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Fisiologia Renal

Fisiologia Renal é a parte dos estudos dos rins, órgão encontrado aos
pares no organismo humano e localizado na cavidade abdominal logo
abaixo das costelas. Os rins fazem parte do Sistema Urinário, responsável
pela produção de urina, o principal produto de excreção do organismo.

Funções

✱Filtração do sangue
✱Regulação do líquido extracelular, eliminando-o para que o volume
normalize, e da pressão sanguínea.
✱Regulação da osmolalidade: controlando a concentração de eletrólitos e
solutos
✱Manutenção do equilíbrio iônico: mantendo a concentração adequada dos
íons
✱Regulação do pH: controlando a acidez do plasma. Se esse estiver ácido,
trabalha removendo H+ para que a concentração de HCO3- sobressaia. E
se estiver alcalino é necessário conservar H+ para manutenção do
equilíbrio de potencial hidrogeniônico do plasma.
✱Excreção de subprodutos metabólicos que possam ser tóxicos para o
organismo.
✱Apesar de não serem glândulas os rins produzem e secretam alguns
hormônios como a eritropoetina, que atua regulando a produção de
glóbulos vermelhos, e a renina, que atua na regulação da pressão sanguínea
a partir do sistema renina - angiotensina II - aldosterona.
Anatomia

O rim é formado por uma parte mais externa (1.Córtex ) e uma parte
mais interna (5.Medula). O conjunto de medulas forma as pirâmides renais,
cada uma dessas é constituída por um sistema com milhares de túbulos
microscópicos: os néfrons, estruturas funcionais dos rins. São esses
corpúsculos renais os responsáveis pela filtração do sangue e produção da
urina.

Os capilares que estão em contato íntimo com o néfron participam da


reabsorção.

Processo de Filtração
A filtração é um processo inespecífico e constitui a passagem do
plasma do glomérulo para a cápsula de Bowman.
Mais de 7,5 litros de plasma são filtrados por hora nos néfrons.
Entretanto, apenas 20% é filtrado e o restante segue para os capilares, e
desses 20%, que correspondem a fração de filtração, apenas 1% é
excretado.
Por ser um processo sem muita seletividade essa troca entre capilar e
cápsula de Bowman apresenta uma barreira tripla: o próprio endotélio do
capilar, uma pequena lâmina basal e a parede da cápsula de Bowman que
recobre o glomérulo. Os poros dos capilares permitem a passagem da
maioria dos componentes do plasma, menos as células sanguíneas. Além
disso, a fenda de filtração localizada na lâmina basal do glomérulo não
permite a passagem de proteínas.
A filtração glomerular é controlada por três forças de pressão:
 Hidrostática: que é a força que o sangue faz na parede do
capilar, quanto maior a pressão arterial maior será a pressão
hidrostática e maior também será a taxa de filtração
 Coloidosmótica: essa força gera um gradiente de concentração,
promovendo a passagem de solvente do local menos
concentrado para o mais concentrado. A força coloidosmótica
favorece a volta do líquido da cápsula de Bowman para o
capilar.
 A medida que o líquido atravessa os capilares, entrando na
cápsula de Bowman, esse pressiona as paredes da cápsula se
opondo a chegada de mais líquido.

Logo, percebemos que a taxa de volume de líquido que sai de dentro


do capilar para a cápsula (taxa de filtração glomerular) é definida tanto pela
pressão sanguínea quanto pelo coeficiente de filtração, sendo relativamente
constante.

Mecanismos de Feedback

Os rins apresentam alguns mecanismos para controlar a filtração


glomerular e mantê-la relativamente constante, assim como permitir o
controle exato de excreção de solutos e água. Logo, esses mecanismos
constituem a autorregulação renal.

Há dois tipos de resposta: a miogênica e a retroalimentação.

 Miogênica: com o aumento da pressão sanguínea há o estiramento da


musculatura lisa da arteríola aparente causando a despolarização da
mesma. Essa despolarização é responsável por abrir canais de cálcio
que causam a contração da musculatura, diminuindo o fluxo de
líquidos que entram no glomérulo.
 Retroalimentação: é a resposta parácrina.

Reabsorção e Secreção

Após passar pelo processo de filtração, o filtrado glomerular segue o


caminho por outros ramos do néfron: túbulo proximal, alça de Henle,
túbulo distal, túbulo coletor e ducto coletor, até, finalmente, ser excretado
em forma de urina.

A quantidade de soluto excretada é justamente o resultado da soma


da quantidade de soluto filtrada mais a quantidade de soluto secretada,
subtraindo-se a quantidade de soluto reabsorvida.

Como visto anteriormente, apenas 1% do líquido filtrado é


excretado, o restante é reabsorvido.
A secreção difere-se da filtração por ser um processo mais seletivo.

A reabsorção tubular ocorre tanto por mecanismos ativos quanto


passivos.

Os mecanismos ativos incluem o primário e o secundário

 Primário: é um mecanismo acoplado diretamente a fonte de energia,


como a bomba sódio – potássio de adenosina trifosfatase que
funciona ao longo da maior parte do túbulo renal. Além da
reabsorção de íons sódio, assunto que abordaremos mais à frente. É
responsável por mover os solutos contra o gradiente eletroquímico.
 Secundário: é acoplado indiretamente a fonte de energia. A energia
liberada durante o mecanismo ativo primário é utilizada para mover
outra substância contra seu gradiente eletroquímico, caracterizando o
mecanismo ativo secundário. Um dos exemplos desse tipo de
mecanismo é a reabsorção de glicose pelo túbulo renal.

Os solutos são reabsorvidos pelas células epiteliais ou entre as


células, por vias transcelulares ou paracelulares.

A reabsorção de água ocorre por meio de osmose, um transporte


passivo.

A reabsorção de sódio ocorre na maioria dos segmentos do túbulo, é


um processo auxiliado por proteínas transportadoras que também são
fundamentais no transporte ativo secundário de outras substâncias,
como glicose e aminoácidos.

Algumas moléculas maiores, como algumas proteínas que


atravessam a lâmina basal, são reabsorvidas por meio da pinocitose. E a
reabsorção de ureia, cloreto e outros solutos, como a creatinina, ocorrem
por difusão passiva.

A secreção ocorre, como apresentado, de forma mais específica. São


bases e ácidos orgânicos, produtos do metabolismo, que devem ser
rapidamente eliminados. O potássio e o hidrogênio são dois íons de
fundamental importância e que são secretados no processo de formação
de urina.
Ambos esses processos ocorrem por meio de co-transporte com os
íons sódio. O potássio é através da bomba sódio-potássio, que cria um
diferencial de concentração responsável por garantir com que esse, que
está em maior concentração no interior da célula do que no lumén do
túbulo, seja transportado passivamente para o interior do túbulo.

Conclusão

Após os processos de filtração, reabsorção e secreção, há, então, a


formação da urina que irá passar pelos ureteres até a bexiga, onde será
armazenada até a micção.

Referências
Vídeo: Fisiologia Renal – MedCanal com João Paulo Mauler

Tratado de Fisiologia Médica – Guyton & Hall

Blog Jaleko

Imagem 1 – Toda Matéria

Imagem 2 – Brasil Escola

Imagem 3 – Artigo USP


(https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3509084/mod_resource/content/1/Sistemas%20end
%C3%B3crino%2C%20reprodutor%20e%20renal%20FisioTO_2017.pdf)

Imagem 4 –Toda Matéria

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