O documento discute o tratamento farmacológico da dor neuropática. As principais classes de fármacos efetivas incluem antidepressivos tricíclicos, pregabalina, gabapentina e duloxetina. Esses fármacos atuam modulando a transmissão de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e GABA no sistema nervoso central para aliviar a dor. Lidocaína também é efetiva ao bloquear canais de sódio nas membranas neuronais e miocíticas.
O documento discute o tratamento farmacológico da dor neuropática. As principais classes de fármacos efetivas incluem antidepressivos tricíclicos, pregabalina, gabapentina e duloxetina. Esses fármacos atuam modulando a transmissão de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e GABA no sistema nervoso central para aliviar a dor. Lidocaína também é efetiva ao bloquear canais de sódio nas membranas neuronais e miocíticas.
O documento discute o tratamento farmacológico da dor neuropática. As principais classes de fármacos efetivas incluem antidepressivos tricíclicos, pregabalina, gabapentina e duloxetina. Esses fármacos atuam modulando a transmissão de neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e GABA no sistema nervoso central para aliviar a dor. Lidocaína também é efetiva ao bloquear canais de sódio nas membranas neuronais e miocíticas.
1- QUAIS CLASSES FARMACOLÓGICAS SÃO MAIS EFETIVAS NO CONTROLE DA DOR
NEUROPÁTICA? CITE OS FÁRMACOS DE PRIMEIRA ESCOLHA. O tratamento pode ser farmacológico, não farmacológico ou intervencionista. Farmacológico: em geral, os antidepressivos tricíclicos são indicados como primeira opção, seguidos pelos ligantes de subunidade bg de canais de cálcio (gabapentina, pregabalina), duloxetina e outros inibidores da recepção de seratonina e noradrenalina. Como última opção, os opioides. O tratamento farmacológico de primeira linha envolve antidepressivos tricíclicos (principalmente amitriptilina), alfa-2- delta ligantes (gapabentina, pregabalina), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (venlafaxina e duloxetina), lidocaína tópica (indicado para dor neuropática periférica localizada quando a 5%, com boa tolerabilidade e segurança) e carbamazepina (fármaco de primeira linha nos casos de neuralgia do trigêmeo).
2- EXPLIQUE O MECANISMO DE AÇÃO DA PREGABALINA E DA GABAPENTINA NO
CONTROLE DA MODULAÇÃO DA DOR NO SNC. Pregabalina: age regulando a transmissão de mensagens excitatórias entre as células nervosas. Pregabalina se une à sub-unidade α2-δ dos canais de cálcio dependentes de voltagem, reduz a entrada de cálcio nas terminações pré-sinápticas dos neurônios hiperexcitados e reduz a liberação de neurotransmissores excitatórios (exemplo: glutamato, sustância P, noradrenalina). Gabapentina: O mecanismo exato de gabapentina no alívio da dor neuropática (dor secundária à lesão ou mau-funcionamento de alguma parte do sistema nervoso) não é completamente conhecido. Estudos sugerem que gabapentina atua na modulação do sistema nervoso com lesão ou disfunção, reduzindo a atividade nervosa responsável pela manutenção da dor neuropática. O mecanismo exato de ação de gabapentina no controle de crises epiléticas também não é completamente conhecido. Estudos sugerem que gabapentina previne o surgimento de crises de modo semelhante ao de outros medicamentos existentes. 3- EXPLIQUE O MECANISMO DE AÇÃO DA DULOXETINA E DA AMITRIPTILINA NO CONTROLE DA MODULAÇÃO DA DOR NO SNC. Duloxetina: O fármaco atua em duas linhas de ação, que resultam na maior distribuição e disponibilização de serotonina (5-HT) e, secundariamente, de noradrenalina (NA) no sistema nervoso central (SNC). São elas: Bloqueio do transportador responsável pela recaptação de norepinefrina, aumentando assim a neurotransmissão noradrenérgica. Bloqueio do transportador responsável pela recaptação de dopamina, aumentando assim a neurotransmissão dopaminérgica. Embora sejam comumente denominados agentes de “dupla ação” sobre a serotonina e a noradrenalina, os IRSN exercem, de fato, uma terceira ação sobre a dopamina no córtex pré-frontal, mas não em outras áreas do cérebro. O efeito da duloxetina no córtex pré-frontal aumenta a concentração de DA. Isso ocorre porque a DA é inativada quando a NA é recaptada na fenda e uma vez esse processo sendo bloqueado, aumenta-se a neurotransmissão de DA nessa região cerebral (rica em receptores dopaminérgicos). Esse terceiro mecanismo de reforço da neurotransmissão dopaminérgica em uma importante área do cérebro associada a vários sintomas da depressão deve constituir outra vantagem teórica para a farmacologia dos IRSN e sua eficácia no tratamento da depressão maior. Amitriptilina: A amitriptilina atua através da inibição do mecanismo de bomba da membrana responsável pela captação da serotonina e da norepinefrina, bloqueando a recaptação desses neurotransmissores e potencializando e prolongando sua atividade neural. Associado a essa ação, possui alta afinidade com os receptores de histamina H1 e M1 muscarínicos, o que justifica alguns dos seus efeitos adversos.
4- EXPLIQUE A AÇÃO DA LIDOCAÍNA NO CONTROLE DA DOR NEUROPÁTICA.
A lidocaína altera a condutância transmembrana de cátions, principalmente do sódio, do potássio e do cálcio, tanto nos neurônios como nos miócitos. Os canais de sódio voltagem-dependentes constituem seus alvos clássicos e a afinidade do fármaco pelo canal é maior quando este se encontra aberto (ativado ou inativo). Assim, o grau de bloqueio varia conforme a frequência da estimulação neuronal. No entanto, outros mecanismos também estão envolvidos na analgesia proporcionada pela lidocaína,9,12 como a interação, seja direta ou indireta, com diferentes receptores e vias de transmissão nociceptiva, a exemplo dos agonistas muscarínicos, inibidores de glicina, liberação de opioides endógenos e de adenosina trifosfato, redução da produção de aminoácidos excitatórios, de neurocininas e de tromboxano A2.
5- EXPLIQUE A AÇÃO FISIOLÓGICA DOS NEUROTRANSMISSORES SEROTONINA,
NORADRENALINA, ENCEFALINAS E GABA NA MODULAÇÃO DA DOR NA VIA DESCENDENTE. Uma lesão tecidular (traumática, imunológica ou infeciosa) induz habitualmente um processo inflamatório que, a nível periférico, sensibiliza os nociceptores através de substâncias químicas como as prostaglandinas, serotonina, acetilcolina, adenosina, bradicinina, histamina, serotonina, leucotrienos, substância P, fator de ativação plaquetário, radicais ácidos, íons potássio, oxido nítrico, tromboxane, interleucinas, fator de necrose tumoral, fator de crescimento do nervo e monofosfato cíclico de adenosina. A ação analgésica pode ser exercida a nível periférico através de células imunológicas que migram para os tecidos inflamados libertando β-endorfinas, as seletinas e algumas citocinas parecem exercer controlo na dor inflamatória. Os influxos dolorosos gerados nos nocicetores da periferia dirigem-se para a espinhal medula onde se situam os principais mecanismos moduladores da dor. A nível medular os principais neurotransmissores libertados pelos nociceptores são o glutamato e a substância-P. O primeiro funciona pré-sinaticamente, ao facilitar e prolongar o influxo dolorosos pelo aumento da libertação da substância P, ao nível das sinapses entre os nociceptores e os neurónios do corno posterior da espinhal medula. A estimulação dos recetores opióides das terminações dos aferentes primários, induz igualmente uma inibição da libertação dos neurotransmissores, como a substância-P. Em condições de dano persistente, as fibras C provocam uma potenciação da resposta dolorosa, fenómeno que se denomina de Wind-up. A substância P medeia a transmissão nociceptiva sendo libertada nas fibras C como resposta à estimulação destes nociceptores. A glicina e o GABA funcionam como neurotransmissores inibitórios. O GABA é o neurotransmissor inibitório mais abundante no SNC e exerce uma ação nos terminais centrais dos aferentes primários, onde reduzem a libertação do neurotransmissor neles contidos. A glicina exerce uma ação inibitória semelhante ao GABA. A nível supra-medular, a formação reticular, a substância cinzenta periaquedutal e o núcleo do rafe medeiam a sua ação inibidora através de recetores α-adrenergicos, serotinergicos e opiáceos. Existem quatro grandes famílias de opióides: encefalinas, endorfinas, dinorfinas e endomorfinas, estando os seus recetores localizados em inúmeras áreas do SNC. As células serotoninérgicas encontram-se no tronco cerebral, núcleo do rafe e em terminais nervosos distribuídos por todo o cérebro. A serotonina induz analgesia a nível medular. Os recetores adrenérgicos são ativados pelas catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), localizados no corno posterior da espinhal medula e de forma muito diversificada a nível supraespinhal. Entre os neurotransmissores envolvidos na modulação descendente, destacam-se a serotonina, a noradrenalina e a dopamina que podem exercer ações inibitórias ou excitatórias conforme o subtipo de recetores em que atuam. A excitação de um neurónio espinhal através destes mecanismos descendentes pode resultar na inibição da transmissão nociceptiva (se o neurónio excitado for um interneurónio inibitório) ou na facilitação da transmissão nociceptiva (se o um interneurónio inibitório for inibido).
6- EXPLIQUE A AÇÃO DO TRAMADOL NA DOR NEUROPÁTICA.
O tramadol é um opioide sintético, de ação central, com mecanismos não opioides envolvidos na analgesia, uma vez que a analgesia é apenas parcialmente inibida (30%) pela naloxona. Assim como a codeína, é um pró-fármaco, pois a sua ação analgésica depende da metabolização hepática pelo sistema P450 para conversão do seu metabólito ativo, no caso o O-desmetiltramadol (M1). Esse metabolismo de primeira passagem pode trazer algumas particularidades quanto a eficácia analgésica devido ao polimorfismo do gene CYP2D6, presente entre 5-10% da população. Portanto, alguns pacientes podem não ter analgesia com uso do tramadol (metabolizadores lentos), bem como podem metabolizar rapidamente e ter efeitos adversos intensos. A analgesia é promovida pelo M1, que atua como agonista no receptor µ opioide bem como na liberação e inibição da recaptação de serotonina e na inibição da recaptação de noradrenalina (estrutura similar à venlafaxina); Por atuar nos receptores de serotonina e noradrenalina, pode ser uma boa droga no controle da dor neuropática. A atividade nos receptores serotoninérgicos é responsável pelos efeitos eméticos do medicamento.
7- FALE SOBRE OS PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS RELACIONADOS AO USO DA
PREGABALINA E GABAPENTINA. Pregabalina: Os efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer com o uso deste medicamento são nasofaringite, aumento do apetite, humor eufórico, confusão, irritabilidade, depressão, desorientação, insônia, diminuição do apetite sexual, coordenação anormal, tontura, sonolência, tremores, dificuldade para articular as palavras, perda de memória, alterações no equilíbrio, distúrbios de atenção, sedação, letargia, formigamento ou alterações na sensibilidade dos membros, alterações na visão, vertigem, vômitos, prisão de ventre, excesso de gases intestinais, boca seca, dores musculares, dificuldades na locomoção, fadiga, aumento de peso e inchaço generalizado. Gabapentina: A gabapentina geralmente é bem tolerada, no entanto, informe seu médico imediatamente sobre qualquer reação desagradável que venha a ocorrer durante o tratamento. As reações adversas mais frequentemente observadas foram: sonolência, tontura, fadiga (cansaço), dor de cabeça, tremor, incoordenação dos movimentos musculares, indigestão gástrica, nervosismo, rinite, astenia (fraqueza), nistagmo (oscilação rítmica do globo ocular), diplopia (visão dupla), náusea e vômito entre outras reações menos frequentes que foram relatadas nos estudos clínicos.
8- FALE SOBRE OS PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS DA AMITRIPTILINA E DA
DULOXETINA. Amitriptilina: Os efeitos adversos mais comuns são os efeitos anticolinérgicos, como visão turva, constipação, boca seca e retenção urinária. Entretanto, os mais preocupantes são os efeitos adversos cardíacos, uma vez que todo antidepressivo tricíclico é potencialmente cardiotóxico. Podem causar hipotensão ortostática e a principal preocupação é o prolongamento do intervalo QT, que pode causar arritmias e, em caso de overdose, pode ser fatal. Duloxetina: Os principais efeitos colaterais, secundários ao uso de duloxetina são: xerostomia (sensação de boca seca), náusea, cefaleia, taquicardia, diarreia, vômito, sintomas dispépticos, hiporexia (diminuição do apetite), perda de peso, fadiga, risco aumentado de quedas, rigidez muscular, tontura, sonolência, tremor e visão borrada. Além disso, o paciente pode reclamar de, diminuição da libido, ansiedade, distúrbio da ejaculação, disfunção erétil, retardo na ejaculação, hiperidrose, suor noturno, constipação, flatulência, dor abdominal, dor musculoesquelética, espasmo muscular, parestesia, insônia, alteração do orgasmo, agitação, inquietude, prurido e dor orofaríngea.