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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

EAD
Curso de Biologia – Licenciatura
Turma 1302

GISLAINE BARBOZA DE MORAES RA: 1134349

ATIVIDADE NO PORTFÓLIO
FILO MOLLUSCA - SISTEMA NERVOSO E ÓRGÃOS SENSORIAIS

Fundamentos e Métodos do Ensino de Biologia Animal I


Prof. Danilo Aqueu Rufo

Campinas SP
2014
1. FILO MOLLUSCA

O filo Mollusca (moluscos) é representado basicamente por seres marinhos, embora,


segundo LINHARES (2012, p.240) haja algumas espécies terrestres e outras de água doce. O
corpo dos animais que compõe o filo Mollusca é mole, geralmente protegido por uma concha
calcária (carbonato de cálcio). O corpo não apresenta segmentação e pode ser dividido em três
regiões: cabeça, onde estão os órgãos sensoriais e os gânglios nervosos, pé, que é musculoso e
locomotor, e massa visceral, onde se situam os órgãos do animal e uma membrana chamada
manto (responsável pela produção da concha).
Os moluscos aquáticos têm respiração branquial ou pulmonar, enquanto os terrestres
respiram através da pele ou de um pulmão primitivo.
A circulação é aberta, com exceção dos cefaloides (polvos e lulas), que têm circulação
fechada.
O tubo digestivo é completo, com glândulas digestivas, e na boca encontra-se a rádula
(língua raspadeira). A excreção é feita pelos metanefrídios.
Algumas espécies possuem sexos separados e outras são hermafroditas. O
desenvolvimento pode ocorrer de forma direta ou indireta (neste caso formando uma larva
chamada trocófora).
O filo Mollusca divide-se em cinco classes:
 Biválvia (bivalve): sua concha é dividida em duas valvas. Ex: ostras e
mariscos.
 Gastropoda (gastrópodes): possuem a assa visceral e a concha em espiral.
Podem ser aquáticos ou terrestres. Ex: caramujos e lesmas.
 Cephalopoda (cefalópodes): concha pouco desenvolvida ou ausente. O pé é
constituído por oito ou dez tentáculos. São aquáticos e deslocam-se por propulsão de jatos de
água emitidos por sifão. Ex: polvos e lulas.
 Polyplacophora (poliplacófora) ou Amphineura (anfineuros): possuem o
corpo coberto por oito placas dorsais e são marinhos. Ex: quíton.
 Scaphopora (escafópodes): são marinhos e a concha tem formato de dente.
Ex: Dentalium.
 Monoplacóphora (monoplacóforos): têm uma única concha achatada e estão
organizadas em apenas três gêneros, encontrados em grandes profundidades nos oceanos.
 Aplacophora (aplacóforas): são moluscos mais primitivos, com corpo
vermiforme e coberto por espículas calcárias. Vivem em ambiente marinho, mais
frequentemente entre 200 e 3000 metros de profundidade.

2. SISTEMA NERVOSO DOS MOLUSCOS E ORGÃOS SENSORIAIS

O plano fundamental do sistema nervoso dos moluscos consiste, em geral, em um anel


nervoso circum-esogágico no lado inferior do qual se estendem posteriormente dois pares de
cordões nervosos. Como existem quatro cordões nervosos, diz-se que os moluscos exibem
uma tetraneuria. O par de cordões ventral, chamados de cordões podais, inerva os músculos
do pé; o par dorsal, chamados de cordões viscerais, inerva o manto e os órgãos viscerais. As
conexões transversais dão a cada par de cordões a aparência de uma escada.
Os órgãos sensoriais de muitos moluscos vivos incluem os tentáculos, uma par de
olhos, um par de estatocistos no pé e os osfrádios. Os osfrádios são remendos de epitélio
sensorial localizados na margem posterior do mesentério ventral que sustenta cada brânquia;
funcionam como quimiorreceptores e também determinam a quantidade de sedimento na
corrente inalante.

2.1. Classe Monoplacófora

O sistema nervoso consiste em um par de gânglios cerebrais e de um anel nervoso


circum-oral, a partir do qual surge um par de cordões nervosos viscerais no interior da prega
do manto e um par de cordões nervosos podais em direção ao pé.

2.2. Classe Poliplacófora

O sistema nervoso é semelhante aos moluscos em geral. Os gânglios encontram-se


ausentes ou pouco desenvolvidos. Os principais órgãos sensoriais são o órgão sub-radular, os
pelos da cintura e os estetas. Os estetas, que são exclusivos nos quítons, são células do manto
alojadas nos canais verticais diminutos da camada superior da placa da concha. Os canais e as
extremidades sensoriais terminam embaixo de uma tampa na superfície da concha. As placas
da concha também estão envolvidas na resposta à luz.
2.3. Classe Aplacófora

O sistema nervos é distintamente primitivo e não há evidências de que os aplacóforos


tenham tido concha, embora espículas ou escamas calcárias pudessem se encontrar presentes
no manto.

2.4. Classe Gastropoda

O sistema nervoso compõe-se de um conjunto de gânglios e cordões que se distribuem


por todo o corpo e inervam os diferentes órgãos. O conjunto dos órgãos sensoriais
compreende olhos, tentáculos, osfrádios e estatocistos. Os olhos, nas formas mais primitivas,
situam-se nas extremidades dos tentáculos e consistem de simples depressões que contêm
células pigmentares e fotorreceptoras. Nos gastrópodes mais evoluídos, a depressão fecha-se e
distinguem-se uma córnea e um cristalino. Os tentáculos dispõem de olhos e de células táteis
e quimiorreceptoras. Os estatocistos são células sensoriais importantes para o equilíbrio. O
osfrádio, disponível somente nas espécies dotadas de brânquias, funciona ao que parece, como
órgão olfativo e quimiorreceptor.

2.5. Classe dos Escafópodes

O sistema nervoso exibe o plano típico dos moluscos em geral. Não há olhos ,
tentáculos sensoriais ou osfrádios.

2.6. Classe dos Bivalves

O sistema nervos é bilateral, com três pares de gânglios e dois pares de cordões
nervosos longos. Em cada lado do esôfago localiza-se um gânglio cerebropleural e de cada
um deles surgem dois cordões nervosos principais direcionados posteriormente.
O par superior estende-se através das vísceras e controla os músculos adutores,
posteriores e sifões. O par de gânglios cerebropleurais, estende-se ao pé conectando-se aos
gânglios podais e controlam a locomoção.
Os olhos são peculiares por terem duas camadas de fotorreceptores, uma rabdomérica
e a outra ciliar. Atrás da retina encontram-se pigmentos refletores, que refletem a luz de volta
a camada receptora ciliar, onde se forma a imagem.
Os olhos cefálicos ficam localizados um em cada eixo branquial.
Abaixo do músculo adutor encontra-se o osfrádio, órgão de quimiorrecepção que
monitora a quantidade de agua que passa pela cavidade do manto.

2.7. Classe dos Cefalópodes

Os cefalópodes possuem um alto grau de desenvolvimento do sistema nervoso, o que


explica sua locomoção ágil e seus hábitos carnívoros.
Todos os gânglios típicos dos moluscos se concentram e se fundem de modo a formar
um cérebro que circunda o esôfago e é protegido por um crânio cartilaginoso.
Nas regiões subesofágicas do cérebro, os gânglios podais fornecem nervos para o
funil, e os gânglios braquiais, enviam nervos para cada um dos braços. E um par de nervos
provenientes dos gânglios viscerais supre o manto. As contrações natatórias e ventilatórias
ordinárias das da musculatura do manto resultam de impulsos transportados através de um
sistema de numerosos neurônios motores pequenos que se irradiam de dois gânglios
estrelados, um de cada lado da parede do manto.
O centro de comando do sistema é um par de neurônios gigantes de primeira ordem,
que repousam no lobo ventral mediano dos gânglios viscerais fundidos que são disparados por
um dique de impulsos provenientes dos órgãos sensoriais.
Os olhos são bem desenvolvidos e semelhantes aos dos peixes. A retina contém
fotorreceptores longos, que se encontram orientados pelo foco de luz. Os fotorreceptores
encontram-se conectados às células retinianas, que mandam fibras de volta a um gânglio
óptico.
O olho cefalópodo forma indubitavelmente uma imagem, e as conexões ópticas
parecem ser especialmente adaptadas a analise das projeções verticais e horizontais dos
objetos no campo visual.
A orientação dos olhos é controlada pelos estatocistos, os quais são maiores e mais
complexos do que nos outros moluscos.
As mudanças de cores são efetuadas por cromatóforos, células na epiderme que
contém grânulos de pigmento. Células musculares delgadas circundam cada cromatóforo
elástico, cujas contrações exercem tração sobre a periferia do cromatóforo, expandindo-o
grandemente. À medida que a célula se expande, o pigmento se dispersa, mudando o padrão
de cores do animal. Quando as células musculares relaxam, o cromatóforo retoma ao seu
tamanho original e o pigmento é novamente concentrado. Por meio dos cromatóforos, os
quais estão sob controle nervoso, e provavelmente hormonal, um elaborado sistema de
mudanças de cores e padrões torna-se possível, incluindo escurecimento ou clareamento geral,
variações para tons de rosa, amarelo ou lavanda, e a formação de barras, listras, pontos ou
manchas irregulares Essas cores podem ser utilizadas de forma variável como sinais de
perigo, como coloração protetora, e provavelmente para outros fins.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAURENCE, J. Biologia. 1. ed. São Paulo: Nova Geração, 2005.


LINHARES, S. ; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. 1. ed. São Paulo: Ática, 2010.
RUPERT, E. ; BARNES, R., Zoologia dos Invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.
TAVARIS, A. P., Estudante nota 10 – Biologia. 8. ed. São Paulo: DCL, 2010.

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