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ESPERMOGRAMA E ESPERMOCULTURA

NA BOVINOCULTURA

INTRODUÇÃO
O espermograma é o exame que avalia as características físicas, morfológicas e
microbiológicas do sêmen e é componente essencial do exame andrológico de touros
reprodutores. O exame andrológico faz uma avaliação prévia da fertilidade e da capacidade de
monta do reprodutor para garantir que o touro esteja apto à reprodução. Com isso, podem ser
alcançados bons índices de gestação em propriedades rurais, seja de pecuária de corte ou
de leite.
A realização do espermograma é indicada nas seguintes situações: na avaliação do
reprodutor antes da estação de monta; nas relações de comercialização de reprodutores; na
ocorrência de falhas reprodutivas no rebanho; para o diagnóstico de problemas de fertilidade; para
o ingresso nas centrais de inseminação e com vistas ao congelamento de sêmen.
A espermocultura é a avaliação microbiológica do sêmen, a fim de identificar agentes
patogênicos presentes no sêmen que podem comprometer o desempenho reprodutivo do touro. E
também para que medidas preventivas sejam adotadas com o objetivo de melhorar o índice de
fertilidade do rebanho, em virtude da ocorrência de grande variedade de agentes patogênicos no
sêmen de reprodutores bovinos, sem sinais clínicos de afecções genitais.
A contaminação do sêmen pode afetar diretamente o espermatozoide devido à competição
pela utilização de nutrientes naturais do sêmen, bem como infectar a fêmea, resultando assim em
baixas taxas de concepção. Muitos microrganismos podem localizar-se na cavidade prepucial do
touro, tais como: Actinobacillus sp., Bacillus sp., Corynebacterium sp., Proteus sp., Pseudômonas
sp., Staphylococcus sp. e Streptococcus sp.

ETAPAS DO ESPERMOGRAMA

COLHEITA DO SÊMEN
Embora existam alguns métodos para colheita de amostras de sêmen, a eletroejaculação é
o mais popular e o mais indicado para a colheita em touros de campo que não foram
condicionados a outros procedimentos. Outros métodos também são usados: vagina artificial e
massagem de ampola.
Figura 1: colheita de sêmen de bovino através do eletroejaculador.
Fonte: rehagro.com.br

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SÊMEN


Aspecto e Cor: Avaliação visual, na qual o aspecto pode ser classificado em aquoso, seroso,
sero-leitoso, leitoso e leitoso denso, sendo que esta classificação apresenta relação com a
concentração espermática. O sêmen normal apresenta uma coloração esbranquiçada ou
acinzentada. A cor amarela sugere infecção; vermelha indica presença de hemácias e transparente
(translúcida) sugere baixa concentração de espermatozóides.

Figura 2: sêmen de bovino


Fonte: www.revistaveterinaria.com.br

Odor e pH: O odor é característico de sêmen (Sui generis) e o pH varia entre 6,8 a 7,8.

Aglutinação: Observa-se se os espermatozóides estão aderidos a elementos particulados (células


epiteliais, hemácias, bactérias, protozoários) ou aderidos uns aos outros (aglutinação). A
aglutinação espermática pode sugerir a existência de anticorpos antiespermatozóides,
especialmente se associado à diminuição da motilidade espermática.

Concentração: Representa o número de espermatozóides por unidade de volume ejaculado


3
(mm ). O método mais comum é a contagem em câmara de Neubauer em microscópio óptico. A
concentração varia em função de fatores extrínsecos (método de coleta, frequência de cópulas) e
intrínsecos (idade, biometria testicular).

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
O estudo anatômico da célula espermática, a morfologia espermática, permite a eliminação
de touros com baixo potencial de fertilidade, evitando a entrada desses animais nos programas de
reprodução, pois os defeitos específicos na morfologia estrutural das células espermáticas
correlacionam-se com a sub e infertilidade masculina.
A morfologia espermática segue uma classificação em defeitos maiores e defeitos
menores, segundo a origem do defeito (Tabela 1). Os defeitos espermáticos podem refletir
alterações ocorridas durante a espermatogênese ou durante a maturação espermática no
epidídimo. As causas podem ser de origem genética ou ambiental, como calor, alterações de
fotoperíodo, nutrição, tóxicos, lesões testiculares, doenças gerais, etc. Essa classificação relaciona
os defeitos com a sua importância na fertilidade. Assim, são considerados Defeitos Maiores
aquelas anormalidades que têm grande efeito na fertilidade e os Defeitos Menores são
considerados de menor importância.

Tabela 1: Classificação morfológica segundo Blom (1973)

A B C

D E F
Figura 3: A: Gota citoplasmática distal ; B: Acrossomo de contorno anormal; C: Gota citoplasmática proximal;
D: Cauda dobrada e Cauda fortemente enrolada; E: Decaptado; F: Cabeça piriforme.
Fonte: eagaspar.com.br

OUTROS ELEMENTOS
Outros elementos podem ser encontrados na avaliação das características morfológicas do
sêmen e deverão ser citados no laudo.

Medusas: originam-se de degenerações testiculares graves, onde um núcleo, de modo geral


constituídos por uma célula de linhagem espermatogênica que se desprende do epitélio dos
túbulos seminíferos e, na sua passagem pelos ductos eferentes, ricos em células ciliadas, atrai
sobre si os cílios perdidos pelas células locais, devido ao processo de descamação provocado pela
degeneração. Juntos criam esta forma exótica denominada medusa, as quais são raras e podem
ser perfeitamente visualizadas tanto na lâmina corada como nas preparações úmidas.
Células Primordiais: são células da linhagem espermatogênica que se desprendem do epitélio
germinativo. Geralmente aparecem durante as degenerações testiculares graves. Podem ser
facilmente visualizadas em preparações úmidas.

Leucócitos: são observados nos processos inflamatórios das glândulas anexas, do epidídimo ou
dos testículos.

Hemácias: revelam hemorragia em alguma parte do sistema genital, que pode ser inclusive na
glande. Esta última hipótese é sempre a mais provável e indica uma lesão no ato da coleta.

Bactérias: revelam contaminação do sêmen, mas não identifica bactérias patogênicas, o qual
somente é feito através da espermocultura.

INTERPRETAÇÃO
Na interpretação da morfologia espermática, deve-se considerar para defeitos maiores os
limites de 5% e 20% para os individuais e para os totais, respectivamente, e para os defeitos
menores, 10% e 25%, para individuais e totais, respectivamente. Para o total de defeitos, ou seja,
a soma de defeitos maiores e de defeitos menores, o limite é de 30%. A presença de medusas,
células primordiais, leucócitos, hemácias ou bactérias devem ser consideradas na interpretação.

Dica baseada em: BARBOSA, R.T., MACHADO, R., BERGAMASCHI, M.A.C.M. A importância do exame andrológico em
bovinos. Circular Técnica 41, São Carlos/SP, 2005.
Manual para Exame Andrológico e Avaliação de Sêmen Animal. Colégio Brasileiro de Reprodução
Animal. 2ª ed., 1998.

DIAGNÓSTICO
O TECSA Laboratórios recomenda que seja realizado o espermograma em Doses de
Sêmen para avaliação do bom processamento do sêmen (diluição correta, pH adequado, etc) bem
como no Sêmen Bruto adicionado de solução formol-citrato para avaliação patológica do macho
(1ml de sêmen para 9 de formol citrato).
A espermocultura, como diagnóstico bacteriológico, também é essencial para a
identificação de agentes patogênicos no sêmen e controle reprodutivo do rebanho.

PRAZO
MATERIAL COD/EXAMES
DIAS
SÊMEN
(diluído em formol-
COD. B29 - ESPERMOGRAMA 3
citrato)

SÊMEN
(dose de sêmen ou
COD. B20 - ESPERMOCULTURA 3
sêmen bruto,
refrigerados)
Sangue em tubo COD. B33 - PERFIL SANITÁRIO DE DOADORAS -
5
tampa vemelha LEPTOSPIROSE, IBR, BVD, NEOSPORA, LEUCOSE
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