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INTRODUÇÃO

Nos séculos XVIII e XIX, o estudo cada vês pormenorizado das técnicas
operatórias levou à subdivisão da anatomia, dando-se muita importância à
anatomia topográfica. O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais
seguro de estudar as alterações provocadas pela doença, Anatomia clínica: a
anatomia das imagens. Nela se consegue estudar o corpo com o auxílio de
aparelhos como radiografias, tomografias, ressonância, entre outros.

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ANATOMIA CLÍNICA

Conceito

A anatomia clínica ou aplicada é um ramo da anatomia geral que estuda a


função e a estrutura dos elementos do corpo humano, a partir de cenários
possíveis de natureza médico-clínica. Isso significa que a anatomia clínica é
utilizada nas práticas de odontologia, medicina ou outras ciências auxiliares da
saúde.

Por sua vez, esta disciplina deve utilizar outros ramos científicos para
realizar o seu desenvolvimento, como a anatomia cirúrgica, a anatomia
morfogenética e a anatomia radiológica.Em alguns casos, a anatomia clínica pode
precisar ou ser complementada pela embriologia, pois permite tratar doenças
congênitas.

É lembrado hoje pelo livro Sobotta: Atlas de Anatomia Humana, uma


obra-prima da anatomia macroscópica aclamada por sua alta qualidade e
detalhes. Impresso originalmente em 1904 com o título Atlas der descriptiven
Anatomie des Menschen ("Atlas de Anatomia Descritiva Humana"), foi
publicado em mais de 300 edições em 19 idiomas. Sobotta também foi autor de
Atlas und Grundriss der Histologie und mikroskopischen Anatomie des
Menschen (1902), mais tarde traduzido para o português e publicado como Atlas
de Histologia, Citologia, Histologia e Anatomia Microscópica, em seu texto
Anatomia Aplicada (s.f.), estabeleceu que a anatomia clínica sistematiza o
conhecimento científico que define o homem como ser biológico, obedecendo a
uma perspectiva geral e particular.

Disciplina

O autor também determinou que esta disciplina se concentra


principalmente no funcionamento dos sistemas cardiopulmonar, locomotor e de
regulação e controle. com isso, a anatomia clínica busca aumentar a compreensão
do corpo humano para garantir a excelência na realização de intervenções
cirúrgicas.

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HISTÓRIA
A anatomia clínica não foi concebida como uma disciplina científica até o
século 19, pois em seus primórdios era considerada uma parte da anatomia geral.

Após a criação das enciclopédias e com o advento do positivismo, a


anatomia geral foi dividida em diferentes ramos, com o objetivo de torná-la uma
forma de conhecimento mais acessível e organizada.

Consequentemente, pode-se estabelecer que a anatomia clínica nasceu


junto com os primeiros estudos anatômicos realizados pelo homem. Porém, o
termo "clínico" foi cunhado muito tempo depois, com o desenvolvimento da
ciência e com a massificação do conhecimento.

Na antiguidade clássica

A civilização grega foi uma das primeiras sociedades a se dedicar ao


estudo da anatomia. Estas primeiras abordagens à disciplina aconteceram graças
à curiosidade científica de estudiosos como Alcmeón de Crotona (500 -450 aC),
que através da dissecação conseguiu estabelecer as diferenças entre os órgãos
reprodutivos das plantas e dos animais.

Outro cientista grego que fundou os fundamentos da anatomia foi


Erasistratus de Cos (304-250 aC), que conseguiu descrever os vasos quilíferos.
Erasístrato também mostrou que tanto as veias quanto as artérias começam no
coração. Além disso, ele foi capaz de descrever as válvulas sigmóides e os vasos
brônquicos.

Na idade Média

Durante a Idade Média, o interesse pelo corpo humano desapareceu


ligeiramente, já que naquela época a alma era considerada mais importante.
Apesar disso, os pesquisadores conseguiram encontrar alguns livros sobre
anatomia que datam desse período, encontrados principalmente em bibliotecas
monásticas.

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Mondino di Luzzi (1276-1326) foi um dos poucos estudiosos que ousou desafiar
a autoridade eclesiástica por meio da dissecação de cadáveres, o que era proibido
na época.
Graças a isso, di Luzzi foi um pioneiro na descrição dos órgãos genitais
femininos. Com o advento do Renascimento, o ser humano passou a ser o
principal objeto de estudo, o que permitiu retomar o interesse pelo corpo.
Leonardo da Vinci (1452-1519) foi uma das figuras mais importantes para o
desenvolvimento da anatomia como ciência, pois fez centenas de desenhos
anatômicos e fisiológicos onde registrou suas observações científicas.

IDADE MODERNA: DESCOBERTA DOS RAIOS X

Em 1895, o físico Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os raios X, que


representaram um avanço extraordinário para a anatomia clínica. Isso foi uma
melhoria nas práticas cirúrgicas. Com esse método, os anatomistas puderam
estudar não apenas os ossos, mas também os órgãos e tecidos dos seres vivos.

Atualmente, a evolução desse aparelho tem possibilitado a obtenção de


imagens tridimensionais dos tecidos, o que permite ao anatomista conhecer com
mais rapidez e facilidade o estado do paciente.

O que está estudando (objeto de estudo)

A palavra "Anatomia" vem do grego "anatomé", que se traduz como


"dissecção". Conseqüentemente, pode-se estabelecer que a anatomia é uma
ciência que estuda a estrutura e a forma das partes do corpo por meio da
dissecação de organismos.

A anatomia clínica - como um ramo da anatomia geral - usa as bases dos


estudos anatômicos, mas se concentra no desenvolvimento prático, por isso é
aplicada em outras ciências cirúrgicas, como medicina ou odontologia.

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O objetivo principal da anatomia clínica é resolver problemas médicos.
Portanto, ele usa o conhecimento anatômico para vincular os processos da doença
aos sintomas dos pacientes. Dessa forma, os cientistas podem estabelecer um
diagnóstico e oferecer certos tratamentos.

MÉTODOS E TÉCNICAS

Um método essencial usado pela anatomia clínica é o uso de raios X. Esta


ferramenta permite aos anatomistas reconhecer facilmente o problema ou
fenômeno que o paciente está experimentando.

Os raios X

Os raios X consistem em radiação eletromagnética que atravessa


elementos ou corpos opacos e, em seguida, imprime um filme fotográfico. Essa
radiação é invisível ao olho humano.

Fig. 1 Representa Os raios X são radiação eletromagnética que passa por elementos opacos e depois
imprime filme fotográfico. Fonte: pixabay.com

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Anatomia cirúrgica

A anatomia clínica necessita dos métodos da anatomia cirúrgica para


poder se desenvolver como disciplina, visto que esta permite a execução prática
do conhecimento clínico.

Em conclusão, pode-se estabelecer que a anatomia clínica e a anatomia


cirúrgica são dois ramos científicos que atuam em uníssono para que o cirurgião
possa desenvolver com sucesso os processos cirúrgicos.

ANGIOTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

A angiografia é uma variante da tomografia que permite aos anatomistas


observar o fluxo dos vasos venosos e arteriais no corpo. Na verdade, a
angiografia pode registrar tudo, desde o suprimento de sangue aos rins e pulmões
até os circuitos circulatórios do cérebro. Por todas essas razões, a angiografia é
um método amplamente utilizado pela anatomia clínica.

Essa técnica funciona por meio da combinação da análise


computadorizada de imagens com o uso de radiografias e é altamente
recomendada pelos pacientes, por não ser incômoda. Além disso, a angiografia
não tem tantos efeitos colaterais quanto as tomografias convencionais.

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CONCLUSÃO

De toda a pesquisa realizada através da análise dos Planos de Ensino das


disciplinas de Anatomia Humana I e II, ministradas no 1° ano (1° e 2° semestres,
respectivamente) de Fisioterapia Livros de Robert Heinrich Johannes Sobotta,
bem como nos dados coletados através do levantamento bibliográfico em
literaturas específicas na área de fisioterapia, compreendeu-se que Anatomia
Clínica estuda os órgãos, sistemas ou regiões baseados nas doenças ou desordens
presentes em cada estrutura anatômica.

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REFERENCIAS

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Johannes Sobotta (1869–1945) – Leben und Wirken unter besonderer Berücksichtigung
seiner Würzburger Zeit. Tese. Universidade de Würzburgo, 2004, online (PDF-Datei, 7,
63 MB) (alemão)Biografie (PDF-Datei, 7 MB, S. 3-7) (alemão) Literatura de e sobre
Johannes Sobotta no catálogo da Biblioteca Nacional da Alemanha (alemão)
APA

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