos, pois se trata de uma exploração ilegal ao corpo,
a própria Constituição Federal em seu artigo 5º, caput, na qual destaca-se o direito a
integridade física sendo este um dos direitos de primeira geração.
A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, também
conhecida como Convenção de Palermo, é o principal instrumento global de combate ao
crime organizado transnacional. Ela foi aprovada pela Assembleia-Geral da ONU em 15 de
novembro de 2000, data em que foi colocada à disposição dos Estados-membros para
assinatura, e entrou em vigor no dia 29 de setembro de 2003.23
Cabe ressaltar que as medidas adotadas pelo governo brasileiro para combater o
tráfico de pessoas são reconhecidas pelas Nações Unidas, o secretário do Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Rafael Franzini, defendeu em discurso
durante lançamento da Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas a participação de toda
a sociedade para prevenir este tipo de crime, ainda ressaltou ser preciso "reconhecer os
esforços do governo brasileiro no sentido de colocar à disposição da sociedade diferentes
formas de se fazer uma denúncia".24
Ao tentar descrever e mensurar o fenômeno do tráfico de pessoas, não há como se
ignorar as dificuldades e os desafios que existem para tanto, no Brasil e no mundo, no início
do século XXI, Salt (2000) já mencionava a carência de dados oficiais sobre tráfico de
pessoas, na opinião do autor, em regra, os dados eram coletados por instituições,
metodologias e tecnologias diversas e em tempos diferentes, impossibilitando sua
sistematização e comparação dentro de um mesmo país, que dirá entre diversos países, a
exemplo, o VIENNA FORUM OF UN.GIFT (2008) relata ser, atualmente, impossível
comparar estatísticas criminais de tráfico de pessoas, pois muitos dos países signatários do
Protocolo de Palermo estão ainda na fase de adaptação da sua legislação interna ao Protocolo,
dentre estes o Brasil. 25
23 Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Disponível em:
<https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/marco-legal.html> acesso em 14 abril 2018.
24 ONU reconhece ações do governo brasileiro para combater o tráfico de pessoas Disponível
em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/07/onu-reconhece-acoes-do-governo-brasileiro-para-
combater-trafico-de-pessoas> acesso em 14 abril 2018.
25 Desafios para o enfrentamento ao tráfico de pessoas / organização. Michelle Gueraldi. -- 1. ed.
-- Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico De
Pessoas, 2014. 193 p. – (Cadernos temáticos sobre tráfico de pessoas; v. 5) p.122.
5 COSIDERAÇÕES FINAIS
O tráfico humano é sem dúvida uma das piores violações de direitos humanos que poderiam
existir, uma vez que o direito à vida é inalienável não há o que se falar em comercio de
órgãos, tendo em vista que como fora exposto anteriormente tal ato é vedado por lei.
Apesar de haver tratados internacionais bem como leis de proteção as pessoas contra
o tráfico de órgãos, bem como os grandes esforços internacionais para a proteção e repressão
a tal ato, não se pode negar que ainda estamos longe de combater tal ilegalidade, pois de um
lado a cada ano aumenta o número de pacientes em espera por um transplante, resultando
assim o crescimento de casos de tráfico de pessoas para fins de remoção de órgãos.
6 REFERÊNCIAS
ALENCAR, Emanuela C. O. de. Tráfico de seres humanos no Brasil: aspectos sociojurídicos - caso do
Ceará. 2007. Domínio Público. Disponível em:
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Desafios para o enfrentamento ao tráfico de pessoas / organização. Michelle Gueraldi. -- 1. ed. -- Brasília:
Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico De Pessoas,
2014. 193 p. – (Cadernos temáticos sobre tráfico de pessoas; v. 5) p.122.
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Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Diretrizes Básicas para
Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos /
[coordenação executiva Roni de Carvalho Fernandes, Wangles de Vasconcelos Soler; coordenação geral Walter
Antonio Pereira]. -- São Paulo : ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, 2009. p.20.
Doação e transplante de órgãos e tecidos / Organizadores Clotilde Druck Garcia, Japão Dröse Pereira, Valter
Duro Garcia. – São Paulo : Segmento Farma, 2015. p.16
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