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4 Sistemas da Audição e Vestibular I

Os mecanismos de transdução da orelha (audição) e do sistema O ponto final no caminho da transdução auditiva das vibrações
vestibular (equilíbrio) estão intimamente alinhados de forma mecânicas para os potenciais de ação neuronais, que é então
anatômica. A orelha consiste em três partes: conduzido para o encéfalo, ocorre no nível do órgão espiral
• Externa: a orelha (pavilhão), o meato acústico externo (canal) (de Corti) dentro da cóclea. As células pilosas da cóclea (linhas
e a membrana timpânica (tímpano) interna e externa) estão situadas na membrana basilar e estão
• Média: a cavidade timpânica que contém os ossículos da organizadas funcionalmente. A pressão das ondas que percor-
audição (martelo, bigorna e estribo); se comunica com o antro rem a rampa do vestíbulo é transmitida através da membrana
mastóideo posteriormente e com a tuba auditiva anteriormente vestibular para o ducto coclear preenchido por endolinfa. Essa
• Interna: o aparelho acústico (cóclea) e o aparelho vestibular pressão das ondas desloca a membrana basilar (sons altos
(vestíbulo com o utrículo e o sáculo, e os canais semicircula- provocam maior deslocamento), e isso causa um efeito de cisa-
res) lhamento nas células pilosas, que estão inseridas de modo mais
rígido sobre a membrana tectória. Esse efeito de cisalhamento
desvia os pelos, despolarizando a célula pilosa, provocando a li-
COLORIR os seguintes componentes da orelha, utilizando uma beração de neurotransmissores e iniciando um potencial de ação
cor diferente para cada um deles: nos axônios aferentes das células dos gânglios espirais.

1. Ossículos da orelha média (martelo, bigorna e


estribo) COLORIR os seguintes componentes do órgão espiral
2. Cóclea (de Corti), utilizando uma cor diferente para cada um deles:
3. Membrana timpânica 9. Nervo coclear, gânglio espiral e axônios

4. Meato acústico externo 10. Células pilosas internas


11. Células pilosas externas

As ondas sonoras se deslocam através da orelha externa e 12. Membrana basilar


geram vibrações na membrana timpânica. Essas vibrações, 13. Membrana tectória
em seguida, causam a vibração dos ossículos da audição da
orelha média, induzindo a vibração do estribo contra a janela do
vestíbulo (oval), iniciando uma onda de ações dentro da rampa
do vestíbulo e da rampa do tímpano na cóclea, cheias de líquido Ponto Clínico:
(perilinfa), que causam a deflexão e a despolarização de células Várias formas de perda da audição podem ocorrer:
• Perda condutiva: geralmente devido a uma alteração ou dano na
pilosas muito pequenas dentro do órgão espiral. Isso estimula membrana timpânica e/ou nos ossículos da orelha média
potenciais de ação nos axônios aferentes das células dos gân- • Perda neurossensorial: alteração da orelha interna ou da divisão
glios espirais, que são então conduzidos centralmente para os coclear do nervo vestibulococlear (NC VIII), a qual pode incluir algumas
núcleos cocleares do bulbo. A partir desse ponto, os impulsos causas como infecção, exposição a ruídos muito altos, tumores ou rea-
ções adversas a certos remédios administrados
são conduzidos para os centros encefálicos superiores para o
processamento auditivo, terminando no córtex auditivo no lobo
temporal.

COLORIR as seguintes características dos labirintos ósseo e


membranáceo da cóclea e do labirinto vestibular, utilizando uma
cor diferente para cada uma delas:
5. Canais semicirculares (anterior, lateral e posterior):
os quais estão organizados em 90 graus um em
relação ao outro e representam os eixos x, y e z
6. Utrículo
7. Sáculo
8. Janela da cóclea: fechada por uma membrana
timpânica secundária, a qual dissipa a onda líquida
iniciada na janela do vestíbulo pela ação vibratória
do estribo

Prancha 4-25 Consulte o Netter Atlas de Anatomia Humana, 4a edição, Pranchas 92 e 96. Sistema Nervoso
Sistemas da Audição e Vestibular I 4

Ductos
semicirculares,
ampola, utrículo e
Base do estribo na sáculo
janela do vestíbulo
Nervo vestibular
1 Nervo coclear

Meato acústico interno

Nervo vestibulococlear
(VIII)

2
4

Janela da cóclea

A. Seção frontal Tuba auditiva

5 Rampa do vestíbulo
Ampolas Saco endolinfático

Ducto endolinfático Parede


no canalículo do vestibular
vestíbulo Ducto
Estribo na janela do 6 coclear
vestíbulo 9
Bigorna 7 13
Martelo
Rampa do vestíbulo
Cavidade timpânica Ducto coclear Órgão
Rampa do tímpano espiral
Membrana
timpânica Aqueduto da cóclea
Vestíbulo 12
8 11
Tuba auditiva Rampa do tímpano 10

B. Labirintos ósseo e membranáceo: esquema


C. Seção através de uma curva da cóclea

Netter Anatomia para Colorir Prancha 4-25


4 Sistemas da Audição e Vestibular II

Enquanto a metade do nervo vestibulococlear (NC VIII) está A crista ampular dos canais semicirculares também tem célu-
relacionada à audição, a outra metade conduz informação las pilosas e um quinocílio semelhante à mácula. Entretanto, a
sensitiva, que é importante na manutenção do sentido especial massa gelatinosa de proteína e polissacarídeo é denominada
do equilíbrio. Os receptores para o equilíbrio envolvem dois cúpula (cápsula pontuda), e ela se projeta para o interior da en-
componentes funcionais: dolinfa do canal semicircular. Durante os movimentos rotacionais,
• Estática: um receptor especial, denominado mácula, reside a cúpula é inclinada pelos movimentos da endolinfa, e o desvio
em cada utrículo e sáculo e está relacionado à posição da das células pilosas provoca a despolarização e a liberação de
cabeça e à aceleração linear, assim como com a gravidade e neurotransmissores na terminação do nervo sensitivo.
as vibrações de baixa frequência (somente o sáculo)
• Dinâmica: receptores especiais, denominados crista ampular,
residem na ampola de cada canal semicircular e estão COLORIR os seguintes componentes da crista ampular,
relacionados aos movimentos angulares (rotacional) da cabeça
utilizando uma cor diferente para cada componente:
A mácula também tem células pilosas (semelhante ao órgão 7. Cúpula ampular
espiral), mas um quinocílio único também existe na margem de
8. Células pilosas e tufos de “pelos” se estendendo
cada feixe de estereocílios semelhantes ao pelos (na verdade
para dentro da cúpula
longos microvilos). Os tufos de “pelos” são embebidos em uma
massa gelatinosa de polissacarídeos denominada membrana
dos estatocônios, que é coberta por diversos pequenos estatocô- Os axônios aferentes vestibulares terminam nos núcleos
nios (cristais de carbonato de cálcio), dando à massa uma rigidez vestibulares no tronco encefálico ou diretamente no cerebelo,
que resiste à mudança nos movimentos. Durante a aceleração para modular e coordenar os movimentos, o tônus muscular e a
linear, os pelos são deslocados e aumentam a sua liberação postura. Os axônios descendentes do núcleo vestibular seguem
de neurotransmissores sobre os axônios sensitivos primários para a medula espinal para regular os movimentos da cabeça
das células dos gânglios vestibulares. Isso ocorre conforme e do pescoço, enquanto que as outras projeções coordenam
os pelos são curvados em direção ao quinocílio, desta forma os movimentos dos olhos (NC III, IV e VI). Finalmente, alguns
despolarizando as células pilosas. Os movimentos dos pelos axônios ascendem para o tálamo e, em seguida, para o córtex
longe do quinocílio hiperpolarizam as células pilosas, diminuindo insular, temporal e parietal.
a sua liberação de neurotransmissores. Finalmente, a mácula do
utrículo percebe a aceleração em um plano horizontal, enquanto
que a mácula do sáculo é melhor na sensibilidade da aceleração Ponto Clínico:
vertical: a sensação que você experimenta quando começa a A vertigem é a sensação de movimento ou rotação com uma perda de equi-
líbrio (desequilíbrio). Ela pode ser produzida pela estimulação excessiva do
subir em um elevador.
sistema vestibular, como ocorre no enjoo do mar, enjoo durante viagem de
automóvel ou em brinquedos giratórios de parques de diversões. Infecções
COLORIR as seguintes características do sistema vestibular virais, certos medicamentos e tumores também podem levar à vertigem.
(parte A) e das máculas (parte B), utilizando uma cor diferente
para cada uma delas:
1. Mácula do sáculo e mácula do utrículo
2. Gânglio vestibular e seus axônios aferentes
3. Crista dentro da ampola dos canais semicirculares
4. Estatocônios (na superfície da membrana dos
estatocônios)
5. Membrana dos estatocônios
6. Células pilosas e tufos de “pelos” se estendendo
para dentro da membrana dos estatocônios

Prancha 4-26 Consulte o Netter Atlas de Anatomia Humana, 4a edição, Pranchas 95 e 124. Sistema Nervoso
Sistemas da Audição e Vestibular II 4
2
Divisões vestibular e Canal semicircular anterior
coclear
do nervo
vestibulococlear
3

Canal semicircular lateral


1

Sáculo Canal semicircular


posterior
Utrículo

Canal espiral da cóclea

A. Labirinto membranáceo
Parede oposta da
ampola

4 7

6
8
Células pilosas

Células de
sustentação Fibras
nervosas
Fibras nervosas

B. Seção da mácula C. Seção da crista ampular

Excitação

Quinocílio Inibição Quinocílio

Estereocílios Estereocílios

Célula pilosa do tipo I Célula pilosa do tipo II

Células de sustentação Células de sustentação

Cálice do nervo Terminações nervosas eferentes


aferente

Terminação nervosa Terminações nervosas aferentes


eferente

Membrana basilar
Membrana basilar

D. Estrutura e inervação das células pilosas

Netter Anatomia para Colorir Prancha 4-26

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