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Farmacodinâmica - Resumo/Apostila sobre farmacodinamica

Farmacodinâmica (Pontifícia Universidade Católica de Campinas)

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Baixado por CYNTHIA DE OLIVEIRA RAMOS SILVA (cynthia.silva@sou.ucpel.edu.br)
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FARMACODINÂMICA
MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS

O estudo da farmacodinâmica se baseia no conhecimento dos efeitos


bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e de seus mecanismos de ação no
organismo.

Para gerar um efeito farmacológico as moléculas do fármaco devem estar


ligadas a constituintes específicos das células:

- canais de íons - moléculas transportadoras

- enzimas - receptores

O termo receptor é usado para qualquer tipo de macromolécula celular, na


qual um fármaco ou molécula endógena se liga (acoplamento) para iniciar
seus efeitos moduladores das funções fisiológicas intrínsecas.

A ação específica dos fármacos pode ser divida em:

-direta: age diretamente na substância que vai gerar o efeito desejado


(receptores, canais iônicos).

Por exemplo: ação direta sobre o canal como os anestésicos locais e alguns
diurético

-indireta: provoca uma alteração em algum outro segmento da cadeia que


iria gerar o efeito desejado (enzima, substâncias endógenas, moléculas
transportadoras)

Por exemplo: um fármaco que interage com o receptor e controla (agonista)


ou bloqueia (antagonista) a substância endógena responsável pelo canal
iônico;

OU

A ação de Fármacos sobre moléculas transportadoras controla a quantidade


do neurotransmissor na fenda sináptica (antidepressivos);

OU

A inibição (substrato falso) ou indução de enzimas pode resultar em


bloqueio ou aumento da síntese de substâncias no organismo gerando a
menor ou maior atividade destas substâncias (antinflamatórios).

Os fármacos podem ser classificados em:

-agonistas: combinam-se com as estruturas moleculares na superfície ou


no interior das células, para gerar sua ativação. Dão origem a alterações no

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funcionamento celular, que produzem efeitos de vários tipos. São divididos


em :

 Agonista total: possuem máxima eficácia por obterem alta


afinidade e sua atividade intrínseca máxima.

 Agonista parcial: possuem afinidade media e sua atividade


intrínseca é menor gerando uma resposta intermediária.

 Agonista inverso: gera uma resposta menor que a resposta basal


gerada pelo receptor, além de impeder a ativação pelo agonista não
inverso. 0

-antagonistas: impedem que o agonista fisiológico consiga interagir com


os receptores.

OBS1: A potência dos agonistas depende de dois parâmetros: afinidade


(tendência do agonista de se ligar a receptores) e eficácia (capacidade de,
uma vez ligado ao receptor, dar início a alterações que provocam efeitos)
sendo que a eficácia dos antagonistas é zero.

OBS2: algum fármaco não tem ação específica, e não entram nessa
classificação, agindo de forma inespecífica por não agirem em um
receptor ou proteína em especial. Por exemplo: manitol (diuréito osmótico
que induz a passagem da água para o sangue e consequentemente sua
eliminação para urina, sem agir em uma substância específica).

Afinidade: A tendência de um fármaco se ligar ao receptor. Quanto maior


a afinidade do fármaco pelo receptor, menor a concentração para atingir
determinado efeito.

Eficácia: A tendência de, uma vez ligado, ativar o receptor.

Efeito colateral: Nenhum fármaco é totalmente específico nas suas ações.


Em muitos casos, o aumento na sua dose afeta outros receptores diferentes
do alvo principal, podendo resultar em efeitos colaterais.

OBS: Os receptores são macromoléculas as quais um ligante endógeno ou


um fármaco se acoplam e iniciam efeitos moduladores de funções
fisiológicas. Estão presentes na superfície celular, nas organelas ou no
citoplasma, e são finitos, ou seja, saturáveis.

A ligação dos fármacos aos receptores obedece necessariamente à Lei de


Ação das Massas (Clark, 1933):
D+R→DR→EFEITO

O efeito resultante seria conseqüência da quantidade de complexo


formado. Mantendo uma relação de proporcionalidade entre a quantidade
do complexo formado e efeito produzido. Quando o efeito é máximo todos
os receptores estariam ocupados pela droga. A relação entre droga e

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receptor pode ser quantificada, sendo que a curva dose resposta obtida
tem forma de uma sigmóide.
Esta teoria apresenta limites como: não considerar receptores de
reserva; admite que todos os receptores são igualmente acessíveis; admite
que a molécula combina-se reversivelmente com um único receptor.

Desensebilização VS Tolerância
Desensibilização:
- ocorre em poucos minutos
-administração continua ou repetida
-alteração nos receptores
-exaustão dos mediadores
-aumento do metabolismo da subtância e mecanismos fisiológicos
compensatórios
-extrusão do fármaco das células
Tolerância
-redução da resposta
-gradual podendo durar dias ou semanas

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GRUPOS FARMACOLÓGICOS
I. SISTEMA NERVOSO (CENTRAL e PERIFÉRICO)

a) SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO.

M2, M3 B1, B2, a1, a2


1. SNA: SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO
1.1. FISIOLOGIA DO SN SIMPÁTICO
 Circulação: NA e Adr
 Receptores noradrenérgicos: α1; α2; β1; β2.
 NA: pequena afinidade por β2
 Adr: age em todos os receptores
 DOPAMINA (DA): age em receptores D1; D2 e β

 1.2. AGONISTAS
 Seletivos α1: fenilefrina; metoxamina
 Não seletivos: efedrina; pseudoefedrina (também libera)
 Seletivos α1e β1: metaraminol (também libera)
 Seletivos α2: clonidina; alfametilnoradrenalina; guanabenzo
 Seletivos β1e β2: isoproterenol (isoprenalina)

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 Seletivos β1: dobutamina


 Seletivos β2: metaproterenol; terbutalina; sautamol

 1.3. ANTAGONISTAS
 Seletivos α1: prazosin; doxazosina; alfuzosina; terazosina
 β1: proctolol; atenolol; metaprolol e bisoprolol
 β1e β2: proponolol; sotalol; nodolol; labitolol
 α1; β1 e β2: Carvedilol

 SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO


 2.1. Fisiologia
 Neurotransmissor: acetilcolina (Ach)
 Metabolizado rapidamente pela colinesterase (butiril, propil
e/ou acetilcolinesterase): colina + acetato
 Receptores: muscarínico (M2 e M3)

 2.2. Agonistas de ação direta: carbacol (N; M); muscarina (M);


metacolina (N; M2; M3; M1); betanecol (M3; M2; M1)

 2.3. Agonistas de ação indireta (ANTICOLINESTERÁSICOS):


 Reversíveis (derivados carbamilados): fisiostigmina;
neostigmina; edrofônio.
 Irreversíveis (organofosforados): ecotiofato, malation.

 2.4. Antagonistas:
 Ação cardíaca: atropina (M); hioscina ou escopolamina (M)
 Ação nos brônquios: ipratrópio.
 Ação gastrintestinal: metantilina; propantelina; piperidolato;
diciclomina.

 JUNÇÃO NEUROMUSCULAR – músculo esquelético


 Antagonistas do Receptor muscular: relaxantes
neuromusculares (em medicação pré-anestésica) /
bloqueadores neuromuscu-lares / antagonistas competitivos
nicotínicos musculares: curares: atracúrio (tracrium®), mivacúrio
(mivacron®), vecurônio (norcuron®), rocurônio (esmeron®),
pancurônio (pavulon®), cisatracúrio (nimbium®).

b) SISTEMA NERVOSO CENTRAL.

1. SEDATIVOS – HIPNÓTICOS (potencializam a ação do gaba)


a. BENZODIAZEPÍNICOS (potencializam a ação do GABA:
relaxamento muscular, redução da ansiedade e ação
anticonvulsivante)
 De AÇÃO CURTA: loprazolam;oxazepam; midazolam; triazolam.
 De AÇÃO INTERMEDIÁRIA: alprazolam; temazepam; bromazepam;
lorazepam.
 De AÇÃO PROLONGADA: clonazepam; clorazepato; clordiazepóxido;
flunitrazepam; nitrazepam; midazolam; ketazolam; trazolam.

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b.BARBITÚRICOS (potencializam a ação do GABA: relaxamento


muscular, ação anticonvulsivante e anesthesia geral)
 TIOBARBITÚRICOS: tiopental; tiamital.
 OXIBARBITÚRICOS
 Duração média: secobarbital; pentobarbital; mefobarbital.
 Duração Longa: fenobarbital; amobarbital.
c. PROPANODIÓIS: meprobamato; tebamato.(potencializam a ação do
gaba)
d. AGONISTAS PARCIAIS da SEROTONINA): buspirona.
e. OUTROS: zolpidem; valepotriatos; hidrato de cloral; bloqueadores β
(propranolol); sulpirida (antipsicótico atípico); amitriptilina
(antidepressivo).
f. FITOTERÁPICOS: maracujá; valeriana; kava-kava; melissa.

2. OUTROS ANTICONVULSIVANTES
a. HIDANTOÍNAS: fenitoína.
b. DIBENZAZEPINAS: carbamazepina; oxicarbamazepina.
c. ÁCIDO VALPROICO
d. DERIVADOS DO GABA: gabapentina; vigabatrina.
e. OUTROS:Topiramato, lamotrigina.

3. ANTIPSICÓTICOS TIPICOS (antagonistas de receptores de


DOPAMINA):

a. SEDATIVOS: clorpromazina; fluopromazina, tioridazina, flufenazina;


trifluoperazina.
b.INCISIVOS: clorprotixeno, haloperidol, droperidol.
c. OUTROS: pimozide.

4. ANTIPSICÓTICOS ATIPICOS (antagonistas de receptores de


SEROTOINA): risperidona, clozapine, quetiapina, loxapina, sulpirida,
remoxipirida.

4. ANTIPARKINSONIANOS

a. ANTICOLINÉRGICOS CENTRAIS (antagonistas de receptores


muscarínicos): trihexafenidil; etopropazina; orfenadrina; biperideno;
benzatropina; prociclidina.
b.Fármacos que aumentam os níveis cerebrais de DOPAMINA
 LEVODOPA (pró-fármaco)
 Associação com: CARBIDOPA (inibidor de descarboxilase periférica);
SELEGILINA (inibidor irreversível, seletivo de MAO B).
c. AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS: bromocriptina; pergolida; cabergolina;
lisurida; pramipexol.
d.FÁRMACOS de AÇÃO INDIRETA (aumento da liberação de
DOPAMINA): amantadina

6. ANTIDEPRESSIVOS
a. TRICÍCLICOS (ADT – inibe receptação de NA e SE): amitriptilina
(tryptanol), imipramina (tofranil), clomipramina (anaflanil), trimipramina

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(surmontil), dopexima (sinequan, adapin), desipramina (morpramin),


nortriptilina (pamelor) e protriptilina (vivactil).
b.ISRS (Inibidor Seletivo Recaptação de Serotonina): fluoxetina
(prozac), sertralina (zoloft), paroxetina (aropax), fluvoxamina (luvox),
citalopram (cipramil) e escitalopram (lexapro), este ainda em ensaios
clínicos.
c. IMAO (Inibidor de monoaminoxidase): fenelzina; tranilcipromina;
moclobemida.
d.OUTROS: trazodone; nefazodone; mianserina; mirtazapina; citalopran.
e. FITOTERÁPICO: Hipéricum perforatum

7. ANTIMANÍACOS (estabilizadores do humor): carbonato de lítio;


carbamazepina; gabapentina; valproato de sódio; lamotrigina; topiramato.

8. ANTIVERTIGINOSOS
a. Anticolinérgicos: fisiostigmina; neostigmina.
b. Anti-histamínicos: betaistina; dimenidrinato; prometazina.
c. Outros: difenidol; flunarizina (vasodilatador central e periférico).

II. TRATAMENTO da DOR


Dor: é uma experiência sensorial e emocional desagradável de caráter
protetor e que está relacionada com lesão tecidual real ou potencial.
1. REVISÃO FISIOPATOLÓGICA

PROSTAGLANDINAS (PGDs): São produtos originados do ácido


araquidônico (obtido na dieta). Sua síntese é desencadeada por estímulos
nas membranas celulares que causa influxo de Ca+2 que ativa a fosfolipase
A2 que promove a liberação do ácido araquidônico. Após a liberação, este
ácido poderá ser metabolizado por um dos vários sistemas de enzimas,
como o das ciclooxigenases (COX), que lev a formação de prostaglandinas e
tromboxanos ; o das lipoxigenases, que formam os leucotrienos (vide figura
2).

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Figura 2. mostra o ácido araquidônicoe e suas vias da


ciclooxigenase e das lipooxegenases . (Figura retirada de
www.sistemanervoso.com/ pagina.php?secao=11&ma... visitado em
10 de setembro de 2005)
 Via das Ciclooxigenases (COX):
Produtos: prostaglandinas e os tromboxanos
Ação das Prostaglandinas
 Vasodilatação (PGE1 e PGI);
 Vasoconstrição (PGF e TXA);
 Permeabilidade capilar (PGF e TXA);
 Indução da agregação plaquetária (TXA2);
 Inibição da agregação plaquetária (PGI);
 Fluxo sanguíneo renal (PGE1 e PGI);
 Metabolismo de sódio e potássio; (Inibidores de PGE, como os
AINE’s, inibem esse metabolismo. Interação medicamentosa:
Com antihipertensivos por aumentar a concetração de sódio
no sangue)
 Potencializa a ação dos mediadores da dor
 Diminuição do limiar da dor no centro da dor (no SNC);
 Aumento da produção de calor no centro termorregulador (no SNC)
 Sensibiliza os nociceptores;
 Aumento do fluxo sanguíneo da mucosa;
 Proteção ás células epiteliais (MUCO);

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 Reduz Secreção ácida;


 Aumenta Contração e motilidade gastrintestinais.

 Outros mediadores
HISTAMINA:
É uma amina básica encontrada na maioria dos tecidos, porém em maiores
concentrações no pulmão, pele e trato gastrointestinal e ficaarmazenada
nos mastócitos e basófilos (com exceção do estômago e em neurônios
histaminérgicos no cérebro). São conhecidos até hoje 4 receptores para a
histamina: H1, H2, H3 e H4.
o Suas principais ações são:
 Estimulação da secreção gástrica (H2);
 Contração da maioria da musculatura lisa (por exemplo: músculo liso
brônquico e do TGI) com exceção dos vasos sanguíneos (H1);
 Estimulação cardíaca: efeito inotrópico e cronotrópico (H2);
 Vasodilatação (H1);
 Aumento da permeabilidade vascular (H1);
 Mediador das reações de hipersensibilidade tipo I;
 Inibição de liberação de neurotransmissores (H3);
 Recrutamento de eosinófilos (H4).
BRADICININA
É um peptídeo ativo formado pela quebra de proteínas circulantes.
Existem 2 tipos principais de receptores: B2 (fisiológico) e B1 (nos
processos inflamatórios).
 Suas principais ações são:
 Vasodilatação dependente da liberação de NO e prostaglandina I2;
 Aumento da permeabilidade vascular;
 Estimulação de terminações nervosas da dor;
 Estimulação do transporte epitelial de íons e da secreção de líquidos nas
vias aéreas e no trato gastrointestinal;
 IECA (inibidores da enzima conversora de angiotensina) aumenta sua
capacidade de ação.
2. ANALGÉSICOS

São empregados no tratamento da dor. Divididos em opioides e não


opióides.

Analgésicos Opióides: substâncias agonistas de receptores presentes


no sistema nervoso central. São ativados por endorfinas, encefalinas e
dinorfinas (μ, δ e κ), responsaveis por eliminar ou reduzir a sensação de
dor. Eles eliminam ou reduzem a sensação de dor, sem causar a perda de
consciência.

Risco: Depressão respiratória,depressão circulatória, parada respiratória,


choque e parada cardíaca. As reações adversas mais frequentemente
observadas incluem tontura, vertigem, sedação, náusea, vômito e
transpiração.

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 Classificação Fentanil, Sufentanil,


a) Naturais:Morfina, Alfentanil,
Codeína e Tebaína Propoxifeno,
b) Semi- Sintéticos Levorfanol, Butofarnol,
(origem natural e Tramadol
de radicais
sitéticos): Hidrodona,
Oxicodona
Eficácia e dependência
diminuem neste
c) Sintéticos: sentido
Meperidina, Metadona,

 Agonistas seletivos do receptor μ: Morfina, Metadona, Fentanil


 Agonistas não seletivos (ativam todos os tipos de receptores
opióides): Levorfanol e Etorfina
 Antagonistas não seletivos(bloqueiam todos os tipos de receptors
opióides): Naloxona e Nalt
3. ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES

Analgésicos não opióides: são analgésicos com mecanismo de ação


analgésico diferente dos análogos da morfina. Estes analgésicos também
apresentam efeito antipirético (redução da temperatura corporal) associado
e NÃO possuem atividade antiinflamatória (ex.: dipirona, paracetamol).
Paracetamol (acetaminofenol)
o Não possui mecanismo de ação esclarecido.
o Apresenta pequena capacidade de inibir COX em casos de alta
concentração.
o Eficácia antipirética. (Ação no SNC)
o Tem fraca atividade anti-inflamatória e não apresenta efeitos
adversos gástricos nem plaquetários, como ocorre com os
AINEs.
 RAM: Metahemoglobinemia; Anemia hemolítica; Necrose hepática

Dipirona: derivado pirazolônico cujo mecanismo de ação não está


completamente elucidado. Acredita-se que aja sob o sistema nervoso
central e o periférico (hipóteses).
 Sistema nervoso periférico
o Ação analgésica por mecanismo desconhecido;
 Sistema nervoso central
o Ação antipirética e analgésica: Inibição da COX1, com
consequente inibição da síntese de prostaglandinas no
hipotálamo; Adiminuição da produção de prostaglandinas leva a
um efeito analgésico e inibe o termostato hipotálamo levando a
um efeito antipirético.

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RAM: Agranulocitose (intoxicação da série de células brancas


sanguíneas); Bócio; Trombocitopenia; Anemia aplástica; Retenção de sódio;
Ulcerações; Hemorragia.

4. ANTIINFLAMATÓRIOS
4.1. NÃO HORMONAIS (AINES):
Classificação de acordo com inibição de COX: nem todos AINES
manifestam na mesma intensidade a ação antiinflamatória e os efeitos
analgésicos e antipiréticos, já que seus efeitos e ações variam conforme a
seletividade, isto é, de acordo com a inibição do tipo de COX.
 Tipos de Cox:
a) COX1: essencial constitutiva (encontrada na maioria das células e
tecidos), relacionada à produção de prostaglandinas para
manutenção das funções fisiológicas, principalmente em órgãos como
vaso, estômago e SNC
b) COX 2: encontrada em situações fisiológicas, principalmente renal,
cardíaco e hepático e em situações patológicas, já que COX2 é
induzida pelo processo inflamatório e por interleucinas e está
relacionada à produção de prostaglandinas para inflamação, dor e
febre.

Inibidores seletivos de COX1: Aspirina.


Inibidores seletivos de COX2: Meloxicam, Salicilato, Indometacina,
Ectodolato e Nimesulina.
Inibidores altamente seletivos de COX2: Coxibs.
Inibidores não seletivos de COX (equipotentes para ambas as enzimas:
COX1 e COX2): Diclofenaco, Ibuprofeno, Ácido Mefenâmico, Piroxicam,
Sulindaco, Nabumetona.
Mecanismo de ação: inibição da ciclooxigenase 1 e/ou 2 (COX1-COX2),
por alteração na isoforma da enzima (inibição irreversível), com
consequente inibição da síntese de prostaglandinas.

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Fosfolipídios de membrana

Ação enzimática: fosfolipases, que


são inibidas pelos AIES.

Araquidonato

Inibido pelos AINES / Estímulos químicos, físicos e


AIES inibe transcrição inflamatórios.
de COX2.
Ácido araquidônico

Via da Ciclooxigenase
(COX1, COX2). Via da lipooxigenase
(LOX).
Prostanóides: Prostaglandinas e Leucotrienos
tromboxanos.

Ações e efeitos
 Os AINES ao inibir a ciclooxigenase (COX1 e/ou COX2) e,
consequentemente, diminuir a síntese de prostaglandinas
apresentam:
 efeito antiinflamatório: ao diminuir a prostaglandina
vasodilatadora, reduz a vasodilatação e reduz o edema
 efeito analgésico
- efeito no sistema periférico: ao
diminuir a produção de
prostaglandinas, diminui a
sensibilização das terminações
nervosas nociceptivas;
- efeito no SNC: ao inibir COX1
presente no SNC, reduz a síntese
de prostaglandina local,
impedindo que essa diminua o
limiar da dor no centro da dor)
 efeito antipirético (inibição da síntese local de
prostaglandinas, que são mediadoras no centro
termorregulador do hipotálamo).

Reações Adversas:.
 Ao inibir COX1 (como é o caso da Aspirina que é um inibidor
seletivo, irreversível de COX1) prevalente fisiologicamente em
órgãos como vasos, estômago e SNC podem resultar em efeitos
adversos nesses órgãos:

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 No estômago: a inibição de COX1 diminui a síntese de


prostaglandinas que agem estimulando a mucoproteção
gástrica e inibindo a secreção gástrica, sendo assim essa
ação da prostaglandina será inibida, logo os AINES podem
levar a distúrbios gastrintestinais como a úlcera péptica;
 Sistema hematológico: a inibição de COX1 pode levar,
ainda a inibição da agregação plaquetária e, por
conseguinte déficit de coagulação com consequente
quadros de hemorragia, já que as plaquetas humanas
expressam apenas COX-1 e, portanto sua inibição, leva a
uma diminuição da síntese de tromboxano que é
responsável pela agregação plaquetária
 SNC: pode haver quadros como: vertigens, quadro
psicótico, sonolência, cefaléia e irritabilidade.

 Ao inibir COX2 (com destaque para os Coxibs, inibidores


altamente seletivos para COX2) pode haver efeitos adversos em
órgãos como:
 Rins: como as prostaglandinas atua no fluxo sanguíneo
renal, o déficit na sua síntese pode acarretar
insuficiência renal reversível com a interrupção do
fármaco
 Coração : proporciona maiores riscos cardíacos
 Fígado : hepatotoxicidade podendo evoluir para uma
insuficiência hepática
4.2. HORMONAIS (AIEs)
Antiinflamatórios Esteroidais (AIEs): são análogos dos hormônios
endogenamente produzidos,(glicocorticóides)
Mecanismo de Ação:
Interagem com o DNA e regulam a ativação e supressão de diferentes
genes de alguns mediadores da inflamação como as citocinas, de
enzimas durante o processo inflamatório como a COX-2 e de
moléculas que recrutam células inflamatórias como neutrófilos,
eosinófilos e linfócitos T da circulação, para os locais da inflamação

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 Ações Fisiológicas dos esteróides endógenos: Alteração do


metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas; Manutenção do
equilíbrio eletrolítico; Manutenção das funções normais: Sistema
Cardiovascular; Sistema Imunológico; Renal; Musculatura esquelética;
Sistema Nervoso.
 Ações Farmacológicas
 Inibição direta da Fosfolipase A2 e indireta por via síntese de
lipocortina;
 Menor produção de PGDs (prostaglandinas) e LT (leucotrienos);
 Inibição transcrição de COX 2;
 Aumento da estabilidade da membrana do lisossomo (menor
liberação de histamina);
 Aumento da permeabilidade capilar;
 Menor ativação e proliferação de células T (queda na produção de
interleucinas e, consequentemente, menor migração leucocitária).

 Uso Clínico: Terapia de reposição nas insuficiências adrenais;


Ação antiinflamatória e imunossupressora; Doenças
mieloproliferativas; Preparação do organismo para resistir a
circunstâncias estressantes, como estímulos nocivos e alterações
ambientais (ex: cirurgias).
 Reações Adversas
 Síndrome de Cushing (excesso de corticóide)/ Síndrome de
Abstinência (dependência)
 Hiperglicemia, retenção hídrica, diminuição da resposta imune,
diminuição da síntese protéica, diminuição do crescimento,
osteoporose (interferência na eliminação do íon cálcio).
 Inibição da síntese fisiológica de cortisol

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 Exemplos (corticóides – fármacos)


o De ação curta a média (atividade biológica até 12h)
 Hidrocortisona
 Cortisona
 Predinisona
 Prednisolona

o De ação intermediária
 Fluprednisolona
o De ação prolongada (atividade biológica maior que 48h)

 Dexametasona

III. FÁRMACOS QUE INTERFEREM NO SISTEMA RESPIRATÓRIO

1.Introdução
A principal importância dos fármacos que atuam no sistema
respiratório está relacionada à terapêutica da asma brônquica.
Asma: Condição em que as vias aéreas de uma pessoa ficam
inflamadas, estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra, o
que dificulta a respiração. São resultado de uma resposta de
hipersensibilidade do tipo I. A obstrução da via aérea é reversível com
tratamento ou espontaneamente.
Asma crônica - consequências
 Diminuição da capacidade de trocas gasosas já que o epitélio
respiratório é destruído, perdendo suas características normais .
 Processo obstrutivo crônico irreversível devido a
alterações na membrana basal, com ruptura e deposito de
fibrina, hiperplasia e hipertrofiam da musculatura lisa brônquica
e aumento das glândulas produtoras de muco, alterações na
permeabilidade vascular, mudanças na função mucociliar,
ocorrendo assim um. Clinicamente o paciente
apresenta:dispnéia progressiva, tosse seca, sibilância e
aperto no peito.

Os principais fatores desencadeantes das crises asmáticas


são: aeroalergênicos (ácaros, fibras vegetais, proteínas presentes nos
pêlos de animais, restos de insetos, grãos de pólen, poluentes

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liberados pela queima de combustíveis, etc.), medicamentos,


mudanças climáticas, exercício físico e estresse emocional.

Para considerarmos o mecanismo de ação dos fármacos utilizados


devemos caracterizar as substâncias liberadas e suas ações
fisiopatológicas.
Fase aguda: liberação de histamina com broncoconstrição (ver
ações da Histamina no item 5 - Capítulo IV: Analgésicos, antipiréticos
e antinflamatórios). Objetivo: Alívio dos sintomas agudos (tosse e
dispneía)
Fase crônica: inflamação crônica com remodelamento das vias
aéreas (ver mediadores da inflamação no mesmo capítulo acima).
Objetivo: Terapia de controle em longo prazo e ação preventiva.

2. GRUPOS de FÁRMACOS

2.1. Tratamento da Asma


Os objetivos do tratamento da asma são:
 controlar os sintomas
 prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo e permitir atividades
normais ao indivíduo
 manter a função pulmonar normal
 evitar crises e hospitalizações
 reduzir a necessidade do uso de broncodilatador para alívio
 minimizar os efeitos adversos dos medicamentos
 prevenir morte por dificuldade respiratória

O tratamento se baseia no bloqueio das ações das substâncias


isoladas e/ou na ativação da broncodilatação (relaxamento do
músculo liso).

a) Broncodilatadores: Fármacos que interferem via Sistema


Nervoso Autônomo (estes fármacos já foram descritos
anteriormente no SN Simpático)

 Beta-2-agonistas Ex: Salbutamol (Aerolin), Fenoterol (Berotec):


Ativam os receptores Beta 2 bronquicos levando ao relaxamento da
musculatura local. Também inibem a atividade de mastócitos e a
liberação de histamina. Podem ser de uso inalatório, oral ou
parenteral
 Antagonistas Muscarínicos (Ipratrópio):. São antagonistas
farmacológicos competitivos da acetilcolina, que apresenta atividades
broncoconstritoras e secretoras, assim nas vias aéreas são capazes
de bloquear a atividade do nervo vago, impedindo a broncoconstrição
e diminuindo a secreção de muco.
 Agonistas alfa (Oxametazolina; Fenilefrina; Efedrina;
Nafazolidina): usados nas vias aéreas superiores, estimulam
receptores alfa causando vasoconstrição, diminuindo, portanto, a
congestão nasal.

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b) Antiinflamatórios:

 Cromonas (Neodrocromil, Cromoglicato Dissódico): AINE


inalatório,; atuam e inibem a liberação de histamina,
leucotrienos e outras substâncias inflamatórias e
conseqüentemente seus efeitos, dentre eles o broncoespasmo.
Atuam na fase imediata da reação tipo I, portanto é usado
apenas para a Asma Leve Intermitente, no tratamento das
crises agudas.
 Corticoesteróides: inibindo a metabolização do ácido
aracdônico pelas vias lipoxigenase e cicloxigenase, diminuindo
assim a síntese de aminas vasoativas como leucotrienos e
prostaglandinas.

c) Corticóides (AIE’s)

 Os corticoides esteroidais orais são utilizados no tratamento da


Asma Grave, prescritos em dose mínima diariamente ou em
dias intercalados.
 Podem ser utilizados também no tratamento de Asma Leve
Persistente ou Moderada por um período curto (3 a 5 dias).
 São utilizados para o tratamento da Asma Persistente no geral

Outros Fármacos com ação no Sistema Respiratório:


 Metilxantinas (Aminofilina e Teofilina): promovem
broncodilatação direta e também possuem alguma atividade
antiinflamatória sobre as vias aéreas.
 Antileucotrienos (Montelucaste, Zafirlucaste): antagonistas
competitivos dos receptores de leucotrienos.São usados
isoladamente no tratamento da Asma Leve Persistente e associados a
outros medicamentos na Ama Moderada e Grave.
 Inibidores da lipoxigenase (Zileutina): inibidores enzimáticos
que competem com ácido aracdônico na formação dos leucotrienos.
 Fármacos Anti-histamínicos (estes fármacos já foram descritos
anteriormente): Atuam pela antagonização competitiva e reversível
de receptores H1, bloqueando as ações da histamina.
 Mucolíticos: Acetilcisteína,Bicarbonato de sódio, Iodeto de
Postássio, Ipeca
 Antitussígenos:elevam o limiar do centro da tosse. Ex: Codeína;
Dextrometafano; Levopropoxifeno; Folcodina; Noscapina;
Ipratrópio; Antihistamínicos

2.2. DPOC
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por
sinais e sintomas respiratórios associados à obstrução crônica das
vias aéreas inferiores, geralmente em decorrência de exposição
inalatória prolongada a material particulado ou gases irritantes, sendo

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o tabagismo a sua principal causa. A fisiopatologia da DPOC envolve


bronquite crônica e enfisema pulmonar, os quais geralmente ocorrem
de forma simultânea, com variáveis graus de comprometimento
relativo num mesmo indivíduo. Os principais sinais e sintomas são
tosse, dispneia, sibilância e expectoração crônica. A DPOC está
associada a um quadro inflamatório sistêmico, com manifestações
como perda de peso e redução da massa muscular nas fases mais
avançadas.
O diagnóstico de DPOC é feito com base na história clínica, no exame
físico e nos exames complementares.
O tratamento Farmacológico da DPOC segue a mesma linha dos
fármacos utilizados no tratamento da Asma brônquica. Os mesmos
grupos farmacológicos são prescritos: broncodilatadores,
corticosteroides, antileucotrienos...

IV. FÁRMACOS QUE INTERFEREM NO SISTEMA


GASTRINTESTINAL
1. INTRODUÇÃO

As principais funções do TGI importantes do ponto de vista


farmacológico são: secreção gastrintestinal; vômito; motilidade do
intestino e expulsão das fezes; formação e secreção da bile. Portanto
os fármacos importantes que agem nesse sistema irão interferir
nessas funções.
O sistema nervoso entérico: Os plexos mioentérico e submucoso
são redes de fibras nervosas e corpos celulares de neurônios.
Controle simpático e parassimpático: A ativação dos nervos
simpáticos geralmente inibe as atividades motoras e secretórias do
sistema gastrintestinal, enquanto a estimulação de nervos
parassimpáticos aumenta as atividades.
Controle hormonal: Para fins farmacológicos, apesar de existirem
vários hormônios importantes, serão considerados aqui a gastrina,
histamina e acetilcolina que serão fundamentais na secreção de HCl
pelas células parietais.

i. Estimulo da secreção de HCL: A secreção do ácido clorídrico


será nosso principal foco de estudo, já que é a principal fonte
de sintomal do TGI e o principal foco da industria farmacéutia
para produçõ de fámacos.

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 Gastrina, histamina e acetilcolina estimulam a secreção de HCl,


sendo que, cada um liga-se a uma classe distinta de receptores na
membrana da célula parietal.

Membrana basoleteral da
célula parietal gástrica

o A acetilcolina (substância neuroendócrina) é liberada


através de terminais nervosos colinérgicos. A acetilcolina
liga-se a receptores muscarínicos M3 e abre os canais
para cálcio na membrana plasmática apical, além disso,
promove a liberação das reservas de cálcio intracelulares.
Uma concentração elevada de cálcio intracelular
intensifica a secreção de HCl pela ativação de canais para
K basolaterais. (Observe a Imagem acima)

o A gastrina (substância endócrina) é produzida pelas


AMPc
células G na mucosa do antro gástrico e duodeno. A
PGE
gastrina liga-se
AMPc aos receptores CCK-B, o que eleva a
IP3
Membrana apical da célula parietalconcentração de cálcio intracelular ativando o mesmo
gátrica mecanismo da acetilcolina. (Observe a Imagem acima)

o A histamina (substância parácrina) é liberada das células


ECL na mucosa gástrica e difunde-se até as parietais. A
histamina liga-se a receptores H2 nas células parietais

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ativando a adenilil ciclase e eleva AMPc, o que estimula a


secreção de HCL pela ativação de canais basolaterais
para K e os canais apicais para Cl. (Observe a Imagem a
Cima)

o OBS: As prostaglandinas fazem um papel protetor da


mucosa gástrica, uma vez que ao ligar-se ao seu receptor
na célula parietal elas levam a diminuição da concetração
de AMPc intracelular,levando a inibição dos canais
basolaterais de K+ e a diminuição da secreção de HCl. Por
isso, ao tomar inibidores de COX-1 (AINE’s), a COX que
produz a prostaglandina no estômago, háum risco maior
de desenvolver ùlceras e DRGE.

ii. Vômitos: Os estímulos eméticos incluem:


 Substâncias químicas ou fármacos no sangue ou no intestino.
 Aferência neuronal do TGI, labirinto e SNC.
 As vias mediadoras incluem:
o Impulsos da zona de gatilho quimiorreceptora (CTZ) de
vários outros centros do SNC (?) – retransmitido ao centro do
vômito.
o Transmissores químicos (histamina, acetilcolina, dopamina,
S-HI) atuando sobre receptores (H1, muscarínicos, O2, etc).

2. FÁRMACOS UTILIZADOS PARA INIBIR OU NEUTRALIZAR AS


SECREÇÕES ÁCIDAS:
a) Principais Indicações: Tratamento de úlcera péptica (duodenal e
gástrica); Esofagite de refluxo; Gastrite; Síndrome de Zollinger-
Ellison (tumor secretor de gastrina)

b) Fármacos utilizados (de acordo com mecanismo de ação):


Anti-histamínicos (antagonistas de receptor H2): Cimetidina;
Ranitidina; Nizatidina; Famotidina
Mecanismo de ação: Atuam inibindo competitivamente as ações da
histamina nos receptores H2.. Estes agentes reduzem a secreção
gástrica basal e estimulada por alimentos em 90% ou mais,
facilitando a cicatrização das úlceras.

Inibidores da bomba de prótons: Omeprazol; Lansoprazol;


pantoprazol
Mecanismo de ação: Inibem irreversivelmente o canal de H+/K+-
ATPase, diminuindo a via final de secreção ácida.
São inativos em pH neutro (tomar em jejum) acumulam-se nas células
parietais (pH ácido), onde são ativados.

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Neutralizadores (Antiácidos): Hidróxido de magnésio (pó solúvel);


Trissilato de magnésio (pó solúvel); Hidróxido de alumino (gel);
Bicarbonato de sódio; Alginatos(aumentam a aderência de muco à
mucosa esofágica)
Mecanismo de ação: Atuam neutralizando o ácido secretado,
elevando o pHgástrico. Inibem a atividade péptica.

3. FÁRMACOS UTILIZADOS NA INFECÇÃO POR H. PYLORI:


 Inibidores de bomba de prótons (Omeprazol e Pantoprazol)
 Quelatos de bismuto
 Antibióticos (Amoxicilina, Claritromicina, Tetraciclina e
Metronidazol)

4. FÁRMACOS QUE PROTEGEM A MUCOSA GÁSTRICA


São agentes citoprotetores que potencializam os mecanismos de
proteção da mucosa gástrica.
Quelato de bismuto: Possui efeitos tóxicos sobre o bacilo H. pilory e
também impede a aderência deste sobre a mucosa e inibe suas
enzimas proteolíticas. No caso de úlceras, adsorve a pepsina pelo
aumento da produção local de prostaglandinas e estimulando a
solução de bicarbonato.
Sucralfato: É um complexo de hidróxido de alumínio e sacarose
sulfatada que libera alumínio, adquire carga negativa e se liga a
grupos de carga positiva nas proteínas e glicoproteínas na presença
de ácido.

5. FÁRMACOS EMÉTICOS
São utilizados no caso de ingestão de substâncias tóxicas.
A regulação do vômito depende de duas áreas neurais: o centro do
vômito, que controla os movimentos inter-relacionados do músculo
liso e estriado; e a zona de gatilho quimiorreceptora, que por ser
sensível a estímulos químicos é o local de ação de certos fármacos
como a Apomorfina, Morfina e Glicosídeos cardíacos.

6. FÁRMACOS ANTI-EMÉTICOS
Os anti-eméticos podem ser utilizados em diversas situações clínicas:
 Tratamento adjuvante na quimioterapia do câncer
 Combate de náuseas e vômitos causados por agentes
citotóxicos.
a. Antagonistas dos receptores H1:
Mecanismo de ação: São antagonistas competitivos da ação da
histamina nos receptores H1. Também atuam nos receptores de
serotonina. (Cinarizina; Ciclizina, Dimenidrato;Prometazina).
b. Antagonistas dos receptores muscarínicos: Hioscina
Mecanismo de ação: Antagonizam a ação da acetilcolina nos
receptores muscarínicos.
Obs: A Hioscina é ativa contra náuseas e vômitos de origem
labiríntica e contra os vômitos causados por estímulos locais no
estômago.

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c. Antagonistas de receptores 5-HT3:


Mecanismo de ação: Bloqueiam os receptores transmissores da
êmese, reduzindo o estímulo do vômito. São mais indicados em
vômitos provocados por agentes citotóxicos e radioterapia, mas
também são eficazes no tratamento da hiperêmese gestacional. Ex:
Granisetrona, Ondansetrona
d. Fenotiazinas: Mecanismo de ação: São ativas contra agentes
que estimulam a zona de gatilho por antagonizar receptores de
dopamina (D2) nessa região. Também podem bloquear receptores
muscarínicos e histamínicos, podendo apresentar outros locais de
ação. Ex: Clorpromazina; proclopemazina; trifluoperazina;
tietilperazina.
e. Metoclopramida:
É um antagonista dos receptores dopaminérgicos que atuam na
zona de gatilho.
f. Canabinóides: Anabilona diminui os vômitos causados por
estimulantes da zona de gatilho. Seu efeito anti-hemético é
antagonizado pela Naloxona.
g. Esteróides: Em altas doses podem ter ação antieméticapor um
mecanismo desconhecido.

7. FÁRMACOS QUE ALTERAM A MOTILIDADE DO TRATO


GASTROINTESTINAL:
 Purgativos: Aceleram o trânsito intestinal.
 Laxativos formadores de bolo fecal: Polímeros de
polissacarídeos que não são degradados pela digestão, atuam na
retenção de água na luz intestinal estimulando o peristaltismo.
Exemplo: Metilcelulose, estercúlia, ágar, farelo e casca de
ispaghula.
 Laxativos osmóticos: São solutos pouco absorvidos que
mantêm um volume maior de líquido na luz intestinal por
osmose. Os mais utilizados são: Sulfato de magnésio, hidróxido
de alumínio, lactulose.
 Emolientes fecais: Ducosato de sódio é um composto
tensoativo que atua de maneira semelhante a um detergente,
tornando as fezes com consistência mais mole.
 Purgativos estimulantes: Aumentam a secreção de água
e eletrólitos pela mucosa e aumentam o peristaltismo. Os mais
importantes são: Bisacodil, Picossulfato de sódio e preparados da
SENE.

8. FÁRMACOS QUE AUMENTAM A MOTILIDADE


GASTROINTESTINAL:
 Antagonistas dos receptores dopaminérgicos D2:
Através de um mecanismo desconhecido, aumentam a pressão
do esfíncter esofágico inferior, aumentam o esvaziamento
gástrico, e potencializam o peristaltismo duodenal. Exemplo:
Domperidona, Metocropramida (aumentam o esvaziamento
gástrico)

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 Cisaprida: Estimula a liberação de acetilcolina no plexo


mioentérico do trato gastrointestinal superior.

9. AGENTES ANTIDIARREICOS:
Os principais são os opiáceos (codeína, tifenoxilato e
lorepamida); e os antagonistas dos receptores muscarínicos.
Obs: O subsalicilato de bismuto é utilizado na diarréia do
viajante.

10. SUBSTÂNCIAS ADSORVENTES:


Caolim, Pectina, Greda, Carvão, Metilcelulose, Atalpugita ativada
(silicato de magnésio e alumínio).

11. AGENTES ANTIESPASMÓDICOS:


Importantes no tratamento da síndrome do colón irritável e na
doença diverticular. São utilizados antagonistas dos receptores
muscarínicos (Propantelina e Diciclomina).

12. ANTINFLAMATÓRIOS: Fármacos utilizados no tratamento da


doença intestinal inflamatória crônica (colite ulcerativa e
doença de Crohn): Glicocorticóides e Sulfasalazina: mecanismo de
ação desconhecido, mas provavelmente elimina radicais livres,
inibe a produção de prostaglandinas e reduz a quimiotaxia de
neutrófilos.

13. FÁRMACOS QUE AFETAM O TRATO BILIAR:


Fármacos que dissolvem os cálculos biliares de colesterol não
calcificados -ácidoquenodesoxicólico (CDCA) e
ácidoursodesoxicólico (UDCA).
Fármacos que diminuem a pressão intrabiliar Morfina,
Buprenorfina, Petidina, Atropina e Nitratos.

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III– FÁRMACOS que INTERFEREM no SCV

1. ANTI-HIPERTENSIVOS
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial
caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140
e/ou 90 mmHg. Associa-se frequentemente a alterações funcionais
e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento
do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais.

1.1 CONCEITOS.
Para se efetuar o diagnóstico, é preciso que a pressão arterial esteja
aumentada, no mínimo, em duas posições - sentado e deitada, em
pelo menos 3 medidas.
A hipertensão primária ocorre em cerca de 90% e sua causa é
desconhecida

A hipertensão arterial secundária pode ser desencadeada por


mecanismos como patologias renais (aumento do volume sistólico),
cardíacas e suprarrenais (levam a um aumento da liberação de
adrenalina).

1.2. TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL


O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a
redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Deve-se
explicar aos pacientes, detalhadamente, a ocorrência de possíveis
efeitos adversos, a possibilidade de eventuais modificações na
terapêutica instituída e o tempo necessário para que o efeito pleno
dos medicamentos seja obtido.
.
1.2.1. TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO

O tratamento não medicamentoso (TNM) da HA envolve controle


ponderal, medidas nutricionais, prática de atividades físicas, cessação
do tabagismo, controle de estresse, entre outros e deve ser instituído
em todos os casos de hipertensão arterial.
Além disso, é desejável que o paciente hipertenso seja acompanhado
por uma equipe multiprofissional (Grau de Recomendação I e Nível de
Evidência A), dado que a HAS é uma síndrome clínica multifatorial.
O sucesso do tratamento da HA com medidas nutricionais depende da
adoção de um plano alimentar saudável e sustentável. A dieta DASH
(Dietary Approaches to Stop Hypertension) enfatiza o consumo de
frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a
ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas;
preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas
com açúcar. Além disso, recomenda-se redução do consumo de sódio
e o consumo de ácidos graxos insaturados, fibras, oleaginosas,
laticínios, vitamina D entre outros.
(Para mais leia a Diretriz de Hipertensão Arterial)

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.
1.2.2. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
A escolha do esquema terapêutico deve basear-se então, no
mecanismo fisiopatogênico predominante, nas características
individuais do paciente, em sua situação econômica, na experiência
anterior com outros anti-hipertensivos e nas condições e doenças
associadas.

Classes de Fármacos anti-hipertensivos utilizados na clínica:


 Diuréticos: tiazidicos e furosemida
 Vasodilatadores diretos: minoxidil; nitroprussiato; hidralazina.
 Substância que afetam a função do Sistema Nervoso Simpático
a) Centrais: clonidina, alfa metildopa
b) Periféricos:
 Bloqueadores alfa: prazosina, terazosina e doxazosina
 Bloquadores beta: propranolol, bisoprolol, alprenolol e
metoprolol
 Bloqueadores alfa e beta: Carvedilol, labetalol
 Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA):
enalappril, captopril, lisinopril e ramipril
 Bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA):
temisartan, losartan
 Bloqueadores de canais de cálcio: nifedipina, amlodipina e
nicardipina

1)Diuréticos

 Conceitos da Diurese:
o Taxa de Filtração Glomerular: Volume de líquido
flitrado dos glomérulos para dentro da cápsula renal por
unidade de tempo.
o Reabsorção: O papel da reabsorção é de recuperar as
moléculas que foram filtradas, mas são essenciais ao
organismo e devem retornar para a circulação. Esse
processo acontece, principalmente, no túbulo proximal do
néfron.
o Secreção: Do mesmo modo que existem moléculas que
devem retornar à circulação, existem as que precisam ser

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eliminadas, mas não são filtradas. O papel da secreção é


remover essas moléculas
Princípios da ação diurética

Os diuréticos são fármacos que aumentam a diurese ao diminuir a


reabsorção de sódio. Quando há maior concentração de sódio na luz
do nefron, a água não é reabsorvida para circulação sanguíne devido
o desiquilibrio osmótico. Os diuréiticos diminuem o volume de água
na corrente sanguínea, o que leva a diminuição da volemia, que
diminui o retorno venoso para o coração, o débito cardíaco
(freqüência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico) diminuindo a
pressão arterial perfiférica, que é diretamente proporcional ao débito
cardíaco ( PA = DC X Resistência Vascular Periférica)

Diuréticos de alça (furosemida)


 Diuréticos de alta eficácia: inibem ate 25% a reabsorção
de Na.
 Atuam sobre o ramo ascendente espesso inibindo o
transportador de Na+/K+/2Cl
 No ducto coletor, haverá uma maior concetração de sódio
devido a ação na alça, o que ativa a aldosterana que irá
causar a formação de canais de sódio, reabsorvendo esse
íon às custas de perda de K+ e H+ na urina.
Ions perdidos: Perde-se K+, H+, Cl- e Ca²+ e Mg²+.

Aspectos farmacocinéticos: VO (habitualmente) e EV (indicação


em urgência). Tratamento de ICC (diminuem absorção intestinal).
Efeitos indesejáveis:
 Perda excessiva de Na+ o que pode levar a hipovolemia e
hipotensão
 Perda excessiva de K+ pode levar a hipocalemia, levando a
arritmias (reavaliar quando há uso simultâneo com digoxina e outros
antiarrítmicos da classe 3). Considerar alimentação.
 Alcalose metabólica; Hipomagnesemia; Hiperuricemia e
hiperglicemia.

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 Ações não-renais: Perda de audição e Reações alérgicas

Diuréticos que atuam sobre o túbulo contorcido distal:


Tiazídicos:
 Apresentam média eficácia, inibem cerca de 10% da reabsorção
de sódio
 Ligam-se ao sítio do Cl- do sistema de co-transporte tubular
distal de Na+/Cl-, inibindo sua ação. Causam natriurese com
perda de Na+ e Cl-.
 No ducto coletor, haverá uma maior concetração de sódio
devido a ação na alça, o que ativa a aldosterana que irá causar
a formação de canais de sódio, reabsorvendo esse íon às custas
de perda de K+ e H+ na urina, no entando em menos
intensidade que os diuréticos de alça.
 Os tiazídicos tem ação vasodilatadora direta
Íons perdidos: Na+,K+, H+ e Mg²+
Aspectos farmacocinéticos: uso de via oral. São eliminados na
urina (secreção tubular).
Efeitos indesejáveis (leves):
 Perda renal de sal, diminuição de PA e alcalose metabólica
hipocalêmica, hiponatremia, hipocalciúria (pode ser benéfico em
pacientes com osteoporose).
 Disfunção erétil
 Hiperuricemia (gota)
 Hiperglicemia e reações idiossincráticas

Diuréticos Osmóticos: (Manitol- baixa eficácia):


Aumentam a osmolaridade do sangue e ‘’puxam’’ água das células e
tecidos. Como resultado aumentam a taxa de filtração glomerular.

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Locais de ação são: TCP e ramo descendente da alça,


Eficazes na hipertensão intracraniana e no aumento da pressão intra-
ocular aguda.
Administrados por via EV podem causar aumento do volume
extracelular, se houver insuficiência do ventrículo esquerdo,
hiponatremia, cefaléia, náuseas e vômitos.

Outros Diuréitos:
Antagonistas de aldosterona (espironolactona)
• Bloqueadores de canal de sódio (triantereno,
amilorida)
• Inibidores da anidrase carbônica
B) VASODILATADORES DIRETOS

 Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo


relaxamento muscular com consequente vasodilatação e
redução da resistência vascular periférica.
 São utilizados em associação com diuréticos e/ou
betabloqueadores. Hidralazina e minoxidil são dois dos
principais representantes desse grupo.

C)BLOQUEADORES DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO:

Beta-bloqueadores : Os bloqueadores de receptores beta têm


mecanismo anti-hipertensivo pela diminuição da pressão sistólica e
diástolica,redução da freqüência cardíaca,e consequênte redução do
débitocadíaco ( Lembre-se: DC= Volume Sistólico xFC) , redução
da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição
das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) nas sinapses
nervosas. Betabloqueadores de geração mais recente como o

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carvedilol, diferente mente dos betabloqueadores mais clássicos


(propranolol), proporcionam vasodilatação, que, no caso do
carvedilol, decorre em grande parte do efeito de bloqueio
concomitante do receptor α1 adrenérgico.
O propranolol, por sua ação no SNC, se mostra também útil em
pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de
origem vascular e naqueles com hipertensão portal.

D)INIBIDORES DO SISTEMA RENINA/ANGIOTENSINA


Os Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA),
como lisinopril, enalapril, ramipril e captopril,
 Agem fundamentalmente pela inibição da enzima conversora
da angiotensina, bloqueando a transformação da angiotensina I
em II no sangue e nos tecidos.
 São eficazes no tratamento da hipertensão arterial sistêmica,
reduzindo a morbidade e a mortalidade cardiovasculares nos
hipertensos
Ações da angiotensina II: age nos receptores AT1 do vaso,
levando a vasocontrição periferica. Inibem a formação de
bradicinina, que tem ação vasodilatadora e de broncoespasmo.
Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA)
 São eficazes no tratamento da hipertensão . Antagonizam a
ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus
receptores AT1..
 São nefroprotetores no paciente com diabetes melito do tipo 2
com nefropatia estabelecida e incipiente.

E) BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO

 Eles bloqueam a entrada do cálcio nos canais lentos de cálcio


da musculatura cardíaca e arterial, impedindo a formação do
potencial de ação.
o Os bloqueadores dos canais de Ca2+como a nifedipina,
amlodipina, nicardipina e felodipina são os mais indicados
para o tratamento da hipertensão arterial por
apresentarem um grande efeito vasodilatador.
o Os bloqueadores dos canais de Ca2+como verapamil e
diltiazem apresentam um menor poder vasodilatador,
mas possuem um efeito de diminuir a frequência e a
contratilidade do coração, sendo assim, opções nos
pacientes com arritmias ou doença isquêmica cardíaca.

2. CARDIOATIVOS: Digitálicos
 Inibem reversivelmente a enzima Na+/K+ Atpase, impedindo o
funcionamento da bomba de sódio e potássio do coração.

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 Isso leva a um aumento de Na+ dentro da célula, diminuindo o


gradiente formado pela sua saída, o que lentifica a extrusão do
Ca+ que dependia desse gradiente.
 O Ca+ sera guardado no Retículo Endoplásmatico, e quando
houver um potencial de ação, haverá mais cálcio armazenado
que o esperado, levando a uma contração mais intensa do
musculo cardiaco (aumento do volume sistólico)
 Em contra partida ele gera uma diminuição da frequência
cardiaca (bradicardia reflexa), em resposta ao aumento do
volume sistólico. (aumento da atividade vagal, ativação do
baroceptores)
o Aumenta volume sistólico sem aumentar o débito
cardíaco

Resumindo: Gera
 Bradicardia (reflexa)
 Aumento de volume sistólico
 Aumento da força de contração
 NÃO altera o débito cardíaco

Indicações: insuficiência cardíaca congestiva e também tratamento


profilático de alterações no ritmo cardía-co.
Reações adversas: arritmias, náuseas, vômitos, diarreia, alterações
da função cognitiva e borramento visual ou visão amarela.

3. ANTIARRITMICOS:
a) ARRITMIAS
A função dos canais iônicos pode ser alterada por isquemia aguda,
estí-mulo simpático ou lesão cicatricial miocárdica, e criar alterações
do ritmo cardíaco ou arritmias. Os fármacos antiarrítmicos suprimem
as arritmias, bloqueando o fluxo através de canais iônicos específicos
ou alterando a função autônoma.
b) FÁRMACOS ANTIARRITMICOS
 BLOQUEADORES DE CANAIS DE SÓDIO: quinidina,
lidocaína
Classisficados em:
Classe I-A
▪ Mantém o portão H do canal de Na+ fechado de forma não
persistente.
▪ Aumento do tempo refratário; prolonga o tempo de
repolarização.
▪ Bloqueio intermediário da corrente de Na+
▪ Efeito mais atrial.
▪ Quinidina, Procainamida, Disopiramida.

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• Classe I-B
▪ Bloqueio da corrente rápida de Na+ e aumento da
condutância ao K+
▪ Efeito mais ventricular.
▪ Lidocaína, Fenitoína, Mexiletina.

• Classe I-C
▪ Bloqueio lento; preferência pelos canais refratários.
▪ Efeito tanto atrial quanto ventricular.
▪ Flecainida, Propafenona, Moricizina.

QUINIDINA: usada para manter o ritmo sinusal em pacientes com


flutter ou fibrilação atrial e para prevenir a recidiva da taquicardia ou
fibrilação ventriculares.
Efeitos adversos: a diarreia é o efeito adverso mais comum, que
pode induzir hipopotassemia. Podem ocorrer várias reações
imunológicas, a mais comum é a trombocitopenia. Hepatite,
depressão da medula óssea e síndrome lúpica são raras. Altas
concentrações podem causar cinchonismo (síndrome que consiste em
cefaleia e zumbido). Os efeitos adversos cardíacos envolvem
aumento do intervalo QR. Em altas concentrações, pode ocorrer um
acentuado bloqueio dos canais de Na+ com resultante taquicardia
ven-tricular. Ela pode exacerbar a insuficiência cardíaca ou doença do
sistema de condução.

LIDOCAÍNA :A lidocaína não tem utilidade nas arritmias atriais. Ela


diminui o automatismo, reduz o declive da repolarização e altera o
limiar de excitabilidade. A duração do potencial de ação não costuma
ser alterada ou encurtada..Para o paciente que acabou de infartar e
está fazendo uma severa arritmia, ou para o paciente que acabou de
fazer uma cirurgia cardíaca e apresenta K+ alto, a lidocaína será um
excelente antiarrítmico.
Efeitos adversos: se uma dose alta intravenosa for administrada
rapidamente, podem ocorrer convulsões. Quando as concentrações
plasmáticas aumentam lentamente acima da faixa terapêutica, a
ocorrência de tre-mores, disartria e alteração dos níveis de
consciência é mais comum. O nistagmo é um sinal precoce de into-
xicação por lidocaína.
 BLOQUEADORES BETA (já discutidos no SNA)
 BLOQUEADORES DE CANAIS de CÁLCIO (já discutidos em
antihipertensivos)
 AMIODARONA (bloqueia canis de Na+/ K+/Ca++ e
receptors alfa e beta)

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É indicada para pacientes com taquicardia ou fibrilação ventricular


recorrente resistente a outros fármacos. Também é eficaz na
manutenção do ritmo sinusal para os pacientes com fibrilação atrial.
Seu uso intrave-noso é indicado para a imediata interrupção da
taquicardia ou fibrilação ventricular, suplantando a lidocaína como
tratamento de primeira linha para parada cardíaca fora do hospital.
Apesar de seu mecanismo de ação incerto e do potencial de efeitos
tóxicos graves, a amiodarona é utilizada cronicamente por via oral de
modo muito amplo nas arritmias comuns, como a fibrilação atrial. É o
fármaco mais usado no tratamento crônico de arritimias cardíacas.
Mecanismo de ação: ela bloqueia os canais de Na+ inativados,
diminui corrente de Ca2+ e as correntes de K+.
Efeitos adversos: é frequente a hipotensão resultante da
vasodilatação e redução do desempenho miocárdico na administração
EV. Alguns pacientes apresentam náuseas durante a fase de ataque,
que melhora na redução da posologia. No tratamento prolongado o
efeito adverso mais sério é a fibrose pulmonar. Outros efeitos
adversos são: microdepósitos na córnea, dis-função hepática,
sintomas neuromusculares (neuropatia periférica ou fraqueza
muscular proximal), fotos-sensibilidade e o hipo ou
hipertireoidismo.

3. ANTICOAGULANTES

São fármacos utilizados para tratar o “trombo vermelho” e prevenir


e/ou tratar várias patologias, como: trombose venosa profunda,
embolia pulmonar, trombose e embolização em pacientes com
fibrilação atrial, trombose em próteses valvares, coagulação em
circulação extracorpórea (ex. durante hemodiálise) e infarto do
miocárdio em pacientes com angina instável.

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Antiplaquetários:
Inibem agregação plaquetária sendo úteis na profilaxia de doenças
cardiovasculares, mas não para impedir coagulação.
Podem agir na via do ácido araquidonico (Ex: AAS – inibidor da COX)
ou na via do AMPc plaquetário (Ex: Clopidogrel - Inibidor do ADP
plaquetário)
Anticoagulantes orais (Varfarina):
inibição competitiva da enzima epóxido-redutase (semelhança
estrutural entre a Varfarina e a vitamina K), sem a ação dessa
enzima, a vitamina K não é convertida para sua forma ativa
(hidroquinona) e, consequentemente, não há síntese dos fatores de
coagulação dependentes de vitamina K.

Anticoagulantes ingetáveis (Heparina):


Ligam-se à antitrombina III, acelerando sua ligação com a trombina e
o fator Xa (aumenta a atividade instrínseca da antitrombina III), sendo
que a a antitrombina III tem função de ligar-se a trombina ou ao fator
XA na cascata de coagulação, formando um complexo inativo.
▪ Baixo peso molecular: via subcutânea; efeito prolongado
(Wadroparina, Enoxaparina).
▪ Alto peso molecular: via intravenosa; ação imediata.
Inibidores específicos da trombina
▪ Hirudina: natural (sanguessugas).
▪ Hirulog: sintético.
Novos anticoagulantes
▪ Rivaroxaban: inibição do fator Xa de forma direta, independente de
complexo com antitrombina III.
▪ Dabigatran: inibição direta da trombina/fator IIa.
▪ Tercaferin: inibição direta dos fatores Va e IX.
Fibrinolíticos
▪ Estimulam a ativação de plasminogênio em plasmina, a qual
impede o envelhecimento
da fibrina quebrando-a (não interferem no coágulo já envelhecido,
apenas impedem a
formação de novos coágulos).

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▪ Estreptoquinase, Uroquinase e Dextran


Hemostáticos (ácido amino caproico)
▪ Mecanismo de ação: inibição competitiva do plasminogênio,
impedindo sua conversão
em plasmina.
▪ Presentes em curativos, otimizam a coagulação.

5. ANTI-HIPERLIPIDÊMICOS
5.1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
 Principais lipídeos
Fosfolipídeos: formam a estrutura básica das membranas celulares.

Colesterol: precursor dos hormônios esteroides, dos ácidos biliares e


da vitamina D. Além disso, como constituinte das membranas
celulares, o colesterol atua na fluidez destas e na ativação de enzimas
aí situadas.

Triglicerídeos (TG): formados a partir de três ácidos graxos ligados


a uma molécula de glicerol, são uma das principais formas de
armazenamento energético no organismo, sendo depositados nos
tecidos adiposo e muscular.
*Lipoproteínas: substâncias geralmente hidrofóbicas, que permitem
a solubilização e transporte dos lipídeos. São compostas por lipídeoss
(centro hidrofóbico) e proteínas (capa hidrofílica) denominadas
apolipoproteínas. Existem quatro grandes classes de lipoproteínas
separadas em dois grupos: (1) as ricas em TG, maiores e menos
densas, representadas pelos quilomícrons, de origem intestinal, e
pelas Lipoproteínas de Densidade Muito Baixa (VLDL), de origem

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hepática; e (2) as ricas em colesterol, incluindo as Lipoproteínas de


Baixa Densidade (LDL) e as Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL).
Existe ainda uma classe de Lipoproteínas de Densidade Intermediária
(IDL).

 Transporte e metabolismo das lipoproteínas


Há três vias diferentes para transportes de lipídeos: via exógena, via
endógena e via de transporte reverso de colesterol. As apoproteínas
são receptores-chaves nessas vias.
1- Via exógena

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Após serem absorvidas pelas células intestinais, as diversas partículas


lipídicas, particularmente os ácidos graxos, são utilizadas na produção
de quilomícrons. Os quilomícrons são, em seguida, secretados pelas
células intestinais para o interior do sistema linfático, de onde
alcançam a circulação através do ducto torácico. Enquanto circulam,
os quilomícrons sofrem hidrólise pela Lipase Lipoproteica (LPL), com
consequente liberação de ácidos graxos, glicerol e colesterol não
esterificado da superfície destas partículas. Após este processo de
lipólise, os ácidos graxos são capturados por células musculares e
adipócitos. Remanescentes de quilomícrons e ácidos graxos também
são capturados pelo fígado, onde são utilizados na formação de VLDL.
2- Via endógena
Sintese no fígado:
1) O Acetil-CoA, irá se juntar com outro Acetil-CoA para formar um
composto que é chamado de Acetoacetil-CoA (duas moléculas de
Acetil juntas), neste composto temos quatro átomos de carbono.
2) No segundo passo da reação, somente uma molécula de Acetil-
CoA irá se juntar com as outras duas, formando o 3-hidroximetil
Glutaril-CoA ou HMG-CoA.
3) Este HMG-CoA irá escolher sua formação, corpos cetônicos ou
colesterol. Por isso que depende da condição do organismo, se
este composto der origem ao Acetoacetato, já estará formando
corpos cetônicos, se formar Mevalonato obrigatoriamente irá
formar colesterol.

O colesterol e os TG recém-sintetizados são transportados do fígado


como VLDL ao músculo e ao tecido adiposo, onde o TG é hidrolisado
em ácidos graxos e glicerol, captados pelos tecidos. Durante este
processo, as partículas de lipoproteínas ficam cada vez menores e
mais densas, até se tornaremIDL e, finalmente, partículas de LDL.
Esta é a fonte do colesterol para incorporações nas membranas
celulares e para a síntese de esteroides.

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 Via de transporte reverso de colesterol


O circuito de transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o
fígado é denominado transporte reverso do colesterol.Para isso, o
colesterol é esterificado em HDL, garantindo sua estabilização e
transporte.O HDL tem ações que contribuem para a proteção do leito
vascular contra a aterogênese, tais como a remoção de lípides
oxidados à LDL, inibição da fixação de moléculas de adesão e

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monócitos ao endotélio e estimulação da liberação de óxido nítrico


(vasodilatador). Já a elevação das lipoproteínas aterogênicas (LDL,
IDL, VLDL, remanescentes de quilomícrons), juntos com outros
fatores, como hipertensão arterial e tabagismo, são agressores do
endotélio vascular, dando início à formação das placas
ateroscleróticas, que futuramente resultarão em aterosclerose. Essa,
por sua vez, é uma doença inflamatória crônica de origem
multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial,
acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e
grande calibre.

Vantagens do HDL na prevenção da aterosclerose:


-Promove o efluxo do colesterol
-Inibe a oxidação do colesterol
-Inibe a expreção de moléculas de adesão
-Restaura a função endotelial
5.2. TRATAMENTO DAS HIPERLIPIDEMIAS
As medidas farmacológicas sempre devem ser precedidas de
orientações sobre a dieta e mudança de estilo de vida. Devem ser
instituídas baseando-se no risco cardiovascular e no tipo de
dislipidemia do paciente.
Deve-se sempre iniciar a terapêutica farmacológica se:
a) Após as medidas não farmacológicas o LDL permaneça
>220mg/dl nos pacientes sem outros fatores de risco; se LDL >
190 na presença de 1 fator de risco concomitante e se > 160
caso exista mais de 1 fator de risco concomitante;
b) Na presença de doença coronariana se os níveis de LDL não
forem ideais, não devendo aguardar resposta das medidas não
farmacológicas para seu início;
c) Hipertrigliceridemia endógena (VLDL > 1000);
d) História familiar de doença coronária prematura;
e) Nas dislipidemias primárias com maior potencial aterogênico
(tipo IV e V de Fredrickson).

Não há até o momento indicação de terapia farmacológica para a


alteração isolada do HDL (<35mg/dl) ou para redução da lipoproteína
A -Lp(a) (resultante da ligação covalente de uma partícula de LDL à
apoproteína A). Não há indicação para a pesquisa rotineira dos níveis
de Lp(a), bem como de homocisteína, fibrinogênio e outros fatores
hemostáticos.
Os medicamentos hipolipemiantes possuem diferentes mecanismos
de ação, agindo preferencialmente sobre determinada fração das
lipoproteínas. Assim, a escolha do fármaco depende da apresentação
da dislipidemia.

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Outros fatores que devem ser levados em conta são: a possível


interação medicamentosa e potenciais efeitos adversos, a fase
hormonal da mulher, comorbidades, antecedentes de doença
hepática ou renal, história de alcoolismo e até mesmo o custo do
tratamento e a sua disponibilidade nas farmácias institucionais.
O tratamento inicial é em monoterapia, no entanto, caso o objetivo
terapêutico não seja alcançado as associações entre diferentes
hipolipemiantes podem ser usadas. Entretanto, as associações
exigem maior atenção em relação a efeitos adversos musculares e
hepáticos.
A. Fibratos (Benzafibrato)
Mecanismo de ação/ação:
São derivados do ácido fíbrico que agem estimulando receptores
nucleares PPAR-alfa, resultando em:
-Menor fluxo de ácidos graxos para o fígado, resultado em menor
produção de VLDL
- Aumento da produção e da ação da LPL (responsável pela hidrólise
intravascular dos TG), além da redução de sua inativação;
- Redução das taxas séricas de triglicerídeos;
-Aumento de secreção de colesterol na bile;
- Aumento da síntese de HDL;
- Aumento da afinidade do LDL aos receptores hepático aumentando
sua depuração;
Indicações:
- Tratamento da hipertrigliceridemia endógena quando houver falha
das medidas não farmacológicas;
- Quando os TG forem muito elevados (> 500 mg/dL) são
recomendados, inicialmente, junto das medidas não farmacológicas;
-Tratamento da dislipidemia mista com predomínio de
hipertrigliceridemia.
Efeitos não lipídicos:
É infrequente a ocorrência de efeitos colaterais graves durante
tratamento com fibratos, levando à necessidade da interrupção do
tratamento. Podem ocorrer: distúrbios gastrintestinais, mialgia,
astenia, litíase biliar (mais comum com clofibrato), diminuição de
libido, erupção cutânea, prurido, cefaleia e perturbação do sono.
Raramente, observa-se aumento de enzimas hepáticas e/ou CK.
Também atuam sobre mecanismos de coagulação/fibrinólise
diretamente envolvidos na doença aterotrombótica. Pacientes em uso
de anticoagulantes orais devem ter a dose ajustada.

B. Resinas (Colestipol)

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Mecanismo de ação/ação:
- As resinas, ou sequestradores dos ácidos biliares, atuam reduzindo a
absorção enteral de ácidos biliares e, consequentemente, de
colesterol, pois sequestram ácidos biliares no intestino e impedem
sua reabsorção e circulação enterro-hepática.
-Com a redução da absorção, reduz-se o colesterol intracelular no
hepatócito e, por esse motivo, aumenta-se o número de receptores de
LDL e a síntese de colesterol endógeno.
Obs.: Como consequência deste estímulo à síntese, pode ocorrer
aumento da produção de VLDL e, consequentemente, de TG
plasmáticos.
Seu efeito é potencializado pelo uso concomitante das estatinas.
Indicações:
- A colestiramina (resina disponível no Brasil) pode ser usada como
adjuvante às estatinas no tratamento das hipercolesterolemias graves
não controladas com o uso de estatinas potentes;
- Crianças com hipercolesterolemia;
-Mulheres no período reprodutivo sem método anticoncepcional
efetivo (única medicação liberada nesse caso) e durante os períodos
de gestação e amamentação.
-Hipercolesterolemia poligênica, familiar heterozigótica e
hiperlipidemia combinada familiar na forma hipercolesterolêmica
Obs.: Não deve ser usada na presença de hipertrigliceridemia.
Efeitos não lipídicos:
Obstipação, plenitude gástrica, náuseas e meteorismo. Raramente,
pode ocorrer obstrução intestinal e acidose hiperclorêmica em idosos
e crianças, respectivamente. Diminui, eventualmente, a absorção de
vitaminas lipossolúveis (A, D, K e E) e de ácido fólico. A
suplementação destes elementos em crianças ou, eventualmente, em
adultos pode ser necessária.Interfere na absorção de muitos
fármacos, como digoxina, tiroxina, tiazídicos, vastatinas e fibratos,
devendo estas drogas ser administradas com intervalos de 1 hora
antes ou 4 horas depois do uso da colestiramina.

C. Ácido nicotínico (niacina)


Mecanismo de ação/ação:
- Inibe a atividade das lipases nos adipócitos, diminuindo a liberação
de ácidos graxos livres para a corrente sanguínea.Como
consequência, reduz-se a síntese de TG pelos hepatócitos, diminuindo
seus valores séricos;
-Reduz LDL;

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- Estimula a síntese e secreção de HDL e de apo A1, o que contribui


para o aumento dos valores de HDL-colesterol.
Indicações:
- Indicado em casos de hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia ou
dislipidemia mista, como alternativa às vastatinas e fibratos, ou em
associação com esses fármacos;
-HDL baixo isolado (excepcionalmente).
Efeitos não lipídicos:
A tolerância é baixa devido a efeitos adversos como rubor facial,
prurido, arritmia atrial, dores abdominais, aumento das enzimas
hepáticas, hiperglicemia e hiperuricemia.

D. Estatinas: Lovastatina; Sinvastatina; Pravastatina; Fluvastatina;


Atorvastatina;Rosuvastatina

Mecanismo de ação/ação:

- Todas as vastatinas são substâncias com a propriedade comum de


inibir a síntese de colesterol endocelular, por competição com a
enzima HMG-CoA redutase, impedindo a transformação da HMG-CoA
em ácido mevalônico. A diminuição da síntese hepática de colesterol
estimula a síntese de receptores de LDL, aumentando a captação e
metabolismo dessa proteína, o que diminui seus níveis séricos.
- Além do LDL, também influenciam nas demais lipoproteínas que
interagem com o LDL-R, como o VLDL e osremanescentes de
quilomícrons.
- Menor produção hepática das VLDL, em consequência da redução do
colesterol, usado na formação dessas partículas.
- Além disso, há pesquisas evidenciando possível papel anti-
inflamatório e como influenciadoras da oxidação de lipoproteínas

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(efeito antioxidante), além de atuação sobre elementos


trombogênicos, independentemente dos efeitos hipolipemiantes.

5.3. Indicações:
- Hipercolesterolemia isolada;
- Prevenção primária e secundária de efeitos cardiovasculares;
Efeitos não lipídicos:
Efeitos colaterais são raros no tratamento com estatinas. Dentre eles,
os efeitos musculares são os mais comuns e podem surgir em
semanas ou anos após o início do tratamento. Variam desde mialgia,
com ou sem elevação da Creatinoquinase (CK), até a rabdomiólise. A
dosagem de CK deve ser avaliada no início do tratamento,
principalmente em indivíduos de alto risco de eventos adversos
musculares, como pacientes com antecedentes de intolerância à
estatina; indivíduos com antecedentes familiares de miopatia; o uso
concomitante de fármacos que aumentem o risco de miopatia. A
avaliação basal das enzimas hepáticas (ALT e AST) deve ser realizada
antes do início da terapia com estatina. Durante o tratamento, deve-
se avaliar a função hepática quando ocorrerem sintomas ou sinais
sugerindo hepatotoxicidade (fadiga ou fraqueza, perda de apetite, dor
abdominal, urina escura ou aparecimento de icterícia).
A absorção das vastatinas pelo trato gastrointestinal recebe influência
da ingestão de alimentos. A absorção intestinal da lovastatina
aumenta aproximadamente 50% quando a droga é administrada com
alimentos. A biodisponibilidade da pravastatina é diminuída cerca de
30% quando tomada com refeições ricas em gorduras. As demais
vastatinas não parecem sofrer influência de ingestão alimentar.Em
razão do ritmo circadiano da HMG-CoA redutase, determinando maior
síntese de colesterol no período noturno, as vastatinas devem ser
administradas preferencialmente à noite, mas para a atorvastatina
não foram observadas diferenças em relação ao período de ingestão.

E. Ômega-3
Os ácidos graxos ômega 3 são derivados do óleo de peixes
provenientes de águas frias e profundas, de certas plantas e nozes e
de óleo de krill (crustáceo semelhante ao camarão). Seus efeitos no
perfil lipídico são dose-dependentes.
Mecanismo de ação/ação:
- Diminuiem da produção de VLDLaumentam seu catabolismo;
-Reduzem os TG;
- Aumentam o HDL (altas doses).
Obs.: Pode aumentar o LDL.
Indicações:

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- Terapia adjuvante na hipertrigliceridemia;


- Substituição a fibratos, niacina ou estatinas em pacientes
intolerantes.

F. Ezetimiba
Mecanismo de ação/ação:
- Atua inibindo a absorção do colesterol (tanto biliar quanto
proveniente da dieta) nas vilosidades intestinais, por ação direta na
borda em escova dos enterócitos. Provavelmente por inibição de
proteína transportadora de colesterol.
- Diminuição dos níveis de colesterol hepático;
- Estímulo à síntese de LDL-R, esses dois últimos como consequência
da inibição da absorção do colesterol.
Indicações:
- Pacientes com intolerância à estatina e que necessitam de redução
da sua dose, situação na qual a estatina pode ser associada com
ezetimibe;
- Intolerância do paciente a estatinas, fibratos e o ácido nicotínico.

Efeitos não lipídicos:

Raros efeitos colaterais têm sido apontados e estão em geral


relacionados com o trânsito intestinal. Por precaução, recomenda-se
que ela não seja utilizada em casos de dislipidemia com doença
hepática aguda. Não interfere na absorção de vitaminas
lipossolúveis, triglicerídeos ou ácidos biliares.

1. HIPOGLICEMIANTES ORAIS

1.1. SULFONILURÉIAS
 1ª Geração :Tolbutamida (Rastinon®); Tolazamida (Tolinase®);
Acetohezamida (Dymelor®); Clorpropamida (Diabinese®)
 2ª Geração (100x mais potentes): Glibenclamida/Gliburida
(Daonil®); Glipizida (Minidiab®/Glucotrol®); Glicazida
(Diamicron®); Glimepirida (Amaryl®)
 Análogos: Repaglinida (Novonorm®, Prandin®, Gluconorm®);
Nateglinida (Starlix®)

CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS

ABSORÇÃO: Todas as sulfoniluréias são bem absorvidas no trato


gastrintestinal (exceto na presença de alimento ou hiperglicemia,
podendo esta causar diminuição na motilidade gastrintestinal e
prejudicar sua absorção).
PICO PLASMÁTICO: Média de 2-4 horas.

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TEMPO DE MEIA-VIDA: (Tolbutamida = 6-12 horas / Glibemclamida


= 18-24 horas/ Glipizida = 16-24 horas/ Tolazamida = 5-7 horas/
Clorpropamida = 24-48 horas/ Média dos de 2ª geração = 3-5 horas*)
LIGAÇÃO PROTEICA: Todas possuem grande afinidade protéica,
tendo problemas com interações com outros fármacos deslocadores
protéicos (salicilatos e sulfonamidas). Clorpropamida = maior ligação
protéica; Gliburida = menor ligação protéica.
METABOLIZAÇÃO: São metabolizadas no fígado
EXCREÇÂO: A maioria delas (ou seus metabólitos ativos) tem
excreção pela urina, portanto deve-se investigar a função hepática e
renal antes de prescrevê-las, principalmente em idosos.
Estarão também presentes no leite materno e passam pela placenta,
podendo chegar ao feto.
*Efeito hipoglicemiante de 12-24h

MECANISMO DE AÇÃO: Todas elas atuam através do afinidade por


receptores nos canais de potássio ATP-dependentes, localizados nas
células beta pancreáticas, bloqueando-os. Esta condutância reduzida
do potássio provoca a despolarização da membrana nestas células
(simulando o efeito glicolítico fisiológico), abrindo-se canais de cálcio
voltagem-dependentes e ocorrendo influxo do íon. O aumento dos
níveis de cálcio leva à ativação de fosfolipases (A 2 e C), o que
acarreta na clivagem de fosfolipídeos da membrana e na formação de
diacilglicerol (DAG – via FLC), assim como de ácido araquidônico não-
esterificado (via FLA2- o que facilita ainda mais a entrada de cálcio)
que, por consequente atuação da enzima 12-lipoxigenase (LOX),
proverá ainda maior concentração de cálcio intracelular, permitindo a
fusão de vesículas contendo o peptídeo com a membrana plasmática
e promovendo a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas.

REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas ocorrem mais frequentemente nos pacientes que
fazem uso dos fármacos de primeira geração do que nos que usam os
de segunda geração. Podem causar reações hipoglicêmicas, entre as
quais o coma, principalmente nos indivíduos idosos com
comprometimento da função hepática ou renal, usando sulfonilureias
de ação prolongada.
Outros efeitos colaterais são as náuseas e vômitos, icterícia
colestásica, agranulocitose, anemias aplásica e hemolítica, reações
de hipersensibilidade generalizada e exantemas. Pacientes que fazem
uso do fármaco e ingerem álcool podem ter rubor, semelhante ao do
efeito dissulfiram. As sulfonilureias podem induzir a hiponatremia pela
potencialização dos efeitos da vasopressina no duto coletor renal

1.2. BIGUAMIDAS: Metformina


(Glifage®/Risidon®/Diaformin®/Glucormim®)

CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS
TEMPO DE MEIA-VIDA: Aproximadamente 2 horas.
LIGAÇÃO PROTEICA: Praticamente não há ligação protéica.

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METABOLIZAÇÃO: Praticamente não há metabolização do fármaco.


EXCREÇÃO: Renal, fármaco praticamente inalterado, portanto, deve-
se investigar a função renal antes de sua prescrição.
MECANISMO DE AÇÃO: Os mecanismos moleculares envolvidos na
redução da glicemia são complexos e não são totalmente elucidados
até hoje. O que se sabe é que as biguamidas atuam,
independentemente das células beta pancreáticas, aumentando a
captação de glicose por aumento na afinidade da insulina por seu
receptor, principalmente nos músculos e no tecido adiposo. Além
disso, inibem a produção hepática de glicose, principalmente por
bloqueio de sua gliconogênese e de sua glicogenólise, também
diminuem os níveis de HDL-colesterol e de LDL-colesterol e inibem a
absorção intestinal de glicose.

REAÇÕES ADVERSAS
Pode ocorrer diarreia, desconforto abdominal (cólicas), indigestão,
náuseas, gosto metálico e anorexia, efeitos minimizados pelo
aumento paulatino da dose e tomando o fármaco com alimentos.
Altas doses pode levar a acidose lática (mais na insuficiência renal).
1.3. INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE
Acarbose (Glucobay®/ Aglucose®)
Miglitol (Diastabol®/Plumarol®)
Voglibose
CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS
É parcialmente absorvida, sendo 51% excretados pelas fezes em 96
horas. Por ter ação local (GI) sua baixa disponibilidade é um fator
favorável, e a fração absorvida é praticamente excretada pelos rins. É
metabolizada no interior do trato GI por bactérias e enzimas.
MECANISMO DE AÇÃO: Estes fármacos atuam inibindo a enzima
alfa-glicosidase intestinal, presentes nos enterócitos, retardando a
hidrólise de carboidratos (amido, dextrina e dissacarídeos),
atenuando a hiperglicemia pós-prandial sem causar hipoglicemia. A
acarbose e o miglitol ainda inibem competitivamente a glicoamilase e
a sacarase, tendo, no entanto, poucos efeitos sobre a alfa-amilase
pancreática.

REAÇÕES ADVERSAS
É importante ressaltar que esse grupo de fármacos não causa
hipoglicemia, mas causa má absorção, flatulência, diarreia e
distensão abdominal proporcional à dose.
1.4. TIAZOLIDINEDIONAS (GLITAZONAS)
 Rosiglitazona (Avandia®)
 Pioglitazona (Actos®)

CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS
ABSORÇÃO: Ambas são absorvidas rapidamente, em quase sua
totalidade (poucas perdas).
PICO PLASMÁTICO: Menor que 2 horas.

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TEMPO DE MEIA-VIDA: Menor que 7 horas para ambos os fármacos,


mas seus metabólitos têm meia-vida média de 24 horas (pioglitazona)
ou 150 horas (rosiglitazona).
LIGAÇÃO PROTEICA: Maior que 99% de ligação protéica.
METABOLIZAÇÃO: Principalmente hepática: rosiglitazona é
metabolizada pelo citocromo CYP2C8 a fracos metabólitos, enquanto
a pioglitazona é metabolizada principalmente pelo CYP2C e CYP3A4
em metabólitos ativos (investigar interação com fármacos que
também têm metabolismo hepático).
EXCREÇÃO: Os metabólitos da pioglitazona são eliminados
principalmente pela bile e os da rosiglitazona pela urina.

MECANISMO DE AÇÃO: As glitazonas são agonistas seletivos do


recpector gama-proliferador-ativado do peroxissomo nuclear (PPARγ),
presente principalmente no tecido adiposo, mas também no fígado e
nos músculos. Após atuar em seu receptor, o complexo formado
migra até o núcleo celular, onde se liga ao DNA e promove a
transcrição de vários genes responsáveis pela formação de
substâncias responsivas à insulina (lipoproteína-lipase, proteínas de
transporte de ácidos graxos, proteínas ligadores de ácidos graxos,
GLUT-4, fosfoenolpiruvato carboxiquinase, enzima málica e outros),
regulando o metabolismo de carboidratos e lipídios (lipogênese e
aumento do consumo de ácidos graxos e glicose). Além disso, diminui
a produção hepática de glicose e aumenta a síntese de proteínas
transportadoras específicas de glicose. Desta forma, o fármaco
diminui a resistência insulínica pela potencialização da resposta dos
tecidos periféricos a ela, portanto, depende da insulina para seu
benefício.

REAÇÕES ADVERSAS
Raramente associadas à hepatotoxicidade, devendo a função
hepática ser monitorada. Há relatos de que causam anemia, ganho
ponderal, aumento da diposidade corporal, edema e expansão do
volume plasmático, sendo o edema mais provável quando em uso
associado com insulina, pode haver retenção de líquidos. Um dos
problemas mais preocupantes é a incidência aumentada de
Insuficiência Cardíaca Congestiva. Recomendação do FDA: utilizar
quando o diabetes não foi adequadamente controlado com outros
medicamentos.

1.5. GLIPTINAS: sitagliptina, vildagliptina e saxaglipitina.

MECANISMO DE AÇÃO
Existem dois hormônios o peptídio inibitório gástrico (GIP) e o
peptídio-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) que são liberados nos
intestinos delgado e grosso, aumentando a secreção de insulina
dependente de glicose. Estes hormônios são denominados incretinas.
O GLP-1 aumenta significativamente a secreção de insulina
dependente de glicose, diminuem a secreção de glucagon, alentecem
o esvaziamento gástrico e diminuem o apetite. Assim, ela reduz os

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aumentos glicêmicos pós-prandiais e induz à perda ponderal. Porém,


o GLP-1 é rapidamente (1-2min) inativado pela enzima DPP-IV. No DM-
2 a secreção do GIP é preservada, enquanto a do GLP-1 é diminuída
cerca de 20 a 30%.
As gliptinas inativam esta protease (DPP-IV), aumentando assim os
níveis endógenos de GLP-1. No entanto, como o DPP-IV pode
metabolizar inúmeros peptídios, existe preocupação acerca de sua
segurança em longo prazo.

Reações adversas
São bem tolerados, geram menos náuseas que os incretinomiméticos.

INCRETINOMIMÉTICOS: exenatida e liraglutida

MECANISMO DE AÇÃO
É um análogo sintético do GLP-1, resistente ao DPP-IV, que degrada
rapidamente o GLP-1 fisiológico, e possui atividade agonista plena nos
receptores GLP-1, que ativados, aumentam significativamente a
secreção de insulina dependente de glicose, diminuem a secreção de
glucagon, alentecem o esvaziamento gástrico e diminuem o apetite.

Reações adversas
Os efeitos colaterais são as náuseas autolimitadas, pode ocorrer
hipoglicemia quando associados com secretagogos de insulina por via
oral.

1.6. INIBIDORES DA SGLT-2: canaglifozina, dapaglifozina


(Forxiga®), empaglifozina, ipraglifozina.
Nos rins, a glicose sofre livre filtração glomerular com completa
reabsorção renal de glicose no TCP, utilizando um sistema de
cotransporte de Na+ e glicose (SGLT). Existem dois tipos de
transportadores: o SGLT-1, que possui alta afinidade, porém baixa
capacidade, e também podem ser encontrados no intestino, e o SGLT-
2, que possui alta capacidade e baixa afinidade, e que são
encontrados exclusivamente nos rins. Em situações fisiológicas, este
sistema de cotransporte de alta capacidade (SGLT-2) é responsável
pela reabsorção de aproximadamente 90% de toda a glicose filtrada,
os outros 10% é reabsorvido pelo transportador de alta afinidade
(SGLT-1).
No diabetes, a exposição crônica renal à hiperglicemia gera um
aumento no número de transportadores SGLT-2, aumentando a
capacidade máxima de reabsorção, de maneira que buscou-se meios
de a inibir.

Características farmacocinéticas
São administrados via oral, sendo rapidamente absorvidos e atingindo
pico plasmático de 1 a 2 horas após a administração, o tempo de
meia vida varia de 10 a 13 horas. São metabolizados no fígado, sendo
inativados.

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MECANISMO DE AÇÃO
Os inibidores da SGLT-2, como o próprio nome diz, são inibidores
específicos dos transportadores de Na + e glicose de alta capacidade
presentes no TCP. Com esta inibição, diminui-se a taxa de reabsorção
de glicose, induzindo a glicosúria e a redução da glicemia.

Reações adversas
Em estudos clínicos foram identificados que de 3-5% dos pacientes no
tratamento inicial apresentaram poliúria e aumento da sede, sendo
estes sinais de desidratação. Dois terços dos pacientes tiveram
sintomas como tontura postural, e a maior parte relatou hipotensão
postural, tendo a maioria se recuperado sem intercorrências, muito
provavelmente pela correção do volume de sangue e fluidos
corporais. Todos esses sintomas foram mais comuns em pacientes
idosos, que estavam fazendo uso de anti-hipertensivos e/ou
diuréticos. Raros casos de hipercalemia foram reportados,
principalmente em pacientes com insuficiência renal, e todos os
pacientes que tiveram este aumento de K +, estavam fazendo uso de
diuréticos poupadores de potássio, IECA ou BRA, nenhuma
consequência séria da hipercalemia foi registrada. Os inibidores da
SGLT-2 aumentam a incidência de infecções do trato urinário baixo e
infecções genitais. Um estudo apontou que há uma pequena, porém
imporante diminuição sustentada por 104 semanas da pressão
sisstólica e diastólica com uma pequena elevação do LDL.

2. HORMÔNIOS TIREOIDEANOS e FÁRMACOS ANTITIREOIDEOS

Para entendermos o funcionamento dessa classe de fármacos, antes


de tudo devemos compreender a fisiologia normal da glândula.
A tireóide secreta dois hormônios com função de aumento do
metabolismo corporal, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Eles
diferem entre si quanto à intensidade e à rapidez de sua ação – T3 é 4
vezes mais potente que T4, no entanto, esta é a de maior liberação
da glândula e é transformada em triiodotironina em sua maioria nos
tecidos periféricos.
A liberação desses hormônios inicia-se com estímulo hipotalâmico e
hipofisário, como é mostrado na figura 1. Também participam dessa
regulação as desiodases hipofisárias e periféricas, a auto-regulação
da síntese hormonal em relação ao iodo (Efeito Wolff-Chaikoff) e a
estimulação ou inibição da função tireoidiana por auto-anticorpos
contra o receptor do TSH. Esta última levando ao hiper e ao
hipotireoidismo, respectivamente.

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Os hormônios tireoidianos são sintetizados e armazenados em forma


de resíduos de aminoácidos da tireoglubulina (maior parte do colóide
folicular). As etapas fisiológicas desses hormônios são (ver figura
abaixo).
Síntese de hormônio tireoidiano
Captação de iodeto: o iodeto é absorvido pelo TGI e distribuído em
líquidos extracelulares. Na tireóide há o transporte ativo de I¯ do soro
através da membrana basal da célula tireóidea, pelo simportador de
sódio-iodo (NIS). Quando há a ligação do TSH em seu receptor na
membrana basal da célula, o AMP é transformado em AMPc, o qual
ativará o NIS, promovendo a entrada de Na+ e I-. o sódio será jogado
para fora da célula através de uma bomba de Na+-K+ATPase. As
menores reservas de iodo aumentam a captação de iodeto, e sua
administração reverte essa situação a ponto de diminuir a expressão
de NIS, caindo transitoriamente a quantidade de T3 e T4 (efeito Wolff-
Chaikoff).

Oxidação e iodação (Figura 3): a oxidação do iodeto à sua forma ativa


é efetuada pela tireóide peroxidase ( ou oxidase tireoidiana), uma
enzima ligada à membrana apical da célula da tireoidiana ou próxima
a ela que contem heme e usa o H2O2 como oxidante. O peróxido é
formado próximo a sua transformação por meio da NADPH em
NADP+. Por meio da entrada de I-, esses ânions serão oxidados pela
tireóide peroxidase e há a união desses a tirosinas, formando as
iodotirosinas. A elevação do cálcio promove um aumento do H2O2. O
receptor de TSH estimula a proteína G, que se acopla via PLC-IP3-
Ca2+ e esse cátion podem ser um dos mecanismos de ação do TSH.

Formação de tiroxina e triiodotironina a partir de iodotirosinas (figura


3): há uma transferência enzimática de grupos (radicais livres e
iodotirosil ou cátions) para o interior da tireoglobulina. A enzima
iodinase ou tireoperoxidades (TPO) promoveo acoplamento das

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moléculas de iodotirosina na tireoglobulina, a chamada organificação,


levando a formação de monoidotirosina (MIT) e diiodotirosina (DIT) . A
TPO também cataliza a reação entre:
1 MIT + 1 DIT = T3 - 1 DIT + 1 DIT = T 4

Reabsorção, proteólise do colóide e secreção dos hormônios


tireoidianos: a tireologbulina com MIT, DIT, T3 e T4 armazenada é,
então endocitada a partir da luz folicular. A tireoglobulina com colóide
sofre fusão com lisossomos. O TSH aparentemente aumenta a
degradação da tireoglobulina ao elevar a atividade das
endopeptidases lisossômicas do grupo tiol. Os hormônios liberados
abandonam a célula através da membrana basal. As MIT e as DIT são,
então, seletivamente metabolizadas pela enzima desiodase, liberando
o I-, para ser reutilizado.
Há a liberação de, aproximadamente, 93% de T4, mais estável, e 7%
de T3. Esses hormônios são transportados para as células, em sua
grande maioria ligados à globulina ligadora de tiroxina (TBG), a
transertetina, a albumina e as lipoproteínas também auxiliam em seu
transporte. Uma mínima quantidade está livre no plasma. Há uma
liberação lenta para as células tissulares, sendo o T4 ainda mais
demorado que o T3, devido à sua atividade.

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Conversão da tiroxina em triiodotironina nos tecidos periféricos: a


enzima 5-desiodaes, ao longo dos dias promove a transformação de
tiroxina em triiodotironina. A maior parte dessa conversão concentra-
se no fígado. A remoção do iodo na posição 5 do anel interno produz a
T3reversa, metabolicamente inativa. 41% do T4 é convertido em T3 e
38% em T3r.
Os hormônios tireoidianos parecem ter ação, majoritariamente
mediados por receptores nucleares. A T3 modula a transcrição gênica
ao se ligar a esses receptores de alta afinidade, os quais, em seguida,
se ligam em regiões reguladoras ou promotoras de genes-alvo, ou
seja, sequências do DNA específicas, os chamados TRE (elementos de
resposta ao hormônio tireoidiano. Desse modo, há um controle da
síntese protéica. O T3 ligado ao receptor pode exercer ligações
diretas de ativação ou repressão gênica. A T4 liga-se a esses mesmos
receptores, só que com menor afinidade que a T3, mas não é
comprovada sua capacidade de transcrição gênica. Logo, a T4 tem
uma ação predominante de “pró-hormônio”
FÁRMACOS:
Hormônio tireoidiano:T4:Levotiroxina sódica,Sinthroid, Euthyrox ou
o Puran T-4
T3: Liotironina sódica
T4 +T3: Tyroplus
Há preparações sintéticas de sais de sódio dos isômeros naturais dos
hormônios. A levotiroxina sódica (L-T4) está disponível em
comprimidos e em pó liofinizado para injeção. É o fármaco de escolha
para a reposição, porque tem potência uniforme e duração de ação
prolongada. A liotrionina sódica (T3) pode ser usada quando se almeja
uma ação de início mais rápido. A combinação dos dois fármacos tem
utilidade em pacientes hipotireoidianos sintomáticos com o uso só de
LT4 e TSH dentro da faixa normal.

Antitireoidianos: Propiltiuracil, Metimazol (Tiamazol, Tapazol)


Esta classe de fármacos atua diretamente na síntese de hormônios
tireoidianos. Os dois compostos antitireoidianos em uso são o
propiltiuracil e o metimazol. Eles pertencem à família dos
tioureilênicos interferem na incorporação do iodo aos resíduos de
tirosila da tireoglobulina e inibem o acoplamento desses residuos para
formar as iodotironinas. Eles inibem a enzima peroxidase, não
ocorrendo às oxidações necessárias para a organificação. Por algum
tempo há a degradação das reservas de colóide, somente após o
gasto de uma parte deles é que se iniciam os efeitos clínicos
aparentes. Há evidências de que só o bloqueio da organificação que
são eficazes, porque o acoplamento do antireiodiano pode ser mais
sensível
A porpiltiuracil também inibe parcialmente a desiodação perférica da
T4 em T3. O metimazol não possui esse efeito.

OUTROS INIBIDORES DA TIREÓIDE:


Inibidores iônicos:

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São ânions específicos que se assemelham ao iodeto ( ânions


hidratados monovalentes) e promovem o bloqueio do mecanismo de
transporte do I-. O tiocianato é o principal representante da categoria,
ele não é concentrado pela glândula tireóide e em grandes
quantidades pode inibir a organificação do iodo. O perclorato (ClO4-)
é 10 vezes mais potente que o tiocianato e age inibindo
competitivamente o NIS. No entanto, causa anemia aplásica fatal.
Tem uso na doença de Graves e na tireotoxicose por amiodarona. O
fluoborato tem ação semelhante ao ClO4-.
O lítio promove a redução da secreção de T3 e T4, podendo levar ao
hipotireoidismo franco.

Iodo radiativo:
Há lesão da glândula com radiação ionizante por meio da
administração de isótopos radioativos, o de maior uso PE o I131, ele é
captado rapidamente pela glândula, incorporado às tirosinas e
depositado nos colóides e, então, liberados lentamente. Esses
isótopos emitem:
Partículas β: tem origem no interior dos folículos e atuam
principalmente sobre as células parenquimatosas da tireóide, sem
quase ação sobre o tecido circundante. Há piquinose enecrose das
células foliculares, seguidas do desaparecimento do colóide e fibrose
da glândula.
Raios gama: atravessa o tecido e pode ser quantificada por detecção
externa.
Iodeto:
Age com concentrações elevadas do próprio iodo, o chamado efeito
Wolff-Chaikoff. Há uma elevação rápida do iodeto, causando uma
concentração extracelular maior que a intracelular, bloqueando a
liberação dos hormônios tireoidianos. Isto é particularmente
importante na tireotoxicose, uma vez que seu efeito se dáde maneira
rápida, 24 horas, e eficaz.

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