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Fisiologia Renal II

Praticamente todos os
solutos do plasma são
filtrados

Exceção ➔ proteínas
plasmáticas ou substâncias
ligadas a elas
A reabsorção tubular é muito seletiva.

Glicose e aminoácidos ➔ completamente reabsorvidos

Na + , Cl - , HCO 3 - ➔ reabsorção depende das necessidades do


organismo

Uréia e creatinina ➔ pouco reabsorvidos


Princípios que determinam a reabsorção tubular dos solutos
Tipos de transporte

Transporte transcelular –
alguns solutos e água se
movem para dentro e depois
para fora da célula

Transporte paracelular -
solutos se movem através de
junções oclusivas entre as
células epiteliais curso-32872-aula-00-e687-completo.pdf
(estrategiaconcursos.com.br)
Tipos de transporte

Pinocitose
Moléculas grandes - proteínas

A proteína se adere à borda em


escova da membrana luminal ➔
membrana se invagina para o
interior da célula ➔ é formada uma
vesícula contendo a proteína
Tipos de tranporte

- Junções oclusivas
(túbulos proximais)

OSMOSE - Arrasto de solvente


(à medida que a água passa pelas junções ocludentes
ela pode carregar, com ela, alguns solutos)

- ADH
(aumenta muito a permeabilidade à água nos túbulos
distais e coletores onde as junções ocludentes são
menos permeáveis à água)
Tipos de transporte
Difusão passiva - Cloreto
Reabsorção ativa de sódio

Reabsorção passiva de cloreto

Potencial elétrico Gradiente de concentração


(transporte de Na+, para fora (se desenvolve quando a água é
do lúmem, deixa o interior reabsorvida do túbulo por osmose,
lúmem com carga negativa. Cl- concentrando dessa forma o Cl- no
se difundem passivamente, via lúmem tubular.)
paracelular.)

* Cl- também pode ser reabsorvido por transporte ativo secundário.


Ex.: cotransporte de Cl- e Na+ através da membrana luminal.
Tipos de transporte
Difusão passiva - Uréia

Água é reabsorvida dos túbulos

Concentração de uréia no lúmem tubular aumenta

Gradiente de concentração – favorece a reabsorção de uréia

Ducto coletor medular interno → reabsorção passiva de uréia → facilitada por transportadores
de uréia específicos

Somente 50% da uréia filtrada é reabsorvida dos túbulos.


Mecanismos pelos quais a reabsorção de água, cloreto e ureia está acoplada à
reabsorção de sódio.
Mecanismo básico para o transporte de sódio através da célula epitelial
tubular – transporte ativo primário

Lados basolaterais da célula


→ sódio-potássio ATPase

Mantém concentrações
intracelulares baixas de Na+

Carga efetiva negativa de –70


mV dentro da célula

Difusão passiva de sódio do


lúmem tubular para dentro da
célula.
Mecanismo básico para o transporte de sódio através da célula epitelial
tubular – transporte ativo primário

Esta figura mostra o canal de Na+ epitelial, ENaC.


Reabsorção de glicose – transporte ativo secundário
Transporte máximo para as
substâncias reabsorvidas
ativamente

Transporte máximo ➔ limite para a


intensidade com que o soluto pode ser
transportado

Quantidade de soluto liberada para o túbulo


excede a capacidade das proteínas
transportadoras e de enzimas específicas
envolvidas no processo de transporte
Transporte máximo
para as substâncias 375 mg/min
reabsorvidas
ativamente 250

Exemplo: glicose 125


Reabsorção e secreção
ao longo de porções
diferentes do néfron
Túbulo proximal

Túbulo proximal → elevada capacidade de reabsorção devido a suas


características celulares especiais

Extensa borda em escova no lado luminal


Alto metabolismo e grande
Extenso labirinto de canais intercelulares e basais
número de mitocôndrias


Extensa área de superfície de membrana para o
Suporta com força muitos
transporte rápido de íons sódio e de outras
processos de transporte ativo
substâncias
Primeira metade do túbulo proximal ➔ sódio é reabsorvido por
cotransporte com glicose, aminoácidos e outros solutos

Segunda metade do túbulo proximal ➔ sódio é reabsorvido principalmente


com íons cloreto.
Túbulo proximal

Reabsorção de água acompanha o sódio – osmolaridade é mantida


Secreção de ácidos orgânicos e bases como sais biliares, oxalato, urato e catecolaminas.
Secreção de fármacos (penicilina e salicilatos) – depuração rápida
Túbulo proximal

1,0 ➔ indica que a concentração da


substância no líquido tubular é a mesma
que a concentração no plasma.

< 1,0 ➔ a substância é reabsorvida


mais avidamente do que a água.

> 1,0 ➔ a substância é reabsorvida em


menor grau do que a água, ou é
secretada nos túbulos.
Transporte de soluto e água na alça de Henle

Segmento descendente fino


Membranas epiteliais finas
Muito permeável à água
(reabsorve quase 20% da carga filtrada)
Sem borda em escova

Poucas mitocôndrias
Segmento ascendente fino
(praticamente impermeável à água)
Níveis mínimos de atividade metabólica

Segmento ascendente espesso


(praticamente impermeável à água)
Membranas epiteliais espessas
Reabsorção ativa de Na+, Cl-, K+
(reabsorve quase 25% da carga filtrada) Alta atividade metabólica

Reabsorve também Ca+2, HCO3-, Mg+2


Alça de Henle descendente fina
Alça de Henle ascendente espessa
Alça de Henle ascendente espessa

◼ Bomba Na + -K + -ATPase
◼ Cotransporte Na + 2Cl - K +
◼ Contratransporte Na + -H +

◼ Vazamento de K + favorece:
▪ Paracelular
▪ Mg 2+
▪ Ca 2+

▪ Na +
▪ K+

Impermeável à água ➔ líquido tubular


muito diluído
Túbulo distal

1a porção 2a porção

• Mácula densa • Reabsorção de


• Aparelho íons (Na+, K+, Cl-)
justaglomerular • Segmento diluidor
baixa reabsorção de água
• Feedback da FG
Túbulo distal – 1ª porção

Reabsorve 5% da
carga filtrada de
cloreto de sódio

Cotransporte de NaCl bomba Na+-K+-ATPase


Canal de Cl-
Túbulo distal – 1ª porção
Túbulo distal final e túbulo coletor cortical

Células principais Células intercaladas tipo A

Reabsorvem sódio e água Reabsorvem íons potássio


do lúmem
Secretam íons hidrogênio
Secretam íons potássio para o lúmem tubular
para o lúmem
Túbulo distal final e túbulo coletor cortical
Mecanismo de reabsorção do cloreto de sódio e da secreção de potássio nas
células principais do final dos túbulos distais e nos túbulos coletores
corticais.
Túbulo distal final e túbulo coletor cortical

Secretam H+ Reabsorvem H+
Reabsorvem HCO3- Secretam HCO3-
Resumo das características funcionais do túbulo distal final e
do túbulo coletor cortical

Quase Reabsorvem Na+


completamente e secretam K+ sob
impermeáveis à estímulo da
uréia aldosterona

Células intercaladas
desempenham papel Permeabilidade à
fundamental na água é controlada
regulação ácido-base pelo ADH
Ducto coletor medular

Permeabilidade à água controlada pelo ADH

Permeável à ureia – parte da ureia tubular é


reabsorvida para o interstício medular,
ajudando a elevar a osmolaridade nessa
região dos rins

Secreta íons H+ contra grande gradiente de


concentração.
Papel fundamental na regulação do equilíbrio
ácido-base
Regulação da
reabsorção tubular
Equilíbrio glomerulotubular

A intensidade total de reabsorção aumenta à medida que a carga filtrada


aumenta.

Se a filtração glomerular for aumentada de 124 ml/min para 150 mL/min,


a intensidade absoluta da reabsorção tubular proximal também aumentará
de 81 ml/min (65% da FG) para cerca de 97,5 ml/min (65% da filtração
glomerular)

A intensidade total de reabsorção aumenta à medida que a carga filtrada


aumenta, embora a porcentagem da FG reabsorvida no túbulo proximal
permaneça relativamente constante, em torno de 65%.

A importância do equilíbrio glomerulotubular é que ele auxilia a evitar


sobrecarga dos segmentos tubulares distais, quando a FG aumenta.
Forças físicas do líquido capilar peritubular e intersticial renal
Valores normais para as forças físicas e de reabsorção

Pressão hidrostática peritubular - Pc (se


opõe à reabsorção) = 13 mmHg

Pressão hidrostática no interstício renal -


Pif (favorece a reabsorção) = 6 mmHg

Pressão coloidosmótica das proteínas


plasmáticas nos capilares peritubulares - c
(favorece a reabsorção) = 32 mmHg

Pressão coloidosmótica das proteínas no


interstício renal - if (se opões à
reabsorção) = 15 mmHg

13 – 6 = 7 (se opõe a reabsorção)


32 – 15 = 17 (favorece a reabsorção)
17 -7 = 10 mmHg ➔ força efetiva de
reabsorção
Forças físicas do líquido capilar peritubular e intersticial renal
Determinantes da pressão hidrostática do capilar peritubular

Pressão arterial

 PA →  Ph capilar →  reabsorção

Resistência da arteríola aferente e eferente

 resistência →  Ph capilar →  reabsorção


Forças físicas do líquido capilar peritubular e intersticial renal
Determinantes da pressão coloidosmótica peritubular:

 Pressão coloidosmótica plasmática

Aumenta a reabsorção

Aumento da filtração

Aumento da proteína no capilar -> aumento da reabsorção


Forças físicas do líquido capilar
peritubular e intersticial renal
Determinantes do interstício

Diminuição da
reabsorção capilar

Diminui a reabsorção
efetiva de solutos e água

Vazamento de água e
solutos para o lúmen
tubular – junções
ocludentes das células
Efeito da pressão arterial sobre o débito urinário – os mecanismos de
natriurese e diurese pressóricas

Aumento Aumenta a excreção de Na+ e Natriurese pressórica


da PA água
Diurese pressórica

Diminuição da reabsorção de Aumento da Ph capilar


Na+ e água nos túbulos
Aumento da Ph intersticial

Aumento do débito urinário

Redução da angiotensina II Diminui a reabsorção de Na+

Redução da ação da aldosterona


Controle hormonal da reabsorção tubular
Aldosterona
Secreção
Secreção ➔ células da zona glomerulosa do córtex da adrenal.

Onde age ➔ células principais do túbulo coletor cortical.

Como age
Como age ➔ estimulação da bomba Na+-K+ATPase, na face basolateral
da membrana do túbulo coletor cortical.

Efeito ➔ reabsorção de Na+/secreção de K+ e H+

Estímulos ➔ concentração de K+ extracelular aumentada


➔ níveis de angiotensina II elevados
Controle hormonal da reabsorção tubular
Angiotensina II

Pressão sanguínea baixa

Volume de líquido Hemorragia


Quando aumenta extracelular diminuído
Sudorese
Perda de sal e água
Diarréia grave
Controle hormonal da reabsorção tubular
Angiotensina II

Efeitos principais

1) Estimula a secreção de
aldosterona ➔ eleva a
reabsorção de sódio
Controle hormonal da reabsorção tubular
Angiotensina II
Efeitos principais
reduz pressão hidrostática nos capilares
2) Contrai as arteríolas eferentes peritubulares ➔ aumenta a reabsorção
nos túbulos proximais

Reduz o fluxo sanguíneo renal



Eleva a fração de filtração no glomérulo

Aumenta conc. PT e pressão coloidosmótica
nos capilares peritubulares

Aumento da força de reabsorção dos
capilares peritubulares

Aumenta reabsorção de Na+ e H2O
Controle hormonal da reabsorção tubular
Angiotensina II

Efeitos principais

3) Estimula diretamente a
reabsorção de sódio em
túbulos proximais, alças
de Henle, túbulos distais
e túbulos coletores
Controle hormonal da reabsorção tubular
ADH (AVP)

Efeitos principais

Aumenta a reabsorção de água

Locais de ação

Túbulo distal
Túbulo coletor
Ducto coletor
Controle hormonal da reabsorção tubular
Peptídeo Natriurético Atrial

Quando aumenta

Quando células específicas dos átrios cardíacos são distendidas em função


da expansão do volume plasmático e aumento da pressão arterial.

Efeitos principais

Inibe diretamente a reabsorção de sódio e água pelos túbulos renais,


especialmente nos ductos coletores.

Inibe a secreção de renina.


Sistema nervoso simpático

Ativação intensa

Diminui a excreção de Na+ e H2O

Aumenta Renina e Angiotensina II


Depuração renal

Volume de plasma que é completamente depurado


da substância pelos rins

Quantifica
▪ Fluxo sanguineo renal
▪ Taxa de FG
▪ Reabsorção tubular
▪ Secreção tubular
Substâncias:
Inulina
Creatinina
PAH
Inconvenientes da administração de inulina: deve ser administrada ao
paciente via intravenosa para a medida da FG.

Por isso é utilizada uma substância endógena para a medida da filtração


glomerular que é a creatinina.

A creatinina é um subproduto do metabolismo muscular, sendo quase


totalmente depurada dos líquidos corporais por filtração glomerular.

No entanto não é um marcador perfeito, pois uma quantidade pequena é


secretada pelos túbulos, de modo que a quantidade de creatinina excretada
excede discretamente a quantidade filtrada.

Como normalmente ocorre um pequeno erro na medida da creatinina


plasmática, que leva a uma superestimativa da concentração plasmática de
creatinina e, casualmente, esses erros tendem a se anular.
Creatinina: utilizado na prática para avaliação da FG

Relação aproximada entre a filtração


glomerular e a concentração
plasmática de creatinina.

A diminuição da FG em 50%
aumentará a concentração
plasmática para duas vezes o
normal.
Estimativa da filtração glomerular utilizando somente a concentração plasmática de cratinina

Pode ser feita através de algoritmos como o de Cockcroft & Gault e MDRD GFR entre outros.

Cockcroft & Gault

Calculadoras nefrologicas - SBN


Calculadoras nefrologicas - SBN

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