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PRIMEIROS SOCORROS

II
Dr. Nilton Boaes Barbosa
Farmacêutico
Especialista em Farmácia Clínica e hospitalar,
Análise Clínica e Docência Nível Superior
URGÊNCIA & EMERGÊNCIA
URGÊNCIA

⚫ Urgência é quando há uma situação que não pode ser


adiada, que deve ser resolvida rapidamente, pois se
houver demora, corre- se o risco até mesmo de morte.

⚫ Ex: ferimentos e fraturas.


O que é Emergência???

⚫ Emergência é quando há uma situação


crítica, com ocorrência de perigo.

⚫ Ex: Hemorragias, PCR.


Principais emergências Clínicas

Desmaio;
Asfixia;
Queimaduras em grandes áreas do corpo.
Hemorragia de grandes volumes;
Estado de choque (pressão arterial, etc);
Convulsões;
Envenenamento (intoxicações exógenas)
Principais emergências Clínicas

DESMAIO
O “desmaio” é provocado por falta de oxigênio no cérebro.
Automaticamente o cérebro reage com falta de força muscular, queda
do corpo e perda de consciência.

Causas: Falta de alimentação (jejum), emoção súbita, ambiente


fechado e quente, mudanças bruscas de posição, doenças (tumores
cerebrais) etc.

Sintomas: palidez, suor, vista escura, perda do controle dos


músculos, perda dos sentidos.
Principais emergências Clínicas

DESMAIO

Se a vítima estiver acordada (consciente):


1. Sente-a, abaixe a cabeça e faça leve pressão na nuca para baixo ou
deite a vítima e eleve suas pernas para facilitar o retorno venoso.
2. Chame por ajuda e leve-a a uma unidade de saúde.

Se a vítima estiver inconsciente:


1. Realizar a avaliação inicial e chamar por socorro
Principais emergências Clínicas
CONVULSÕES

São contrações incontroláveis dos músculos. Duram poucos minutos,


são fortes, com movimentos desordenados e, em geral, acompanhadas
de perda de consciência.

Normalmente, durante a convulsão, além da contratura desordenada


da musculatura, há salivação abundante e, às vezes, eliminação de
fezes e urina. A queda da vítima é quase sempre desamparada,
podendo ocorrer ferimentos.
Principais emergências Clínicas
CONVULSÕES

O que fazer:

Proteja a cabeça da vítima.


Afrouxe as roupas da vítima. Deixe-a se debater livremente.
Evite a mordedura da língua, colocando um lenço dobrado entre as
arcadas dentárias da vítima.
Uma vez sem convulsão, mantenha a vítima em repouso.
Após a convulsão é comum a sonolência. Deixe-a dormir.
Oriente a vítima a procurar um médico.
Principais emergências Clínicas
ASFIXIA

Desobstrução de vias aéreas


A obstrução da via aérea pela língua é a causa mais comum de PCR
em traumas crânio encefálico, choque e em situações clínicas com
paciente inconsciente. O relaxamento da língua da vítima em
decúbito dorsal impede a passagem de ar das vias aérea superiores
para as inferiores.

Quando a respiração for interrompida deve-se utilizar as manobras de


desobstrução, elevando o queixo e inclinando a cabeça da vítima para
trás ou, em caso de traumatismo realizar a manobra de elevação da
mandíbula
Principais Urgências Clínicas
Principais emergências Clínicas
ASFIXIA

ASFIXIA
Obstrução de via aérea por corpo estranho

Os sinais clássicos da vítima de engasgo são:


Tosse (na tentativa de expelir o corpo estranho);
Agitação (sensação de morte);
Levar as mãos à garganta (a vítima não consegue falar);
Dificuldades para respirar;
Mudança da cor da pele (cianose/arroxeado).

Se a vítima não for socorrida a tempo ela poderá evoluir para PCR.
Manobra de Heimlich.
Principais emergências Clínicas
ASFIXIA EM MULHERES GRAVIDAS

Em mulheres grávidas ou vítimas obesas, nas quais o reanimador


tenha dificuldade em envolver o abdômen, aplica-se as compressões
no esterno.

Em crianças e Recém-Nascidos os engasgos podem ocorrer durante a


amamentação, a alimentação ou pela introdução acidental de objetos
na boca. O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas nesse
público é indispensável para o sucesso no atendimento.
Principais emergências Clínicas
ASFIXIA EM CRIANÇA

Técnica:
1. Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas
no dorso do lactente (entre as escápulas);

2. Virar o lactente segurando firmemente entre suas mãos e braços


(em bloco);

3. Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de reanimação


cardiopulmonar (comprima o tórax com 02 dedos sobre o esterno,
logo abaixo da linha mamilar).
Principais emergências Clínicas
QUEIMADURA

É toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor
ou frio, produto químico, corrente elétrica, radiação, ou mesmo
alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre
outros. Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela
corre sério risco. Já em adultos, o risco existe se a área atingida for
superior a 15%.

As queimaduras podem ser classificadas quanto ao:


1. Agente causador;
2. Profundidade ou grau;
3. Extensão.
AGENTE CAUSADOR
Físicos:
Temperatura: Vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, gelo,
etc.
Eletricidade: Corrente elétrica, raio, etc.
Radiação: Sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas, nucleares,
etc.

Químicos:
Produtos químicos: São provocadas por substâncias químicas em
contato com a pele: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc.

Biológicos
Animais: Lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc.
Vegetais: O látex de certas plantas, urtiga, etc.
QUEIMADURAS QUÍMICAS
São sempre graves e geralmente causadas por produtos de higiene, cal,
gasolina, álcool e água sanitária.

O que fazer:

Como as queimaduras químicas são sempre graves, retire as roupas da


vítima rapidamente, tendo o cuidado de não queimar as próprias mãos.
Lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15
minutos), enxugue delicadamente e cubra com um curativo limpo e
seco.

Procure ajuda médica imediata.


A queimadura é uma lesão estéril, por isso tenha cuidado ao manuseá-
la e evite ao máximo contaminá-la.
Extensão
Quanto à extensão, as queimaduras são calculadas por área queimada,
quanto maior a área atingida, mais severa é a queimadura.

1. Baixa extensão: Menos de 15% da superfície corporal atingida;

2. Média extensão: Entre 15 e 40% da superfície corporal atingida


GRAU DA QUEIMADURA
Diferenciando em:

1. Queimadura de 1° grau.
2. Queimadura de 2° grau.
3. Queimadura de 3° grau.
CARBONIZAÇÃO
Principais emergências Clínicas
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS

Venenos são substâncias que, ao serem introduzidas no organismo,


em quantidade suficiente podem causar danos temporários ou
permanentes.

Medicamentos, plantas, produtos químicos e substâncias corrosivas


são os principais causadores de envenenamentos ou intoxicação,
especificamente em crianças.

Os sinais e sintomas mais comuns são queimaduras nos lábios e na


boca, hálito com cheiro da substância ingerida, vômitos, alteração da
pulsação, perda de consciência, convulsões e, eventualmente, parada
cárdio-respiratória.
Principais emergências Clínicas
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS

Se possível, identifique o tipo de veneno ingerido e a quantidade.


Se a vítima estiver consciente, induza vômitos se o agente tóxico for:
medicamentos, plantas, comida estragada, álcool, bebidas alcoólicas,
cosméticos, tinta, fósforo, naftalina, veneno para ratos ou água
oxigenada.
Principais emergências Clínicas
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS

O que fazer:
Se a vítima estiver inconsciente, não provoque vômitos.

Não induza o vômito se a substância ingerida for corrosiva ou


derivada de petróleo (removedor, gasolina, querosene, polidores,
ceras, aguarrás, thinner, graxas, amônia, soda cáustica, água sanitária,
etc.).

Esses produtos causam queimaduras quando ingeridos e podem


provocar novas queimaduras durante o vômito ou liberar gases
tóxicos para os pulmões.
Principais emergências Clínicas

Hemorragia

Hemorragia é a perda de sangue que acontece


quando há rompimento de veias ou artérias,
provocado por cortes, amputações,
esmagamentos, fraturas, úlceras, tumores, etc.
O sangue de uma hemorragia pode sair como fluxo
contínuo e não muito intenso (sangramento venoso)
ou pode esguichar em ondas que correspondem aos
batimentos cardíacos, caracterizando um
sangramento arterial.

A hemorragia pode ser interna ou externa.


A quantidade de sangue circulante no nosso
organismo depende do peso corporal de cada
indivíduo, geralmente “6%”, quando baixamos muito
essa quantidade em até 80%, corremos o risco de
morte, entrando em choque Hipovolêmico, nas
hemorragias isso pode acontecer rapidamente.
Artérias principais para
realizar a compressão
Como agir???

⚫ Realizando um torniquete (se necessário);


⚫ Fazendo compressa em cima do ferimento;
⚫ Elevando o membro para que o fluxo
sanguíneo diminua;
O torniquete só deverá ser feito
se a técnica de compressão e
elevação do membro não
surtir efeito.
Principais emergências Clínicas

Hemorragia nasal

A hemorragia nasal ou epistaxe é causada pela ruptura dos vasos da


mucosa nasal que pode ser produzida por traumatismos, hipertensão
arterial, entre outras.

O QUE FAZER:
Colocar a vítima com a cabeça inclinada para frente frente, fazendo
compressão com os dedos nas narinas.
Principais emergências Clínicas
Hemorragia nasal

Caso a hemorragia não cesse com estas manobras, a vítima deve ser
conduzido a um hospital.
Principais emergências Clínicas

⚫ Parada respiratória

⚫ Existem muitas situações em que a pessoa


pode sofrer uma parada respiratória:
⚫ Afogamento;
⚫ Estrangulamento;
⚫ Sufocação;
⚫ Aspiração excessiva de gases venenosos;
⚫ Soterramento, etc;
⚫ Um modo simples de perceber os
movimentos respiratórios é chegar bem
próximo da boca e do nariz da vítima e:

⚫ Observar se o tórax se expande;


⚫ Ouvir se há algum ruído de respiração;
⚫ Sentir na sua própria face se há saída de ar;
Em decorrência da gravidade de um acidente pode acontecer
a parada cárdio-respiratória, levando a vítima a apresentar,
além da ausência de respiração e pulsação, inconsciência,
pele fria e pálida, lábios e unhas azulados.

O que fazer:
Não dê nada à vítima para comer, beber ou cheirar.
Só aplique os procedimentos a seguir se você tiver certeza de que
o coração não está batendo:
Procedimento preliminar
Se o ferido estiver de bruços e houver suspeita de fraturas, mova-o
rolando o corpo todo de uma só vez, colocando-o de costas no chão.

Faça isso sempre com o auxílio de mais duas ou três pessoas a fim de
não virar ou dobrar as costas e o pescoço da vítima, evitando assim
lesar a medula quando houver vértebras quebradas. Verifique então
se há algo da boca da vítima que impeça a respiração.
A RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR

Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a


extremidade inferior do osso vertical que está no centro do peito
(chamado osso esterno).

Ao mesmo tempo uma outra pessoa deve aplicar respiração boca-a-


boca, firmando a cabeça da vítima e fechando as narinas com o
indicador e o polegar, mantendo o queixo levantado para esticar o
pescoço.
A RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR

Enquanto o ajudante enche os pulmões, soprando adequadamente


para insuflálos, pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que
o coração volte a bater.

Esta sequência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver


sozinho, faça dois sopros para cada quinze pressões no coração; se
houver alguém ajudando-o, faça um sopro para cada cinco pressões.
SINAIS
⚫ Inconsciência;
⚫ Tórax imóvel;
⚫ Ausência de saída de ar pelas vias aéreas
(nariz e boca);
Quando acontece a PR, é preciso estar atento
para outra situação que pode ocorrer
simultaneamente: a parada cardíaca.
As pulsações são ritmadas, indicando que o
mesmo está enviando sangue para o corpo.
SINAIS
⚫ Inconsciência;
⚫ Ausência de pulsação (batimentos);
⚫ Ausência do som dos batimentos;
A forma de verificar a pulsação é procurar
sentí-las onde passam o fluxo arterial,
pescoço, pulso, virilha, tornozelo.

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