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E HIPERATIVIDADE (TDAH)
As características do indivíduo com TDAH podem mudar no decorrer da vida. Por exemplo, uma
criança que tinha diagnóstico de TDAH “subtipo combinado” pode, na adolescência ou vida adulta,
se apresentar no “subtipo predominantemente desatento”. Nesse caso, os sintomas de hiperatividade
e impulsividade, podem ter entrado em completa ou parcial remissão, permanecendo apenas a
dificuldade significativa do nível atencional.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico deve ser idealmente feito de modo multidisciplinar (neurologista, psicólogo,
neuropsicólogo, entre outros).
O trabalho se faz em algumas etapas sendo que a primeira sessão concerne a uma entrevista
detalhada que tem por finalidade conhecer as queixas e cenários onde essas se desenvolvem (no
caso de menor de 18 anos essa entrevista inicial é feita com os pais da criança/adolescente).
As sessões vindouras (entre 3 e 4) são dedicadas a avaliação propriamente dita que prevê a
aplicação de exames psicológicos/neuropsicológicos. Ao final dessa avaliação é elaborado um
relatório contendo todos os achados nos descritos exames, além de orientações para o paciente,
escola e pais (no caso de estudante menor).
O relatório deve ser entregue ao médico e demais profissionais que acompanham ou acompanharão
o caso e a escola (se for o caso). A partir de então, damos início ao tratamento propriamente dito
que implica em sessões semanais de 50 minutos onde o paciente aprenderá a desenvolver estratégias
de lida para com as principais dificuldades nas atividades de vida diária, bem como terá um espaço
para refletir sobre o impacto emocional causado pelo transtorno e possíveis comorbidades. Esse
tratamento deve ser concomitante com o tratamento médico (neurologista).
O papel do psicólogo/neuropsicólogo se faz muito importante pois são profissionais habilitados para
o manejo de instrumentos clínicos que avaliam o funcionamento de diversas funções cognitivas,
tornando possível o auxílio no diagnóstico diferencial dos transtornos neuropsiquiátricos (a
exemplo do TDAH), investigar a natureza e a severidade das alterações cognitivas ou do
comportamento, reavaliar a evolução dos quadros e ainda planejar uma reabilitação voltada para as
alterações cognitivas/dificuldades de cada paciente.
Todo esse trabalho se faz necessário pois alguns quadros neuropsiquiátricos produzem sintomas
muito semelhantes aos do TDAH e a assertividade no diagnóstico predita um tratamento mais
adequado e, portanto, mais eficaz.
Para o diagnóstico do TDAH em adolescentes mais velhos e adultos, há critérios descritos pela
Associação Americana de Psiquiatria no DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais) e modificados para o contexto da vida adulta, conforme a seguir:
Item 1. Desatenção - Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis
meses em um grau inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo
diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
a. Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas
escolares, no trabalho ou durante outras atividades;
b. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
c. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente;
d. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares,
tarefas ou deveres no local de trabalho;
e. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;
f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço
mental prolongado;
g. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades;
h. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externo;
i. Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas.
Item 2. Hiperatividade e impulsividade - Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas persistem
por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e
têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
Principais Dificuldades
🗶 Iniciar tarefas se forem desinteressantes 🗶 Desviar a atenção de estímulos externos
🗶 Estabelecimento da escala de prioridades 🗶 Gerenciar as emoções
🗶 Focar a atenção no que se pretende realizar 🗶 Dificuldades com a memória de curto
prazo
🗶 Manter a atenção por longos períodos 🗶 Autorregular o comportamento