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Estrutura Química
Consiste em um anel aromático (A), fundido a outro anel, ilustrado como “B”. O
substituinte 5-Aril (anel C) aumenta a potência, podendo ser substituído por anel de
cinco
membros fundido às posições 3 e 4, formando derivado antramicínico. É necessário
um substituinte na posição 7, como um halogênico ou grupo nitro, para atividade
sedativo-hipnótico. Grupos
aceptores de elétrons na posição 7 do anel A realçam a atividade. O grupo
nitro, por exemplo, no clonazepam, é o responsável pelo aumento da potência
anticonvulsivante, com efeitos sedativos menos acentuados. Grupos doadores
de elétrons, grupos substituintes volumosos nessa posição e substituições
variadas nas demais posições do anel A, reduzem a atividade. Grupos
aceptores de elétrons nas posições 2’ ou 4’ do anel C aumentam a atividade e,
em outras posições, a diminuem. A
substituição na posição 5 do anel B por carbonila, e na posição 4, por grupo
metílico, dá origem a fármaco antagonista, o flumazenil.
Ácido y-aminobutírico
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC, sendo sintetizado no
encéfalo, a partir do intermediário
a-cetoglutarato do ciclo de Krebs, que é transaminado em glutarato pela GABA-T.
Subsequentemente, o GABA é formado
a partir do glutamato pela enzima GAD (descarboxilase do Ác.glutâmico); a
presença de GAD,
no neurônio, define uma célula que utiliza o
GABA como transmissor. A marcação imuno-histoquímica da DAG (GAD) é usada
para mapear as vias do GABA no cérebro. Os
neurônios GABAérgicos e os astrócitos capturam GABA por intermédio de
transportadores específicos, removendo, portanto, o GABA após sua liberação.
O GAT1 é o transportador GABA predominante no cérebro e está localizado
essencialmente nos terminais nervosos GABAérgicos, em que recicla o GABA.
O GAT3 está localizado predominantemente nos astrócitos próximos das
sinapses GABAérgicas. O transporte do GABA é inibido por guvacina, ácido
nipecótico e tiagabina. A tiagabina também é utilizada para o tratamento de
epilepsia. O GABA pode ser destruído por uma reação de
transaminação na qual o grupo amino é transferido para o ácido α-cetoglutarato
(para produzir glutamato), com a produção de semialdeído succínico e, em
seguida, de ácido succínico. Essa reação é catalisada pela GABA-transaminase
(GABA-T),
uma enzima localizada principalmente nos astrócitos. É inibida pela
vigabatrina, outro composto usado para tratar a epilepsia. Portanto, o GABA
intraneuronal
também é inativado pelo GABA-T, que o converte em semialdeído succínico, porém
apenas na presença de a-cetoglutarato suficiente. Esse ciclo do GABA serve para
regular os níveis desse neurotransmissor; por conseguinte, GABA-T é uma enzima
que atua tanto na síntese quanto na degradação.
Receptor GABAa
É um receptor transmembrana multimérico que consiste de cinco subunidades
organizadas em torno de um poro central. O receptor fica na membrana dos
neurônios em uma sinapse. O GABA é o ligante endógeno que causa a abertura
deste receptor , uma vez ligado o GABA, a receptor-proteína provoca mudanças na
conformação da membrana, o que acaba promovendo a abertura dos poros, a fim
de permitir íons cloreto (Cl-) passarem e estabelecerem um gradiente eletroquímico.
Devido à inversão de potencial do cloreto, na maior parte dos neurônios fica perto
ou mais negativo do que o repouso membrana potencial, a ativação de receptores
GABAA tende a estabilizar o potencial de repouso, e pode tornar mais difícil para os
neurotransmissores excitatórios depolarizar o neurônio e gerar um potencial de
ação. O efeito obtido é tipicamente inibitório, reduzindo a atividade do neurônio. O
canal GABAA se abre rapidamente e, portanto, contribui para a primeira parte do
potencial inibitório pós-sináptico
Os efeitos ansiolíticos dessa classe de fármacos (benzodiazepínicos) são mediados
por interações alostéricas com o complexo receptor pentamérico benzodiazepina-
GABAA, em especial aqueles receptores GABAA compostos de subunidades α2, α3
e α5 (Capítulos 14 e 17 Goodman 12ª ED). O principal efeito das benzodiazepinas
ansiolíticas é aumentar os efeitos inibitórios do neurotransmissor GABA. Todos os
benzodiazepínicos em uso clínico são capazes de promover a ligação deste
principal neurotransmissor inibitório, o ácido γ-aminobutírico (GABA), aos receptores
de GABA do subtipo GABAA , intensificando desse modo as correntes iônicas
induzidas pelo GABA através desses canais. Os receptores ionotrópicos GABAA
são constituídos de cinco subunidades que se dispõem de modo a formar um canal
de cloreto completo, essas subunidades podem combinar de diferentes maneiras
para formar canais GABAA, mas o tipo mais comum no cérebro é um pentâmero
compreendendo duas subunidades α, duas β e uma γ (α2β2γ).
Interações
Devido o efeito depressor dos benzodiazepínicos no SNC, uma interação
farmacodinâmica perigosa ocorre quando há associação com outros fármacos que
aumentam o efeito de sedação e podem levar à depressão respiratória, como os
barbitúricos, os antidepressivos tricíclicos, ou tetracíclicos, os antagonistas dos
receptores da dopamina, como risperidona, usado no tratamento da esquizofrenia,
os opióides e os anti-histamínicos.
CONTRAINDICAÇÕES
Benzodiazepinicos não devem ser administrados a pacientes com
hipersensibilidade a essa classe ou a qualquer excipiente do produto, glaucoma de
ângulo agudo, insuficiência respiratória grave, insuficiência hepática grave (pois os
benzodiazepínicos podem levar à ocorrência de encefalopatia hepática), síndrome
da apneia do sono ou miastenia gravis. Benzodiazepínicos não são recomendados
para tratamento primário de doença psicótica. Eles não devem ser usados como
monoterapia na depressão ou ansiedade associada com depressão, pela
possibilidade de ocorrer suicídio nesses pacientes.