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% da carga
Quantidade Quantidade Quantidade ltrada que é
Substância ltrada reabsorvida excretada reabsorvida
Para que uma substância seja reabsorvida, ela deve primeiro ser transportada
(1) através das membranas epiteliais tubulares para o líquido intersticial
renal e, depois, (2) através da membrana capilar tubular de volta para o
sangue (ver Figura 28.1). Portanto, a reabsorção de água e solutos inclui
uma série de passos no transporte. A reabsorção através do epitélio tubular
para o líquido intersticial inclui transporte ativo ou passivo pelos mesmos
mecanismos básicos discutidos no Capítulo 4 para o transporte através de
outras membranas celulares do organismo. Por exemplo, a água e os solutos
podem ser transportados através das membranas celulares (trajeto
transcelular) ou através dos espaços entre as junções celulares (trajeto
paracelular ou intercelular). Em seguida, após sua reabsorção através das
células epiteliais para o líquido intersticial, água e solutos são transportados
através da parede dos capilares para o sangue, por meio da ultrafiltração
(fluxo em massa) mediada por forças hidrostáticas e coloidosmóticas.
Capilares peritubulares comportam-se como as extremidades venosas da
maioria dos demais capilares porque há uma força resultante de reabsorção
que move o líquido e os solutos do interstício para o sangue.
Figura 28.1 Reabsorção da água e solutos filtrados no lúmen tubular através das
células epiteliais e interstício até o sangue. Solutos são transportados através das
células (trajeto transcelular) por difusão passiva ou transporte ativo, ou entre as
células (trajeto paracelular ou intercelular) por difusão. A água é transportada
através das células e entre as células tubulares por osmose. O transporte de água
e solutos do líquido intersticial para os capilares peritubulares ocorre por meio de
ultrafiltração (fluxo em massa).
TRANSPORTE ATIVO
O transporte ativo pode mover um soluto contra seu gradiente eletroquímico;
isso requer energia derivada do metabolismo. O transporte ligado
diretamente a uma fonte de energia, como a hidrólise de trifosfato de
adenosina (ATP), denomina-se transporte ativo primário. Um exemplo desse
mecanismo é a bomba de sódio e potássio ATPase, ou bomba Na+-K+
ATPase, que funciona ao longo da maior parte dos túbulos renais. O
transporte associado indiretamente a uma fonte de energia, como aquele
causado por um gradiente iônico, denomina-se transporte ativo secundário.
A reabsorção de glicose pelos túbulos renais é um exemplo de transporte
ativo secundário. Embora os solutos possam ser reabsorvidos por
mecanismos tubulares ativos e/ou passivos, a água sempre é reabsorvida
passivamente através da membrana epitelial dos túbulos pelo processo de
osmose.
Solutos podem ser transportados através de ou entre as células
epiteliais. As células tubulares renais, assim como outras células epiteliais,
são mantidas unidas por junções comunicantes. Os espaços intercelulares
laterais situam-se atrás das junções comunicantes e separam as células
epiteliais do túbulo. Solutos podem ser reabsorvidos ou secretados através
das células pelo trajeto transcelular ou entre as células, movendo-se através
das junções comunicantes e espaços intercelulares, pelo trajeto paracelular.
O sódio é uma substância que se move pelas duas vias, embora sua maior
parte seja transportada pelo trajeto transcelular. Em alguns segmentos dos
néfrons, especialmente no túbulo proximal, a água também é reabsorvida por
meio do trajeto paracelular, sendo as substâncias nela diluídas, em especial
os íons potássio, magnésio e cloreto, carreadas juntamente com o líquido
absorvido entre as células.
Transporte ativo primário através da membrana tubular ligado à
hidrólise de trifosfato de adenosina. A importância especial do
transporte ativo primário é sua capacidade de mover solutos contra um
gradiente eletroquímico. A energia desse transporte ativo provém da
hidrólise de ATP por meio da ATPase de membrana, que também é um
componente do mecanismo transportador que liga e move solutos através das
membranas celulares. Os transportadores ativos primários conhecidos dos
rins incluem as bombas Na+-K+ ATPase, hidrogênio ATPase, hidrogênio-
potássio ATPase e cálcio ATPase.
Um bom exemplo de um sistema de transporte ativo primário é a
reabsorção de íons sódio através da membrana tubular proximal, conforme
demonstrado na Figura 28.2. Dos lados basolaterais da célula epitelial
tubular, a membrana celular possui um extenso sistema Na+-K+ ATPase que
hidrolisa ATP e utiliza a energia liberada para transportar íons sódio para
fora da célula até o interstício. Ao mesmo tempo, o potássio é transportado
do interstício para dentro da célula. A operação dessa bomba iônica mantém
nível baixo de sódio e alto de potássio intracelular, gerando uma carga
negativa de aproximadamente –70 mV dentro da célula. O bombeamento
ativo de sódio para fora da célula através da membrana basolateral favorece
a difusão passiva de sódio através da membrana luminal da célula, do lúmen
para a célula, por dois motivos: (1) existe um gradiente de concentração que
favorece a difusão de sódio para a célula porque sua concentração
intracelular é baixa (12 mEq/ℓ) e a concentração tubular é alta (140 mEq/ℓ);
e (2) o potencial intracelular negativo de –70 mV atrai íons positivos de
sódio do lúmen tubular para a célula.
Urato 15 mg/min
Lactato 75 mg/min
Creatinina 16 mg/min
Ácido paramino-hipúrico (PAH) 80 mg/min
TÚBULOS DISTAIS
O segmento ascendente espesso da alça de Henle termina no túbulo distal. A
primeira porção desse túbulo forma a mácula densa, um grupo de células
epiteliais intimamente agregadas que faz parte do aparelho justaglomerular
e promove controle da TFG e fluxo sanguíneo por meio de feedback nesse
mesmo néfron.
A próxima parte do túbulo distal é altamente contorcida e apresenta
muitas das mesmas características de reabsorção do segmento ascendente
espesso da alça de Henle. Ou seja, promove ampla reabsorção de íons,
incluindo sódio, potássio e cloreto, ao passo que é praticamente impermeável
à água e à ureia. Por essa razão, recebe o nome de segmento diluidor, por
contribuir com a diluição do líquido tubular.
Aproximadamente 5% da carga filtrada de cloreto de sódio sofrem
reabsorção no início do túbulo distal. O cotransportador de sódio-cloreto
move cloreto de sódio do lúmen tubular para dentro da célula e a bomba
Na+-K+ ATPase transporta sódio para fora da célula através da membrana
basolateral (ver Figura 28.10). O cloreto difunde-se para fora da célula até o
líquido intersticial renal através de canais de cloreto presentes na membrana
basolateral.
Diuréticos tiazídicos, os quais são amplamente utilizados no tratamento
de distúrbios como hipertensão e insuficiência cardíaca, inibem o
cotransportador de sódio-cloreto.