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ANTIDEPRESSIVOS
A depressão é definida como o humor deprimido na maior parte dos dias,
acompanhado de outras alterações fisiológicas, que podem ser alteração de apetite, perda
ou ganho de peso, fadiga ou perda de energia, apatia ou perda de interesse, agitação
psicomotora e tendência a isolamento. É muito comum que haja perda das habilidades
cognitivas, havendo prejuízo nos mecanismos de aprendizado e memória. A faixa etária
mais acometida é a de adultos jovens (mais fatores estressantes), e se fala em genes
candidatos relacionados à condição, embora fatores sociais e ambientais também sejam
importantes.
Teoria Monoaminérgica da Depressão
A depressão ocorreria em decorrência de uma deficiência especialmente da 5-HT
(serotonina produzida nos núcleos da rafe) e NA (noradrenalina produzia no locus
ceruleus) em regiões específicas do cérebro, como a amígdala e o córtex pré-frontal.
Posteriormente, também se observou que há um número reduzido de DA (dopamina
produzida na substância negra) em pacientes com depressão. Logo, essa teoria
trimonoaminérgica cursa que pelo menos uma desses monoaminas está em deficiência no
paciente depressivo, e uma das dificuldades no tratamento é justamente identificar qual
delas está em declínio.
Hipótese atual (ele disse que não cobraria)
Depressão relacionada a neuroinflamação, causada pelas citocinas inflamatórias
produzidas pelo tecido adiposo, decorrente de má alimentação etc. O paciente estressado
tem cortisol elevado, que atravessa a BHE e pode levar a um quadro de depressão. A
produção da quinurenina por um desvio da via normal de serotonina - triptofano passa a
produzir isso ao invés de serotonina devido a ação da enzima IDO ou TDO (metabólito
tóxico para SNC), estimulada por um estímulo imune advindo de uma grande quantidade
de cortisol presente no paciente, leva a excitotoxicidade. O excesso de cortisol também
causa alterações no hipocampo, o que leva prejuízos na aprendizagem e memória.
Obs: SERT, DAT E NAT são transportadores de recaptação das monoaminas. Se eles
são inibidos, elas permanecem por mais tempo na fenda sináptica, e promovem efeitos
duradouros.
Obs2: existem 18 receptores para a serotonina (que conhecemos), dos quais destacam-se
5-HT1A (pré e pós sináptico), 5-HT2 e 5-HT3 (pós-sinápticos).
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Dificuldades no tratamento
Os antidepressivos geralmente promovem efeitos adversos imediatos, pois assim
que atravessam a BHE, tendem a elevar rapidamente os níveis das monoaminas no
cérebro. Entretanto, os efeitos terapêuticos desses fármacos demoram cerca de 3 a 4
semanas para aparecerem, o que nos faz perceber que a teoria monoaminérgica da
depressão explica totalmente a condição.
A defasagem no tempo para aliviar o humor depressivo (efeitos terapêuticos)
envolve uma cascata de transdução de sinal, visto que o objetivo desta sinalização no
neurônio pós-sináptico é estimular a neurogênese especialmente no hipocampo e córtex
pré-frontal (a partir do estímulo da produção de BDNF e a proteína anti-apoptótica BCL-
2), que não é um mecanismo imediato pois envolve síntese proteica.
FÁRMACOS
Antidepressivos de 1ª geração (ATC)
São denominados antidepressivos tricíclicos (ATC) devido a sua estrutura química, com
3 anéis aromáticos fundidos entre si. São fármacos não seletivos que bloqueiam os
transportadores SERT e NAT (mesma coisa que NET), elevando as concentrações de
serotonina e noradrenalina na fenda sináptica para que esses neurotransmissores atuem
por mais tempo nos seus receptores pré e pós-sinápticos. Muitos ATCs são metabolizados
no fígado, produzindo metabólitos ativos, que intensificam suas ações farmacológicas,
trazendo benefícios em termos de tratamento.
➔ Imipramina, Amitriptilina, Nortriptilina (metabólito ativo do fármaco anterior),
Protriptilina, Trimipramina, Clomipramina, Doxepina e Desipramina (não disponível no
Brasil).
➔ Efeitos adversos: bloqueio de receptores H1 (ganho de peso devido ao aumento
do apetite e sedação – especialmente amitriptilina), bloqueio de receptores muscarínicos
(efeitos anticolinérgicos – xerostomia, constipação, visão turva, retenção urinária e
prejuízo cognitivo), bloqueio de receptores alfa-1 (causa hipotensão postural e é
contraindicado para hipertensos pois eleva NA) e disfunção sexual (aumento da
prolactina reduz testosterona).
➔ Superdosagem: Pode gerar bloqueio de canais de sódio dependentes de voltagem
no cérebro humano e no coração, podendo levar ao coma/convulsões e causar arritmias.
Inibidores da MAO (IMAOs)
As MAOs são enzimas que realizam a degradação das monoaminas, logo os
IMAOs inibem essas enzimas e diminuem a taxa de degradação das monoaminas,
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Não são ATCs porque tem menos efeitos adversos (não tem ação anti-muscarínica e ação
anti-histamínica) e não tem 3 anéis aromáticos em sua estrutura. Os fármacos são
Venlafaxina (tempo de meia-vida de 5h, menos ligado às proteínas plasmáticas),
Desvenlafaxina (metabólito ativo da Venlafaxina, com tempo de meia-vida de 11h, menos
ligado às proteínas plasmáticas – indicado para pacientes com problemas hepáticos) e
Duloxetina (também atua em dores crônicas, tempo de meia-vida de 12h, mais ligado às
proteínas plasmáticas, melhor para cardiopatas). Os pacientes podem apresentar
ansiedade e náusea como efeitos adversos no começo (semelhante a fluoxetina). A
deflagração de crises hipertensivas ocorre com maior facilidade no caso da venlafaxina e
desvenlafaxina, porque elas permanecem por pouco tempo no sangue e agem rápido
aumentando ST e NA.
➔ Inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina (IRND): inibem NAT e
DAT, gerando maior permanência da NA e DA na fenda sináptica. Possui apenas um
fármaco, a Bupropiona. Ela tende a elevar a libido sexual (mais DA), e pode ser usada
para pacientes dependentes da nicotina (substitui o vício pela nicotina no circuito de
recompensa do cérebro) e com TDAH (ocorrido por menos DA e NA no córtex pré-
frontal). Tem muitos efeitos adversos, como insônia, ansiedade, cefaleia, agitação
psicomotora e boca seca, sendo contraindicado para idosos, pacientes com depressão de
perfil ansioso e pacientes com histórico de epilepsia (em altas doses pode iniciar crises
convulsivas).
Antidepressivos atípicos
Esses fármacos apresentam uma atipia que os difere dos demais, atuando em
múltiplos alvos.
➔ Mirtazapina: é um antagonista alfa-2 (antagonizando autoreceptores e
heteroreceptores, elevo NA e ST, respectivamente), antagonista dos receptores 5HT2 e
5HT3 (receptores do “mal” que levam a ansiedade, aumentando recaptação de ST) e
antagonista H1 (promove ganho de peso e sedação).
➔ Trazodona: inibidor da SERT (menos recaptação de ST), antagonista dos
receptores 5HT2 e 5HT3 (receptores do “mal” que levam a ansiedade, aumentando
recaptação de ST), antagonista H1 (promove ganho de peso e sedação) e antagonista alfa-
1 (causa hipotensão postural, e talvez arritmias, sendo mais raro ainda o priapismo/ereção
peniana prolongada e dolorosa).
Outras opções para tratamento da depressão
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