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Revista do Curso de Direito Brazcubas

V2 N1: Dezembro de 2018

TRÁFICO INTERNACIONAL DE ÓRGÃOS SOB A ÓTICA DA VIOLAÇÃO DOS


DIREITOS HUMANOS
André Luiz Bilia ; Daiane de Santana Tiburcio1; Francisca Paula Alves da Silva1;
1

Marianna Tsutsui Pereira1; Messias Pinheiro Domingues1; André Ricardo Gomes de


Souza2;Ivan de Oliveira Silva3

RESUMO
Trata-se de trabalho de conclusão de curso com o tema "Tráfico Internacional de órgãos sob a ótica da violação
dos direitos humanos", com a finalidade de demonstrar a violação de direitos humanos bem como o modus
operandi do tráfico ilegal de órgão internacional.
PALAVRA- CHAVE: Tráfico Internacional de Órgãos; Violação de Direitos Humanos.

ABSTRACT
This is a work to conclude the course with the theme "International Trafficking in Organs from the Perspective
of Human Rights Violations", in order to demonstrate the violation of human rights as well as the modus
operandi of illegal trafficking of international organ.
KEY- WORDS: International Trafficking in Organs; Violation of Human Rights.

SUMÁRIO
1. Introdução 2. Conceito histórico do transplante de órgãos 2.1 Burocracia ao transplante de órgãos
legalizado 2.2 Modalidades de transplante de órgãos permitidos por 3. Tráfico internacional de pessoas
para fins de remoção de órgão lei 3.1 Perfil das vítimas traficadas 3.2 Perfil dos traficantes de órgãos.
3.3 Modus operandi do comércio ilegal de órgãos 3.4 Legislação acerca do tráfico de órgãos e tráfico de
pessoas 4. A Violação de direitos humanos 4.1 Proteção do bem tutelado 5. Considerações finais 6.
Referências bibliográficas

INTRODUÇÃO
O tráfico humano é sem dúvida uma das piores violações de direitos humanos que
poderiam existir, uma vez que o direito à vida é inalienável não há o que se falar em comercio
de órgãos, tendo em vista que será demonstrado ao decorrer do presente artigo que tal ato é
vedado por lei.
O transplante de órgãos é sem duvida um dos grandes avanços da tecnologia
medicinal, porém no entanto tal procedimento cirúrgico é regulamentado pela Lei 9.434/97,
na qual prevê expressamente as regras a serem observadas para que seja realizado um

1 Graduandos do Curso de Direito do Centro Universitário Brazcubas.


2 Mestrado em POLÍTICAS PÚBLICAS pela Universidade de Mogi das Cruzes, Brasil(2016). Docente do
Centro Universitário Brazcubas.
3 Doutorado em Direito pela Universidade Metropolitana de Santos, Brasil(2011). Professor Titular do Centro
Universitário Brazcubas, Brasil.
transplante, de fato a disposição de tecidos ou órgãos, apenas é permitida se o doador
preencher os requisitos previstos por lei conforme será demonstrado a diante, sendo assim é
evidente que há uma grande burocracia.
Pois além de preencher os requisitos legais deve se haver a compatibilidade do
paciente quanto ao órgão disponível, consequentemente devido tal dificuldade as pessoas que
necessitam de um transplante de órgãos acabam buscando por outros meios, gerando um dos
principais fatores para o tráfico de órgãos internacional, fortalecendo assim o comércio ilegal
de órgãos.
Apesar de haver tratados internacionais bem como leis de proteção as pessoas contra
o trafico de órgãos, não se pode negar que ainda estamos longe de combater tal ilegalidade,
pois de um lado a cada ano aumenta o número de pacientes em espera por um transplante,
resultando assim o crescimento de casos de tráfico de pessoas para fins de remoção de órgãos.

2 CONCEITO HISTÓRICO DO TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

2.1 BUROCRACIA AO TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS LEGALIZADO

O transplante também chamado de transplantação, é um procedimento cirúrgico que


consiste na transferência de órgãos ou parte destes, para fins terapêuticos nos seres humanos,
tem como finalidade principal salvar ou melhorar as condições de vida do receptor.

A luz da interpretação jurídica, para Diniz, “transplante é a amputação ou ablação de


órgão, com função própria de um organismo para ser instalado em outro e exercer as mesmas
funções.” conforme está previsto na Lei Federal n.º 9.434, de 04 de fevereiro de 1997.4

Cabe ressaltar que o transplante de órgão não surgiu em tempos atuais onde vivemos
a era do avenço cientifico, o sonho de curar doenças e lesões através do transplante de órgãos,
ossos e outros tecidos é provavelmente tão antigo quanto a história da cura, com as primeiras
tentativas registradas de transplantar ossos que remontam à Idade Média.5

Toda via, o principal transplante se iniciou em 1905, onde dois franceses, Alexis
Carrel e Charles Claude Guthrie, fizeram um transplante no coração de um cão, sendo
sucedido em cerca de 1 hora, posteriormente Vladimir Demikhov fez severos transplante de
coração com animais nos anos de 1930 a 1950. 6
4 DINIZ, Maria Helena. O estado atual do Biodireito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 326.
5 History of organs and tissue transplant. Disponível em: <https://www.mtfbiologics.org/resources/news-
press/history-of-organ-and-tissue-transplant> Acesso em 25 mar. 2018
6 Doação e transplante de órgãos e tecidos / Organizadores Clotilde Druck Garcia, Japão Dröse Pereira,
Valter Duro Garcia. – São Paulo : Segmento Farma, 2015. p.16
Após isto foi realizado o primeiro procedimento humano em 1964 pelo americano
James Daniel Hardy enxertou o coração de um chimpanzé em um homem de 68 anos, que
sobreviveu alguns minutos, assim em 1967, o sul-africano Christian Barnard conseguiu o
primeiro sucesso nesse tipo de operação, ao transplantar um coração de um humano para um
paciente de 54 anos, em fase final de arteriosclerose coronária; o doente sobreviveu 18 dias, e
morreu de pneumonia, a partir de então, inúmeros transplantes passaram a ser feitos,
conseguindo-se sempre aumento de sobrevivência.7

No Brasil ocorreu pela primeira vez a realização do transplante de órgãos em 1954


no Rio de Janeiro, onde foi feito a transplantação de córneas, posteriormente no dia 26 de
maio de 1968 a equipe do Hospital das Clínicas, chefiada pelo Dr. Euryclides Zerbini,
realizou o primeiro transplante de coração no Brasil, o primeiro da América Latina e sexto do
mundo.8

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e Centro de Gerenciamento de


Navegação Aérea (CGNA), são os órgãos responsáveis pela captação, distribuição e
transporte dos tecidos e órgãos transplantados pelo SUS, Cerca de 95% dos transplantes no
País são gerenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde a assistência à família,
fornecimento de medicamentos, exames e cirurgias, tornando assim o Brasil o segundo país
no mundo em número de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos. 9

No entanto tal procedimento cirúrgico é regulamentado pela Lei 9.434/97, na qual


prevê expressamente as regras a serem observadas para que seja realizado um transplante,
com base na lei de transplante de órgãos, em seu artigo 1º, Caput, prevê: “Art. 1º A disposição
gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de
transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.”

Sendo assim observa-se que é vedado o comércio ilegal de órgãos, no mesmo


sentido, o próprio Código Civil vigente expressa sobre o direito do corpo é vedado a
disposição do corpo que contrarie a dignidade da pessoa humana, ou seja, não se pode ser
alvo de mercantilização nem mesmo pode este transplante causar dano ao doador, conforme o
seu artigo 13, parágrafo único, prevê: “Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de

7 History of transplantation Disponível em: <https://optn.transplant.hrsa.gov/learn/about-transplantation/


history/> Acesso em 25 mar. 2018
8 ALMEIDA, Aline Mignon de. Bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2000. p.51
9 Sistemas integrados viabilizam os transplantes no País. Disponível em
<http://www.brasil.gov.br/saude/2016/09/sistemas-integrados-viabilizam-os-transplantes-no-pais>. Acesso em
12 mar. 2018.
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes, parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido
para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial”

Segundo os dados de pesquisa pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos,


realizada em dezembro de 2017, nos mostra detalhadamente a lista de espera segundo os
Estados e órgãos para transplante, observe-se que há mais de 32 mil pacientes na lista de
espera, a desproporção crescente do número de pacientes em lista versus o número de
transplantes é um fato inquestionável, em que, dentre os fatores limitantes, estão a não
notificação de pacientes com diagnóstico de morte encefálica às Centrais de Notificação,
Captação e Distribuição de Órgãos, apesar de sua obrigatoriedade prevista em lei, a falta de
política de educação continuada aos profissionais da saúde quanto ao processo de doação-
transplante e todos os desdobramentos decorrentes do não conhecimento desse processo, além
da recusa familiar.10

Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

2.2 MODALIDADES DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS PERMITIDOS POR LEI

A disposição de tecidos ou órgãos do corpo humano vivo só é permitida se o doador


for juridicamente capaz e se a cessão for gratuita, quando houver órgão duplo ou cujo a
retirada não prejudique sua saúde, de fato, há apenas duas modalidades de transplante

10 Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos / [coordenação executiva Roni de Carvalho Fernandes, Wangles de Vasconcelos Soler ;
coordenação geral Walter Antonio Pereira]. -- São Paulo : ABTO - Associação Brasileira de Transplante de
Órgãos, 2009. p. 17.
previstos em lei, são eles o transplante inter vivos ou post mortem, na qual será analisado a
seguir.11
Inter Vivos: É possível a doação entre vivos, no caso de órgãos duplos, por exemplo
o rim, no caso do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos, sendo que
apenas uma parte do órgão do doador poderá ser transplantada no receptor, o "doador vivo" é
considerado uma pessoa em boas condições de saúde – de acordo com avaliação médica
capaz juridicamente e que concorda com a doação.12
Tal modalidade está prevista na lei 9.434/97 em seu artigo 9º, §§ 3º, 4º, na qual
prevê:

“Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos,


órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em
cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o
deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada
esta em relação à medula óssea.
(...)
§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante” de
testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada.”

Post mortem: No Brasil, o transplante de um órgão de uma pessoa já falecida só é


realizado caso algum membro da família autorize o procedimento, mesmo que em vida o
indivíduo manifeste o desejo de doar os seus órgãos após a morte, por isso, é importante que a
pessoa discuta a questão com os familiares sempre de forma que o tempo gasto com a retirada
do órgão e transplante seja o menor possível, sendo todo o procedimento está previsto pela
Lei nº 9.434/97 em seus artigos 3° e 4° da lei, que trazem o seguinte:
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano
destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte
encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de
remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos
definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
(...)
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para
transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou
parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o
segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas
presentes à verificação da morte.”

Ademais além das modalidades serem tipificadas por lei, devem seguir o
procedimento burocrático para captação de órgãos, na qual demostraremos através do gráfico
esquematizado disponibilizado pela ABTO em seu livro de diretrizes básicas.13
11 França, Genival Veloso de, 1935– Direito médico/Genival Veloso de França. – 12. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014. p.494.
12 Doação de órgãos. Disponível em < https://www.einstein.br/especialidades/transplantes/transplante-
orgaos/doacao-orgaos> Acesso em 13 mar. 2018.
13 Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos / [coordenação executiva Roni de Carvalho Fernandes, Wangles de Vasconcelos Soler;
coordenação geral Walter Antonio Pereira]. -- São Paulo : ABTO - Associação Brasileira de Transplante de
Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgão

3 TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS PARA FINS DE REMOÇÃO DE


ÓRGÃO

3.1 PERFIL DAS VÍTIMAS NO TRÁFICO DE ÓRGÃOS

Atualmente, o marco jurídico internacional para o combate ao “Tráfico de Órgãos”


encontra-se no “Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas,
especialmente Mulheres e Crianças” (Protocolo de Palermo), mas, como será exposto, esse
Protocolo não contempla as principais questões envolvidas nesse crime, necessitando, assim,
de uma especificação, atualização e modernização.

Apresentaremos do Protocolo de Palermo à evolução do debate na Declaração de


Istambul,14 bem como a rápida exposição do tema no Brasil (que é um dos pontos da rota
internacional de tráfico), fica latente que a questão do Tráfico de Órgãos, por sua
complexidade e peculiaridade, deve caminhar de forma independente para que a prevenção e
o combate a esse crime não estejam limitados às restritas definições do Protocolo de Palermo.

A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, também


conhecida como Convenção de Palermo, que é o principal instrumento global de combate ao

Órgãos, 2009. p. 20.


14 DE ANDRADE, Daniela Alves Pereira. O Tráfico de pessoas para remoção de órgãos: do
Protocolo de Palermo a Declaração de Istambul. Disponível em: < http://www.justica.gov.br/sua-
protecao/trafico-de-pessoas/premios-e-concursos/daniela.pdf.> Acesso em 25 mar.2018.
crime organizado transnacional, foi aprovada pela Assembleia-Geral da ONU em 15 de
novembro de 2000, data em que foi colocada à disposição dos Estados-membros para
assinatura, e entrou em vigor no dia 29 de setembro de 2003, sendo complementada por três
protocolos que abordam áreas específicas do crime organizado: o Protocolo Relativo à
Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças, o
Protocolo Relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por via Terrestre, Marítima e Aérea,
e o Protocolo contra a fabricação e o tráfico ilícito de armas de fogo, suas peças e
componentes e munições, observa-se que os países devem ratificar a Convenção antes de
aderir a qualquer um dos protocolos.

Diante da imprecisão conceitual, em relação ao tráfico de órgãos em 2008, a


Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo como referencial o conceito de Tráfico de
Pessoas- oferecido pelo Protocolo de Palermo, faz uma interpretação para a definição sobre o
tráfico de órgãos, o comércio dos Transplantes e o Turismo de Transplante através da
Declaração de Istambul sobre o tráfico de órgãos e turismo de Transplante (2008) definindo
que15:

“O tráfico de órgãos consiste no recrutamento, transporte, transferência,


refúgio ou recepção de pessoas vivas ou mortas ou dos respectivos órgãos
por intermédio de ameaça ou utilização da força ou outra forma de coação,
rapto, fraude, engano, abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade
ou da oferta ou recepção por terceiros de pagamentos ou benefícios no
sentido de conseguir a transferência de controle sobre o potencial doador,
para fins de exploração através da remoção de órgãos para transplante.”

Em 2008, foi criada a Declaração de Istambul sobre tráfico de Órgãos e Turismo de


Transplante, trata-se de uma declaração organizada pela Organização Mundial de Saúde OMS
da qual participaram entidades médicas, científicas e governamentais de 150 países que
preocupados com o andamento substancial do tráfico de órgãos e tecidos humanos e a pouca
atenção dispensada ao tema estabelece princípios básicos sobre a matéria, que por se tratar de
uma declaração de princípios, ela não gera a obrigação aos Estados.

Quase sempre as vítimas encontram-se fragilizadas pela sua condição de


desigualdade e vulnerabilidade social, esse Mercado negro atrai as pessoas pertencentes às
camadas mais baixas da sociedade, fazendo com que elas vendam os seus órgãos
transformando-se em verdadeiras mercadorias por acreditarem que sairão da condição de
miséria em que vivem, na ilusão de melhoria de vida.

15 DA SILVA Waldimeiry Corrêa; DE SOUZA, Humberto Ferreira Dória.O Tráfico de Órgãos


no Brasil e a Lei nº 9.434/97. Disponível em< http://www.publicadireito.com.br/artigos/?
cod=0064f599ed0adb58> Acesso em 25 mar.2018.
3.2 PERFIL DOS TRAFICANTES DE ÓRGÃOS16

Os atores envolvidos, aliciadores, recrutadores também chamados de intermediários,


caçadores de rins entre outros, identificam as vítimas vulneráveis e as persuadem para que
elas vendam os seus órgãos, geralmente os rins, possuem uma ampla habilidade de persuasão,
e possivelmente estão dentro do mesmo grupo étnico de suas vítimas, aumentando ainda mais
suas chances de conseguir os órgãos.
Sendo que os aliciadores são convincentes e agem da maneira correta para conquistar
a confiança da vítima, justamente por que eles já têm conhecimento do motivo que as levou
para este estado de vulnerabilidade.
Isso, por que, geralmente, eles são pessoas conhecidas das aliciadas, e utilizam de
diversas estratégias para que a vítima o considere confiável, e só então ele poderá surgir
com a proposta mirabolante de melhores condições de vida, são estes:

 Profissionais médicos: De todos os atores envolvidos, são os que menos


sabem e menos se envolvem na cadeia de transplante, os enfermeiros e assistentes geralmente
estão envolvidos.
 Outros facilitadores privados e públicos: Hospitais, centros de transplantes,
laboratórios, companhias aéreas, agências de viagens, informam como devem operar os
recrutadores além de fornecer a eles acomodações e mantimentos.
 Pacientes, compradores: Apesar de haver casos domésticos, não raro existem
casos chamados “turismo de transplante”, em que o paciente viaja até o local onde se
encontra a vítima e toda a cadeia do transplante ilegal para realizar a cirurgia.

Dentre a variedade de aliciadores, todos possuem um traço em comum: a vontade


de explorar outros seres humanos com fins lucrativos, portanto “vê-se o valor do dinheiro,
mas não se enxerga o valor humano”. 17

3.3 MODUS OPERANDI DO COMÉRCIO ILEGAL DE ÓRGÃOS


O tráfico de órgãos pode ocorrer de duas maneiras, sendo eles o intervivos ou post
mortem , no caso intervivos18, o agente, no caso o infrator, retira o órgão da pessoa ainda vida,

16 MARÇAL, Anna Léa Chagas; MORAES, Eduardo; PIMENTEL, Robson;et al. Tráfico
Humano: Causas, prevenção e implicações penais do tráfico de órgãos. Disponível em <
https://issuu.com/anna.marcal/docs/cartilha_penal_vers__o_final>.Acesso em 25 mar. 2018.
17 MEDEIROS, Maria Alice. Tráfico internacional de pessoas. A escravidão moderna fundada na
vulnerabilidade da vítima. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21,n 4832,23 set.2016.
Disponível em< https://jus.com.br/artigos/52164> . Acesso em 25 mar.2018.
18 BUONICORE. Giovana Palmieri. Tráfico de Órgãos e Bem Jurídico - Penal: Anáise do Artigo
15 da Lei 9434/97.Disponívelem:<http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/
trabalhos2011_1/giovana_buonicore.pdf> Acesso em 25 mar.2018.
podendo ocorrer, por exemplo, durante uma cirurgia ou até de formas brutais contra a vontade
do ofendido ou até mesmo tendo este consentimento, vale lembrar que o tráfico de órgãos é a
comercialização de órgãos, sendo esta totalmente vedada e proibida.
Por sua vez o tráfico de órgãos post mortem ocorre após a morte da vítima, não tendo
mais esta o poder de consentir ou não algo ilegal, pelo menos no momento da infração, a rede
que planeja o tráfico de órgãos é gerenciada por um “corretor de órgãos”, o qual tem a função
de encontrar um doador compatível com o receptor e que seja saudável, a partir desde
momento começam as negociações deste intermediário com o receptor, tentando extorqui-lo
no quanto for possível, no entanto, a comissão dada ao doador do órgão é ínfima comparada
com o que o receptor paga ao corretor.
“O tráfico de órgãos no mercado humano tem como receptores, geralmente, pessoas
ricas que não querem submeter nenhum familiar ao procedimento de transplantação
e recorrem ao comércio ilegal para a obtenção de um órgão. Do contrário, os
doadores são os indivíduos mais vulneráveis da sociedade, aqueles que vendem
parte do corpo em troca da sobrevivência, aceitando quantias irrisórias como
pagamento, mas sendo convencidos de que foram bem pagos. Estes doadores
dificilmente recorrem a polícia após terem feito a cirurgia, pois são ameaçados pelos
corretores de órgãos, além disso, a falta de informação também os cala.”19

Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar oficialmente que é


contra qualquer comercialização de partes do corpo humano, considerando a prática proibida,
muitos médicos e administradores de grandes hospitais acabam, adotando medidas antiéticas
para a solução do problema de falta de órgãos, indicando aos pacientes a possibilidade de
compra de um órgão pelo mercado clandestino, prática esta considerada inadmissível pela
Organização Mundial da Saúde.20

Portanto é importante salientar que as quantias pagas aos doadores de órgãos não
somam nem metade do que os intermediários faturam com a transação, pois cobram dos
receptores valores exorbitantes, pois se tratam de pessoas da classe alta da sociedade, nas
quais têm dinheiro para comprar a sua vida, por outro lado, o pobre perde a sua dignidade e se
vende no Mercado Negro dos transplantes aumentando ainda mais as desigualdades sociais.

No entendimento da ganância, ilegalidade e de globalização é possível compreender


a integração e o caráter transnacional de atividades criminosas como o mercado ilegal e o
tráfico de órgãos, é estabelecido justamente obedecendo esta rota, isto é, de um ponto, os
países do Sul (subdesenvolvidos) que vendem os seus órgãos e, na outra ponta, os países do

19 ALENCAR, Emanuela C. O. de. Tráfico de seres humanos no Brasil: aspectos sociojurídicos -


caso do Ceará. 2007. Domínio Público. Disponível
em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp037035.Pdf >. Acesso em: 25 mar. 2018.
20 PESSINI, Leocir; BARCHIFONTAINE, Christian de P. de; Problemas atuais de Bioética. 11.
ed. São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2014.
Norte (desenvolvidos), onde se encontram os pacientes ricos que pagam fortunas pelos
transplantes.

Apesar do fato ser antigo, o comércio ilegal dos rins envolvendo o Brasil (em
destaque o estado de Pernambuco), África do Sul e Israel voltou a ser noticiado pela imprensa
denominado como operação Bisturi reforçando a incidência dos casos.

3.4 LEGISLAÇÃO ACERCA DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS E TRÁFICO DE PESSOAS

A Lei n. º 9.434/97 21manteve as disposições acerca da doação de órgãos Inter vivos e


post mortem, e também a necessidade das doações serem a título gratuito, sendo vedado
qualquer tipo de comercialização, conforme já disposto no § 4º do artigo 199 da Constituição
Federal. “Art. 199 A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. (...) § 4º A lei disporá
sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.”

A Referida Lei 9.434 de 04 de fevereiro de 1997, alterada pela Lei nº 10.211 de 23


de março de 2001, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano,
para fins de transplante e tratamento. Em seu artigo 15, dispõe como crime: “Comprar ou
vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: Pena- reclusão de três a oito anos, e
multa, de 200 a 360 dias-multa.”

21 MATTE, Nicole Lenhardt. Tráfico de órgãos: a (im) possibilidade da legalização da


comercialização de órgãos no Brasil e os entraves à doação. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível
em: https://m.univates.br/bdu/bitstream/10737/1747/1/2017NicoleLenhardtMatte.pdf .Acesso em 25 mar. 2018.
Neste caso prevê uma sanção penal para quem comprar ou vender órgãos, tecidos ou
partes do corpo humano, assim como também pode ser visto os requisitos para o transplante
na Carta Magna, §4º do artigo 199: “A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.”

Assim, apenas no ano de 2016, com a Lei nº 13.344/2016 22 que o Brasil passou a
abordar o crime com efetividade, visto que esta lei regulamenta o tráfico de pessoas que
utiliza o próprio ser humano, visando explorá-lo de variadas formas como a prostituição,
trabalho em condição análoga à de escravo, retirada de órgãos ou tecidos do corpo, a fim de
obter lucratividade tanto de pessoas no Brasil, quanto de brasileiras sendo vitimadas no
exterior, bem como prevê inúmeras alternativas de prevenção, repressão e apoio às vítimas e
seus envolvidos.

Como também foi incluído a sua penalidade no Código Penal no artigo 149A:

“Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou


acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a
finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (...).”

Ainda a Lei de Tráfico de Pessoas amplia as possibilidades de êxito nas


investigações (resgate de vítimas e prisão dos traficantes), visto que permite a requisição aos
órgãos públicos e empresas de telefonias e telecomunicações para obter informações sobre os
envolvidos, portanto para os dois casos, entende-se que é necessária uma repercussão mundial
para a sua prevenção através da sua divulgação nas campanhas e reportagens, visando uma
penalidade mais severa, mobilizando a sociedade como um todo para prestar o devido auxílio
às vítimas.

4 A VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

4.1 PROTEÇÃO DO BEM TUTELADO

O tráfico humano é sem dúvida uma das piores violações de direitos humanos que
poderiam existir, uma vez que o direito à vida é inalienável não há o que se falar em comercio
de órgãos, tendo em vista que como fora exposto anteriormente tal ato é vedado por lei, o
PROTOCOLO DE PALERMO como fora exposto anteriormente define tal ato de forma
expressa em seu artigo 3º, Sendo assim deixa claro nesta definição que o tráfico ilegal de
22 SILVA, Luísa Rasquinha da. Mercado negro–A (in) visibilidade do tráfico humano e sua
caracterização nos âmbitos interno e internacional.2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível
em:<https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/1780/1/2017LuisaRasquinhadaSilva.pdf>. Acesso 25 mar.
2018.
órgãos é uma violação dos direitos humanos, pois se trata de uma exploração ilegal ao corpo,
a própria Constituição Federal em seu artigo 5º, caput, na qual destaca-se o direito a
integridade física sendo este um dos direitos de primeira geração.
A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, também
conhecida como Convenção de Palermo, é o principal instrumento global de combate ao
crime organizado transnacional. Ela foi aprovada pela Assembleia-Geral da ONU em 15 de
novembro de 2000, data em que foi colocada à disposição dos Estados-membros para
assinatura, e entrou em vigor no dia 29 de setembro de 2003.23
Cabe ressaltar que as medidas adotadas pelo governo brasileiro para combater o
tráfico de pessoas são reconhecidas pelas Nações Unidas, o secretário do Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Rafael Franzini, defendeu em discurso
durante lançamento da Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas a participação de toda
a sociedade para prevenir este tipo de crime, ainda ressaltou ser preciso "reconhecer os
esforços do governo brasileiro no sentido de colocar à disposição da sociedade diferentes
formas de se fazer uma denúncia".24
Ao tentar descrever e mensurar o fenômeno do tráfico de pessoas, não há como se
ignorar as dificuldades e os desafios que existem para tanto, no Brasil e no mundo, no início
do século XXI, Salt (2000) já mencionava a carência de dados oficiais sobre tráfico de
pessoas, na opinião do autor, em regra, os dados eram coletados por instituições,
metodologias e tecnologias diversas e em tempos diferentes, impossibilitando sua
sistematização e comparação dentro de um mesmo país, que dirá entre diversos países, a
exemplo, o VIENNA FORUM OF UN.GIFT (2008) relata ser, atualmente, impossível
comparar estatísticas criminais de tráfico de pessoas, pois muitos dos países signatários do
Protocolo de Palermo estão ainda na fase de adaptação da sua legislação interna ao Protocolo,
dentre estes o Brasil. 25

23 Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Disponível em:
<https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/marco-legal.html> acesso em 14 abril 2018.
24 ONU reconhece ações do governo brasileiro para combater o tráfico de pessoas Disponível
em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/07/onu-reconhece-acoes-do-governo-brasileiro-para-
combater-trafico-de-pessoas> acesso em 14 abril 2018.
25 Desafios para o enfrentamento ao tráfico de pessoas / organização. Michelle Gueraldi. -- 1. ed.
-- Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, Coordenação de Enfrentamento ao Tráfico De
Pessoas, 2014. 193 p. – (Cadernos temáticos sobre tráfico de pessoas; v. 5) p.122.
5 COSIDERAÇÕES FINAIS
O tráfico humano é sem dúvida uma das piores violações de direitos humanos que poderiam
existir, uma vez que o direito à vida é inalienável não há o que se falar em comercio de
órgãos, tendo em vista que como fora exposto anteriormente tal ato é vedado por lei.
Apesar de haver tratados internacionais bem como leis de proteção as pessoas contra
o tráfico de órgãos, bem como os grandes esforços internacionais para a proteção e repressão
a tal ato, não se pode negar que ainda estamos longe de combater tal ilegalidade, pois de um
lado a cada ano aumenta o número de pacientes em espera por um transplante, resultando
assim o crescimento de casos de tráfico de pessoas para fins de remoção de órgãos.

6 REFERÊNCIAS

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Captação e Retirada de Múltiplos Órgão e Tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos /
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