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28/03/2023

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
DE FARMACOS
Dr. Nilton Boaes Barbosa
Farmacêutico
Especialista em Farmácia Clínica e hospitalar,
Análise Clínica e Docência Nível Superior

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FARMACOCINÉTICA
Vias de administração dos medicamentos

A escolha da via de administração (porta de entrada no


organismo) é o primeiro passo para que um medicamento possa
fazer efeito.

Vias de administração são as diferentes formas de aplicar um


medicamento:

A via de administração é determinada primariamente pelas


propriedades do fármaco (p. ex., hidro ou lipossolubilidade,
ionização) e pelos objetivos terapêuticos (p. ex., necessidade de
um início rápido de ação, necessidade de tratamento por longo
tempo, ou restrição de acesso a um local específico).

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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
 1. ENTERAL: A administração enteral, ou administração
pela boca, é o modo mais seguro, comum, conveniente e
econômico de administrar os fármacos.

 1.1 Oral: A administração oral oferece várias vantagens. Os


fármacos orais são facilmente autoadministrados, e a
toxicidade e/ou a dosagem excessiva podem ser neutralizadas
com antídotos como o carvão ativado.

 1.2 Sublingual e bucal: A colocação do fármaco sob a língua


permite que ele se difunda na rede capilar e, assim, entre
diretamente na circulação sistêmica.

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OUTRAS VIAS 2. PARENTERAL: A via parenteral introduz o fármaco


 Inalação oral: As vias inalatórias oral e nasal (ver adiante) diretamente na circulação sistêmica. Ela é usada para fármacos
asseguram a rápida oferta do fármaco através da ampla que são pouco absorvidos no trato GI (TGI).
superfície da membrana mucosa do trato respiratório e do
epitélio pulmonar.
 2.1 Intravenosa (IV): A injeção IV é a via parenteral mais comum.
 Inalação nasal: Esta via envolve a administração de fármacos Ela é útil para fármacos que não são absorvidos por via oral, como
diretamente dentro do nariz. o bloqueador neuromuscular rocurônio.

 Tópica: A aplicação tópica é usada quando se deseja um  2.2 Intramuscular (IM): Fármacos administrados por via IM
efeito local do fármaco. podem estar em soluções aquosas, que são absorvidas rapidamente,
ou em preparações especializadas de depósito, que são absorvidas
lentamente.
 Retal: Como 50% da drenagem da região retal não passa pela
circulação portal, a biotransformação dos fármacos pelo
 2.3 Subcutânea (SC): Esta via de administração, como a IM,
fígado é minimizada com o uso desta via. oferece absorção por difusão simples e é mais lenta do que a via IV.

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OUTRAS VIAS

 Transdérmica: É a via de administração que


proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do
fármaco na pele, em geral, por meio de um adesivo
cutâneo.

 Intratecal e intraventricular: A barreira


hematencefálica retarda ou impede a entrada dos
fármacos no sistema nervoso central (SNC).

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A SERINGA E SUAS
PROPRIEDADES

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São equipamentos usados por profissionais de saúde para inserir


ou aspirar substâncias liquidas por vias: intravenosa,
intramuscular, intracardíaca, intratecal, subcutânea, intradérmica
e intramuscular.

No passado já foram produzidas por diversos materiais, tais


como osso, prata e vidro. As seringas de vidro perduraram por
muitos anos, sendo reutilizadas.

Na década de 70 surgiram as primeiras seringas descartáveis.


Porém, a conversão de seringa de vidro para a descartável foi
lenta e encontrou grande resistência.

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Para seringa de insulina, deve-se ter muita atenção! Existem


seringas com graduação de 2 em 2 unidades. Neste caso, só é
A seringa A tem escala de 0,1 mL e a seringa B tem escala de possível aplicar doses pares. Quando a prescrição é de uma dose
0,2 mL. ímpar, utilize seringas que tenham escala de 1 em 1 unidade,
pois estas permitem a aplicação tanto de doses pares, quanto de
doses ímpares.

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♦Temos no mercado as seringas com dispositivo de Segurança e


Prevenção de Reuso fabricadas pela BD.▼ (NR32)

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Seringa de 1mL
Mais usada para aplicação de medicamentos nas vias subcutânea
e intradérmica.
Existem duas apresentações para as seringas de 1mL:
UI – Unidades Internacionais é dividida em 100 partes iguais,
ou seja 1,0mL = 100UI. mL- 0,1mL, 0,2mL…até » 1,0mL.

Cada UI corresponde a 0,1mL »» 1UI=0,1mL


As seringas graduadas em unidades internacionais (UI) são as
mais utilizadas, principalmente pelas pessoas que fazem uso de
insulina.
Para converter mililitros (mL) em Unidades Internacionais (UI)
basta multiplicar por 100.
Para converter Unidades Internacionais (UI) em mililitros (mL)
basta dividir por 100.

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PARTES DE UMA SERINGA  Cilindro ou corpo é a parte da seringa que comporta o


medicamento. Nele está gravada a graduação, que permite a
medição precisa da dose.
 As flanges permitem que os dedos do profissional tenham
apoio durante o movimento do êmbolo. Isto evita movimentos
bruscos, que podem causar maior desconforto e falhas no
procedimento.
 O êmbolo promove a aspiração e injeção do medicamento.
Em uma de suas extremidades está a base do êmbolo e na
outra, o stopper (pistão ou rolha de retenção), que garante a
vedação e graduação do volume a ser aplicado.

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Dispositivos de segurança: As seringas podem apresentar


este dispositivo. Eles devem ser acionados imediatamente após
a injeção para permitir reduzir o risco de acidentes percutâneos
que podem causar a transmissão de agentes biológicos como
os vírus HIV, Hepatite B e C.
 O bico: Em uma das extremidades está o bico, estrutura onde
ocorre o encaixe da agulha. Ele pode ser do tipo luer lock, em
que o encaixe é giratório (movimento em rosca). Outro tipo é
conhecido por slip, que permite o encaixe por pressão.

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ESTRUTURA DA AGULHA PARA


APLICAÇÃO DE
MEDICAMENTOS INJETÁVEIS

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MEDIDAS DAS AGULHAS

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As cores dos canhões das agulhas tem padrão mundial o que


facilita a identificação do calibre da agulha.

CORES DOS CANHÕES DAS


AGULHAS

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Como Identificar as Medidas das


Agulhas
Uma agulha pode possuir codificações diferentes. Tanto o
sistema inglês (que usa as unidades gauge e polegadas) como o
sistema métrico (que usa as unidades milímetros x milímetros)
servem para identificar o calibre e o comprimento da agulha.

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APLICAÇÃO IM
A injeção intramuscular pode ser aplicada no glúteo, no braço
ou na coxa, e serve para administrar vacinas ou remédios.
Para aplicar uma injeção intramuscular deve-se seguir os
seguintes passos:

1. Posicionar a pessoa de acordo com o local de aplicação da


APLICAÇÃO PRÁTICA injeção, por exemplo, se for no braço, deve estar sentada,
enquanto se for no glúteo, deve estar deitada de barriga para
baixo ou de lado;
2. Aspirar o remédio para a seringa esterilizada, com a ajuda
de uma agulha também esterilizada;
3. Passar uma gaze com álcool na pele do local de aplicação
da injeção;

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APLICAÇÃO IM
Se ao aplicar a injeção surgir sangue na seringa deve-se retirá-la
4. Fazer uma prega na pele com o polegar e o indicador, no e voltar a inseri-la um pouco mais ao lado, pois a presença de
caso do braço ou da coxa. Não é necessário fazer a prega no sangue indica que um vaso sanguíneo foi atingido e que a
caso do glúteo; injeção não será feita no músculo.
5. Inserir a agulha num ângulo de 90º, mantendo a prega. No
caso da aplicação da injeção no glúteo, deve-se inserir primeiro As injeções intramusculares, especialmente em bebês ou
a agulha e só depois juntar a seringa; crianças pequenas, só devem ser aplicadas por um enfermeiro
ou farmacêutico treinados para evitar complicações graves,
6. Empurrar o êmbolo da seringa lentamente enquanto se como infecção, abcesso ou paralisia.
mantém a prega na pele;
7. Remover a injeção, desfazer a prega na pele e pressionar
com uma gaze limpa durante 30 segundos;

8. Colocar um band-aid no local da aplicação da injeção.

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APLICAÇÃO NO GLÚTEO
Para saber qual o local exato da aplicação da injeção
intramuscular no glúteo deve-se dividir o glúteo em 4 partes
iguais e colocar 3 dedos, na diagonal, no quadrante superior
direito, junto à interseção das linhas imaginárias, como mostra a
primeira imagem. Desta forma é possível evitar ferir o nervo
ciático que pode causar paralisia. .

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APLICAÇÃO SUBCUTÂNEA
Na administração subcutânea (SC), é injetada pequena
quantidade de medicamento líquido (0,5 a 1,0 ml) no tecido
subcutâneo abaixo da pele do paciente.

Indicada para administrar anticoagulantes (heparina, clexane),


hipoglicemiantes (insulina) e vacinas (antirrábica e anti-
sarampo). O medicamento é absorvido lentamente para dentro
dos capilares próximos, conferindo efeito prolongado do
medicamento.

Vantagens • Provoca pouco trauma tecidual; • Baixo risco de


atingir vasos sanguíneos e nervos.

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APLICAÇÃO ENDOVENOSA (EV)


A administração de medicamento por via endovenosa (EV)
permite a aplicação de medicações diretamente na corrente
sanguínea através de uma veia, obtendo assim resposta do
paciente/cliente imediata do medicamento. A administração pode
variar desde uma única dose até uma infusão continua.

Locais mais indicados para punção endovenosa


Região cefálica – utilizada com frequência na Pediatria, quando
não há possibilidade de realizar a punção em região periférica.
(veia temporal superficial, veia jugular externa e interna).

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APLICAÇÃO ENDOVENOSA (EV) APLICAÇÃO ENDOVENOSA (EV)


Região dos membros superiores – área em que encontramos Vantagens
vários locais disponíveis para realizar a punção, como: veia - Absorção rápida;
cefálica, veia basílica, veia mediana do cotovelo, veias da fossa - Rapidez e eficiência na absorção;
antecubital. A fossa cubital é veias periféricas de maior calibre e - Administração de grandes volumes;
melhor visualização, bem utilizada em coleta de exames ou - Administração de drogas que são contra-indicada nas demais
punções de emergências. vias;
- Ministrar fluídos no pré, trans e pós-operatório;
Região do dorso da mão – área em que encontramos veias - Transfusões sanguíneas;
superficiais de fácil acesso, porém atenção à punção de longa - Uso em emergências, quando o medicamento deve ser aplicado
duração nesse local, pois pode limitar os movimentos: veia com rapidez, para efeito imediato;
basílica, veia cefálica, veias metacarpianas dorsais.

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APLICAÇÃO ENDOVENOSA (EV)


Desvantagens
Se alguma droga for injetada por engano exerce efeito de
imediato. Da mesma forma se o paciente for alérgico à
substância, a repercussão será imediata e muitas vezes
fulminante.

- Risco potencial de infecção, pois cada aplicação rompe as


defesas da pele íntegra.

- Medicamentos administrados com muita rapidez, quando a


velocidade do fluxo não for monitorada com o cuidado suficiente
ou quando medicamentos incompatíveis forem misturados...

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Referencia
↑https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK138495/
↑https://www.cdc.gov/features/handwashing/index.html
↑http://www.drugs.ie/resourcesfiles/guides/mqi_safer_injectin
g_guide.pdf
↑https://www.fridaymonday.org.uk/taking-drugs/safer-
use/tips-for-safer-injecting/preparing-to-inject/
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↑http://www.kantrowitz.com/cancerpoints/findingveins.html
↑http://www.injectingadvice.com/v4/index.php/articles/harm-
reduction-practice/144-raising-a-vein-part-3
↑http://www.kantrowitz.com/cancerpoints/findingveins.html

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