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humana
Por Saulo Castilho
Mestre em História Comparada (UFRJ, 2020)
Bacharel em História (UFRJ, 2018)
Por volta de 300 a.C, na região do Egito passou-se a praticar a técnica de vivissecção,
que consistia na realização de corte de alguns órgãos com o indivíduo ainda vivo. Mais
ou menos nesta mesma época houve a proibição, por parte da Igreja Católica, da
dissecação de cadáveres, com o argumento de que tal prática feriria princípios éticos e
religiosos.
Entre fins do século XVI e início do século XVII, viu-se, na Europa, a popularização da
prática de dissecação; nesta época, passou a ser disseminada noção de preservação e
reunião de peças anatômicas em locais próprios. Foram criados verdadeiros museus de
anatomia. Já os séculos XVIII e XIX viram o surgimento de muitas obras, atlas e
compêndios voltadas para o estudo da anatomia.
Nos séculos XVIII e XIX também houve o problema da escassez de cadáveres para
estudo de anatomia. Sabe-se que desde o início do desenvolvimento da ciência médica,
os cadáveres utilizados para dissecação tendiam a ser cadáveres de indigentes. Por conta
da ausência de materiais humanos para estudo, surgiram ladrões profissionais de
cemitérios; estes roubavam corpos para serem vendidos para escolas de medicina. Nesta
época, diversos estudantes e professores envolveram-se em casos ilícitos. A comoção
pública em relação à violação de túmulos fez com que leis fossem criadas a fim de
delimitar quais corpos e em quais condições seriam submetidos para estudos em escolas
de anatomia e medicina.
Referências: