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caso 2

A farmacodinâmica trata-se do estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos


fármacos e seus mecanismos de ação. Os efeitos da maioria dos fármacos são
atribuídos à sua interação com os componentes macromoleculares do organismo.

Antes de produzir uma mudança no funcionamento de uma célula, que leva à mudança
numa função corporal ou no comportamento, as drogas devem interagir fisicamente
com um ou mais componentes da célula. Os componentes da célula com os quais as
drogas interagem diretamente são os assim denominados receptores.

O termo receptor ou alvo de um fármaco descreve a macromolécula ou o complexo


macromolecular da célula com o qual o fármaco interage para desencadear uma reação
celular ou sistêmica.

OBS: Um receptor tem uma configuração que permite a uma substância química
específica, por exemplo, um medicamento, um hormônio ou um neurotransmissor, se
ligar a ele, porque a substância tem uma configuração que se encaixa perfeitamente ao
receptor

A interação com o receptor produz o efeito terapêutico desejado, enquanto que a


interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar em efeitos colaterais (ou
reações medicamentosas adversas). Este tópico será aprofundado em outro objetivo,
mas é importante citar isso.

1)Receptores Fisiológicos: Os receptores são parte de proteínas, proteínas ou um


conjunto de proteínas. Possui uma configuração específica, permitindo que somente
uma droga que se encaixe perfeitamente possa ligar-se a ele - como uma chave que se
encaixa em uma fechadura.

Podem ser de dois tipos:


a)Ionotrópicos - estão acoplados a canais iônicos e medeiam respostas efetoras
rápidas;

b)Metabotrópicos - estão acoplados a sistemas enzimáticos através de proteínas


específicas, chamadas proteínas G;

OBS: As drogas podem estimular (agonistas) ou inibir (antagonistas) esses receptores.

Mecanismos de Ação do Fármaco:

2)Agonistas e Antagonistas:

a)Agonistas: ativam ou estimulam seus receptores, disparando uma resposta que


aumenta ou diminui a função celular.

● Quando o fármaco se liga à mesma região de reconhecimento que o agonista


endógeno, diz-se que ele é um agonista primário.
● Os agonistas alostéricos (ou alotópicos) ligam-se a uma região diferente do
receptor, que também é conhecida como região alostérica ou alotópica.

b)Antagonistas: bloqueiam a ligação dos agonistas aos seus receptores. Os


antagonistas são utilizados principalmente no bloqueio ou diminuição das respostas
celulares aos agonistas normalmente presentes no corpo (neurotransmissores). Por
isso, é dito que eles não têm efeito próprio.

● Os antagonistas são mais efetivos quando a concentração local de um agonista


está alta. Na maioria dos casos, o antagonismo resulta da competição com um
agonista pelo mesmo local de ligação.

3)Enzimas:

● Além dos receptores celulares, outros alvos importantes para a ação dos
medicamentos são as enzimas, que ajudam no transporte de substâncias
químicas vitais, regulam a velocidade das reações químicas ou se prestam a
outras funções reguladoras ou estruturais;
● As drogas direcionadas para as enzimas são classificadas como inibidoras ou
ativadoras (indutoras);

4)Propriedades para a ação da droga:

a)Afinidade - é a atração mútua ou a força da ligação entre uma droga e seu alvo, seja
um receptor ou enzima. É a capacidade de um fármaco ligar-se a um receptor.

b)Atividade intrínseca - é uma medida da capacidade da droga em produzir um efeito


farmacológico quando ligada ao seu receptor.

OBS: Medicamentos agonistas possuem as duas propriedades: ligam-se efetivamente


aos seus receptores (têm afinidade), e o complexo droga-receptor deve ser capaz de
produzir uma resposta no sistema-alvo (têm atividade intrínseca).

Por outro lado, drogas que bloqueiam receptores (antagonistas) ligam-se efetivamente
(têm afinidade com os receptores), mas têm pouca ou nenhuma atividade intrínseca -
sua função consiste em impedir a interação das moléculas agonistas com seus
receptores.

c)Potência - refere-se à quantidade de medicamento (dose) necessária para produzir


um efeito.

d)Eficácia - refere-se à resposta terapêutica máxima potencial que um medicamento


pode produzir

Os locais de ação são os locais onde as substâncias endógenas, que são substâncias
produzidas pelo organismo, ou exógenas, que é o caso dos medicamentos, interagem
para produzir uma resposta farmacológica.
Os principais alvos para a ação das substâncias ativas são os receptores onde se
costumam ligar substâncias endógenas, canais iônicos ,transportadores, enzimas e
proteínas estruturais.

Depois de ser engolido, injetado, inalado ou absorvido pela pele, pela mucosa sob a
língua ou pela mucosa interna da bochecha, a maior parte dos medicamentos entra na
corrente sanguínea e circula por todo o corpo. Os medicamentos, então, interagem a
partir da atração dos receptores/mediadores de algum órgão específico, tecidos ou
células.

E por fim, tudo isso dependerá do grau de afinidade do fármaco com aquele receptor,
da concentração dos mediadores responsáveis por atrair aquele fármaco para o local e,
também, da dosagem do fármaco na corrente sanguínea.
A maioria dos medicamentos produzem diversos efeitos, mas geralmente apenas um
efeito – o efeito terapêutico – é desejado para o tratamento de uma doença. Os outros
efeitos podem ser considerados indesejados, sejam eles intrinsecamente nocivos ou
não.

Efeito Adverso - condizente com o termo Reação Adversa ao Medicamento(RAM), é


qualquer resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra
nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e
tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica.

Efeito Colateral - é um efeito diferente daquele efeito principal responsável pelo efeito e
uso terapêutico. Ele surge através de alguma reação farmacológica distinta daquela que
produz o efeito terapêutico

2)Fatores Extrínsecos:

a)Dependentes do Fármaco:

Fatores inerentes ao fármaco – estrutura química, características físico-químicas,


tamanho da molécula, solubilidade, coeficiente de partição lipídeo/água e grau de
ionização influenciam a farmacocinética e, por conseguinte, o efeito da droga no
organismo.

Formulações farmacêuticas – a apresentação do fármaco em uma formulação


farmacêutica específica deve garantir que este seja dissociado e/ou alcance os
receptores de forma satisfatória. Alterações relacionadas ao processo de confecção do
fármaco podem refletir na reatividade do paciente.

b)Dependentes da Administração:

Vias de administração – na dependência da via de administração escolhida, pode haver


maior lentidão no início da ação (via oral vs. via endovenosa) ou até mesmo não ocorrer
o efeito, podendo o medicamento, por exemplo, ser destruído pelo suco gástrico.
Dose – é a relação entre a quantidade do fármaco ou medicamento e a massa corporal
do paciente. Geralmente, o efeito produzido por uma droga (medicamento ou não) é
proporcional à quantidade administrada, isto é, à dose.

Condições de uso – o uso continuado e a alta frequência de administração do fármaco


podem levar a efeitos cumulativos (toxicidade) e alterações responsivas por parte do
paciente. As principais são:

● Tolerância – diminuição da responsividade ao fármaco após uso repetido ou


contínuo.
● Taquifilaxia – forma de tolerância de rápido desenvolvimento pelo organismo ao
fármaco.
● Dependência – desenvolvimento de um forte impulso de usar repetidamente
drogas ou fármacos psicoativos. A dependência pode ser tanto física (o uso
descontinuado gera abstinência) quanto psicológica (produz o “desejo da
droga”).

c)Dependentes do ambiente:

Temperatura – pode causar alteração dos fármacos e medicamentos, pois o aumento


da temperatura altera a estabilidade de várias formas farmacêuticas e de suas
conservações.

Luz – a exposição à luz solar.

Tensão de oxigênio – em altas altitudes, a pressão atmosférica diminui e as plaquetas


ficam saturadas pela baixa presença de oxigênio, o que retarda a metabolização de
fármacos.

Habitat (vida gregária) – é a forma como o ser humano se mistura com outros no seu
habitat (em grupo ou no meio da multidão), sem distinção e sem controle algum. O ser
humano comporta-se de forma diferente quando está em grupo, tendo ações que nunca
teria se estivesse sozinho.

Ruído – o ruído constante e/ou intenso causa uma série de alterações fisiológicas e
psicológicas – aumenta a secreção hormonal (epinefrina e outros) e as funções
gástricas, além de provocar contrações musculares e alterações cerebrais (irritabilidade,
ansiedade, excitabilidade, desconforto, medo, tensão e insônia), que predispõem o
indivíduo a responder a um fármaco de forma incomum.

É importante considerar que as variáveis que modulam o efeito do fármaco podem estar
relacionadas a aspectos tanto intrínsecos quanto extrínsecos ao organismo.

1)Fatores Intrínsecos:

a)Constitucionais:
Variabilidade individual - por causa da variabilidade genética e das consequentes
diferenças nas proteínas sintetizadas (enzimas, receptores, etc.), mesmo em uma
população homogênea, pertencente à mesma espécie, podem ser encontradas
diferenças na resposta a fármacos entre os diversos indivíduos.

Espécie – diferenças na capacidade de biotransformação do fármaco podem ser


identificadas em razão da espécie.

Idade – por diferenças na proporção de água e tecido adiposo, além de alterações


farmacocinéticas que variam conforme a faixa etária.

Peso e composição corpórea – em indivíduos obesos, o volume de água é cerca de


50% do seu peso corporal, enquanto nos magros esse volume pode atingir cerca de
70%. Assim, nos obesos os fármacos lipossolúveis (distribuídos na massa lipídica) terão
menor efeito farmacológico do que nos indivíduos magros (embora o efeito possa ser
mais prolongado pelo fato de a gordura tornar-se um local de depósito).

Gênero – homens geralmente apresentam maior tamanho e menor gordura corporal do


que mulheres, fato que pode alterar alguns padrões farmacocinéticos, como a
distribuição da droga.

b)Condicionais:

Estados fisiológicos – flutuações no pH gástrico, urinário e/ou plasmático podem alterar


os processos farmacocinéticos de ácidos ou bases fracas. Além disso, exercício, sono,
temperatura corporal, pressão arterial, dentre outras variáveis, também influenciam a
resposta do indivíduo à droga.

Estados patológicos – diversas enfermidades alteram a resposta terapêutica do


indivíduo ao modificarem as etapas farmacocinéticas em órgãos importantes.

Estados psicológicos – os efeitos decorrentes de fatores emocionais podem modificar


ou mesmo inverter o efeito de fármacos.

1)Metabolismo de Primeira Passagem: também conhecido como eliminação


pré-sistêmica, o metabolismo de primeira passagem é um fenômeno do metabolismo da
droga em que a concentração administrada é significativamente reduzida pelo fígado
antes de atingir a circulação sistêmica.

Todas as drogas administradas por via oral são expostas às enzimas metabolizadoras
na parede intestinal e no fígado. A extensão do metabolismo pré-sistêmico difere de
acordo com o tipo de droga e constitui um importante determinante da
biodisponibilidade.

Por reduzir a biodisponibilidade do fármaco, medicamentos administrados por via oral


necessita de uma dose maior do que outras vias.
caso 3

A relação Dose-Resposta é algo bastante evidente e importante na farmacologia.

Sabe-se que o efeito de um medicamento é proporcional ao número de moléculas


disponíveis para a ligação com o receptor. Ou seja, quanto menor for o número de
receptores necessários para que ocorra o efeito, mais eficaz será o agonista.

Além disso, o fármaco tem dentre os seus fatores que influenciam na sua ação a
quantidade de fármaco introduzido no organismo, ou seja a dose Administrada. Sendo
assim, o aumento da dose obviamente pode provocar aumento do efeito, até que este
atinja seu máximo. Aumentos sucessivos podem, entretanto, induzir efeitos
indesejáveis.

Dentro da Farmacologia é importante conhecermos alguns termos, como:

a)Janela Terapêutica:

● Refere-se à faixa de concentrações (doses mínimas e máximas) de um fármaco


em que seu uso é efetivo (produz efeito) e é seguro (não é tóxico);
● Cada fármaco possui suas doses mínimas e máximas específicas para surtir um
efeito terapêutico no organismo. Isso varia de fármaco para fármaco e deve ser
levada em consideração as características fisiológicas do indivíduo;

b)Dose Terapêutica:

● Refere-se a dose administrada que permitirá o efeito terapêutico do fármaco no


organismo;
● Pode ser Mínima ou Máxima (Limite);
● Não ocorre efeitos tóxicos;

c)Dose Tóxica:

● Refere-se a dose administrada num valor superior a dose máxima do fármaco;


● Nela observa-se alguns efeitos de toxicidade no organismo;

d)Dose Letal:

● É a dose que leva o indivíduo a óbito, tendo em vista que a quantidade de


fármaco administrada é bastante superior a dose máxima;
e)Dose de Manuntenção:

● Na maioria das situações clínicas, os medicamentos são administrados de forma


a manter um estado de equilíbrio do fármaco no organismo, ou seja, a
quantidade administrada em cada dose substitui o fármaco eliminado desde a
dose anterior;
● É a dose administrada em intervalos de tempos regulares capaz de manter a
concentração do fármaco na quantidade desejada para se obter os efeitos
terapêuticos;

f)Dose de Ataque:

● Refere-se a dose capaz de elevar rapidamente a concentração de um fármaco


na circulação sistêmica, a fim de obter resultados terapêuticos mais rápidos;

Os fatores que influenciam na ação do fármaco podem ser classificados em 2 grupos:

1)Fatores Intrínsecos: são os aspectos individuais do organismo. São divididos em 2


subgrupos:

a)Constitucionais:

Variabilidade individual - por causa da variabilidade genética e das consequentes


diferenças nas proteínas sintetizadas (enzimas, receptores, etc.), mesmo em uma
população homogênea, pertencente à mesma espécie, podem ser encontradas
diferenças na resposta a fármacos entre os diversos indivíduos.

Espécie – diferenças na capacidade de biotransformação do fármaco podem ser


identificadas em razão da espécie.

Idade – por diferenças na proporção de água e tecido adiposo, além de alterações


farmacocinéticas que variam conforme a faixa etária.

Peso e composição corpórea – em indivíduos obesos, o volume de água é cerca de


50% do seu peso corporal, enquanto nos magros esse volume pode atingir cerca de
70%. Assim, nos obesos os fármacos lipossolúveis (distribuídos na massa lipídica) terão
menor efeito farmacológico do que nos indivíduos magros (embora o efeito possa ser
mais prolongado pelo fato de a gordura tornar-se um local de depósito).

Gênero – homens geralmente apresentam maior tamanho e menor gordura corporal do


que mulheres, fato que pode alterar alguns padrões farmacocinéticos, como a
distribuição da droga.

b)Condicionais:

Estados fisiológicos – flutuações no pH gástrico, urinário e/ou plasmático podem alterar


os processos farmacocinéticos de ácidos ou bases fracas. Além disso, exercício, sono,
temperatura corporal, pressão arterial, dentre outras variáveis, também influenciam a
resposta do indivíduo à droga.

Estados patológicos – diversas enfermidades alteram a resposta terapêutica do


indivíduo ao modificarem as etapas farmacocinéticas em órgãos importantes.

Estados psicológicos – os efeitos decorrentes de fatores emocionais podem modificar


ou mesmo inverter o efeito de fármacos.

2)Fatores Extrínsecos:

a)Dependentes do Fármaco:

Fatores inerentes ao fármaco – estrutura química, características físico-químicas,


tamanho da molécula, solubilidade, coeficiente de partição lipídeo/água e grau de
ionização influenciam a farmacocinética e, por conseguinte, o efeito da droga no
organismo.

Formulações farmacêuticas – a apresentação do fármaco em uma formulação


farmacêutica específica deve garantir que este seja dissociado e/ou alcance os
receptores de forma satisfatória. Alterações relacionadas ao processo de confecção do
fármaco podem refletir na reatividade do paciente.

b)Dependentes da Administração:

Vias de administração – na dependência da via de administração escolhida, pode haver


maior lentidão no início da ação (via oral vs. via endovenosa) ou até mesmo não ocorrer
o efeito, podendo o medicamento, por exemplo, ser destruído pelo suco gástrico.

Dose – é a relação entre a quantidade do fármaco ou medicamento e a massa corporal


do paciente. Geralmente, o efeito produzido por uma droga (medicamento ou não) é
proporcional à quantidade administrada, isto é, à dose.

Condições de uso – o uso continuado e a alta frequência de administração do fármaco


podem levar a efeitos cumulativos (toxicidade) e alterações responsivas por parte do
paciente. As principais são:

● Tolerância – diminuição da responsividade ao fármaco após uso repetido ou


contínuo.
● Taquifilaxia – forma de tolerância de rápido desenvolvimento pelo organismo ao
fármaco.
● Dependência – desenvolvimento de um forte impulso de usar repetidamente
drogas ou fármacos psicoativos. A dependência pode ser tanto física (o uso
descontinuado gera abstinência) quanto psicológica (produz o “desejo da
droga”).

c)Dependentes do ambiente:
Temperatura – pode causar alteração dos fármacos e medicamentos, pois o aumento
da temperatura altera a estabilidade de várias formas farmacêuticas e de suas
conservações.

Luz – a exposição à luz solar.

Tensão de oxigênio – em altas altitudes, a pressão atmosférica diminui e as plaquetas


ficam saturadas pela baixa presença de oxigênio, o que retarda a metabolização de
fármacos.

Habitat (vida gregária) – é a forma como o ser humano se mistura com outros no seu
habitat (em grupo ou no meio da multidão), sem distinção e sem controle algum. O ser
humano comporta-se de forma diferente quando está em grupo, tendo ações que nunca
teria se estivesse sozinho.

É importante ressaltar que a medida que aumenta a dose de um fármaco agonista, o


risco de efeitos indesejáveis também aumenta.

Para efeito de segurança no uso de fármacos, surge o termo Índice Terapêutico (IT). É a
medida da segurança do fármaco. Uma droga com alto IT é mais segura que uma com
baixo IT.

Esse índice é calculado pela relação entre as doses letal e terapêutica. De maneira
geral, a dose de um fármaco é calculada para ser efetiva em pelo menos 50% dos
indivíduos aos quais é administrada, sendo chamada, nesse caso, de DE50 (dose
efetiva em 50%). Da mesma forma, a dose letal (DL50) é calculada como a dose que
será letal para 50% dos indivíduos. Esses valores fornecem uma maneira conveniente
de comparar as potências de fármacos em situações experimentais e clínicas.

O índice terapêutico (IT) é calculado pela seguinte relação matemática:

IT = DL50/DE50

● Assim, quanto maior a dose letal ou menor a dose efetiva, maior será o IT e,
consequentemente, maior a segurança clínica do fármaco.
● O valor dependerá da janela terapêutica de cada fármaco, conforme suas
especificações.

caso 4

A anamnese é uma ferramenta essencial para o processo de diagnóstico da dor, pois a


partir dela conseguimos fazer uma avaliação da história clínica de um paciente com
queixa de dor e também avaliar essa queixa, a fim de buscar o tratamento ideal para ele
(prescrição de medicamentos, etc). É válido ressaltar que muitos aspectos da vida atual
do paciente e qualidade de vida mudaram por causa da dor, por isso se faz necessário
o uso desta ferramenta.
Existem fatores importantes na anamnese que contribuem para o diagnóstico, dentre
eles podemos citar: localização; irradiação; intensidade; característica e qualidade;
aspectos temporais; fatores que pioram, desencadeiam e aliviam a dor; circunstâncias
que circundam o início da dor; e os potenciais mecanismos de lesão.

Além disso, deve-se levar em consideração se a dor é constante e estável, intermitente


ou esporádica, ou constante com circunstâncias agravantes, mediante a obtenção de
informações relacionadas com a ocorrência e as características de qualquer crise de
dor.

Ademais, a anamnese permite avaliar a percepção do paciente da razão pela qual ele
ou ela tem dor persistente, a duração da dor, e as alterações na dor desde seu início (p.
ex., qualquer progressão gradual ou rápida na intensidade, ou “disseminação” de sua
localização).

Ainda conseguimos mensurar a intensidade da dor a partir do relato feito pelo paciente.
Os profissionais de saúde e os pacientes podem julgar se a intensidade da dor está
aumentando ou diminuindo com o tempo e o tratamento.

É de extrema importância lembrar que a dor é algo subjetivo. Sendo assim, é válido
fazer com que o paciente compare a intensidade da sensação de dor atual com as
prévias sensações.

As classificações da dor dependem dos seguintes fatores:

1)Fisiopatologia deduzida: é baseada no mecanismo deduzido da dor.

a)Nociceptiva - resulta da ativação de nociceptores (fibras A-delta e fibras C) por


estímulos nocivos que podem ser mecânicos, térmicos ou químicos. Pode ser

● Somática: bem localizada e condizente com a lesão subjacente e pode ser


aguda;
● Visceral: geralmente é pouco localizada, profunda, constritiva e pode apresentar
dor referida;

b)Não Nociceptiva (Neuropática e psicogênica) - dor sem um estímulo periférico ou sem


lesão
aparente.

● Neuropática: dor originada de lesão no próprio sistema nervoso, a exemplo da


lesão em axônio;
● Psicogênica: ocorre quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático
pode ser identificado. Possui fatores psicológicos/emocionais como causa;

2)Evolução temporal:

● Dor aguda: é uma dor biologicamente benéfica, serve como alerta para o
organismo de que algo não está bem (duração inferior a 30 dias)
● Dor crônica: não possui caráter protetor e, tampouco, auxilia no mecanismo de
sobrevivência (não atua como um alerta) e pode ser um sintoma de doença,
pode ser uma dor contínua ou que possui intervalos de até meses ou anos.

3)Localização:

● Dor Localizada - Restringe a uma região específica do corpo;


● Dor Generalizada - É quando as dores vão além do local em que se iniciou;
● Dor referida: é a dor sentida em uma determinada região do corpo, porém com
foco de origem dessa dor localizada em outro local. Isso ocorre pois as fibras
aferentes nociceptivas das vísceras e fibras de áreas específicas da pele
convergem nos mesmos neurônios de projeção no corno dorsal.

De acordo com a definição adotada pela International Association for the Study of Pain
(Associação Internacional para o Estudo da Dor), a dor é uma sensação
multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial mas
também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidual concreta ou
potencial, ou é descrita em função dessa lesão.

Diante de uma lesão ou doença em algum órgão ou parte do corpo, são liberadas
substâncias que estimulam as terminações dos nervos (periferia), transmitindo um sinal
até o SNC e indicando a ocorrência de alguma anormalidade no local onde se origina o
sinal.

Na grande maioria dos casos a dor resulta da ativação de neurônios aferentes primários
específicos, os Nociceptores, da lesão ou disfunção desses nociceptores ou do sistema
nervoso central.

1)Mecanismo de Nocicepção:

● É o processo pelo qual os estímulos nocivos da periferia são processados e


transmitidos para o sistema nervoso central;
● Os Nociceptores são neurônios aferentes responsáveis pela detecção e
transmissão dos estímulos dolorosos, como estímulos mecânicos (físicos),
químicos e térmicos;
● A lesão tecidual constitui o principal estímulo para a ativação dos nociceptores.

A principal função dos nociceptores é transformar a energia proveniente dos estímulos


nociceptivos em impulsos nervosos, ou seja, potenciais de ação, e conduzi-los até à
medula espinal (Corno Dorsal).

Os nociceptivos que ativam neurônios do corno dorsal da medula espinhal liberam duas
classes principais de neurotransmissores: Glutamato e Neuropeptídeos (como
Substância P e CGRP-peptídeo relacionado ao gene da calcitonina). Esses
transmissores agem de maneira coordenada para regular as propriedades de disparo
dos neurônios do corno dorsal, permitindo a transmissão dos impulsos nervosos para o
Córtex Cerebral.
É nessa região onde irá ocorrer o processamento da dor, e é nela onde o nociceptor
primário ira fazer uma sinapse com o nociceptor secundário, este seguirá para os
núcleos parabranquiais do bulbo, fazendo outra sinapse com outro nociceptor terciário,
que segue então para o tálamo onde ira fazer uma outra sinapse com outro nociceptor,
que então vai para o córtex. Essa via aferente é chamado de Trato Espinotalâmico
Lateral.

2)Fibras Sensoriais:

● São divididas nos tipos A e C, as fibras tipo A são ainda subdivididas em fibras
α(alfa), β(beta), δ(delta);
● Cada fibra nervosa tem suas características específicas, que influenciará na
condução dos impulsos nervosos;

a)Tipo A: São mielinizadas

Aα(alfa) e Aβ(beta)- fibras de diâmetro largo e são bem mais mielinizadas, isso faz com
que elas sejam facilmente estimuladas (Mais Sensíveis), além disso, elas não são
ativadas por estímulos nocivos e sim por estímulos sensitivos (propriocepção - exemplo:
o toque);

Aδ(delta) - fibras de diâmetro médio e são pouco mielinizadas, essas fibras são
responsáveis por carregar a primeira dor, a estímulos mecânicos, térmicos e químicos.

b) Tipo C : Amielinizada (ausência de mielina)

É uma fibra de diâmetro pequeno e amielinizada, carreia uma dor lenta e sem
localização específica (difusa), para ocorrer sua excitação necessita-se de um estímulo
maior do que a fibra Aδ.

OBS: Tanto as fibras Aδ e C são fibras nociceptivas, elas respondem a mais de um


estímulo, como, mecânico (pressão, trauma, injúria), térmico e químico (ácido que cai
na pele). As suas diferenças são que, a fibra Aδ carreia a dor mais facilmente, pois
possui maior diâmetro e é mais mielinizada, e é caracterizada por ser uma dor mais
localizada do que a fibra C, já essa, é caracterizada por ser uma dor mais lenta e que
não
aparece no momento da lesão e sim depois dela.

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