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O BARALHO É

COMPOSTO POR:

10 Cartas de Situações

50 Cartas de Pensamentos

25 Cartas de Sentimentos

50 Cartas de Comportamentos

TOTAL: 135 CARTAS


2018
© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2018
Baralho do Modelo Cognitivo para Adultos: psicoeducação dos pensamentos,
sentimentos e comportamentos
Camila Stor de Aguiar
Nathália Della Santa Melo Dantas

Capa: Vinícius Ludwig Strack

Supervisão editorial: Mônica Ballejo Canto

Editoração: Vinícius Ludwig Strack

A282b Aguiar, Camila Stor de


Baralho do modelo cognitivo para adultos: psicoeducação
dos pensamentos, sentimentos e comportamentos / Camila
Stor de Aguiar e Nathália Della Santa Melo Dantas. – Novo
Hamburgo: Sinopsys, 2018.
24p.

ISBN 978-85-9501-042-0

1. Psicologia – Psicoeducação – Adultos. I. Dantas, Nathália


Della Santa Melo. II. Título.
CDU 159.922-055.8

Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023

Todos direitos reservados à Sinopsys Editora


Telefone: +55 51 3066 3690
E-mail: atendimento@sinopsyseditora.com.br
Site: www.sinopsyseditora.com.br
AUTORAS

Camila Stor de Aguiar: Psicóloga Clínica e Professora Universitá-


ria, graduada pela UFPE. Mestre em Neuropsiquiatria e Ciências do
Comportamento pela mesma instituição. Especialista em Terapia Com-
portamental Cognitiva pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo. Faz parte da diretoria
da Associação de Terapias Cognitivas de Pernambuco. Professora univer-
sitária e cofundadora da plataforma ComportalMente.

Nathália Della Santa Melo Dantas: Mestre em Neuropsiquiatria e


Ciências do Comportamento pela UFPE. Psicóloga do Tribunal de Justiça
de Pernambuco. Psicóloga Clínica com formação em Terapia Cognitivo-
-Comportamental.
SUMÁRIO

Entendendo o modelo cognitivo.................................................... 7

Importância da psicoeducação do
modelo cognitivo-comportamental.............................................. 11

O que é o Baralho do modelo cognitivo para adultos?.............. 13


Composição..................................................................................... 13
Possibilidades de aplicação............................................................ 15

Referências.......................................................................................... 18

Anexos.................................................................................................. 19
ENTENDENDO O
MODELO COGNITIVO

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) propõe que as cog-


nições influenciam as emoções e os comportamentos, assim como a
maneira de se comportar pode influenciar significativamente os padrões
de pensamento e as emoções. A TCC é fundamentada em um modelo de
processamento, o qual indica que fazemos uma contínua avaliação das
situações que vivenciamos.
A partir do nosso sistema de crenças, interpretamos os eventos do
nosso cotidiano. Ou seja, a partir da forma como tendemos a pensar
sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o futuro, fazemos avaliações
da realidade. Como consequência desse funcionamento cognitivo, nos-
sos pensamentos exercem influência direta sobre as emoções e as ações
subsequentes. Este sistema pensamento-sentimento-comportamento
recebeu o nome de modelo cognitivo.
8 Camila Stor de Aguiar e Nathália Della Santa Melo Dantas

Por exemplo, se diante da situação de fazer uma apresentação em


público surge o pensamento como “eu não vou conseguir, vou passar ver-
gonha”, provavelmente uma série de sentimentos disfuncionais surgirão.
As emoções estimuladas por esses pensamentos podem ser fáceis de
prever, como ansiedade, angústia, além das respostas fisiológicas, como
aceleração dos batimentos cardíacos, tensão física, boca seca e frio na
barriga. Na medida em que há a alteração da forma de compreender e
interpretar a situação, e, por conseguinte, das emoções, a forma de se
comportar também sofre influência.
O ciclo se retroalimenta, já que o comportamento desadaptativo,
fruto das emoções e das respectivas distorções cognitivas, reforça os
pensamentos que o originaram. Tomemos novamente o exemplo usado
anteriormente sobre falar em público. Ao se sentir ansioso, o indivíduo
pode se esquivar da apresentação que iria fazer, ou abreviar sua fala. Ao
se comportar desta maneira, os pensamentos de que aquela situação era
perigosa se fortalecem e a pessoa pode considerar que esteve segura ape-
nas porque se esquivou ou fugiu da situação.
Os comportamentos quando controlados pelas emoções também a
fortalecem. Imaginemos um ansioso que se comporta de tal forma a fim
de reduzir sua ansiedade. Ele não desenvolve um repertório para regu-
lá-la e não age independente dela. O que ele faz é considerar que ela é
perigosa e, ficando sob controle da emoção, não aprende a tolerá-la. Em
geral, ao se comportar dessa forma, o próprio comportamento também
é reforçado e tende a se manter, pois possivelmente ele produziu uma
diminuição em alguma resposta emocional desagradável.
A TCC propõe ainda que, à medida que este ciclo se estabelece, é
possível que emoções e comportamentos se instalem de maneira que
os pensamentos possam deixar de existir em dadas situações. Dessa
maneira, padrões emocionais e comportamentais são associados e se
mantêm de forma automática, sem que haja ou se perceba a presença de
pensamentos acerca da situação.
Por outro lado, o ciclo também pode ter início com as emoções,
como, por exemplo, quando passamos por situações em que emoções
são diretamente eliciadas por estímulos. No futuro, estímulos parecidos
com os que foram vivenciados anteriormente serão capazes de gerar o
mesmo tipo de resposta emocional. Nestas situações, é natural que os
Baralho do Modelo Cognitivo para Adultos 9

pensamentos venham a ocorrer regidos pela emoção sentida naquele


momento. Se estamos tristes ou com raiva, nosso conteúdo cognitivo
acaba sendo influenciado pela forma como estamos nos sentindo. O
mesmo ocorre com o nosso comportamento.
Para que a mudança do ciclo ocorra é preciso que as cognições se
tornem interpretações mais funcionais da realidade, as emoções reco-
nhecidas e manejadas, e o comportamento seja desenvolvido em um
repertório mais adaptativo. Independentemente de onde o ciclo comece,
é importante saber quais pensamentos, sentimentos e comportamentos
se influenciam entre si, e, para que o ciclo não se perpetue, é interes-
sante que o seu funcionamento seja compreendido.
Conhecer o nosso funcionamento diante das situações é o primeiro
passo para que essas alterações possam ser realizadas com eficácia. Para
isso, é importante o entendimento do modelo cognitivo-comportamen-
tal anteriormente apresentado. É papel do terapeuta, em uma dinâmica
colaborativa, ou seja, em que haja a participação do paciente, educá-lo
sobre a força e influência mútua que se estabelece entre pensamento-
-sentimento-comportamento diante das situações vividas. O modelo
cognitivo é fundamental na prática clínica e é utilizado para nortear as
intervenções terapêuticas.
IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO
DO MODELO COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

A psicoeducação é uma das principais técnicas utilizadas na terapia


cognitivo-comportamental, pois pode potencializar a sua eficácia. Em
primeira análise, parte-se da premissa que a TCC pode ensinar habili-
dades para modificar pensamentos e gerenciar estados de humor, assim
como mudar comportamentos de forma significativa. Entende-se que
boa parte do sucesso do terapeuta está diretamente vinculado a sua
capacidade de ensinar o modelo cognitivo aos seus pacientes.
Como visto, a psicoeducação do modelo cognitivo-comportamen-
tal foca a atenção do terapeuta e do paciente para a importante relação
estabelecida entre pensamento, sentimento e comportamento. A
psicoeducação é uma técnica essencial e muito utilizada para instru-
mentalizar o paciente no seu processo de mudança. É preciso que o
paciente entenda o modelo cognitivo-comportamental e domine a sua
compreensão para que possa aprender a ser mais funcional em sua vida.
O não conhecimento mantém ciclos viciosos de pensamentos, emoções
e comportamento, originando ou aprofundando ainda mais os proble-
mas existentes.
É possível, então, que o paciente possa ter mais autonomia no pro-
cesso terapêutico na medida em que se sente capaz de identificar e mudar
pensamentos, manejar emoções e quebrar padrões de comportamentos
que não o ajudam. Muitas vezes, as pessoas têm dificuldade de natural-

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