Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
■■ INTRODUÇÃO
Durante a última década, tornou-se claro que a função da bomba muscular respiratória é um
potencial fator limitador do exercício, tanto em indivíduos saudáveis quanto em doentes crônicos.1
A função muscular ventilatória desempenha um papel fundamental na capacidade funcional, e o
desempenho ventilatório é determinado pelas propriedades mecânicas dos pulmões e da parede
torácica, bem como pela capacidade dos músculos ventilatórios gerarem tensão.2
Enquanto a avaliação dos músculos esqueléticos periféricos pode ser feita diretamente através
da força que eles desenvolvem ao vencer uma resistência, a avaliação dos músculos ventilatórios
pode ser determinada indiretamente pela medida das pressões exercidas contra uma via aérea
ocluída.3 A força dos músculos ventilatórios pode ser avaliada por meio de medidas estáticas
(pressões respiratórias máximas), ou inferida a partir de manobras dinâmicas, como a ventilação
voluntária máxima (VVM).2 Atualmente, a medida das pressões respiratórias máximas é um dos
métodos mais utilizados para medir a força muscular ventilatória e quantificar sua gravidade.
Os principais testes utilizados para medir a função muscular ventilatória estão pautados na
avaliação da força e endurance dos músculos inspiratórios e expiratórios. Para tanto, são utilizadas
diversas ferramentas e técnicas que serão abordadas neste artigo, como avaliação das pressões
inspiratórias e expiratórias máximas, S-Index, avaliação do índice tensão tempo do diafragma,
testes incrementais para avaliação da endurance inspiratória, ventilação voluntária máxima, pico
de fluxo expiratório dentre outros.
■■ ESQUEMA CONCEITUAL
Relação da capacidade
ventilatória e desempenho físico
Diafragma
Músculos inspiratórios Músculos intercostais
Anatomia e biomecânica da Escalenos
caixa torácica
Músculos expiratórios: músculos
abdominais
Ventilação voluntária máxima e
reserva ventilatória
Avaliação da pressão
inspiratória estática máxima
Índice tensão-tempo do
diafragma e dos músculos
inspiratórios
Caso clínico
Conclusão
Circulação Circulação
periférica pulmonar
QCO
Pro
d. C O xo de O ir a
Exp do VCO
2 2 Flu 2
Creat ~PO4
2
Mitocôndria Músculo Sangue no Pulmões
Pir → Lac coração
Co Flu Insp do
QO nsumo O 2 xo de CO 2 ir a VO
2 2
Técnicas de estimulação neural têm gerado evidências objetivas de que tanto o diafragma
quanto os músculos expiratórios são susceptíveis à fadiga durante exercícios extenuantes.5
prova subsequente poderá ser reduzido.1 Reduzindo a carga dos músculos respiratórios durante
exercícios extenuantes, quer pela utilização de gases de baixa densidade6 ou por suporte ventilatório
não invasivo,7 pode-se prevenir a fadiga e aumentar o tempo de exaustão durante o exercício.
LEMBRAR
Em repouso, os músculos respiratórios consomem em média 6% do consumo
máximo de oxigênio (VO2máx), e em atividades extenuantes esse consumo pode
alcançar 15%8 em indivíduos saudáveis, podendo aumentar, por exemplo, em
pacientes com insuficiência cardíaca (IC),9 o que demonstra haver uma competição
pelo fluxo sanguíneo durante o esforço.
Diferentemente do que se pensava, o sistema respiratório pode ser um fator limitante da capacidade
de exercício não só em indivíduos com doença pulmonar, mas também em cardiopatas,9 em
indivíduos saudáveis e até em atletas.1 Isso porque, além dos fatores respiratórios limitantes,
conhecidos como obstrução, restrição e alterações na circulação pulmonar, outras competências
desse sistema influenciam diretamente a capacidade de exercício.9
Diante deste contexto, fica claro que a adequada avaliação da função muscular ventilatória pode
trazer informações valiosas para estabelecer a necessidade de tratamento específico relativo
ao ganho de força e/ou endurance muscular respiratória, como, por exemplo, a realização de
treinamento muscular inspiratório, acelerando os ganhos funcionais globais.9
A caixa torácica é composta por 12 pares de costelas arranjados por múltiplas cartilagens sobre
o esterno e as vértebras torácicas, juntamente com as clavículas. As sete costelas superiores são
chamadas de costelas verdadeiras, pois são articuladas diretamente com o esterno por meio de
cartilagens. As cinco costelas inferiores são chamadas costelas falsas, pois não são articuladas
anteriormente com o esterno, e sim com a cartilagem costal em torno dele. A décima primeira e a
décima segunda costela são flutuantes, pois se articulam somente com a coluna torácica.12
Os músculos respiratórios são constituídos por fibras estriadas, as quais apresentam diferentes
distribuições em cada músculo. Por exemplo, o diafragma apresenta aproximadamente:
Esses músculos trabalham vencendo cargas elásticas, que são as forças de retração dos pulmões
e da caixa torácica, bem como as cargas resistivas das vias aéreas.13 A partir daí, a VE pulmonar
ocorre pela geração de pressão negativa com o tórax em expansão simultânea da caixa torácica,
com uma excursão diafragmática em sentido caudal.14
MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS
A seguir, serão abordados os seguintes músculos inspiratórios:
■■ diafragma;
■■ músculos intercostais;
■■ escalenos;
■■ músculos expiratórios.
Diafragma
Na inspiração de repouso, o diafragma é responsável por 70% do volume inspirado (Vt). Quando
o diafragma se contrai, o conteúdo abdominal é deslocado para baixo e para frente, aumentando
o diâmetro cefalocaudal do tórax, e a parte distal das costelas é elevada e gira para fora. Em
repouso, o deslocamento do diafragma é de aproximadamente 1cm, ao passo que na inspiração
forçada pode chegar até 10cm.14
■■ porção vertebral – também chamadas de fibras posteriores, originam-se nas três primeiras
vértebras lombares e nos ligamentos arqueados medial e lateral;
■■ porção costal – as fibras costais originam-se anteriormente no processo xifoide do esterno e
nas margens superiores das seis últimas costelas.
Em estudos isolados dessas porções, observou-se que as fibras costais, ao se contraírem, fazem
a cúpula diafragmática descer, aumentando a pressão abdominal e movendo a caixa torácica
como uma “alça de balde”.12 Quando a porção vertebral se contrai, a cúpula diafragmática desce e
aumenta a pressão abdominal, porém não age sobre o gradil costal. As fibras costais do diafragma
justapõem-se ao gradil costal. A essa área, dá-se o nome de “zona de aposição”.15
Assim, quando o diafragma está alongado, o raio de curvatura está menor e, portanto, desenvolve
mais tensão do que se estivesse aplainado, e com o raio de curvatura aumentado.15
Músculos intercostais
Os músculos intercostais localizam-se entre as costelas. Os intercostais internos vão desde
o esterno até o ângulo da costela e subdividem-se em porção intercondral (paraesternal) e
interóssea. Os intercostais externos vão desde a articulação costovertebral até a origem da
cartilagem costal. São inervados pelos nervos intercostais, que são derivados do primeiro ao
décimo segundo segmento torácico.15
LEMBRAR
Há muitas controvérsias sobre as ações da musculatura intercostal na respiração.
Basicamente, os músculos intercostais externos e a porção intercondral dos
intercostais internos são inspiratórios, e a porção interóssea dos intercostais internos
é expiratória.14
Escalenos
Os músculos escalenos originam-se das cinco últimas vértebras cervicais e se inserem na borda
superior da primeira costela, porção medial e anterior.14 Quando se contraem, elevam as costelas
e o esterno, no movimento denominado de “braço de bomba”.15
■■ peitoral maior;
■■ peitoral menor;
■■ trapézio;
■■ serrátil anterior;
■■ esternocleidomastoideo.
MÚSCULOS ABDOMINAIS
Músculo Origem
Reto abdominal Quinta, sexta e sétima cartilagens costais e esterno, inserindo-se no púbis.
Parte lateral do ligamento inguinal e fáscia toracolombar, e se insere no púbis,
Oblíquo interno
na linha alba e na cartilagem das três últimas costelas.
Oblíquo externo Últimas costelas, e insere-se na crista ilíaca, no tubérculo púbico e na linha alba.
Face interna das seis últimas costelas, onde se interdigitaliza com as fibras
Transverso abdominal costais do diafragma, da fáscia lombar, da crista ilíaca e do ligamento inguinal,
inserindo-se na aponeurose ventral.
A função desses quatro músculos é empurrar a parede abdominal para dentro, aumentando a
pressão intra-abdominal. Com isso, o diafragma se desloca para cima, aumentando a pressão
pleural e a saída de ar.
LEMBRAR
A musculatura abdominal apresenta importante papel sinérgico à ação do diafragma
durante a fase inspiratória, embora sua função principal seja expiratória.16
A contração persistente dos músculos abdominais facilita a ação do diafragma, pois permite que este
se encontre mais alongado no início da inspiração e, durante a contração, possa apoiar seu centro
tendíneo nas vísceras abdominais fixadas pelos abdominais, facilitando a elevação das costelas.14
ATIVIDADE
2. Nos seres humanos, os músculos são formados principalmente pelas fibras tipo I e tipo
II. As características metabólicas e neurofisiológicas dessas fibras são determinantes
para a especificidade do trabalho realizado por elas. Com base nisso, marque a
alternativa que completa corretamente a sentença.
“O diafragma é constituído por fibras estriadas e apresenta ___ de fibras estriadas do tipo
I vermelhas (resistentes a fadiga) e ___ de fibras estriadas tipo II brancas (fatigáveis)”.
A) 45 e 55%
B) 55 e 45%
C) 50 e 50%
D) 40 e 60%
Resposta no final do artigo
A) Escalenos.
B) Serrátil anterior.
C) Diafragma.
D) Intercostais.
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
7. Por qual razão as cinco costelas inferiores são denominadas costelas falsas?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
11. Por qual razão os escalenos não são classificados como músculos acessórios, e sim
como músculos principais da expiração?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
12. Por que a contração persistente dos músculos abdominais facilita a ação do
diafragma?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
(1) Reto abdominal ( ) Origina-se nas últimas costelas e insere-se na crista ilíaca,
(2) Oblíquo interno no tubérculo púbico e na linha alba.
(3) Oblíquo externo ( ) Origina-se na quinta, sexta e sétima cartilagens costais
(4) Transverso e esterno, inserindo-se no púbis.
abdominal ( ) Origina-se na face interna das seis últimas costelas, onde se
interdigitaliza com as fibras costais do diafragma, da fáscia
lombar, da crista ilíaca e do ligamento inguinal, inserindo-se
na aponeurose ventral.
( ) Origina-se na parte lateral do ligamento inguinal e na
fáscia toracolombar e se insere no púbis, na linha alba
e na cartilagem das três últimas costelas.
A) 2 – 3 – 1 – 4.
B) 4 – 2 – 3 – 1.
C) 3 – 1 – 4 – 2.
D) 1 – 4 – 2 – 3.
Resposta no final do artigo
A VVM é o maior volume de ar que o indivíduo pode mobilizar em 1 minuto com esforço voluntário
máximo. É uma prova máxima realizada com o espirômetro, e a manobra de VVM é geralmente
executada em um período de 10 a 15 segundos. O volume medido nesse período de tempo é
então extrapolado para o valor de 1 minuto, e a unidade de medida é em L/min.17
Valores de referência de VVM foram publicados por Neder e colaboradores para a população
brasileira, e não houve diferença entre os sexos quando estes foram corrigidos pelo volume
expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1).2 A seguir, a fórmula do valor estimado de VVM
com base no VEF1, extraída de Neder e colaboradores.16
Mais importante do que a medida isolada da VVM, é fundamental avaliar o quanto dela o indivíduo
consome durante um teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) máximo. Esse parâmetro é
conhecido como reserva ventilatória (RVent) e é obtida pela razão entre a ventilação minuto
máxima (VEmáx), mensurada durante o teste cardiopulmonar de exercício (TCPE), pela VVM.
A VVM é um teste inespecífico que oferece informações sobre o trabalho dos músculos inspiratórios
e expiratórios.19 Esse teste sofre influência de algumas variáveis, como:
e, a partir daí, os dados são extrapolados para 1 minuto. Em um período de 12s, é improvável que
ocorra fadiga muscular respiratória, mesmo em indivíduos doentes.20
Indivíduos saudáveis apresentam em média uma RVent de 30%. Isso ocorre pela fadiga dos
músculos respiratórios, não sendo possível reproduzir o desempenho alcançado durante o teste
de VVM de 12s.21 Assim, um atleta de alto desempenho, sem alterações clínicas e funcionais
pulmonares (por exemplo: obstrução causada por asma), apresentando uma RVent 0%, não pode
ser visto como tendo um exame alterado. Contrariamente, pode-se inferir que esse indivíduo
apresenta um bom desempenho ventilatório (parênquima e vias aéreas hígidas com trabalho
adequado dos músculos respiratórios).
■■ do volume pulmonar;22
■■ da motivação;
■■ da habilidade adquirida;23
■■ do efeito da medição repetida após a excitabilidade da via motora.24
Portanto, é importante controlar esses fatores confundidores, sempre que possível, com treinamento
cuidadoso para habituar os pacientes à medição. Isso é possível mediante medições repetidas
até que a consistência da PImáx seja alcançada, assegurando a coerência do volume pulmonar
entre as medições. Além disso, foi demonstrado que a realização de aquecimento prévio dos
músculos inspiratórios diminui a variabilidade e o número de medições necessárias para atingir
a reprodutibilidade da medida, pois remove os efeitos das alterações na excitabilidade da via
motora.25
Por ser a PImáx um índice de força máxima, ela é altamente dependente do esforço
e necessita de participantes bem motivados. Os esforços devem ser mantidos por
pelo menos 1,5s, a fim de que a pressão média sobre 1s possa ser calculada pelo
instrumento de aferição. Essa média aumenta a confiabilidade da medição. Por causa
da relação comprimento-tensão dos músculos inspiratórios, a PImáx deve ser medida a
partir do volume residual (VR).3
Esse efeito é suficientemente grande para mascarar alterações na PImáx, devido aos efeitos
da fadiga muscular inspiratória, tornando difícil detectar estatisticamente ganhos induzidos pelo
treinamento. No entanto, esse efeito de aprendizagem pode ser superado, em grande parte,
ofertando um treinamento com carga inspiratória submáxima antes da avaliação da PImáx
(duas séries de 30 incursões, com resistência inspiratória linear equivalente a 40% da melhor
PImáx medida durante os três primeiros esforços).
Seguindo esse protocolo, a diferença entre o melhor dos três primeiros esforços e a medição do
18º foi de apenas 3%. Assim, o tempo necessário para se obter aferições confiáveis de PImáx
pode ser reduzido consideravelmente por meio da implementação de sobrecarga prévia. Contudo,
ocasionalmente, a mensuração da PImáx pode ser difícil de ser realizada, especialmente em
pacientes com baixo nível de motivação e algum grau de déficit cognitivo.
LEMBRAR
A interpretação e os valores de referência para a PImáx são controversos. O
diagnóstico de fraqueza dos músculos inspiratórios não pode ser feito apenas com
base na PImáx. Isso porque esse índice não leva em consideração a elastância e
a resistência inerente do sistema respiratório que os músculos devem superar, ou
seja, a demanda de trabalho muscular inspiratório.
A PImáx é uma medida estática (isométrica) da força dos músculos inspiratórios. Após a exalação
máxima, o indivíduo deve inspirar sob um sistema com válvula quase fechada, e essa força é
transmitida para o manômetro. Isso pode trazer uma série de limitações para a compreensão da
força dinâmica desses músculos e para prescrição do treinamento muscular inspiratório. Partindo
do VR até a capacidade pulmonar total, há uma tendência natural de o tórax se expandir e de os
pulmões se retraírem. Tal diferença de comportamento está associada à geração das pressões
intrapleurais.
80
60 Pmus + Pressão
40 Inspiração
máxima
20
Pmus
0
-150 -100 -50 0
Figura 4 – Relação entre a pressão dos músculos inspiratórios e as
forças de recolhimento elástico do sistema respiratório em diferentes
volumes pulmonares. No eixo Y, o volume pulmonar em porcentagem
da capacidade vital (% VC). No eixo X, a pressão alveolar em cmH2O.
A linha pontilhada demonstra a pressão gerada pelos músculos.
Pmus: pressão desenvolvida pelos músculos inspiratórios; Prs:
pressão do sistema respiratório.
Fonte: Adaptada de American Thoracic Society e European Respiratory
Society (2002).3
100
Saudáveis
80
Fraqueza
Capacidade vital (% Predito)
60
40
r = 0.88
20 p<0.001
0
0 20 40 60 80 100
Pressão inspiratória máxima (% predito)
Figura 5 – Relação entre a taxa de trabalho muscular inspiratória e a capacidade
vital.
Fonte: Adaptada de American Thoracic Society e European Respiratory Society (2002).3
de força e estão sujeitas à influência da geometria da parede torácica, que pode estar alterada
na presença de doença. Talvez o mais importante seja a correlação das pressões respiratórias
com índices antropométricos, o que é extremamente escasso na literatura.27 No entanto, existe
uma condição para definir objetivamente a fraqueza muscular inspiratória na prática clínica e, para
tanto, se faz necessário estabelecer valores de referência.
O maior estudo realizado com esse intuito analisou 4.443 homens e mulheres saudáveis com
mais de 65 anos.27 Porém, os resultados das equações de referência são muito pobres. Além
disso, os limites inferiores do normal para a amostra foram definidos estatisticamente como o
quinto percentil do grupo. Os valores previstos de PImáx para a população brasileira vêm sendo
publicados por diversos autores.2,28-30. A Tabela 1, a seguir, apresenta as principais equações.
Tabela 1
EQUAÇÕES DE REGRESSÃO PARA CÁLCULO DE VALORES PREVISTOS DE
PRESSÃO INSPIRATÓRIA MÁXIMA PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
Homens Mulheres
Neder e colaboradores 2
PImáx (cmH2O) = 155,3 - 0,80 (idade) PImáx (cmH2O) = 110,4 - 0,49 (idade)
Costa e colaboradores 28
PImáx (cmH2O) = 232,37 - 1,24 (idade) PImáx (cmH2O) = 74,25 - 0,46 (idade)
Pessoa e colaboradores 29
PImáx (cmH2O) = 63,27 - 0,55 (idade) PImáx (cmH2O) = 63.27 - 0,55 (idade)
+ 17,96 + 0,58 (peso) + 0,58 (peso)
Simões e colaboradores30 PImáx (cmH2O) = 125 - 0,76 (idade) PImáx (cmH2O) = 80,7 - 0,85 (idade)
- 0,3 (peso)
Idade: anos; peso: kg.
Entretanto, os valores previstos gerados pelas equações de regressão propostas por esses autores
apresentam grande discrepância, que pode ser observada na Tabela 2, a seguir. Esses estudos
apresentam amostras reduzidas com sujeitos que representam uma pequena região do País.
Tabela 2
Valores foram calculados com base em um indivíduo do sexo masculino (indivíduo A), com 33 anos de idade e 86kg; e um
indivíduo do sexo feminino (indivíduo B), com 40 anos de idade e 56kg.
Pacientes com PImáx < 70% do previsto são diagnosticados com fraqueza muscular inspiratória
significativa, com indicação clássica de treinamento muscular inspiratório.31 Meyer e colaboradores
demonstram que a Pimáx é um preditor de sobrevida em pacientes com IC. Valores absolutos
abaixo > – 76 cmH2O estão associados com maior mortalidade (Figura 6).32
100
Pimáx Quartiles
75 Q1: >9.8 kPa
Sobrevida (%)
25
P = 0,014
0
0 12 24 36
Período de acompanhamento (meses)
Figura 6 – Força dos músculos inspiratórios e prognóstico de paciente com insuficiência cardíaca congestiva (ICC).1
kPa corresponde a aproximadamente 10,2 cmH2O.
Fonte: Meyer e colaboradores (2001).32
sustentada em 1s possa ser registrada. Períodos mais longos devem ser evitados, pois a elevada
pressão intratorácica pode reduzir o débito cardíaco e causar síncope.
Na avaliação da PImáx, os valores previstos para PEmáx apresentam grande diferença entre as
equações propostas (Tabela 3), e isso está demonstrado na Tabela 4.
Tabela 3
Tabela 4
Valores calculados com base em um indivíduo do sexo masculino (indivíduo A), com 33 anos de idade, 174cm de altura,
86kg e 95cm de circunferência da cintura; e um indivíduo do sexo feminino (indivíduo B), com 40 anos de idade, 56kg,
160cm de altura e 70cm de circunferência de cintura.
A) F – F – V – V.
B) V – F – V – F.
C) F – V – F – V.
D) V – V – F – F.
Resposta no final do artigo
15. Há, na literatura, inúmeras fórmulas para se calcular os valores previstos de PImáx e
PEmáx. Dessa forma, com base nas informações dos pacientes abaixo, calcule o valor
de PImáx previsto pela equação proposta por Pessoal e colaboradores e o valor de
PEmáx com a equação proposta por Costa e colaboradores dos pacientes a seguir.
Paciente M. S. C.: 23 anos, sexo feminino, 160cm de altura, 64kg, 75cm de circunferência
de cintura.
Paciente J. R. S.: 40 anos, sexo masculino, 180cm de altura, 90kg, 92cm de circunferência
de cintura.
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
18. De que forma é possível controlar os fatores que influenciam a medição da PImáx?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
23. A pressão expiratória deve ser mantida idealmente por, pelo menos, 1,5s para que a
maior medida, sustentada em 1s, possa ser registrada. Por que períodos mais longos
devem ser evitados?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
INSPIRATÓRIOS
Diferentemente da PImáx, o ITTdi é uma relação dinâmica que se associa à endurance do
diafragma. Estudos clássicos demonstraram que o diafragma humano é altamente fatigável
quando atinge uma relação de trabalho a 40% da pressão transdiafragmática máxima (Pdimáx).
Além da relação carga de trabalho/capacidade máxima, foi demonstrado que o padrão ventilatório,
ou seja, relação tempo inspiratório (Tinsp)/tempo total do ciclo respiratório (Ttot): inspiração
e expiração, também é um fator determinante para a fadiga.33,34
Dessa forma, o ITTdi é calculado levando-se em conta o produto de duas relações: a relação entre
a pressão transdiafragmática média em cada incursão (Pdisw), gerada pelo diafragma em
cada incursão para promover o volume corrente (VC), e a Pdimáx, multiplicada pela relação Tinsp/
Ttot.34 Isso é descrito pela seguinte fórmula:
Pdsiw: pressão transdiafragmática média gerada pelo diafragma em cada incursão para
promover o volume corrente; Pdimáx: pressão transdiafragmática máxima; Tinsp: tempo
inspiratório; Ttot: tempo respiratório total (inspiração e expiração).
100 Pes
Pdi Pdi
(% Pdi máx.)
Pga
Pga
(50% of Pdi) 0 EMG
1,0
Vt 0,5
(l) 0 V
5 sec
Osciloscópio APRC
APAB
Pdi: pressão transdiafragmática; VT: volume corrente inspirado; Pes: pressão esofágica; Pga: pressão gástrica; APRC:
dimensão anteroposterior das costelas; APAB: dimensão anteroposterior do Abdome.
Figura 7 – Disposição dos cateteres e dispositivos na mensuração da Pdimáx. Representação esquemática da
mensuração da Pdi, a partir da Pga, mensurada por meio do cateter gástrico e da Pes, mensurada por intermédio
do cateter esofágico, bem como do Vt. APRC apresenta a dimensão da caixa torácica, ao passo que APAB apresenta a
dimensão abdominal. Os dados são analisados a partir de um osciloscópio.V: fluxo inspiratório.
Fonte: Bellemare e Grassino (1982).34
Pacientes com ITTmr elevado apresentam maiores riscos para desenvolvimento de fadiga, e valores
críticos variam entre 0,2 e 0,42,20,35 valores próximos aos encontrados como críticos para ITTdi
(0,15 a 0,20).34 A PImed gerada pela musculatura inspiratória, para manter a VE durante o repouso,
pode variar entre 11,5 e 16,3cmH20. Em pacientes com mecânica pulmonar alterada, esse valor pode
chegar a 38cmH2O. Valores médios de normalidade para o ITTmr são em torno de 0,04.20
Embora o ITTmr possa ser um bom preditor de fadiga muscular inspiratória, ainda é pobremente
utilizado na prática clínica. Acredita-se que a miniaturização das tecnologias já disponíveis pode
tornar a avaliação do ITTmr mais popular em médio prazo (Figura 8).
100
Carga (cm H2O)
80
60
40
20
140
Índice S (cm H2O)
120
100
80
60
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Tempo (s)
Figura 10 – Avaliação S-Index.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
inspiratória por uma válvula com passagem de ar livre. Os sensores registram a variação de
fluxo inspiratório em cada incursão e, por meio de um algoritmo patenteado, a força muscular
inspiratória é calculada em toda variação do volume pulmonar inspirado.
Esse algoritmo calcula a pressão em cmH2O, com base na lei da dinâmica dos fluidos. Assim,
a força muscular inspiratória é calculada e plotada no software (Breathelink®), que registra e
processa os dados em uma taxa de amostragem de 500Hz37 (Figura 11).
140
Índice S (cm H2O)
120
100
80
60
5
4
3
2
1
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Tempo (s)
Volume
4
Volume (litros)
6
4
2
30
20
10
Essa ferramenta possibilita a realização de testes de endurance dos músculos inspiratórios, assim
como os testes ergométricos convencionais para todo o corpo, uma vez que a potência (watts) dos
músculos pode ser registrada. Como todas as informações são vistas em tempo real, a condução
de testes para avaliação da endurance vem se tornando mais precisa e viável.
Não existe consenso sobre as normas de avaliação da endurance muscular inspiratória. Os testes
descritos na literatura podem ser divididos em duas classes principais:
■■ testes de hiperpneia;
■■ testes de respiração inspiratória sob carga.
TESTES DE HIPERPNEIA
Um teste de endurance por hiperpneia é tipicamente concebido para identificar a ventilação
máxima sustentável (VMS) que, em indivíduos saudáveis, é expressa como uma porcentagem
da VVM alcançada. Nessa população, a VMS é de 60 a 80% da VVM. Em indivíduos enfermos, a
VMS é expressa como uma percentagem da VVM predita (% VVM).
O teste começa com 12s de VVM e, após isso, dois métodos podem ser utilizados: a técnica de
esforço máximo e a técnica incremental máxima.
As duas abordagens fornecem valores muito semelhantes de VMS.40 Não existem valores de
referência para VMS, a qual varia amplamente. A sua utilidade é limitada em fornecer uma medida
de alteração devido a fatores como treinamento, fadiga e exacerbação da doença.
Os testes de respiração inspiratória sob carga foram concebidos para identificar o tempo despendido
até o Tlim para uma dada porcentagem da PImáx (carga constante) ou para uma carga máxima
de pressão, que pode ser atingida durante um teste de carga incremental. Tipicamente, durante
um teste de carga constante, a carga deve resultar na incapacidade de realizar a tarefa dentro de
5 a 10 minutos.41
A carga correta pode ser identificada por um processo de tentativa e erro, usando uma carga
correspondente a cerca de 80% da carga obtida por um teste incremental ou utilizando uma carga
equivalente a 70% da PImáx.42,43
LEMBRAR
Uma desvantagem do teste de endurance de carga constante é que o Tlim pode ser
estendido consideravelmente após uma intervenção (por exemplo: treinamento), e
tipicamente o teste deve ser terminado pelo examinador no máximo aos 15 minutos.43
O teste de sobrecarga incremental geralmente começa em 10% da PImáx, com aumento de 10%
da carga por minuto, até a incapacidade de executar a tarefa.43 O desempenho no teste é expresso
como a carga mais elevada tolerada por um período mínimo de 30s.
Assim, como visto na sessão sobre ITTDi e ITTmu, o padrão ventilatório exerce um grande papel
na determinação do desempenho em ambos os testes de endurance muscular inspiratória, e os
resultados são um reflexo de estratégias comportamentais ligadas ao padrão ventilatório e função
fisiológica.
Assim, é necessário um método que isole a endurance fisiológica dos músculos inspiratórios,
que só pode ser obtida por meio do controle do volume de trabalho muscular inspiratório alcançado
durante os testes de endurance inspiratória. Além disso, a relação entre o trabalho muscular
inspiratório fatigante e a limitação da atividade física por meio da ativação metaborreflexa
dos músculos inspiratórios,44 exige que as alterações fisiológicas que ocorrem durante testes
ergoespirométricos sejam avaliadas.1,44
ATIVIDADE
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
28. O ITTmr ainda é pobremente utilizado na prática clínica. O que pode tornar a avaliação
do ITTmr mais popular em médio prazo?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
31. Com que fim foram concebidos os testes de respiração inspiratória sob carga?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
32. Nos testes de respiração inspiratória sob carga, de que forma a carga correta pode
ser identificada?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
■■ PImáx: - 52cmH2O;
■■ PEmáx = 70cmH2O;
■■ espirometria: CVF 2.537mL (52% do previsto);
■■ VEF1: 2.440mL (50% do previsto);
■■ VEF1/CVF 96%;
■■ VVM: 91,5L.min-1;
■■ ergoespirometria: durante o teste incremental máximo, o qual teve duração de 8’:10’’,
apresentou VO2máx 23mL.kg-1.mim-1, VC no pico do esforço 1.500mL e VEmáx
54,6L.mim-1.
ATIVIDADE
35. A partir das informações fornecidas do caso clínico, assinale V (verdadeiro) ou F (Falso).
A) V – V – F – F.
B) F – V – F – V.
C) V – V – V – F.
D) F – F – V – V.
Resposta no final do artigo
36. Calcule o valor previsto de PImáx e PEmáx para o paciente do caso clínico, por Neder
e colaboradores, e interprete os resultados.
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
■■ CONCLUSÃO
Com base no que foi levantado neste artigo, fica clara a necessidade de se avaliar adequadamente
a capacidade muscular respiratória. Essa avaliação deve ser pautada tanto nos testes de força
quanto nos testes de endurance, uma vez que essas diferentes valências serão exigidas nas
atividades de vida diária.
Foi demonstrado que a capacidade funcional global pode ser limitada pela função dos músculos
respiratórios. Portanto, a medida precisa do desempenho desses músculos é fundamental para
o entendimento dos fatores que comprometem a capacidade física global e, desta forma, para a
prescrição adequada de um programa de reabilitação cardiorrespiratória.
Atividade 2
Resposta: B
Comentário: O diafragma apresenta aproximadamente 55% de fibras do tipo I vermelhas (resisten-
tes a fadiga) e 45% de fibras estriadas tipo II brancas (fatigáveis).
Atividade 3
Resposta: C
Comentário: Quando o diafragma se contrai, o conteúdo abdominal é deslocado para baixo e para
frente, aumentando o diâmetro cefalocaudal do tórax, e a parte distal das costelas é elevada e
gira para fora.
Atividade 13
Resposta: C
Comentário: Reto abdominal – quinta, sexta e sétima cartilagens costais e esterno, inserindo-se no
púbis; oblíquo interno – parte lateral do ligamento inguinal e da fáscia toracolombar e se insere no
púbis, na linha alba e na cartilagem das três últimas costelas; oblíquo externo – últimas costelas e
insere-se na crista ilíaca, no tubérculo púbico e na linha alba; transverso abdominal – face interna
das seis últimas costelas, onde se interdigitaliza com as fibras costais do diafragma, da fáscia
lombar, da crista ilíaca e do ligamento inguinal, inserindo na aponeurose ventral.
Atividade 15
Resposta: B
Comentário: Paciente MSC: PImáx = |88|cmH2O, PEmáx = 104cmH2O; paciente JRS: PImáx =
|111|cmH2O; PEmáx = 133cmH2O.
Atividade 25
Resposta: D
Comentário: A equação que determina o ITTmr é = PImed/PImáx × Ti/Tot.
Atividade 35
Resposta: C
Comentário: A primeira afirmativa é verdadeira, pois os valores médios de RVent encontram-se
> 15% e < 43%, segundo o consenso da ATS, 2003. A segunda afirmativa é verdadeira, pois
o desempenho adequado do sistema respiratório depende da interação entre um parênquima
com complacência adequada, vias aéreas com condutância normal e músculos respiratórios
bem condicionados. Por isso, a medida da VVM é inespecífica, sendo necessária a avaliação em
conjunto da PImáx e das medidas dos volumes e capacidades expiratórios forçados. A terceira
afirmativa é verdadeira, pois qualquer alteração significativa no parênquima, nas vias aéreas e/
ou nos músculos respiratórios pode provocar alteração na VVM. A quarta afirmativa é falsa, pois a
VVM é um bom marcador, mas este é inespecífico.
Atividade 36
Comentário: A PImáx prevista é de 119cmH2O e a PEmáx é de 129 cmH2O. O paciente do caso
clínico apresenta fraqueza muscular inspiratória e expiratória: PImáx = 46% e PEmáx = 54%.
Atividade 37
Comentário: Sim. Quanto menor a PImáx, menor é a taxa de sobrevida em paciente com ICC.
Meyer e colaboradores demonstraram que pacientes que apresentam PImáx mais negativas têm
maior sobrevida.
■■ REFERÊNCIAS
1. Romer LM, Polkey MI. Exercise-induced respiratory muscle fatigue: implications for performance. J Appl
Physiol. 2008 Mar;104(3):879-88.
2. Neder JA, Andreoni S, Lerario MC, Nery LE. Reference values for lung function tests. II. Maximal respira-
tory pressures and voluntary ventilation. Braz J Med Biol Res. 1999 Jun;32(6):719-27.
4. Wasserman K, Hansen JE, Sue DY, Stringer WW, Sietsema KE, Sun X-G, et al. Principles of exercise
testing and interpretation: including pathophysiology and clinical applications. Philadelphia: Lippincott
Williams & Wilkins; 2011. v. 5.
5. Hamnegård CH, Wragg S, Kyroussis D, Mills GH, Polkey MI, Moran J, et al. Diaphragm fatigue following
maximal ventilation in man. Eur Respir J. 1996 Feb;9(2):241-7.
6. Chiappa GR, Queiroga F, Meda E, et al. Heliox improves oxygen delivery and utilization during dynam-
ic exercise in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med. 2009
Jun;179(11):1004-10.
7. Harms CA, Wetter TJ, St Croix CM, Pegelow DF, Dempsey JA. Effects of respiratory muscle work on
exercise performance. J Appl Physiol. 2000 Jul;89(1):131-8.
8. Aaron EA, Johnson BD, Seow CK, Dempsey JA. Oxygen cost of exercise hyperpnea: measurement. J
Appl Physiol. 1992 May;72(5):1810-7.
9. Chiappa GR, Roseguini BT, Vieira PJC, Alves CN, Tavares A, Winkelmann ER, et al. Inspiratory muscle
training improves blood flow to resting and exercising limbs in patients with chronic heart failure. J Am Coll
Cardiol. 2008 Apr;51(17):1663-71.
10. Sheel AW, Derchak PA, Morgan BJ, Pegelow DF, Jacques AJ, Dempsey JA. Fatiguing inspiratory muscle
work causes reflex reduction in resting leg blood flow in humans. J Physiol. 2001 Nov;537(Pt 1):277-89.
11. Dempsey JA, Romer L, Rodman J, Miller J, Smith C. Consequences of exercise-induced respiratory
muscle work. Respir Physiol Neurobiol. 2006 Apr;151(2-3):242-50.
12. Lukanich JM, Wall C. Pleura. In: Townsend CM, Beauchamp RD, Evers BM, Mattox KL. Sabiston textbook
of surgery: a biological basis of modern surgical practice. Philadelphia: Elsevier Sauders; 2004.
13. Polla B, D’Antona G, Bottinelli R, Reggiani C. Respiratory muscle fibres: specialisation and plasticity.
Thorax. 2004 Sep;59(9):808-17.
14. Theodore PR, Jablons D. Thoracic wall, pleura, mediastinum & lung. In: Way L, editor. Current diagnosis
& treatment. Connecticut: Lange Medical; 1994. Cap. 18.
15. Willians P, Warwick R, Dyson, M, Bannister LH. Gray anatomia. 37th ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 1995.
16. Flynn T. Thoracic spine and rib cage: musculoskeletal evaluation and treatment. Philadelphia: Elsevier
Health Sciences; 1996.
18. Myers J, Arena R, Franklin B, Pina I, Kraus WE, McInnis K, et al. Recommendations for clinical ex-
ercise laboratories: a scientific statement from the american heart association. Circulation. 2009
Jun;119(24):3144-61.
19. ATS/ACCP Statement on cardiopulmonary exercise testing. Am J Respir Crit Care Med. 2003
Jan;167(2):211-77.
21. Johnson BD, Babcock MA, Suman OE, Dempsey JA. Exercise-induced diaphragmatic fatigue in healthy
humans. J Physiol. 1993 Jan;460:385-405.
22. Rahn H, Otis AB. The pressure-volume diagram of the thorax and lung. Am J Physiol. 1946;146(2):161-78.
23. Hawkes EZ, Nowicky A V, McConnell AK. Diaphragm and intercostal surface EMG and muscle perfor-
mance after acute inspiratory muscle loading. Respir Physiol Neurobiol. 2007 Mar;155(3):213-9.
24. Ross EZ, Nowicky A V, McConnell AK. Influence of acute inspiratory loading upon diaphragm motor-
evoked potentials in healthy humans. J Appl Physiol . 2007 May;102(5):1883-90.
25. Volianitis S, McConnell A, Jones D. Assessment of maximum inspiratory pressure. Prior submaximal
respiratory muscle activity (’warm-up’) enhances maximum inspiratory activity and attenuates the learning
effect of repeated measurement. Respiration. 2001;68(1):22-7.
26. Power Breathe. KH1 Medical Electronic IMT [internet]. 2015 [acesso em 2015 Mar 15]. Disponível em:
http://www.habdirect.co.uk/powerbreathe-kh1-english.
27. Enright PL, Kronmal RA, Manolio TA, Schenker MB, Hyatt RE. Respiratory muscle strength in the elderly.
Correlates and reference values. Cardiovascular Health Study Research Group. Am J Respir Crit Care
Med. 1994 Feb;149(2 Pt 1):430-8.
28. Costa D, Gonçalves HA, Lima LP, Ike D, Cancelliero KM, Montebelo MIL. New reference values for maxi-
mal respiratory pressures in the Brazilian population. J Bras Pneumol. 2010 May-Jun;36(3):306-12.
29. Pessoa IMBS, Houri Neto M, Montemezzo D, Silva LAM, Andrade AD, Parreira VF. Predictive equations
for respiratory muscle strength according to international and Brazilian guidelines. Braz J Phys Ther. 2014
Sep-Oct;18(5):410-8.
30. Simões RP, Deus APL, Auad MA, Dionísio J, Mazzonetto M, Borghi-Silva A. Maximal respiratory pressure
in healthy 20 to 89 year-old sedentary individuals of central São Paulo State. Rev Bras Fisioter. 2010
Jan-Feb;14(1):60-7.
31. Hammond MD, Bauer KA, Sharp JT, Rocha RD. Respiratory muscle strength in congestive heart failure.
Chest. 1990 Nov;98(5):1091-4.
32. Meyer FJ, Borst MM, Zugck C, Kirschke A, Schellberg D, Kübler W, et al. Respiratory muscle dys-
function in congestive heart failure: clinical correlation and prognostic significance. Circulation. 2001
May;103(17):2153-8.
33. Roussos CS, Macklem PT. Diaphragmatic fatigue in man. J Appl Physiol. 1977 Aug;43(2):189-97.
34. Bellemare F, Grassino A. Effect of pressure and timing of contraction on human diaphragm fatigue. J Appl
Physiol. 1982 Nov;53(5):1190-5.
35. Milic-Emili J. Is weaning an art or a science? Am Rev Respir Dis. 1986 Dec;134(6):1107-8.
36. Chatham K, Baldwin J, Griffiths H, Summers L, Enright S. Inspiratory muscle training improves shuttle run
performance in healthy subjects. Physiotherapy. 1999 Dec;85(12):676-83.
of an electronic inspiratory loading device during a loaded breathing task in patients with COPD. Respir
Med. 2013 Apr;107(4):633-5.
38. Power Breathe. POWERbreathe K5 - PWBK5 - k-series K5 [internet]. Edmonton: Running Room; 2016
[acesso em 2016 abr 07]. Disponível em: http://ca.shop.runningroom.com/gear/powerbreathe-k5-pwbk5-
k-series-k5.html.
39. Minahan C, Sheehan B, Doutreband R, Kirkwood T, Reeves D, Cross T. Repeated-sprint cycling does
not induce respiratory muscle fatigue in active adults: measurements from the powerbreathe® inspiratory
muscle trainer. J Sport Sci Med. 2015 Mar;14(1):233-8.
40. Thomas MJ, Simpson J, Riley R, Grant E. The impact of home-based physiotherapy interventions on
breathlessness during activities of daily living in severe COPD: a systematic review. Physiotherapy. 2010
Jun;96(2):108-19.
41. Goldstein R, De Rosie J, Long S, Dolmage T, Avendano MA. Applicability of a threshold loading device for
inspiratory muscle testing and training in patients with COPD. Chest. 1989 Sep;96(3):564-71.
42. Hart N, Hawkins P, Hamnegård CH, Green M, Moxham J, Polkey MI. A novel clinical test of respiratory
muscle endurance. Eur Respir J. 2002 Feb;19(2):232-9.
43. Hill K, Jenkins SC, Philippe DL, Shepherd KL, Hillman DR, Eastwood PR. Comparison of incremental and
constant load tests of inspiratory muscle endurance in COPD. Eur Respir J. 2007 Sep;30(3):479-86.
44. McConnell AK, Griffiths LA. Acute cardiorespiratory responses to inspiratory pressure threshold loading.
Med Sci Sport Exerc. 2010 Sep;42(9):1696-703.
45. Magstim. Magstim 2002 [internet]. 2016 [acesso em 2016 abr 07]. Disponível em: http://www.magstim.
com/product/18/magstim-2002.
47. Similowski T, Fleury B, Launois S, Cathala HP, Bouche P, Derenne JP. Cervical magnetic stimulation: a
new painless method for bilateral phrenic nerve stimulation in conscious humans. J Appl Physiol. 1989
Oct;67(4):1311-8.
48. Cattapan SE, Laghi F, Tobin MJ. Can diaphragmatic contractility be assessed by airway twitch pressure
in mechanically ventilated patients? Thorax. 2003 Jan;58(1):58-62.
Silva PE, Chiappa GR, Vieira PJC, Roncada C. Avaliação da função muscular ventilatória.
In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia
Intensiva; Martins JA, Karsten M, Dal Corso S, organizadores. PROFISIO Programa de
Atualização em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória: Ciclo 2. Porto Alegre: Artmed
Panamericana; 2016. p. 9-46. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 3).