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PRINCÍPIOS IMPORTANTES
FISIOLOGIA RENAL
NÉFRON
o fluxo sanguíneo irá atingir primeiro essa área, levando a uma necrose. Dessa forma,
existem alguns diuréticos que atuam aumentando o volume de líquido que passa por
essa região, evitando a evolução para necrose. Os capilares peritubulares, por sua vez,
são enovelados.
TIPOS DE DIURÉTICOS
DIURÉTICOS DE ALÇA
O diurético de alça inibe a NKCC2, logo, o sódio, potássio e cloro não entram,
ficando na luz tubular e assim, puxa-se água para o túbulo (pois retém sódio). Parte do
potássio também entra na célula pela bomba na membrana basolateral, contribuindo
para a saída para a luz do túbulo e aumentando sua concentração nessa região.
O cálcio e magnésio estão mais concentrados na luz tubular, mas, normalmente,
como há cargas negativas na membrana basolateral, cria-se um gradiente eletroquímico,
atraindo cargas positivas, que são o cálcio e o magnésio. Por isso, eles passam pelo
espaço paracelular até o capilar peritubular. Com o diurético de alça, como não há mais
as cargas negativas na membrana basolateral pelo transporte de cloro, o magnésio e o
cálcio param de ser atraídos pela região paracelular e permanecem no túbulo,
aumentando sua excreção.
Os diuréticos de alça induzem uma perda muito grande de K+ que não pode ser
apenas pela inibição da entrada de potássio na célula. Logo, a hipocalemia intensa
desses pacientes é explicada porque parte do sódio que foi retido é compensado pela
secreção de K+ (troca de Na+, que é reabsorvido, por K+).
● Usos terapêuticos:
○ Edema agudo de pulmão → aumentam a capacitância venosa
■ Furosemida por via EV como uma das primeiras escolhas (efeito
venodilatador)
○ Edema severo → aumentam a excreção de sódio para 25% da carga filtrada,
diminuindo o volume
○ Hipercalcemia (tratamento agudo) → aumentam a excreção de cálcio
■ Prejudicial para pacientes que têm tendência à osteoporose
○ Hipercalemia (ex: politraumatizado, lesão muscular extensa) → aumentam a
excreção de potássio
○ Falência renal aguda oligúrica → para evitar a anúria, é preciso proteger a
medula renal (diuréticos de alça aumentam o fluxo pela vasa recta,
garantindo a manutenção da hidratação das células tubulares)
○ Hipertensão moderada → redução da volemia + efeito venodilatador, que
resulta na redução da PA
● Efeitos colaterais:
○ Hipocalemia → o potássio é retido na luz tubular e sendo eliminado
○ Alcalose metabólica hipocalêmica (aumenta excreção de H+, porque parte do
Na+ é trocado por íons H+)
○ Hipovolemia
○ Ototoxicidade → altera o balanço de eletrólitos na endolinfa, podendo
diminuir a acuidade auditiva dos pacientes
■ A suspensão do fármaco reverte o quadro
○ Hipersensibilidade → a furosemida tem uma característica ácida devido a
sua estrutura química (ácido sulfamídico), logo, qualquer paciente que tenha
hipersensibilidade às sulfonamidas, será hipersensível também aos
diuréticos de alça
Luísa Mourad - Turma 131 - 2022
Prof. Solange - 22/09
○ Fraqueza → ocorre pela perda de K+ nas células, pois isso favorece a saída de
K+, hiperpolarizando as células musculares e retardando o potencial de ação
(algumas células musculares não irão conseguir gerar o potencial de ação e
liberar cálcio no retículo)
■ Nesses casos, não se pode prescrever diretamente os diuréticos
poupadores de potássio, pois pode tirar o paciente da hipocalemia e
gerar uma hipercalemia (deve-se primeiro tranquilizar o paciente e
indicar alimentação para repor K+ com banana, suco de laranja)
○ Hiperuricemia → competição com os transportadores ácido, que são
responsáveis pela secreção de ácido úrico (problema em pacientes com gota)
○ Hipomagnesemia → menor atividade da Na+/K+ ATPase, podendo acumular
magnésio na célula
■ Em doses terapêuticas é muito pouco para conseguir interferir com a
atividade da bomba e, por isso, esse efeito colateral não é muito comum
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
● Usos terapêuticos:
○ Insuficiência cardíaca → redução da volemia para redução da sobrecarga
cardíaca
○ Hipertensão → redução da volemia para redução do débito cardíaco
○ Hipercalciúria idiopática → como ainda se está pesquisando a causa, deve-se
utilizar medicamentos que diminuam a perda de cálcio
Luísa Mourad - Turma 131 - 2022
Prof. Solange - 22/09
DIURÉTICOS POUPADORES DE
POTÁSSIO
Luísa Mourad - Turma 131 - 2022
Prof. Solange - 22/09
● Grupos:
○ Bloqueadores de canal de sódio → AMILORIDA, TRIANTERENO
○ Bloqueadores do receptor da aldosterona → ESPIRONOLACTONA,
EPLERENONA
● Local de ação → segmento de conexão entre o túbulo contornado distal e o
ducto coletor
● Mecanismo de ação:
○ Aumento da excreção de Na+ (natriurético) e ácido úrico (não competem com
o transportador de ácido)
○ Diminuição da excreção de K+, H+, Ca+ e Mg+
● Usos terapêuticos:
○ Amilorida e Triantereno → associados aos diuréticos espoliadores de
potássio
Luísa Mourad - Turma 131 - 2022
Prof. Solange - 22/09
○ Espironolactona e Eplerenona:
■ Hiperaldosteronismo primário
■ Hiperaldosteronismo secundário
↳ Insuficiência cardíaca → normalmente há ativação do SRAA, logo, a
aldosterona encontra-se alta, levando a uma perda de potássio, logo,
esses diuréticos podem ser usados para bloquear esses receptores
↳ Insuficiência hepática → a aldosterona fisiologicamente liberada no
organismo deve ser metabolizada para cessar seu efeito e, essa
metabolização, ocorre por CYPs na célula hepática, logo, pacientes
com insuficiência hepática podem ter uma demora na metabolização
metabolização da aldosterona, ocasionando um hiperaldosteronismo
e perda de muito potássio
● Efeitos colaterais:
○ Amilorida e Triantereno:
■ Hipercalemia → redução da troca de sódio e potássio, aumentando o
potássio no sangue
↳ Em doses dentro da faixa terapêutica, isso não ocorre
■ Acidose metabólica → impedem a troca de íons H+, que ficam retidos e
podem causar acidose
■ Náuseas, vômitos e diarreia → decorrente da acidose
↳ Tendem a desaparecer após ajuste de dose ou substituição do
fármaco
○ Espironolactona e Eplerenona: a eplerenona tem um menor efeito
antiandrogênico
■ Hipercalemia → redução da troca de sódio e potássio, aumentando o
potássio no sangue
■ Acidose metabólica → impedem a troca de íons H+, que ficam retidos e
podem causar acidose
■ Úlcera
■ Ginecomastia (antagoniza o receptor de andrógenos), distúrbios
menstruais → a espironolactona realiza um bloqueio dos receptores dos
andrógenos
↳ Utilizar eplerenona ao invés da espironolactona
■ Diarreia, sonolência. letargia, cefaleia → decorrente da acidose
DIURÉTICOS OSMÓTICOS
● Características:
○ Contra indicado na ICC → nesses casos, o aumento de volemia aumentaria o
retorno venoso e, consequentemente, a sobrecarga cardíaca
○ Contra indicado no EAP → nesses casos, já existe um aumento de volume no
interstício e, como o Manitol encontra-se no vaso, ele também chegará nos
capilares pulmonares, extravasando para o interstício e agravando o EAP
○ Usado no edema cerebral sem lesão vascular → como é hidrossolúvel não
atravessa a BHE, logo, passa pelos vasos cerebrais sem alcançar o interstício
e, dessa forma, não aumenta o volume intersticial, não agravando o edema,
pois à medida que ele passa pelos capilares, ele puxa água para dentro do
vaso, reduzindo o edema
Luísa Mourad - Turma 131 - 2022
Prof. Solange - 22/09
● Usos terapêuticos:
○ Profilaxia da necrose tubular aguda pós choque → pois aumenta o fluxo
tubular pela vasa recta, evitando a necrose tubular
○ Insuficiência renal aguda → evita a necrose tubular
○ Diagnóstico de necrose tubular aguda → se já tiver NTA o paciente não urina
com manitol
○ Glaucoma agudo de ângulo fechado → o Manitol puxa água, diminuindo a
pressão do humor aquoso
○ Edema cerebral e hipertensão intracraniana sem lesão vascular → se houver
lesão, não pode-se utilizar o Manitol, pois ele chegaria ao interstício através
das fenestras da lesão, agravando o edema
○ Hemodiálise
● Efeitos colaterais:
○ Hiponatremia
○ Cefaleia, náuseas e vômitos → efeito decorrente do aumento do volume de
água dentro dos vasos
○ Desidratação → evitada pela reposição de volume
INIBIDORES DA ANIDRASE
CARBÔNICA
● ACETAZOLAMIDA
● Local de ação → início do túbulo
contorcido proximal
● Mecanismo de ação:
○ Aumento da excreção de
HCO3-, Na+, K+, H2O
○ Aumento do fluxo de urina
alcalina → como mais
bicarbonato fica na luz
tubular, a urina fica alcalina
● Características:
○ Leve acidose metabólica → ao perder bicarbonato, o íon H+ é retido, levando
a um quadro de acidose
■ À medida que essa acidose evolui, significa que já há pouca reserva
alcalina de bicarbonato, portanto, o efeito diurético se perde
○ Tolerância em 48 horas → se ela continuar sendo utilizada, perde-se muito
bicarbonato e seu efeito é reduzido
■ Ao aumentar a dose do fármaco, seu efeito não é recuperado, pelo
contrário, há maior perda do efeito, porque ela se deve a diminuição da
reserva alcalina
Luísa Mourad - Turma 131 - 2022
Prof. Solange - 22/09
● Usos terapêuticos:
○ Edema por ICC → eliminação de volume
○ Glaucoma de ângulo aberto (principal indicação) → a formação do humor
aquoso depende da presença de bicarbonato, logo, ao inibir a anidrase
carbônica, diminui-se a formação do humor aquoso
○ Epilepsia do tipo pequeno mal (durante a troca de anticonvulsivantes)
○ Alcalinização da urina
● Efeitos colaterais:
○ Distúrbios gastrointestinais
○ Anorexia
○ Reações alérgicas
○ Parestesias
○ Sonolência
○ Necrose hepática
OBSERVAÇÕES
APLICAÇÃO PRÁTICA