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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


FACULDADE DE BIOMEDICINA

JONHY CLEBER RODRIGUES DE SOUZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS


Setor Parasitologia

BELÉM-PA
2022
JONHY CLEBER RODRIGUES DE SOUZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS


Setor Parasitologia

Relatório de estágio supervisionado em análises


clínicas setor parasitologia apresentado a
Universidade Federal do Pará, como requisito para

aprovação na disciplina estágio supervisionado l

Orientador(a): LENA MARINHO

BELÉM-PARÁ
2022

Sumário
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................4
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO..............................................6
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS AO LONGO DO ESTÁGIO...............................6
3.1. Método de Hoffman, Pons e Janer ou Lutz.....................................................8
3.2. Método direto...................................................................................................8
4. CONCLUSÃO.........................................................................................................9
5. SUGESTÕES E DIFICULDADES ENCONTRADAS.............................................9
6. REFERÊNCIA.......................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO

O conceito de estágio passou por diversas mudanças desde que foi citado
pela primeira vez em 1080. Era descrito inicialmente como uma simples atividade
prática com o acompanhamento de um mestre na Idade Média. Hoje o seu conceito
se expandiu e está vinculado a uma atividade curricular prática e obrigatória nos
cursos ofertados pelas instituições de ensino, e é regulamentado pela legislação
educacional vigente (BALLÃO et al, 2014).

No Brasil, o estágio supervisionado obrigatório é regido atualmente pela


Lei 11.788, sancionada em 25 de setembro de 2008, que prevê uma série de
disposições legais acerca das regras de estágio curricular de estudante, que
engloba desde sua definição às obrigações de todas as partes envolvidas, como a
instituição de ensino representante do aluno, a parte concedente do estágio, o
estagiário e as normas de fiscalização (BRASIL, 2008).

O estágio supervisionado obrigatório é um componente importantíssimo


da formação acadêmica, ele oferece a oportunidade do educando a observar e
compreender sob a ótica da prática grande parte do conhecimento construído ao
longo da graduação, além de possibilitar ao aluno o convívio com a sua futura
formação e interação com uma realidade profissional ainda não vivenciada. Ele,
portanto, contribui para que o estudante, quando estiver atuando profissionalmente,
possa conduzir suas atividades com profissionalismo e competência, dessa forma,
menos sujeito a possíveis falhas na execução de suas atribuições.

A parasitologia é uma ciência que se iniciou no século XIX, a partir do


estudo dos organismos parasitários de outros seres vivos, tal objetivo perdura até os
dias atuais; é responsável também pela identificação do parasita e sua patologia.

No âmbito laboratorial a maioria dos diagnósticos de doenças parasitárias


é realizada por meio de exames de fezes. O EPF (Exame parasitológico de fezes)
tem por intuito diagnosticar os parasitas intestinais, através da pesquisa das
diversas formas parasitárias que são excretadas nas fezes.
O estágio de Parasitologia busca aprimorar os conhecimentos na prática
clínica parasitológica, permitindo, sobretudo, preparar o aluno para vivência
laboratorial no setor de parasitologia, demonstrando os princípios dos vários
métodos de preparo e análise de exames de fezes, além da interpretação dos
resultados, que inúmeras vezes são relacionadas à sintomatologia clínica para o
fechamento de um diagnóstico.

A parasitologia Clínica estuda os organismos que parasitam o homem.


Os organismos referidos como parasitos são um grupo heterogêneo que varia em
tamanho, desde os pequenos microsporídios até os complexos organismos
multicelulares, como a Taenia saginata (CARLI, 2001).
O Exame Parasitológico de Fezes permite que seja feita a detecção dos
parasitos de uma maneira seletiva, rápida e eficaz. Desta forma, orienta a
administração de vermífugos específicos e efetivos para cada tipo de parasito,
evitando uma possível resistência causada por medicamentos de amplo espectro.
Pela avaliação da amostra fecal pode-se ter uma noção sobre a presença de
gordura e alimentos não digeridos.
É importante que se tenha em mente que, assim como qualquer outro tipo
de exame laboratorial, o ideal é que as amostras sejam coletadas antes do início de
qualquer tratamento para evitar resultados falso-negativos. As chamadas doenças
parasitárias ainda são responsáveis por um alto índice de morbidade em grande
parte do mundo. Apesar do grande avanço tecnológico, do alto padrão educacional,
da boa nutrição e de boas condições sanitárias, mesmo países desenvolvidos estão
sujeitos a doenças parasitárias (HEMOANALISES, 2015).

O estágio desenvolveu se no LAC-ICB (Laboratório de análises clínicas


da Universidade Federal do Pará), que conta com uma equipe técnica preparada
para dar todo o suporte necessário para o aprendizado.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

O estágio supervisionado obrigatório no setor de Parasitologia ocorreu no


LAC-ICB (Laboratorio de análises clínicas da Universidade federal do Pará),
localizado na Rua augusto Correa, 01, no Bairro do Guamá em Belém do Pará, o
qual faz parte do Instituto de Ciências Biológicas (ICB-UFPA). As atividades foram
instruídas pela profissional responsável pelo setor e transcorreram do dia
01/08/2022 ao dia 11/08/2022.

No Laboratório, em relação ao setor de Parasitologia, tem-se que a rotina


dos exames é realizada em grande parte pelo período da manhã. Dentro do setor de
Parasitologia do Laboratório em questão, o EPF (Exame Parasitológico de Fezes) é
um dos procedimentos realizados. A rotina inicia-se com o recebimento e
identificação das amostras dos devidos pacientes na recepção do laboratório, as
quais após serem organizadas são destinadas à sala de parasitologia, onde são
processadas.

Para a realização do EPF são dadas algumas instruções para a coleta e


conservação das amostras. Recomenda-se que no ato da coleta de fezes se evite a
contaminação com urina, água ou outro elemento. As fezes devem ser colhidas da
porção central e transferidas diretamente para o recipiente que é um frasco
fornecido pelo laboratório ou adquirido na farmácia que é próprio para este fim.

No LAC, as amostras são analisadas por meio do Método direto e de


Hoffman, também conhecido como sedimentação espontânea. O Processo Hoffman
foi originalmente criado em 1967, por Bob Hoffman, na Califórnia (EUA). Bob, um
estudioso da natureza humana, desenvolveu a metodologia com base numa série de
teorias e práticas conhecidas e aplicadas pelas mais diversas áreas do
conhecimento, como a pedagogia e as neurociências, quanto uma análise
microscópica que admite a visualização de ovos ou larvas de helmintos, cistos,
trofozoítos ou oocistos de protozoários.
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS AO LONGO DO ESTÁGIO

Durante todo o período do estágio, foram utilizadas tanto amostras de


pacientes, como amostras disponíveis em um acervo de parasitos e helmintos criada
pela própria técnica em patologia clínica Lena Marinho, que com um olhar perspicaz,
pensando sempre na didática dos alunos por ela orientados, e na possibilidade de
melhorar o aprendizado deles, acabou por preparar este acervo que nem mesmo
durante as aulas práticas da graduação, puderam ser observados.

Como exemplo podemos elencar alguns parasitos e helmintos que fazem


parte do referido acervo com suas respectivas fotos:

As técnicas de Hoffman bem como o exame direto de fezes, foram


ensinados passo a passo. O Material usado para a realização deles foram: lâminas
de vidro, lamínulas, lugol, cálice de Hoffman, peneira plástica, copo de Becker, água
e palito descartável. Os Epis utilizados para os referidos procedimentos foram:
máscaras descartáveis, luvas de látex, touca descartável e jaleco.
3.1. Método de Hoffman, Pons e Janer ou Lutz

Fundamento: Sedimentação espontânea, ou por ação da gravidade, de


elementos parasitários em água.

Uso: Pesquisa de ovos mais pesados e larvas de helmintos e cistos de


protozoários.

Técnica: 
1- Em um pequeno recipiente (copo de Becker) colocar um pouco de
água e pequena porção de fezes. Homogeneizar bem com auxílio de um palito de
madeira para obter uma suspensão;
2- Transferir a suspensão de fezes, filtrando-se com uma peneira, para o
cálice de Hoffman, um copo cônico, depois acrescentar água até um pouco acima da
metade do cálice, tendo o cuidado de passar previamente por uma peneira para a
obtenção de um filtrado de fezes;
3- Deixar em repouso de pelo menos 1 hora até o máximo de 24 horas;
4- Com o auxílio de uma cânula ou pipeta, retirar pequena porção do
sedimento formado e transferir para uma lâmina. Adicionar uma gota de lugol a 5% e
analisar em microscópio óptico (objetiva de 40x).

3.2. Método direto


Fundamento: O exame direto a fresco permite a visualização de
trofozoítos dos protozoários em fezes recém-emitidas.  É um método indicado
principalmente para a pesquisa de trofozoítos de protozoários, embora outras formas
de parasitas possam ser encontrados.
Técnica:
1- Colocar uma gota de lugol sobre a lâmina;
2- Com o auxílio de um palito, pegar uma pequena porção da amostra,
colocar sobre a gota de lugol e homogeneizar;
3- Cobrir com uma lamínula com o cuidado de não formar bolhas,
analisar em microscópio optico (objetiva de 40x).

4. CONCLUSÃO

Durante os mais de 10 dias de estágio no setor de parasitologia pude


observar a dinâmica do laboratório na referida área, e pude perceber e aprender de
forma bem clara as características e a importância clínica dos protozoários e
helmintos que foram encontrados, suas formas evolutivas e as referidas patologias
causadas por eles.

Ressalto que muitas das orientações bem como das técnicas que foram
ministradas, só puderam ser compreendidas por mim, por conta do conhecimento da
referida orientadora da bancada, que com muita paciência e didática, mostrou que a
parasitologia é bem mais abrangente do que pensamos e que uma simples amostra
pode nos dar informações importantíssimas acerca do paciente em questão.

Ressalto ainda o cuidado que foi dado ao uso correto dos Epis e dos
protocolos de segurança, para uma boa prática laboratorial em parasitologia,
colaborando com isso, para a fixação e o aprendizado claro e consistente dos
conhecimentos teóricos aplicados em sala de aula.
5. SUGESTÕES E DIFICULDADES ENCONTRADAS

Para finalizar gostaria de deixar como sugestões que a referida equipe de


comissão de estágio possa apoiar a criação de bibliotecas como a que a técnica
Lena criou por conta própria e que me ajudou muito na visualização e no
conhecimento de agentes que antes só os conhecia por livros, um ponto negativo foi
a falta de pacientes para a coleta de material para que se desse todo o processo
didático, sem os quais não seriam possíveis o verdadeiro aprendizado prático.

6. REFERÊNCIA

1. COLOMBO, I. M.; BALLÃO, C. M. Histórico e aplicação da legislação de estágio no


Brasil; Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 53, p. 171-186, jul./set. 2014. Editora
UFPR.
2. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Lei 11788, de 25 de setembro de 2008.
Dispõe sobre o estágio de estudantes e dá outras providências. Diário Oficial da
União. Brasília, 26 de Set. 2008.
3. DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de
Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo:
Atheneu, 2001.

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