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FARMACOLOGIA

Aula 1 – Introdução a Farmacologia

@aline_cramos
Aline Camargo Ramos
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
INTRODUÇÃO
• Fármaco: substância química de estrutura conhecida que, quando
administrada a um organismo vivo, produz efeito biológico
 Sintético, obtido de plantas/animais ou produto de engenharia
genética

• Medicamento: preparação química que pode conter mais de um


fármaco e é administrado com objetivo de produzir efeito terapêutico
 Contém excipientes, solventes, conservantes
INTRODUÇÃO
• Medicamento x fármaco
Medicamento

Efeito
terapêutico
Fármacos

Efeitos
biológicos
INTRODUÇÃO
• Farmacologia: estudo dos efeitos dos fármacos no funcionamento de
sistemas vivos

 Interação entre um fármaco e um


sistema biológico
HISTÓRICO
• Era natural: conhecimento empírico baseado em plantas

 4500 a.C. – Mesopotâmia: registros escritos de 250 plantas medicinais como


a papoula e a mandrágora
 1550 a.C. – Egito: um dos primeiros registros históricos que menciona o uso
de fármacos (Papiro de Edwin Smith) e relato da forma de preparo e uso
cerca de 700 remédios extraídos de plantas como romã, babosa, cebola, alho,
coentro (Papiro de Ebers)
 77 d.C.: Dioscórides escreveu "Sobre Material Médico" com 944 preparações
de 657 de plantas
 131-200 d.C.: Galeno de Pérgamo escreve “Drogas paralelas”
 Séc. XV: Paracelso, fundador da Bioquímica e da Toxicologia, escreveu “A dose
faz o veneno”
 Séc XVII-XVIII – Iluminismo: pensamento científico e conhecimento fisiológico
 Elementos fundamentais para a Farmacologia
HISTÓRICO
• Era sintética: farmacologia como ciência

 1804: Friedrich Sertürner isola a morfina


 1817: Carl Linnaeus isola a estriquinina
 1820: Pierre-Joseph Pelletier e Joseph Bienaimé Caventou isolam o
quinino usado no tratamento da malária
 1828: Johann Buchner isola a salicilina usada no tratamento de dores e
febre
 1847: Rudolf Buchheim funda o primeiro instituto de Farmacologia
 1897: Felix Hoffmann sintetiza a aspirina a partir do ácido salicílico
 1932: Josef Klarer e Fritz Mietzsch sintetizam o prontosil precursor dos
antibióticos
HISTÓRICO
• Era biotecnológica: avanços na farmacologia

 1978: Genentech produz insulina humana a partir de E. Coli com


DNA recombinante
 1981: Genentech produz hormônio de crescimento (GH) com DNA
recombinante
 1990: Primeira tentativa de terapia gênica
HISTÓRICO

• Necessidade de melhorar os resultados das intervenções terapêuticas


utilizadas por clínicos  Sair do campo da observação e partir para o
entendimento de como funcionam e como melhorar a utilização
HISTÓRICO
• Atualidade:
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• “Um fármaco não agirá, a menos que esteja ligado.” (Paul Ehrlich)

 Interações químicas entre fármacos e tecidos:


 Receptores
 Enzimas
 Moléculas transportadoras
 Canais iônicos
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
 Na ativação o receptor é afetado pelo fármaco, alterando seu
comportamento e desencadeando uma resposta tecidual
 Dois fatores influenciam na ligação e ativação do receptor:

 Afinidade: ligação

 Eficácia: ativação
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
 Na ativação o receptor é afetado pelo fármaco, alterando seu
comportamento e desencadeando uma resposta tecidual
 Potência: comparação entre fármacos
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor

 AGONISTA: se liga
e causa resposta
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
 AGONISTA: se liga e causa resposta
 Total: resposta máxima, mesmo sem ocupar 100% dos
receptores
 Parcial: resposta submáxima, mesmo com ocupação de 100%
dos receptores  Eficácia intermediária
 Inverso: resposta oposta  Eficácia negativa
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
 AGONISTA: se liga e causa resposta
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor

 ANTAGONISTA: se liga,
não causa resposta e
impede ligação
do agonista
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
 ANTAGONISTA: se liga, não causa resposta e impede ligação do
agonista  Agonista e antagonista competem pelo mesmo sítio
de ligação
 Irreversível: antagonista não se dissocia ou se dissocia muito
lentamente do receptor e mesmo com aumento da dose do
agonista, não haverá ligação  Não haverá efeito
 Reversível: com aumento da concentração do agonista, há
deslocamento do antagonista, ligação do agonista  Efeito
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
 ANTAGONISTA: se liga, não causa resposta e impede ligação do
agonista  Agonista e antagonista competem pelo mesmo sítio
de ligação
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Interação fármaco-receptor: ligação pode ou não resultar na ativação
do receptor
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Um determinado fármaco liga-se preferencialmente em determinado
receptor, assim como receptores específicos reconhecem apenas uma
classe de fármacos
 Não existe fármaco completamente específico  Aumento de
dose favorece a ligação inespecífica de um fármaco  Efeitos
colaterais
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Um determinado fármaco liga-se preferencialmente em determinado
receptor, assim como receptores específicos reconhecem apenas uma
classe de fármacos
 Não existe fármaco completamente específico  Aumento de
dose favorece a ligação inespecífica de um fármaco  Efeitos
colaterais
 Menor potência, mais efeitos colaterais
 Bons fármacos precisam ser o mais específico possível
COMO AGEM OS FÁRMACOS
• Um mesmo fármaco pode ser agonista total em determinado tecido e
agonista parcial ou antagonista em outro tecido
 Número de receptores, natureza do acoplamento e tipo de
resposta
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• MODULAÇÃO ALOSTÉRICA: fármacos se ligam na região alostérica do
receptor e influenciam sua resposta
 Aumento/diminuição da afinidade agonista-receptor, alteração da
eficácia, geração de resposta independente
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• ANTAGONISMO QUÍMICO: combinação de duas substâncias que
resulta na perda da atividade do fármaco
 Quelantes, infliximabe (anti-inflamatório)
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• ANTAGONISMO FARMACOCINÉTICO: redução da concentração de um
fármaco em seu local de ação
 Aumento da velocidade do metabolismo, redução da velocidade
de absorção gastrointestinal ou aumento da velocidade de
eliminação renal
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• BLOQUEIO DA RESPOSTA: bloqueio da cadeia de eventos pós ativação
do receptor que leva a produção de resposta pelo agonista
 Cetamina
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• ANTAGONISMO FISIOLÓGICO: interação entre dois fármacos com
ações opostas no organismo que tem como resultado anulação
mútua de efeito
 Histamina e omeprazol
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• DESSENSIBILIZAÇÃO E TOLERÂNCIA: redução gradual do efeito de um
fármaco administrado continuamente
 Dessensibilização (rápido), tolerância (lento), refratariedade
(perda de eficácia terapêutica) e resistência
(antimicrobianos/antineoplásicos)
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• ALTERAÇÃO EM RECEPTORES: alteração conformacional, fosforilação
de proteínas ou internalização de receptores (translocação)
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• DEPLEÇÃO DE MEDIADORES: depleção de substância intermediária
essencial
 Anfetamina
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• ALTERAÇÃO NO METABOLISMO: administração repetida de uma
mesma dose de um fármaco leva redução progressiva da
concentração plasmática
 Aumento do metabolismo
MODULAÇÃO DE RESPOSTA
• ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA: alteração de expressão gênica levando a
anulação do efeito do fármaco
 Alteração dos níveis de moléculas reguladoras
RESPOSTA IMEDIATA E DURADOURA
• Os fármacos agem primeiramente através da ativação de receptores,
gerando efeitos terapêuticos imediatos
RESPOSTA IMEDIATA E DURADOURA
• Efeitos secundários e mais lentos
 Alteração da função celular, alteração nos receptores e expressão
gênica
COMO OS MEDICAMENTOS FUNCIONAM?
COMO OS MEDICAMENTOS FUNCIONAM?
COMO OS MEDICAMENTOS FUNCIONAM?
O conteúdo desse curso foi
oferecido pelo
Centro Educacional Sete de
Setembro
em parceria com a
Professora Aline Camargo
Ramos

OBRIGADA!
FARMACOLOGIA

Aula 2 – Farmacocinética

@aline_cramos
Aline Camargo Ramos
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
INTRODUÇÃO
• Farmacocinética: o que o organismo faz com o fármaco
 vs. Farmacodinâmica: o que o fármaco faz no organismo
INTRODUÇÃO
• Farmacocinética: o que o organismo faz com o fármaco
 Administração, absorção, distribuição, metabolismo e excreção
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Moléculas dos fármacos se movem pelo organismo de duas maneiras:
 Fluxo de massas: corrente sanguínea, fluído linfático e líquor
 Não importa características químicas da molécula  Sistema
cardiovascular
 Difusão: interação molécula-molécula (curtas distâncias)
 Difere muito entre diferentes fármacos  Lipossolubilidade,
tamanho e carga das moléculas
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Difusão simples ou por transportadores

 Simples: moléculas sem carga e lipossolúveis


 Difere entre os órgãos  Diferentes tipos de membranas
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Difusão simples ou por transportadores
 Transportadores: carreadores e dependentes de ATP
 Carreadores  amplamente distribuídos
 Antibióticos, anti-inflamatórios, antineoplásicos
 Dependentes de ATP  túbulos renais, canalículos biliares, TGI,
astrócitos
 Metformina
 Interação de fármacos
 Variação genética  Perda/aumento de resposta
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Membranas celulares diferem entre os órgãos – Constituição e
transportadores
 BHE e placenta são menos permeáveis  Proteção contra
substâncias tóxicas e dificuldade para distribuição e atividade dos
fármacos
 Fígado e baço apresentam endotélio não contínuo  Livre
passagem
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Outros fatores podem influenciar a ação dos fármacos
 Ligação a proteínas plasmáticas
 Maior parte dos fármacos se encontra ligado à proteínas no
plasma sanguíneo (ativo – livre)  Atividade e eficácia
 Albumina: competição de fármacos
 Afinidade do fármaco pela proteína e concentração de
proteínas
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Outros fatores podem influenciar a ação dos fármacos
 Partição na gordura corporal – Grande compartimento apolar
 Fármacos altamente lipossolúveis

 Administração aguda 
Anestésicos gerais

 Administração crônica 
Benzodiazepínicos e
inseticidas
TRANSLOCAÇÃO DE MOLÉCULAS
• Outros fatores podem influenciar a ação dos fármacos
 Partição em outros locais
 Cloroquina - melanina
 Retina  Toxicidade ocular
 Amiodarona (arritmia cardíaca) – fígado e pulmão
 Hepatite e fibrose
 Tetraciclina – cálcio
 Ossos e dentes 
Não recomendado para crianças
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Absorção: passagem do fármaco do local de administração para o
plasma
 Não acontece na administração pela via intravenosa
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Metabolismo de primeira passagem: enzimas metabolizadoras
hepáticas e intestinais agem sobre o fármaco antes que ele chegue na
corrente sanguínea
 Biodisponibilidade: fração do fármaco que chega de forma intacta
na circulação
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Metabolismo de primeira passagem: enzimas metabolizadoras
hepáticas e intestinais agem sobre o fármaco antes que ele chegue na
corrente sanguínea
 Biodisponibilidade: fração do fármaco que chega de forma intacta
na circulação
 Característica do fármaco, variação das atividades enzimáticas,
pH gástrico, motilidade intestinal
 Preparação vs. Indivíduo vs. Ocasião
 Bioequivalência: genéricos – BD 80%-125%
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

• Vias de administração:
 Oral
 Sublingual
 Retal
 Aplicação: pele, córnea, vagina, mucosa nasal
 Inalação
 Injeção: subcutânea, intramuscular, intravenosa, intratecal,
intravítrea
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Vias de administração:
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Vias de administração e absorção:
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Via oral: maioria dos fármacos
 Maior parte da absorção acontece no intestino  75% – 1-3 horas
 Conteúdo e motilidade intestinal, fluxo sanguíneo, tamanho e
formulação das partículas e interação entre fármacos
 Formulações específicas: cápsulas/comprimidos que permanecem
intactos por várias horas (retardar absorção), mistura de
componentes para promover absorção rápida e sustentada
(administração menos frequente)
 Vancomicina: pouca absorção intestinal – tratamento de infecção
por Clostridium
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Via sublingual: absorção na cavidade oral
 Efeito rápido
 Não tem efeito de primeira passagem
 Fármacos instáveis em pH gástrico ou rapidamente metabolizados
pelo fígado
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Via retal – supositório
 Efeito local:
 Colite ulcerativa
 Efeito sistêmico
 Quadro emético ou
 incapacidade de deglutição
 Diazepam em crianças em quadro epiléptico
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Aplicação cutânea
 Efeito local:
 Pouca absorção na pele intacta
 Efeito sistêmico:
 Gel anti-inflamatório
 Nicotina
 Reposição hormonal de estrógeno/testosterona e
anticoncepcional  Taxa estável de absorção e sem
metabolismo de primeira passagem
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Aplicação nasal – spray
 Absorção pela mucosa que recobre o tecido linfoide nasal
 Hormônio liberador de gonadotrofina
 Hormônio antidiurético
 Calcitonina
 Ocitocina
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Aplicação ocular – colírio
 Efeito local sem causar efeitos colaterais sistêmicos
 Antibióticos e anti-inflamaórios
 Tratamento de glaucoma (dorzolamida)  Redução da pressão
ocular
 Não afeta os rins
 Pode causar broncoespasmos em asmáticos
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Inalação
 Anestésicos voláteis e gasosos para os pulmões
 Corticóides e broncodilatadores:
 Necessidade de alcançar altas concentrações local
 Minimizar os efeitos adversos sistêmicos (taquicardia)
 Pode ocorrer absorção parcial
ABSORÇÃO E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Injeção
 Intravenosa: via rápida
 Bolus x infusão constante
 Subcutânea e intramuscular: geralmente mais rápida que via oral
 Depende do local da injeção e do fluxo sanguíneo
 Intratecal (subaracnóide): patologias do SNC e anestesia local
 Intravítrea: ranibizumabe (ac monoclonal) – tratamento da
degeneração macular associada a idade
DISTRIBUIÇÃO
• Os fármacos são distribuídos de maneiras distintas entre os diferentes
compartimentos líquidos do organismo (plasma, líquido intersticial,
líquido intracelular, líquido transcelular e gordura)
 Depende da permeabilidade das membranas, das ligações dentro
dos compartimentos, pH, lipossolubilidade
 Fármacos não lipossolúveis ficam no plasma e líquido
intersticial, mas não penetram no SNC
 Fármacos lipossolúveis chegam a todos os compartimentos e
podem ser acumular no tecido adiposo
 Um fármaco pode interferir na distribuição do outro 
Competição para se ligar em proteínas plasmáticas ou teciduais
DISTRIBUIÇÃO
• Barreira hematoencefálica
DISTRIBUIÇÃO
• Barreira hematoencefálica
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• A eliminação dos fármacos se dá pela saída definitiva do organismo
 Diversas formas:
 Eliminação na urina de forma inalterada ou como metabólito
polar (maioria)
 Secretados na bile pelo fígado
 Reabsorvidos no intestino
 Eliminação nas fezes
 Pulmão (agentes voláteis e gasosos)
 Leite e suor (pequenas quantidades)
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• Metabolismo: principalmente no fígado – citocromo P450
 Redução de lipossolubilidade e aumento da eliminação renal
 Fases 1 e 2
 Fase 1: oxidação, redução ou hidrólise
 Catabólica
 Produtos mais tóxicos que o fármaco original
 CYP1, 2 e 3: polimorfismo genético
 Indução/inibição enzimática: suco de laranja (-), erva de São
João e couve de Bruxelas (+)
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• Metabolismo: principalmente no fígado – citocromo P450
 Redução de lipossolubilidade e aumento da eliminação renal
 Fases 1 e 2
 Fase 2: conjugação
 Anabólica
 Produtos inativos
 Ocorre principalmente no fígado
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• Metabolismo
 Fases 1 e 2:
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• Interações medicamentosas causadas por indução enzimática
 Redução da atividade farmacológica
 Aumento de toxicidade em caso de metabólito ativo tóxico
 Antibiótico/anticoncepcional
• Interações medicamentosas causadas por inibição enzimática
 Aumento da atividade farmacológica
 Perda de atividade quando ação se deve ao metabólito ativo
 Coquetel HIV
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• Interações medicamentosas causadas por indução/inibição
enzimática
METABOLISMO E ELIMINAÇÃO
• Interações medicamentosas causadas por alteração na excreção
 Alteração da ligação com proteínas plasmáticas – albumina
 Alteração na filtração glomerular – amiodarona e digoxina
(arritmia cardíaca)
 Inibição da secreção tubular
 Alteração do fluxo e pH urinário – diuréticos
 Problemas renais e idosos
FARMACOCINÉTICA
O conteúdo desse curso foi
oferecido pelo
Centro Educacional Sete de
Setembro
em parceria com a
Professora Aline Camargo
Ramos

OBRIGADA!
FARMACOLOGIA

Aula 3 – Farmacodinâmica

@aline_cramos
Aline Camargo Ramos
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
INTRODUÇÃO
• Farmacodinâmica: o que o fármaco faz no organismo
 Estudos dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus
mecanismos de ação
 vs. Farmacocinética: o que o organismo faz com o fármaco
MECANISMOS DE AÇÃO
• Os efeitos da administração dos fármacos resultam da interação
fármaco-alvos farmacológicos no organismo, que levam à respostas
bioquímicas e fisiológicas que são características de cada fármaco
MECANISMOS DE AÇÃO
• Os efeitos da administração dos fármacos resultam da interação
fármaco-alvos farmacológicos no organismo, que levam à respostas
bioquímicas e fisiológicas que são características de cada fármaco
 Alvos farmacológicos proteicos: receptores, canais iônicos,
enzimas e transportadores
 Exceções: fármacos que agem em proteínas estruturais (tubulina),
em proteínas citosólicas (imunofilinas), em DNA/constituintes da
parede celular de células/microorganismos e anticorpos que
sequestram citocinas
ALVOS FARMACOLÓGICOS PROTEICOS
• RECEPTORES: elementos sensores no sistema de comunicações
químicas que coordenam a função de todas as células do organismo
 Mensageiros químicos – hormônios, transmissores ou outros tipos
de mediadores
ALVOS FARMACOLÓGICOS PROTEICOS
• CANAIS IÔNICOS: portões que se abrem e fecham e estão presentes
nas membranas celulares permitindo a passagem seletiva de íons
 Controlados por ligantes ou por voltagem
 Fármacos agem de maneira direta, por ligação ortostérica ou
alostérica ou por bloqueio do canal e por ação indireta,
envolvendo a ligação com a proteína G ou alterando o nível de
expressão dos canais na superfície celular
ALVOS FARMACOLÓGICOS PROTEICOS
• ENZIMAS: o fármaco é um substrato análogo e age como inibidor
competitivo ou não competitivo da enzima ou é um falso substrato
que altera a via metabólica normal
 Captopril (anti-hipertensivo) e fluoruracila (antineoplásico)
ALVOS FARMACOLÓGICOS PROTEICOS
• TRANSPORTADORES: proteínas que ajudam no transporte de
substâncias não lipossolúveis através das membranas
 Fármacos podem bloquear o sistema de transporte
TIPOS DE RECEPTORES
• A ligação fármaco-receptores podem resultar em diferentes tipos de
respostas e efeitos celulares
 Respostas podem ser desde muito rápidas (milissegundos) até
extremamente lentas (horas ou dias)
 Tipos: receptores ionotrópicos (canais iônicos), receptores
metabotrópicos (acoplados à proteína G), receptores ligados a
quinase (fosforilação/desfosforilação), receptores nucleares
(expressão gênica)
TIPOS DE RECEPTORES
TIPOS DE RECEPTORES
TIPOS DE RECEPTORES
• Ionotrópicos: receptor colinérgico nicotínico, GABAa, 5-HT3
 Quando moléculas se ligam há alteração conformacional de forma
que as subunidades se afastam e haja abertura do canal
 Canais permeáveis a cátions (+) ou ânions (-)
 Neurotransmissores do SNC: abertura de canais promove
hiperpolarização (inibição) ou despolarização (excitação) 
Eventos sinápticos muito rápidos
TIPOS DE RECEPTORES
• Ionotrópicos
TIPOS DE RECEPTORES
• Ionotrópicos
 Neurotransmissores do SNC:
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos: receptor muscarínicos, DA, 5-HT
 Diferentes subtipos de proteínas G  Respostas diferentes
 Proteínas G agem sobre diferentes alvos para controlar aspectos
da função celular e gerar resposta: adenil ciclase (AMPc),
fosfolipase C (fosfato de inusitol e diacilglicerol), canais iônicos
(Ca2+ e K+), Rho A/Rho quinase (crescimento e proliferação celular)
e MAP quinase (divisão celular)
 Dessensibilização: fosforilação e internalização dos receptores 
Desfosforilado e reinserido na membrana ou degradado pelos
lisossomos
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos

 Diferentes
subtipos de
proteínas G:
Respostas
diferentes
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos

 Proteínas G agem
sobre diferentes
alvos:
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos

 Proteínas G agem
sobre diferentes
alvos: AMPc e
fofolipase C
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos

 Proteínas G agem
sobre diferentes
alvos: AMPc e
fofolipase C
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos

 Proteínas G agem
sobre diferentes
alvos: MAP quinase
TIPOS DE RECEPTORES
• Metabotrópicos

 Dessensibilização:
fosforilação e
internalização dos
receptores
TIPOS DE RECEPTORES
• Ligados a quinases: medeiam ações de fatores de crescimento,
citocinas e hormônios (insulina e leptina)
 Efeitos através da alteração da expressão gênica
 Controle da diferenciação, crescimento e divisão celular,
inflamação e reparo tecidual, apoptose e respostas imunológicas
 Receptor tirosina quinase (RTK), receptor serina/treonina quinase
e receptor de citocinas
 Fosforilação e desfosforilação de proteínas por quinases e
fosfatases
 Imatinibe: leucemia mieloide crônica
TIPOS DE RECEPTORES
• Ligados a quinases

 Receptor tirosina
quinase
TIPOS DE RECEPTORES
• Ligados a quinases
 Receptor de citocinas
TIPOS DE RECEPTORES
• Ligados a quinases
 Imatinibe
TIPOS DE RECEPTORES
• Receptores nucleares: receptores para hormônios esteróides e
tireoidianos e vitaminas D e A
 Não estão inseridos nas membranas celulares
 Receptores presentes no citoplasma das células e são translocados
para o núcleo depois da ligação com seu ligante  Podem
interagir diretamente com o DNA
 Alvos farmacológicos de 10-15% dos fármacos  Inflamação,
câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade e distúrbios
na reprodução
 Classe I (glicocorticóides, mineralocorticóides, estrógeno,
progesterona e androgênio) e II (ligantes lipídicos)
TIPOS DE RECEPTORES
• Receptores nucleares
TIPOS DE RECEPTORES
• Receptores nucleares
 Classe I
TIPOS DE RECEPTORES
• Receptores nucleares
 Classe II
CONTROLE DA EXPRESSÃO

• Receptores não são elementos fixos  Respondem a mudanças nas


concentrações dos ligantes e a atividade dos próprio receptores
 Alterações de curto (dessensibilização) e longo prazo (aumento ou
diminuição da expressão)
 Proliferação de receptores pós-sinápticos após desnervação
 Up-regulation de receptores de citocinas em resposta à
inflamação
 Indução de receptores de fatores de crescimento em células
tumorais
CONTROLE DA EXPRESSÃO

• Receptores não são elementos fixos  Respondem a mudanças nas


concentrações dos ligantes e a atividade dos próprio receptores
 Fármacos precisam ter efeitos a curto e longo prazo 
Reestabelecer o número de receptores

 Tolerância (benzodiazepínicos)

 Resistência (antimicrobianos e antineoplásicos)


RECEPTORES E DOENÇAS
• Diversas doenças estão diretamente ligadas ao mau funcionamento
de receptores
 Auto anticorpos direcionados contra as proteínas dos próprios
receptores
 Miastenia gravis (fraqueza e fadiga muscular nos músculos de
controle voluntário  Comunicação ineficiente entre nervos e
músculos)
 Mutação nos genes que codificam os receptores
 Câncer, resistência hormonal, epilepsia
RECEPTOR E DIFERENTES EFEITOS
• Mesmo receptor desempenha papéis diferentes em diferentes locais
do organismo  Efeitos terapêuticos e colaterais
O conteúdo desse curso foi
oferecido pelo
Centro Educacional Sete de
Setembro
em parceria com a
Professora Aline Camargo
Ramos

OBRIGADA!
FARMACOLOGIA

Aula 4 – Farmacogenômica

@aline_cramos
Aline Camargo Ramos
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
INTRODUÇÃO
• Dificuldade na terapêutica se deve ao fato de que uma mesma dose
de um fármaco nem sempre produz a mesma resposta em diferentes
indivíduos  Fatores ambientais e genéticos
 Variações farmacocinéticas: Diferença na concentração do
fármaco no local de ação
 Variações farmacodinâmicas: Diferente resposta a uma mesma
concentração de um fármaco
 Lítio, anti-hipertensivos e anticoagulantes  Prescrição
individualizada
INTRODUÇÃO

• Influência de genes  Alteram expressão de proteínas envolvidas no


processamento de fármacos, alteração nas proteínas G e suas vias e
maior suscetibilidade a reações adversas
 Testes farmacogenômicos e medicina personalizada  Escolha
individualizada de um fármaco efetivo e que não cause toxicidade
sem ser necessário recorrer a tentativa e erro
INTRODUÇÃO
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Etnia: herança genética e cultural comum
 Afro-americanos com insuficiência cardíaca apresentam melhores
respostas e maior expectativa de vida ao tratamento com
hidralazina + nitrato  Americanos não têm esse efeito

 Asiáticos são mais sensíveis aos efeitos cardiovasculares do


propanolol que europeus brancos, já os afro-caribenhos são
menos sensíveis  Asiáticos metabolizam propanolol mais
rapidamente
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Etnia: herança genética e cultural comum
 Japoneses tem três vezes mais probabilidade de responder bem
ao tratamento com gefitinibe para tumor pulmonar avançado que
indivíduos brancos

 Asiáticos metabolizam etanol de forma distinta  Produzem


maior concentração plasmática de acetaldeído  Rubor e
palpitações
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Idade: metabolismo e eliminação de fármacos é menos eficiente em
recém-nascidos e idosos  Efeitos maiores e mais prolongados

 Alteração na composição corporal com a idade  Maior


proporção de gordura corporal em idosos altera volume de
distribuição de fármacos

 Idosos utilizam diversos fármacos concomitantemente  Maior


potencial de interação entre eles
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Idade: metabolismo e eliminação de fármacos é menos eficiente em
recém-nascidos e idosos  Efeitos maiores e mais prolongados
 Função renal declina em idosos (50%-75 anos)  Administração
crônica de digoxina (arritmia) ao longo dos anos leva ao aumento
progressivo da concentração plasmática  Toxicidade
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Idade: metabolismo e eliminação de fármacos é menos eficiente em
recém-nascidos e idosos  Efeitos maiores e mais prolongados
 Redução da atividade de enzimas hepáticas com avanço da idade
 Aumento da meia-vida de benzodiazepínicos  Efeitos
silenciosos de piora cognitiva (“Alzheimer”)
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Idade: metabolismo e eliminação de fármacos é menos eficiente em
recém-nascidos e idosos  Efeitos maiores e mais prolongados

 Recém-nascidos prematuros (20% da função renal) apresentam


maior meia-vida para antibiótico gentamicina que bebês a termo
ou adultos  Reduzir/espaçar doses para evitar toxicidade

 Morfina não pode ser utilizada como anestésico no parto 


Atravessa placenta e não é metabolizada por fetos  Depressão
respiratória prolongada no recém-nascido
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Idade: metabolismo e eliminação de fármacos é menos eficiente em
recém-nascidos e idosos  Efeitos maiores e mais prolongados

 Baixa atividade de enzimas metabolizadoras em recém-nascidos


 Baixa conjugação e altas concentrações plasmáticas de
fármacos  kernicterus (bilirrubina) e síndrome do bebê cinzento
(cloranfenicol)
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Gravidez: alterações fisiológicas que influenciam distribuição dos
fármacos na mãe e feto
 Redução da concentração plasmática de albumina, aumento do
débito cardíaco e aumento da eliminação renal de fármacos na
grávida
 Placenta permite a passagem de fármacos lipofílicos mas não
hidrofílicos  Alguns fármacos administrados às mães chegam ao
feto
 Fetos: eliminação mais lenta, menor atividade de enzimas
metabolizadoras e eliminação renal leva fármaco para líquido
amniótico (volta para o feto)
VARIAÇÃO INDIVIDUAL DE RESPOSTA
• Doença: doenças dos órgãos responsáveis pelo metabolismo e
excreção de fármacos e seus metabólitos alteram tempo e tipo de
resposta
 Comprometimento da função renal/hepática favorecem
toxicidade  Efeitos intensos e prolongados devido aumento na
concentração do fármaco após dose comum
 Situação de estase gástrica ou doença intestinal  Menor
absorção de fármacos
 Síndrome nefrótica modifica a distribuição de fármacos 
Alteração dos níveis de albumina plasmática (ligação) 
Insensibilidade aos diuréticos como furosemida
VARIAÇÃO GENÉTICA DE RESPOSTA
• Deficiência em colinesterase plasmática:
 1:300 indivíduos é incapaz de inativar o suxametônio (anestésico)
devido anormalidade da colinesterase plasmática  Efeito
analgésico prolongado
VARIAÇÃO GENÉTICA DE RESPOSTA
• Porfiria aguda intermitente: doença autossômica dominante
 Alteração na via bioquímica da biossíntese do grupo heme
(hemoglobina)  Redução da atividade enzimática da PBGD e
acúmulo de porfirinas

 Fármacos que induzem CYP


(barbitúricos, carbamazepina
e estrogênios) podem precipitar
crise  Maior acúmulo de porfirina
VARIAÇÃO GENÉTICA DE RESPOSTA
• Alteração na acetilação de fármacos:
 Taxa de acetilação varia entre populações devido polimorfismos
genéticos  Acetiladores rápidos e lentos (acetiltransferase)
 Lentos: neuropatia periférica; rápidos: hepatotoxicidade
VARIAÇÃO GENÉTICA DE RESPOSTA
• Ototoxicidade por aminoglicosídeos:
 Gene mitocondrial (mãe)
 Mutação responsável por 30-60% da ototoxicidade na China
 Aumento da afinidade da ligação do fármaco com ribossomos
das células ciliares cocleares
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Prever a capacidade de resposta à fármacos
 Prescrição de forma efetiva  Utilização de fármacos diferentes
ou regimes distintos de dosagens de acordo com a variabilidade
genética individual
 Teste de HLA (sistema imunológico), genes que controlam o
metabolismo de fármacos e que codificam alvos farmacológicos
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Abacavir:
 Inibidor da transcriptase reversa  Tratamento da infecção por
HIV
 Variante no gene HLAB*5701  Limita uso por causar graves
rashes cutâneos
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Carbamazepina:

 Anticonvulsivante
 Mutação no gene HLAB*1502  Graves
rashes cutâneos potencialmente fatais

 Mutação quase exclusiva em asiáticos

 Também pode acontecer com uso da


fenitoína
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Varfarina:
 Anticoagulante

 Polimorfismo na VKOR e CYP2C9


alteram resposta e efeito
anticoagulante
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Tamoxifeno:
 Metabolizado em antagonista de estrogênio  Tratamento de
câncer de mama

 Variações polimórficas
no CYP2D6 alteram
eficácia do tratamento
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Trastuzumabe:
 Anticorpo monoclonal que antagoniza o fator de crescimento
epidérmico pela ligação no receptor HER2
 Tratamento de câncer de mama em tumores que super-
expressam HER2  Sem efeito em outros tipos de ca. de mama
TESTES FARMACOGENÔMICOS
• Desatinibe:
 Inibidor de tirosina quinase em leucemia mieloide crônica e
linfoblástica aguda

 Mutação no gene BCR/ABL gera


resistência ao efeito inibidor 
Tratamento deixa de ser eficaz
FARMACOGENÔMICA EM PSIQUIATRIA
• Transtornos mentais: grande variação de resposta aos tratamentos
entre os pacientes
 Painel farmacogenômico: analisa os genes que estão relacionados
ao funcionamento do metabolismo, como medicamentos reagem
no organismo e precursores de neurotrasmissores
FARMACOGENÔMICA EM PSIQUIATRIA
• Metilfolato e depressão:
 Mutação MTHFR C667T  produção reduzida de folato
 Tratamento adjuvante com L-metilfolato
FARMACOLOGIA E FARMACOGENÔMICA
FARMACOLOGIA E FARMACOGENÔMICA
O conteúdo desse curso foi
oferecido pelo
Centro Educacional Sete de
Setembro
em parceria com a
Professora Aline Camargo
Ramos

OBRIGADA!

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