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FARMACODINÂMICA
Modificadores das funções fisiológicas – os fármacos possuem os mesmos efeitos das substâncias endógenas ou, em
oposição, inibem esses mesmos efeitos
Recetores membranares ou intracelulares – moléculas ou estruturas macromoleculares funcionais do organismo,
envolvidos direta e especificamente na sinalização química entre células e/ou dentro de uma mesma célula e onde se
poderão fixar os ligandos endógenos (neurotransmissores, hormonas) e os fármacos para produzirem os seus efeitos
Interação fármaco-recetor
Recetores – componentes celulares dinâmicos (macromoléculas – proteínas maioritariamente existentes nas membranas
celulares), que após ligação de um fármaco mudam a sua configuração espacial, medeiam alterações bioquímicas e
fisiológicas no organismo para produzirem os efeitos
Morfologia dos recetores:
Admite-se que há no organismo recetores próprios para cada substância endógena com funções fisiológicas
As substâncias endógenas (ex: fármacos) podem ativar estes recetores quando a estrutura molecular se
assemelha às substâncias endógenas
Ex: recetores da insulina endógena e exógena
Há recetores diferentes para os diferentes fármacos ou grupos de fármacos ativos
Ex: recetores histamínicos para anti-histamínicos
Estrutura química tridimensional (fármaco e recetor)
Ativação de recetores
A interação do fármaco com o seu recetor (local ativo) envolve vários tipos de ligação química (especificidade)
Ligações iónicas
Forças de van der waals
Interações hidrofóbicas
Ligações de hidrogénio
Interações dipolo-dipolo
Ligações covalentes
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
A interação do fármaco com o seu recetor (local ativo) envolve vários tipos de ligação química
Interação Fármaco-Recetor
As ligações Fármaco-Recetor são geralmente reversíveis
As ligações irreversíveis (covalentes) são as menos comuns
Farmacodinâmica
Quais são os alvos farmacológicos?
Enzimas
Transportadores
Componentes celulares
Canais iónicos
Recetores para ligandos endógenos
DNA
Alvo terapêutico
Recetores – diferem entre si na estrutura e na forma como traduzem a interação com o ligando numa resposta celular
(transdução do sinal)
Classificação molecular dos recetores – segundo a estrutura do recetor e o mecanismo de transdução do sinal
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
Adenilciclase, fosfolipases
Proteína G Face citoplasmática C e A2, canais de cálcio,
potássio ou sódio,
Efetor Enzima ou canal iónico proteínas transportadoras
Segundo Intracelular
mensageiro cAMP, cálcio,
fosfoinositóis
Estimulação
Ex: recetor adenosina A2A + proteína G → adenilciclase → ↑ cAMP
Existem vários tipos de proteína G, que interagem com diferentes recetores e controlam diferentes vias metabólicas
Duas vias chave são controladas por recetores acoplados a proteínas G: a via da adenilciclase/cAMP e a via da
fosfolipase C/trifosfato de inositol/diacilglicerol
Mecanismos de transdução do sinal
Gs → estimulação da adenilciclase
Proteína G Gi → inibição da adenilciclase
Gq → estimulação da fosfolipase C
Hormonas de crescimento
Citocinas
Ativação de proteínas transmembranares com região extracelular (que interage com o agonista) e região citoplasmática /
intracelular (com ação enzimática)
Recetores
Um fármaco é potencialmente capaz de alterar a taxa a que uma reação
orgânica se processa
Impede
Ação de um fármaco sobre um recetor – modula funções ou não cria que o
efeitos (bloqueio do recetor) agonista se
ligue
Fármaco
1. Fração de fármaco que atinge o recetor
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
Relaciona-se com…
A + potente que B
Ativação de recetores
Agonista – fármaco que se liga ao recetor e produz uma resposta. Fármaco com capacidade de afinidade e de produzir
efeito após fixação
Antagonista – fármaco que se liga ao recetor, mas é incapaz de iniciar uma resposta. Atua impedindo a ligação do
ligando endógeno ou de outra substância exógena (fármaco) ao recetor
Agonista total – ligando capaz de provocar um efeito biológico máximo (resposta e eficácia máxima) num
determinado tecido e em condições bem definidas. Um agonista total num determinado tecido pode ser um
agonista parcial noutro tecido
Agonista parcial – ligando incapaz de produzir resposta máxima , como a produzida por um agonista total, que
atue nos mesmos recetores, mesmo que este se encontre numa concentração suficientemente elevada para permitir
a ocupação de todos os recetores. Pode ter a mesma afinidade que o agonista total
Agonista inverso – ao contrário do antagonista, o agonista inverso apresenta efeito mesmo na ausência de
agonista. Possui afinidade para o recetor mas ação farmacológica ou efeito contrario ao de um agonista do recetor
(eficácia negativa por redução da atividade basal ou constitutiva do recetor quando não esta presente nenhum
ligado)
Potência – está relacionado com a menor relação concentração-resposta
EC50 – concentração eficiente para 50% de resposta (afinidade do recetor pelo fármaco)
Dose mínima eficiente – concentração mínima necessária para produzir o efeito clínico
Emáx – concentração de eficácia máxima do fármaco (não é observada resposta clínica adicional com concentrações
maiores)
Curva sigmoidal dose-resposta (in vivo) ou concentração-
resposta (in vitro)
Posição → Potência
Amplitude → Eficácia
Inclinação
Agonista
Afinidade + eficácia
Ligando que se associa aos recetores, alterando a
proporção dos que se encontram ativados, estimulando-os
O complexo fármaco-recetor desencadeia uma resposta
biológica
Por vezes, o mesmo agonista pode ativar mais do que um tipo de recetores, que podem resultar em respostas,
via segundos mensageiros, que podem ser opostas, aditivas ou independentes.
Afinidade – descreve a tendência e a capacidade de ligação do fármaco ao recetor (ocupação). É expressa pelo
coeficiente de dissociação KD ou KA (concentração do fármaco com a qual se verifica 50% da ligação máxima, isto é,
em que 50% dos recetores estão ocupados); define a afinidade do recetor para fixar o fármaco de um modo recíproco; a
maior parte dos fármacos possui KD na gama micro a nanomolar. Uma elevada afinidade traduz-se numa elevada
ocupação dos recetores, mesmo com baixas concentrações de fármaco
A localização da curva ao longo do eixo das abcissas permite tirar conclusões acerca da afinidade de um agonista
Potência – descreve a capacidade do fármaco agonista para induzir uma resposta apos interação com o recetor. É
expressa pelo EC50 (concentração eficaz 50; concentração de fármaco que produz 50% do efeito ou resposta maxima –
Emáx). A posição da curva sobre o eixo das abcissas indica a potência de um agonista.
Posição da curva dose-efeito mais à esquerda = maior potência
Eficácia ou atividade intrínseca – medida da capacidade de um agonista, uma vez ligado ao recetor, produzir uma
resposta. Depende do fármaco e do tecido.
A eficácia refere-se à resposta terapêutica potencial máxima que um fármaco pode induzir
Inclinação da curva
O declive da curva refere-se à
velocidade com que o efeito aumenta com o aumento da dose
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
Eficácia vs segurança
Dose eficaz 50 (ED50) – dose de fármaco necessária para produzir um efeito específico em 50% dos indivíduos
expostos
Dose letal 50 (LD50) – dose de fármaco necessária para produzir a morte / efeito toxico em 50% dos indivíduos
expostos
Índice terapêutico – razão entre LD50 e ED50
Quanto maior for o índice terapêutico, maior será a margem de segurança do fármaco para o seu uso clínico mas
não toma em linha de conta as CI especificas desse fármaco
Antagonista
Afinidade (sem eficácia)
Fármaco que reduz a resposta produzida por um ligando endógeno ou outro fármaco, geralmente agonista
Liga-se a um recetor (afinidade) mas não desencadeia uma resposta porque não o ativa (atividade intrínseca
escassa ou nula)
A sua função é simplesmente impedir a interação das moléculas agonistas com os seus recetores, bloqueando o
seu acesso ou a sua ligação e impedindo que exerça a sua ação
Isoladamente não produz qualquer efeito (ausência de resposta biológica)
O antagonismo divide-se em:
Antagonismo por interação com recetores farmacológico
o Antagonismo competitivo - agonista e antagonista ligam-se ao mesmo recetor de forma mutuamente
exclusiva; competem para o mesmo local de ligação e ligam-se a diferentes locais do recetor que se
sobrepõem parcialmente
Reversível (em equilíbrio) - ligação pouco intensa e reversível do antagonista (dissociação
rápida) intensidade de ligação semelhante à do agonista; é possível reverter o antagonismo por
aumento da concentração do agonista dependendo das concentrações relativas do agonista e do
antagonista na biofase
Irreversível (em não-equilíbrio) - ligação forte e irreversível covalente ao recetor por parte do
antagonista (ausência de dissociação); na ausência de recetores de reserva o aumento da
concentração do agonista não reverte o antagonismo apesar de competirem para o mesmo sítio;
o efeito persiste até que o organismo produza mais recetor
reduz ou impede a ligação e/ou a ação do agonista (mudanças na conformação do recetor que levam a
alterações no local de ligação do agonista). Pode existir bloqueio da cadeia que leva à resposta de um
agonista, interrompendo a ligação recetor-efetor
Antagonismo competitivo vs não competitivo
O uso de um agonista depois da retirada súbita de um antagonista, pode levar a uma resposta exagerada (devido
ao grande número de recetores entretanto expressos)
Dessensibilização e down regulation
Uma hiperestimulação prolongada no tempo com um agonista (estimulação crónica), pode levar a uma
diminuição da resposta e do número de recetores resulta da internalização do complexo ligante-recetor o da
expressão diminuída do recetor
forma de proteção do organismo contra uma excessiva exposição a um agonista (mecanismo de tolerância)
↓ resposta
se ocorre rapidamente: TAQUIFILAXIA
se ocorre gradualmente ao longo do tempo: TOLERÂNCIA
Dessensibilização homóloga (afeta só o recetor estimulado) ou heteróloga (afeta vários recetores ou uma via comum a
vários recetores)
Diminuição do efeito de um fármaco quando este é administrado contínua ou repetidamente
Pode resultar de:
Diminuição do número e mudanças nos recetores
Isoprenalina (agonista adrenérgico ß) → diminuição do número de recetores ß adrenérgicos
Depleção dos mediadores
Anfetaminas → depleção nas vesículas sinápticas dos neurotransmissores responsáveis pelo efeito
Aumento da degradação metabólica do fármaco
Diminuição progressiva dos níveis plasmáticos de alguns fármacos após estimulação da sua biotransformação
Adaptação fisiológica do organismo
Resposta compensadora do organismo pode anular o efeito do fármaco
Extrusão ativa do fármaco do interior da célula
Ex: citostáticos
Estereoquímica e enantioselectividade
enântiômeros S e R, D e L
racematos
= propriedades físico-químicas
≠ afinidades; ≠ ações farmacológicas
≠ farmacodinâmica
≠ farmacocinética
≠ fármacos
NEUROFARMACOLOGIA
Sistema Nervoso
Sistema nervoso central (SNC) Barreira Hemato-encefálica (BHE)
Cérebro A permeabilidade da BHE pode ser modificada
Espinal medula Lesão da BHE e alteração dos
Sistema nervoso periférico (snp) transportadores
Sistema nervoso autónomo Alteração do ph
o Inclui sistema nervoso entérico Alteração metabólica ou estrutural causada
Sistema nervoso somático pelos fármacos
o Nervos eferentes somáticos (musculo Patologias inerentes: CO2, meningite e
esquelético) infiltração de células
o Nervos aferentes somáticos e viscerais (função
nociceptiva)
Sinapse
Os neurónios do sistema nervoso central (SNC) comunicam entre si por meio de
sinapses. A substância transmissora é sintetizada pela célula pré sináptica e é
libertada após a chegada do impulso nervoso por exocitose. A exocitose dá-se
quando os níveis intracelulares de cálcio pré-sinápticos aumentam
Neurotransmissão
A comunicação interneuronal é assegurada pela sinapse
Os fármacos podem interferir com as neurotransmissões de várias formas:
Aumentar o número de impulsos
Aumentar a libertação de neurotransmissores
Inibir a recaptação ou os recetores
Aumento ou diminuição da produção de neurotransmissores
Prevenção da libertação vesicular dos neurotransmissores
Mediadores químicos
Neurotransmissores - libertados pelas terminações nervosas da célula pré-sináptica após sua ativação neuronal. Vão
desencadear respostas inibitórias o excitatórias rápidas ao nível pós-sináptico
Neuromoduladores - são libertados por astrócitos ou por neurónios e produzem respostas mais lentas (do que os
neurotransmissores) que modulam a libertação (nível pré-sináptico) ou ação (nível pós-sináptico) do neurotransmissor
Fatores neurotróficos - libertados essencialmente por células não neuronais; atuam através de recetores da tirosina
cinase, regulando expressão genética e controlando o crescimento e características fenotípicas dos neurónios
Transmissão química
Neurotransmissores podem ser:
o Rápidos - atuam por recetores ionotrópicos (GABA e glutamato)
o Lentos - atuam através de recetores metabotrópicos (dopamina e serotonina)
o Excitatórios - facilitam a transmissão sináptica (glutamato)
o Inibitórios - dificultam a transmissão sináptica (GABA)
Neurotransmissão
Alvos de ação dos fármacos ao nível do SNC
Recetores dos neurotransmissores
Canais iónicos
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
Enzimas
Proteínas transportadoras
Muitos dos fármacos que atuam no SNC são relativamente inespecíficos, afetando diversos alvos diferentes que
modificam a transmissão neuronal
Acetilcolina (ACh)
Dopamina (DA)
Noradrenalina (NA)
Serotonina (5-HT)
Histamina
Glutamato
Ácido gama-aminobutírico (GABA)
Encefalinas e endorfinas
Catecolaminas biogénicas
Dopamina (DA)
Noradrenalina (NA)
Adrenalina
Processos de recaptação: envolvidos na metabolização e destruição das catecolaminas
Metabolismo via enzimas intracelulares
MAO (monoaminoxidase)
MAO-A
MAO-B
COMT (catecol-o-metiltransferase)
Dopamina (DA)
Os neurónios que têm o corpo celular no mesencéfalo projetam para 2 locais os seus axónios:
Sistema nigroestriado
Sistema mesolímbico e hipotálamo
Processos de recaptação: envolvidos na metabolização e destruição da DA
Serotonina (5-HT)
Neurónios cujos corpos celulares estão NOS núcleos de raphe. usa axónios vão para diferentes locais do SNC
Tipos de recetores: 5-HT 1-7
Metabolismo: MAO e COMT
Processos de recaptação: envolvidos na metabolização e destruição da 5-HT
Histamina
É produzida e armazenada nas vesículas dos neurónios histaminérgicos. a síntese ocorre a partir da histidina por ação da
histidina descarboxílase
É-lhe atribuída atividade nos estados de vigília, despertar e sedação. Também atribuídas ações no equilíbrio e
termorregulação
Tipos de recetores metabotrópicos:
H1
H2
H3
Aminoácidos neurotransmissores
Glutamato - principal neurotransmissor excitatório do SNC
Exibe distribuição ampla por todo o SNC
Produzido nos neurónios glutamatérgicos
Percursor: glutamina
Endorfinas e encefalinas
Polipeptídeos endógenos
Encefalinas têm atividade tipo opióide, por ativação de recetores
Outros neurotransmissores/modeladores
Endocanabinóides
Substância P
ATP
Neuropeptídeo Y
Ácido aspártico
Farmacologia do SNC
Fármacos que atuam no SNC
Todos os grupos de fármacos que são usados em situações em que o SNC desempenha papel fundamental -
psicotrópicos
Para que um fármaco possa atuar é necessário que esteja presente na biofase das células alvo em concentrações
adequadas
Para que os fármacos atuem no SNC é necessário que tenham capacidade de atravessar a BHE
Psicotrópicos ou Psicofármacos
Psicolépticos - deprimem o SNC
Tranquilizantes “minor” - usados no controlo da ansiedade (ansiolíticos), insónia (hipnóticos), sedativos, etc.
Tranquilizantes “major” - usados no controlo da esquizofrenia
Depressão do sistema nervoso central (ordem crescente de intensidade)
Um mesmo fármaco pode provocar sedação, hipnose ou anestesia, dependendo da via de administração e da dose
Com os barbitúricos, há um aumento da duração e não há tanto da frequência. mas este aumento de duração é
que torna os barbitúricos mais perigosos. mesmo para níveis baixos de GABA, há este aumento de duração, a
função do canal é muito aumentada, daí que podem levar à depressão respiratória e morte
Local de ação de benzodiazepinas, barbitúricos, etc.
GABA A - potenciam o efeito agonista do GABA (principal neurotransmissor inibitório)
Benzodiazepinas – agonistas (pertenciam à ação do GABA) ex: diazepam
- Antagonistas (flumazenil - antagonista das benzodiazepina as que compete com estas para o local de
ligação no recetor GABA A - inibição competitiva)
Canal iónico - o recetor GABA A ocorrem principalmente a nível pós sináptico, estão diretamente acoplados aos canais
de cloro, cuja abertura reduz a excitabilidade da membrana
Depressores do SNC
Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos
As benzodiazepinas constituem os fármacos de referência neste grupo terapêutico
Hipnóticos - fármacos que induzem o sono (produzem sonolência e facilitam o aparecimento e manutenção de um
estado de sono semelhante ao sono natural e a partir do qual o paciente pode ser facilmente despertado)
Sedativos - fármacos capazes de atenuar a excitação e a inquietação psicomotora, sem provocar o sono (diminuem a
atividade, moderam a excitação e acalmam)
Ex: Barbitúricos, benzodiazepinas, buspirona, valeriana
Ansiedade
É um mecanismo evolutivo aperfeiçoado para assegurar a sobrevivência
Clinicamente, as desordens da ansiedade patológica são:
ansiedade generalizada
ataques de pânico
fobias
stress pós-traumático
comportamento obsessivo compulsivo
Perturbações do sono
Melhorar o padrão de sono no tratamento temporário da insónia
Preconiza se o seu uso por um período de tempo limitado: máximo 4 semanas, incluindo descontinuação (evitar a
insónia rebound ou ricochete)
Benzodiazepinas - Classificação
Classificação de acordo com o T1/2 (classificação Propriedades e usos das benzodiazepinas
farmacocinética) Ansiolíticas
Ação muito curta Hipnóticas (indução do sono)
Ação curta (tratamento de insónia; ausência Miorrelaxantes - relaxantes musculares (diazepam)
de metabolitos ativos) Anticonvulsivantes – epilepsia (clonazepam e
Ação intermédia diazepam)
Ação longa Ataques de pânico
Amnésia anterógrada (midazolam e triazolam)
Agitação aguda e agressão
Aspetos farmacocinéticos das benzodiazepinas Usadas como pré anestésicos
Altamente lipofílicas: são bem absorvidas
por via oral
Distinguem-se entre si pela sua duração de ação: curta
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
(geralmente usados como hipnóticos), média e longa duração (geralmente usados como ansiolíticos)
São metabolizadas antes da excreção. Podem ser metabolizados a derivados ativos por reações de fase i.
Metabolitos ativos com tempos de semivida superiores ao fármaco administrado - difícil prever a duração de
ação. Geralmente excretados após conjugação com o ácido glucurónico (que é um processo de inativação)
Acumulam-se nos tecidos gordos - lipofílicas
Insónia
As benzodiazepinas são fármacos de primeira escolha, mas só deverão ser usados com a menor dose possível, durante
pouco tempo (nunca mais de 4 semanas), de preferência intermitentemente (uma noite em cada 2 ou 3) e com redução
gradual
Alternativas às BZD, são o zolpidem, zopiclone e zaleplon, que não estão relacionados estruturalmente com as BZ e têm
ação curta - mesmo local de ação
Avaliar causas da insónia
Estímulos externos (luz, ruído) ou somáticos (dispneia ou dor), problemas fisiológicos (jet lag), psicológicos (depressão,
ansiedade) efeitos no sono devido ao consumo de cafeína, álcool ou medicamentos
Barbitúricos
Até a década de 1960 formavam o maior grupo de hipnóticos e sedativos em uso clínico
Podem causar todos os graus de depressão do sistema nervoso central
Atuam potencializando a ação do GABA sobre o recetor GABA A, mas local diferente do que as benzodiazepinas
(flumazenil não é antídoto)
Atualmente obsoletos como ansiolíticos ou tranquilizantes
São perigosos em dose excessiva: depressão respiratória e
cardiovascular - não há antagonista
Outros ansiolíticos, sedativos e hipnóticos
Apresentam elevada dependência e tolerância, além de várias
Z-drugs: Zolpidem e zolpiclone
interações farmacológicas: fortes indutores das enzimas citocromo
Extracto de Valeriana
P450, logo potenciais interações farmacológicas
Melatonina
Atualmente consideram-se obsoletos como fármacos para o
Hidroxizina – Anti-histamínico
tratamento da ansiedade e insónia, mas 2 deles mantêm grande
Propanolol
importância
Hidrato de cloral (tricloroetanol)
Fenobarbital (1912) Meprobamato
Primeiro bom antiepilético conhecido Paraldeído (hospitalar; delirium tremens)
Anticonvulsivante (bialminal, luminal, luminaletas) Gabapentina (Neurontin) e pregabalina
Tiopental (1953) (Lyrica)
Mudou completamente a anestesia geral IV (usado na indução D-Cycloserina
anestésica geral)
Ultra-curta duração
Estimulantes psicomotores
Apresenta um efeito marcante sobre as funções mentais e comportamento, produzindo excitação e euforia, redução da
sensação de fadiga e aumento da atividade motora
Alquilxantinas
Anfetaminas
Cocaína
Anfetaminas e cocaína
Facilitam a libertação de catecolaminas (NA, DA, 5-HT) e/ou inibem a sua recaptação
Estimulação locomotora
Euforia e excitação
Causam anorexia no início do uso
Psicose anfetaminica e comportamentos estereotipados em doses elevadas
Hipertensão e risco cardiovascular
Usadas no doping e como drogas de abuso
Causam dependência e tolerância com o uso prolongado, além de induzirem psicoses (delírios, agressividade, mau
humor)
Podem provocar a morte por falência cardíaca e muscular. Alterações degenerativas do SNC a longo prazo
Anfetaminas
Indicadas no tratamento da obesidade (supressores do apetite) mas descontinuados pelo risco cardiovascular
Indicadas no tratamento da narcolepsia e síndrome de hiperatividade e défice de atenção (SHDA)
Metilfenidato
Uso clínico das anfetaminas: tratamento de crianças hiperativas e défice de atenção (ADHD)
Falta de atenção
Impulsividade
Hiperatividade
- Doses inferiores de metilfenidato às que causam euforia
- Reações adversas: anorexia, náuseas e vómitos; dores abdominais, cefaleias, inibição do crescimento no uso
prolongado em crianças, palpitações, hipertensão, psicose e dependência
Monitorizar o crescimento, altura e peso nas crianças
Providenciar repouso e monitorizar recaídas depressivas após efeito do fármaco
Avaliar o efeito nas crianças (período de atenção, controle de impulsos)
Observar se existem períodos de narcolepsia
Verificar se ocorre a alteração dos processos cognitivos
Última dose antes das 18:00 horas (insónia)
O doente deve monitorizar o peso, evitar álcool e cafeína e tomar precaução com atividades de vigília e atenção
(condução)
Metilxantinas
Estimulação do SNC – cafeína, teofilina, teobromina No sistema nervoso central a adenosina:
Aumentam a atenção e melhoram a atividade intelectual Reduza a atividade motora
Diurese
Diminui a frequência respiratória
Estimulação do músculo cardíaco (efeito cronotrópico e inotrópico
Induz o sono
positivo)
Aumentam a secreção gástrica (ácido clorídrico e pepsina) podendo Alivia a ansiedade
causar úlcera duodenal
Relaxamento do músculo liso, em especial o brônquico Efeitos adversos
Teofilina, aminofilina e dripofilina: usados como anti-asmáticos, a Náuseas
asma brônquica, DPOC, apneia dos prematuros; cafeína: dores de Vómitos
cabeça Ansiedade
Mecanismo de ação:
Insónia
Antagonistas dos receptores da adenosina
Inibição das fosfodiasterases (↑ AMPc) Convulsões
Morte (raro)
A teofilina tem sido relegada, face aos novos agentes, devido à Tolerância e dependência
janela terapêutica estreita Pequena extensão
Efeitos de abstinência leves
A cafeína não é classificada como
aditiva
Teofilina
Inibição da fosfodiesterase
Broncodilatação
Tratamento asma
Antidepressivos
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
Depressão ‘major’
Depressão endógena, cerca de 25% mostram padrão familiar
Depressão exógena, reativa ou unipolar, associada a vivências pessoais
A depressão major afeta seriamente a vida do paciente, afetando o apetite, o sono, trabalho e as relações sociais
Depressão
Os sintomas de depressão podem surgir com outras alterações de humor
Desordem afetiva sazonal apresenta sintomas que são vistos na depressão major. São recorrentes e marcados
durante determinada época
Depressão pós-parto ocorrem mulheres que recentemente deram à luz, principalmente nos primeiros meses, mas
também até ao primeiro ano após o parto. Os sintomas são os da depressão major. Pode prejudicar a capacidade
de assistir ao bebé. É necessário procurar ajuda. A depressão pós-parto é diferente de baby blues, que ocorre nos
primeiros dias após o parto e se resolve espontaneamente
Sintomas da depressão
Sintomas emocionais
Apatia e pessimismo
Baixa autoestima, sentimentos de culpa, inadaptação e fúria
Indecisão e perda de motivação
Tristeza constante
Pensamentos suicidas e sensação de inutilidade
Sintomas biológicos
Lentidão de pensamento, ação e falta de energia
Perda de libido
Distúrbio do sono e alterações de apetite
Patofisiologia da depressão
Défice funcional de monoaminas (NA e/ou 5-HT) em certos locais do cérebro
Mecanismos de neurogénese e neuroendócrinos
Antidepressivos
Inibidores da recaptação de neurotransmissores
Tricíclicos (TCA)
Exercessem a sua ação, bloqueando a recaptação da NA e da 5-HT pelos respetivos transportadores pré-sinápticos →
aumentam a concentração destes neurotransmissores na fenda sináptica
Estas moléculas, para as quais se demonstrou inequivocamente eficácia no tratamento de várias perturbações
depressivas do humor, inibem de forma não seletiva a recaptação da NA e da 5-HT, além de interferirem com recetores
para vários outros neurotransmissores
Farmacocinética
A maioria é de longa ação e com frequência convertidos a nível hepático a metabolitos ativos. A grande metabolização
por enzimas microssomias (citocromo P450) implica risco elevado de interações farmacológicas
São rapidamente absorvidos no trato gastrointestinal e ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas - interação com
outros fármacos que se ligam fortemente à albumina, como ácido acetilsalicílico (aspirina)
Efeitos adversos
Sedação - bloqueio do recetor H1 (recomendada toma à noite). aumento de peso
Hipotensão postural - bloqueio do recetor α-adrenérgico
Boca seca, visão turva, obstipação, retenção urinária, tonturas e confusão, aumento da pressão intraocular -
bloqueio recetor muscarínico (atenção: glaucoma e hipertrofia da próstata)
Arritmias cardíacas em dose excessiva: morte! Cuidado redobrado nos hipertensos
Interação com o álcool - potencia os efeitos depressores do álcool, podendo levar à morte. São usados
frequentemente em tentativas de suicídio
Os TCA não devem ser administrados com IMAO: efeito tiramínico (crises hipertensivas que podem levar a
enfarte)
Inibidores seletivos da recaptação da 5-HT (SSRIs)
Fluoxetina, Fluvoxamina, Paroxetina, Sertralina, Escitalopram
Fármacos de 1ª linha
Eficácia e tempo de ação semelhante aos TCA
Farmacologia 1º ano - Enfermagem
Reação do queijo também chamada reação tiraminica: os inibidores irreversíveis e impedem metabolismo da
tiramina de vários alimentos levando à morte (não ocorre com a moclobemida)
Tiramina: amina simpaticomimética de ação indireta(libertação de noradrenalina a partir dos terminais nervosos
simpáticos) presente em diversos alimentos de consumo comum – “cheese effect”; para a sua metabolização é
necessária a MAO (principalmente intestinal) ativa
Sintomas característicos da hiperativação simpática (toxicidade CV - rutura vascular e hemorragias, crises hipertensivas
graves; morte) Muito
Outros (“atípicos”)
No geral, distinguem-se essencialmente pelo seu perfil de reações adversas e por propriedades farmacocinéticas, mais
do que pelo padrão de eficácia terapêutica
Antidepressores
Efeitos adversos gerais dos antidepressivos
Ansiedade
Insónia/pesadelos
Sedação; ideação suicida no início do tratamento
Tonturas, palpitações, visão turva e tremores
Boca seca e gosto metálico
Náuseas e vómitos
Obstipação e retenção urinária
Disfunção sexual e glactorreia
Síndrome de abstinência
Nota: estes efeitos podem surgir com maior intensidade nos primeiros dias de tratamento ou após interrupção do
tratamento
Antidepressivos
Outros fármacos
Trazadone
Tianeptina
Mianserina (bloqueio de α2)
Mirtazapina (bloqueio de 5-HT 1A e α2)
Hiperforina (chá de hipericão)
Por mecanismos diversos, potenciam a libertação de monoaminas
Efeitos indesejáveis, em geral, menores do que com os TCA