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acoc 1 n e 1 ca
1. RESUMO
(
• Absorção: primeiro, a absorção do fármaco desde o local de adminis
tração (absorção) permite o acesso do agente terapêutico (seja direta Fármaco no plasma
)
•
ou indiretamente) no plasma.
Distribuição: segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente, sair da �a Distribuição ]
circulação sanguínea e distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular.
• Biotransformação ou metabolismo: terceiro, o fármaco pode ser bio Fármaco nos tecidos
i EI BiotransformaçãoJ
transformado no fígado ou em outros tecidos.
• Eliminação: finalmente, o fármaco e seus metabólitos são eliminados
do organismo na urina, na bile ou nas fezes. Metabólito(s) nos tecidos
As variáveis farmacocinéticas permitem ao clínico elaborar e otimizar os regi
mes terapêuticos, incluindo as decisões quanto à via de administração de cada Excreção
fármaco, à quantidade e à frequência de cada dose e a duração do tratamento. (saída)
li. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
Fármaco e metabólito(s)
A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do na urina, na bile ou nas fezes
Ora�
-...i.__J e> •
1. Oral. A administração do fármaco pela boca oferece várias vantagens
ao paciente. Os fármacos orais são autoadministrados facilmente e,
Adesivo comparado com os fármacos administrados por via parenteral, têm
transdermal baixo risco de infecções sistêmicas, que podem complicar o trata
Tópica
mento. Além disso, a toxicidade e as dosagens excessivas por via
oral podem ser neutralizadas com antídotos, como o carvão ativado.
Porém, as vias envolvidas na absorção do fármaco são as mais com
plicadas, e o baixo pH do estômago pode inativar alguns fármacos.
Uma ampla variedade de preparações orais é disponibilizada, incluin
do preparações revestidas (entéricas) e de liberação prolongada.
\ a. Preparações revestidas (entéricas). O revestimento entérico é
uma proteção química que resiste à ação dos líquidos e enzimas
no estômago, mas que se dissolve facilmente no intestino ante
Figura 1.2
rior. Tais revestimentos são úteis para certos grupos de fármacos
Vias comumente usadas para a admi (p. ex., omeprazo� que é instável em meio ácido. O revestimento
nistração de fármacos. IV = intravenosa; entérico protege o fármaco do ácido gástrico liberando-o, porém,
IM = intramuscular; SC = subcutânea. no intestino (menos ácido), onde o revestimento se dissolve e
permite a liberação do fármaco. De modo similar, os fármacos
que têm efeito irritante no estômago, como o ácido acetilsalicíli
co, podem ser revestidos com uma substância que vai se dissol
ver só no intestino delgado, preservando, assim, o estômago.
b. Preparações de liberação prolongada. Estes medicamentos
têm revestimentos ou ingredientes especiais que controlam a ve
locidade com que o fármaco é liberado do comprimido para o or
ganismo. Tendo uma duração de ação mais longa, podem melho
rar a adesão do paciente ao tratamento, porque a medicação não
precisa ser ingerida muito frequentemente. Além disso, as formas
de liberação prolongada podem manter as concentrações na faixa
terapêutica aceitável por um período longo de tempo em contraste
com as formas de liberação imediata, que podem resultar em pi
cos e vales mais elevados nas concentrações plasmáticas.
Tais formulações de liberação prolongada são vantajosas para
os fármacos que têm meias-vidas curtas. Por exemplo, a meia
-vida da morfina é de 2 a 4h em adultos. A morfina oral deve ser
administrada seis vezes em 24h para obter um efeito analgésico
contínuo. Entretanto, só duas doses são necessárias quando
são usados comprimidos de liberação controlada. Infelizmen
te várias das formulações de liberação prolongada podem ter
sido desenvolvidas para obter uma vantagem comercial sobre
os produtos de liberação convencional, em vez de vantagens
clínicas comprovadas.
2. Sublingual. A colocação do fármaco sob a língua permite-lhe difun
dir-se na rede capilar e, por isso, entrar diretamente na circulação
sistêmica. A administração de fármaco por essa via tem várias van
tagens, incluindo a absorção rápida, a administração conveniente, a
baixa incidência de infecções, além de evitar que o fármaco passe
pelo ambiente agressivo do intestino e que a biotransformação de
primeira passagem ocorra (o fármaco é absorvido para a veia cava
superior). A via bucal (entre a bochecha e a gengiva) é similar à via
sublingual.
Farmacologia Ilustrada 3
B. Parenteral
A via parenteral introduz diretamente o fármaco na circulação sistêmica
evitando as barreiras orgânicas. Ela é usada para fármacos que são pou
co absorvidos no TGI (p. ex., heparina) e para aqueles que são instáveis
no TGI (p. ex., insulina). Essa administração também é usada no tratamen
to do paciente inconsciente ou quando se necessita de um início rápido de
ação. Além disso, a administração parenteral tem maior biodisponibilidade
e não está sujeita à biotransformação de primeira passagem ou ao agres
sivo meio gastrintestinal. Ela também assegura o melhor controle sobre a
dose real de fármaco administrada ao organismo. Contudo, a administra
ção parenteral é irreversível e pode causar dor, medo, lesões tissulares e
infecções. Há três principais vias de administração parenteral: a intravas
cular (intravenosa ou intra-arterial), a intramuscular e a subcutânea (ver
Figura 1 .2). Cada via apresenta vantagens e desvantagens.
1. Intravenosa (IV). A injeção IV é a via parenteral mais comum. Para
fármacos que não são absorvidos por via oral, como o bloqueador
neuromuscular atracúrio, em geral não há outra escolha. A via IV per
mite um efeito rápido e um grau de controle máximo sobre os níveis
circulantes do fármaco. Quando injetado em bolus, toda a dose de fár
maco é administrada na circulação sistêmica quase imediatamente. A Injeção
mesma dose pode ser administrada como uma infusão IV durante um Injeção intramuscular
período prolongado, resultando em diminuição do pico de concentra subcutânea
ção plasmática e aumentando o tempo que o fármaco está presente Epiderme
na circulação. A injeção IV é vantajosa para administrar fármacos que
podem causar irritação quando administrados por outras vias, porque Derme
o fármaco se dilui no sangue rapidamente. Porém, diferentes dos fár
macos usados no TGI, os que são injetados não podem ser retirados
por meio de estratégias como a ligação a carvão ativado. A administra
ção IV pode inadvertidamente introduzir bactérias e outras partículas
de infecção por meio de contaminação no local da injeção. Ela também
pode precipitar componentes do sangue, produzir hemólise ou causar
outras reações adversas pela liberação muito rápida de concentrações
elevadas do fármaco ao plasma e aos tecidos. Por isso, os pacientes
devem ser cuidadosamente monitorados quanto a reações desfavorá
veis, e a velocidade de infusão deve ser cuidadosamente controlada. Músculo Tecido __ .....
subcutâneo
2. lntramuscular (IM). Fármacos administrados por via IM podem estar
em soluções aquosas que são absorvidas rapidamente (Figura 1 .3) ou
em preparações especializadas de depósito que são absorvidas len
tamente. As preparações de depósito, com frequência, consistem em m
uma suspensão do fármaco em um veículo não aquoso, como o polie
tilenoglicol. À medida que o veículo se difunde para fora do músculo, o as
E
200 5 mg de midazolam por via
= intravenosa
fármaco precipita-se no local da injeção. O fármaco então se dissolve ã.
lentamente, fornecendo uma dose sustentada durante um período de º�
C..J
C. Outras
1. Inalação oral. A via inalatória oral e nasal (ver adiante) assegura a
rápida oferta do fármaco através da ampla superfície da membrana
mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar, produzindo um
efeito quase tão rápido como com o obtido pela injeção IV. Essa
via de administração é usada para fármacos que são gases (p. ex.,
alguns anestésicos) ou aqueles que podem ser dispersos em um
aerossol. A via é particularmente eficaz e conveniente para pacien
tes com problemas respiratórios (como asma ou doença pulmonar
obstrutiva crônica), pois o fármaco é ofertado diretamente no local
de ação, minimizando, assim, os efeitos sistêmicos. Exemplos de
fármacos administrados por esta via incluem os broncodilatadores,
como o albuterol, e os corticosteroides, como a fluticasona.
2. Inalação nasal. Esta via envolve a administração de fármacos dire
Pele Cobertura tamente dentro do nariz. Incluem-se os descongestionantes nasais,
Reservatório como a oximetazolina, e o corticosteroide anti-inflamatório furoato
de fármaco
de mometasona. A desmopressina é administrada por via intranasal
Membrana liberadora
de fármaco no tratamento do diabetes insípido. A calcitonina de salmão, um hor
Adesivo mônio peptídico usado no tratamento da osteoporose, também está
de contato
disponível como aerossol nasal.
;;:;;:;,i.uUllJ
3. lntratecal/intraventricular. A barreira hematencefálica (ver p. 1 O)
�.. • retarda ou impede a entrada dos fármacos no sistema nervoso
t
central (SNC). Quando se deseja efeitos locais e rápidos, é neces
sário introduzir o fármaco diretamente no líquido cerebrospinal. Por
Fármaco se difundindo do reservatório
para os tecidos subcutâneos exemplo, a anfotericina B intratecal é usada no tratamento da me
ningite criptocócica (ver p. 430).
4. Tópica. A aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito lo
calizado do fármaco. Por exemplo, o clotrimazol é aplicado como
creme diretamente na pele no tratamento da dermatofitose.
5. Transdérmica. Essa via de administração proporciona efeitos sistê
micos pela aplicação do fármaco na pele, em geral, por meio de um
adesivo cutâneo (Figura 1 .4). A velocidade de absorção pode variar de
modo acentuado, dependendo das características físicas da pele no
local da aplicação e da lipossolubilidade do fármaco. Essa via é usada
com mais frequência para a oferta prolongada de fármacos, como o
fármaco antianginoso nitroglicerina, o antiemético escopolamina e os
adesivos de nicotina usados para facilitar o parar de fumar.
6. Retal. Como 50°/o da drenagem da região retal não passam pela
circulação portal, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é
minimizada. Como a via de administração sublingual, a via retal tem
a vantagem adicional de evitar a destruição do fármaco pelas enzi
mas intestinais ou pelo baixo pH no estômago. Ela também é útil se
o fármaco provoca êmese, quando administrado por via oral, ou se
o paciente já se encontra vomitando ou se está inconsciente. (Nota:
Figura 1.4 a via retal é usada comumente para a administração de antieméti
A. Representação esquemática de um cos.) Porém, com frequência, a absorção retal é errática e incomple
adesivo transcutâneo. 8. Adesivo trans ta e vários fármacos irritam a mucosa retal. A Figura 1 .5 resume as
cutâneo de nicotina aplicado no braço. características das vias de administração comuns.
Farmacologia Ilustrada 5
Transdérmi
{adesivo) ca • Lenta e prolongada • Evita o efeito de primeira passagem • Alguns pacientes são alérgicos aos
adesivos, o que pode causar Irritação
•Conveniente e Indolor
• Ideal para fármacos llpofílicos e que • O fármaco deve ser multo lipofíllco
requerem administração • Pode causar atraso no acesso ao local
prolongada de ação farmacológica
•Ideal para fármacos que são elimina· • Limitado a fármacos que podem ser
dos rapidamente do organismo tomados em doses pequenas diárias
Figura 1 .5
O padrão de absorção, as vantagens e as desvantagens das vias de administração mais comuns.
6 Clark, Finkel, Rey & Whalen
Difusão passiva Difusão passiva Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para
de fármaco hidros de um fármaco a corrente sanguínea por meio de um dos vários mecanismos. A velocidade
solúvel através de lipossolúvel
um canal ou poro dissolvido na e a eficiência da absorção dependem de dois fatores: do ambiente onde o
aquoso membrana fármaco é absorvido e das características, tanto química e como via de admi
Fármaco Fármaco nistração (o que influencia sua biodisponibilidade). Para a via IV, a absorção
t t é completa, ou seja, toda a dose do fármaco alcança a circulação sistêmica
(1 00°/o). A administração do fármaco por outras vias pode resultar em absor
A4 g
ção parcial e, consequentemente, em menor biodisponibilidade.
� � Espaço
,,.. .,,,.,., extracelular A. Mecanismos de absorção de fármacos a partir do TGI
�w�
v���'.W)&� p:)(')!!
Dependendo das propriedades químicas, os fármacos podem ser absor
vidos do TGI por difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou
Citosol por endocitose.
1 . Difusão passiva. A força motriz da absorção passiva de um fárma
co é o gradiente de concentração através da membrana que separa
os compartimentos do organismo; isto é, o fármaco se move da re
gião com concentração elevada para a que tem baixa concentra
ção. A difusão passiva não envolve transportador, não é saturável
e apresenta baixa especificidade estrutural. A grande maioria dos
fármacos tem acesso ao organismo por esse mecanismo. Fárma
cos hidrossolúveis atravessam as membranas celulares através de
canais ou poros aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente
através da maioria das membranas biológicas devido à sua solubili
B Transporte ativo
dade na bicamada lipídica (Figura 1 .6A).
2. Difusão facilitada. Outros fármacos podem entrar na célula por
ATP ADP meio de proteínas transportadoras transmembrana especializadas
que facilitam a passagem de grandes moléculas. Essas proteínas
transportadoras sofrem alterações conformacionais, permitindo a
passagem de fármacos ou moléculas endógenas para o interior da
Transportador
célula, movendo-os de áreas de alta concentração para área de bai
de fármaco xa concentração. Esse processo é denominado difusão facilitada.
Ele não requer energia, pode ser saturado e inibido por compostos
1
Ver Bioquímica /lustrada, 4ª edição, Artmed Editora, para uma discussão
sobre cinética enzimática.
Farmacologia Ilustrada 7
m Ácido fraco
membrana celular. Na endocitose, as moléculas do fármaco são
engolfadas pela membrana e transportadas para o interior da cé
lula pela compressão da vesícula cheia de fármaco (Figura 1 .6D).
A exocitose é o inverso da endocitose e é usada pelas células para Membrana
lipídica
secretar várias substâncias por um processo similar ao da formação .......
•
•••
de vesículas. A vitamina 812 é transportada através da parede in ·.·.
H + A- ..... . 1
<>
o
B. Fatores que influenciam a absorção o
o
g
o
o
o
o
As bases fracas (8H+) também podem liberar um H+. Contudo, a l]J ease fraca
forma protonada dos fármacos básicos, em geral, é carregada, e a Membrana
perda do próton produz a base (8) não ionizada: lipídica
nizada consegue permear através das membranas, mas o A- não con <>
g
<>
g
segue. Para a base fraca, a forma não ionizada, 8, consegue penetrar g
<>
§
através das membranas celulares, contudo o 8H+ protonado não con <>
segue. Por isso, a concentração efetiva da forma permeável de cada Compartimento l Compartimento
fármaco no seu local de absorção é determinada pelas concentrações corporal & corporal
relativas entre as formas ionizada e não ionizada. A relação entre as
duas formas é, por sua vez, determinada pelo pH no local de absorção
e pela força do ácido ou base fracos, que é representada pela cons
Figura 1 .7
tante de ionização, o pKª (Figura 1 .8). (Nota: o pKª é uma medida da
força da interação de um composto com um próton. Quanto menor o A. Difusão da forma não ionizada de um
pKª de um fármaco, mais ácido ele é; quanto maior o pK8, mais bá ácido fraco através da membrana lipídi
sico é o fármaco.) O equilíbrio de distribuição é alcançado quando a ca. B. Difusão da forma não ionizada de
uma base fraca através da membrana
Ver Bioquímica /lustrada, 4ª edição, Artmed Editora, para uma discussão
2
lipídica.
sobre equilíbrio ácido-base.
Quando o pH
pKa,HAase BH+ é menor
formaspredomi do que
protonadas o Quando o pH
pKa, asA-eformasé mai o r do que
desprotonadas o
nam Quando pH pKa,
=
B predominam
[HA] =[A-] e
�-..... ---�
[BH+]= [B]
2 pH 3 4 5 6 7 8 9 10 11
PKa
Figura 1 .8
A distribuição de um fármaco entre sua forma ionizada e não ionizada depende do pH do ambiente e do pKª do
fármaco. Para exemplificar, o fármaco nesta figura foi imaginado com um pKª de 6,5.
8 Clark, Finkel, Rey & Whalen
forma permeável de um fármaco alcança uma concentração igual em
todos os espaços aquosos do organismo. (Nota: fármacos altamente
lipossolúveis atravessam de modo rápido a membrana celular e, em
geral, entram nos tecidos com uma velocidade determinada pelo fluxo
sanguíneo.)
2. Fluxo de sangue no local de absorção. Como o fluxo de sangue
para o intestino é muito maior do que o fluxo para o estômago, a ab
sorção no intestino é maior do que a que ocorre no estômago. (Nota:
o choque reduz drasticamente o fluxo sanguíneo aos tecidos cutâ
neos, minimizando a absorção de administrações subcutâneas.)
3. Área ou superfície disponível para absorção. Com uma superfície
rica em bordas de escova contendo microvilosidades, o intestino tem
uma superfície cerca de 1 .000 vezes maior do que a do estômago,
tornando a absorção de fármacos pelo intestino mais eficiente.
4. Tempo de contato com a superfície de absorção. Se um fármaco
se desloca muito rápido ao longo do TGI, como pode ocorrer em
uma diarreia intensa, ele não é bem absorvido. Contudo, qualquer
retardo no transporte do fármaco do estômago para o intestino re
duz a sua velocidade de absorção. (Nota: o tônus parassimpático
acelera o esvaziamento gástrico, e o tônus simpático [p. ex., cau
sado pelo exercício ou por emoções estressantes] e os anticolinér
gicos [p. ex., diciclomina] o retarda. Assim, a presença de alimento
no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Por
tanto, quando um fármaco é ingerido com o alimento, em geral, será
absorvido mais lentamente.)
5. Expressão da glicoproteína-P. A glicoproteína P é uma proteína
transportadora transmembrana para vários fármacos, sendo res
ponsável pelo transporte de várias moléculas, incluindo fármacos,
através da membrana celular (Figura 1 .9). É expressa por todo o
organismo e suas funções incluem:
• No fígado: transportar fármacos para a bile visando à sua eliminação
• Nos rins: bombear fármacos para a urina visando à excreção
Fármaco {extracelular) • Na placenta: transportar fármacos de volta para o sangue mater
no, reduzindo, assim, a exposição do feto aos fármacos
• No intestino: transportar fármacos para o lúmen intestinal e redu
1 11
zir a absorção
1 1 1 11 ' • Nos capilares do cérebro: bombear os fármacos de volta ao san-
gue, limitando seu acesso ao cérebro
Assim, nas áreas de expressão elevada, a glicoproteína-P diminui
a absorção de fármacos. Além de transportar vários fármacos para
fora das células, ela também está associada com a resistência a
vários fármacos (ver p. 485).
C. Biodisponibilidade
ATP
Fármaco {intracelular)
Biodisponibilidade é a fração do fármaco administrado que alcança a
circulação sistêmica. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco forem ad
ministrados por via oral e 70 mg desse fármaco forem absorvidos inal
terados, a biodisponibilidade será 0,7 ou 70°/o. Determinar a biodisponi
bilidade é importante para calcular a dosagem de fármaco para vias de
Figura 1 .9 administração não IV. A via de administração do fármaco, bem como as
As seis alças transmembrana da gli suas propriedades físicas e químicas afetam sua biodisponibilidade.
coproteína-P formam um canal central
para o bombeamento de fármacos de 1 . Determinação de biodisponibilidade. A biodisponibilidade é de
pendente de ATP para fora da célula. terminada pela comparação dos níveis plasmáticos do fármaco de-
Farmacologia Ilustrada 9
pois de uma via particular de administração (p. ex., administração ASC oral
Biodisponibilidade = X 100
oral) com os níveis plasmáticos do fármaco obtidos por injeção IV, ASC injetada
na qual todo o fármaco entra na circulação rapidamente. Quando o 8
1§
as
fármaco é administrado por via oral, somente parte da dose aparece
no plasma. Lançando a concentração plasmática do fármaco contra :!!!
o
o tempo, pode-se mensurar a área sob a curva (ASC). Essa curva 'ti
B / Fármaco
"' injetado
reflete a extensão da absorção do fármaco. (Nota: por definição, isso
i
;;
·-
Y
o (injetada) administrado
•Ili
a administração oral comparada com a área calculada para a injeção �
IV quando as dosagens são equivalentes (Figura 1 .1 O). J:i
i
8
2. Fatores que influenciam a biodisponibilidade. Em contraste com
"
e ASC (oral)
Tempo
a administração IV, que confere 1 00°/o de biodisponibilidade, a admi
nistração oral de um fármaco envolve frequentemente metabolismo
de primeira passagem. Esta biotransformação, além das caracte e
Fármaco
rísticas físicas e químicas do fármaco, determina a quantidade de administrado
fármaco que alcança a circulação e a que velocidade.
a. Biotransformação hepática de primeira passagem. Quando Figura 1 . 1 0
um fármaco é absorvido a partir do TGI, primeiro ele entra na cir Determinação da biodisponibilidade de
culação portal antes de entrar na circulação sistêmica (ver Figura um fármaco.
1 . 1 1 ). Se o fármaco é rapidamente biotransformado no fígado ou
na parede intestinal durante esta passagem inicial, a quantidade de
fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica diminui.
(Nota: a biotransformação na primeira passagem pelo intestino ou
fígado limita a eficácia de vários fármacos quando usados por via
oral. Por exemplo, mais de 90°/o da nitroglicerina é depurada em
uma única passagem através do fígado, o que é a principal razão
por que este fármaco é administrado por via sublingual.) Fármacos
que sofrem biotransformação de primeira passagem elevada de
vem ser administrados em quantidade suficiente para assegurar
que fármaco ativo suficiente alcance a concentração desejada.
b. Solubilidade do fármaco. Fármacos muito hidrofílicos são pou
co absorvidos devido à sua inabilidade em atravessar as mem
branas celulares ricas em lipídeos. Fármacos extremamente hi Os fármacos administrados
IV
por IV entram diretamente
drofóbicos são também pouco absorvidos, pois são totalmente na circulação sistêmica e
insolúveis nos líquidos aquosos do organismo e, portanto, não têm acesso direto às demais
partes do organismo.
têm acesso à superfície das células. Para que um fármaco seja
bem absorvido, ele deve ser basicamente hidrofóbico, mas ter al
guma solubilidade em soluções aquosas. Essa é uma das razões Circulação
portal
pelas quais vários fármacos são ácidos fracos ou bases fracas.
\
c. Instabilidade química. Alguns fármacos, como a benzi/penici
lina, são instáveis no pH gástrico. Outros, como a insulina, são
destruídos no TGI pelas enzimas. Oral
( )
d. Natureza da formulação do fármaco. A absorção do fármaco Restante do
pode ser alterada por fatores não relacionados com a sua estru organismo
tura química. Por exemplo, o tamanho da partícula, o tipo de sal, Os fármacos administrados por
o polimorfismo cristalino, o revestimento entérico e a presença via oral são primeiro expostos
de excipientes (como os agentes aglutinantes e dispersantes) ao fígado e podem ser extensa
mente biotransformados antes
podem influenciar a facilidade da dissolução e, por isso, alterar de alcançar as demais regiões
do organismo.
a velocidade de absorção.
E. Equivalência terapêutica
Dois medicamentos são terapeuticamente iguais se eles são farmaceu
ticamente equivalentes com perfis clínicos e de segurança similares.
(Nota: a eficácia clínica com frequência depende da concentração sérica
máxima e do tempo necessário [após a administração] para alcançar o
pico de concentração. Portanto, dois fármacos que são bioequivalentes
podem não ser equivalentes terapeuticamente.)
B. Permeabilidade capilar
A permeabilidade capilar é determinada pela estrutura capilar e pela na
tureza química do fármaco. A estrutura capilar varia bastante em termos
de fração da membrana basal, que é exposta pelas junções com frestas
entre as células endoteliais. No fígado e no baço, grande parte da mem
brana basal é exposta a capilares descontínuos e grandes, através dos
quais podem passar grandes proteínas plasmáticas (Figura 1 .1 3A). Isso
contrasta com o cérebro, onde a estrutura capilar é contínua e não exis
tem fendas (Figura 1 . 1 38). Para entrar no cérebro, o fármaco precisa pas
sar através das células endoteliais dos capilares do SNC ou ser transpor
tado ativamente. Por exemplo, o transportador específico de aminoácidos
neutros transporta levodopa para o interior do cérebro. Em contraste, fár
macos lipossolúveis entram facilmente no SNC, pois podem se dissolver
na membrana das células endoteliais. Fármacos ionizados ou polares em
geral fracassam em entrar no cérebro, pois são incapazes de atravessar
as células endoteliais do SNC, que não apresentam junção com fendas.
Essas células firmemente justapostas formam junções estreitadas que
constituem a barreira hematencefática.
Farmacologia Ilustrada 11
Vd = Dose
Co
V. ai 1 apresenta diminuição
UI
-
BIOTRANSFORMAÇAO ai
-
exponencial na concen
tração em função do
g 2
a.
tempo, durante a fase
de eliminação.
Logo que o fármaco entra no organismo inicia-se o processo de eliminação, •o�Ili
-=
que envolve três vias principais:1) a biotransformação hepática; 2) a elimina
e 1
8
ção na bile; e 3) a eliminação na urina. Juntos, estes processos de elimina
ção fazem cair exponencialmente a concentração do fármaco no plasma. Ou
e§
º o� =:::
� : ::
seja, a cada unidade de tempo, uma fração constante de fármaco presente é
eliminada na unidade de tempo (Figura 1 .1 SA). A maioria dos fármacos é eli
1 2 3 4
J.!
minada de acordo com uma cinética de primeira ordem, embora alguns, como Tempo
o ácido acetilsalicílico em altas doses, seja eliminado de acordo com cinética Injeção rápida do fármaco
de ordem zero ou não linear. A biotransformação gera produtos com maior
-
f! 0,5
""
'E
CI)
com frequência para mensurar a CL do fármaco porque, para vários fárma
u 0,3
1
0, 4
e
cos, Vd é uma constante. 1
1
1
:'-ri
o 0,2
o
A. Cinética da biotransformação t112 1
'
t
v = velocidade de biotransformação do fármaco = �:á:�g� Idonjefármaco
ção rápida
A meia-vida (tempo necessário para
reduzir à metade a concentração do
fármaco no plasma) é igual a 0,69 VJCL.
Na maioria das situações clínicas, a concentração do fármaco, [C],
é muito menor do que a constante de Michaelis, Km, e a equação se
reduz para:
Fig ura 1 .1 5
Poucos fármacos, como ácido acetilsali Isto é, a velocidade de biotransformação do fármaco é diretamente
cílico, etanol e fenitoína, têm dosagens proporcional à concentração do fármaco livre, e é observada uma
muito elevadas. Por isso, a concentração
do fármaco no plasma é muito maior do cinética de primeira ordem (Figura 1 . 1 6). Isso indica que uma fra
que o Km, e as suas biotransformações ção constante do fármaco é biotransformada por unidade de tem
são de ordem zero, isto é, constante e
independente da dose do fármaco. po (isto é, a cada meia-vida, a concentração se reduz em 50o/o). A
cinética de primeira ordem algumas vezes é referida clinicamente
como cinética linear.
2. Cinética de ordem zero. Com poucos fármacos, como o ácido acetil
salicílico, o etanol e a fenitoína, as doses são muito grandes. Por isso,
[C] é muito maior do que Km, e a equação de velocidade se torna:
Figura 1.17
Biotransformação dos fármacos.
Farmacologia Ilustrada 15
4
Ver Bioquímica /lustrada, 4ª edição, Artmed Editora, para uma discussão
sobre polimorfismo genético.
16 Clark, Finkel, Rey & Whalen
5
Ver Bioquímica Ilustrada, 4ª edição, Artmed Editora, para uma discussão
sobre inibidores de protease HIV.
Farmacologia Ilustrada 17
muito lipofílicos para serem retidos pelos túbulos renais. Uma rea
D
ção subsequente de conjugação com um substrato endógeno - O fármaco livre entra no
filtrado glomerular
como ácido glicurônico, ácido sulfúrico, ácido acético ou amino
ácido - produz um composto polar em geral mais hidrossolúvel e
terapeuticamente inativo. Uma exceção notável é o glicuronídeo-6-
-morfina, que é mais potente do que a morfina. A glicuronidação é
a reação de conjugação mais comum e mais importante. Os neo Cápsula de
natos são deficientes nesse sistema de conjugação, tornando-os Bowman
particularmente vulneráveis a fármacos como o c/oranfenico/, inati
� Secreção
U ativa
vado pelo acréscimo de ácido glicurônico, resultando na síndrome
do bebê cinzento (ver p. 405). (Nota: os fármacos que possuem um Túbulo
proximal
grupo -OH, -NH2 ou -COOH podem entrar diretamente na Fase li
e ser conjugados sem uma reação de Fase 1 prévia.) Os fármacos
conjugados altamente polares podem então ser excretados pelos
rins ou com a bile. Alça de
Henle
3. Reversão da ordem das fases. Nem todos os fármacos sofrem
f!ll Reabsorção passiva
reações de Fase 1 e l i nessa ordem. Por exemplo, a isoniazida é
1E':i1 de fármacos não
Túbulo
acetilada inicialmente (reação de Fase li) e, então, hidrolisada a áci distal
do nicotínico (reação de Fase 1). ionizados e
lipossolúveis,
que foram
concentrados
DEPURAÇÃO DE FÁ RMACOS PELOS RINS
Túbulo
VI. no interior do lúmen coletor
em concentração
maior do que a do
A eliminação de fármacos do organismo requer que a substância seja sufi espaço perivascular.
cientemente polar para que a excreção seja eficiente. A remoção do fármaco
ocorre por meio de numerosas vias, sendo a mais importante por meio dos
rins na urina. Um paciente com insuficiência renal pode sofrer diálise extra
corpórea, a qual remove pequenas moléculas, como fármacos. Na urina: fármaco
ionizado insolúvel
em lipídeos
A. Eliminação renal dos fármacos
A eliminação de fármacos pelos rins na urina envolve três processos: Figura 1 .20
filtração glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva. Eliminação de fármacos pelos rins.
1. Filtração glomerular. Os fármacos chegam aos rins pelas artérias
renais, que se dividem para formar o plexo capilar glomerular. Os
fármacos livres (não ligados à albumina) difundem-se através das
fendas capilares para o espaço de Bowman como parte do filtrado
glomerular (Figura 1 .20). A velocidade de filtração glomerular ( 1 25
mUmin) é cerca de 20°/o do fluxo plasmático renal (600 mUmin). A
lipossolubilidade e o pH não influenciam a passagem dos fármacos
para o filtrado glomerular. Entretanto, variações na velocidade de
filtração glomerular e ligação do fármaco às proteínas plasmáticas
podem afetar este processo.
2. Secreção tubular proximal. Os fármacos que não foram transfe
ridos para o filtrado glomerular saem dos glomérulos através das
arteríolas eferentes, que se dividem formando um plexo capilar ao
redor do lúmen no túbulo proximal. A secreção ocorre primariamen
te nos túbulos proximais por dois mecanismos de transporte ativo
(requerem transportador) que exigem energia, um para ânions (p.
ex., formas desprotonadas de ácidos fracos) e outro para cátions
(p. ex., formas protonadas de bases fracas). Cada um desses sis
temas de transporte apresenta baixa especificidade e pode trans
portar inúmeros compostos. Assim pode ocorrer competição entre
fármacos pelos transportadores em cada um dos sistemas (p. ex.,
ver probenecida, p. 547). (Nota: prematuros e recém-nascidos têm
esse mecanismo secretor tubular incompletamente desenvolvido e,
assim, podem reter certos fármacos.)
1 8 Clark, Finkel, Rey & Whalen
·.
...
..
..
..
.. .
..
....• ..
aumentar a polaridade do fármaco. Os conjugados são ionizados,
:
. .
.
e as moléculas carregadas não conseguem difundir para fora do
.
.
.
.:..
,
100 ----------��
Concentração de
�
equilíbrio do fármac.o C88 = A depuração do fármaco
- é exponencial com a
90 �����--- mesma constante de
75 1-----:
m
.!.! tempo que durante a
;; infusão. Por exemplo, a
E concentração do fármaco
Ul o
50 1--�
.!!! u cai a 50% do valor de
e. Ili
o E equilíbrio em t�.
I!! �
'B. ·lii
e "'
Be
8
oo o
Tempo
Cinquenta porcento
da concentração de Noventa porcento da
equilíbrio são alcan
2t,1 n- ..,. concentração de
3,3t n-------...+ �
çados na t�. _ __
Figura 1 .24
Velocidade para alcançar a concentração de equilíbrio de um fármaco no plasma.
Farmacologia Ilustrada 21
infusão de um fármaco aumente concomitantemente a velo íii' Injeção de duas Injeção de uma
cidade com que uma determinada concentração plasmática .!!! unidades do unidade do
€
·�
...
o
3) Velocidade de declínio do fármaco quando a infusão é E
cn
ei
interrompida. Quando a infusão é interrompida, a concen
·-
-! 1 1 1 1 1 1 1 1
-
1 1 1 1 1 1 1
B. Regimes de dose fixa/intervalo de tempo fixo
GI
t t t
'ti 1
Ili
eIli 1 1 1
'ti
l
A administração de um fármaco por doses fixas, em vez de infusão contí
1
·-
-
nua, com frequência é mais conveniente. Contudo, doses fixas, administra o
o:::i
2 3
das a intervalos de tempo também fixos, como com injeções IV múltiplas Dias
i
ou administração oral múltipla, resultam em flutuações tempo-dependentes = Injeção rápida do fármaco
nos níveis de fármaco circulante, o que contrasta com a ascensão contínua
da concentração do fármaco observada na infusão contínua.
Figura 1 .25
1 . Injeções IV múltiplas. Quando um fármaco é administrado repeti Concentração plasmática prevista para
damente a intervalos regulares, a concentração plasmática aumenta um fármaco administrado por infusão
até alcançar um estado de equilíbrio (Figura 1 .25). Como a maioria (A), duas injeções diárias (8) ou uma
dos fármacos é administrada a intervalos mais curtos do que cinco injeção diária (C). O modelo considera
meias-vidas e é eliminada exponencialmente com o tempo, algum a rápida homogeneização em um com
fármaco da primeira dose permanece no organismo no momento partimento corporal simples e uma tMi
em que a segunda dose é administrada, algum fármaco da segunda de 1 2 horas.
dose permanece no momento da terceira dose, e assim por diante.
Portanto, o fármaco acumula até que, dentro do intervalo de tempo, a
velocidade de perda do fármaco (conduzida pela elevada concentra
ção plasmática) equilibra exatamente a velocidade de administração
do fármaco - isto é, até que um estado de equilíbrio seja alcançado.
a. Efeitos da frequência de dosagem. A concentração plasmáti
ca do fármaco oscila em torno de uma média. Doses menores e
intervalos mais curtos diminuem a amplitude das ondas de con
centração do fármaco. Contudo, a concentração de equilíbrio do
fármaco e a velocidade na qual o equilíbrio é alcançado não são
afetadas pela frequência de dosagem.
b. Exemplos de obtenção de equilíbrio usando diferentes regi
mes de dosagens. A curva B da Figura 1 .25 mostra a quantida
de de fármaco no organismo quando 1 g é administrado por via
IV para um paciente, e a dose é repetida a intervalos de tempo
que correspondem à meia-vida do fármaco. Ao final do primeiro
período de dosagem, permanece 0,5 unidade de fármaco da
primeira dose quando a segunda é administrada. Ao final do se
gundo intervalo de dosagem, 0,75 unidade continuará presente
quando a terceira dose for administrada. A quantidade mínima
de fármaco durante o intervalo de dosagem aumenta progres
sivamente e se aproxima do valor de 1 unidade, enquanto o va
lor máximo alcança progressivamente 2 unidades logo após a
administração. Por isso, no estado de equilíbrio, 1 unidade de
fármaco é perdida durante o intervalo de dosagem, o que coin
cide exatamente com a quantidade de fármaco que está sen
do administrada; ou seja, a velocidade de fármaco "entrando" é
igual a que está "saindo". Como na infusão IV, 90°/o do valor de
equilíbrio é alcançado em 3,3 vezes ty2•
22 Clark, Finkel, Rey & Whalen
ca
objetivo. Se a janela terapêutica (ver p. 35) de um fármaco é estreita (p. ex.,
•()< :sze o,5
ca ::::i
digoxina, varfarina e ciclosporina), a faixa de concentração plasmática na
.:::
iu
qual o tratamento é eficaz deve ser definida. A dosagem necessária para
eo
-
(Cpiasma desejada)(CL)
Ve locidade de d osificação = F
D.
o brio (dose de manutenção, Figura 1 .27). Em geral, a dose de ataque
e
ofil pode ser calculada como:
i
- Dose de ataque = (Vd) (concentração plasmática de equilíbrio
u
desejada)
e
o ti; de eliminação Tempo
o Doses de ataque podem ser administradas como dose única ou
Início da dosagem uma série de doses. As doses de ataque são administradas se o
tempo necessário para alcançar a meia-vida é relativamente longo
e o benefício terapêutico do fármaco é necessário imediatamente
Figura 1 .27 (p. ex., lidocaína contra arritmias). As desvantagens ao uso de do
Acúmulo de um fármaco administra ses de ataque incluem o aumento do risco de toxicidade e o tempo
do por via oral sem a dose de ataque mais longo necessário para a concentração do fármaco diminuir
e com uma dose de ataque oral única caso se alcance uma concentração excessiva. A dose de ataque
administrada em t=O. é mais vantajosa para fármacos que são eliminados do organismo
Farmacologia Ilustrada 23
Dosagem duplicada
Ili
i
i5.
Infusão intravenosa A concentração no plasma durante
o tratamento oral flutua em torno da
Dose oral concentração de equilíbrio obtida
8
o
e
com o tratamento intravenoso. Quando a dosagem é duplicada,
ê
Ili diminuída à metade ou interrom
pida durante a administração
:!!! equilibrada, o tempo necessário
o
't:I para alcançar novo estado de
o
1111 equilíbrio é independente da via
� de administração.
8
J:I
8
e
Figura 1 .28
Acúmulo do fármaco após administração prolongada e após alterações na dosagem. A dosificação oral foi em intervalos
de 50°/o do ty,.
24 Clark, Finkel, Rey & Whalen
A. 0,5 L
B. 1 L
C. 2L
D. 5L
E. 10 L
A. 1 8 horas
B. 24 horas
e. 30 horas
D. 40 horas
E. 90 horas
= dose que deve ser recebida = 62,5 (0,8 µgil - 2 µgil) = -75 µg.
à digoxina. Ela recebeu 1 25 µ,g como dose-padrão. A con
centração sérica é de 2 ng/mL (2µ,g/L). O nível terapêutico
Subtraia esta dose da dose-padrão. Nova dose a ser administrada =
alvo é de 0,8 ng/mL. Que dose esta paciente deveria ter
125 µg - 75 µg = 50 µg.
recebido?
A. 25 µ,g
B. 50 µ,g
e. 75 µ,g
D. 100 µ,g
E. 125 µ,g
A. Reduz sua hidrossolubilidade. reconhecimento do fármaco pelo seu receptor. O ácido glicurônico é
ar aco- rece or e
• ..A. •
aco 1 na 1 ca
1. RESUMO
O intracel
A farmacodinâmica descreve as ações dos fármacos no organismo e as in
Os receptores não ocupados
influenciualamres.os processos não
fluências das suas concentrações na magnitude das respostas. A maioria dos
fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo com
receptores (isto é, macromoléculas-alvo especializadas) presentes na super
\'' ..,
fície ou dentro da célula. O complexo fármaco-receptor (FR) inicia alterações :. ..
. :, . .
quími
com cas
molé que
culasle vam
celu laà interação
res,
Os fármacos atuam como sinais, e seus receptores atuam como detectores causando resposta biológica.
�-:;::::::.�F�maco
de sinais. Vários receptores sinalizam o reconhecimento de um ligante inician
do uma série de reações que no final resultam em uma resposta intracelular
específica. (Nota: o termo "ligante" se refere a uma molécula pequena que se
fixa a um local em uma proteína receptora. O ligante pode ser uma molécula
de ocorrência natural ou um fármaco.) Moléculas "segundas mensageiras" :. ..
. : , . .
A. O complexo fármaco-receptor
As células têm diferentes tipos de receptores, cada qual específico para
um ligante particular e produzindo uma resposta única. O coração, por Resposta
biológica
exemplo, tem receptores de membrana que ligam e respondem à epinefri
na ou norepinefrina, bem como receptores muscarínicos específicos para
acetilcolina. Esses receptores interagem de modo dinâmico para controlar Transdução
de sinal
funções vitais do coração. A intensidade da resposta é proporcional ao
número de complexos FR:
Figura 2.1
Fármaco + Receptor P Complexo fármaco-receptor � Efeito biológico O reconhecimento de um fármaco pelo
receptor inicia a resposta biológica.
26 Clark, Finkel, Rey & Whalen
B. Estados receptores
Classicamente se pensava que a fixação de um ligante modificava os re
ceptores de um estado inativo (R) para um ativado (R*). O receptor ativado
então interagia com moléculas efetoras intermediárias provocando o efeito
biológico. Este modelo é um esquema simples e intuitivo e é usado nas
ilustrações deste capítulo. Informações mais recentes sugerem que os re
ceptores existem em dois estados, no mínimo, o inativo (R) e o ativo (R*)
que estão em equilíbrio reversível entre si. Na ausência do agonista, o R*
representa tipicamente uma pequena fração do total da população de recep
tores (ou seja, o equilíbrio favorece o estado inativo). Fármacos que ocupam
o receptor podem estabilizar o receptor num certo estado conformacional.
Alguns fármacos podem causar deslocamentos similares no equilíbrio entre
R e R* como um ligante endógeno. Por exemplo, fármacos que atuam como
agonistas se ligam ao estado ativo dos receptores e, assim, rapidamente
deslocam o equilíbrio de R para R*. Outros fármacos podem induzir altera
ções que podem ser diferentes dos ligantes endógenos. Essas alterações
tornam os receptores menos funcionais ou não funcionais.
I I I I I lI I
-v-
-
,
,
lons n
R�R-POi
J t;
Almembrana
teraçõesounoconcentração
potencial de Fosforilação de proteínas Fosforiladoçãoreceptor
de proteínas Proteínas e alteração
da expressão gênica
iônica no interior da célula \:::] J
EFEITOS INTRACELULARES
Figura 2.2
Mecanismos de sinalização transmembrana. A. O ligante se une a domínios extracelulares do canal estimulado por ligan
te. B. O ligante se une a um domínio no receptor transmembrana, que está acoplado à proteína G. C. O ligante se une
ao domínio extracelular de um receptor que ativa uma enzima quinase. D. O ligante lipossolúvel difunde-se através da
membrana para interagir com seu receptor intracelular. R = proteína inativa.
Farmacologia Ilustrada 27
" Z)
tores farmacológicos. Contudo, a fonte mais rica e terapeuticamente ex
plorável de receptores farmacológicos são as proteínas responsáveis pela ::l
""'V1-'-
tvv "
transdução dos sinais extracelulares em respostas intracelulares. Esses
receptores podem ser divididos em quatro famílias: 1 ) canais iônicos dis
parados por ligantes; 2) receptores acoplados à proteína G; 3) receptores D
tem sete regiões que se estendem através da membrana. Em geral, o n Quando o hormôni o não está mai s
domínio extracelular deste receptor contém a área de fixação do lin li.I presente, o receptor reverte a seu
gante (poucos ligantes interagem com o domínio transmembrana do estado
subuni de
dade repouso.
é hi
a d O
rol GTP
i sado na
a GDP,
receptor). No lado intracelular, esses receptores são ligados à proteína e a adenililciclase é desativada.
G (G5, G i e outras), a qual tem três subunidades: uma subunidade a
que liga trifosfato de guanosina (GTP) e uma subunidade 13'Y (Figura
2.3). A fixação do ligante apropriado à região extracelular do receptor
ativa a proteína G de forma que o GTP substitui o difosfato de guano
sina (GDP) na subunidade a. Ocorre a dissociação da proteína G, e
ambas as subunidades a-GTP e a subunidade 13'Y subsequentemente Adeni l i l
interagem com outros efetores celulares, em geral uma enzima, uma ciinaticlavsea
proteína ou um canal iônico. Esses efetores, então, ativam os segun
dos mensageiros, que são responsáveis por ações adicionais no inte
rior da célula. A estimulação desses receptores resulta em respostas Figura 2.3
que duram desde vários segundos até minutos. Os receptores aco O reconhecimento do sinal químico pela
plados à proteína G são o tipo de receptores mais abundante, e sua proteína G acoplada ao receptor de
ativação é responsável pela ação da maioria dos agentes terapêuticos. membrana inicia um aumento (ou, me
Processos mediados por receptores acoplados à proteína G importan nos frequente, uma diminuição) da ativi
tes incluem a neurotransmissão, a olfação e a visão. dade da adenililciclase. PPi = pirofosfato
a. Segundos mensageiros. Esses mensageiros são essenciais inorgânico; Pi = fosfato inorgânico.
na condução e amplificação dos sinais oriundos de receptores
acoplados à proteína G. Uma via comum ativada pela G5 e por
28 Clark, Finkel, Rey & Whalen
100 0 100
E
rJ E m
Fármaco A
o
E
.,.
B
·-
=
E B
·-
=
·
Fármaco
·
o
-
Fármaco
GI
o ·-
50
-
.g 50
GI
ãi
·-
ãi
E
E
--------
&
"O
&
CEso e CEso
e
m
/'1
m -
8
o 1 Q. o
8
Q.
...
... o
o
Figura 2.7
O efeito da dose na intensidade da resposta farmacológica. A. Gráfico em escala linear. B. Lançamento semilogarítmico
dos mesmos dados. CE50
= dose do fármaco que provoca 50°/o da resposta máxima.
Farmacologia Ilustrada 31
:so 1
1- - - - 1- - - -
_/
- -
1
itl
2. Eficácia. A segunda propriedade que pode ser determinada das cur -
1
:
-
·-
1
rmaco 1
1
á
vas dose-resposta é a eficácia do fármaco. Ela significa a habilidade , e
• 1
[DR] [D]
(1)
_
[Rt ] Kd + [D]
Dose
'iii' 1
em que [D] = a concentração do fármaco livre; [DR] = a concentração do
fármaco ligado; [R1] = a concentração total de receptores, que é igual à o
"O
......
�o g
m Ul
soma dos receptores ocupados e dos receptores não ocupados (livres); e. .l!I
·-
o,5
e Kd= a constante de dissociação de equilíbrio para o fármaco do recep
e�
Ul
g e.
tor. O valor Kd pode ser usado para determinar a afinidade do fármaco
pelo seu receptor. A afinidade descreve a força da interação (ligação) e. QI
entre o ligante e o seu receptor. Quanto maior o valor de Kd, mais fraca a:
�� ......
......
[E]
50
�
.g
[Emáx1 Kd + [D]
�
>
·-
- - -
(2)
êt
·-
25
B. Agonistas parciais
Os agonistas parciais têm eficácia (atividade intrínseca) maior do que
zero, mas menor do que a de um agonista total (Figura 2.10). Mesmo que
todos os receptores sejam ocupados, os agonistas parciais não conse
guem produzir um Emáx da mesma amplitude de um agonista total. Entre
tanto, o agonista parcial pode ter uma afinidade que é maior, menor ou
equivalente à do agonista total. A característica singular desses fármacos
Farmacologia Ilustrada 33
C. Agonistas inversos + �
A presença de agonista parcial
Tipicamente os receptores livres são inativos e precisam da interação desloca algumas moléculas de
com um agonista para assumir uma conformação ativa. Entretanto, al agonlsta, resultando numa
guns receptores revelam uma conversão espontânea de R para R* na
redução na resposta do
receptor.
ausência de agonistas (isto é, eles podem ser ativos sem a presença de
um agonista). Esses receptores, mostram uma atividade constitutiva que
é parte da resposta basal mensurada na ausência de fármaco. Os ago
nistas inversos, diferentemente dos agonistas totais, estabilizam a forma
R inativa. Todos os receptores constitutivamente ativos são forçados ao
estado inativo pelo agonista inverso. Isto diminui o número de receptores
ativados para menos do que observado na ausência do fármaco (ver Fi Resposta total
gura 2.1 O). Assim, os agonistas inversos revertem a atividade constitutiva
dos receptores e exercem um efeito farmacológico oposto aos agonistas.
produzida ___..,�,
Resposta
V. ANTAGONISTAS
pelo agonlsta
total
Antagonistas são fármacos que diminuem ou se opõem à ação de outro fár
maco ou ligante endógeno. Um antagonista não tem efeito na ausência de um
agonista. O antagonismo pode ocorrer de vários modos. Muitos antagonistas -10 -8 - 6
atuam na mesma macromolécula receptora que o agonista. Entretanto, os an Log (agonlsta parcial)
tagonistas não têm atividade intrínseca e, por isso, não provocam efeitos por Resposta produzida
si próprios. Ainda que os antagonistas não tenham atividade intrínseca, eles pelo agonlsta parcial
são capazes de se fixar avidamente aos receptores-alvo, porque possuem
forte afinidade.
A. Antagonistas competitivos
Se ambos, antagonista e agonista, se ligam ao mesmo local receptor, Em concentração elevada de agonista
parcial, o agonlsta está completa
eles são denominados "competitivos". O antagonista competitivo impede mente deslocado e a atividade do
que um agonista se ligue ao seu receptor e mantém este receptor no receptor é determinada pela atividade
intrínseca do agonlsta parcial.
estado conformacional inativo. Por exemplo, o anti-hipertensivo terazosi
na compete com o ligante endógeno norepinefrina nos adrenoceptores
a1, diminuindo, assim, o tônus do músculo liso vascular e reduzindo a
B. Antagonistas irreversíveis
Um antagonista irreversível causa uma redução do efeito máximo sem
deslocamento da curva no eixo das doses, a menos que existam , presen
tes, receptores de reserva. O efeito do antagonista competitivo pode ser
superado com adição de mais agonista. Ao contrário, o efeito dos antago-
34 Clark, Finkel, Rey & Whalen
)
Fármaco dois mecanismos pelos quais um fármaco pode atuar como antagonis
)
isolado ta não competitivo. O antagonista pode ligar-se covalentemente ou com
.o�CJI afinidade muito alta ao local ativo do receptor (antagonista irreversível) .
•õO Esta irreversibilidade reduz o número de receptores disponíveis para o
:so agonista. O agonista não consegue deslocar o antagonista, mesmo que
di
-
·-
a dose aumente. O segundo tipo de antagonistas se fixa em um local
("local alostérico") diferente do que o local de ligação do agonista. Este
Concentração do fármaco antagonista alostérico impede o receptor de ser ativado mesmo quando
t t
o agonista está fixado no local ativo. Se o antagonista se fixa a um lo
CEso CEso cal diferente do que se liga o agonista, a interação é "alostérica". Existe
para o fármaco para o fármac.o uma diferença na curva dose-resposta de um agonista na presença de
isolado ou na na presença de um antagonista competitivo e de um não competitivo. Na presença do
presença de um um antagonista antagonista competitivo, a resposta máxima do agonista pode ser alcan
antagonista competitivo
não competitivo çada aumentando a dose de agonista. O resultado é um aumento no
valor de CE50 e manutenção da eficácia do agonista (ver Figura 2.1 2). Na
Figura 2.12 presença de um antagonista não competitivo, a resposta máxima não é
Efeitos de fármacos antagonistas. CE50 = observada mesmo aumentando a dose do agonista. Portanto, a diferença
dose do fármaco que provoca 50°/o da fundamental entre o antagonista competitivo e o não competitivo é que no
resposta máxima. competitivo o antagonista reduz a potência do agonista, e o não competi
tivo reduz a eficácia do agonista.
ii
terapêutica
100 ,---A--..
!
u
·-
em que DT50 = a dose do fármaco que produz efeito tóxico em metade da ��----
� ��
população, e DE50 = a dose do fármaco que produz uma resposta tera a. Log concentração do
fármaco no plasma
pêutica ou desejada na metade da população. O índice terapêutico é uma (unidades arbitrárias)
mensuração da segurança do fármaco, pois um valor elevado indica uma
grande margem entre as doses que são efetivas e as que são tóxicas.
Penicilina:índice
terapêutico amplo
B. Determinação do índice terapêutico
O índice terapêutico é determinado pela mensuração da frequência da Janela
�CP
resposta desejada e da resposta tóxica em várias doses do fármaco. Por cn terapêutica
100
li
convenção, as doses que produzem o efeito terapêutico (DE50) e o efei 'ij
-8
to tóxico em 50°/o (DT50) da população são empregadas. Em humanos,
o índice terapêutico é determinado pelo uso de triagem do fármaco e E 50
i
Efeito
e
pela experiência clínica acumulada. Em geral, eles revelam uma faixa de terapêutico Efeito
B
doses eficazes e uma faixa distinta (algumas vezes, com sobreposição) desejado adverso
de doses tóxicas. Embora alguns fármacos tenham índices terapêuticos ê5a. o (indesejado
pequenos, eles são usados rotineiramente para tratar certas doenças. Log concentração do
fármaco no plasma
Várias doenças letais, como linfoma de Hodgkin, são tratadas com fárma (unidades arbitrárias)
cos que têm índice terapêutico pequeno; mas, por exemplo, o tratamento
de uma cefaleia simples com fármaco de índice terapêutico pequeno é
inaceitável. A Figura 2 . 1 3 mostra as respostas à varfarina, um anticoa Figura 2.13
gulante oral com índice terapêutico pequeno, e à penicilina, um fármaco Porcentagem cumulativa de pacientes
antimicrobiano com índice terapêutico amplo. que respondem aos níveis plasmáticos
de varfarina e benzi/penicilina.
1 . Varfarina (exemplo de fármaco com índice terapêutico peque
no). À medida que a dose de varfarina aumenta, uma maior fração
dos pacientes responde (para esse fármaco, a resposta desejada é o
aumento de duas a três vezes na relação normalizada internacional
[INR]), até que finalmente todos os pacientes respondem (ver Figura
2.13A). Contudo, nas doses mais elevadas de varfarina, ocorre uma
resposta tóxica, ou seja, um elevado grau de anticoagulação que
resulta em hemorragia. (Nota: quando o índice terapêutico é baixo,
é possível ter uma faixa de concentrações em que a resposta eficaz
e a tóxica se sobrepõem. Isto é, alguns pacientes têm hemorragia, e
outros alcançam o prolongamento desejado de duas a três vezes no
INR.) A variação na resposta do paciente é, portanto, mais provável
de ocorrer com um fármaco que tem índice terapêutico baixo, pois
as concentrações eficazes e tóxicas são similares. Fármacos com
índices terapêuticos pequenos - ou seja, fármacos para os quais a
dose é crucialmente importante - são aqueles cuja biodisponibilida
de altera de modo crítico o efeito terapêutico (ver p. 8).
2. Penicilina (exemplo de fármaco com índice terapêutico amplo).
Para fármacos como a penicilina (ver Figura 2.138), é seguro e co
mum administrar doses em excesso (com frequência, com excesso
de 1 O vezes) daquela que é a minimamente necessária para alcan
çar a resposta desejada. Nesse caso, a biodisponibilidade não alte
ra criticamente os efeitos terapêuticos ou clínicos.
36 Clark, Finkel, Rey & Whalen
A. Se 1 O mg do fármaco A produzem a mesma resposta necessária uma maior concentração de fármaco para provocar uma
que 100 mg do fármaco B, o fármaco A é mais eficaz determinada resposta. A eficácia e a potência podem variar inde
do que o fármaco B. pendentemente e, com frequência, a resposta máxima obtida é mais
B. Quanto maior a eficácia, maior a potência do fármaco. importante do que a quantidade de fármaco necessária para obtê
C. Na seleção de um fármaco, a potência em geral é mais ·la. Por exemplo, na alternativa A, não foi dada nenhuma informação
B. Os receptores de reserva são sequestrados no citosol. resposta celular máxima. As outras opções não descrevem sistemas
C. Uma simples interação fármaco-receptor resulta na ati receptores de reserva em precisão.
vação de vários elementos da resposta celular.
D. Os receptores de reserva são ativos mesmo na pre
sença do agonista.
E. A afinidade dos agonistas pelos receptores de reser
va é menor do que sua afinidade pelos receptores que
não são de reserva.