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Brazilian Journal of Development 90149

ISSN: 2525-8761

Papel dos rins na regulação do ph sanguíneo

The role of the kidneys in blood ph regulation


DOI:10.34117/bjdv7n9-261

Recebimento dos originais: 16/08/2021


Aceitação para publicação: 16/09/2021

Elielma Ingridy da Silva Neves


Acadêmica: Estudantes de FisioterapiaInstituição: Centro Universitário Natalense
(UNICEUNA)
Endereço: Avenida Prudente de Moraes 4890, Natal, Rio Grande do Norte
E-mail: elielmaneves@yahoo.com.br

Francisco de Assis do Vale Nascimento


Acadêmica: Estudantes de FisioterapiaInstituição: Centro Universitário Natalense
(UNICEUNA)
Endereço: Avenida Prudente de Moraes 4890, Natal, Rio Grande do Norte
E-mail: 1franciscovale@gmail.com

Maria Angelita Cavalcante Leal


Acadêmica: Estudantes de FisioterapiaInstituição: Centro Universitário Natalense
(UNICEUNA)
Endereço: Avenida Prudente de Moraes 4890, Natal, Rio Grande do Norte
E-mail: angelita-leal@hotmail.com

Raquel Gonçalves Olegário


Acadêmica: Estudantes de FisioterapiaInstituição: Centro Universitário Natalense
(UNICEUNA)
Endereço: Avenida Prudente de Moraes 4890, Natal, Rio Grande do Norte
E-mail: raquelgolegario@yahoo.com.br

RESUMO
Os rins atuam no controle do pH do meio interno com importante relevância na ação
enzimática e no estado das proteínas do organismo, a regulação da concentração de íons
de hidrogênio (H+) dentro dos níveis estritos é essencial para a manutenção das funções
celulares. Quando se fala em regulação do equilíbrio ácido-básico, refere-se à regulação da
concentração do íon de hidrogênio nos líquidos corporais. A homeostase do pH depende
de tampões dos pulmões e dos rins. Podemos dizer que a defesa contra as alterações na
concentração de H+ é realizado pelos sistemas tampões acido-básicos, remoção de dióxido
de carbono dos líquidos corporais, regulação de outros íons (cálcio, magnésio e fosfato)
e excreção de urina. Metodologia: O presente trabalho trata-se de uma revisão de
literatura acerca os mecanismos de regulação do pH pelos rins. Para elaboração foi
realizado um levantamento na literatura, utilizando bancos de dados como artigos
científicos, revistas e livros. Conclusão: o mecanismo de regulação do pH sanguíneo
pelos rins através do controle do pH do meio interno tem uma grande relevância na
atividade enzimática e no estado das proteínas do organismo, a regulação da concentração
de íons de hidrogênio (H+) dentro dos níveis estritos é essencial para a manutenção das
funções celulares.

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Palavras-Chaves: Regulação Do Ph, Rins, Equilíbrio, Ácido-Base.

ABSTRACT
The kidneys act in the control of the pH of the internal environment with important
relevance in the enzymatic action and in the state of the proteins of the organism, the
regulation of the hydrogen ion concentration (H+) within the strict levels is essential for
the maintenance of the cellular functions. When we talk about the regulation of acid-base
balance, we are referring to the regulation of hydrogen ion concentration in body fluids.
pH homeostasis depends on buffers in the lungs and kidneys. We can say that the defense
against changes in H+ concentration is performed by the acid-basic buffer systems,
removal of carbon dioxide from the body fluids, regulation of other ions (calcium,
magnesium, and phosphate), and urine excretion. Methodology: The present work is a
literature review on the mechanisms of pH regulation by the kidneys. A literature survey
was carried out using databases such as scientific articles, journals and books.
Conclusion: The mechanism of blood pH regulation by the kidneys through the control
of the pH of the internal environment has great relevance in the enzymatic activity and in
the state of the proteins of the body, the regulation of the hydrogen ions (H+)
concentration within strict levels is essential for the maintenance of cellular functions.

Keywords: Ph regulation, kidney, acid-base equilibrium.

1 INTRODUÇÃO
Os rins no controle do pH do meio interno têm uma grande relevância na atividade
enzimática e no estado das proteínas do organismo, a regulação da concentração de íons
de hidrogênio (H+) dentro dos níveis estritos é essencial para a manutenção das funções
celulares.
Quando se fala em regulação do equilíbrio acidobásico, refere-se à regulação da
concentração do íon hidrogênio nos líquidos corporais. A concentração do íon hidrogênio
em diferentes soluções pode variar desde menos 10-14 Eq/1 até mais de 10º, o que significa
uma variação total de mais de um quatrilhão de vezes.
A secreção do H+ se dar no túbulo proximal através do trocador NA+/H +
mais
abundante na membrana apical. Tem um papel essencial na homeostase de volume, na
homeostase de ácido-base e na determinação dos níveis de pressão arterial sistêmica.
Ao adiciona ácido à água, mesmo em pequenas quantidades, o pH se altera
rapidamente. Isso também ocorre com a adição de bases. Pequenas quantidades de ácido
ou de base podem fornecer grandes alterações do pH da água. Quando adicionamos ácido
ou base ao plasma sanguíneo, veremos que há necessidade de uma quantidade apreciável
de um ou de outro, até que se produzam alterações do pH. O balanço entre ácidos e bases
no organismo é uma busca constante do equilíbrio; o plasma resiste às variações bruscas

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do pH. O plasma, portanto, possui mecanismos de defesa contra as alterações do pH. Os


mecanismos de defesa do organismo contra as variações bruscas do pH, são químicos e
fisiológicos, e agem em íntima relação.
Um conjunto de substâncias são os mecanismos químicos capazes de reagir tanto
com ácidos quanto com bases, neutralizando-as, e impossibilitando as oscilações do pH.
Os pulmões e os rins representam os mecanismos fisiológicos, que eliminam substâncias
indesejáveis ou em excesso, ácidos ou bases, e poupam outras, de acordo com as
necessidades do momento.
O mecanismo de defesa de natureza respiratória é mais rápido, para corrigir
alterações agudas, como as que ocorrem durante a circulação extracorpórea. O principal
produto do metabolismo é o dióxido de carbono (CO2), que é a fonte de ácido carbônico
(H2CO3), por reação química com a água (H2O). Os pulmões, reduzindo o teor de ácidos
no sangue e demais compartimentos líquidos do organismo, eliminam o dióxido de
carbono. Os mecanismos renais são mais lentos e tardios; seus efeitos não são
consideráveis naquelas alterações. A principal função dos rins no balanço ácido-base é
promover a poupança ou a eliminação de bicarbonato, conforme as necessidades do
organismo.
A homeostase do pH depende de tampões dos pulmões e dos rins. Podemos dizer
que a defesa contra as alterações na concentração de H+ é realizado pelos sistemas
tampões acidobásicos, remoção de dióxido de carbono dos líquidos corporais, regulação
de outros íons (cálcio, magnésio e fosfato) e excreção de urina.
Na dieta são ingeridos ácidos e álcalis. O metabolismo celular produz várias
substâncias que tem efeito sobre o pH dos fluídos corporais. Muitos processos necessários
para a vida não poderiam ocorrer sem mecanismos adequado para lidar com a carga diária
de ácidos e bases e, manter o balanço ácido básico.

2 REGULAÇÃO DE OUTROS ÍONS NO LÍQUIDO EXTRACELULAR


A regulação das concentrações dos íons de cloreto e bicarbonato é em sua maior
parte, secundária a do íon de sódio. A razão para isso é a seguinte: quando o sódio é
reabsorvido pelos túbulos renais, os íons sódio de carga positiva são transportados para
for do líquido tubular intersticial renal, o que cria estado de eletronegatividade nos
túbulos e de eletropositividade nos líquidos intersticiais. A negatividade dos túbulos
expulsa os íons negativos que estejam presentes, e que são atraídos pela
eletropositividade intersticial. No entanto quando os íons de sódio são reabsorvidos, os

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íons de cloreto de bicarbonato, na maioria das vezes, também o são. Porém em certas
condições é reabsorvido mais íons de cloreto que íon de bicarbonato, em outras situações
ocorre o inverso. O que será reabsorvido em maior quantidade está na dependência do
equilíbrio ácido básico do líquido extracelular.

3 REGULAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE CÁLCIO, MAGNÉSIO E


FOSFATO
Os detalhes do mecanismo para a regulação das concentrações de cálcio,
magnésio e fosfato são bem menos conhecidos do que para o sódio, o cloreto e o
bicarbonato. Entretanto, é sabido que uma concentração muito elevada que qualquer
desses íons no líquido extracelular faz com que os túbulos o rejeitem, fazendo com sejam
eliminados na urina. Por outro lado, uma concentração demasiadamente baixa tem o
efeito oposto, isto é, reabsorção rápida do íon até que sua concentração no líquido
extracelular retorne ao normal.

4 REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO


O desequilíbrio nos mecanismos de regulação do balanço acidobásico, que
comumente ocorre nos pacientes com doença renal crônica (DRC), tem na dieta uma
importante variável para o desenvolvimento da acidose nesses pacientes. Na vigência de
uma elevada ingestão de alimentos proteicos ricos em aminoácidos sulfurados, cujo
catabolismo gera componentes ácidos, há maior produção de carga ácida que em
consequência da falência renal, não será devidamente eliminada.
Por sua vez, a acidose pode constituir mais um fator capaz de produzir
repercussões no estado proteico energético, conduzindo a um maior catabolismo proteico
e ao balanço nitrogenado negativo. Este comprometimento do estado nutricional tem sido
fortemente correlacionado ao aumento da morbimortalidade nos pacientes portadores de
DRC. Esta comunicação abordará aspectos relacionados à fisiopatologia da acidose na
DRC, suas implicações clínicas e a influência da dieta sobre o aumento da carga ácida.
De modo geral nos indivíduos que consomem dieta rica em proteínas a produção
de ácido excede a produção de HCO3-. Além dos ácidos e álcalis derivados do
metabolismo, os alimentos ingeridos contêm ácido e álcali. Por exemplo a presença de
fosfato (H2PO4-) no alimento ingerido aumenta a carga de ácido na dieta por fim durante
a digestão algum HCO3- é normalmente perdido nas fezes. Essa perda é equivalente a
adição de ácido não volátil para o corpo.

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5 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
Para que seja mantida a estabilidade do meio interno deve haver equilíbrio entre
a produção e a remoção de íons hidrogênio (H+) no organismo. Além dos rins,
fundamentais na eliminação do H+, outros órgãos estão relacionados ao balanço
acidobásico, como o intestino, o fígado e os pulmões os rins, são capazes de eliminar os
ácidos orgânicos metabolizáveis, derivados de proteínas, carboidratos e lipídios da dieta
ou endógenos, produzidos pelo metabolismo orgânico normal, como ácidos lático e
tricarboxílico. Os rins removem, ainda, os ácidos orgânicos não metabolizáveis, como o
glicurônico e o hipúrico, assim como os ácidos inorgânicos. Porém, somente quantidades
irrelevantes de ácidos fortes, como o sulfúrico, podem ser eliminadas, uma vez que os
rins não podem elaborar urina mais ácida do que um pH de 4,4. Consequentemente,
aceptores adequados de H+ devem neutralizar os íons hidrogênio secretados.
Um importante tampão é a amônia, que se combina com os íons hidrogênio nos
túbulos renais, de forma a ser excretada como sais de amônio. A amônia é sintetizada
pelas células do túbulo proximal pela desaminação da glutamina na presença de
glutaminase e se difunde através da membrana lipídica das células do fluido tubular até
reagir com H+, formando o íon amônio (NH4+). Esta via de eliminação dos íons
hidrogênio gera um novo íon bicarbonato para cada H+ que é excretado, o qual volta à
circulação sanguínea para restabelecer a homeostasia do bicarbonato.
Outra via de eliminação dos íons H+ capaz de regenerar bicarbonato é o tampão
não-bicarbonato do lúmen tubular. Seu principal representante é o tampão fosfato,
presente no filtrado glomerular, e que funciona como aceptor de íons hidrogênio.
Os rins desempenham outro papel importante no equilíbrio acidobásico: a
reabsorção do bicarbonato. Isso é possível através do transporte acoplado ao sódio em
membrana basolateral e do contra-transporte H+/Na+ em membrana luminal. Na luz
tubular, o ácido secretado se combina com o bicarbonato filtrado, formando ácido
carbônico (H2CO3), que é convertido em CO2 e H2O. O CO2 se difunde para dentro da
célula, na qual se combina com a hidroxila (OH-) resultado da dissociação da água, e,
novamente, sob a ação da anidrase carbônica, forma bicarbonato. Este, finalmente, se
difunde passivamente para o fluido peritubular e o sangue.

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6 SISTEMA TAMPÃO
Um sistema tampão tem como propósito útil limitar as alterações do pH com o
acréscimo de outros ácidos ou bases. Quando se acrescenta outro ácido, a maior parte dos
íons hidrogênio liberados por esse ácido combina-se com a base conjugada do sistema
tampão, restringindo de maneira acentuada o aumento de íons hidrogênio livres. De modo
semelhante, quando se acrescenta outra base, a maior parte dos íons hidrogênio livres
removidos pela base é substituída por íons hidrogênio que se dissociam do ácido do
sistema tampão.
Em qualquer sistema tampão, a razão entre o ácido e sua base conjugada fixa a
concentração aquosa livre de íons hidrogênio (que representa apenas uma fração trivial
da concentração do ácido ou da base). É preciso ressaltar que os sistemas tampão no
organismo não eliminam equivalentes de ácido ou de base adicionados, porém apenas
limitam o efeito dos equivalentes sobre o pH sanguíneo. Na presença de desequilíbrio
persistente entre entradas e saídas, o componente ácido ou base do tampão tem sua
concentração gradualmente reduzida à medida que é convertido no outro componente.
Por fim, os equivalentes de ácido ou de base acrescentados ao organismo, embora
transitoriamente associados a tampões sanguíneos, precisam ser excretados pelos rins
para manter o equilíbrio.
Por vários motivos, o sistema tampão mais importante do corpo é o sistema
tampão CO2- bicarbonato. Felizmente, podemos compreender o papel dos tampões no
equilíbrio acidobásico ao considerarmos esse único sistema tampão isoladamente,
ignorando os outros, visto que todos precisam ter uma razão entre ácido fraco e base
conjugada que resulte no mesmo valor de pH.
Uma propriedade que distingue o sistema tampão CO2- bicarbonato dos outros
sistemas tampão é a regulação independente das concentrações de CO2- e de bicarbonato.
Como as concentrações de ambos os componentes são reguladas, a razão entre suas
concentrações também é regulada. Por conseguinte, isso regula o pH.

7 EFEITOS DA ALACALOSE E ACIDOSE NO FUNCIONAMENTO DO CORPO


Muitos defeitos do sistema respiratório, dos rins e dos sistemas metabólicos para
a formação de ácidos e de bases podem provocar graves perturbações do equilíbrio
acidobásico. Alguns desses efeitos é a (hiperventilação) o pH sanguíneo normal é 7,4,
mas o aumento da amplitude e da frequência respiratória pode fazer com que o seu valor
suba até 7,8, pelo excesso de expiração do gás carbônico do sangue. Por outro lado, com

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a redução extrema da ventilação (asfixia) provoca acúmulo de gás carbônico e de ácido


carbônico nos líquidos orgânicos, vindo a provocar acidose, quando o pH do sanguíneo
cai até 7,0.
A perda de grandes quantidades de líquido pelo tubo gastrointestinal, pode
ocasionar, às vezes, acidose, outras vezes alcalose. Por exemplo, êmese de grandes
quantidades de ácido clorídrico pelo estômago depleta, gradativamente, as reservas de
ácido do líquido extracelular, ocasionando alcalose. Por outro lado, o êmese de líquidos
da parte inferior do intestino, ou perda de líquidos como resultado de diarreia, vindo a
ocasionar acidose, na maioria das vezes. Isso é devido ao fato de que todas as secreções
que fazem parte do intestino inferior contêm grandes quantidades de bicarbonato de
sódio. Quando esse sal básico é perdido pelo organismo, é substituído, em sua grande
parte, por ácido carbônico com água. Portanto, o efeito real é a perda de íons sódio e o
ganho de íons hidrogênio, que ocasiona acidose.
A quantidade de bases disponíveis no sangue, indica o estado do componente
metabólico do equilíbrio ácido-base sendo disponíveis no organismo para a neutralização
dos ácidos. A relação entre o bicarbonato plasmático, controlado pelos rins, e o ácido
carbônico, controlado pelos pulmões, determina o pH. Esse princípio permite o cálculo
das bases, em função da sua relação com o pH e a PCO2.

7.1 ALCALOSE METABÓLICA


A Alcalose metabólica é determinada como distúrbio a acidobásico
consequentemente ao aumento plasmático do bicarbonato, acompanhado pelo pH
plasmático elevado e resposta respiratória fisiológica, com elevação PaCO2 em valores
que variam de 0,4 a 0,7 mmHg para cada mEq de bicarbonato acima de sua concentração
normal.
A alcalose metabólica nem sempre causa sintomas e, na maioria das vezes, são os
sintomas da doença que provocam a alcalose. Entretanto, também podem surgir sintomas
como convulsões, principalmente provocados pelas alterações em eletrólitos como
potássio, cálcio e sódio.
A alcalose metabólica acontece quando o pH do sangue se torna mais básico do
que deveria, ou seja, quando está acima de 7,45, o que surge em situações como vômitos,
uso de diuréticos ou consumo excessivo de bicarbonato, por exemplo.

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Esta é uma alteração grave, pois pode causar o desequilíbrio de outros eletrólitos
do sangue, como cálcio e potássio e provocar sintomas como fraqueza, dor de cabeça,
alterações musculares, convulsões ou arritmia cardíaca.
É importante que o organismo mantenha o seu pH equilibrado, que deve ser entre
7,35 e 7,45, para que o metabolismo do corpo funcione de forma correta.
As causas da alcalose metabólica são: consumo excessivo de remédios ou
alimentos alcalinos, com bicarbonato de sódio, uso remédios diuréticos, como
Furosemida ou Hidroclorotiazida, falta de potássio e magnésio no sangue, uso excessivo
de laxantes, efeito colateral de certos antibióticos, como Penicilina ou carbenicilina, por
exemplo, doenças renais, como Síndrome de Bartter ou Síndrome de Gitelman.

7.2 ACIDOSE METABÓLICA


A acidose do sangue é caracterizada por excesso de acidez, causando um pH
inferior a 7,35.
O pH normal do sangue deve estar entre 7,35 até 7,45, pois esta faixa permite que
o metabolismo do corpo funcione adequadamente. O pH ácido provoca sintomas como
falta de ar, palpitações, vômitos, sonolência, desorientação podendo levar até a morte,
caso não seja tratado imediatamente.
As acidoses metabólicas são processos patológicos caracterizados por um
aumento na concentração de ácidos no líquido extracelular (LEC). Clinicamente, isso se
traduz em queda na concentração sérica de bicarbonato, no pH e na pCO2. Os principais
mecanismos geradores de acidose metabólica são: perda de bicarbonato via líquidos
corporais; redução na excreção renal de ácidos; produção aumentada de ácidos orgânicos.
A acidose metabólica é acompanhante comum dos quadros de hipotensão arterial
severa, choque de todos os tipos e parada cardiorrespiratória. Pode ocorrer ainda nas
diarreias severas, no diabetes descompensado e na obstrução intestinal alta. O principal
tratamento da acidose metabólica consiste na remoção das causas do distúrbio.
As causas da acidose metabólica são diarreia intensa, doenças renais, infecção
generalizada, sangramentos, insuficiência cardíaca, cetoacidose diabética, intoxicação,
com AAS, álcool, metanol ou etilenoglicol, por exemplo, lesão de diversos músculos do
corpo, o que acontece em casos da realização de exercícios extenuantes ou em doenças
como leptospirose, por exemplo.

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Batimento cardíaco acelerado, dor de cabeça, confusão mental, fraqueza e


cansaço, náusea e vômito, hálito frutado podem ser sintoma de cetoacidose diabética são
os principais sintomas da acidose metabólica.

*BE = Base Excesso

7.3 ACIDOSE RESPIRATÓRIA


A acidose respiratória caracteriza-se por elevação da pressão parcial de carbono
(PCO2), com ou sem aumento compensatório no HCO3; o pH em geral é baixo, mas
pode estar próximo do normal. A causa é a diminuição da frequência respiratória ou do
volume (hipoventilação), tipicamente em razão de condições iatregênicas, pulmonares
ou do SNC.
A retenção de dióxido de carbono e consequente acidose respiratória pode ocorrer
durante a perfusão, quando há hipoventilação do oxigenador. O fluxo de oxigênio no
oxigenador é insuficiente para eliminar todo o CO2 produzido pelo organismo. O dióxido
de carbono acumula nas câmaras do oxigenador e equilibra a sua tensão com o sangue. A
PCO2 do sangue aumenta progressivamente, forma-se um excesso de ácido carbônico,
cuja fração dissociada, libera H+.
A acidose respiratória pode ser aguda ou crônica; a forma crônica é
assintomática, mas a forma aguda, ou mais grave, causa cefaleia, confusão e tonturas.
Os sinais incluem tremor,abalos mioclônicos (Mioclonia descreve
um sintoma referindo-se a contracções repentinas, incontroláveis e
involuntárias de um músculo ou grupo de músculos) e asterixe (Movimento
involuntário das mãos). A causa é tratada; em geral, são necessários oxigênio e
ventilação mecânica.

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7.4 ALCALOSE RESPIRATÓRIA


Alcalose respiratória é a diminuição primária da pressão parcial de dióxido de
carbono (PCO2) com ou sem redução compensatória ou do volume (hiperventilação).
A alcalose respiratória pode ser aguda ou crônica. A forma crônica é assintomática, mas
a aguda causa tonturas, confusão, parestesias, câimbras e síncope. Os sinais incluem
hiperpneia ou taquipneia e espasmocarpopodal. O tratamento é direcionado para causa.
A alcalose respiratória é uma condição na qual o sangue é alcalino porque a
respiração rápida ou profunda acarreta uma concentração baixa de dióxido de carbono no
sangue. A hiperventilação (respiração rápida e profunda) provoca uma eliminação
excessiva de dióxido de carbono do sangue. A causa mais comum da hiperventilação e
consequentemente da alcalose respiratória é a ansiedade. Outras causas de alcalose
respiratória são a dor, a cirrose hepática, a concentração sérica baixa de oxigênio, a febre
e a overdose de aspirina.
Quando a respiração aumenta, a concentração sérica de dióxido de carbono
diminui e o sangue torna-se mais básico. Quando a respiração diminui, a concentração
sérica de dióxido de carbono aumenta e o sangue torna-se mais ácido

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REFERÊNCIAS

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